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Retrospectiva 2017
2017-12-28 12:41:29 +0000
Só três posts esse ano... é a crise, talvez?
É nada, é só ano de gente ocupada. Rolou bastante coisa nos últimos 365 dias:
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Em abril achei uma gata perdida no parque e adotei. A Bê batizou de Cafuné, mas por algum motivo eu só chamo ela de "gata" mesmo. Pavlov e a gata já tiveram oito meses pra se adaptar um com o outro e eles estão convivendo super bem, tirando um ou outro episódio de ciúme de ambas as partes e um leve territorialismo de ambas as partes: a gata se debruça sobre a tigela de água pra não deixar Pavlov beber, aí em retaliação ele vai e come a comida do potinho dela, e por aí vai.
De noite, a matilha toda - eu e Bethania inclusos - dormimos todo mundo junto e amontoado. Quando me deito a gata sobe na cama, depois sobe em cima de mim, bota o focinho bem na minha cara - estrategicamente me impedindo de mexer no celular - e começa a ronronar. E gato ronronando no seu colo é algo inexplicavelmente precioso.
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Em agosto realizamos o sonho máximo dessa jornada canadense: compramos uma casa e fomos morar no subúrbio. Eu sabia que morar em casa ia dar trabalho e custar caro em termos de manutenção, mas nada podia me preparar pros últimos quatro meses... só pra vocês terem uma ideia, eu tive que:
- Consertar todas as quatro privadas da casa que tavam vazando.
- Arrancar o carpete do hall do andar de cima - porque ele virou uma extensão do banheiro de Pavlov. Esse trampo foi uma novela mexicana, com instalador trazendo piso errado, demorando um mês pra fazer o serviço, etc, etc.
- Instalar cortinas e persianas em todas as janelas. Na primeira delas eu ainda era n00b de paredes norte-americanas e fiz uns cinco furos errados até acertar...
- Trocar todos os três detectores de fumaça da casa, ao descobrir que os antigos donos da casa nos fizeram o favor de deixá-los mais de cinco anos vencidos. Por sinal, um cordial pau no cu dos antigos donos da minha casa, que não cuidaram de absolutamente nada de manutenção e agora tá sobrando tudo pra mim.
- Contratar um cara pra trocar as bancadas dos banheiros e da cozinha porque, de tão velhas, elas impediam as gavetas de abrir. A vantagem disso é que agora eu tenho uma pia linda. Ser adulto é uma bosta mesmo, você fica feliz com a sua pia...
- Improvisar umas travas de metal pra fixar a lava-louça, que caía pra frente quando você abria a porta.
- Jogar a minha geladeira inteira fora ao descobrir que ela cria umas crostas de gelo de dois em dois meses e as comidas todas estragam porque ela para de gelar - e que nenhum técnico conserta isso porque o problema chama-se "design lixo das geladeiras Samsung". Depois dessa e do fiasco dos telefones explosivos eu nunca mais compro NADA da Samsung na vida. Aproveitando, uma singela estalactite de gelo no cu dos antigos donos da casa por mais essa.
- Refazer a vedação das paredes do box de dois banheiros.
- Abrir um buraco no teto da sala porque o banheiro acima dela estava vazando dentro do drywall. Não é nada divertido ver o teto da sua sala pingando enquanto você toma café da manhã.
- Pagar um absurdo pra um cara refazer as paredes/azulejos do box do meu banheiro.
- Brigar com o fiadaputa porque ele fez um trabalho de merda.
- Tapar o buraco do teto da sala eu mesmo, com todo meu vasto conhecimento de conserto de drywall adquirido às pressas no YouTube. Por sinal, você já teve que lixar drywall? É bem legal, mas morrer queimado é muito melhor...
- Recolocar um dos azulejos do banheiro, também com treinamento de YouTube, porque o fiadaputa largou sem fazer depois de de ir embora.
- Refazer, pela terceira vez, a vedação do banheiro que tava vazando - porque o fiadaputa usou o rejunte errado.
- Trocar o aquecedor da casa que resolveu morrer alguns meses antes do inverno - o que envolveu uma conta caríssima, uns três buracos no teto do porão, e o prejuízo adicional de uma caixinha de som bluetooth que eu tinha e que magicamente desapareceu da casa depois que os instaladores foram embora. Foi meu primeiro furto aqui no Canadá, por sinal.
- Deixar os buracos do teto no porão porque tivemos uma ideia maluca de montar um projetor com home theater no porão e eles seriam úteis pra fazer a parte elétrica da instalação.
- Passar madrugadas insones pesquisando distâncias ideais de projeção, comparando com as medidas da sala, conferindo se o tamanho da tela caberia na parede... como diz o ditado, "meça duas vezes, corte apenas uma".
- Orçar o trabalho de passar fiação pro projetor com um eletricista licenciado - já que aqui eu sou legalmente impedido de mexer na fiação da minha própria casa sem o aval de um eletricista profissional - e receber um orçamento de quase três mil dólares.
- Comprar uma extensão e usá-la pra alimentar o projetor, passando o fio estrategicamente por dentro do teto até uma tomada próxima - porque huehue nóis é BR.
- Construir uma tela de projeção sob medida, montando uma moldura com ripas de madeira e enrolando uma tela barata de PVC por cima dela.
- Abrir ainda mais buracos no drywall pra passar os fios de áudio/vídeo (essas a lei deixa). Foi tudo no maior esquema gambiarra: eu enfiava o celular nos buracos do teto e usava a câmera pra achar um caminho pros fios, depois passava uma fita métrica no lugar, amarrava as pontas do fios na fita métrica e puxava a fita pra puxar os fios. Foi emocionante enfiar minha furadeira num dos buracos e usá-la às cegas pra abrir passagem pra um dos fios.
Deu muito trabalho, mas valeu a pena.
- Por fim, tive também que transportar e montar incontáveis móveis da Ikea. Pensando bem, essa é a parte divertida, é tipo Lego de adulto.
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No meio disso tudo, em outubro eu troquei de emprego. Um amigo daqui apareceu com uma vaga que pagava 60% a mais do que eu ganhava. A pegadinha: era num projeto meio bucha. Eu pensei comigo que quem sobreviveu a Windturn City sobrevive a qualquer coisa, mas mal sabia eu no que estava me metendo. Digamos que agora eu passo cada dia de trabalho assim:
- 10% do tempo eu faço trabalho de verdade, que agrega valor.
- 30% do tempo eu estou consertando servidor caído ou tentando fazer as coisas rodarem no meu computador.
- 60% do tempo eu estou fazendo facepalms duplos tentando descobrir o que diabos as pessoas fizeram no projeto porque nada tá documentado em lugar nenhum.
Basicamente, agora eu trabalho numa mistura de The Office com Trapalhões cujo cenário é uma daquelas casas bagunçadas de acumuladores compulsivos.
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Quando nos mudamos para o Canadá, com seis malas e nenhuma certeza do futuro, uma conversa recorrente no nosso círculo de amigos imigrantes eram os perrengues do inverno. Um deles é o snow shoveling: todo morador daqui de Ontário é legalmente responsável por tirar a neve da calçada da frente da sua casa, ou seja, você tem que sair no frio e tirar a neve com uma pá. Os nossos amigos costumavam comentar que prefeririam morar em apartamento por conta disso, mas eu sempre dizia:
"Ih, se eu tiver que fazer shoveling no inverno eu vou fazer com gosto, porque ter essa obrigação significa que eu finalmente tenho uma casa aqui no Canadá".
Três anos depois, às 18h do dia 12 de Dezembro de 2017, eu peguei uma pá e tirei a neve da calçada da minha casa canadense pela primeira vez.
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Um bom cafuné muda tudo
2017-04-21 02:01:01 +0000
É primavera em Toronto, o que significa que as temperaturas já deveriam estar bem melhores do que estão mas que, na verdade, ainda tá frio pra caralho. Por isso, faziam uns miseráveis 2 graus quando saí pra caminhar com Pavlov, como faço todo santo dia de manhã. Pavlov honra seu nome: ele é um cachorro de hábitos. Era terça, portanto eu já sabia que ele iria querer passear no parque. O roteiro de sempre inclui pegar a trilha padrão e passar bem debaixo da ponte do Humber River.
O que eu não sabia é que, ao passar por lá, eu olharia pra cima e haveria um gato escondido debaixo da ponte.
Eu já vi tudo que é bicho no parque - incluindo guaxinins e até um gambá, mas gato é muito raro de ver - e quando aparecem eles saem correndo e eu acabo ignorando, pensando que trata-se de um clássico gato de rua. Já esse aí parou e me olhou fixamente nos olhos. Esse foi o meu erro. No instante em que fizemos contato visual rolou um momento místico de comunicação não-verbal onde ele me disse, claramente, o seguinte: "help!".
Naturalmente, eu racionalizei meu instinto e pensei que não tem isso de entender bicho só de olhar pra ele (mentira, eu faço isso todo santo dia com Pavlov), que provavelmente ele veio de alguma das casas da região, que resolveu dar um passeio estendido, e acabei deixando pra lá.
No dia seguinte, uma quarta, choveu muito e não consegui andar com o Pavlov. Quinta é dia dele fazer outro trajeto, pra poder otimizar seus xixis de marcar território e manter seu domínio urinário na maior área possível, mas acabei forçando a barra pra voltarmos pro parque e ver se o gato ainda estava lá. E, de fato, lá estava ele... exatamente no mesmo lugar. Minha racionalização morreu na hora: ficou óbvio que não era um gato de rua, e que eu não ia conseguir simplesmente ignorar aquele fato e ir trabalhar.
Voltei pra casa e comecei a pensar no que fazer. Eu nunca lidei com animais perdidos na vida. Portanto, fiz o que qualquer pessoa racional faria... digitei "o que fazer com gatos perdidos" no Google. O site da prefeitura de Toronto dava algumas instruções e indicava um outro site chamado "ajudando animais perdidos" (helpinglostpets.com). O layout do site está congelado no tempo desde 1990, o que me fez duvidar de que aquilo iria adiantar alguma coisa, mas acabei inserindo um relato de que havia visto o gato na ponte do parque.
Depois, peguei um pouco da comida do Pavlov e voltei ao parque. No frio de 2 graus, vestido de roupa social, eu me dependurei na ponte de maneira bastante irresponsável pra poder deixar um pouco de comida pro bendito do gato. Ele percebeu a manobra, se aproximou pra comer mas logo voltou a se esconder dentro da estrutura da ponte, fora do meu alcance. "Bom, pelo menos de fome ele não morre", pensei.
Algumas horas depois recebo um email de uma tal Brett, voluntária do "Toronto Cat Rescue" (uma ONG de resgate de animais), dizendo que viu o relato no site e poderia tentar resgatar o gato se eu desse as coordenadas exatas de onde ele estava.
A gente se encontrou no parque e eu vi que estava, de fato, lidando com uma profissional do resgate felino: o marido dela deixou duas gaiolas estrategicamente posicionadas pra conseguir capturar o gato quando ele saísse, e organizamos um mini-plantão pra fiscalizar as gaiolas e garantir que o gato continuava seguro. Apesar de tudo, só no sábado ela conseguiu capturá-lo.
- "Ele é super dócil, tá lá no banco de trás do meu carro como se nada tivesse acontecido", disse ela. Ficou claro que era um gato "criado com vó" que acabou perdido no parque sem a menor noção do que fazer pra sobreviver. Ela contou ainda que o gato possivelmente foi abandonado no parque por alguém que não queria mais ficar com ele. "Acontece muito nessa região", ela disse. "Ele foi claramente criado dentro de casa, não tem nenhum instinto de sobrevivência", complementou ela, confirmando o que eu já tinha percebido pela cara do gato de que não tinha a menor ideia de como sair dali. Ela explicou também que o gato ia ser examinado, vacinado, esterilizado, e depois iria pra adoção.
Eu, que nunca tomo decisões por impulso, digo na mesma hora: "eu posso ficar com ela".
Fica a dica: JAMAIS olhem um gato nos olhos, ou esse tipo de coisa vai acontecer com vocês.
Alguns dias depois, Brett me manda uma mensagem dizendo que:
- Não é "o gato", e sim "a gata"
- Ela tem uns 4 anos e já havia sido esterilizada, confirmando a teoria de que era sim uma gata doméstica que foi abandonada
- É a gata mais dócil que existe: não curte correr e pular, mas adora ficar na cama e ganhar cafuné
- Não tem pressão nenhuma pra ficar com ela: se eu mudar de ideia, posso ter certeza de que ela vai ser adotada por outra pessoa e ganhar um lar.
Se você está pensando "cara, mas você já tem um cachorro", eu te digo que sim, era nisso que eu estava pensando... mas com a diferença de que minha preocupação era a seguinte: "será que meu cachorro vai se dar bem com a gata?". De novo, nunca olhem um gato perdido nos olhos.
Alguns dias depois resolvi visitar a gata com meu cachorro, pra ver como ele reagiria. Ela estava ficando num quartinho da casa da Brett. "Entra você primeiro, pra gata ir se acostumando, depois a gente entra com o cachorro", disse ela. Quando entrei no tal quartinho, Brett subiu no meu conceito de "profissional de captura felina" para "doida dos gatos": o quartinho da casa dela era basicamente um hotel para gatos resgatados, com gaiolas, caixas de areia, brinquedos, música ambiente e uma confortável almofada no peitoril da janela, onde a gata estava deitada. E, pendurada acima dela, uma placa de carro personalizada que dizia "CATRESCUE"
"Agora é só eu chegar perto da gata e ela me morder, ou ela se desesperar com Pavlov, e aí acaba essa viagem errada de ter gato", pensava eu, tentando achar uma saída lógica e honrosa pra minha situação. Cheguei perto dela, ela me olhou de volta com aquela cara de "ei, eu conheço você, humano". Falei um "oi" (em inglês, afinal ela é canadense) e fui tocá-la pra ver como ela reagia. Foi quando finalmente paramos de fazer contato visual, porque ela fechou os olhinhos pra ficar curtindo o cafuné. E então, enquanto pensava "me fudi", aprendi que dá pra sentir amor e desespero ao mesmo tempo.
Fui buscar Pavlov pra conhecê-la. Pavlov, como previsto, demonstrou o típico déficit de atenção de cachorro, que pode ser resumido em:
- "Uau cara! Estamos passeando! Que fantástico! Olha, tem essa casa nova aqui! Uau, tem esse quartinho aqui! Olha, ali tem uma gata! Olha só quanta coisa pra eu ver! Vamos pra rua de novo? Vamos? Vamos?"
Já a gata olhou pra Pavlov e, ao invés de pensar "estamos sendo invadidos!! VAMOS TODOS MORRER!" ou de demonstrar agressividade do tipo "MORRA ESCÓRIA CANINA!!", ela fez uma cara de "que criatura curiosa", e voltou a se deitar - o que é um ótimo sinal.
Dois dias depois o pessoal do Toronto Cat Rescue me mandou a papelada da adoção, paguei a taxa e, na sexta à noite, botei a gata no carro e fui pra casa, pensando "putaquepariu agora eu tenho uma gata".
Junto com os papeis da adoção veio um PDF enorme de procedimentos com felinos, incluindo uma seção sobre como introduzir cães à gatos que pode ser resumida em uma frase: "não vai ser fácil". Felizmente, violência não seria problema, já que Pavlov é praticamente Gandhi em forma de cachorro e a gata é incrivelmente passiva quando ameaçada - fato já demonstrado pelo fato dela ter ficado uma semana debaixo da ponte no mesmíssimo lugar. O duro é que Pavlov, também honrando a reputação científica, ficou extremamente curioso com a gata e queria desesperadamente cheirar e pegar e rodear e ficar o tempo todo próximo dela... isso tudo no momento mais traumático pra ela, que é a mudança de ambiente. O "manual" em PDF da gata já alertava que seriam umas duas semanas até ela se acostumar com a casa nova - e isso se não tivesse o cachorro.
Felizmente, Deus olha pelos seus filhos irresponsáveis mas de bom coração que pegam bicho na rua, e a adaptação dos dois correu bem - e mais rápido - que eu esperava. A gata achou uns cantinhos na casa pra se esconder dos avanços de Pavlov, e ele foi gradativamente ficando menos curioso. Aos poucos, a gata foi começando a criar coragem de sair dos esconderijos e se aventurar pela casa.
A foto acima é o sexto dia da gata aqui em casa, quando a curiosidade canina e o pânico felino deram lugar a um interesse mais comedido de ambas as partes. Segundo o manual da gata, era pra ela ainda estar tendo "interações supervisionadas com o cachorro encoleirado e sob controle em todos os instantes", mas basicamente deixamos ambos se virarem sozinhos. Pavlov é dócil mas não é bobo, e começou a "policiar" os corredores e as portas dos cômodos onde a gente ficava, porque percebeu que ela tinha medo de passar perto dele. Já ela aprendeu rapidinho que, se não fizesse a Beyoncé e demonstrasse confiança, iria passar a vida confinada em esconderijos.
Agora já vamos pra duas semanas de gata em casa e ela já está confiante o suficiente pra perambular por onde quer - embora ainda tenha seus cantinhos preferidos. Pavlov está morrendo de ciúmes da confiança dela, mas está aprendendo a dividir a atenção. Tirando uma ou outra provocação eventual, ambos já convivem super bem, a ponto de poderem dormir conosco e tudo.
Mas vou ter que parar de escrever este post porque tem um negócio dando interferência no meu teclado...
Aí você pergunta... mas e o nome da gata? A primeira e mais óbvia opção seria Schrödinger, por razões óbvias, mas ela sendo fêmea e eu menos imaturo acabei deixando passar essa. No fim, Bethania deu uma boa sugestão, inspirada no que a gata mais curte receber:
"E se a gente chamasse ela de Cafuné?"
Um dia na vida do Primo (versão 2016)
2016-10-23 19:59:15 +0000
Num dia desses de insônia estava revendo os arquivos do blog e me lembrei de quando fazia esses posts.
6:40 - O despertador toca e, como já estamos no outono, lá fora ainda é noite e continuará sendo por pelo menos mais meia hora - que é o tempo de eu entrar debaixo do chuveiro pra terminar de acordar.
7:00 - Já estou pronto e vestido. Pavlov, o cachorro, sabe disso e já está me rodeando porque ele sabe que isso significa que ele vai passear. Uma das vantagens de ser disciplinado é que cachorros entendem isso muito bem. Cães gostam de rotina - isso faz com que eles se sintam seguros.
7:24 - Eu e Pavlov temos um acordo tácito de por onde vamos passar todo dia de manhã. Ele, naturalmente, alterna entre os múltiplos caminhos rotineiros sem que eu precise interferir. Quando chove eu costumo optar por um caminho mais curto (e seco) - e de forma sobrenatural Pavlov já sabe disso e sai andando pelo trajeto "seco" sem que eu precise dizer uma palavra.
Se você se perguntou "cadê a coleira", boa pergunta. Em Toronto a lei manda que cachorros fiquem sempre de coleira, mas a essa hora nunca tem ninguém na rua mesmo, e se eu encontro alguém eu prendo ele de novo. Além disso, solto assim, fica mais fácil pra Pavlov praticar seu esporte predileto: perseguir esquilos.
7:40 - Hora do café da manhã, que no meu caso é só um punhado de cereal. Enquanto como, eu preparo a "marmita" do almoço e escuto o noticiário matinal da CBC (via TuneIn Radio) - outra das minhas rotinas matinais.
As notícias locais por aqui costumam ser motivo de piada porque nada de relevante acontece em Toronto. No último inverno, por exemplo, a notícia mais marcante da estação foi que os esquilos estavam ficando gordos demais por causa das temperaturas elevadas. Entretanto, neste dia a CBC passou uma entrevista interessantíssima com uma eleitora do Trump - uma canadense, mas com dupla cidadania nos EUA - e comentou de uma campanha brilhante chamada "Tell America it's Great" (diga à América que ela é excelente). Os comentaristas diziam que essa foi a coisa "mais canadense" que eles já viram. Concordei.
(em tempo: fica aqui a menção honrosa à minha Bose Soundlink, a "pequena notável". Comprei usada num site de leilão de produtos devolvidos da Best Buy, paguei uma pechincha, e essa caixinha tem o melhor som que já vi NA VIDA. Sem brincadeira.)
7:55 - Hora de sair de casa e andar até a estação de trem. O frio ainda está bem suportável (10 graus) então basta uma jaquetinha e pronto.
8:07 - Como de costume, o trem vem sempre exatamente na mesma hora.
Coincidentemente eu moro bem do lado da linha de trem expressa que conecta o aeroporto até o centro da cidade. A passagem costumava ser bem salgada, mas como ninguém estava usando o trem, acabaram abaixando a tarifa para acessíveis CAD$ 5. Só pra efeito de comparação, pegar ônibus/metrô iria me custar CAD$ 3, mas eu levaria no mínimo o dobro do tempo.
Ainda no assunto da rotina: como eu saio de casa exatamente na mesma hora e pego exatamente o mesmo trem, eu vejo exatamente as mesmas pessoas na estação todo dia. Tem o gordinho que sempre está assistindo desenho japonês no celular e embaralhando seu baralho de Magic, tem o indiano de terno, tem a loira do cabelo produzido que começou a paquerar um outro cara no trem, tem o "casal assimétrico" (a menina mede 1,50m e o namorado tem uns 2m de altura)...
8:24 - O trem chega na Union Station, a estação central. De lá são mais 10 minutos de caminhada até o trabalho - tudo por dentro dos prédios interconectados do centro, para que as pessoas não precisem andar pela rua quando está tudo congelante lá fora.
Além do clima, o cuidado do canadense com a segurança é tão exagerado que chega a ser engraçado. No caminho do trem até o trabalho eu passo por nada menos do que onze portas corta-fogo. A foto abaixo é logo depois de quando eu passo pela primeira delas.
8:40 - Como o mundo dá voltas. Eu comecei minha carreira como analista de sistemas em um banco, e aqui estou novamente.
Parece a mesma coisa, mas é muito diferente. Os tempos mudaram, e ao invés de uma mesa fixa eu agora trabalho numa "sala de guerra" com o time todo no mesmo local, dividindo uma grande sala de reunião. Isso significa que o tempo todo tem mini-reuniões ou teleconferências acontecendo bem do seu lado.
No início era desesperador tentar trabalhar com dezenas de pessoas conversando ao seu redor - e em inglês, o que aumenta ainda mais a sobrecarga cognitiva na cachola. Mas agora eu já estou (razoavelmente) acostumado. Outra coisa que ajuda é o fato de que a maior parte das estações de trabalho aqui no banco não são fixas e podem ser reservadas online por qualquer pessoa - assim, todo santo dia eu reservo duas ou três horinhas longe da bagunça para conseguir me concentrar.
12:50 - Na minha primeira "temporada" de analista de sistemas eu teria passado a maior parte da manhã procrastinando e vadiando na internet. Atualmente, eu produzo o tempo todo, feliz da vida. Parece aquelas histórias de amor de novela, cheias de desencontros, mas que no fim os protagonistas finalmente descobrem que realmente se amam e foram feitos um para o outro. Eu levei quase uma década flertando com outras carreiras, mas concluí que software é meu amor verdadeiro.
Na hora do almoço, ao invés de sair e ficar duas horas de papo pro ar, eu fiz uma reunião com o meu chefe e ambos almoçamos em frente aos nossos computadores, como é o costume na América do Norte. Abaixo, a minha "marmita" do almoço com uma saudável salada.
13:58 - Hora de mais reunião, dessa vez no Oasis, que não é a banda londrina e sim o nome do refeitório aqui do andar. Hora também de tomar o chá da tarde (porque o café da máquina daqui é intragável).
A tevê está ligada no CP24, o canal "oficial" de toda TV pública daqui de Toronto. O canal é tipo uma "Band News" num mosaico fixo de notícias, clima, trânsito, ações, resultados do esporte, tudo na mesma tela.
17:03 - A vantagem de não parar pro almoço é que quando dá cinco horas... acabou o trampo! É hora de voltar pelas minhas onze portas corta-fogo e admirar o trânsito parado do centro da cidade pelas paredes envidraçadas das passarelas onde passo. De carro eu levaria mais de uma hora pra chegar em casa.
Curiosamente, só porque eu estava registrando este dia pra postar aqui no blog, o trem atrasou uns quinze minutos e veio "lotado". Nessas horas eu acho engraçado o despreparo do canadense pra lidar com imprevistos. Tava todo mundo indignado com as filas e a muvuca nos corredores do trem...
17:48 - Ao chegar em casa, sou amplamente recepcionado por Pavlov. É sempre assim: eu passo oito horas longe de casa e ele se empolga com a minha chegada como se eu estivesse voltando da Segunda Guerra Mundial. Tanto que mal consegui fotografá-lo pra este post...
Além dele eu também reencontro Bethania, que chegou de uma viagem de trabalho para NY. Ficamos os dois preguiçosamente no sofá por umas boas duas horas, que foi o tempo de assistir os Blue Jays perderem o quarto jogo da post season e serem eliminados do campeonato pelo time de Cleveland.
Os jogos foram polêmicos, mas por um motivo bem esquisito: o narrador local recebeu uma carta de protesto de um telespectador de origem indígena, e decidiu que não ia usar o nome do time de Cleveland - chamado "Indians" - na transmissão porque aparentemente isso seria "ofensivo". Teve até um juiz que tentou entrar com um mandato pro time não usar o nome no uniforme e retirar também o seu mascote (um indiozinho pele-vermelha), mas o mandato foi derrubado.
Os torcedores de Cleveland (na foto abaixo), auto-intitulados "a tribo", não parecem se importar com essas coisas.
21:19 - Vale lembrar que eu tou numa vida de "jornada dupla", trabalhando e estudando, então logo depois do jogo, acabou o descanso: hora de ir fazer os trabalhos da faculdade.
Aproveitei a noite pra fechar um trabalho do curso de "game programming" e, ao mesmo tempo, acompanhar o debate presidencial nos EUA.
O debate foi... bem, digamos que meu trabalho tava muito mais interessante. O professor mandou a gente fazer uma fase de um jogo estilo platformer - joguinho clássico, estilo Mario, de sair pulando em plataformas. A fase precisava ter cinco minutos de gameplay e incluir inimigos, pontuação, sons, etc. Durante a aula o professor viu que meu layout pra fase incluía as clássicas plataformas que se movem e me orientou a tomar cuidado porque "plataformas móveis são difíceis de programar". E na hora do vamo ver eu levei menos de uma hora pra fazer com que elas funcionassem ¯\_(ツ)_/¯.
A fase inteira não levou nem dois dias pra ficar pronta. Note que o personagem principal veio "emprestado" do Metal Slug, e os sons são "emprestados" do clássico Doom :)
O código-fonte do jogo (Unity/C#) está no meu Github, inclusive.
23:01 - Depois de concluir toda a minha "lição de casa", hora de dormir e começar tudo de novo amanhã...
Impressões após um ano de Canadá (ou: Retrospectiva 2015)
2015-11-23 03:13:11 +0000
Exatamente no dia de hoje, um ano atrás, tudo que eu e a Bê tínhamos eram seis malas (sete, contando com a do Pavlov), uma passagem e uma vaga ideia do que viria pela frente na vida.
Muita coisa rolou neste primeiro ano canadense. Muita coisa foi inesperada, muita coisa deu errado, muita coisa foi melhor que o previsto. Mudar de país também mudou muito do que eu pensava sobre um monte de coisas, que é o que eu vou tentar resumir neste (longo) post.
1) O mundo é muito maior do que eu imaginava
Quando eu postei sobre o que me fez decidir sair do Brasil eu fiz um comentário sobre o quanto minha passagem por países diferentes mudou - e principalmente expandiu - a minha visão de mundo. Quanta ingenuidade. Cheguei ao Canadá me achando o Jacques Cousteau da exploração mundial e a cada dia que passa eu vejo que não sei quase nada sobre meu próprio planeta.
No meu bairro, predominantemente negro, jerk deixou de ser só um xingamento e se transformou num delicioso tempero jamaicano. Vendo meus vizinhos, vários deles muçulmanos negros, entendi que o Islã é muuuito maior do que eu imaginava. Quando saio pra andar com o Pavlov tenho que tomar cuidado com as mulheres que usam niqab (aquela roupa que cobre o corpo inteiro), porque meu cachorro é um ser impuro na crença delas. E estou quase aprendendo a diferenciar o turbante dos muçulmanos do turbante dos árabes e o dos Sikh.
No Brasil tem o nordestino, o gaúcho, o mineiro, e cada um tem lá sua cultura e costumes diferentes - vários países dentro de um só. Na Índia é tipo isso, mas umas trinta vezes mais zoado: cada estado tem uma língua diferente, uma religião diferente, é uma bagunça completa. Entre os meus colegas, os sobrenomes "Kaur" e "Patel", de tão comuns, já soam como "Costa" e "Silva".
O lado asiático parou de ser apenas dividido em "chinês/japonês" e incorporou o malaio, o filipino, o coreano, e o vietcongue com sua língua maluca que parece onomatopéia pra comida ("nhom nhac" em vietcongue significa "banda de música"). Falando em comida, essa é outra vantagem da expansão asiática: o lamen, por exemplo, virou ramen e ganhou variações coreanas (bi bim bap) e vietnamitas (pho). O curry deixou de ser só aquele pozinho amarelo de sabor único: os supermercados tem prateleiras e mais prateleiras de curries em pasta e em pó, e agora estou indeciso se o tikka masala é melhor que o korma. E a minha geladeira tem um frasco de meio litro de sriracha.
Viver em Toronto é experimentar uma espécie de ultramulticulturalismo que eu nunca imaginava encontrar no ocidente.
2) Inglês fluente é só o começo
Modéstia às favas, meu inglês sempre foi muito acima da média do que no Brasil se considera "fluente". Aí cheguei aqui e passava apertado pra falar ao telefone porque não tinha a "leitura labial" pra me ajudar a entender. Quando a tevê dava a previsão do tempo eu me perdia em frases tipo "overcast above freezing in the single digits" ou com todos os novos tipos de neve (slush, flurries...). E a situação do tráfego, com o monte de nomes de ruas e regiões que eu não conhecia, soava como a professora dos desenhos do Charlie Brown.
Mas com o tempo o seu ouvido vai se acostumando... e então começa o longo processo de reaprender as cores e os pesos das palavras, tão naturais no português, completamente misteriosos na sua nova língua. Um exemplo: eu ficava incomodado quando ia a um restaurante, o garçom me perguntava se eu queria alguma coisa, eu dizia que não e ele me trazia a conta. Custei a entender que o motivo era o "I'm done" que eu dizia quando havia terminado de comer - mas que na verdade significa que eu estou encerrando a refeição.
Toda língua tem sua poesia interna e nenhum livro pode explicá-la.
3) Como é bom o anti-jeitinho brasileiro!
Em outubro, como presente de aniversário, eu me dei uma visita à Art Gallery of Ontario. Quando eu e Bethania chegamos no museu, fui ao caixa e pedi duas entradas, uma delas de estudante.
Como de costume, o cara não me pediu nenhum documento para comprovar meu status de estudante, pois aqui se parte do princípio de que a pessoa está agindo de boa fé. Mas, não satisfeito em me vender uma entrada de estudante, o caixa pergunta pra Bethania:
- Você é estudante também, certo?
- Err... não, não sou - disse Bethania.
- Vai, me ajuda aí. Vou perguntar de novo: você é estudante também, né?
- Bem, e-eu tou fazendo um curso de inglês...
- Pronto, tá aí! Duas entradas de estudante! É que o museu fecha daqui a duas horas, não faz sentido você pagar o preço cheio. Aproveitem!
Toda vez que isso acontece - e é com uma certa frequência que isso acontece - eu sinto uma paz que eu jamais senti no Brasil, a paz que vem da sensação de que, finalmente, eu vivo num lugar onde eu não preciso ficar o tempo todo tomando cuidado pra que ninguém se aproveite de mim. Na verdade, a preocupação agora é garantir que eu estou fazendo o mesmo com as pessoas que me cercam, em todos os momentos. No metrô, por exemplo, eu tomo muito cuidado para não me distrair ouvindo música ou mexendo no telefone, pois pode ter alguém atrás de mim querendo entrar ou sair do vagão e eu não quero que a pessoa passe pelo incômodo de me pedir licença. Outro dia, ao andar com o cachorro no parque, me peguei recolhendo lixo que os outros deixaram no chão. E desenvolvi um ato reflexo de sorrir automaticamente pra todo mundo que fala comigo. O que nos leva ao ponto 4...
4) A todos os garçons brasileiros: me desculpem
Esse ponto é meio polêmico, mas eu preciso falar dele.
Um ponto crucial para entender o Canadá é o fato de que a pirâmide social por aqui é extremamente achatada. No Brasil, quando você diz que alguém é pedreiro, marceneiro, encanador ou garçonete, a ideia que vinha na minha cabeça ignorante era que a pessoa ganha um salário baixo e trabalha em um subemprego. Aí eu me mudei de hemisfério e - surpresa! - não tem mais subemprego: um motorista de ônibus em Toronto, por exemplo, ganha uns cinco mil dólares por mês (quase R$ 15 mil, no câmbio de hoje). Policiais, professores, bombeiros e enfermeiros chegam a ter salários médios de - e aí eu preciso escrever em caps lock - CEM MIL DÓLARES POR ANO. É o mesmo salário de um médico. Moral da história: por aqui, toda ocupação é suficientemente remunerada para que a pessoa tenha uma vida digna. Não tem emprego bom ou ruim: se você contribui para a sociedade com trabalho honesto e legal, você é um bom cidadão.
Logo que cheguei ao Canadá uma das coisas que estranhei foi o tanto que os garçons daqui te dão atenção. Eles se apresentam, sorriem, te explicam o menu todo, fazem uma ou duas brincadeiras pra amenizar o clima, te perguntam o tempo todo se você está precisando de alguma coisa, etc. Não é uma relação comercial, e sim uma relação pessoal. Você não é um cliente, você é uma pessoa como ele ou ela é. E aí eu percebi que meu estranhamento não vinha do fato deles estarem me dando atenção, e sim do fato de que eu é que não dava a devida atenção aos garçons brasileiros. Não cheguei ao extremo de maltratar ninguém, obviamente, mas sabe quando você nem olha pra cara da pessoa, simplesmente faz o seu pedido sem incluir um por favor ou um obrigado? Verdade seja dita, eu me relacionava com aquela pessoa como se ela fosse menos pessoa do que eu.
Admitir isso é algo extremamente vergonhoso pra mim, mas é a mais pura verdade. E, após conversar com alguns outros expatriados e ver que vários deles ficam perplexos porque "o pedreiro daqui ganha bem", eu acho que preciso tornar pública essa reflexão. E, como na vida a lei do karma é coisa séria, chegamos ao ponto 5...
5) Agora eu sou minoria
Na semana que comecei a escrever este post me ocorreu uma história bem apropriada para esta questão.
Dentre todos os colegas que fiz na faculdade, apenas um é canadense de nascença. Ela se chama Winnie e, apesar de ter nascido aqui, é filha de chineses. Ela é tipo uma versão asiática da Phoebe do Friends: é toda voada e cheia das manias estranhas. Mas é super gente boa.
Há algumas semanas tivemos um feriado bem no meio da semana e eu combinei com ela e com um outro amigo para almoçarmos juntos. Fomos a um rodízio de comida japonesa, bom e barato, no bairro dela mesmo. Depois de nos empanturrarmos de sushi ela comentou que ia pra casa de ônibus e, como bons mineiros (e os únicos de carro), eu e a Bê nos oferecemos pra dar carona pra ela. Depois de muuuuita insistência e de ela ligar pros pais pra confirmar, ela deixou a gente deixá-la no ponto de ônibus mais próximo da casa dela porque, por algum motivo, ela não queria que a gente soubesse exatamente onde ela morava. Até aí tudo bem, botei isso na conta de "a Winnie tem lá suas manias estranhas" e deixei pra lá.
Acontece que o lugar onde faço estágio no centro de Toronto é a um quarteirão do lugar onde ela trabalha, então a gente se encontra pra almoçar toda sexta-feira. Numa dessas sextas, papo vai, papo vem e eu voltei no assunto do nosso almoço de quarta e por que ela não deixou a gente levá-la em casa. Surpresa: ela disse que os pais dela não confiam em latinos, porque tem o estereótipo de que não somos confiáveis, e ela não quis desagradar os pais.
Eu queria muito que essa fosse só uma história isolada, mas outro dia mesmo eu estava saindo do Walmart e vi uma senhora carregando várias sacolas com bastante dificuldade. Me ofereci pra ajudar, ela recusou mas ficamos batendo papo no ponto de ônibus. Cinco minutos de conversa depois e a gente ia comentando da bagunça que estava o Walmart quando ela me solta essa pérola:
- Sabe, eu sou cristã e não é com preconceito que eu falo isso, mas aqueles funcionários negros do Walmart são muito mal educados!
Moral da história: a questão do preconceito é bastante delicada por aqui. Mas eu continuo crendo na boa-fé do canadense e confiando que esses são casos isolados pois, felizmente, tenho um monte de contra-exemplos onde me tratam super bem. E, formalmente, Toronto é super liberal e inclusiva.
Mas mudemos pra um assunto mais alegre...
6) As quatro estações (não são mais um disco do Renato Russo)
Por algum motivo eu sempre quis experimentar como é isso de morar num país com as estações certinhas, igual eu via nos livros de geografia. Parece uma bobagem, mas ver as estações passar dá toda uma nova poesia pra vida.
Ao longo do ano eu tirei umas fotos da vista da minha janela e fiz a montagem aí embaixo (clique para ampliar).
No inverno a encrenca não é só o frio: o que mais me incomodou é que o sol começa a nascer lá pelas 8 da manhã e lá pelas 5 da tarde já está completamente escuro de novo. Acordar cedo pra ir pra aula, com a temperatura em quinze graus negativos e com uma escuridão total na rua é de lascar. Outra chatice são as calçadas e ruas escorregadias. Mesmo depois que você se acostuma a dirigir no inverno, pegar estrada sempre é meio tenso. Os animais todos se escondem ou migram pra lugares mais quentes, e as pessoas naturalmente evitam passar muito tempo na rua. Some-se a isso o fato de que a neve é um ótimo isolante acústico e o resultado disso é o que eu mais gosto no inverno: o silêncio. É indescritível a quietude que o mundo ganha nos meses mais gelados do ano.
Uma peculiaridade importante do Canadá: aqui não existe a profissão de frentista. Abastecer seu carro no frio de menos trinta graus não é nada divertido...
Em março, quando você já não está aguentando mais passar tanto frio, chega a primavera. Cara, a primavera é um troço completamente mágico: Os troncos de árvore que passaram meses sob temperaturas desumanas e que você já dava como mortos começam a ganhar folhas sabe-se lá Deus como. Os gramados dos parques e das casas ressurgem de repente e se enchem de florzinhas amarelas (dentes-de-leão, super comuns por aqui). Os dias vão ficando progressivamente mais longos e ensolarados, e você passa a comemorar temperaturas de dois graus positivos como se fosse clima de ir pegar praia. Os restaurantes começam a reabrir os seus pátios, os repórteres do noticiário da tevê ficam mais animados para dar as notícias, todo mundo sorri na rua... do jeito mais post de auto ajuda do Facebook possível: primavera é VIDA.
O verão é quente mesmo, nível Brasil de quentura, mas com muito menos chuva - o que é ótimo. A cidade fica em polvorosa nessa época e tem evento pra tudo que é canto, tem shows, tem feiras, tem exposições, as pessoas lotam os parques, os pátios, as ciclovias, ninguém quer ficar dentro de casa - a não ser que seja pra escapar um pouco da suadeira debaixo do ar condicionado. Os dias longos te enchem de energia: às cinco e meia da manhã já tem sol rachando lá fora, e ele só se põe às 9 da noite. A galera capricha também na decoração dos jardins - as casas se enchem de lírios e outras flores coloridas. No verão o Canadá vira um outro país. Pra você ter uma ideia da diferença, o espelho d'água na foto abaixo, que fica em frente à prefeitura, é o mais famoso ringue de patinação no gelo da cidade.
O que fecha o verão não são mais as "águas de março", e sim o outono. Para compensar o retorno do frio, a chegada de uma chuva chata e constante, e o retorno dos dias progressivamente mais curtos, você é recompensado pelo espetáculo que são as árvores mudando de cor e desfolhando.
Até os feriados da época são apropriados: primeiro tem o thanksgiving onde você agradece tudo de bom que rolou até então, e depois vem o remembrance day. Nesse dia - o dia 11 do mês 11, precisamente às 11 horas e 11 minutos, os ônibus e o metrô param, todo mundo para o que está fazendo, e todo mundo faz um minuto de silêncio para os soldados que morreram na guerra. E ao longo do mês muita gente usa a tradicional florzinha de papoula vermelha na roupa.
7) E o lado ruim do Canadá?
Porque sim, apesar de eu me desdobrar em elogios toda vez que me perguntam sobre a vida em Toronto, aqui também tem lá as suas canseiras.
Uma delas é o transporte público, que está defasado em uns 10 anos. Pra começar, ele é fortemente baseado em ônibus - que, justiça seja feita, são ótimos, tem motores híbridos (diesel/elétrico), todos tem rack para bicicleta, todos tem rampa para cadeira de rodas... mas que são muuuuuito lentos por causa da quantidade de pontos de ônibus espalhados nas ruas. Pra você ter uma ideia, a velocidade média do ônibus que pego todo dia pra ir ao trabalho é de 12km/h. O metrô seria mais rápido, mas Toronto tem míseros 68km de linhas interligando a cidade (São Paulo tem mais de 330km).
Outra chatice é não poder comprar cerveja no supermercado: bebida alcoólica é fortemente regulada e só é vendida em duas lojas (Beer Store - dã! - e LCBO). Beber ao ar livre pode, mas só em áreas licenciadas e fisicamente delimitadas. É comum você ir a um show ou uma feira e ter um "cercadinho" onde as pessoas podem beber.
A Bê me lembrou outras coisas complicadas:
- O sistema de saúde. Sim, ele funciona e é gratuito, e o Canadá é pioneiro mundial em várias áreas avançadas da medicina (transplantes, por exemplo). Mas pras coisas simples, como fazer um exame de sangue ou comprar seu anticoncepcional, você precisa obrigatoriamente passar por uma consulta médica demorada e inútil. E o padrão da medicina daqui não é nada preventivo: o foco é tratar a doença depois que ela acontece.
- As festas e a vida noturna. Não tem jeito: ninguém sabe fazer uma boa festa como os brasileiros sabem. As festinhas de escritório então, para aniversariantes, aposentados e etcetera, são desesperadoras. E nem vou comentar o quão ridículo é ver o norte-americano tentando dançar...
- A tevê. Tirando as minisséries, a programação da TV aberta é praticamente inassistível.
- O comportamento passivo-agressivo do canadense. Pra gente da cultura latina o normal é sempre deixar claro o que se está sentindo - o que inclui armar eventuais barracos. Já o canadense é reservado e estereotipicamente bonzinho, portanto a sua agressividade é velada e passiva e, portanto, intensamente tóxica. Eu nunca vou me esquecer de um domingo, logo que cheguei, quando eu estava procurando vaga pra estacionar num shopping lotado e, sem querer, "roubei" uma vaga de um cara. Ele passou com o carro do meu lado, me olhou do jeito mais desprezível que existe e disse: "Você sabe dar seta? Pois é, deveria usá-la mais vezes então".
Mas o principal problema canadense é, sem sombra de dúvida, o inverno. Viver fica bem mais complicado quando você tem boas chances de morrer congelado se sair na rua despreparado.
8) Conclusão?
No post sobre o que me fez decidir sair do Brasil eu usei uma frase bastante peculiar sobre a minha relação com o país:
E aí eu e o Brasil ficamos muitos anos nesse casamento de aparências: não temos nada a ver um com o outro mas estamos aí, juntos.
Pegando carona nessa mesma analogia, esse primeiro ano de Canadá tem sido como aquele primeiro ano de namoro (a chamada "fase rosa") onde tudo é alegria. As minhas suspeitas de que "a gente tem tudo a ver um com o outro" estão todas se concretizando. Mas eu estou tentando não me apegar enquanto o outro lado não demonstrar que quer mesmo compromisso - em outras palavras, meu visto tem data pra acabar.
De qualquer forma, mesmo se der tudo errado e eu precisar voltar ao Brasil, o que eu traria comigo é um sentimento que esta estadia canadense tem me demonstrado e que, por uma série de motivos, eu nunca aprendi a cultivar: a gratidão. Acho que essa é a principal herança do ano de 2015 e vou me esforçar pra conservá-la - com ou sem thanksgiving.
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Retrospectivas anteriores:
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Uma centena de metros em uma linha reta perfeita
2012-10-31 05:26:23 +0000
Debaixo do proverbial sol de meio-dia de sábado e já uns 15 quilômetros haviam ficado pra trás: os primeiros até a estação Santo Amaro e, de lá, os restantes lado a lado à fedorenta margem do Rio Pinheiros. Sempre ao norte, até o fim da ciclovia, onde tem um posto de apoio debaixo do viaduto que salta sobre a estação Ceasa do trem.
Comprar uma bicicleta - a clássica Caloi 10, mas no modelo 2012 - foi uma grande ideia. Na verdade foi inevitável, depois que entendi que existe um mundo além das mountain bikes e que esse é um mundo de bikes speed, que me ultrapassaram tantas vezes quando fui me aventurar na ciclovia usando a bike tosca de supermercado que eu precisava experimentar como era isso de bicicletas feitas pra voar pelo asfalto liso, ao invés de sofrer em trilhas poeirentas ou de despencar morro abaixo. Nunca vou me esquecer de quando montei na Caloi 10 pela primeira vez: arredia e instável quando lenta, algumas pedaladas depois e eu fascinado com o quanto ela corria. "Isso é um foguete", pensava.
Pedalar pro norte na ciclovia é normalmente contra o vento, portanto bem sofrido e mais devagar, mas aí você para no posto de apoio e bebe uma água e checa o celular, com a desculpa de ver se aquele app de GPS tá mapeando certo o trajeto, mas que no fundo é pra aliviar a consciência de que ninguém te ligou com alguma bomba no trabalho. O que me remete aos momentos antes de sair pra pedalar. Eu trançando pela casa, inquieto, com um nó no estômago, sem entender se aquilo era ansiedade para sair logo de casa e pedalar ou se era o resultado da semana caótica e da insônia da última quinta-feira. Eu nem me lembro do que eu via na tevê às quatro da manhã de quinta, pra tentar pela décima nona vez ocupar a cabeça com algo que me acalmasse - ou com qualquer outra coisa que não fosse a angústia de ver as horas passando e nenhum sinal de sono, mesmo estando exausto do trabalho, e esse dilema do cansado-mas-aceso dando um aperto no peito, exatamente igual ao que eu sentia na manhã de sábado, capacete da bike na mão, garrafa d'água na outra, decidindo ir logo pra rua pra ver se aquilo passava independentemente da causa.
Então eu fui, e assei no sol de meio-dia, e suei e cheguei bem cansado no posto de apoio e no meu celular não tinha nenhum telefonema do trabalho, só umas notificações do Facebook que nem quis ver pra não quebrar a sensação de que aquele momento ali era só meu.
Era só meu e o caminho da volta ia ser com vento a favor, e ainda restava uma boa meia hora do podcast de Drum'n Bass nos fones. Eu devo boa parte dos 10 quilos que perdi nos últimos meses à precisa curadoria de DJ Risky em seu podcast (semi) semanal. "Risky killin' it from every single angle!", diz uma das suas muitas vinhetas. O sentimento é de que você pode levantar qualquer peso na academia, correr qualquer distância, e de que a violência do esforço de músculos cansados na verdade é uma delícia e vai ser ótimo esmigalhar os pedais e acelerar ciclovia abaixo com vento a favor. É um foguete a Caloi, com vento a favor então é ainda mais. E ninguém me ligou, então eu estava livre.
Nos primeiros metros de retorno à ciclovia o velocímetro passou fácil dos 30 quilômetros por hora, e à frente só a longa reta que termina na ponte Cidade Universitária, nenhum outro ciclista por perto. Larguei o guidão, respirei fundo o ar podre do rio Pinheiros e abri os braços por alguns instantes. Antes arredia e instável, agora a Caloi 10 seguiu quase uma centena de metros em uma linha reta perfeita, e me senti relaxado.
Foi o único momento da semana inteira em que me senti relaxado.
No fim das contas acabei exagerando e pedalei cinquenta quilômetros no total - uma ida e volta completa em toda a extensão da ciclovia. Cheguei em casa e demorei umas 2 horas só pra conseguir levantar do sofá e tomar um banho. Com corpo e mente com cansaço finalmente sincronizado, alternei cochilos e sono noturno picado até o final do domingo - mas pelo menos dormi alguma coisa.
Durou só até essa madrugada de terça pra quarta. São duas da manhã e nem tentei ir dormir ainda.
2012 não está sendo fácil. 2012 não está sendo nada fácil.
O gerente de projeto mais rápido do oeste
2012-02-17 12:42:33 +0000
Daí que esse ano teremos um projetão monstruoso na agência e o contrato dele com o cliente inclui um GP full-time - que eu estava suando pra achar pra contratar.
Muitos CVs e entrevistas depois, achei um cara. Ele começou a trabalhar na agência numa quarta-feira. Na segunda da outra semana, como ele já estava ambientado, resolvi dar as "boas vindas" oficiais como eu sempre faço: eu tiro uma foto do cara e mando um email pra todo mundo, de SP e de Recife, apresentando "virtualmente" a pessoa pra equipe inteira.
Como de costume, o pessoal de Recife sempre responde o email fazendo alguma piadinha. Dessa vez o pessoal começou a responder com vídeos do YouTube, como:
- "Welcome to the jungle", do Guns'n Roses
- A cena do bombardeio em Apocalypse Now, ao som da cavalgada das valquírias
- O clipe de "Cilada", do Grupo Molejo, ou o clássico "É uma cilada, bino!", do Carga Pesada
Quinze minutos depois dos emails, o cara me chama pra conversar, diz que recebeu uma outra proposta de um projeto "irrecusável" e pede demissão... :)
Retrospectiva 2011
2011-12-10 05:45:19 +0000
Nada poderia me preparar para 2011. E, de certa forma, não fosse tudo que vivi nas últimas décadas e eu não estaria pronto para 2011.
O ano começou comigo pulando de cabeça num mercado completamente novo: o da publicidade. E aí os dias começaram a virar sagas épicas de caos, suor e muito, MUITO trabalho. Eu nunca trabalhei tanto quanto em 2011: meu horário "normal" de sair da agência é lá pelas nove da noite. Trabalhei várias madrugadas, trabalhei finais de semana, trabalhei até no carnaval.
Mas trabalhei todos os dias com gosto e com sangue no olho: eu não estava mais limitado a apenas sugerir coisas pro meu cliente e rezar pra ele ter a boa vontade (ou os colhões) de implementar. Ao contrário dos dias de consultoria, aquilo ali era a minha operação, meus projetos, minha equipe - minhas entregas.
Junte a isso o fato de eu estar finalmente trabalhando com o que eu sempre quis (internet) e pronto: eis um homem totalmente pilhado.
Tão pilhado que me envolvi até mais do que devia, e 2011 acabou também sendo o ano onde eu menos dormi. Eu já estou quase desenvolvendo um padrão de insônia onde eu durmo lá pela meia-noite, acordo pontualmente às 4 da manhã e não consigo mais pegar no sono porque fico pensando em trabalho. E o meu colesterol só tá em ordem graças às estatinas.
Parte disso é justificado porque 2011 foi o ano dos problemas estapafúrdios: tive que lidar com fornecedor tentando me dar o cano, fornecedor abandonando projeto no meio, cliente reclamando porque puseram palavrão em código-fonte de site, princípio de incêndio em aparelho de ar condicionado (sério!) e até sabotagem em projeto. Eu fiz trabalho de psicólogo, diretor de arte, arquiteto de informação, atendimento, mestre de obra, RH, financeiro... fui até organizador de buffet para eventos. Carreguei caixa e montei computador, em pleno sábado, no dia em que tivemos que nos mudar do prédio em Recife porque não cabia mais todo mundo no anterior.
Mas todo o suor, stress e noites mal dormidas compensaram. Estou fechando o ano com centenas de projetos entregues, a grande maioria sem atrasos ou problemas de qualidade. Os problemas críticos da operação todos sumiram. Mesmo com a equipe triplicando de tamanho, o custo do homem/hora quase não variou e a rentabilidade da operação tá tinindo. E em menos de um ano de agência eu fui promovido a diretor.
E o mais legal: no meio desse caos todo eu ainda arrumei tempo (e dinheiro) para, finalmente, comprar um apartamento. A mudança deve ser antes do natal, bem na véspera da festa de fim de ano da agência.
Falando em festa, a imagem aí embaixo é o convite. O tema desse ano vai ser "Las Vegas":
Simbólico. O destino me deu boas cartas este ano - e, modéstia às favas, eu joguei bem pra caralho.
If I could settle down / then I would settle down
2011-09-16 02:38:05 +0000
Há quatro anos, quando me mudei para São Paulo, comentei que desde 2003 todo ano teve um mega-acontecimento significativo, que provocou mudanças drásticas na minha vida:
2003: Larguei minha carreira em TI
2004: Comecei oficialmente uma nova carreira de consultoria
2005: Morei no Canadá
2006: Me casei
2007: Me mudei para São Paulo
2008: Virei consultor-sênior e me certifiquei como PMP
2009: Fui retirado de um projeto. Pode não parecer, mas isso foi muito significativo e provocou mudanças boas.
2010: Larguei a consultoria e fui trabalhar numa agência de publicidade
...e agora veio a mudança drástica de 2011: eu vou, finalmente, comprar um apartamento em São Paulo.
Já faz um tempo que estávamos pensando nisso. Eu já não sou mais aquele jovem de vinte-e-tantos anos e, conforme vem a idade, chega o momento de começar a estabilizar a vida, formar um patrimônio, pensar no futuro, essas coisas que dizem nas propagandas de previdência privada ou seguro de vida.
Ter meu próprio imóvel na cidade também significa que eu estou colocando um "anel de compromisso" em São Paulo - significa que não estamos mais apenas flertando com a cidade pra ver no que dá. A partir de agora é nóis na vida loka, mano.
O processo todo para achar o apartamento, como tudo na minha vida, foi bem simples:
- Primeiro eu fui juntando dinheiro pra poder dar de entrada.
- Enquanto isso veio o boom imobiliário e os preços tipo duplicaram num espaço de três anos.
- Junto com os preços para compra, subiram também os aluguéis - e meu contrato de aluguel começou a ficar perigosamente próximo de vencer.
- Trabalhar 12 horas por dia na agência não me deixa exatamente com tempo livre para ficar procurando imóveis. A solução foi usar uns 40 minutos que me sobravam de manhã cedo pra escarafunchar apartamentos na internet, e usar os finais de semana pra ir visitar os bons.
- Durante estas visitas a gente via que 90% dos "bons da internet" eram um lixo na vida real: eram perto de favelas, eram longe de tudo, eram colados em avenidas barulhentas, eram debaixo da rota dos aviões de Congonhas, enormes mas velhos, novinhos mas minúsculos, etc, etc. Então todo final de semana terminava comigo frustrado e vendo os preços subindo 2% ao mês.
- Repita os últimos 2 passos por SETE MESES.
De por quê eu adoro transporte coletivo
2011-06-17 22:03:13 +0000
14:10 - Estou na Vila Olímpia, após um almoço com um fornecedor. Ligo para a cooperativa e peço um táxi pra voltar pro trabalho. A menina me diz que me liga em seguida para informar qual o número do carro que vai me atender.
Mau sinal. Se ela não me disse o número do carro na mesma hora é porque não tem carro livre...
14:20 - Cansei de esperar a ligação. Começo a andar até a estação do trem.
14:30 - Chego na estação e pego o trem.
14:45 - Desço do trem.
14:50 - Chego no trabalho, escovo os dentes.
15:05 - Entro numa reunião.
15:20 - Saio da reunião.
15:25 - O telefone toca. É a cooperativa, dizendo o número do carro e avisando que ele chega em 5 minutos.
Como perder o ônibus de maneira épica
2011-06-04 05:02:36 +0000
8:45:33 - Estou terminando de comer meu café da manhã na padaria da esquina. A padaria é bem em frente ao ponto de ônibus que eu usaria para chegar ao trabalho (já que a CPTM tava de greve).
Distraído, observo os ônibus passando enquanto dou minha última mordida no pão. Veio um, dois, cinco ônibus, e nenhum era o meu. Aí pensei: "aposto que, quando eu estiver pagando minha conta no caixa, meu ônibus vai passar e eu vou perder".
8:45:40 - "Bom, já que é assim eu não vou levantar, assim não perderei o ônibus".
8:45:45 - "Tá, mas se eu não me levantar eu não chego no trabalho, então não tenho muita opção".
8:46:02 - Estou na fila do caixa. Olho para o lado e - adivinha! - é o meu ônibus. Sorrio um sorriso amarelo de descrença e self-schadenfreude e começo a me sentir duplamente um idiota: por acreditar nessa superstição de que eu perderia o ônibus e por ela realmente ter acontecido.
8:46:04 - Reparei que haviam mais dois ônibus na frente do meu, fazendo uma espécie de fila no ponto. Olhei para a fila do caixa e só havia uma pessoa na minha frente.
E me deu um estalo: se eu for rápido o suficiente e entregar o dinheiro trocado, dá pra correr até o ponto em tempo de pegar o ônibus.
8:46:06 - O primeiro ônibus arranca e vai embora. Olho pra conta na minha mão: 3,00 do suco de laranja mais 1,50 do pão na chapa. Abro a carteira apressado, retiro duas notas de R$ 2 e começo a escarafunchar o compartimento de moedas, rezando para achar cinquenta centavos.
8:46:08 - Olho de novo pro ponto. O segundo ônibus já havia parado e saído, e só sobrou meu ônibus, já abrindo as portas pro embarque/desembarque. A fila do caixa continuava parada e, no meio das minhas moedas, só achei uma de R$ 1.
8:46:09 - "Que se dane!", pensei. Peguei os R$ 5, deixei em cima do balcão junto com a conta e comecei a correr em direção ao ponto.
8:46:10 - Meu ônibus arrancou e saiu.
Top Chef - Comida Caseira Edition
2011-04-12 04:24:18 +0000
Aqui em casa anda-se comendo muito bem. Méritos todos de Bethania, já que minha participação se resume apenas a arrumar a cozinha depois.
Uma das causas disto é que outro dia uma amiga mineira veio nos visitar e acabou emprestando um livro de receitas: "Revolução na Cozinha", de Jamie Oliver. Eu sempre achava que "culinária de TV" era tudo picaretagem, até que Bethania começou a fazer algumas receitas do livro.
Meu amigo, minha amiga, eu fiquei perplexo. Cê junta meia dúzia de ingredientes (as receitas são surpreendentemente simples) e de repente sai comida nível "restaurante grã-fino que ganha estrelas Michelin". Sem exagero.
A última que fizemos foi um stir-fry de salmão, à moda asiática. A combinação do peixe com o leite de coco e o curry ficou, simplesmente, espetacular. E o tempo de cozimento foi o mesmo de um miojo: TRÊS minutos.
Mas foi no carnaval que a gente abusou do livro. Fizemos um salmão com molho pesto, vagens e batatas amassadas que, meu amigo...
Nunca imaginei que molho pesto ia tão bem com salmão. Acho que daí é que vem a genialidade do livro: combinações inusitadas, simples e surpreendentemente boas.
Outra delas é a ideia de enrolar frango em presunto parma, temperar e fritar. Fica inacreditavelmente crocante.
Outra variação dessa história de enrolar que achamos no livro envolvia bacalhau e nada menos do que bacon - a iguaria predileta de toda a internet. Claro que bacon transforma tudo em uma bomba de colesterol, mas eu simplesmente TINHA que comer aquilo.
O livro é tão bom que acabou "sequestrado" aqui em casa, e estamos deliberadamente enrolando pra devolvê-lo para sua dona original (que, por sinal, fez um frango indiano incrível pra nós - em receita também retirada do livro). Mas é questão de tempo até comprarmos nossa própria cópia - que custa uns R$ 60, mas que rende dezenas de jantares que com certeza custariam o triplo disso.
Explosions in the PowerPoint
2011-04-12 03:47:37 +0000
Outro dia, na agência, o cara de uma produtora de software foi lá apresentar seus serviços pra ver se a gente o contratava.
Aí a gente se sentou, ele ligou seu Macbook no projetor, lascou um F5 no seu PowerPoint e, de repente, WHOOSH! - um raio luminoso corta a tela inteira, deixando partículas eletrificadas no ar que, lentamente, vão desenhando uma frase: "Inovação em Software".
E eu pensando: "Não."
Mas os raios e trovões continuavam: ZAP! "Soluções em TI". BZIIIUM! "Resultados". E, estupefato, tive que aceitar os fatos: eu estava diante de uma daquelas infames introduções em Flash. Mas era no PowerPoint.
A cena final tinha o nome e logomarca da empresa... e um meteoro de luz caindo ao fundo e explodindo na forma de uma galáxia. KA-BOOM!
Foi um arraso.
A saga das contratações
2011-02-22 04:29:54 +0000
Como todo bom gestor brasileiro, estou com menos gente do que deveria na minha equipe. Só que, ao contrário do Esparroman, fui liberado para preencher minhas vagas faltantes.
E, meus amigos, vocês não sabem o suplício que é contratar gente.
Pra começar eu estava contratando gerentes de projeto (uma profissão relativamente nova), para tocar projetos online numa agência de publicidade (outra coisa relativamente nova), o que reduz consideravelmente meu público-alvo. Pra piorar, o RH da agência também está "understaffed and overworked" e não poderia me ajudar muito: eu teria que fazer a maior parte da seleção sozinho.
Outro agravante é que, no meu networking, só tem GPs que tocam projetos "analógicos" (construir prédio, etc.) e/ou GPs que moram em Belo Horizonte, então eu teria que sair buscando currículos no atacadão mesmo (ou seja, nos @trampos da vida).
A outra opção seria evocar os poderes do PMP e buscar um GP usando a seção de "vagas" do site do PMI São Paulo. Só que, como eles estavam lançando uma versão nova do site, num ato de estupidez inexplicável, eles tiraram a versão antiga do ar por uma semana. E, claro, foi justamente na semana que eu tinha pra selecionar gente. Sei lá, eles devem achar que fazer um upgrade de website é igual uma reforma de prédio onde tem que fechar tudo antes.
Mas, sites "under construction" à parte, anunciei a vaga por aí e então começaram a vir os CVs. E então, meu amigo, abriu-se a caixa de Pandora:
- Se eu fosse considerar erros de português como critério eliminatório, não sobrava ninguém. Era "pretenção salarial" pra lá, "trabalhei a 4 anos" pra cá. Tinha de tudo. Tinha até um cara que se dizia "fluente em quarto idiomas".
- Eu achei que era lenda urbana, mas recebi uns 2 ou 3 currículos de mulher com foto. Uma delas, inclusive, tomou o cuidado de posar meio de lado pra deixar o decote bastante evidente.
- Tinha gente que não tinha o perfil da vaga e, por isso, mandava uma carta de apresentação que mais parecia um testamento, implorando pelo emprego. Teve gente que argumentava dizendo que veio do nordeste, que era de família pobre. Chega a ser triste.
E os CVs iam chegando, às dezenas. Me lembro que um dia já era quase meia-noite e eu lá, com os olhos ardendo do brilho do monitor, lendo currículos; eu abria um deles, fechava os olhos e rezava baixinho: "por favor, Deus, faça pelo menos esse ser bom, por favor".
Como ainda não perdi as manias de consultor, eu tinha um método para peneirar os currículos: se o CV estivesse muito fora do perfil (você não imagina o quanto de currículo de redator que eu recebi), era desclassificado na hora. O resto recebia duas notas: uma para formação (escolaridade), outra para experiência e outra para conhecimento, todas numa escala de 0 a 10 e com pesos diferentes (formação tinha peso 1, conhecimento tinha peso 2 e experiência, peso 3). Daí a média ponderada das três notas dava um score inicial do candidato. Os mais bem-colocados eram entrevistados, e recebiam uma nota de 0 a 10 pela entrevista. A nota da entrevista era sempre multiplicada pelo score inicial, o que resultava numa nota final variando de 0 a 100. A multiplicação é importante, porque fazia a entrevista valer muito: uma boa entrevista podia elevar muito o score de um candidato mediano - ou gongar um que era brilhante no CV mas ruim em pessoa.
E as entrevistas... bem, teve candidato que deu sono, teve candidato que tentou me enrolar quando não sabia responder alguma coisa técnica, teve candidato que, quando perguntado por que queria deixar o emprego atual, disse: "Pois é, eu me fiz essa mesma pergunta quando estava vindo pra cá". E teve uns que foram brilhantes.
Mas como estávamos entrevistando gente para trabalhar com essa coisa moderna que é a internetcha, é óbvio que eu Googlei todo mundo antes, fuçei Twitter, Linkedin e o escambau. E para vários deles eu separei um tweet bem polêmico que eles tivessem postado (reclamando do emprego atual, falando mal de algum cliente, etc.), imprimi e, no meio da entrevista, botei na frente deles e disse: "me explica isso".
Sacanagem? Bom, no dia-a-dia de gerente de projeto eles também teriam que rebolar diante de situações inesperadas - e era isso que eu queria testar. O assunto do tweet pouco importava. Alguns gaguejaram mas se saíram bem, outros debandaram para o desculpismo ou a negação.
E horas, horas, horas e mais horas de entrevistas depois, eu tinha os campeões. O último deles assumiu o trabalho ontem. Satisfeito por fazer a minha parte para as estatísticas de trabalho formal da Dilma Roussef, limpei o suor da testa e pensei: "Pronto. Não vou precisar mexer com contratações tão cedo".
No mesmo dia saiu na imprensa a notícia de que a agência havia conseguido uma conta gigantesca. Mas gigantesca MESMO. E um email do meu chefe:
"Cara, vamos ter que contratar muita gente!"...
Pauta da reunião: urina
2011-01-12 03:16:05 +0000
Daí que ontem, no meio do caos de sempre, pintou uma reunião-surpresa com meu chefe, um dos VPs e o CEO da agência.
Acho que o fato de eu estar trabalhando numa agência deixou Murphy mais criativo, então ele resolveu que eu não teria aqueles problemas de sempre de falar alguma gafe ou de escrever onde não devo. Murphy resolveu inovar.
Foi a reunião começar e eu precisei, imediatamente, ir ao banheiro. "Ah, paciência, vou ter que aguentar até acabar", pensei. E aí Murphy, com um inesperado, porém total, domínio das minhas funções renais, foi fazendo o aperto ficar rapidamente cada vez pior.
Cinco minutos de reunião e eu já me endireitei na cadeira e cruzei as pernas.
Dez minutos e eu já evitava me mover porque tudo ardia dentro da barriga.
Quinze minutos depois e me corriam uns arrepios na espinha que me faziam (discretamente) me contorcer na cadeira e agarrar os braços estofados dela, naquele estilo "orgasmo de pornô softcore".
Obviamente o normal seria eu me levantar e ir ao banheiro, mas o assunto da reunião era seríssimo. Então eu fiquei esperando o assunto bandear pra alguma coisa irrelevante ou alguém vir com algum papo fora da pauta, porque isso sempre acontece em reunião. Mas não! Não naquele dia, onde todo mundo estava possuído por um espírito de praticidade que eu NUNCA havia visto em toda a minha carreira, e TUDO que era dito era relevante. E eu sequer conseguia pensar, com aquele pequeno oceano querendo vazar das minhas virilhas.
Eu aguentei até onde deu. Até a hora em que fiz que meu celular tinha tocado e saí da sala. Meus pensamentos no breve trajeto sala de reunião - banheiro - sala de reunião foram:
- Putaquepariu putaquepariu putaquepariu putaquepariu putaquepariu putaquepariu putaquepariu putaquepAAAAHHHHH... putamerda tenho que voltar rápido putaquepariu putaquepariu putaquepariu putaquepariu putaquepariu...
Masturbação e caos aéreo
2011-01-06 18:32:38 +0000
Daí que esta semana eu fui à Recife e estava, com o coordenador geral de lá e com a líder da equipe de social media, entrevistando uns candidatos pra uma vaga que abriu no mês passado.
Eu ainda não tinha participado de nenhuma entrevista pras vagas de Recife, e a primeira coisa que notei é que meu coordenador falava mais que a entrevistada. Bem mais. Mas tudo bem, eu me intrometia e perguntava outras coisas, tentava deixar a menina mais à vontade e apesar de tudo a entrevista seguia bem.
Acontece que na nossa equipe de social media tem um cara chamado Tomás, cujo apelido não é lá muito fraterno: "Tomás Turbano" (possível origem do apelido aqui). E na entrevista meu coordenador, falando pelos cotovelos, começa a contar da equipe de social media:
- Então, tem três pessoas, a fulana, a sicrana e o Tomás Turbano...
---
Eu achei que meu pior episódio com aeroporto iria acontecer na minha carreira de consultoria, mas não: foi agora, no voo de volta de Recife.
Pra começar não tinha nenhum voo em horário decente, então acabei obrigado a vir num que saía de lá às 23h e que, por causa do horário de verão, chegava em SP - ou melhor, em Guarulhos - às três da manhã.
E aí o voo atrasou nada menos do que TRÊS HORAS.
Pra piorar, no embarque tinha uma família barraqueira. Mas barraqueira MESMO. Não fossem os detectores de metal da sala de embarque eu tenho certeza que um dos tiozões lá tinha tirado a peixeira da cintura e cortado o bucho de alguém, no melhor estilo nordestino. Teve bate-boca, teve bate-bate na porta de vidro que dá acesso ao finger, teve de tudo. E o voo ia atrasando.
E pra piorar ainda mais, lá pelas duas da manhã, o povo da família barraqueira começou a passar mal. Primeiro foi uma das crianças, que vomitou no chão bem em frente ao portão. Aí uma senhora idosa começou a querer desmaiar e o pessoal, aos gritos, começou a pedir um médico. Veio um funcionário da Anac, que sem o menor tato avisou que o médico ia demorar porque estava atendendo "um caso muito mais urgente que esse aí". Aí a família barraqueira perdeu a compostura que ainda restava e ficou berrando coisas tipo "CADÊ O MÉDICO DESSA PORRA?!" por uns quinze minutos, até que o médico finalmente apareceu.
Aí o embarque finalmente começou. Botei meus fones e pensei: "finalmente, agora vou conseguir dormir um pouco no voo". Só que o piloto fez o favor de botar o ar condicionado numa temperatura POLAR e eu, ao invés de cochilar, tremi de frio por três horas.
Pra completar, quando pousei em Guarulhos, lá pras seis e meia da manhã, desorientado de cansado, já tinha engarrafamento na marginal, na Av. Stos Dumont e na 23 de maio.
Cheguei em casa com minha mulher já se arrumando pra ir trabalhar. Aí chutei o balde e resolvi que ia pra agência só à tarde. Troquei de roupa, me enfiei debaixo das cobertas e pensei: "pronto, AGORA eu durmo, pelo menos algumas horinhas".
Mal sabia eu. Peguei no sono e, dez minutos depois, POU POU POU POU: havia alguém destruíndo meu quarto - a marretadas. Acordei em pânico e demorei uns minutos pra descobrir o que diabos era aquilo: meu vizinho está reformando o apartamento e estavam quebrando exatamente a parede que divide meu quarto com o dele. Mas o som era como se Thor estivesse tendo uma crise nervosa e quebrando toda a minha mobília. Pra piorar um pouquinho mais, entre uma marretada e outra, tinha um cara com a clássica furadeira.
Foi lindo.
Retrospectiva 2010
2010-12-20 22:40:37 +0000
Janeiro - meh.
Fevereiro - meh.
Março - meh.
Abril - New York. Mas fora isso, meh.
Maio - meh.
Junho - meh.
Julho - Entreguei o maior projeto da minha carreira (o de Brasília) com sucesso. Mas no geral, meh.
Agosto - meh.
Setembro - meh.
Outubro - meh.
Novembro - OPA!
Dezembro - AGORA SIM!
Os primeiros dias d'O Primo numa agência de publicidade
2010-12-20 00:33:05 +0000
Já vão-se aí umas três semanas de trabalho no emprego novo. Já tive que viajar pro nordeste, ainda não consegui sair do trabalho no horário em nenhum dia, já tive que apresentar trabalhos pro CEO, já tem duzentos mil pepinos pra resolver, e quando eu penso em uma palavra pra resumir estas duas semanas eu só consigo pensar em "lua de mel".
Porque é a única expressão que resume aquelas situações onde você está sendo fodido mas adorando cada minuto.
A parte do "fodido" é por causa do tamanho da encrenca: dezenas de pessoas e de projetos na minha mão e nenhuma - eu disse NENHUMA - estrutura de gestão. O que no fim é ótimo, já que em vez de brigar pra mudar o status quo, eu tenho autonomia pra montar o meu próprio esquema de gestão, do zero, mas certinho.
Já a parte do "adorando cada minuto" é porque eu estou fazendo o que mais sei fazer num ambiente de trabalho que... bem, isso daria um post enorme se eu fosse contar tudo. Mas falemos de alguns destaques:
- Não é incomum que, no meio do dia, sem aviso, o andar inteiro comece a aplaudir alguma coisa. Na última sexta, por exemplo, um dos caras percebeu que o colega havia tirado o aparelho dentário e começou a comemorar. Foram cinco minutos de aplausos.
- Toda sexta-feira é feita a premiação da menina mais bem vestida da semana. Tem até um troféu, enorme, que a vencedora, sob efusivos aplausos e normalmente morrendo de vergonha, é obrigada a levar pra sua mesa. É hilário.
- Todo mês tem uma festa, dentro da agência mesmo, para comemorar alguma coisa, seja uma conta nova ou algum outro bom resultado. Mas é uma festa mesmo, com open bar e DJ e o escambau. E pelas histórias que ouvi, a coisa é, digamos, intensa nessas festas. Como eu comecei a trabalhar em dezembro, não peguei nenhuma das festas mensais. Mas vou pegar a lendária festa de fim de ano. Quando recebi o convite (abaixo) no meu email, meu queixo caiu:
Serão doze horas de festa. O RH até mudou o horário de trabalho por causa dela.
- Num dos cantos do andar fica o pessoal da criação, que é o epicentro da maior parte das maluquices que acontece durante o dia. A criação é um lugar absolutamente bizarro: é uma bagunça, tem brinquedos (pistolas nerf, frisbees) espalhados por toda parte, as paredes são cobertas de cartazes cujo mote predominante são pênis. Sim, pênis: de ilustrações de caralhinhos alados a fotos de gente com tatuagem de Pinóquio na virilha (aonde o nariz é... bem, você já entendeu). Às vezes você passa por lá e alguém bota pra tocar, bem alto, o vídeo do PUDDI PUDDI PUDDI, só de sacanagem. Semana passada o pessoal foi na lojinha de conveniência do posto de gasolina que fica atrás da agência, todo mundo comprou alguma quinquilharia (cerveja, DVD genérico, revista, etc.) e fizeram um amigo-secreto-relâmpago no meio do expediente.
- Na hora do almoço ou nas conversas de corredor é possível conversar sobre assuntos dos quais eu jamais consegui falar em sete anos de consultoria, como jogos clássicos dos videogames ou a iminente (quase) morte do Delicious. Só para fins de comparação, mês passado, ainda como consultor, eu tentei conversar sobre o Planeta Terra num dos almoços de trabalho e as pessoas achavam que eu estava falando do planeta Terra mesmo.
Em resumo: tá tudo muito divertido, e assim dá gosto encarar a pressão. Mas ainda tem muito desafio pela frente.
Síndrome da Península Ibérica
2010-08-12 03:42:29 +0000
Daí que em tempos de demanda absurda na minha empresa de consultoria entra trabalho em qualquer buraco que sobra na agenda. Tanto que ontem e hoje passei dois dias fazendo um diagnóstico numa empresa.
E lá estava eu, com a cabeça cheia de café, revirando dados com o Excel, quando uma colega da equipe resolve tirar uma dúvida com um dos diretores. Só que a empresa foi comprada recentemente por um grupo de investidores portugueses (as in "de Portugal" mesmo) e o diretor em questão era português.
Daí o cara me entra na sala, senta-se do meu lado e, naturalmente, começa a falar com o velho e bom sotaque lusitano:
- Pois que o mercado há de subire no próximo semestre e...
Em questão de SEGUNDOS meu cérebro deu pau e todo e qualquer pensamento foi substituído por nada menos do que isso aí debaixo:
Eu não sei se foi fruto do hábito da minha cabeça de viver fazendo associações absurdas - coisa que geralmente resulta em boas ideias mas que às vezes dispara pela culatra - mas deu pau GERAL nos neurônios e tudo que eles faziam era resgatar referências linguísticas portuguesas obscuras do YouTube com as quais eu já tinha tido algum contato. Travou tudo. O cara ia falando de financiamento de governo pra lá e custo de operação pra cá e eu só conseguia pensar em "eu quero dois p'cutinhos de cacauetes em vez d'um!".
Mas não, eu não ia ser passado pra trás pelo meu próprio subconsciente. Me endireitei na cadeira e pensei: "Vamo lá. É só um sotaque. Concentre-se".
Alguns segundos depois e eu já havia reconquistado a compostura. Até que, de repente, me vem à cabeça duas palavras.
BRUNO ALEIXO.
Aí danou-se tudo. O cara falava e na minha cabeça eu só via a cara peluda de Bruno Aleixo dizendo "quero ser imigrante cá em Coimbra, pra poder dormir em minha própria cama".
A sorte é que o cara se explicou rapidamente (e sim, consegui prestar atenção na explicação, apesar de tudo) e saiu.
Pedaços de posts que nunca concluí
2009-12-29 05:22:13 +0000
Em nenhuma ordem ou contexto específico (Viva o caos!).
Teorias sobre motivação, existem várias. Apenas duas funcionam: 1) Dinheiro e 2) Café. Tem também o 3) Sexo, mas essa tem uma série de complicações jurídicas quando usada em ambientes corporativos.
- E esses bonequinhos 3D em overlay no campo, hein Globo? Tá parecendo Age of Empires…
- Que mau gosto o dessa camisa do Flamengo. A fonte do nome do jogador é a mesma dos filmes do Homem Aranha que é a mesma do Playstation 3.
- Esses gritos de guerra do Flamengo não rimam não? “Dá-lhe dá-lhe ô / Mengão do meu coração”?
- (Quando a TV digital dá interferência e a tela se enche de “glitches”): E pensar que meus filhos nunca vão saber o que são chuviscos de uma TV analógica fora do ar…
Então que agora eu virei consultor-líder do maior contrato do ano da minha empresa de consultoria e meu dia de trabalho consiste, basicamente, de um continuum de reuniões.
Ontem uma delas era para acertar o escopo do trabalho com uma das gerentes do cliente. Daí que eu cheguei e me sentei na mesa todo pimpão e todo mundo tava batendo cabeça e eu incorporei o exu de consultor-líder e saí, ao mesmo tempo, colocando ordem na bagaça e tomando cuidado para não desautorizar a mulher (que, pô, era a gerente da coisa). E ela lá, só ouvindo.
Até que, no meio do meu “leadership spree” eu saio falando que…
- …então acho importante seguir as orientações da Miriam.
E ela rebate:
- Meu nome é Luiza.
Brunetto
Comida Italiana - Site: Não tem.
Rua Dr. Renato Paes de Barros, 465 - Itaim Bibi
Sabe, normalmente a comida italiana me motiva... motiva a tirar um cochilo depois. Só que a do Brunetto (onde almocei hoje) estava TÃO boa que me motivou a escrever este post. Diz Bethania que os donos moraram na Itália, então deve ser por isso que as massas são tão gostosas. Ah, não deixe também de comer a bruschetta do Brunetto (por mais transsexual que isso possa parecer).
Kebaberia
Kebabs (comida árabe) - http://www.kebaberia.com.br/ Rua Dr. Renato Paes de Barros, 777 – Itaim Bibi Rua Joaquim Floriano 179 – Itaim Bibi
Quando se pensa em Oriente Médio normalmente o que vem à cabeça é "terrorismo", "petróleo", "Prince of Persia"... e, por último, a comida do Habibs. Então os kebabs - "enrolados" de carne grelhada, originados no Irã - acabam passando despercebidos. Mas são uma delícia, é como se fosse a fast-food das arábias.
No almoço é bem cheio, então dá um ótimo lugar para ataque de homem-bomba chegue cedo.
Bolados
Lanches e sucos - http://www.boladossucos.com.br/
Rua Joaquim Floriano, 373 – Itaim Bibi
Minha mulher odeia o Bolados: “Sanduíche não é almoço”, diz ela. No cardápio tem um de peito de peru com tomate seco que discorda veementemente. Vale lembrar que o Bolados, além de bom, é barato, tornando-se uma ótima sugestão para os dias em que sua carteira teve crises bulímicas e tá magrela.
Pibu’s
Lanches - http://www.pibus.com.br/
Av. Pres. Juscelino Kubitscheck, 819
Opção boa (e razoavelmente barata) quando você quer fugir dos lanches tradicionais do Itaim (New Dog, Joakin’s, Fifties, etc). Mas peça o delivery – o restaurante “físico” é praticamente inexistente.
A saga do roubo de notebook em Congonhas
2009-11-24 03:19:30 +0000
No domingo da semana retrasada São Paulo ardia em febre e meu telefone tocou: era um amigo querendo sair pra tomar uma cerveja e afogar aquele calor maluco. “Tudo bem, só preciso levar Bethania em Congonhas pra pegar um avião e a gente toma uma”, respondi.
No caminho, o telefone de Bethania (que viajaria com mais 2 colegas de trabalho) toca com a notícia bombástica: roubaram a mochila e a bolsa de uma delas, bem ali, no passeio logo em frente ao aeroporto. Ela estava com um carrinho de bagagem esperando uma das colegas chegar quando um cara passa, pega a mochila, sai correndo e entra num Gol branco. A menina até tentou correr atrás dos caras (péssima ideia) mas desistiu assim que viu uma arma sendo apontada em sua direção.
Um detalhe: o ladrão deixou cair seu celular durante o roubo. E mais: como o carro dos ladrões parou em fila dupla durante o roubo um dos marronzinhos da CET foi multar o carro e, portanto, anotou a placa.
Enquanto fazíamos o boletim de ocorrência chegaram os policiais civis que ficam de plantão no aeroporto. Um deles, o homem mais GIGANTESCO que já vi, foi o que mais comemorou quando ficou sabendo do celular e da placa do carro. Segundo eles, há semanas eles tentam pegar essa quadrilha – e com o celular e a placa do carro tudo ficou bem mais fácil. Ele até mostrou pra nós um vídeo das câmeras de segurança (esse aí da foto) mostrando um assalto similar ocorrido no dia anterior. O cara estava empolgadíssimo: “agora eu vou me divertir com esses caras, eles vão ter tratamento VIP”, dizia ele, enquanto apalpava efusivamente a pistola que carregava na cintura. A vítima do assalto também estava bem animada com a possibilidade de pegarem os meliantes e até fez uns pedidos especiais ao policial, coisas como “puxa bastante as bolas dele pra ele ficar impotente” e por aí vai.
Aí pegamos a bagagem das meninas, botamos de volta no carrinho e saímos do posto policial para remarcar as passagens. Estávamos esperando em frente ao guichê da Tam quando, de repente, um moleque aparece de repente, pega duas das malas que estavam no nosso carrinho e sai andando apressado. Todo mundo ficou IMÓVEL, paralisado pela ideia de que estava acontecendo tudo de novo, até que o “ladrão” se vira, mostra o dedo médio pra nós e sai, esbravejando. E alguém comenta:
- Errr… esse era aquele menino que estava no posto policial com a gente? Um que tinha perdido a carteira?
E todo mundo cai na gargalhada. Aparentemente, nós, vítimas de roubo de bagagem, acabamos “roubando” a bagagem dos outros sem querer – e o que é pior, de dentro da delegacia. Aparentemente estávamos mais competentes pro crime do que os ladrões de verdade…
Mas depois do roubo involuntário e de longas horas remarcando passagem, Bethania e as meninas viajaram no dia seguinte. Quando ela voltou, na terça à noite – surpresa! – a polícia já tinha pego os caras. Segundo ela rolou até um police lineup, com os meliantes enfileirados e a vítima atrás de um espelho falso, pra fazer a identificação dos marginais. Eu dava tudo pra ter visto isso. Rolou até uma matéria sobre o roubo no Jornal da Globo. O vídeo que eles usaram pra ilustrar o roubo, por sinal, é o mesmo que o policial nos mostrou no domingo.
Pelo menos tivemos um final “semi-feliz”: apesar das perdas materiais (nada do roubo foi recuperado), pelo menos os caras foram presos. Inclusive preciso destacar o excelente atendimento dos policiais em todo o ocorrido: foram rápidos, atenciosos, prestimosos e ainda pegaram os caras.
O guarda-chuva amarelo
2009-11-06 02:19:26 +0000
Interrompemos o hiato de vinte e um dias sem post para informá-los do momento surreal que vivi ontem no trabalho.
Eu e meu consultor-líder (chamemo-lo de Obi-Wan Kenobi) entramos em uma reunião às 11:30 da manhã para fazer uma apresentação com duração de uma hora. Acontece que slides de PowerPoint distorcem o espaço-tempo de tal maneira que a reunião foi acabar lá pras quinze pras duas da tarde, e na hora que nós dois, famigerados, botamos o pé na rua para ir almoçar, Brasília se dissolvia em chuva. “Ok, vamos dar um tempinho aqui que a chuva já deve passar”, combinamos.
Nem preciso dizer que ela não somente não passou como engrossou ainda mais, e as lombrigas do estômago lá, agonizando, enquanto eu olhava desconsolado o pessoal que era precavido e veio trabalhar com guarda-chuva voltando pra dentro do prédio, todo almoçadinho. “Putz, Obi-Wan, se pelo menos a gente tivesse um guarda-chuva…”, disse eu, desavisadamente.
E então, sem a menor cerimônia, Obi-Wan aborda o completo desconhecido que está passando na nossa frente com um guarda-chuva amarelo na mão.
- Ei, onde você arrumou esse guarda-chuva?
O cara faz uma cara de absolutamente perplexo (igualzinha a minha) e responde, hesitante:
- Err… é meu, eu comprei e tal.
E aí segue-se um momento absolutamente surrealista, onde a situação é tão ridícula que, apesar de todo mundo saber a intenção de todo mundo, ninguém se dispõe a expressar o ridículo da situação em palavras, e então a coisa toda é combinada com frases pela metade, tipo:
- Mas vocês querem…?
- É, tem problema se a gente…?
- Não, eu acho… vocês trabalham aqui no…
- Sim, você fica em qual andar?
- Ah, no décimo, depois vocês podiam…
- Claro, claro…
E então lá estávamos nós com o guarda-chuva do completo desconhecido em mãos. E eu lá, esperando pra ver como diabos Obi-Wan explicaria o que acabou de acontecer: pura e simples cara-de-pau? Foco no resultado? Um simples apelo à solidariedade humana? Fome em nível grande o suficiente para atravessar quaisquer inibições? E então ele diz:
- Putz, que coisa, achei que o guarda-chuva era de algum restaurante ou coisa assim…
Uma noite de cultura e diversão em Brasília (ou: FAIL)
2009-10-15 04:27:45 +0000
Quando chega a noite aqui em Brasília eu, às vezes, até me animo a tomar uma cerveja com o pessoal da minha equipe, ou saio pra jantar com amigos(as) brasilienses. Mas na esmagadora maioria das vezes meus programas noturnos envolvem apenas eu, meu computador e a internet lenta do hotel.
Mas hoje à noite foi diferente de tudo que eu já havia feito antes: enquanto o resto da nação olhava para o Brasil vs. Uruguai vs. Argentina vs. Sei-lá-quem na tevê, eu me enfiava num táxi para, pela primeira vez, fazer um programa cultural em Brasília: assistir um show do Satanique Samba Trio.
Claro que tudo deu errado.
Os problemas começam no local do show, chamado “Cafetina” (que, apesar de ter Twitter, não tem site). Havia apenas um garçom pra atender o lugar inteiro, o cardápio não tinha quase nada para comer e, para ver o show, você precisava fechar sua conta do bar, comprar uma fitinha vermelha, botar no pulso e descer para o “porão” aonde seria o show. E o caixa não tinha troco. E você não podia incluir a fitinha vermelha na sua conta e pagar tudo com cartão. E o caixa do porão onde foi o show também não tinha troco e não aceitava cartão.
“Bom, mas que se dane, eu estou aqui é pelo show mesmo”. Acontece que o show era em conjunto com o lançamento de um livro, e o autor do livro declamava poemas entre uma e outra música. E o livro era chamado “Escarro”, e o autor era um tal Gustavo Lucas Footloose, e os poemas eram catastroficamente ruins. E o show teve apenas seis músicas e durou apenas meia hora.
“Bom, mas que se dane, vou pedir um táxi e ir embora”. Aí eu ligo pro disque-táxi, espero MEIA HORA e… nada. Aí eu ligo de novo:
- Boa noite. Eu pedi um táxi aqui na 712 sul há MEIA HORA e ele não apareceu.
- Qual seu nome?
- José Carlos.
Cinco minutos depois a mulher volta pro telefone.
- Olha, o motorista teve aí mas pegou outra pessoa.
- Porra, então manda outro!
- Ah é? Vai ficar de xingamento aí? Mal educado!
E desligou na minha cara.
A minha sorte é que os telefones de disque-táxi que eu conheço aqui em BSB sempre terminam em 3030 e tem prefixos parecidos: 3321, 3323, 3325… então eu liguei para outro número e, pra não dar merda de novo, fui EXTRA-SIMPÁTICO com a atendente (que também era uma imbecil) e, finalmente consegui um táxi. E o motorista também não tinha troco quando cheguei no hotel.
“Bom, mas que se dane, já cheguei e vou dormir”. E no instante em que eu abro a porta do quarto, eis uma barata passeando pelo chão. A barata ficou me olhando enquanto eu dava um longo suspiro, paralisado na porta do quarto na mais completa DESCRENÇA de que tudo aquilo estava me acontecendo no mesmo dia. E na hora que eu vou matar a barata ela corre pra debaixo da cama. Nessa hora o sangue ferveu, eu ARREMESSEI A CAMA PARA CIMA, matei a barata e fui dormir.
Eu, insone
2009-10-07 04:31:59 +0000
Sabe, eu nunca esperava que fosse desaprender a dormir.
Começou há algum tempo, com um dia estressante de trabalho que ficou reverberando na cabeça, incessantemente, madrugada afora. É como se o apagar das luzes e o calar dos sons desse espaço extra no cérebro e ele simplesmente estourasse. Sinapses em fúria, alheias ao avançado da hora. E os pensamentos todos correm atrás do próprio rabo e não levam a conclusão nenhuma – a não ser a de que você não vai pegar no sono tão cedo.
O engraçado é que, revisitando anotações da minha infância feitas pela minha mãe (que, se viva, faria 67 anos ontem), eu supostamente era meio insone quando criança. De fato me lembro perfeitamente do teto e do lustre metálico do meu antigo quarto, que ela deixava à meia-luz quando eu não conseguia dormir, e que de tempos em tempos estalava por causa do calor da lâmpada (ainda incandescente, na época). Mas com o tempo isso parece ter passado de uma tal maneira que eu fui parar no outro extremo: na faculdade meus colegas achavam que eu trabalhava de guarda noturno porque eu dormia em praticamente TODAS as aulas. E hoje ao invés de aulas tenho reuniões, e não pega bem dormir em reunião – por razões óbvias.
A insônia de hoje está evidentemente amarrada ao trabalho. Em casa, com a esposa de um lado e o cachorro do outro, eu durmo o sono dos justos. Mas do domingo em diante a cabeça começa novamente a se ocupar de caraminholas sem sentido assim que eu coloco a cabeça no travesseiro. Esse é o momento crucial da noite: se eu começar a “dormir errado”, já era. Basta começar a pensar em qualquer coisa – nem precisa ser o trabalho, pode ser qualquer coisa MESMO – e o cérebro começa uma reação em cadeia onde um pensamento puxa outro e, minutos depois, eu estou com 457 coisas diferentes na cabeça. E totalmente desperto.
A coisa está tão feia que até desenvolvi uma técnica pra me ajudar a tirar o cérebro desses loops insones: lá pelas três da manhã, quando eu já estou em pânico de tanto fritar no colchão, eu ligo a tevê num canal bem sem graça (como a Globonews) e aciono o sleep timer, deixo tudo num volume bem baixo, fecho os olhos e presto atenção apenas no áudio. De alguma forma o blablablá contínuo do noticiário engana minha mente e “desamarra” o turbilhão de pensamentos, e eu consigo relaxar um pouco. Dali em diante - mas nunca sem mais uma meia hora de insistência - eu normalmente consigo pegar no sono.
Dias de trabalho depois de noites assim são um inferno. Eu tenho que lidar com a equipe, o chefe, o cliente, e eu mal estou aguentando lidar comigo mesmo. O que me consola é só o pensamento que, esgotado daquele jeito, não tem como não conseguir dormir na noite seguinte. Mas ADIVINHE. Às vezes eu chego a uns two ou three-hit-combo de noites maldormidas…
A agenda do fim dos tempos drásticos
2009-09-10 04:40:50 +0000
Eu queria compartilhar com vocês uma das ferramentas do meu dia-a-dia que mais gosto: minha agenda de anotações.
Sim, eu sei, você deve estar se perguntando que diabos é aquilo de “necrofilia do mundo final”. É que isto não é exatamente uma agenda: é um livreto que foi distribuído ano passado na Bienal, em São Paulo, e que na verdade é parte de uma obra de arte de Javier Peñafiel. A agenda foi apresentada ao público na própria Bienal, em uma performance do artista, e cópias da agenda estavam disponíveis para quem quisesse levar.
O nome da agenda dá título a este post: “Agenda do fim dos tempos drásticos”.
Por dentro ela é cheia de ilustrações, pequenos textos e de um bocado de espaço em branco – aonde passaram a morar minhas anotações de trabalho.
Pode parecer estranho, mas ter arte na sua frente dá a perspectiva correta aos dias de trabalho cheio de gente engravatada, cafezinhos e reuniões. Mesmo porque os textos de Javier questionam – ainda que de forma bem hermética – o próprio passar dos dias, descritos pela agenda como “impróprios”, “plurais”, “comuns”, “similares” e por aí vai.
O ruim é que a agenda é curtinha e o espaço da minha se esgotou esta semana, então terei que recorrer às agendas convencionais. Mas pra não perder a perspectiva, pelo menos ainda posso resistir às convenções na forma de anotar – como no exemplo abaixo, que é uma observação sobre ausência de função estratégia feita em estilo Cersibon:
Este post é porque tem muito tempo que eu não escrevo no blog
2009-08-14 03:38:46 +0000
Sim, exatamente o que o título diz. O problema é que, como você já deve ter concluído por consequência, é que eu não tenho assunto para este post. Mas estou escrevendo mesmo assim.
Woohoo, olha só, já estou no segundo parágrafo! Filma eu, Galvão!
Na verdade até tem assunto. Por exemplo, acabei de me lembrar do dia em que estava na sala de espera do médico e uma das revistas tinha uma matéria sobre nada menos do que o prepúcio de Jesus. Sim, prepúcio, aquela pele que envolve a ponta do pênis – mas não de qualquer pênis, era o pênis de Nosso Senhor Jesus Cristo.
É estranho escrever sobre o pênis de Jesus aqui no blog. Eu fico com a sensação de que Deus está me olhando com uma cara feia enquanto anota meu nome num caderninho.
Mas veja você que essa minha ideia de escrever sem assunto até está rendendo: a foto da página da revista me fez lembrar de algumas outras que tirei com o celular e que também rendem um ou dois parágrafos. Como essa aí embaixo.
Meu antigo cliente de Brasília renovou o projeto e tive que refazer meu crachá para entrar no prédio – o que incluiu bater uma nova foto. Até aí tudo bem, mas o que você não deve ter reparado é que aquela câmera ali é uma Sony MAVICA – Sim, aquela que foi uma das primeiras câmeras digitais, e que guardava as fotos em DISQUETES DE 1,44”. Sim, cara, disquetes. A Mavica é o Tiranossauro Rex* das câmeras digitais.
* – Sim, essa foi proposital e especial pra vocês, Tiagón e Renmero.
Por sinal, nem contei aqui da renovação do projeto de Brasília: voltei a visitar a “Washington brasileira” semana passada, nesse que é o maior contrato de consultoria que a empresa onde trabalho fechou este ano. Tenho uma treta enorme pra entregar, uma equipe de nove consultores pra orientar e uma gravata enrolada no pescoço pra atrapalhar. E no fim tudo tem que rimar. Mas em compensação tenho o melhor cliente EVER (lembram?). A gente termina uma reunião e emenda com conversas sobre coisas como Jack Kerouac, pra vocês terem uma idéia.
Outra coisa que voltou com a renovação do projeto é a rotina de aeroportos. Na última segunda-feira eu estava na fila do check-in curtindo um mau humor triplo – resultado de três coisas que me irritam profundamente (aeroportos, filas em aeroportos e as horas do dia anteriores às nove da manhã) quando reparei que o assoalho do aeroporto de Congonhas é quadriculado como um tabuleiro de xadrez. E pensei:
“Nada mais apropriado. Os engravatados acham que são reis, as dondocas acham que são rainhas, mas todo mundo é peão”.
Eu ia até twitar isso, mas acho que me chamaram pra fazer check-in e acabei deixando pra lá.
Tem também outra foto que eu queria postar aqui mas que não vou conseguir conectar com os outros assuntos de jeito nenhum, então vai assim mesmo. Amigos, amigas, eis o banheiro recursivo:
É o banheiro de um cinema (que, obviamente, não lembro qual é), cujos espelhos ficam um de frente pro outro.
E este foi “o post porque tem muito tempo que eu não escrevo no blog”. Até que rendeu. Até a próxima, amiguinhos!
Expansor Palatino
2009-05-20 12:39:09 +0000
Quando me diziam que eu deveria usar um aparelho dentário eu respondia: “só vou colocar um no dia que o dentista disser que eu vou MORRER ou ficar banguela se não usar aparelho”. Até que recentemente entrei numas de que aparência é, sim, importante e lá fui eu ao dentista pedir um sorriso Colgate.
A primeira coisa que o cara fez foi me dar um tal expansor palatino. Não confunda: na foto abaixo, é o da esquerda.
O expansor palatino é um mini-instrumento de TORTURA MEDIEVAL. Repare que no meio do aparelho tem um furinho redondo: todo dia de manhã e à noite eu tenho que enfiar uma alavanca nesse furinho e girá-la. A cada giro da alavanca, o expansor se abre um pouco mais e vai separando o palato (o céu da boca), ou seja, eu estou lentamente abrindo meu crânio pelo lado de dentro.
Resultado: meus dentes dóem, estou cheio de aftas, comer qualquer coisa é extremamente frustrante e não fiquei nem um pouco mais bonito até agora - pelo contrário, já que o aparelho me impede de falar direito e eu fico com uma dicção de quem tem língua presa. Ontem eu liguei para uma assistência técnica da Sony (o leitor Blu-Ray do meu PS3 morreu) e o cara estava nitidamente segurando o riso enquanto eu falava: “O número da nota phishcal é quatlo phlêis dois…”.
Redimido através de um ovo
2009-04-30 01:46:21 +0000
Há muitos anos eu e Bethania ainda éramos namorados e por alguma estranha razão estávamos conversando sobre ovos de galinha. E no meio da conversa eu resolvi compartilhar uma dúvida que tinha comigo desde a infância, de quando eu visitava a fazenda do meu tio e via o caseiro pegando ovos do ninho da galinha mas sempre deixando alguns para serem chocados.
- Eu queria saber como o pessoal faz pra saber quais ovos vão dar pintinho e quais não vão...
E Bethania caiu na gargalhada com meu comentário. Eu não entendi nada até que ela explicou que não tinha diferença: era tudo ovo, e tudo viraria pintinho se fosse chocado. E desde aquela época essa história do ovo sempre foi ressuscitada em mesas de bar ou festinhas de família como um de meus vacilos épicos, históricos - usualmente logo depois de eu contar de uma vez em que Bethania ligou para o tele-pizza e fez questão de frisar: "é pra viagem, tá?".
Daí semana passada alguém mandou no Twitter um link para um texto chamado "As dez frases que tiram um vegetariano do sério". E enquanto eu passo o olho no texto, eis que no meio do primeiro parágrafo o autor diz:
Minha dieta, porém, não é vegan – continuo comendo ovos (mas não os ovos caipira, pois esses são fecundados e pintinhos sairiam deles. Esses ovos de mercado são induzidos e, por nojento que seja, é basicamente a menstruação da galinha)
Minha cabeça, imediatamente, explodiu. Uma consulta rápida à Wikipedia provocou outra explosão cerebral - mas dessa vez de alegria, ao ver as minhas suspeitas confirmadas:
A maioria dos ovos industrializados para consumo humano não são fecundados, pois as galinhas não tem contato com galos. Ovos fertilizados podem ser encontrados à venda e também comidos, com pouca diferença nutricional. Ovos fertilizados não desenvolvem num embrião pois a refrigeração impede o crescimento celular, por longos períodos.
E então eu descobri que fui vilipendiado injustamente. Por DÉCADAS.
“Era tão jovem e infartou…”
2009-03-27 17:48:47 +0000
Acabei de voltar do médico. Fiz uns exames e, veja você, meu colesterol baixou!
Isso seria uma ótima notícia… não fosse o fato de que o máximo de colesterol que uma pessoa saudável pode ter é 240 mg/dL. E o meu ainda está em 263 mg/dL. E no ano passado ele estava AINDA MAIS ALTO. Segundo o médico, se continuar assim eu posso acabar virando um daqueles casos que as pessoas ficam comentando que “era tão jovem e infartou”.
Eu te digo que não é nada agradável ouvir isso da boca do seu médico. Especialmente quando você tem só 30 anos de idade.
Como o meu caso já tá meio crônico eu deveria estar tomando remédios. O problema é que eles agridem o fígado, e o meu também não está bem: tem umas enzimas meio altas demais, e em 2008 eu até estava com o tal “fígado gorduroso” (esteartose hepática). Basicamente um foie gras humano.
Aí vou ter que entrar na dieta e começar a fazer exercícios. De antemão o médico me entregou uma folhinha com recomendações alimentares, que pode ser resumida assim: “A partir de agora você come tudo que sua mãe mandar. E sua mãe é NAZISTA”. Ou seja, adeus doces, cerveja, queijos, biscoitos, bacon, carne vermelha, frituras, ovos, amendoim e tudo que ajuda a tornar essa vida dura suportável. Vou ter que arrumar alguma coisa pra compensar, um outro vício, sei lá, começar a fumar maconha ou algo assim*.
O próprio médico ficou fazendo piadinha comigo: “Vou te indicar uma nutricionista. Ela vai te passar uma dieta, mas basicamente ela vai dizer assim: ‘Tá vendo essa alface e esse copo d’água aqui? Bom apetite!’”. E caía na risada.
* – Eu, obviamente, estou brincando.
Seis coisas que as pessoas normalmente não sabem sobre mim
2009-03-20 13:03:10 +0000
Permitam-me um momento “hype slowpoke” não solicitado para entrada no velho meme de “seis coisas que as pessoas não sabem sobre você”.
(embora algumas delas já tenham sido mncionadas neste blog, mesmo que en passant)
1) Sexta série. Eu, o cara mais inadequado socialmente do colégio, vivia uma paixão avassaladora (e, obviamente, platônica) por uma menina da minha sala. E eis que a menina faz quinze anos e resolve dar a fatídica festinha de debutante e convida a sala toda. E eis que o convite dizia “Traje: Esporte fino”.
E eu não fazia idéia do que aquilo significava.
Pedi ajuda pra minha mãe: “O que é isso de esporte fino? Não posso errar na roupa nesse dia de jeito nenhum, mãe!”. Obviamente ela já havia sacado as implicações do evento e me tranquilizou, dizendo que eu ia arrasar.
No instante em que eu botei os pés na festa e meus “coleguinhas” de sala me viram, todos gritaram em uníssono:
- Alááá, o Zé veio de smoking!!! – e todo mundo caiu na gargalhada.
Imagine como você se sentiria na festa de 15 anos do “amor da sua vida”… vestido igualzinho aos garçons. E antes que vocês digam “pics or it didn’t hapen…”
O traje do dia fatídico, em foto tirada pela minha mãe. O copo (com água) é puramente decorativo.
2) Aí eu fui procurar a foto do item 1 e encontrei uma coisa que nem eu lembrava mais: fotos da época em que eu toquei teclado em casamentos.
Tocava a marcha nupcial e tudo.
3) E o estoque de micos não acaba. Aí vai mais um: ginástica olímpica. Foi também no primeiro grau, eu era da equipe do colégio e tudo. Eu era PÉSSIMO, mas como a equipe nunca tinha quórum para poder participar das competições, entrava eu, de “bucha”.
E, sim, esta também tem foto.
Eu tou ali, em frente aquela menina de collant vermelho e branco, do tamanho de um halfling (que por sinal eu vi outro dia no aeroporto, ainda baixinha)
Revendo essas coisas todas, chega a ser surpreendente o fato de eu não ter virado gay.
4) Em raras ocasiões eu mencionei aqui no blog que sou espírita. Em raríssimas vezes eu mencionei que já fiz palestras em diversos centros espíritas de Belo Horizonte. Mas o que nem eu havia percebido é que acumulo um total de exatamente OITENTA E DUAS PALESTRAS.
…o que foi excelente porque me ensinou a falar em público, coisa que se mostrou extremamente útil na minha profissão.
5) Outra coisa que aprendi em centro espírita foi canto coral. Mas não aprendi somente a cantar: sou capacitado também para conduzir os ensaios do coral e até mesmo reger a coisa toda - sim, dar uma de maestro durante uma apresentação.
Tá certo que grande parte disto é consequência de eu ter namorado um tempão com a maestrina do coral, mas isso é outra história…
6) Essa eu já contei aqui, mas como o post é de 2002 muita gente não deve saber do dia em que dancei axé e quase peguei uma mulher em Porto Seguro.
Dois bons dias
2009-03-11 00:07:45 +0000
Sim, foram dois bons dias. Ontem e hoje.
Fiquei em São Paulo para dar um treinamento de Gerenciamento de Projetos para uma turma de umas 20 pessoas. O cliente era uma empresa de telefonia.
Um dos meus indicadores se a turma vai ser boa ou não é o tempo entre começar o treinamento e alguém perguntar a que horas vai acabar ou pedir pra sair mais cedo. Dessa vez o pedido veio na PRIMEIRA hora de treinamento: um dos alunos - um loiro de olhos azuis com pinta de vendedor - vinha dizendo que tinha uma reunião. O treinamento estava agendado há mais de UM MÊS, antecedência suficiente para se evitar que qualquer reunião coincida com os dois dias de treinamento. Mas segui meu procedimento padrão nestes casos: sorrir e dizer que sim.
Aí a manhã de treinamento segue e, durante um coffee break, vejo um grupinho conversando. O assunto era a portabilidade numérica e o que a empresa estava fazendo para se adequar às normas da Anatel. Não vou entrar em detalhes, mas digo a vocês que eu teria MUITO MEDO de usar a portabilidade numérica. Deixa passar aí uns seis meses que é melhor.
No fim do coffee-break, outro consultor que estava me ajudando no treinamento pergunta:
- Ei, você viu que um dos alunos saiu logo no começo e não voltou?
Passei os olhos na turma e pensei por um minuto.
- Era aquele alto, japonês, sentado no fundo da sala?
- Ele mesmo.
Saídas à francesa eram coisa inédita no meu histórico de treinamento. Uma pena.
Quase no fim da manhã um dos alunos - um que era meio careca - vem me procurar e pergunta se pode conseguir uma cópia dos slides do treinamento. "Tem tudo impresso junto com o material que vocês receberam", eu disse. Mas ele queria uma cópia do arquivo do PowerPoint com os slides - o que seria um equivalente digital à "mamar na teta da bovina". Neste caso eu não poderia sorrir e dizer que sim, então mencionei que os slides tem copyright (o que é verdade) e que o pessoal é bem restrito quanto à disseminação dessas coisas (também verdade).
Mais tarde almoçamos, eu e os alunos. Conversando sobre o tanto que eu viajo, comentei que moro em São Paulo há quase um ano e meio e que aquele era meu terceiro dia útil de trabalho em São Paulo. Todo mundo fez cara de pena.
Antes de reiniciar os trabalhos da tarde o japonês meio alto reaparece de repente. "Cara, me ligaram do trabalho, tive que voltar de repente. Perdi muita coisa?", ele disse. Segui meu procedimento padrão: sorri e disse "tudo bem".
E o curso continua, até que, lá pelas TRÊS da tarde, uma aluna nova chega de repente. "Tou reformando a minha casa e a faxineira avisou que não veio e eu tive que ficar pra olhar pedreiro". Eu já ia seguindo meu procedimento padrão de sorrir e dizer que sim quando notei que ela carregava um panetone na bolsa. Aí fui ser simpático:
- Trouxe um lanchinho aí?
- Não, na verdade eu trouxe pra você, pra gente comer no coffee break.
E me entregou o diabo do panetone. A mulher me chega seis horas atrasada e me traz um PANETONE. Vou trabalhar cinquenta anos nessa profissão e não vou ver de tudo.
Aí deu 18 horas e eu encerrei as atividades do dia. Enquanto arrumávamos a sala, meu colega consultor veio comentando:
- Cara, descobri que um dos alunos não é da empresa.
- Como assim? - perguntei.
- Na verdade ele é contratado de uma consultoria terceirizada. Uma consultoria de gerenciamento de projetos. O cara ainda ficou me pedindo cópias do material do treinamento, mas eu percebi a tempo e não passei nada pra ele.
- Peraí. Era um cara meio careca?
- Ele mesmo!
Como dizia uma sábia colega consultora, "é golpe em cima de golpe".
Saímos da empresa e, como era meu dia de rodízio, liguei para a Coopertáxi para conseguir condução para casa. Só que enquanto eu esperava que eles retornassem a ligação acabei vendo outro táxi passando vazio na rua e dei sinal. Entramos eu e meu colega consultor, que perguntou:
- E o outro táxi, o que você chamou pelo telefone?
- Vou ligar pra lá pra cancelar.
O taxista deu um pulo e exclamou:
- Eu roubei corrida de cooperativa?? De qual foi??
- Err.. foi da Coopertáxi - respondi.
E aí o taxista perdeu a compostura e deu UMA GARGALHADA e continuou comemorando o ocorrido como se fosse final de copa do mundo, com soquinhos no ar e tudo. E gritava - sim, GRITAVA - repetidas vezes:
- CHUUUUPA COOPERTÁXI!!!
E eu e meu colega consultor olhando um para o outro no banco de trás, sem entender nada. Algum tempo depois o taxista explicou que ele mesmo era da Coopertáxi, mas que havia abandonado a cooperativa até pouco tempo atrás por conta de muita taxa pra pagar e pouca corrida pra fazer. Achei melhor sorrir e dizer que sim, só por precaução.
Coisa de quarenta minutos depois e eu estava em casa. É um troço super simples isso, chegar em casa, mas a coisa ganha um significado todo especial quando você passa as semanas viajando. Eu ficava o tempo todo me lembrando de que era segunda-feira e mal passava das 19h e que eu estava sentado no sofá da minha própria casa com meu cachorro e minha esposa prestes a chegar a qualquer momento - simplesmente porque me dar conta daquilo era MUITO bom.
Então um jantarzinho, alguma TV e depois, cama. E então entro em sonhos perturbadores onde estou no alto de uma montanha e de alguma forma percebendo alguma coisa esquisita subindo as encostas, lentamente e em espiral, e aquilo ia me incomodando cada vez mais até que às quatro da manhã eu acordo com a sempre desesperadora sensação de que se está prestes a vomitar.
Não vomitei, mas passei uma boa hora no banheiro espantado com a capacidade do meu subconsciente em bolar metáforas visuais para sensações corporais. E, obviamente, pensando em como diabos eu ia fazer para trabalhar no dia seguinte, já que aquilo estava com toda a cara de uma infecção alimentar.
Não consegui dormir muito mais depois daquilo e, às sete e vinte da madrugada o despertador tocou. Bethania já havia saído com o carro há mais de uma hora (O HORROR! O HORROR!) pra ir correr no Ibirapuera, então me vesti e fiquei esperando ela voltar. E pensando: "Bem, se ela não chegar até às 8h eu vou ter que ir de táxi".
Às 7:50 eu achei melhor me preparar e fui pegar minhas coisas. E notei que ela havia saído com as DUAS chaves de casa, a minha e a dela. Então estava eu, dormindo em pé, baqueado do estômago/intestino e tendo um paniquinho porque precisava descobrir um jeito de escapar da minha própria casa pra poder ir trabalhar. Mas felizmente não foi preciso: Bethania voltou às 7:55.
Ninguém deveria passar por tanto suspense àquela hora da manhã.
Mas pontualmente às 9:00 lá estava eu em modo "Prof. Primo", com o estômago revirando e caindo pelas tabelas de sono. Não sei como mas sobrevivi até a hora do almoço. Voltamos ao mesmo restaurante do dia anterior e foi então que tive uma revelação, ao ver algumas perninhas se movendo no meio do alface que estava em meu prato: "Bem, acho que já sei de onde peguei a minha infecção alimentar"...
A parte da tarde do curso foi particularmente difícil. Meu estômago não sabia se revirava ou se sentia fome, a turma já estava cansada e com sono, o conteúdo da parte final do curso é bem monótono e eu não sabia se me esforçava pra não dormir ou pra não deixar a turma dormir. Pra piorar, enquanto eu ajudava uma das alunas, notei que a cara dela era IGUALZINHA ao Alfred Molina – o Dr. Octopus, do filme do Homem-Aranha. E depois que eu penso nessas coisas, fudeu, o cérebro trava e eu não consigo me desligar daquilo, então eu tinha que ficar me segurando pra não começar a rir ou algo pior.
Mas no fim tudo deu certo. A moça do panetone até falou que aquele era o primeiro treinamento de Gerenciamento de Projetos que ela havia gostado. O resultado das avaliações também não me pareceu nada mau.
Em dias como este, a melhor hora do dia é quando eu entro no carro e percebo que tudo acabou. Pra completar eu me lembrei que aquela era a segunda ou terceira vez (em quase um ano e meio de São Paulo) que eu voltava do trabalho pra casa dirigindo meu próprio carro e ouvindo minhas próprias músicas. E então fiquei rindo sozinho, mesmo com a Av. Sumaré toda engarrafada na minha frente.
Sim, foram bons dois dias.
O fim de Dead Cow City
2009-01-15 08:24:40 +0000
Interrompemos nossa programação de posts das férias para contar aqui a coisa mais estapafúrdia que já me aconteceu em 15 anos no mercado de trabalho.
Não vou entrar em detalhes mas a coisa foi mais ou menos assim:
- Meu projeto estava com uns problemas e resolvi conversar com os consultores-líderes para ver se eles me davam uma mãozinha.
- Na conversa eu tentei explicar o problema mas o pessoal acabou me pedindo pra detalhar OUTRA coisa. Mas vá lá, fiz o que eles pediam e avisei que ainda precisava continuar o assunto. Mas aí veio o natal e o ano-novo e o assunto ficou pausado.
- No meu primeiro dia de trabalho de 2009 o consultor-líder me liga e fala que meu projeto precisa de uma “virada de mesa” e que eu não tenho o perfil necessário para isto, e que estava contactando nossa empresa de consultoria pra discutir minha substituição. Obviamente eu levei um puta susto, mas como ele afirmou que nada estava resolvido e que conversaríamos na próxima semana, pensei que até lá a gente pudesse esclarecer seja lá o que foi que provocou uma reação tão extrema deles em tão pouco tempo. Problema de comunicação, talvez?
- No dia seguinte, outro susto: recebo um email oficializando a minha saída do projeto. Mas o consultor-líder continua afirmando que “nada estava definido” e que conversaríamos na próxima semana.
- Chega a próxima semana e eu me reúno com o consultor-líder. Discutimos longamente os problemas do projeto e os acontecimentos recentes. No fim, ele vira pra mim e diz que meu substituto estava na sala ao lado e que ele ia chamá-lo para eu passar a ele as informações sobre o trabalho.
Não, não. É sério. Vou resumir ainda mais pra fazer ainda menos sentido: Fui discutir os problemas do projeto com meus superiores e eles me expulsaram do projeto.
Aí você pergunta: “Mas por quê?”. É estranho mesmo. O cliente gostava do nosso trabalho, o chefe da engenharia chegou a dizer que “estaria perdido” se nós não estivéssemos lá. Outro dia me contaram que uma das meninas da minha equipe (que o cliente até tentou contratar, veja você) comentou que eu fui a “salvação” do projeto. As opiniões das pessoas que conversei e que acompanharam a história variam. Umas acham que eu fui usado de bode expiatório para o caso do projeto fracassar. Outras acham que eu posso ter ferido o ego dos líderes e estava pagando o preço. Alguns especularam que eu fui removido para dar lugar a alguém da “panelinha” deles que devia estar em casa, sem trabalho (e sem honorários a receber). Mas eu prefiro a explicação, sucinta e assertiva, de um amigo meu: “É, o mundo corporativo é assim mesmo”.
Pois então. Como diz o mestre Tom Zé, a gente “passa mal, toma Sonrisal, se engana mas vai em frente”. Então, no fim da tarde da última terça-feira, fui embora de Dead Cow City para nunca mais voltar. E digo que fui embora com a cabeça erguida e com a consciência tranquila de que fiz um bom trabalho nos sete meses em que estive por lá.
Mas o mais legal é a sequência da história: coisa de alguns DIAS depois e me liga outro consultor-líder, avisando que nosso antigo cliente de Brasília - um que vive aparecendo no jornal, especialmente nessa época de crise - está mesmo querendo fechar um contratão de consultoria e pergunta se eu não tenho interesse em ficar full time (todos os dias do mês) no projeto.
Sabe o que me impedia de trabalhar full time com eles antes? O projeto do qual fui expulso.
Hoje o consultor-líder me ligou contando que o cliente ficou feliz da vida com minha nova disponibilidade. “Eles gostam mesmo de você”, acrescentou. O projeto deve começar em março, e até lá terei que fazer o grande sacrifício de ficar em casa, jogando GTA IV.
É, o mundo corporativo é assim mesmo :)
As imagens que marcaram a semana
2008-12-23 15:55:22 +0000
…bem, pelo menos a MINHA semana.
Esse aí em cima sou eu, no modo “Prof. Primo”, dando um treinamento no Rio de Janeiro na última sexta-feira. Seria a foto de um dia normal, não fosse este o meu último dia de trabalho deste ano de 2008.
Eu esperei muito, e ansiosamente, por este dia.
Se me pedissem para definir este ano em uma palavra, seria “stress”. Foi o primeiro ano morando em São Paulo, teve o fiasco do projeto na Espanha, tem o projeto atual que está absurdamente estressante e que, quando não me dá insônia, me manda pra lugares nunca imaginados desse Brasilzão de meu Deus. Eu ando até com medo de ler meus e-mails, minha caixa de entrada parece a terceira guerra mundial: só cai bomba. Então foi com um alívio ABSURDO que eu entrei no avião no final da sexta-feira e iniciei, oficialmente, um período de duas semanas de férias entre o natal e o ano novo.
Falando em natal, Papai Noel (ou seja, minha esposa) foi bastante condescendente com meu stress. Ela, que já havia acertado a mão no meu presente de aniversário, resolveu seguir a tendência de presentes “nerd-gamer” no natal e, portanto, agora sou o feliz proprietário de nada menos do que um Playstation 3!
E mais: na vida real eu ainda viajo de férias para passar uns dias na praia, mas no virtual eu estou adorando minhas férias em Liberty City, a cidade do espetacular Grand Theft Auto IV…
Eu sabia que o GTA IV era detalhado, mas não sabia que era TÃO detalhado, tanto que o jogo acompanha um mapa da cidade e um guia das “atrações turísticas”…
Bom, está na hora de mais um, er, city tour em Liberty City. Só devo voltar a postar aqui ano que vem, então desejo a você, querido leitor, boas festas e feliz ano novo!
P.s.: No dia 25, lembre-se que a coisa toda não se resume a Papai Noel e dê os parabéns ao aniversariante. Mesmo que seja em um breve pensamento.
O dia em que comi no restaurante de caminhoneiro na beira da estrada
2008-12-11 04:31:00 +0000
Então eu tinha pousado em Cuiabá e estava percorrendo os 200km restantes até Ovomaltino, com o motorista do canteiro de obra. Obviamente ele tinha ligado o rádio do carro e, obviamente, tava tocando algum sertanejo tosco, então antes que me desse algum dano cerebral permanente eu liguei o PSP, botei os fones e fiquei jogando Luxor.
Foi por isso que eu respondi sem pensar, dizendo que “qualquer lugar tava bom”, quando ele me perguntou se a gente podia parar pra almoçar. Percebi meu erro só depois de descer do carro e perceber que eu havia parado no município de Jangada, no interior do Mato Grosso. Na minha frente havia apenas a estrada, um monte de caminhões estacionados e uma casinha bem no meio delas. Era o restaurante.
Sim, meus caros. Sabe aqueles restaurantes que você vê na beira da estrada quando está viajando? Aqueles onde na entrada alguém escreveu “COMIDA CAZEIRA” num pedaço de papelão e pregou na varanda? Pois é…
Sabe, eu já comi em lugares toscos, mas aquele era, de fato, autêntico: era um legítimo restaurante de caminhoneiro…
Eu me sentei, olhei em volta e percebi que eu era o único “não-caminhoneiro” do lugar. O pessoal da mesa da esquerda (na foto) era praticamente um cosplay do estereótipo do caminhoneiro: roupas velhas e furadas, chinelo, barba por fazer, unhas sujas de óleo e tudo. A decoração do lugar se resumia aos cartazes de propaganda de refrigerante e mais nada. Ao fundo uma tevê de 14 polegadas, mal sintonizada, passava o Jornal Hoje. O cheiro de gordura era onipresente. O calor de mais de 30 graus também.
Uma criança de uns 12 anos, de avental e touca e rosto brilhante de suor, que obviamente era a filha da dona do lugar, me abordou:
- Já foi atendido?
- Err… não.
- Vai almoçar, né?
E, de novo, eu vacilei para responder. Pelo jeito que ela perguntou ficou óbvio que só havia uma opção de comida. Mas por alguma razão minha cabeça ainda estava no fluxo normal de restaurante, com cardápio, escolha do prato e tal. Mas creio que não pensei nisso por burrice ou lerdeza, e sim porque meu cérebro estava muito ocupado sentindo-se perplexo com aquilo tudo.
A opção de comida era bem farta: uma tigela de arroz, uma de feijão, salada de alface e tomate, um vinagrete esquisito e – tcharan! – uma carne na chapa com cebola e mandioca.
Repare na coca de 1 litro em casco de vidro retornável. Eu nem sabia que ainda vendiam refrigerante assim…
Para tornar o almoço ainda mais… “desafiante”, minha mesa dava de frente para a cozinha. Eu não tirei fotos, mas a cozinha era apenas um anexo da casa, coberto por um telhadinho mas todo aberto nas laterais, com um fogão industrial e vários panelões. “Bom, pelo menos as cozinheiras estavam de avental”, pensava eu, até que uma delas deixou a tampa de uma das panelas cair no chão. Adivinha se a tampa caída não voltou direto pra cima da panela, logo em seguida?…
Mas é como eu digo, “tá no inferno, abraça o capeta”. Tentei não pensar na salmonela que devia estar na carne e nem nas larvas que possivelmente foram fatiadas junto com o alface e comi como se não houvesse amanhã. E a comida estava mesmo gostosa. E eu ainda estou aqui, vivo, escrevendo este post, então tá valendo.
Mas o mais fascinante eram os caminhoneiros da mesa do lado. Eu não conseguia parar de olhar pro gordão (o da esquerda na foto) porque ele era de fato muito gordo, parecia que ia infartar a qualquer momento. Seus colegas todos comiam debruçados sobre o prato, de boca aberta, e ele, pra piorar, nem prato usava: jogou a comida em cima da chapa da carne e comeu ali mesmo, possivelmente pra temperar o arroz com a “gurdurinha” da chapa. Mas o pior foi no final, quando ele pegou um palito de dente e, antes de metê-lo na boca, usando a faca do almoço, começou a lascar a ponta do palito para deixá-la mais afiada, no melhor estilo “homem das cavernas fazendo uma lança com um galho de árvore”.
E somente na hora de ir embora, ao receber minha nota fiscal, é que eu descobri o nome do lugar: “PICANHA NA CHAPA”. O que eu comi não passava nem perto de uma picanha, mas vá lá.
P.s.: Pra ficar tudo ainda mais surreal, quando voltamos pro carro o motorista ligou o rádio e, nos comerciais, o locutor anunciava o “melhor restaurante da cidade”. E sim, era o Picanha na Chapa.
P.p.s.: Esse post é diametralmente oposto ao daquela vez em que comi caviar :)
Update (ago/2014): À luz dos recentes comentários eu queria esclarecer umas coisas.
A primeira é pedir desculpas à caminhoneiros e simpatizantes que possam ter se ofendido com este post. A intenção era apenas relatar uma experiência diferente das que eu, na época, estava acostumado, e não ofender uma das classes mais importantes - se não a mais importante - da infraestrutura e do desenvolvimento do Brasil de hoje. Vocês muitas vezes ganham mal, trabalham muito, sofrem com estradas ruins/perigosas e não tem o reconhecimento que merecem.
Seis anos depois de escrever este post, e com um bocado maior de maturidade, valorizo muito mais vocês - e também valorizo a "comida caseira de beira de estrada". Ela é, sim, muito mais autêntica e, em vários casos, até mais gostosa do que muito prato caro porém insosso que comi aqui em São Paulo (que tem uma das melhores gastronomias do país) ou em outros lugares do mundo.
Já sobre a música eu mantenho a minha opinião de que o sertanejo é tosco :)
Um dia absurdamente atípico na vida d’O Primo
2008-12-05 23:19:57 +0000
07:00 – O despertador toca. Bethania, ainda zonza de sono, me abraça e murmura qualquer coisa indecifrável. Pavlov percebe que acordei, pula na cama e começa a me lamber.
07:30 – Banho tomado, barba feita, encho uma caneca grande com Sucrilhos e vou pra janela, ficar olhando os aviões descendo em Congonhas.
07:47 – Pego o carro e entro nas ruas já semi-engarrafadas do Itaim. Meu destino é a Vila Olímpia, o bairro vizinho.
08:10 – Chego no trabalho. Missão de hoje: dar um treinamento de gerenciamento de projetos para uma turma de vinte e poucas pessoas.
10:12 – Coffee break. O treinamento vai bem, a turma é bem espertinha e aprende rápido.
12:10 – Hora do almoço. Um quarteirão de caminhada depois e estamos no Seo Gomes. A comida é cara (buffet livre a R$ 25,90) mas muito gostosa. Quem me acompanha é a Agnes, facilitadora dos treinamentos no cliente. Ela conta do Wii Fit que o marido trouxe dos EUA. “Minha filha adora”, diz.
13:15 – O treinamento recomeça e segue sem muitas surpresas até às 17:30.
17:41 – De novo no carro, após deixar uma pequena fortuna no caixa do estacionamento. No caminho eu me encontro com Bethania.
18:30 – Seguem-se conversas triviais de casal, estilo “como foi seu dia”.
19:10 - Devido à preguiça de cozinhar qualquer coisa, resolvemos pedir comida por telefone. Na TV passa um DVD da primeira temporada de House, com quatro episódios.
22:20 – Breve pausa no DVD para comprar os ingressos pro show do Radiohead: alguém avisou no Twitter que já estavam disponíveis, 2 horas antes do início “oficial” das vendas.
23:50 – O DVD de House toca seu último episódio. Sonolentos, eu e Bethania vamos pra cama.
Este, meus amigos, foi, por incrível que pareça, o primeiro dia onde trabalhei em São Paulo, exatamente um ano e 20 dias após ter me mudado pra cá. Eu já havia me esquecido de como é acordar na minha própria cama num dia de semana, ver aviões da janela da minha casa (ao invés de ver minha casa da janela do avião) e até de como é bom ir trabalhar no meu próprio carro e não num ônibus/táxi/van.
A vontade de chutar o balde da consultoria só aumenta.
O Primo’s Amazonic Project Management Saga
2008-11-22 17:51:13 +0000
A imagem era idêntica as que se vê nos documentários da tevê sobre a amazônia: um mar de árvores. Mata fechada, cortada apenas por rios sinuosos de água marrom. Num deles tinha até uma canoa passando. Aì, de repente, aparece uma cidade.
Foi vendo isto da janela do avião que eu pousei em Marabá, interior do Pará...
Minha missão era simples: atualizar o cronograma de um projeto de reforma de um frigorífico. O problema é que os engenheiros responsáveis estão "fugindo ostensivamente" de mim. Não atendem telefone, não respondem email... outro dia achei um deles no Skype e ele me disse: "Como você me achou? Tava me escondendo de você"…
Então resolvi visitar a obra pessoalmente. Só que esta foi a última semana de reforma antes do frigorífico voltar a operar e está tudo um pandemônio, portanto ninguém teria tempo de se sentar comigo e me atualizar sobre o projeto.
A solução? Arrumei um capacete e me enfiei audaciosamente pelo canteiro de obra, no calor paraense, atolado até o tornozelo na lama do canteiro de obra (porque choveu horrores), com um cronograma impresso numa mão e uma planta do frigorífico em outra. E tive que descobrir, por conta própria, o que foi ou não executado e, então, atualizar o status do projeto.
Acho que nunca trabalhei em condições tão insalubres de trabalho. Eu vi placas de aço caindo a alguns metros de mim, vi fagulhas de solda e de metal incandescente voando pra tudo que é lado, vi caminhões atolando na lama, vi um trator quase atropelar dois peões, andei por cima do forro do telhado a uns 5 ou 6 metros do chão, me apoiando em tubos e trepando por cima de dutos de ventilação, saí pelo canteiro de obra à noite em locais onde os peões viviam achando cobras (amazônia, lembram?), e por aí vai…
Mas o saldo final foi positivo: os engenheiros fujões viram que eu não estou de brincadeira e me evitar apenas vai adiar o inevitável e, de brinde, comecei a acompanhar um outro projeto de reforma de uma das fábricas anexas – coisa que vai deixar Darth Vader, meu chefe, bastante contente.
Prof. Primo e a pichação involuntária
2008-11-11 00:45:13 +0000
Então que eu estava em Brasília, usando meu alter-ego de "Prof. Primo", dando um treinamento de gerenciamento de projetos para uma turminha da pesada aprontando altas confusões.
A turminha era mesmo "da pesada": uma molecada de vinte-e-poucos anos, cheia de energia, e eu lá tentando segurar todo mundo com meu conteúdo nada emocionante. O pior é que na turma tinha gente que realmente trabalhava com projetos mas também tinha a secretária, a menina do RH, o advogado da empresa... pois é, me deram a turma assim e nenhuma explicação do por quê. Então era eu versus o sono de todo mundo. Quando eu achava que estava ganhando, chegava a hora do coffee break e - surpresa! - o pessoal servia suco de maracujá. E no último dia (sexta-feira), serviam feijoada no almoço. Foi uma luta manter o pessoal acordado...
Como todo bom treinamento, este teve lá os seus highlights. Um deles foi quando eu falava de gerenciamento de risco e inventei um exemplo que envolvia problemas com a alfândega numa compra de equipamentos importados. Aí perguntei o pessoal se eles tinham alguma idéia de como prevenir este problema:
- Bem, você pode se informar dos processos de importação para não ter problemas - sugeriu uma das alunas.
- Outra saída é comprar as coisas com mais antecedência - disse um outro aluno.
- Também dá pra subornar o cara da receita federal...
O dono desta última sugestão genial era ninguém menos que o advogado da empresa...
Outro momento de destaque foi quando eu estava mostrando o MS Project pro pessoal. Como o datashow projetava em cima do quadro branco da sala, tive a idéia de desenhar por cima da projeção para indicar aonde estavam as coisas na tela. Enquanto eu escrevia, uma das meninas levantou a mão como se fosse perguntar alguma coisa:
- Sim, você tem alguma dúvida? - Perguntei, todo serelepe.
- Err, professor... eu acho que aí não é pra escrever não...
E foi com um pequenino ataque de pânico que eu percebi que, sim, o lado do quadro onde o datashow estava projetando era realmente mais áspero que o outro, aonde eu já tinha escrito adoidado. Peguei o apagador, rezei um mini-Pai-nosso e tentei apagar o que havia escrito. Por sorte a tinta não tinha secado e o "grosso" dos rabiscos sumiu, mas não sem deixar um belo borrão...
Agora olha pro quadro (na foto abaixo) e olha se tinha como eu ter percebido isso. Era praticamente uma pegadinha, só faltou a câmera escondida...
Drill, baby, drill
2008-10-23 02:46:29 +0000
Engraçado como o mundo dá voltas. Quando eu entrei pra faculdade de Ciência da Computação, em 1998, eu jamais imaginei que, dez anos depois, eu entraria num canteiro de obra no Mato Grosso, olharia para uma perfuratriz e pensaria: “droga, o projeto tá atrasado”…
Falando em Mato Grosso, deixa eu apresentar pra vocês a cidade onde estou trabalhando, a 200km de Cuiabá, e que eu chamo pelo carinhoso pseudônimo de “Ovomaltino”…
Pois é. Diz a Wikipedia que aqui tem 18 mil habitantes, só não sei onde eles estão. Mesmo assim Windturn City continua ganhando como o maior fim-de-mundo onde eu já me enfiei a trabalho.
Bem, na verdade eu comecei a falar da perfuratriz porque hoje paguei um belo mico por causa dela: depois de um longo dia cheio de problemas que se multiplicam como coelhinhos no cio, estou eu preparando um relatório quando resolvo olhar pela janela pra ver a obra, a uns 200m de distância. O relatório dizia que a perfuratriz estava trabalhando até as 22h pra compensar uns atrasos do cronograma, mas o que eu vi pela janela foi a perfuratriz parada e do lado de fora do canteiro de obra. Saí da sala e fui direto procurar o engenheiro-chefe, que estava na salinha de café com uma pessoa. Não quis nem saber e cheguei interrompendo:
- Por que diabos a perfuratriz tá parada??
- Não tá não, agora é pra ela estar na área 12, inclusive.
- Acabei de olhar pela janela e ela tá parada e fora do canteiro de obra. Como é que eu vou escrever no relatório que ela tá funcionando até as 22h?
- Sei lá, ela deve ter estragado então. Eu vou ver aqui e te falo…
Voltei pra sala já pensando no pior. Aí olho pra janela de novo e lá estava a perfuratriz… dentro do canteiro de obra e perfurando feito louca. O cansaço e o trauma dos problemas do dia, pelo visto, já estavam me fazendo enxergar coisas. Voltei pra salinha do café com o rabinho entre as pernas e falei com o engenheiro-chefe que eu tinha me enganado.
E o grand-finale foi quando ele voltou pra sala onde eu estava e disse:
- Pô cara, que vergonha hein? Você me puxando a orelha por coisa que não tava errada… e na frente do prefeito de Ovomaltino…
A saga do pacote de dados da Tim
2008-10-21 23:30:54 +0000
Eu costumo dizer que operadora de celular é igual cassino: você acha que está levando vantagem mas, no fim, "a casa sempre ganha". E não adianta: a concorrência aumenta, a Anatel aperta na regulamentação mas o serviço continua péssimo e caro.
Eu coleciono "sagas" épicas de atendimento vagabundo. Quando era cliente da Oi eu ganhei um desconto em aparelho... e precisei de oitenta e um dias e cinquenta e duas ligações para o Oi Atende até conseguir receber o dito cujo em casa. Aí mudei pra Tim - não porque quis, e sim porque os planos são mais baratos pra quem viaja muito - e já precisei recorrer à Anatel duas vezes: uma por um problema de cobrança quando me mudei pra São Paulo e outra porque, por incrível que pareça, um atendente da "central de relacionamento Tim" deu piti e GRITOU comigo no telefone.
Mas meu episódio mais absurdo com a Tim foi quando tentei, simplesmente, comprar um simples plano de dados pra usar com meu smartphone. Era coisa simples: um pacote de 250MB, pra botar no meu plano (Tim Família) e poder compartilhar a franquia de dados com minha esposa. Só que normalmente estes pacotes são vendidos junto com aqueles modems USB, então o primeiro desafio era explicar para os atendentes que eu NÃO queria um modem USB, só o pacote de dados. Vários não entendiam, então eu tinha que ligar de novo e ver se eu dava sorte de pegar alguém com um pouquinho mais de boa-vontade. Quando finalmente consegui, a atendente me disse que eu só poderia comprar este pacote de dados numa loja Tim. Aí fui numa loja, esperei umas DUAS HORAS para ser atendido... e me disseram que não dava pra comprar meu pacote de dados na loja, só por telefone. "M-mas me mandaram ir à loja!", disse eu. Não adiantou.
Então retomei a maratona de ligações para a Tim. Os atendentes continuavam insistindo que eu devia ir à uma loja, mas eu dizia que tinha acabado de vir de lá. Depois de muita insistência, um dos atendentes disse que tinha um tal "novo contrato" que eu devia assinar pessoalmente. Como eu não tinha o que contra-argumentar para isso, acabei aceitando a explicação.
No último sábado, eu e Bethania estávamos atoa no Shopping Ibirapuera e resolvemos passar na loja da Tim. Mas dessa vez eu não era mais um "garotinho juvenil" inocente e, sabendo da demora, pegamos uma senha, saímos para passear pelo shopping e voltamos mais ou menos 1h depois... bem na hora em que chamaram nosso número.
E aí aconteceu a coisa mais tragicômica que eu já vi. Eu sentei em frente ao atendente, disse que queria um plano de dados e a PRIMEIRA coisa que ele falou foi:
- Plano de dados é só por telefone, com a central.
Eu e Bethania rimos bastante na cara dele e contamos nossa história de pingue-pongue entre loja e central telefônica. Aí ele fuçou no sistema, perguntou alguns colegas e concluiu que, sim, tinha como fazer na loja. Correu tudo bem... até eu mencionar que era para eu e minha esposa compartilharmos a franquia. Aí ele soltou a bomba:
- Olha, aqui no sistema eu só consigo cadastrar o plano em uma das linhas: pra poder compartilhar entre as duas linhas, só ligando para a central...
Era inacreditável. Mas, sem pensar muito, respondi:
- Então liga aí pra nós.
Aí termina a parte "trágica" e começa a parte "cômica". Primeiro o cara pediu o celular da minha esposa emprestado, porque o dele era pré-pago e, segundo ele, ia demorar muito mais para ser atendido. O diálogo dele com a central foi mais ou menos assim:
- Sim, é um plano de dados de 250 MB, compartilhado... não, eles não tem que ir à loja, EU sou o atendente da loja, se eu pudesse já tinha feito, mas só vocês aí podem fazer... não, não tem modem USB junto... tá bom, eu aguardo...
Muitos minutos depois:
- Como é? Seu sistema tá fora do ar?... Ah, é só o SEU sistema, o dos outros atendentes está funcionando??... Então me transfere pra outro atendente...
Instantes depois ele afastou o celular da orelha e disse, frustrado: "Caiu a ligação"...
Imagine a cena: um FUNCIONÁRIO da Tim sendo enrolado pelo atendimento tosco DA PRÓPRIA TIM, ali, na nossa frente. Eu saboreei cada momento de forma sádica e deliciosa. Mas como somos bonzinhos, pegamos o meu celular e ficamos tentando falar na central pra ajudar. E só assim, numa loja Tim, com um funcionário "físico" na nossa frente e DOIS telefones ligando insistentemente para a central da Tim, conseguimos, finalmente, habilitar o plano de dados.
Mas como é difícil dar dinheiro pra essas operadoras, viu...
O presente perfeito
2008-10-07 01:50:36 +0000
A notícia boa: Desde julho o trabalho das minhas sextas-feiras é oficialmente encerrado às 15h.
A notícia ruim: Isso só acontece porque este é o horário em que a van que me leva de volta à São Paulo sai de Dead Cow City. São seis horas de estrada pra chegar em casa, toda semana.
A notícia péssima: na última sexta eu tive uma crise de sinusite. As seis horas de tédio na estrada viraram seis horas torturantes, com dor de cabeça, coriza, febre de 38 graus e o escambau. Cheguei em casa e capotei.
No dia seguinte acordei e vi a mesa do café da manhã toda arrumadinha e cheia de mimos pra mim: é que, além de cuidar da minha doença, Bethania queria antecipar meu presente de aniversário, que é só na próxima sexta. Então eu comi, bebi e depois recebi uma caixa vermelha contendo nada menos do que um Playstation Portable!
Sabedora das minhas nerdices, do meu gosto por jogos (que anda parado por falta de tempo) e das minhas loooongas horas em estradas, táxis e aeroportos, ela encontrou o presente perfeito.
E depois nego ainda diz que “casamento é besteira”… :)
O dia em que visitei um matadouro
2008-09-19 03:26:46 +0000
É muito parecido com isso. Sem brincadeira.
Finalmente aconteceu: hoje eu passei a manhã inteira conhecendo a linha de produção do frigorífico - ou, se preferir, um matadouro.
Eu achei que fosse ficar bem mais horrorizado, mas no final da manhã eu estava tão bem quanto entrei no lugar - e ainda bati um pratão de carne no almoço. O que acontece dentro do matadouro é realmente hardcore, mas aparentemente eu estou dessensibilizado pra essas coisas. Talvez por causa da internet e seus goatses, tubgirls e 2girls1cups da vida.
Eu poderia escrever zilhões de linhas sobre o, er, "passeio", mas vou tentar resumir: O começo do "tour" foi pela parte de abate e desossa, onde matam, esfolam, retiram as tripas e esquartejam o boi, mais ou menos como contei no meu post anterior. Se essa descrição já parece medonha, a primeira visão disso é bastante desconcertante: imagine um galpão de paredes amareladas e pé direito bem alto. Do teto, do meio das incontáveis tubulações que sobem e descem, corre um longo trilho que ziguezagueia pelo local inteirinho, e é nesse trilho que o boi circula, pendurado pela pata traseira direita, enquanto é esfolado e picotado aos poucos. Cada carcaça fica a mais ou menos 1 metro de distância da outra e, no chão, ao redor delas, CENTENAS de pessoas cortam, picam e arrancam pedaços do boi. É muita gente, é mais ou menos como uma agência bancária às quatro da tarde.
"Cuidado que tudo aqui escorrega muito", disse a gentil engenheira que se ofereceu para fazer o "city tour" comigo. Ficou fácil entender o porquê: uma quantidade imensa de sangue que está por todos os lados, o tempo todo. Some a isso a água que é usada para lavar a carne, as facas e os equipamentos e você tem uma lambança permanente no chão. E o pior é que, para chegar ao começo da linha de produção, você acaba tendo que passar pelo meio das carcaças. Matadouro é assim, bobeou e o boi tromba em você.
Depois de desviar de algumas dezenas de carcaças, finalmente cheguei ao chamado "box de atordoamento" - um compartimento onde o boi entra para levar uma paulada pneumática na cabeça e ficar inconsciente, ou seja, o começo do fim. E eis que um dos engenheiros-chefe estava lá também. Ao saber que eu estava visitando o abate pela primeira vez, despejou logo suas palavras de motivação:
- Ô rapá! Não vai desmaiar aí hein!
Nem foi por nada que ele disse, mas quando vi o capataz abrir a porteira para colocar um dos bois pra dentro, confesso que meu coração disparou: eu estava prestes a ver uma execução.
E o pior: a razão do engenheiro-chefe estar ali era porque eles fariam o abate de novilhos - sim, boizinhos jovens, com a vida inteira pela frente. O primeiro deles entrou no box meio desorientado, e então umas barras metálicas surgiram das laterais e prenderam seu pescoço. Aí o operador pegou um martelo de ar comprimido, mirou bem no meio da cabeça dele e POU!
Até então eu estava tranquilo, porque no meu entendimento o boi saía desmaiado daquele ponto em diante e não sofria mais. Então, de trás do box, surgem de repente dois bois pendurados... um deles chutando e se debatendo como louco.
"É só reflexo", disse a minha colega engenheira. Mas não é uma cena bonita, especialmente porque logo depois um cara faz uma incisão bem na barbela do bicho (aquela pele que fica pendurada debaixo do pescoço) e, de repente, dá uma estocada no meio do corte. Pega direto na jugular. O sangue não simplesmente começa a sair: ele jorra, em quantidades dignas de filme do Tarantino. E o boi lá, ainda se estrebuchando.
Mas a pior parte do "se estrebuchando" veio depois. Eu estava em frente a uma esteira cheia de bandejas enormes de inox, todas cheias de vísceras: estômagos, pulmões, fígados, tudo lá. O estômago de um boi é uma coisa simplesmente ENORME, é grande feito uma almofada de sofá. E então a coisa começou a se mexer sozinha na bandeja. Era pra ser horripilante, mas eu olhei aquela bolsa esbranquiçada se contraindo e estava até achando engraçado. Aí a engenheira aponta pra trás de mim e diz:
- Isso é porque você não viu como fica a cabeça...
Atrás de mim passavam as cabeças dos bois, sem os chifres, sem os olhos, com o couro removido e a carne toda exposta. E todos os músculos da face do boi se contorciam. Era bizarro... e incrivelmente comum, tanto que, no andar de baixo, onde o pessoal processa os miúdos do boi, eu olhava para as bandejas de carne e ainda via alguns pedaços se mexendo.
Daquele ponto em diante as coisas ficam bem menos nojentas, mas bem mais frias e fedidas. Frias porque as áreas onde processam a carne e os miúdos tem temperatura controlada, e fedidas porque... bem, digamos que você nunca vai querer visitar uma bucharia (onde os intestinos do boi são abertos e lavados) ou uma graxaria (aonde todos os restos de ossos e carne são jogados, moídos e transformados em sebo e farinha).
Já a desossa é outra história: esse é outro hall enorme, cheio de gente, com esteiras enomes e todo mundo armado com facas. É ali que a carne é separada da carcaça e finalmente ganha cara de carne de comer, com os cortes certinhos e tudo o mais. Confesso que naquele ponto, vendo aqueles nacos enormes de carne fresquinha rolando pelas esteiras, eu fiquei... com fome.
Esse não foi o único pensamento idiota que tive ao longo do passeio. Uma coisa que não me saiu da cabeça é o tanto que o abatedouro se parece com a versão clássica do jogo Doom. É sério, a figura que ilustra esse post não foi colocada ali por acaso, é MUITO parecido - bichos com as tripas de fora, sangue pra tudo que é lado, pedaços de corpos dependurados, etc.
E para encerrar numa nota mais filosófica, confesso que eu esperava ansiosamente pela hora de visitar o matadouro. Mas não porque eu queria ver sangue, e sim porque eu queria ver como EU reagiria ao ver aquilo tudo. Viver essas situações extremas de vez em quando é bom, porque nessas horas é que o seu "eu de verdade" aparece. Não tem como se esconder atrás de nada: nenhum estereótipo social, nenhuma saidinha política, nem nada: é você, com o que você é. E minha indiferença com a coisa toda foi um tanto quanto preocupante...
O "making of" da picanha bovina
2008-09-11 03:21:59 +0000
Já vamos pra mais de dois meses de projeto no frigorífico. Eu já estou entendendo um bocado de como a coisa funciona...
Isso aí em cima é o início de uma linha de abate de bovinos (vulgo "matadouro"). Os bois da foto desmaiaram após receber uma paulada pneumática na cabeça. O brilho nos olhos deles é o flash da câmera, que reflete o sangue que corre, pela última vez, nas retinas dos animais.
A posição, er, pouco intuitiva dos bois na foto é porque estão pendurando-os por uma das patas traseiras a um sistema de trilhos que os transporta ao longo da linha de produção. Daí pra frente fotos não são recomendáveis, mas o que acontece é o seguinte: na sequência eles terão as gargantas cortadas e o sangue retirado. A sangria é estimulada com choques elétricos no corpo do boi, já que o coração do bicho não bate mais faz tempo. Depois é a hora da "esfola" (quando arrancam o couro do animal), depois cortam a cabeça, as patas, retiram as vísceras e, mais adiante, um funcionário divide a carcaça do boi em duas... usando uma motoserra.
Falando assim o abate parece a coisa mais desumana da face da terra. O pior é que esse jeito "industrial" de matar um boi é o jeito menos cruel para o animal. Lembram da "paulada pneumática" que eu mencionei? O boi apaga e não sente nada a partir dali. O duro mesmo é o abate kosher: segundo os judeus a Bíblia não diz nada sobre pauladas pneumáticas, então, se a carne vai ser exportada para um Oriente Médio da vida, o boi tem que ser degolado e sangrado ainda consciente. E tudo sob a supervisão de um rabino. Pior que isso só quando o povo da roça inventa de matar boi e faz tudo sem equipamento, tentando nocautear o boi com pauladas "manuais", cortando com facas nem sempre afiadas e que fazem cortes demorados, etc. Aí sim o boi sofre de verdade, como ouvi dizer.
Em tempo: a foto não é minha, é de uma das meninas da minha equipe. Eu ainda não consegui ver isso tudo ao vivo, mas desconfio que o momento esteja próximo...
Associações mentais completamente inúteis
2008-09-05 00:31:24 +0000
- Quando eu me lembro do nome da cidade onde estou (e que não posso contar, contrato de confidencialidade, yadda yadda yadda) me lembro imediatamente do vídeo do Gil Brother dando aula. Fico repetindo mentalmente: "Vocês, criados a leite com pêra! A Ovomaltino!". Tudo porque o nome da cidade se parece com "Ovomaltino".
- Quando estou a caminho do canteiro de obras e vejo emas passeando (yeah, Mato Grosso, baby) eu penso: "Ema ema ema, o meu forte é a rima!". Depois penso em como seria engraçado tirar uma foto de três emas e colocar essa frase na legenda. Depois penso que sou um idiota.
- Além disso o simples fato de eu estar num canteiro de obras me lembra frequentemente d'A Obra, em Belo Horizonte.
- A obra fica bem no meio do NADA, mas temos internet graças àqueles modenzinhos EDGE da Tim. Ler a marca do modem (Huawei) me lembra, imediatamente, de um dos golpes especiais de Terry Bogard (Fatal Fury). É que o golpe (esse aí do lado) se chama "Power Wave", mas no jogo ele grita algo parecido com "Uauouêi". E de "uauouêi" pra Huawei é um pulo... não é?
- Aí eu vou passear pelo canteiro de obras, vejo dois pés-de-cabra jogados no chão e imediatamente penso em Gordon Freeman. A mesma coisa acontece toda segunda-feira, quando vou fazer check-in: eu chego no guichê, olho pro cartaz de "itens proibidos para bagagem de mão" e lá está o desenho de um pé-de-cabra. "Hmmm, Gordon Freeman não poderia viajar aqui", eu penso, toda vez. TODA VEZ.
- Quando mencionam a estação de tratamento de água da fábrica (cuja sigla é ETA) vem a fatídica música de Caetano Veloso:
Êta! Êta, êta, êta!
É a lua, é o sol é a luz de Tiêta-eta-eta!...
- No jantar, quando vejo entre as batatas fritas do prato alguma que é muito fininha e acaba ficando crocante, eu penso na minha esposa. Obviamente, neste caso, a associação mental não é nem um pouco inútil :)
Como se lia as horas nos anos 80
2008-08-31 16:23:41 +0000
Minha última compra no DealExtreme incluiu:
- Um mini-adaptador Bluetooth,
- Um leitor de cartões de memória,
- Um microfone para notebook e...
- Um relógio.
Sim, um relógio, daqueles com display retrô estilo "letreiro de aeroporto das antigas".
Confesso que não esperava que a sala da minha casa fosse ser decorada por quinquilharias importadas de Hong Kong, mas o relógio é realmente legal.
Sobre a terceira dimensão, foie gras, browsers e largura de banda
2008-08-29 04:03:10 +0000
Dia desses eu li, não lembro onde, que uma das estratégias de Hollywood para - adivinhe! - coibir a pirataria eram os filmes em 3D. Neles a "experiência" só é completa para o espectador se ele estiver no cinema, com os tais óculos especiais, então as cópias piratas não fariam sentido.
Mas hoje eu vi que a nVidia está anunciando uma tecnologia de 3D "real" para jogos de computador onde você usa - adivinhe! - óculos especiais e enxerga as cenas do jogo em três dimensões.
Aí eu fiquei pensando no futuro da pirataria de filmes, somei uma coisa com a outra e... adivinhe!
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Hoje aconteceu a pesagem oficial do "Perder Para Ganhar" que a equipe aqui do projeto de Dead Cow City organizou. É um concurso inspirado no programa de TV homônimo, onde a meta era perder 5% do seu peso em um mês - e quem perdesse menos que isso pagaria para quem perdesse mais peso.
Sim, tinha dinheiro no meio. Sim, é ridículo. E, sim, eu estava participando. Mas eu empurrei a coisa com a barriga (hein, pegou essa) e não mudei muito minha rotina ou meus hábitos alimentares - que, felizmente, já estavam bem saudáveis desde meu último exame de sangue, que deu colesterol altchééézimo e uma leve esteatose hepática - vulgo "fígado gorduroso". Sabe foie gras? Pois é.
Saldo final da brincadeira: perdi 2,5 kg. E também 40 reais, já que fiquei bem longe dos 5% de meta.
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Acabou que com o Firefox 3 eu abandonei mesmo o meu browser predileto: o Opera, que usei consistentemente pelos últimos cinco ou seis anos.
Tudo começou quando, no lançamento da versão 3, o Slashdot publicou um teste dizendo que o Firefox novo era muito mais eficiente no uso de memória que todos os outros browsers. Aí resolvi pagar pra ver, já que o abuso de memória do FF era um dos fatores que me afastava dele.
Em termos de velocidade o Opera continua sendo, comprovadamente, absurdamente mais rápido pra tudo - MENOS para as coisas do Google (Gmail, Google Reader, Google Calendar, etc), que uso o tempo todo. E aí veio o golpe de misericórdia: as extensões do Firefox, que nunca me atraíam o suficiente porque o que muitas delas faziam já era funcionalidade nativa do Opera. Acontece que eu só conhecia mas nunca tinha usado Greasemonkey, Firebug, FoxyTunes e a mais super-duper-útil de todas: Read It Later - a salvação dos que trabalham sob firewalls e precisam separar links para ver depois, na internet livre e desimpedida do hotel...
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... que por sinal é excelente e me permite até o luxo de ver minha esposa pela webcam. E também meu cachorro, que fica desorientado quando ouve minha voz e não me vê no apartamento. Hoje ele até chorou, tadinho.
Quem diria: no século XXI, "largura de banda" significa "qualidade de vida"...
O melhor presente de aniversário de casamento EVER
2008-08-13 01:51:27 +0000
Hoje eu fiz dois anos de casado. Aí alguém começou a me seguir no Twitter...
O prêmio, o lado negro da Força e os problemas musicais da minha equipe de trabalho
2008-08-13 00:32:51 +0000
Aí me chega um email do Thomas...
Caramba JC!
Comecei a caçar algumas legendas da 4ª temporada do the Office e lá está você nas traduções.
Você já é minha indicação pra personalidade-discreta-mais-presente-em-assuntos-genéricos/variados-da-net. - se houver esse prêmio...
Bem, se não havia esse prêmio, pelo visto ele acabou de nascer.
As legendas eu fiz na época deste post aqui, ó.
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Hoje, ao voltar para o hotel, um dos líderes do projeto ia desabafando:
- Putz, hoje o Darth Vader me encheu o saco, eu não estava mais aguentando...
Aí virou pra mim e disse:
- Você está com sorte, hein? Até agora ele não pegou no seu pé.
De fato, tirando algumas tentativas ostensivas de me converter para o lado negro da força, o projeto corre bem. O que me preocupou MESMO foi algo que aconteceu agorinha, na academia do hotel.
Uma das meninas da minha equipe colocou um CD da Kelly Key para tocar enquanto ela malhava.
Dias de cão
2008-08-01 03:18:54 +0000
E eu estava aqui contente, me divertindo entre blogs, IM, YouTube e a multitude de coisas (e pessoas) divertidas online quando estiquei as pernas debaixo da mesa e esbarrei em alguma coisa.
O meu primeiro impulso foi o de dizer "Opa, desculpa Pavlov", já que meu cachorro tem o hábito de se acomodar debaixo da mesa e tirar uns cochilos enquanto fico no computador.
E, tão rápido quanto veio o primeiro impulso, veio a constatação da realidade: não, eu não estou em casa. Estou é sozinho, num quarto de hotel, numa cidade distante. E o que eu chutei debaixo da mesa foi um sapato.
Já se vão aí uns seis anos de consultoria, viagens, hotéis e aeroportos, e o bode da distância e da solidão está batendo cada vez mais forte.
Novo projeto, bois morrendo e pseudônimos indefinidos
2008-07-30 04:42:14 +0000
A história é mais ou menos assim:
1) Há algumas semanas, desiludido da vida (e atoa em casa) eu vou lá e escrevo um longo post sobre o fiasco que foi a minha tentativa de alocação no projeto da Espanha.
2) Alguns colegas consultores (e leitores deste blog) tomam conhecimento da história ao ler o post e ficam indignados com a situação.
3) Um destes colegas, subitamente, recebe uma proposta de trabalho irrecusável e decide pedir demissão. Sabendo da minha situação, ele me indica para substituí-lo.
E então, graças a este blog, aqui estou eu devidamente alocado num novo projeto. Quem diria!
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O projeto é numa indústria do ramo de alimentos. O complexo industrial aqui é conhecido como "frigorífico" - que é um eufemismo para "grande abatedouro", onde bois morrem aos milhares todos os dias.
Sempre que passo na parte externa do frigorífico meus olhos automaticamente vão em direção a um longo corredor que entra pela lateral do complexo, por onde os bois passam para entrar na fábrica... e então morrer. O sol da tarde se põe bem em cima desse "corredor da morte", o que gera uma paisagem poética e macabra ao mesmo tempo. E isso sem falar no cheiro onipresente de carne cozida (de dia) e de esterco (à noite).
Meu trabalho aqui será cuidar dos projetos de investimento. O legal são as reuniões, que às vezes viram conversas dignas de Jack, o Estripador, com comentários do tipo:
- Aonde vai ser a evisceração?
- Aqui, do lado da desossa. Ou então perto de onde eles fazem a remoção de cérebros...
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E mais uma coisa: o projeto é numa cidadezinha interiorana de uns 70 mil habitantes, que fica a 400km de São Paulo - o que, invariavelmente, vai dar muito problema de logística (e posts com longas sagas aqui no blog).
Isto posto, eu preciso arrumar um pseudônimo pra cidade, assim como fiz com Windturn City. Por enquanto estou considerando seriamente "Dead Cow City", mas se tiver alguma sugestão, deixe aí nos comentários...
Em tempos de indefinição, a solução é comprar um teclado
2008-07-24 04:39:50 +0000
Aquela história de ir pra Espanha me ensinou uma lição: na minha empresa, você só está realmente alocado em um novo projeto no instante em que coloca, fisicamente, os pés no ambiente de trabalho. Digo isso porque ontem eu fui formalmente alocado, desalocado e alocado de novo num projeto, no interior de São Paulo...
No meio dessa confusão toda eu desencanei, peguei o carro e resolvi que ia passear na rua Teodoro Sampaio, o lugar das lojas de instrumentos musicais em São Paulo. A idéia era só bater perna, mas acabei voltando de lá com um teclado MIDI de segunda mão (e preço justo) debaixo do braço.
O tecladinho é um Miditech i2-Control 25, com duas oitavas, 8 knobs e a escolha de cores mais terrível que já vi: a carcaça é da cor "cinza que queria ser prateado mas falhou" e as teclas/botões são azul-calcinha!
Feiúra por feiúra, combinou direitinho com meu Dell Vostro com cara de colostro.
Tacos, burritos, Batman, Imagem & Ação, hotéis, mar e peixes.
2008-07-22 02:34:14 +0000
O último fim de semana foi o "muito bom" em sua mais completa tradução.
No sábado recebemos amigos em casa, fomos todos para a cozinha e saímos de lá com um jantar mexicano absolutamente delicioso. Comemos, comemos, e aí quando nossos corpos já estavam saciados, fomos ao cinema saciar a alma com um bom filme: "Batman - O Cavaleiro das Trevas".
Só que o filme do Batman não era um bom filme...
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Na verdade, "Batman - O Cavaleiro das Trevas" é um EXCELENTE filme. E um marco histórico pois, finalmente, os super-heróis foram usados no cinema com a nobreza que realmente merecem (lembra do fiasco do último Homem-Aranha? Pois é). Saí do cinema com a impressão de que eu não havia assistido um filme de super-herói, e sim um drama psicológico da melhor qualidade construído sobre os mitos das figuras do Batman e do Coringa. Tanto que ele não é um filme fácil, do tipo "vá ver para se divertir e esquecer da vida", pois, como bem disse o Vilaça...
...como os personagens soam humanos, distanciando-se das figuras unidimensionais presentes em projetos similares, nosso investimento emocional na história cresce exponencialmente, já que passamos a temer por seus destinos.
Só não é o melhor de 2008 por causa de Wall-E.
Destaque para Maggie Gyllenhaal - que, diferentemente da Katie Holmes "Cruise", tem cara de ser humano normal - e para a trilha sonora, muito mais presente ao longo do filme do que o "normal" e que me deixou satisfeitíssimo ao apostar em texturas diferentes das de "orquestras padrão de filme" para indicar os momentos de suspense. Tanto que, em vários momentos, a música me lembrava as faixas mais assustadoras do "Telegraphs in Negative", do Set Fire to Flames (que fui obrigado a ouvir novamente, enquanto escrevo estas mal traçadas linhas).
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E no domingo casa cheia de novo, dessa vez para macarronada e partidinhas amistosas de Imagem & Ação. Impagável ver amigos de longa data fazendo mímica da "Britney Spears".
O problema foi que os serviços do Prof. Primo haviam sido evocados para a próxima segunda e terça-feira, então o fim-de-semana perfeito acabou pontualmente às 18:30, quando tive que deixar amigos, esposa e cachorro pra trás, me enfiar num táxi, depois num avião, depois em mais outro para, às duas da manhã, chegar à Fortaleza.
O sono era tanto que não me lembro exatamente como fui parar debaixo das cobertas. Mas me lembro que acordei, abri a janela e dei de cara com ISTO...
...e que, à noite, voltei pro hotel e dei de cara com ISTO...
...e que estou escrevendo este post levemente amolecido após jantar uma moqueca de peixe.
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Ah, e durante o treinamento eu fui ajudar um dos grupos a fazer um exercício. Olhei as caras femininas em frente ao computador e quis ser simpático:
- E aí, como está indo o grupo das meninas?
Olhei novamente para o grupo e completei, gaguejando?
- Erm... e do menino também?
Rápidas
2008-06-27 18:02:00 +0000
Twitter tá fora do ar (de novo), então aqui vão aquelas pequenas coisas que você pensa quando está na fila do posto de gasolina, ou quando está separando o dinheiro da faxineira, ou quando está vendo pela duodocacentésima vez a propaganda do "Mããe, quero fazer cocô" no canal Sony:
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Imagina se os EUA, que não usam o sistema métrico internacional e preferem aquela baboseira de "milhas", "pés" e "polegadas", também resolvessem usar um sistema próprio na internet? Tipo...
"Nos EUA, para medir a resolução de telas de computador, adotou-se o digipoint, que equivale a 2,34 pixels..."
"Documentos oficiais do governo americano em formato digital tem seu tamanho medido em e-pages, cuja sigla é "eP" e onde cada eP equivale a 7.046 bytes - que é a quantidade de caracteres da primeira página da constituição norte-americana"
(Sim, eu olhei mesmo quantos caracteres tem a primeira página da constituição dos EUA)
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Ontem eu e Bethania fomos jantar e um dos assuntos do bate-papo foram as coisas nas quais a gente investia bastante tempo mas que hoje não tem tanta prioridade assim. Aí falei dos Bit Cousins, antigo projetinho musical meu e de Luiz (parado desde 2006) e Bethania quis saber por que eu não mexia mais com isso:
- Ah, de repente eu me vi beirando os 30 anos, trabalhando como consultor "sênior", com mulher e cachorro em casa, contas pra pagar... e além do mais, quanto mais eu ouço música - boa música - eu acabo comparando o que faço com o que todo mundo faz, vejo que estou infinitamente atrás deles e acabo desanimando.
A resposta dela foi curta, grossa e direta:
- Você envelheceu. E não foi de um jeito bom, porque você está envelhecendo na cabeça. E agora está aí, arrumando desculpas pra não perseguir seus antigos sonhos.
Ela acertou na mosca. E, por "na mosca", entenda-se "bem em cima do meu rim direito", porque ouvir aquilo doeu como um murro nos buchos. Mas eu estava mesmo precisando de um reality check.
Datashow que é show de bola
2008-06-19 18:39:33 +0000
Ontem eu ia passando em frente à sala de reunião quando um dos funcionários do cliente me chamou:
- Ei, Tinoco...
- O que foi?
- Tá um a zero, cara. Jogão.
Sem entender nada, entrei na sala e vi, no datashow, a Suécia jogando contra a Rússia, pela Eurocopa.
Tá certo que a Eurocopa é mais interessante que qualquer apresentação em PowerPoint, mas eram servidores públicos federais, em horário de trabalho, usando recursos públicos pra ver futebol.
Não é atoa que eu digo que serviço público é igual a porta larga da Bíblia...
É isso que acontece quando Sandman capricha
2008-06-12 13:56:09 +0000
O DVD estava em cima de uma mesa ou algo assim. Peguei para olhar a capa e lá estava David Blaine, o mágico famoso... numa pose completamente rock'n roll: lambendo o braço de uma guitarra, guitarra esta que ele tocava com ferocidade. A foto era em um preto-e-branco meio desfocado, meio granulado, e foi feita num ângulo de baixo pra cima estilo "imprensa fotografando do fosso que fica em frente ao palco", pra dar a impressão ainda maior de que aquela foto era de um show.
"Interessante", pensei. Botei pra tocar, só pra ver o comecinho.
E lá estava Blaine, no palco, mandando ver num solo de guitarra. Era um daqueles solos bem intensos, do tipo que o músico fecha os olhos, se ajoelha e sai rolando pelo palco como se estivesse recebendo o espírito de alguma coisa. E aí o DVD começou a alternar as imagens do show de Blaine com imagens de algum tipo de cerimônia esquisita: uma filmagem antiga, desgastada, que mostrava uma espécie de terreiro de chão batido, com velas e garrafas espalhadas pelo chão, para a onde a câmera apontava e aonde só se viam os pés das outras pessoas, formando um círculo em volta de um homem, negro, cabelo rastafári, claramente possuído e convulsionando pelo chão. E então eu percebi que o homem era ninguém menos do que o famoso cantor de reggae Jimmy Cliff.
O solo de guitarra ficava cada vez mais agitado e servia de trilha sonora para uma alternância cada vez mais rápida entre as cenas do show e do culto satânico. E a coisa foi ficando cada vez mais intensa, até que a terra batida debaixo da cabeça de Jimmy Cliff foi ficando arenosa e começou a engolir, pouco a pouco, a cabeça do cantor. A terra parecia obedecer à mesma força satânica que possuía Jimmy Cliff - tanto que obedecia o mesmo ritmo das convulsões. Jimmy tremia descontrolavamente, a terra ia chacoalhando. Aí Jimmy tinha um espasmo, arqueava as costas de repente e gritava: e a terra se abria como que de uma vez só, formando um buraco. Era assustador.
Aí a cena alternava de volta para o show de rock e Blaine, ainda tocando a guitarra, também estava estrebuchando no chão e tendo a cabeça engolida, sabe-se lá como, pelo piso do palco. E no ápice da intensidade do solo de guitarra as cabeças de Jimmy Cliff e de David Blaine foram completamente engolidas pelo chão enquanto eles convulsionavam enlouquecidamente.
E então o despertador do celular tocou e eu acordei.
A semana do presidente
2008-06-08 01:55:19 +0000
Sabe, o ritmo de posts por aqui estava indo muito bem esta semana. Até no Impop eu postei, duas vezes. Mas na quinta-feira eu recebi um telefonema. Me pediram pra tomar uma decisão. Uma puta duma decisão que, por enquanto, não posso comentar.
Desde então eu estou me sentindo mais ou menos assim: imagine que você vai dar uma palestra para 1000 pessoas, sem poder errar e tendo se preparado muito pouco. Aí imagine que acabaram de chamar o seu nome e você está prestes a subir no palco. Agora aperte o pause bem aí, nesse instante; congele o que você estiver sentindo... e estenda indefinidamente. Deu pra ter uma idéia?
Nesse estado eu nem preciso dizer que fica difícil parir posts.
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Aí, pra piorar meu desespero, na quinta à noite eu chego no hotel, abro a mochila pra pegar meus fones de ouvido e eles não estão lá.
"Desencana e compra outro fone", diria o leitor de primeira viagem. Mas os veteranos do blog sabem que não era qualquer fone, e sim meus Shure E2C, intra-auriculares, importados, caríssimos e profundamente amados por mim, que sou um fone-de-ouvidoófilo.
Revirei o quarto do hotel, nada. No dia seguinte, revirei o meu local de trabalho, e nada. Voltei ao hotel temendo pelo pior e disposto a extremos - como procurar no gramado externo do hotel para o caso dele ter caído pela janela do meu quarto - mas, felizmente, não foi preciso: a camareira havia achado os fones e, ao invés de deixá-los no quarto (eu ainda estava hospedado, catacilda!), levou pros achados e perdidos.
Pra que isso não se repita implementei duas contramedidas: uma é deixar uma etiqueta com nome e telefone dentro dos fones. Outra é andar sempre com os fones dentro do estojo e com o estojo preso na mochila...
Coisas do fim de semana
2008-05-20 02:22:12 +0000
A minha rotina de final da sexta-feira usualmente inclui aeroportos, táxis e, ao chegar em casa, ser recebido por um cachorro alucinado pulando na minha perna.
Só que desta vez eram dois cachorros...
O outro é Banzé, autêntico vira-lata, pertencente à uma amiga de Bethania, que estava "hospedado" lá em casa enquanto ela viajava. A estadia foi relativamente tranquila e me fez aprender duas coisas sobre cachorros:
- Cães sentem ciúme. Muito ciúme. Pavlov quase morria de ódio quando eu brincava com Banzé.
- Cães machos começam a "marcar território" desenfreadamente quando colocados no mesmo ambiente. Isso eu descobri ao ver uma mancha amarelada enorme no edredom que cobria a minha cama.
Aí, quase meia-noite, e lá fui eu fui ao supermercado comprar outro edredom para poder sobreviver à esse frio paulistano. Passando pelo estacionamento, vejo três caras em volta de um carro, portas abertas, som ligado. Um deles se levanta e, completamente de repente, começa a fazer a dancinha do Soulja Boy. Foi épico!
Ainda no ramo das dancinhas: sábado fomos levar os caninos no Ibirapuera e vi uma rodinha de adolescentes com trance "bate-estaca" tocando na maior altura e todo mundo dançando uma mistura psicodélica de Soulja Boy + "moonwalk" do Michael Jackson + Dance Dance Revolution. Perguntei um dos moleques e ele me disse que aquilo era um tal "Hardstyle".
Pelo que a Wikipedia me disse, existe toda uma cena dessas dancinhas "Hard-qualquer coisa" (esse vídeo mostra algumas variantes). A origem parece ser um tal "Melbourne Shuffle", que nasceu nos anos 80/90 e ganhou um impulso todo novo por conta do YouTube.
Anoiteceu, e a noite paulistana é famosa no Brasil inteiro pela sua diversidade: tem de tudo, pra todos os gostos, o tempo todo. Fato comprovado, já que no sábado à noite eu e Bethania fomos parar em... um evento beneficente do 1o Grupo Escoteiro São Paulo. Mas foi ótimo, tinha pizza à vontade e aprendemos com os escoteiros que dá pra cozinhar um ovo no espeto. Sim, nós também duvidamos. Sim, nós também fomos procurar vídeos disso no YouTube.
O domingo foi um dia preguiçoso, composto basicamente pelo edredom novo, eu, Bethania e o Discovery Channel. No final do dia fomos ao cinema pra ver "Quebrando a banca", baseado em livro homônimo (que, me disseram, é melhor que o filme) sobre moleques superdotados que vão à Las Vegas, contam cartas de blackjack e... bem, quebram a banca. Uma das cenas não me saiu da cabeça e não consegui dormir enquanto não entendi o assunto: era uma onde professor e aluno discutiam o chamado "Problema de Monty Hall", cujo enunciado é mais ou menos o seguinte:
Suponha que você está num programa de auditório e tem 3 portas para escolher. Em uma delas tem um carro; nas outras duas, cabras. Você escolhe uma porta - a número 1, por exemplo - e o apresentador, que sabe o que há atrás das portas, abre outra porta - a número 3, por exemplo - aonde há uma cabra. Daí ele lhe dá uma chance de trocar sua escolha para a porta número 2. É mais vantajoso trocar sua escolha de porta?
A resposta correta é totalmente contra-intuitiva: trocar de porta faz com que suas chances de ganhar aumentem para 66,6%. Eu levei um tempão para entender esta resposta, já que pra mim (e para 10.000 leitores de uma revista americana onde este problema foi publicado) as chances de ganhar trocando ou não de porta eram de 50%. É um bom quebra-cuca.
Murphy aprendeu a dar combos
2008-05-15 13:49:43 +0000
Ontem, 18:35, fim do expediente. Meu nariz começa a escorrer e eu concluo que estou prestes a gripar, enquanto a temperatura do planalto central cai vertiginosamente. Tudo que eu queria era voltar pro hotel...
...mas não tinha nenhum táxi no ponto.
O táxi só apareceu uns 20 minutos depois. Aí ele se enfiou nos engarrafamentos, chegou até a rodoviária (metade do caminho) e parou no sinal que dá acesso ao Eixo Monumental, movimentadíssimo àquela hora.
E aí Murphy entra no ringue: Round one, FIGHT!
O sinal abre e NINGUÉM anda. Alguns carros buzinam, só que a fila continua parada, parada... até que o sinal volta a fechar.
FIRST ATTACK!
Vários minutos depois o sinal abre novamente. 2-hit combo: NENHUM carro se mexe. O taxista desce pra dar uma olhada e avisa que tem um guarda fechando o trânsito. "Maldito, deve estar escoando o tráfego pesado do Eixo", pensei.
Daí o sinal abre de novo, nenhum carro anda, e o Eixo, de repente, esvazia. "Agora vai!", pensei. Mas ninguém se mexia. 3-hit combo!
Depois de mais duas rodadas do sinal abrindo e fechando, apelei e desci do táxi. Só então, a pé, percebi que quem estava parando o tráfego era um daqueles motoqueiros de escolta presidencial.
"Tá me zoando que esses filhos da puta fecharam a avenida toda só pro Lula passar", pensei. No mesmo instante os carros pretos da Presidência da República passaram, zunindo, e na sequência o guarda liberou o trânsito.
Meu "ex-táxi" passou por mim enquanto uma voz gritava no subconsciente:
M-m-m-multiple hit combo!
Furioso, comecei a andar em direção ao hotel. Só que Brasília não é uma cidade feita para pedestres: depois de andar por uns cinco minutos eu percebi que fui parar num lugar de onde não tinha como atravessar para lugar nenhum: o passeio acabava e não havia sinal ou faixa de pedestre, o que me obrigou a voltar exatamente para o lugar de onde desci do táxi. Tech hit!
E assim, depois de uma loooooooonga caminhada (de terno e mochila nas costas, vale lembrar), cansado e suado, dei um longo suspiro quando, finalmente, me vi diante da porta do quarto do hotel. Era o fim do meu calvário. Aí coloquei o cartão na maçaneta e... a porta não abriu. Tentei uma, duas, dez vezes mas não tinha jeito: o cartão-chave havia desmagnetizado.
MURPHY WINS...FATALITY!
O dia em que comi caviar
2008-05-14 01:31:29 +0000
É que o cliente chamou a gente pra almoçar, meu chefe se empolgou e deu a fatídica sugestão:
- Vamos no restaurante do Ulisses Guimarães?
Na mesma hora o sismógrafo instalado na minha conta bancária registrou um abalo sísmico considerável: "restaurante do Ulisses Guimarães" é o apelido do Piantella, um dos lugares mais caros de Brasília, frequentado por deputados, senadores e o escambau.
Aí nos sentamos e, enquanto eu me preocupava com o rombo financeiro iminente, meus colegas se empolgavam: comeram o couvert, depois umas bolinhas de mussarela de búfala, depois o cliente quis tomar uma taça de vinho... e na hora dos pedidos, prevendo que a conta ia ser dividida por igual e eu ia me lascar, resolvi que pelo menos iria à falência comendo bem e pedi um tal "steak moskovite".
Algum tempo depois, eis que chega meu "steak": um bife grande com um molho rosado e aquelas batatas fritas em formato de bolinha, dignas de um Giraffas da vida. "Então ISSO AÍ é meu mega-prato?" - pensava eu, decepcionado, até que o garçom pegou um pote que parecia de geléia e jogou duas colheradas do conteúdo em cima do meu bife. Olhei pro rótulo do vidro e meu mundo ruiu:
"Aimeudeus, isso é... caviar!"
É isso aí, meus amigos. Caviar, a famosa iguaria, composta de ovas de um peixe chamado esturjão. O mais legal é a Wikipedia contando como fazem o caviar:
A produção comercial de caviar normalmente ocorre pela extração dos ovários do peixe desacordado (normalmente com uma paulada)
Sim, você dá porrada no peixe e arranca os ovários com ele ainda vivo. Nojeiras de produção à parte, o gosto do caviar é... estranho. É um sabor forte, um misto de salgado com azedo e, bem "no meio", vem o gosto de peixe. Não curti.
Do jeito que falam eu achei que caviar seria algo de outro mundo, o que me levou à inevitável conclusão: caviar é hype.
A outra conclusão do dia veio na hora da conta, quando concluí que esse negócio de "ir à falência comendo bem" não é uma boa idéia. Pra vocês terem uma idéia do preço: minha empresa reembolsa despesas com comida até um certo limite diário, suficiente para cobrir um almoço e jantar de preço razoável. E só nesse almoço eu gastei o equivalente ao reembolso de nada menos do que DOIS DIAS INTEIROS.
Momentos belorizontinos
2008-05-05 16:28:29 +0000
Ir à BH significa encontrar conhecidos na rua sempre que você sair pra rua. Aparentemente isso inclui a estrada, porque encontrei uma antiga conhecida no meio da BR-381, perto de Três Corações, na viagem da ida.
Já em Beagá, fomos a um concerto no Palácio das Artes e vi logo três conhecidos de uma vez. No dia seguinte fomos ao shopping e, voilá, encontramos um colega leitor deste blog. Mais tarde, em outro shopping, comentei com Bethania:
- E aí, será que vamos encontrar mais um aqui?
30 segundos depois, adivinha...
Numa visita à uma tia de Bethania, eis que acho em cima da mesa uma cópia autografada de "Fresta por onde olhar", livro da esposa do Exu Caveira Cover, lançado recentemente. Mundo realmente pequeno, este.
A razão da ida pra Beagá foi o aniversário de Bethania que, por sinal, bateu o personal festas de aniversário record: três comemorações em BH e tem mais alguma coisa prevista aqui pra São Paulo.
Numa delas (a comemoração "família") meu irmãozinho foi comer um cajuzinho depois dos parabéns e, sem a menor cerimônia, solta um grito memorável:
- ESSE DOCE TÁ UMA PORCARIA!!!
A outra frase memorável do feriado foi do meu cunhado. Dizia ele que estava num ônibus e um gay se sentou atrás dele e começou a sussurrar: "Gostoso..."
A resposta dele foi hilária:
- Escuta aqui, você me respeita, porque eu até respeito essa PORRA DE OPÇÃO SEXUAL sua!!
...e, antes de voltar pra São Paulo, passamos no supermercado e gastamos R$ 25 em queijo. Só pra cumprir com o estereótipo.
Here comes a new challenger!
2008-04-30 14:18:00 +0000
Ontem de manhã, eu atoa em casa, toca o telefone. Era o pessoal da empresa onde trabalho:
- Estamos ligando pra saber se você tem interesse em substituir um consultor num projeto... doze meses de trabalho a partir de julho... na Espanha.
Pelo visto a treta é séria mesmo. Hoje de manhã já fizeram um teste de inglês comigo via telefone (é a língua que o cliente espanhol usa, segundo me disseram) e estou negociando para levar Bethania comigo - condição sine qua non para minha ida, afinal as prioridades mudam depois que se casa. Vamos ver no que vai dar...
Terremoto em São Paulo - um "timeline" bizarro
2008-04-23 03:04:27 +0000
Aprox. 21:00 - Na sala aqui de casa eu e uma amiga de Bethania estávamos vendo TV. Aí minha cadeira balança bem de leve por uns 10 segundos. Enfiei a mão debaixo dela para ver se não era Pavlov (meu cachorro) se coçando, até que a amiga pergunta se eu senti a terra tremer.
Me levantei, fui até o computador e levei um susto: no Twitter, dezenas de relatos da terra tremendo em várias partes da cidade de São Paulo. A primeira twittada, supostamente, foi do @viniciuscosta: "Terremoto em SP?"
21:13 - O tremor começa a aparecer na mídia. Segundo o 8 Bits e Meio:
O Corpo de Bombeiros confirmaria as informações alguns minutos depois. Os portais entraram às 21h16 (com o G1). A FOL foi mais tarde, com um urgente na capa. Às 21h18, a Bandnews levou a história para o ar. Às 21h23, entrou a Globo News.
21:36 - @geomorcelli avisa: no Orkut surge a comunidade "Terremoto 22/4/08 - Sobrevivi!"
21:41 - No Twitter começam as piadas, como esta, de @marcsheep: "Esse terremoto é uma ação viral da motorola para o novo cellphone! TERREMOTO!"
21:43 - @cellozero avisa que o terremoto foi de 5.2 graus na escala Richter. Informações do portal de terremotos (?) do Governo Norte-americano confirmam, inclusive dando a localização do epicentro: no Oceano Atlântico, a 270 km de São Paulo - a estrelinha da figura aí embaixo.
21:51 - O número de piadinhas com o terremoto segue crescendo exponencialmente. Segundo @pedro_blognatv, "Terremoto nada! A terra só quis comemorar o seu dia e dançou o créu na velocidade 5"
21:58 - Surge a melhor (e mais nerd) piadinha do terremoto, via @felds: "São Paulo, agora com RUMBLE PACK!"
22:00 - Começa a monetização: Camiseta do terremoto é lançada por Ian Black no Twitter.
22:03 - @herkeios especula sobre a causa do terremoto: "O desmond esquecereu (sic) de digitar 4, 8, 15, 16, 23, 42, DE NOVO"
22:09 - A comunidade do terremoto no Orkut já tem mais de 200 membros.
22:19 - Meu pai aparece no Google Talk. Isso é, de longe, MUITO MAIS BIZARRO que o terremoto. Achei que ele tinha ficado sabendo do tremor e estava preocupado comigo, mas as primeiras frases dele são: "Uai, tou conseguindo tc contigo? Foi sem querer que entrei aqui".
22:27 - @opiumseed avisa: "Na comunidade de São Paulo no Orkut, o tópico do terremoto teve mais de 500 comentários em uma hora". Já a comunidade do terremoto está com 360 membros e segue aumentando.
22:29 - Bethania chega na sala rindo porque viu no Twitter: "Brasileiro não sabe nem se portar em evento de primeiro mundo" (Update: o autor foi o @marcdoni)
22:34 - Encontro Bethania ainda rindo, mas por causa de um comentário do @cacaucalazans: "Droga, eu filmei o terremoto, mas o meu celular tem sistema antishaking! hahahahahahaha"
22:36 - Talvez o primeiro relato de danos causados pelo terremoto, via @cellozero: rachadura em hospital da zona leste de SP.
22:43 - Bethania me avisa de um comentário de @luti (cujo Twitter foi criado há apenas 3 horas): "Gente, foi terremoto mesmo? Não reparei, aquei que tinha esquecido o vibrador ligado..."
22:47 - Na comunidade do Orkut também tem piadinhas, como o tópico "Ao vivo - Está tremendo em Manaus (-2 hs fuso)".
23:05 - Parei de acompanhar o aftermath do terremoto e fui dormir. É estranho dizer isso mas foi... divertido.
P.s.: Pra quem quiser ler mais, o Inagaki também coletou um monte de citações do Twitter.
A conquista do Sudoku
2008-04-18 01:27:27 +0000
Terça-feira. Depois de duas horas preso no Aeroporto Santos Dumont por causa do mau tempo, finalmente entrei num avião rumo à São Paulo. Aí cismei de pegar uma daquelas revistinhas de passatempos da Tam para fazer umas palavras cruzadas e foi então que me deparei com alguns exemplares do jogo da moda, aquele que é a sensação nos aeroportos brasileiros: o Sudoku.
Você sabe, Sudoku ("único número" em japonês), esse joguinho aí do lado, dos quadradinhos. Tem que preencher com números de 1 a 9 sem repetir os números nas linhas, colunas e nos quadrados grandes de 3x3. Moleza né? NOT!
Sabe, eu tenho uma certa resistência à Sudoku porque ele é com números, e números expoem o lado imbecil do meu cérebro - o que mexe com números. Matemática nunca foi o meu forte: foi nela que tirei meu único (e traumático) zero numa prova, na quinta série. Eu sei lá como sobrevivi às aulas de cálculo na faculdade, sempre passava raspando, enquanto nas outras matérias eu mandava bem sem muito estudo. Meu ápice de genialidade acadêmica foi quando tirei total na temida prova final de Compiladores, a matéria mais difícil do curso de Ciência da Computação (que frequentemente reprovava metade da turma). Mas me dê um punhado de números e eu me enrolo todo. Erro as coisas mais idiotas - idiotas MESMO, tipo somar os 10% de gorjeta num restaurante.
Aí uma vez eu vi um casal de amigos meus - que são dois geniozinhos da matemática, diga-se de passagem (sim, vocês mesmos, André e Ju) - esmigalhando páginas de Sudoku na maior facilidade. Aí peguei um pra fazer e, dez minutos depois, meu cérebro deu tela azul.
Desde então fiquei com essa antipatia de Sudoku. "Não é atoa que tem Ku no nome", pensava eu. Mas naquela hora, no avião, eu senti que aquele Sudokuzinho poderia ser meu. E mandei ver.
Dez minutos depois, ao invés de tela azul, meu cérebro estava TOTALMENTE ALUCINADO de um jeito tipo John Nash: eu tava "enxergando" tudo, as possibilidades do jogo, as estratégias e tal. Fui sapecando os numerozinhos nos quadradinhos, feliz, achando que finalmente tinha espantado o fantasma do Sudoku, até que...
- Peraí, nesse quadradinho aqui não dá pra colocar nenhum número.
Chequei, rechequei e era verdade: eu havia cometido um erro em algum lugar. Aí a empolgação virou pânico: eu tentei fazer um backtracking, descobrir onde eu tinha feito caquinha, rabisquei uma ou duas casinhas e quando vi o avião havia pousado. Conclusão: depois de mais de uma hora debruçado sobre o Sudoku, tudo que eu tinha era isso aí do lado.
Cheguei em casa e fui chorar as mágoas com Bethania. Ela disse "ah, esse aí tá facinho" e completou um outro jogo da mesma página. Só pra humilhar.
Fui dormir me sentindo tão inteligente quanto Márcia Goldschmidt.
No dia seguinte o Sudoku continuava lá, em cima da mesa. Copiei o jogo numa planilha do Excel (coisa de nerd, não pergunte) e, para marcar a hora de início, twittei:
- OK, Sudoku. Você e eu. Agora.
Meu cérebro entrou em modo "(se achando) John Nash" de novo, mas eu redobrei a atenção pra não errar nada. Muita insistência e exatos 65 minutos depois... a vitória:
Finalmente o fantasma do Sudoku foi exterminado da minha vida. E confesso que foi até divertido.
Agora posso alçar vôos matemáticos mais altos. Dividir uma conta no restaurante, talvez?
Momento "Engenharia Social"
2008-04-11 18:47:56 +0000
A internet do meu hotel aqui em Brasília é simplesmente impraticável de lenta. Já reclamei inúmeras vezes com a gerente e nada aconteceu.
Mas ontem à noite eu me irritei. Era hora de medidas drásticas. Peguei o telefone e disquei.
- Hotel Aaron, boa noite.
- Boa noite. Eu tou aqui no bar tentando acessar a internet sem fio, qual é mesmo a chave da rede?
- É "ponto", senhor. Tudo em minúsculas.
- Obrigado.
Não, eu não estava no bar do Hotel Aaron. Eu sequer estava hospedado no Hotel Aaron: estou no concorrente, logo ao lado. O telefone eu achei no catálogo.
Ah, como é bom ter internet sem fio na cama...
Elevator Action
2008-03-13 01:43:55 +0000
Cena 1 - O futuro da tecnologia
Algumas semanas atrás. Eu e mais dois colegas entramos no elevador conversando sobre o iPhone, o Google e outras coisas de tecnologia. Aí um deles me pergunta:
- Quem você acha que vai ser líder de mercado daqui a 10 anos, Apple ou Google? Eu acho que é a Apple.
- Não mesmo. É o Google, com certeza - respondi.
- Mas por quê?
Aí me bateu uma inspiração maluca e eu dei uma explicação ultra mega-boga elaborada:
- Por causa do mercado do Google, que é muito mais significativo que o da Apple. Os produtos do Google lidam com o commodity mais importante do século 21, que é a informação. A missão do Google é facilitar o seu acesso a essa informação - a TODA a informação que ele puder. Atualmente ele é o melhor que há nesse mercado - tanto que aposto que você já é cliente do Google, basta ter um Gmail ou um Orkut. O concorrente mais próximo está muuuuito longe. A Apple pode até revolucionar um mercado inteiro com um produto excepcional como o iPhone, mas ainda assim ela vai estar no mercado de dispositivos físicos de acesso à informação, que é limitado, concorrido, sujeito à modismos, flutuações de demanda e o escambau. Aí, enquanto a Apple é dona do meio físico de acessar a informação, o Google é o dono de algo muito mais valioso: a infraestrutura virtual que indexa, guarda e te entrega esta informação.
Parei de falar, sorridente e satisfeito. Então ele me respondeu:
- Ah, mas com o iPhone dá pra acessar o Google!
Meu amigo, minha amiga... nada, absolutamente NADA podia me preparar para aquela resposta. Pra explicar o que senti, só usando um GIF animado:
Felizmente, fui salvo pelo elevador, que chegou no nosso andar.
Cena 2 - Qual é a música?
Hoje. Eu e mais um colega da equipe entramos no elevador. Tinha mais umas três pessoas, uma delas assobiando o último (e famoso) movimento da nona sinfonia de Beethoven, mais especificamente a parte (a mais famosa) chamada "Ode à Alegria". O assobiador desceu do elevador e comentei com meu colega:
- Esse aí é chique, assobiando a nona sinfonia...
- Qual nona sinfonia?
- Uhh... a nona sinfonia, de Beethoven.
- Ah é? Achei que fosse aquele "Jesus Alegria dos Homens"
- Bem, essa aí é de Bach.
- Ahhhh bom...
- Se fosse Bach, pode crer que ele estaria assobiando muito mais notas do que aquilo.
Eu estava tentando ser engraçadinho e me referia ao fato de que Bach "usa mais notas" - ou seja, normalmente compõe coisas mais técnicas, rápidas, com muitas notas curtas, às vezes chegando à extremos de dificuldade (especialmente nas composições para clavicórdio).
Uma partitura de Beethoven (esquerda) e uma de Bach (direita). Cada bolinha é uma nota.
Mas... meu amigo, minha amiga... nada, absolutamente NADA podia me preparar para a resposta que veio:
- Como assim "notas"?
- Uhh... notas musicais.
- Ah é? Tipo... "plim plim plim" e tal?
- Err.... sim, cada "plim plim" desse aí seu é uma nota diferente - respondi, sentindo no peito um pânico incontrolável.
- Como assim?
Meu pânico interno estava ficando incontrolável. Era hora de medidas extremas:
- Você já assistiu "Qual é a música"?
- Já...
- Lembra daquela hora que o Sílvio fala "maestro Zezinho, quatro notas!" e o cara toca?
- Aaaahhhh, entendi!!
Cena 3 - Quão profundo é seu amor?
Eu, sozinho, entro no elevador do hotel. Mas está estranho... faltando alguma coisa...
Aí comecei a assobiar "How deep is your love", dos Bee Gees e ficou tudo bem.
Rápidas
2008-03-12 03:48:50 +0000
Aqui no prédio onde eu trabalho pode até ter revistas pornográficas à venda na lanchonete. Mas em compensação também tem uma galeria de arte com pinturas de Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti e outros grandes nomes. É um contraste, no mínimo, curioso.
Mesmo com mulheres peladas disponíveis (tanto na banca quanto na galeria de arte), os funcionários públicos daqui estão se rebelando e querendo fazer greve.
Durante a tarde tinha um carro de som na porta do prédio, aonde os piqueteiros discursavam no último volume. Mas o melhor era a "música ambiente" que tocava quando não tinha ninguém falando: "How deep is your love", "Unchained Melody" e outros clássicos do cancioneiro mela-cueca. Não me perguntem por quê.
O duro foi que, à tarde, durante uma reunião com o CIO da empresa, tivemos que parar por uns cinco minutos porque, no meio do protesto, soltaram uma looooonga saraivada de fogos de artifício. No final, o CIO fez uma cara contrariada e disse:
- É complicado. Quanto mais os sindicatos vão enriquecendo, mais longo fica o foguetório...
Durante o dia, no Twitter, um protesto bem-humorado virou um meme divertidíssimo: o pessoal postava nerdices nostálgicas com a tag #anteriorr, relembrando coisas de outrora como:
- "Em qual vizinhança do Geocities está sua homepage?"
- "Desisto de jogar Mortal Kombat 2. O Meu SuperNES não tá salvando..." e, na sequência, "assopra a fita!"
- "Disco cheio? Use o DoubleSpace e DUPLIQUE a capacidade do seu HD!!"
- "Minha câmera nova armazena fotos em disquetes, tem resolução de 640 x 480. uau!"
A coisa se estendeu até a noite e o pessoal acabou numa sessão de nostalgia hardcore coletiva no jurássico Bate-Papo do UOL... que continua exatamente igual o de 1996 mas ainda é uma das maiores audiências do portal (segundo um certo funcionário)
Diálogos no telefone do hotel
2008-03-05 03:37:45 +0000
- Recepção, boa noite.
- Boa noite. O seu cardápio não tem o ramal do restaurante, você podia me dizer qual é o ramal?
- É 2547, senhor.
- Obrigado.
(desliga)
(disca disca disca disca)
- Restaurante, boa noite.
- Boa noite. Eu queria uma torta de limão.
- Ok... certo. Em 20 minutos eu levo pro senhor.
- 20 MINUTOS?
- Er... sim, senhor.
- Você vai levar VINTE MINUTOS pra cortar um pedaço de torta e trazer aqui?!
- Ah, você quer que corte um pedaço da torta?
(pausa dramática)
- Olha, eu quero uma torta de limão. Tá aqui no seu cardápio, na parte de "sobremesas". Eu imagino que isso aqui não signifique "uma torta inteira de limão".
(pausa dramática)
- Só um segundo que vou ver no restaurante.
- Mas não é aí que é o restaurant...
(espera telefônica. A música é "Let it be", dos Beatles)
- Senhor?
- Grrhmph? (Grunhido. Significa "sim")
- O senhor quer uma torta de limão, é isso?
- Sim, mas você vai demorar vinte minutos?
- Não, não... demora só uns 10 minutinhos.
(Pausa dramática. Cabeça entre os joelhos. Cérebro tentando entender qual o critério de estimativa de tempo desse cara e por que é tão difícil dizer "levo num instante" ou simplesmente "ok, tchau".)
- Er... senhor?
- Sim.
- Eu... posso anotar o pedido?
- Pode sim. Mas tente não demorar 10 minutos.
- Err... ok.
Aproximadamente oito minutos depois, a "torta" chegou.
Esse tartelete aí custa R$ 5 na doceria cara que tem lá perto de casa, em São Paulo. Aqui custou R$ 10 + R$ 1 (os 10% do garçom). Mas que se folha-se, vão me reembolsar os R$ 11 e eu queria um doce para amenizar a frustração do meu dia de trabalho.
TOP 10 coisas que já vi o pessoal fazer no escritório
2008-02-29 01:04:16 +0000
Lembrando que estou trabalhando em Brasília, num órgão de altíssima relevância para nosso país:
- Dormir na mesa
- Ler revistas/livros
- Jogar Paciência
- Acessar YouTube (com fone de ouvido e tudo. Só faltou a pipoca)
- Compras em lojas online
- Posts em fóruns online
- Editar verbete na Wikipedia (sim, vejam só, espírito colaborativo!)
- Ler o slashdot.org
- Telefonemas para a família com assuntos pitorescos. O mais marcante deles foi: "lugares para bater em seu filho para que ele sinta mas não fiquem marcas".
- Ler notícias relevantes para o trabalho e a garantia da soberania nacional, como "argentina de 16 anos tem trigêmeos pela segunda vez"
P.s.: Dentro do prédio tem uma lanchonete com uma banca anexa que vende, entre outras coisas, revistas pornográficas. As imagens da "câmera escondida (do meu celular)" confirmam. É a prateleira de cima, à direita:
Tá borrado mas, acredite, aquela de capa verde no canto direito é a última Playboy.
Rápidas
2008-02-21 01:21:27 +0000
Estou em Brasília, "a Washington brasileira" (hehe), para duas semanas de projeto. Ontem, no começo de uma reunião, o cliente me disse assim:
- Olha, o último Tinoco que eu conheci e que passou aqui por Brasília foi embora num caixão...
Disse ele que era um tal secretário-de-qualquer-coisa de um ministério. Mas eu estou com uma impressãozinha, pequenininha, de que aquilo foi uma indireta.
Eu costumo passar meses sem descarregar as fotos do celular no computador, por pura preguiça. E sempre tem fotos que eu tirei para postar aqui e esqueci, tipo essa coleção de santinhos no painel de um carro, que vi outro dia:
Outra coisa que lembrei vendo as fotos do celular: há algumas semanas eu e Bethania fomos à festa de aniversário de um colega de trabalho dela, num tal Brechó, na Vila Madalena.
O lugar é realmente um brechó que tem um bar anexo. A decoração inclui móveis antigos e velharias em tudo que é canto, mas a melhor das surpresas é o banheiro, que tem capas de discos inacreditáveis pregadas na parede:
Detalhe que precisa ser mencionado: o dono da festa era gay, estava bêbado e bastante falante. Como o álcool afeta a área do cérebro responsável por manter as pessoas com noção, o papo dele incluiu a frase mais absurda que já ouvi. Leia por sua conta e risco:
Uma vez eu saí pra balada, tava lá na pista, chegou um bofe, tal, quando vi, beijei. Mas aí depois do beijo eu virei pra ele e falei: "Meu, sua boca tá com gosto de pinto!!"
Highlights do encontro
2008-02-10 15:16:13 +0000
Depois do carnaval, como de costume, rolou o encontro anual da minha empresa de consultoria. Três dias, em Atibaia, num megahotel. Foi divertido...
Alguns destaques do que rolou no evento:
- O presidente da empresa chorou ao fazer suas palestras. Duas vezes. Uma ao declamar um poema sobre a independência do Brasil e outra no final do evento: "É que fica um vazio quando vocês vão todos embora", disse ele...
- Entre as palestras de assuntos administrativos, o destaque foi uma que o assessor de TI fez sobre segurança da informação. Para falar de engenharia social, o cara espalhou "espiões" (
funcionários do hotelfuncionários novatos da área de TI - valeu André!) entre os consultores no dia anterior e saiu mostrando o quanto de informação sobre nosso trabalho eles conseguiram levantar na base do bate-papo e da bisbilhotice na conversa alheia (valeu, Esparroman!). - Sexta de manhã foi o dia das atividades de integração: campeonatinhos de futebol, tênis, vôlei e o escambau. As equipes de futebol tinham nomes peculiares, como "Tabela Dinâmica" e "PROCV"...
- Na equipe vencedora do futebol estava ninguém menos do que Michael Jackson, que jogou muito bem e ainda levou uma camisa do Galo pro palco, só pra tirar onda na hora de receber sua medalha (entregue pelo presidente da empresa que, por sinal, é cruzeirense).
- Além de rever a turma dos projetos antigos, o encontro também é bom para rever leitores do blog. É até engraçado: recebi feedback ao vivo da pesquisa de satisfação, ouvi relatos de gente que está usando o "método Primo de emagrecimento".
...that I'm a motherfucking PMP
2008-01-31 23:19:44 +0000
50 cent é um "pimp". Eu, agora, sou um Project Management Professional, certificado pelo PMI!
Levou alguns meses de estudo, umas 1000 perguntas de simulados para treinar e, finalmente, a prova oficial, com 4 horas de duração e 200 perguntas. Não foi fácil, mas valeu a pena.
Acabou que janeiro foi bem movimentado profissionalmente: vendi meu primeiro projeto, fui oficialmente reclassificado como consultor-sênior pela minha empresa e agora ganhei o direito de assinar como "José Carlos Tinoco, PMP".
Curando a saudade das montanhas geladas
2008-01-29 03:31:06 +0000
No último sábado de manhã acordei cedo, saí de casa e comprei um par de patins.
Sim, você leu certo. Comprei um par de patins Powerslide Freeskate Cell 2.
Em meu juízo normal eu JAMAIS compraria uma coisa dessas, mas confesso que estou satisfeito com minha nova aquisição. É que, como temos o Ibirapuera aqui pertinho de casa, volta e meia a gente leva Pavlov pra passear por lá. Num desses passeios Bethania viu um cara dando aula de patinação debaixo da marquise, se interessou e perguntou se eu faria aulas junto com ela. Como bom marido que sou (e, dado o diâmetro da minha cintura e o grau elevado de sedentarismo), fui junto.
Acontece que andar de patins, para minha surpresa, começou a se mostrar um bom remédio para o que eu chamo de "dor-de-cotovelo da neve", ou seja, a minha paixão incontrolável por esquiar, paixão esta que começou quando eu morei no Canadá e, de tão séria, foi a principal razão da minha lua-de-mel ter sido no Chile. A coisa é tão feia que eu mudo de canal quando vejo gente esquiando na TV, porque a vontade que dá de morar num país com neve fica absurdamente difícil de suportar.
Mas voltando ao Ibirapuera: aula vai, aula vem e eu começo a perceber que os patins tem algumas semelhanças com os esquis: as botas pesadas nos pés, o deslizar com o vento no rosto, as "remadas" ritmadas para pegar impulso, a dificuldade pra aprender a fazer as curvas e a parar, tudo é bem parecido... até a sensação deliciosa de alívio, de quando (depois de algumas horas) você tira os pés doloridos de dentro das botas, é bem igual. Obviamente, uma coisa não substitui a outra mas, como as "restrições orçamentárias" da vida paulistana devem me impedir de ver neve por um bom tempo, vou ficar matando a vontade - e tomando capote - na marquise do Ibira mesmo.
E quando eu tiver realmente bem, quem sabe não rola até um videozinho no YouTube...
Surpresas da noite paulistana
2008-01-24 04:19:25 +0000
Sábado passado eu estava com dor de cabeça e todo dolorido, em frente ao notebook. E Bethania querendo sair.
"Hmm, o que seria perfeito hoje é um lugar pra sentar e bater papo. E um DJ tocando alguma coisa bem tranquila. Bem, estou em São Paulo, aposto que deve ter alguma coisa", pensei. Aí veio a idéia idiota: entrei no Rraurl - que tem um guia bem completo da cena eletrônica - e digitei "ambient" no search.
Para minha surpresa, veio um resultado: o 8 bar. O "ambient" estava entre os gêneros que os DJs tocariam. O lugar era pertinho de casa e até as 22h a entrada era de graça. Chamamos um amigo e fomos.
A impressão inicial foi ruim: o lugar era um corredor comprido com um bar no meio e umas cadeiras. Como entramos antes das 22h, fomos os primeiros a chegar e pudemos ver o lugar se encher lentamente. Chegava um, depois outro, depois mais um... e, curiosamente, todos homens (dica número 1).
Aí resolvi ir ao banheiro. Como o lugar era minúsculo, fora a porta de entrada o lugar tinha apenas outras duas portas, então não foi difícil deduzir que era ali. Só que não tinha nada nas portas que dissesse qual deles era o masculino e o feminino. Procurei o barman e apertei F1:
- Por favor, onde é o banheiro?
- É ali mesmo, naquelas duas portinhas. Fique à vontade, você escolhe qual deles quer usar!
E deu um sorrisinho esquisito (dica número 2).
Então, seguindo as instruções do barman, escolhi uma das portinhas e - surpresa! - o maldito banheiro era todo pintado de vermelho e tinha espelho no teto (dica número 3).
Agora é com você, querido leitor. Usando as três dicas deste post, adivinhe qual era o público predominante do 8bar...
Moral da história: A partir de agora, antes de ir conhecer um lugar novo, vou ligar com antecedência e perguntar sobre o espelho do banheiro.
Batendo meu "personal me-fazendo-de-trouxa" record
2007-12-21 21:16:14 +0000
Chamem o Guiness que eu simplesmente detonei. Nunca mentiram e me enrolaram tanto como na última semana:
Caso 1: A viagem
Na terça-feira eu iria trabalhar em Belo Horizonte. Na segunda à tarde eu recebo um email da minha empresa, informando que não teria como pagar as despesas da viagem para BH.
"Deve ser algum engano", pensei, enquanto ligava para o remetente do email. Para minha surpresa, ele disse:
- O email está correto, não podemos pagar a viagem. Quando você foi alocado no projeto, você ainda morava em Belo Horizonte, então não tem previsão de despesas com viagem.
Essa história de "morava em BH" é altamente questionável, porque eu só entrei formalmente no projeto depois da mudança pra SP. Mas mesmo assim tentei argumentar:
- Há duas semanas vocês pagaram uma viagem exatamente igual, que fiz para as reuniões de planejamento do projeto!
- Sim, mas nesse caso a gente não tinha escolha.
- Mas... mas não é possível isso. Da última vez eu, inclusive, fiquei na casa do meu pai, a economia que vocês tiveram com hotel dá pra pagar as passagens, com sobra ainda...
- Não dá. Você economizou numa despesa que, em tese, nem deveria ter acontecido.
E na segunda à noite, adivinha quem estava se enfiando num ônibus-leito, comprado às pressas, e com o próprio dinheirinho?
Caso 2: O cartão
Foi com um certo desespero que me lembrei que meu cartão 3 em 1 do Banco do Brasil (bancário, crédito e débito) iria vencer em 31/12, que eu só tinha esta semana em BH para resolver o pepino e que, provavelmente, o banco havia enviado um cartão novo para meu endereço atualmente desocupado. Ou seja, meu cartão estava num "SEDEX limbo" qualquer.
Liguei pra minha agência. Assim falou a funcionária de lá:
- Senhor, vou estar verificando e te dou um retorno.
Nada de retorno. Liguei de novo e a outra funcionária disse a mesma coisa:
- Senhor, vou estar verificando e te dou um retorno.
Depois de DOIS dias, SEIS ligações e SEIS respostas idênticas, eu comecei a ficar sem opções: eu ficaria poucos dias em Belo Horizonte, e no horário de atendimento do banco eu estaria trabalhando - BEM longe da minha agência, e SEM carro. Eu dependia da boa-vontade das atendentes, que no momento era inexistente. Tive que ligar pra Visa, descobrir o número da carta registrada que continha o cartão e rastreá-la pelo site dos Correios para confirmar que, sim, o cartão estava na agência. Aí peguei um táxi e, em CINCO minutos, me deram meu cartão.
Moral da história: "vou estar verificando e te dou um retorno" foi, em todas as vezes que ouvi, uma mentira descarada. Eu conversei com uns três ou quatro funcionários diferentes, todos me deram a mesma resposta, e NENHUM se dignou a usar CINCO minutos do tempo deles para me ajudar.
Caso 3: O celular
Eu já havia reclamado na Anatel por causa do meu celular belorizontino (história aqui) mas ninguém me deu retorno.
Liguei pra Tim de novo. Expliquei a história toda pra uma atendente, ela me transferiu pra outro setor. Expliquei tudo de novo pra outra atendente, ela, mais uma vez, falou que não podia fazer nada. Pedi pra chamar a supervisora dela e... desligaram na minha cara.
Liguei pra Anatel de novo. Disseram que a reclamação que fiz foi "reenviada" para a Tim e que vão me ligar na segunda-feira. Sim, claaaaro...
Caso 4: A mudança
Como trabalhei na sede da minha empresa nesta semana, queria aproveitar para:
1) Conversar com uma pessoa do RH sobre a minha mudança para São Paulo: o episódio da viagem completou uma suspeita que eu já tinha, de que, por alguma estranha razão, meus empregadores ficaram irritados com o fato de eu ter me mudado de cidade.
2) Conversar, novamente, com o cara que me negou o reembolso das despesas da viagem pra BH - mas dessa vez ao vivo e com a ajuda do meu consultor-líder!
Desde quarta-feira eu estou tentando falar no RH. Na quarta, disseram que iam me dar retorno na quinta. Não deram. Aí hoje liguei pra lá e a menina estava almoçando. Às duas da tarde, ainda almoçando. Às três da tarde, ainda almoçando. Até que, às 15:30, finalmente me disseram que ela não voltaria mais na empresa.
Só faltava tentar falar com o cara das viagens. Achei que meu consultor-líder iria ajudar, mas ele tentou ligar pro cara, disse que ele "está numa reunião" e foi embora, pois tinha uma consulta médica.
Apelei e fui até a sala do cara. Adivinha quem estava sentadinho em sua própria mesa, ao invés de "estar numa reunião"?...
Depois de bastante conversa, ele ficou de rever se tem alguma "sobra" no projeto para encaixar as despesas que tive com a viagem. Bem, se eu for me basear na atual tendência dos fatos, o prognóstico não é nada bom...
Não se fazem mais infâncias como antigamente
2007-12-21 04:50:29 +0000
Outro dia peguei uma das revistinhas da Turma da Mônica de Gabriel, meu irmãozinho, para folhear. E dei de cara com isso:
Quem está chamando Xaveco é a mãe dele, pra avisar que o pai veio buscá-lo. "É o fim de semana dele", diz ela. Fiquei meio sem entender até que, alguns quadrinhos adiante, Xaveco diz: "Não sei porque se separaram. Papai e mamãe são tão parecidos"...
Quem diria... agora a Turma da Mônica usa MSN e tem pais separados. Atualizaram a coisa toda para os tempos modernos da criançada.
Da última vez que folheei revistinhas do meu irmão também levei um susto ao ver que as histórias estão cada vez mais... digamos, "ousadas". Cheguei a ver uma história da Magali cujo tema era o cu do gato dela (não, eu NÃO estou brincando!).
Parece que o esquema é passar direto daquela fase da inocência infantil e jogar os meninos direto na fase "reality mundo cão". O que eu já suspeitava desde quando vi os coleguinhas de Gabriel, na festinha de aniversário dele, há algumas semanas. Um deles, o da foto ao lado, me deixou deprimido: ele estava sem camisa, de boné, com uma calça de cintura baixa e com uma "correntona" prateada no pescoço - exatamente como um negão rapper, daqueles dos clipes com carrões e mulheres que passam na MTV. E devia ter uns seis anos, o pestinha. E ele estava com cara de mau e bancando o marginal, enchendo os bolsos da calça com docinhos "roubados" da mesa aonde estava o bolo. Como na música do 50 cent, que diz: "I'll take you to the candy shop / and let you lick my lollipop"...
Enquanto eu pensava nestas coisas, como que de sacanagem, meu irmãozinho aparece na sala para me mostrar a fantasia de fantasma que ele ganhou. Aí meu mundo terminou de ruir...
Tudo bem deixar as histórias de criança mais adultas, agora... fantasia da KU KLUX KLAN é sacanagem!!
Retrospectiva 2007
2007-12-19 04:28:15 +0000
Fui visitar o Esparroman e acabei me lembrando que eu já ia fechando o ano sem retrospectiva. Bem, aí vai:
Janeiro
O grande marco deste mês foi o début de Pavlov na carreira de artista plástico. Custou um par de óculos e um de sapatos, mas, sabe como é, tudo em nome da arte...
Fevereiro
Mês agitado: Pavlov produz a todo vapor - haja mobília. E eu ainda estava trabalhando em Windturn City, onde vivenciei a reunião de trabalho mais sem sentido de toda a minha carreira e fiz uma orgia noturna com formigas, no quarto da hospedaria.
E, num avião, me dedaram pra aeromoça por manter o iPod ligado na aterrisagem.
Março
Março foi tétrico: teve a "Windturn City Logistics Saga" - que envolve Michael Jackson, crianças indo para a escola e um abraço aleatório em frente ao aeroporto de Congonhas. Mas que é engraçada e acabou bem. No entanto teve também a saga do notebook, que é deprimente, me tirou o sono por muitas noites, mas havia acabado bem. Acontece que eu não sabia que não tinha acabado.
Acho que neste mês o melhor foi mesmo o fim do projeto de Windturn City (YES!).
Abril
Abril marcou o início de uma coisa extremamente chata que persistiu (e persiste até agora) durante todo o ano: períodos em casa, sem projetos e sem trabalho. E ainda teve o pior filme nacional de todos os tempos - Ó Paí, Ó.
Maio
Mês amargo - continuei praticamente sem trabalho, em casa. Acho que a única coisa de destaque para maio é um post que fiz sobre as loucas promoções da revista Seleções, que por alguma estranha razão ficou popular no Google e vive recebendo comentários esquisitos.
Junho
Me arrumaram projeto em Belo Horizonte - é o paraíso!
A empolgação foi tanta que surtei e acabei colocando em prática uma idéia antiga: investir pesado no blog e cair de cabeça na blogosfera brasileira. Achei que o momento atual dos blogs brasileiros parecia bom e quis sair da minha ilha, fazer parte da "revolução". Dei um "banho de loja" no site, fiz uma publicidadezinha, procurei participar mais ativamente da cena. Também caprichei nos posts pra melhorar minha visibilidade. Alguns deles, com pequenos "lifehacks" exclusivos, foram bem populares: o das dicas de segurança não convencionais, o de como ligar um notebook e um datashow sem precisar "clonar" as duas telas e aquele das dicas de PowerPoint. Até reeditei o Gambiarra Sound System - que hoje é, de longe, o post com mais visitas.
Julho
O projeto em BH vai bem - até programa de rádio eu gravei. Pavlov, incansável, continua a fazer arte, desta vez com os controles remotos lá de casa.
A idéia de dar um boost no blog continua, com outros posts caprichados, como o dos fones de ouvido ou o das dicas do ex-atendente de call center, por exemplo. A coisa começou a dar frutos. O primeiro deles foi o maior dos elogios - um plágio.
Agosto
Como recordar é viver, fiz uma retrospectiva das 12 coisas mais bizarras que já ouvi no trabalho (com +3 no bonus track e tudo).
Setembro
E o trabalho começou, novamente, a "ralentar" - alternei dias em casa e dias no cliente. Mas teve uma reunião que foi impagável e envolveu, entre outras coisas, a revista Playboy da Mônica Veloso.
Setembro também marcou a volta aos aeroportos, depois de um longo hiato sem viajar. Para inaugurar o retorno, consegui a proeza de perder um vôo por causa de carteira de motorista vencida. E pra completar a urucubaca, o notebook novo começou a morrer.
Outubro
Foi o mês do meu aniversário - onde ganhei uma barata de presente do hotel do Rio e fui obrigado a me dar mais um pequeno regalo: outro notebook, já que o "novo" subiu de vez no telhado.
Também foi o mês onde migrei o Primo pro Wordpress e mudei de hospedagem, ainda empolgado com a idéia de investir no blog, idéia esta que atingiu seu ápice quando o BlogCamp MG apareceu no horizonte e começou a esfriar já no "esquenta" para o evento.
E neste mês eu também impliquei abertamente com o trânsito de Belo Horizonte. Mal sabia eu...
Novembro
...que neste mês Bethania ia arrumar um emprego em São Paulo e nós iríamos nos mudar em tempo recorde. Foi assustador, desde a decisão da mudança até nossos móveis estarem todos no apartamento novo passaram-se só uns dez dias.
Por causa da mudança eu perdi o BlogCamp MG. O que acabou sendo ótimo, pois me deu tempo de, finalmente, perceber aonde estava querendo amarrar a minha égua com esse papo de investir no blog: o que eu queria era fazer parte de um universo de gente interessante, que gosta de escrever, que é criativa, que tem idéias legais e que poderia influenciar positivamente a internet brasileira. E o que percebi foi que a blogosfera está altamente contaminada por oportunistas que vêem blogs como um negócio e o exploram ao máximo. Uma "latrina mambembe", como bem definiu o Caio César. Aí cansei e chutei o balde com essa história.
Dezembro
E em dezembro o trabalho, ainda ralentando, me levou pra Brasília, onde conheci o André X, da Plebe Rude. Fora isso eu mal parei na nova casa paulistana direito. E agora, caí novamente num "limbo trabalhista" - sem nenhum novo projeto em vista. Isto tem sido, sem sombra de dúvida, a coisa mais chata do ano.
Vinte por cento
2007-12-14 02:40:38 +0000
O bom de ser consultor é que você fica bom em achar explicações razoáveis, baseadas em fatos e dados, para praticamente tudo.
Meu estresse atual, por exemplo, pode ser explicado por um simples calendário:
Conforme ilustra a figura acima, me mudei para São Paulo dia 17/11. Deste dia até o fim do ano temos 45 noites. Neste intervalo, eu dormi ou dormirei na minha própria cama apenas nove vezes, o que equivale a 20% do total.
Estes vinte por cento ficam ainda melhor representados num gráfico de pizza, que, coincidentemente, fica igualzinho a um Pac-Man:
Pequenas pílulas de sabedoria
2007-12-11 04:20:12 +0000
1) Operadoras de celular são como cassinos - Você acha que está se divertindo, mas no fim, "a casa sempre ganha".
Digo isso porque hoje eu tava indo pro aeroporto e inventei de ligar pra Tim pra cancelar meu celular de Minas Gerais. Antes da mudança eu liguei pra lá, querendo saber como mudar minha conta pra São Paulo, já que eu estava "amarrado" contratualmente - havia pego um desconto em aparelho que me obrigava a continuar cliente deles por 12 meses, e faltavam quatro. Liguei pra lá e a mocinha me disse que não tinha problema: bastava eu habilitar um celular em SP e, na hora de cancelar o de MG, falar pra transferir essa "fidelidade" contratual pro de SP.
Aí, até dar a hora de embarcar, eu passei UMA HORA E DEZ MINUTOS brigando com o atendente da Tim, que disse que não tinha como transferir nada. Não adiantou dizer que foram ELES que me instruíram pra fazer isso: a anta do atendente não somente não entendeu como me tratou mal e tentou me enrolar pra não transferir a ligação para um supervisor.
Que emoção, amanhã vou fazer minha primeira ligação para a Anatel...
2) Às vezes, bom português deixa tudo mais agradável
Esta me ocorreu no avião. Entre um cochilo e outro eu olhei pra um saquinho de vômito, aonde estava escrito: "Para seu conforto, em caso de indisposição".
Pensa bem: é um saquinho de vômito, mas aquela frase era tão amistosa, tão bem escrita... ela não diz nada sobre excrementos, estômago embrulhado, o cheiro acre do ácido gástrico ou a náusea e espasmos estomacais. Ela fala apenas do "meu conforto". Chega a dar vontade de ficar indisposto...
De fato, o poder de um bom português costuma ser muito subestimado. Mas isso é assunto para outro post...
3) Trate mal os turistas de negócios: eles vão continuar vindo - afinal, quem escolhe o hotel é a empresa que reembolsa as despesas deles.
Essa é por causa do hotel aqui de Brasília. Creio que o haitiano do Heroes andou passando por aqui e apagou as palavras "por favor", "bom dia", "obrigado" e "de nada" da cabeça dos funcionários. Um deles chegou a desligar o telefone na minha cara enquanto eu ensaiava um agradecimento.
Esse hotel tá osso. A comida é cara, ruim e demorada. Assim como a internet - gratuita, mas que me dá saudades do quanto meu modem de 56Kbps era rápido. O quarto é novinho, limpo e bem decorado, mas eu não me iludo mais com isso depois do episódio da barata, no Rio.
4) O pior erro do consultor é se basear em deduções.
Essa eu ouvi do meu primeiro consultor-sênior, há cinco anos, logo que entrei pra consultoria. Segundo ele, definir suas ações baseando-se no que "alguém disse" ou no que "você acha" é o melhor caminho para o desastre. Decisões tem que se basear em números, dados e fatos concretos - o resto é viagem.
Faz todo o sentido. Afinal, todo consultor chega na empresa com a credibilidade equivalente a de um Renan Calheiros. Conforme ele vai "mastigando dados" e fazendo suas análises, a sua credibilidade... bem, ela continua igual a do Renan Calheiros. Mas todo mundo acredita nas conclusões que vem junto com os gráficos e tabelas que ele bota no PowerPoint.
O engraçado é que hoje eu me peguei repetindo essa frase aí para a trainee do projeto. Eu vivo fazendo isso quando me encontro com trainees. Afinal, como diz aquela propaganda da Fundação para Uma Vida Melhor: "passe adiante".
"Dizia ele, estou indo pra Brasíliaaaa"...
2007-12-07 01:56:47 +0000
É mais ou menos isso o que João de Santo Cristo viu ao descer do ônibus.
Tou trabalhando em Brasília, nesta e na próxima semana.
Está sendo um saco porque, por todo lugar que passo, me lembro das músicas da Legião Urbana. De manhã eu vejo a rodoviária e penso em Faroeste Caboclo, quando João de Santo Cristo "saiu da rodoviária e viu as luzes de natal". Aí alguém menciona a Ceilândia e eu me lembro que foi lá, em frente ao lote 14, que Jeremias, "um hooomem que atirava pelas costas", matou o pobre João. E tem também o Parque da Cidade - que é escrito em maiúsculas porque não é simplesmente um parque numa cidade, é um nome próprio - e que foi onde Eduardo se encontrou com Mônica. Ela de moto, ele de "camelo".
O cliente brasiliense é, obviamente, do governo. Então passo os dias usando gravata, debaixo de ar condicionado, e me deprimindo ao ver como o dinheiro dos meus impostos é mal gasto.
Até que, no final da tarde de hoje, tive uma surpresa espetacular.
Eu e a trainee estávamos trabalhando quando um dos caras do governo entra na sala pra discutir umas coisas. Depois do assunto de trabalho, ele pergunta:
- Ei, vocês vão passar o fim de semana na cidade?
- Só ela vai - digo eu, apontando para a trainee - Por quê?
- É que vai ter show da minha banda no sábado...
- Ah é, você tem banda? Legal! O que vocês tocam?
- Uhh... nossas próprias músicas mesmo. Eu toco baixo. É a Plebe Rude.
- Cover do Plebe Rude? - pergunta a trainee.
- Não, é a banda original mesmo. Eu sou o baixista da Plebe Rude.
Sim, meus amigos. Aquele cara engravatado ali na nossa frente era ninguém menos do que André X, o baixista da Plebe Rude - famosa banda brasiliense formada nos anos 80, período áureo do rock nacional, e autora de vários sucessos como "Proteção", "Até quando esperar" e "Sexo e Caratê" (minha predileta, hehe).
André X (esq.) e seus colegas de banda, na atual formação da Plebe Rude (foto deste site aqui)
Eu estou estupefato até agora. E eu perdendo tempo pensando em Legião Urbana...
Update: Dica da Lori - O blog do André X
Cenas de um jantar globalizado
2007-12-03 23:13:53 +0000
Semana passada eu tive um evento de trabalho com a presença de vários estrangeiros de várias partes do mundo: tinha um chinês, um croata, uma austríaca, um português e uma finlandesa.
Eventos com estrangeiros são naturalmente interessantes por causa do choque de culturas e por dar a oportunidade de ver o que diabos os gringos acham da nossa terrinha, mas esse bateu todos os recordes. E a culpa de tudo foi da finlandesa.
A menina era completamente doida. Ela fala umas 10 línguas diferentes (inclusive português). E fala sem parar. Some isso a um jantar com vinho e você ouve coisas hilárias, como por exemplo:
- A passagem dela pelo Rio de Janeiro: "Estávamos em Ipanema, na praia, quando de repente eu olhei em volta e só tinham homens. Aí eu olhei bem e vi que eram todos casais, e aí eles começaram a se beijar e eu lá pensando: 'uhh, tudo bem, é um casal gay' e tal. Mas aí um dos caras começou a apalpar o outro! Tipo, botou a mão lá e tudo! Era pornografia gay ali, ao vivo, na praia! Depois um deles se levantou e ficou tentando arrumar as 'coisas' dentro do calção" - ou, como ela disse em inglês, "trying to reset the whole thing", o que deixou a história ainda mais engraçada.
- Aí ela começou a contar as coisas pelas quais o Brasil é conhecido para os finlandeses: "Bem, se colocar em ordem, primeiro vem o futebol. Depois, as sandálias havaianas... e depois a bunda da mulher brasileira."
Nota mental: comprar ações da Alpargatas, rápido. E depois investir os lucros na "poupança"... (pegou essa?) - Falando nisso, descobrimos que a "paixão nacional" dos finlandeses é tomar umas biritas... na sauna. Isso tudo entremeado por mergulhos ocasionais em lagos gelados, pra se refrescar. Mas, segundo ela, todo mundo vai pra sauna usando apenas as Havaianas.
Sim, eu fiz questão de me certificar, e ela confirmou: na Finlândia, todo mundo toma sauna peladão. Isso era bom demais pra ser real, então chequei na Wikipedia... e é verdade! - Momento "animal planet" do jantar: A finlandesa vê uma lagartixa na parede... e sai ALUCINADA para bater uma foto. O que me deu uma idéia genial aqui agora: exportar sandálias havaianas com estampa de lagartixa. Vai vender como nunca na Europa.
- Para o grand finale, a finlandesa falou que queria adicionar todo mundo no Facebook dela. Aí contamos que no Brasil todo mundo usa Orkut. "Hmm, Orkut não é popular na Finlândia", disse ela. Quando perguntamos o por quê, ela explicou que "Orkku", em finlandês, é uma gíria que significa "orgasmos múltiplos".
Yeah, baby. Orgasmos múltiplos. Agora eu entendo porque todo mundo quer ter um Orkut...
A saga da instalação do varal
2007-12-03 23:11:25 +0000
Semana passada eu instalei um dos varais lá em casa. Eu mesmo, com furadeira e tudo. E, como disse o publicitário Luli Radfahrer, "pouco importa seu sucesso profissional: é a habilidade com uma FURADEIRA que separa os meninos dos homens".
Assim sendo, provei que, definitivamente, não sou moleque (tampouco caveira, vale lembrar). Só que não passei por esta prova com a altivez característica dos grandes homens. Na verdade, se alguém tivesse filmado a instalação toda, as semelhanças com um episódio do "Mr. Bean" ficariam bem evidentes.
O problema maior da coisa foi que eu não tinha uma escada, então fiz tudo de cima de um banquinho vagabundo. Aí eu tinha que me espichar todo com a trena para medir o teto, aí a treina caía e eu recomeçava, aí o braço doía e a trena caía e eu começava mais uma vez. E no final das medições - que era apenas o começo do trabalho - eu já estava cansado, doído, sujo e desmotivado.
Na hora de furar o teto a coisa ficou ainda pior. Logo no primeiro furo eu devo ter atingido um vergalhão ou alguma coisa assim, e a furadeira não entrava mais. Eu já estava bastante frustrado, então apelei, peguei a furadeira, empurrei com toda a força pra cima... e comecei a gritar daquele jeito "Rambo" que Hollywood me ensinou via Sessão da Tarde ao longo dos anos. Comi poeira adoidado, mas consegui fazer o furo.
Na hora de parafusar o varal no teto, mais frustração. Levei uns 20 minutos pra conseguir subir no banquinho sem me embolar todo com os cordões do varal. E, quando finalmente consegui, percebi que esqueci a chave de fenda no chão. Manifestação óbvia do divino espírito santo de Murphy...
Levei umas duas horas pra instalar apenas UM dos varais. O outro eu não tive condições psicológicas pra instalar. A coisa foi tão vergonhosa que até Pavlov ficou sem graça e, no meio da instalação, desistiu de me fazer companhia e foi pra sala cochilar. Porque, se ele pudesse falar, diria: "Véio, larga isso aí e vai dar consultoria que é melhor".
Madness? This... is... MUDANÇAAAA!!
2007-11-22 00:05:48 +0000
O plano era simples: na quinta do feriado, carregar o caminhão. Na sexta, eu, Bethania e Pavlov vamos de carro pra São Paulo, assinamos o contrato de aluguel e pegamos as chaves. No sábado o caminhão com a mudança chega e até domingo arrumamos tudo.
Falando assim parece simples, mas tem uma infinidade de detalhes que faz a coisa se tornar uma odisséia épica misturada com uma graphic novel (com roteirista ruim) e com um remake estadunidense de "Betty, a Feia".
Por exemplo, a lei brasileira diz que em viagens assim você precisa de um atestado de boa saúde canina - mas calma, não é para o motorista, e sim para transportar seu cachorro pelas estradas. Obviamente NENHUM policial vai parar seu carro no instante em que você obter o atestado - efeito da lei de Murphy. Mesmo assim, na quinta-feira à noite, ao invés de dormir para viajar descansados, eu e Bethania fomos levar Pavlov a um veterinário.
A coisa foi surreal, porque chegamos na clínica e estava tendo uma "emergência médica canina" no melhor estilo de episódio de "E.R.": uma cachorrinha com leishmaniose havia dado entrada tendo convulsões. A dona dela estava na recepção, chorando desesperada. Chamaram até outro cachorro - um rottweiler ENORME - para doar sangue pra ela. Mas depois de um tempo apareceu a veterinária, com aquela cara de más notícias, e começa a falar:
- Olha, sua cachorrinha estava realmente mal, nós tentamos fazer uma transfusão de sangue, demos efedrina, adrenalina, mas o coraçãozinho dela não resistiu...
Segue-se choros e ranger de dentes. E eu lá, perplexo.
Outro detalhe de viagens com cachorro é que recomenda-se que o cão viaje sedado, então compramos um psicotrópico canino que a veterinária receitou. O troço é tão maléfico que as farmácias só vendem o remédio com cadastro e retenção da receita. E Pavlov não é bobo, detesta remédios e sabe quando estamos tentando dopá-lo medicá-lo, então misturamos o "psicotrópico do mal" em um pouco de Toddy e demos para ele.
Se cães pudessem falar, eu tenho certeza que Pavlov teria dito: "oba oba, chocolate!!" e, na sequência, conforme estava ficando sonolento, diria: "Traidores!! O que vocês... fizeram... comiiiigoooooo....". Porque a cara dele dizia exatamente isso.
Além da trabalheira canina, outro inconveniente da mudança é que você tem que desativar toda a sua vida na cidade-origem e reativá-la na cidade-destino, ou seja, cancelar internet, telefone fixo, celular, TV a cabo e mais duzentas mil coisas. No caso da TV a cabo lá de casa a situação era mais complicada, porque ela estava no nome de Bethania e eu era o único com tempo para ligar pra fazer o cancelamento. A situação parecia sem saída mas parei, pensei por um instante, peguei o telefone e liguei para a operadora de TV a cabo:
- Bom dia, eu queria cancelar minha assinatura.
- Pois não, qual o seu nome?
- Bethania.
O atendente faz uma longa pausa e pergunta, confuso: "Uhh... é 'Senhor' Bethania?"
- Não, não. Senhora Bethania. - Confirmei, na maior naturalidade do mundo.
Pensa bem: o que diabos o atendente poderia dizer? Que minha voz era grossa demais para uma mulher? Se eu deixasse de confirmar alguma informação do cadastro tudo bem, mas qualquer suspeita que ele levantasse com base em minha voz poderia ser rotulada de preconceito, portanto ele não tinha nenhuma outra opção a não ser atender a "senhora Bethania" de voz grossa. E funcionou: das três vezes que precisei ligar pra lá, nenhum atendente questionou a minha voz.
Além das questões vocais, a mudança ainda teve inúmeros outros "detalhes" trabalhosos: o zelador do prédio novo encrencou com mudanças antes das 9 da manhã. e as leis de trânsito paulistanas proíbem tráfego de caminhões no meu novo bairro após as 9 da manhã. Alguns serviços que você quer contratar pro apê novo (internet, TV a cabo) requerem comprovante de endereço, que, obviamente, você só vai ter depois que receber contas de algum serviço, como internet ou TV a cabo. E aí o chuveiro de 110V que veio na mudança não pode ser usado na instalação 220V do apê novo. E então o contrato de aluguel tem uma cláusula que proíbe animais - e você vê isso no instante de assinar o contrato. Aí as assinaturas do contrato de aluguel tem que ter firma reconhecida, e você tem que abrir firma num cartório paulistano, e o cartório te pede - além de uma escaneada nas digitais do seu dedo indicador (sabia dessa?) - uma cópia da certidão de casamento, e a certidão ficou em Belo Horizonte. E na hora de receber as chaves do apartamento, você descobre um vazamento de água no teto de um dos cômodos. E por aí vai...
Moral da história: mudar de cidade é um pandemônio. Se bobear, mudança de sexo deve ser mais fácil do que isso.
Mas eu não podia deixar este post acabar sem mencionar o lado bom de mudar pra São Paulo, que é... morar em São Paulo, por incrível que pareça. Nosso bairro é excelente, Bethania mora a 15 minutos de caminhada do trabalho, temos tudo a apenas alguns quarteirões de distância, o prédio onde moramos é ótimo, é grande, é seguro, e o apartamento novo é muito espaçoso. Claro que isso não custa barato, mas se é pra morarmos longe das famílias e dos amigos, pelo menos que seja num lugar legal...
P.s.: Por conta da mudança perdi o BlogCamp MG. Uma pena, queria conhecer as caras por trás dos blogs que leio. Mas pelo que li sobre os debates, a coisa foi exatamente como eu previa: em torno de monetização e, consequentemente, chata.
P.p.s.: E logo após a mudança, adivinha qual a primeira coisa que fiz? Peguei um avião e fui trabalhar em... Belo Horizonte!
P.p.p.s.: E depois de ir pra BH eu estou escrevendo este post diretamente da cidade de... Joaçaba, interior de Santa Catarina!!
As mudanças que uma mudança traz
2007-11-15 00:47:03 +0000
Se eu fizer as contas, foram 459 dias entre a data do casamento e o dia de hoje, que é o último dia "oficial" de existência da minha casa em Belo Horizonte. Daria muito mais se contarmos desde a (looonga e trabalhosa) reforma, a compra dos móveis - incluindo a minha birra com a Tok Stok - e toda a sequência de eventos que deixou a casa linda do jeito que está, e que vocês podem ver nas fotos aí em cima.
Mas eu posso voltar ainda mais no tempo e considerar que este apartamento, onde vivi durante este primeiro ano de casamento, é o mesmo onde vivi dos quatro aos vinte e quatro anos de idade. Ééééé, amigo... foi aqui que passei a maior parte da minha vida.
Tem muita história nesse apartamento. O quarto onde dormi com Bethania é o mesmo onde meus pais dormiam. É o mesmo onde minha mãe passou anos doente até morrer de um câncer de mama. O outro quarto, que virou um "mini-escritório" e de onde estou digitando este post, já foi meu e da minha irmã. A janela dele não é simplesmente uma janela: é o lugar de onde minha irmã saía, ao som de um vinil do Xou da Xuxa, com um microfone na mão, imitando a Rainha dos Baixinhos saindo de seu disco-voador.
E daqui a algumas horas um caminhão vai parar na porta do prédio e levar os móveis todos embora, pra colocá-los num outro prédio a 600 quilômetros de distância, desfazendo o lar que eu e Bethania criamos pra nós e me distanciando novamente (e talvez definitivamente) do lugar aonde cresci. Mas isso não me entristece: olhando pra trás eu me sinto orgulhoso pelo rumo que a minha vida vai levando. As memórias, o que aconteceu no passado, tudo isso é importante, mas não mais do que o efeito disso na pessoa que sou hoje. "Foco no resultado", diriam meus colegas consultores. É bem por aí.
A sensação que fica é a de que uma etapa de vida acabou. E que uma outra, ainda melhor, está apenas começando...
Encontrando um apartamento para alugar em São Paulo
2007-11-12 16:15:01 +0000
Depois de muito sangue, suor e lágrimas, eu e Bethania temos endereço definido no Itaim Bibi, na grande metrópole paulista. Deu trabalho - MUITO trabalho - mas acho que vamos morar bem. Bethania vai poder ir a pé pro trabalho, eu ficarei a uns 20 minutos do aeroporto e Pavlov vai ter inúmeros vizinhos caninos para conhecer.
O início da jornada pelo apartamento novo começou pelo lugar mais fácil: na internet, em sites como Imovelweb, NetImóveis e Zap. Nessa etapa é que tivemos a primeira referência de preços (caríssimos) e disponibilidade (minúscula).
Na verdade o que a internet te dá é apenas isso: uma referência, já que os imóveis realmente bons são alugados em questão de dias. Tanto que liguei para uns 15 anúncios da internet e somente 2 deles ainda estavam disponíveis. O negócio é visitar os sites todos os dias e fazer uma pesquisa ordenada pela data do anúncio, pra pegar os mais "fresquinhos" antes. Mas meu tempo para achar um apê era meio reduzido, então tive que partir pra uma abordagem mais "téte-a-téte" e, na quinta-feira à noite, me enfiei num ônibus para São Paulo para pesquisar do jeito difícil: andando na rua e caçando plaquinhas de "aluga-se".
Como todo bom nerd eu fui preparado: coloquei no celular imagens com mapas da região do Itaim, para poder me orientar sem precisar ficar carregando papéis. Além disso medi toda a mobília lá de casa e anotei as medidas, também no celular. Isso é importantíssimo para tirar aquelas dúvidas clássicas, do tipo "hmm, essa sala é ótima, mas será que o sofá vai caber naquele canto ali?".
O celular foi uma mão na roda: com ele eu ligava na hora para os telefones das plaquinhas de "aluga-se", tirava fotos dos apartamentos e ainda dava uma Twittada de vez em quando, para extravasar um pouco da frustração. Porque procurar apartamento é MUITO frustrante: você anda muito e acha muito pouca coisa. As poucas coisas que acha são grandes demais, velhas demais, pequenas demais ou caras demais. Aí os pés doem, começa a chover, depois a chuva pára e faz um sol escaldante e você continua lá, peregrinando. Aí bate o desespero e você começa a tocar o interfone de TODOS os prédios que vê, independentemente de ter ou não plaquinha de "aluga-se". E depois de andar por vários quilômetros e de encher o saco de centenas de porteiros, você vê que todo esse trabalho serviu para achar apenas UM apartamento - que foi tudo o que eu havia conseguido na peregrinação da sexta-feira. Ele era grande e caro, mas pela falta de opções acabou sendo considerado.
A sorte é que eu estava hospedado com um amigo que sabia de um apartamento disponível em seu próprio prédio. O apê era barato, embora pequeno, e entrou na disputa: agora eram dois candidatos.
Aí, no sábado de manhã, eu acordei às 5:30, me enfiei no metrô e fui buscar Bethania na rodoviária. E a peregrinação recomeçou, mas desta vez facilitada pela feminilidade da minha esposa - pois você não faz idéia do quanto os porteiros são mais amistosos quando atendem uma mulher. Funcionou tão bem que encontramos nosso terceiro candidato: um apê que ainda nem tinha sido anunciado pela proprietária.
Uma coisa que ajudou muito na decisão final foram desenhos em escala, que eu fazia usando as medidas de cada apartamento. Aí, usando as medidas dos nossos móveis, eu pegava os cartões de visita das imobiliárias (não serviram pra nada mesmo) e usava pra cortar miniaturas, também em escala, dos nossos móveis. Depois ficávamos brincando de estudar como ficaria nossa mobília no espaço do apartamento que queríamos.
Note que o cartão do "Nivaldo" virou nosso sofá grande...
Fazer um desenho em escala é muito simples. Uma escala boa para botar no papel é 1:50 (cada centímetro no papel vale 50 centímetros no mundo real). Essa escala facilita as contas porque é só multiplicar as medidas reais por 2. Exemplo: Uma parede de 2,10m vai ocupar 4,2cm no papel.
Depois de "brincar de casinha" no modelo em escala e de muuuuuuita conversa, tomamos a decisão final, ligamos pro proprietário e agora estamos na correria de fechar o contrato de aluguel. A idéia é aproveitar o feriado desta semana e fazer a mudança de uma vez. Essa, pelo visto, vai ser outra saga...
Dia de treinamento
2007-11-07 16:22:14 +0000
Passei os últimos dois dias num treinamento de finanças.
É engraçado: o pai da contabilidade foi um padre italiano, mas apesar de sua origem santa as finanças, definitivamente, não são coisa de Deus. Eu tenho horror a finanças. Eu mal consigo dividir conta de boteco e estava lá, aprendendo sobre "passivo circulante" (não, não é travesti fazendo ponto em Copacabana), "semoventes depreciados" (vulgo "carro velho") e "método das partidas dobradas" (não, não são dois jogos do Brasileirão no mesmo horário).
Os dois dias foram mentalmente exaustivos, mas renderam muito. Confesso que até comecei a achar o assunto interessante, apesar de ser completamente contra-intuitivo. Quer ver um exemplo? Eu levei uma boa meia hora para aceitar o fato de que o conceito de "passivo" chama salários e contas a pagar de fontes de recursos. Pensa bem, você paga os benditos salários; como diabos isso é fonte de recurso?
Finanças também tem uns conceitos "alternativos" bastante interessantes. O mais legal deles é o da contabilidade criativa, que nada mais é do que um fantástico eufemismo para descrever "gambiarras" de contabilidade pra esconder prejuízos e outras coisas não tão bonitas dos relatórios. O pior é que, em um dos livros que nos deram como preparação para o curso, tem um capítulo inteirinho sobre isso...
Mas o sucesso do treinamento deve-se ao instrutor, o "samurai" das finanças - Musashi, aquele mesmo consultor-líder que, em 2003, me fatiou vivo na banca examinadora. Musashi tem um jeitão "bronco" bastante assustador, mas no fundo ele é tranquilo - desde que você não faça besteira. Por exemplo, quando alguém mencionou a "contabilidade criativa" no curso, a resposta de Musashi foi:
- Pára com isso. Isso é falta de ética. E se você disser que eu ensinei isso aqui no curso eu vou comer o seu figado cru.
Sutileza, definitivamente, não é uma das qualidades de Musashi. No primeiro dia, um membro de um dos grupos estava começando a apresentar um exercício de análise financeira quando ele interrompeu a apresentação e disse:
- Pegue o relatório que vocês usaram pra fazer a análise e leia a primeira frase de novo.
A primeira frase dizia que as informações eram do "Grupo X de empresas", e Musashi havia dito que você NUNCA deve analisar resultados de um grupo de empresas, e sim cada empresa separadamente. Sem a menor cerimônia, ele emendou o golpe final:
- A análise de vocês não vale nada. Pode se sentar.
Musashi corrigindo o exercício do grupo...
O método pode não ser sutil mas é extremamente eficiente. Tenho certeza que ninguém mais vai errar aquilo.
Mas o pior foi quando chegou a minha vez de apresentar o trabalho do meu grupo. Musashi estava lá, assistindo, com sua cara usual de poucos amigos. Aí ele pergunta:
- Nessa situação aí você tem a opção de pagar dividendos ao acionista. Você acha bom pagar dividendos nesse caso?
Confesso que não fazia a menor idéia. Então, respondi:
- Ué, se eu for acionista, vou achar ótimo...
É impressionante. Em momentos de tensão, meu primeiro impulso é... fazer piadinha com o instrutor sanguinário do curso. Muito sensato isso. Nesse ritmo minha carreira vai se encerrar no "curtíssimo prazo"...
Um instante nonsense na segunda-feira
2007-10-29 18:46:42 +0000
Mais ou menos duas e pouco da tarde. Eu estou em casa, no notebook, estudando o emocionante capítulo de "Quality Management" do Livro da Rita - o livro preparatório para o PMP, que pretendo tirar ainda este ano. Já até paguei (caro) para fazer a prova, só falta marcar o dia. Pavlov está dormindo debaixo da mesa, em frente ao subwoofer, como de costume. Aí toca o interfone.
- Quem é?
- Correio. Tem que assinar.
Tem que assinar porque é carta registrada urgente. Bem, pelo menos é isso que diz no selinho dos Correios, porque, pelo carimbo da postagem, ela levou sete dias pra ser entregue.
Levantei e fui colocar uma roupa. É que eu estava estudando de cueca, já que aqui em casa faz um calor absurdo de dia, e a janela do escritório dá de frente para o telhado de amianto de um galpão, que reflete o calor todinho pra dentro da minha casa.
Enquanto eu vestia uma bermuda, Pavlov entra em modo "enlouquecido": ele já aprendeu que, quando estou me vestindo ou calçando algo, é porque provavelmente vou levá-lo para passear. Bem, o passeio é só até a garagem, mas ainda assim ele se empolga como se fosse viajar para o Tibet.
Aí eu abro a porta da garagem e vou até o carteiro. Pavlov vai na frente, alucinado, e fica parado no portão, abanando o rabo. Botei ele no colo para que ele não fugisse e comecei a assinar a papelada. Aí Pavlov começa a se contorcer alucinadamente:
- Ei, peraí Pavlov, senão você vai ca...
"Cair", eu ia dizer. Mas completei a palavra quando ele já tinha se espatifado no chão e saído correndo. Alguns segundos depois eu entendi a razão do desespero: ele viu Toby, o cachorro do vizinho, que apareceu na garagem para fazer não-sei-o-quê com uns pneus velhos. Pavlov e Toby tem uma rixa de longa data: Toby acha que é o dono do prédio e acha que Pavlov é seu concorrente. Pavlov não está nem aí pra isso e só quer "conhecer" Toby. Digo "conhecer" num sentido sexualmente ativo...
O carteiro percebeu e ficou rindo da minha cara:
- Peraí, os dois são machos? Pô, cara, bate um papo lá com seu cachorro, ele tem que se ligar que o lance é outro...
Assinei logo a papelada e corri para tentar colocar alguma clareza nos pensamentos de Pavlov. Toby estava completamente irado e começou a fazer xixi em todos os cantos, como que para mostrar que aquele território era dele e de mais ninguém. Pavlov, completamente sem noção, só queria saber de cheirar a genitália de Toby - inclusive DURANTE os momentos onde ele fazia xixi. Por sinal, eu já mencionei aqui que Pavlov até hoje não levanta a patinha pra fazer xixi? Pois é: ele faz o equivalente canino a "homem mijar sentado no vaso". Decepcionante.
Pra piorar ainda mais a situação, o meu vizinho, dono do Toby, é um ex-presidiário. Daqueles clássicos, cheios de tatuagem feita com tinta de caneta Bic e tal. Ele cumpriu pena porque vendia drogas mas, considerando o tanto de "amigos" que atualmente passam pelo meu prédio para visitá-lo, acho que ele ainda trabalha no ramo de "comércio". Tanto que, enquanto eu apartava os cachorros, ele veio fazendo um "merchan":
- Cara, se você tiver precisando aí de uns Nike Shox, umas roupas de marca e tal, depois cê passa lá em casa pra dar uma olhada, tem umas paradas lá...
E eu lá, confuso, sem saber se ficava no "'ahan' pra não render" com meu vizinho ou se separava os cachorros.
Agora estou aqui, escrevendo este post, de cueca, olhando pro telhado de amianto e suando. Pavlov está ali, dormindo de barriga pra cima, possivelmente tendo sonhos eróticos com Toby. E tem 35 páginas do capítulo de "Human Resource Management" me esperando.
Reunido com a "Tropa de Elite" do cliente
2007-10-20 01:25:37 +0000
Os primeiros dois dias desta semana foram difíceis.
Os gerentes de todas as regionais da nossa empresa-cliente, que ficam espalhados por todo o estado, viajaram para Belo Horizonte para passar dois dias reunidos conosco. E eles não estavam nem um pouquinho felizes, porque havíamos dado a eles metas de redução de despesas.
Pra piorar, eles ainda tinham uma birra pessoal comigo, porque além das metas eu passei as últimas duas semanas cobrando deles os planos de ação pra bater as metas. Só que ninguém me mandou nenhum plano bom e, examinando os planos ruins, ainda assim eu peguei um tanto de "gambiarras".
Um exemplo: no prazo pra cumprir uma ação o cara botava "quando possível". Eu falava que não podia, que tinha que ter data, e ele colocava "de 01/01 a 31/12". Eu falava que era impossível acompanhar uma ação tão longa, falava pra dividir em ações de no máximo 30 dias e ele trocava o prazo para "de 01/12 a 31/12".
O esforço de gambiarrar era tão grande que peguei alguns gerentes colando do plano de ação de outra regional - Sim, neguinho de barba na cara e agindo como se estivesse na quinta série.
Falei sobre isso com o sênior do projeto e ele falou para fazer um relatório mostrando quem fez os planos ruins, as falhas de cada plano, as "colas", etc., e mandar pro presidente da empresa tomar conhecimento da situação. E o presidente, pra dar uma "motivada" na galera, encaminhou meu email para os gerentes.
O pessoal ficou super motivado. Motivado a me esfolar vivo.
A situção estava tensa. Tanto que, na segunda-feira, às sete e meia da manhã, eu entro no elevador e lá estão dois gerentes. E fica aquele silêncio desconfortável por uns dois andares, até que um deles diz para o outro:
- Pois é cara, mês passado dois carros lá da regional capotaram na estrada... e ainda tem gente que vem me cobrar meta de redução de despesa.
Eu já tinha sentido o impacto no meu rim, mas "o papo tem que sê reto", como diria o finado traficante Baiano. Então o cara fez questão de mostrar que a "indireta" era, sim, dirigida à minha pessoa.
- Na reunião de hoje eu quero saber como se prevê capotamento de carro nas metas de despesa... viu, Tinoco?
Pra piorar ainda mais o climão, instantes antes da reunião começar, um dos gerentes passa mancando perto de mim. Aí eu vou bancar o simpático e digo:
- Ué cara, machucou a perna? O que foi?
- Não foi nada. Eu tive paralisia infantil.
Eu me lembro de ter dito alguma coisa logo depois disso, mas não consigo me lembrar o que foi. Acho que o cérebro apagou. Estresse pós-traumático, saca?
A reunião se arrastou pelo dia todo seguindo um processo bem constante de:
1) A consultora-líder mostrava um slide com as metas de despesa
2) O pessoal vinha com uma enxurrada de questionamentos e a reunião virava um pandemônio.
3) Repita os passos 1 e 2 até dar 18 horas.
Mas o emocionante mesmo da coisa toda foi o segundo dia de reunião, porque aí era o meu que estaria diretamente na reta: pela manhã eu ia fazer um treinamento de reforço sobre os planos de ação.
Obviamente a coisa começou como no dia anterior: um slide, xizentas perguntas, pandemônio. E eu lá, respondendo uma por uma.
Um dos gerentes, do lado esquerdo do auditório, tentou perguntar umas três vezes mas foi cortado pelos colegas do lado direito. Aí, pergunta vai pergunta vem, eis que eu olho pro cara e ele está balançando no ar nada menos do que a Playboy da Mônica Veloso.
- Aêê, só assim pra você olhar pra cá hein Tinoco!
Esse foi um dos momentos mais surreais de toda a minha carreira. Ganha, de longe, de todas aquelas bizarrices que eu contei outro dia que vi em reuniões.
O treinamento que montei foi estrategicamente pensado para, sob o pretexto de mostrar os "erros comuns de planos de ação", deixar evidentes as "gambiarras" que eles tentaram aplicar nos planos. Era como uma mensagem subliminar: "não pense que não percebi que você fez isso". Funcionou perfeitamente. Digo isso porque, no meio da apresentação, um dos gerentes entregou os pontos e disse:
- É Tinoco, você viu que a gente tentou de tudo quanto é jeito né...
Todo mundo caiu na gargalhada. Já eu fiquei pensando em apontar o dedo na cara do cidadão e dizer "tira esse crachá que tu não é gerente, tu é moleque! MOLEQUE!"
Por sinal, não sei como ainda não apareceu nenhum blogueiro oportunista usando as falas e métodos do Cap. Nascimento pra falar de gestão empresarial. "Tropa de Elite" é uma mina de ouro pra isso. Imagina só:
"Às vezes a melhor forma de motivar seu funcionário é dar a ele uma 'bomba' - um projeto difícil -, da mesma forma que o Cap. Nascimento deu a granada pra Matias não dormir no treinamento"
Mas voltando ao assunto, depois do treinamento fiquei com os gerentes pra ajudá-los, téte-a-téte, individualmente, com seus planos. Num determinado momento, um dos gerentes (que por sinal é igualzinho a versão barbuda do Tom da série Lost) abriu o notebook e chamou um colega:
- Ei, Fulano, vem aqui pra eu te mostrar uma coisa...
Alguns instantes depois o notebook começou a emitir uma musiquinha bem vagabunda e, ao fundo, dava pra ouvir alguns sons repetitivos bastante familiares e a voz de uma mulher. Gemendo. Duvido muito que aquilo era um plano de ação, mas, definitivamente, tinha "ação" de sobra...
Dá nisso quando você libera notebooks pra um pessoal naturalmente "engraçadinho". Quando voltei do almoço, por exemplo, os alto-falantes do auditório estavam tocando "Riders of the storm", clássico do The Doors, como música ambiente - um gerente (o da paralisia infantil) havia ligado seu computador no sistema de som...
Gracinhas à parte, entre mortos e feridos, acho que o dia acabou bem. O recado foi dado e a "tropa" entendeu.
Uma observação final: pra completar a história toda, um dos consultores estava tendo seu último dia de projeto conosco. O trabalho dele iria, portanto, pra mim. Ou, nas sábias palavras que ele mesmo proferiu...
- Essa pica agora é do aspira...
Momento nostalgia
2007-10-18 17:19:23 +0000
Hoje eu fiz uma coisa que não fazia há muito tempo: andar de ônibus.
Andar de ônibus é horrível quando você depende dele no dia-a-dia. Mas passeios eventuais, como o de hoje, são até legais. Você vê coisas que jamais veria dirigindo seu carro, como por exemplo aquele pessoal que sempre faz o sinal da cruz quando passa em frente à uma igreja. Eu acho isso tão sem nexo...
E pra dar ainda mais nostalgia, resolvi tomar o ônibus no ponto em frente ao Colégio Santo Agostinho, onde estudei durante o primeiro grau. Foi engraçado passar pela calçada do colégio e lembrar das coisas que já vivi ali. Mas o mais bizarro foi ver que o cara que vende bala na porta do colégio É O MESMO CARA que vendia na minha época. Pensa bem, é o mesmo cara! Tem no mínimo VINTE anos que ele trabalha exatamente no mesmo lugar fazendo exatamente a mesma coisa. E a cara dele continua exatamente igual, não sei por quê. Acho que é porque ele é negro, os negros custam a envelhecer.
Uma análise quantitativa da produtividade d'O Primo
2007-10-18 12:51:21 +0000
O gráfico abaixo exibe meu percentual médio de produtividade ao longo de um dia normal de trabalho:
Analisando o gráfico fica evidente que:
-
No período entre 6 e 9 da manhã eu "não sou ninguém". Meu corpo pode estar acordado mas meu cérebro ainda dorme. Mas bastam alguns goles de café para eu ficar "trabalhável" e chegar rapidamente aos 40% de produtividade.
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Até o meio dia a situação não melhora muito. Sem café a produtividade chega a 38%, no máximo, e cai depois do meio-dia porque a essa hora eu já estou com fome. Mas o café continua provocando um aumento médio de 20% na minha produtividade.
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Ironicamente, no final de um dia de trabalho (às 18h) a produtividade está subindo cada vez mais. Mas a surpresa está no período entre 22h e meia-noite, onde meu cérebro chega no pico de sua capacidade. Com ou sem café minha criatividade e demais habilidades cognitivas ficam alucinadas, fazendo com que este horário seja excelente para fazer hora extra, postar no blog ou estudar.
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No entanto este pico criativo não costuma durar além de uma da manhã, quando o sono vem com força. Café funciona apenas para adiar o "crash" inevitável.
Isto posto, as conclusões que podemos fazer sobre minha capacidade mental ao longo do dia são:
- Eu, definitivamente, NÃO sou uma "morning person"
-
Meu cérebro demora quase um dia inteiro para acordar
-
Cafeína é a minha melhor colega de trabalho
Júnior, o torturador
2007-10-16 02:24:08 +0000
Hoje, fim de noite, eu estava chegando em casa com minha mulher.
No carro, o iPod dela estava ligado no modo "shuffle songs". E São Random (pra quem não conhece, é o santo padroeiro de Cris Dias) resolveu fazer um atentado à minha vida.
Botou "Enrosca", do Júnior (A.K.A. "irmão da Sandy") pra tocar. E ainda por cima em versão "acústico".
(A partir deste ponto eu gostaria de dividir meu sofrimento contigo, caro leitor. Assim, abra o clipe da música no YouTube e deixe tocando enquanto lê o resto do meu post, para sentir comigo o drama).
Júnior pega sua guitarrinha e começa a tocar aquela velha levada de blues padrão ISO 6213 e, por cima disso, começa a cantar tentando fazer uma voz sexy e fracassando miseravelmente - se bem que, pensando bem, ninguém conseguiria cantar a primeira frase da letra sem parecer ridículo:
"Enrosca no meu corpo, dá um beijo no meu queixo e geme..."
A voz "séquiçi" de Júnior deu tão errado, mas TÃO errado que parecia que ele estava sendo torturado e segurando uma gargalhada ao mesmo tempo. E isso tudo sem a menor noção do ridículo que estava fazendo. Aquilo era, sem a menor sombra de dúvida, uma das piores coisas que eu já tinha ouvido em toda a minha vida. Cachorrinhos chorando de dor, unhas arranhando uma lousa, até a risada de Fafá de Belém é mais agradável do que Júnior cantando aquela música.
Eu não aguentei e comecei a me... bem, a me "enroscar" em mim mesmo. Enquanto Bethania manobrava o carro na garagem de casa eu já estava em posição fetal, encolhidinho no banco do passageiro. E, quando a coisa não podia ficar pior do que já estava, adivinha quem começa a cantar junto com Júnior? IVETE SANGALO!!!
Meu cérebro começou a chacoalhar por dentro do crânio, pedindo pra sair (no melhor estilo Tropa de Elite - "Eu desisto, senhor!!!"). Bethania olhou pra mim e percebeu que eu não estava gostando da música (também pudera) e, num ato de profundo descaso pela minha integridade mental, aumentou o volume.
Na mesma hora eu abri a porta e saí correndo do carro. É sério, não estou escrevendo isso pro post ficar mais emocionante - eu realmente saí correndo e fui pra trás do prédio, e de lá não saí enquanto Bethania não abaixou o volume.
A Saga do Esquenta
2007-10-12 17:00:07 +0000
Então, como parte da preparação para o BlogCamp MG que rola em novembro, o pessoal resolveu fazer um "esquenta" - um encontro informal num boteco.
Eu, como estou apostando bastante nessa movimentação dos blogs belorizontinos, não ia perder uma coisa dessas, então fui direto do aeroporto (estava chegando do Rio) para o boteco combinado. Cheguei lá umas 22:30.
Do grupo eu conhecia no máximo duas ou três pessoas "ao vivo", mas fora isso o plano era alguém deixar uma "plaquinha" avisando que aquela mesa era a do BlogCamp. Então eu entrei, olhei, procurei... e nada. Aí fiquei "panguando" na porta do lugar por um tempo, olhando pras mesas, vendo se reconhecia alguém. Entrei no meu email (Deus abençoe o Opera Mini!) para ver se alguém havia mandado alguma mensagem, mudando o lugar do encontro ou avisando que havia sido cancelado. Nada. No Twitter, nada também. Tentei ligar pra Bethania, para dar um "abort mission" e pedir a ela pra me buscar, mas o telefone estava desligado (ela estava vendo uma ópera no Palácio das Artes). Aí, não me sobraram muitas outras opções senão achar o pessoal - isso se eles realmente estivessem reunidos em algum lugar.
Era hora do "plano B" - fui pra frente da Cantina do Lucas (um restaurante próximo que fica dentro do prédio e que é menos barulhento e mais seguro) e liguei para a ÚNICA pessoa do grupo que eu sabia o telefone: Jorge Rocha, o Exu Caveira Cover.
Detalhe que eu nunca havia conversado ao telefone com o cidadão até aquele instante:
- Alô, Jorge?
- Sim...
- Aqui é José Carlos... "O Primo"... tudo bem?
- Fala cara, beleza?
- Tranquilo. Onde você está?
- Uhh... em casa?
E mais uma vez eu estava sem opções de como encontrar o pessoal. Mas, de repente, enquanto os punks e demais criaturas mutantes do Edifício Maletta passavam na minha frente, eu tive um outro lampejo de criatividade e bolei um "plano C" - descobrir o telefone de Esparroman.
Esparroman trabalha na mesma empresa que eu, lê meu blog, eu leio o blog dele, e nós NUNCA nos encontramos ou falamos pessoalmente. Acontece que Michael Jackson (o trainee da época de Windturn City) conhecia Esparroman e uma vez me disse o nome real dele. E Esparroman havia dito, na lista de discussão do BlogCamp, que iria ao "esquenta". Acionei o Opera Mini de novo, fui na extranet da nossa empresa e procurei o telefone dele na lista de contatos. E lá estava o nome dele (que, digamos, era "Eduardo").
- Alô, Eduardo?
- É.
- Eduardo... esparroman?
- É.
- Aqui é O Primo...
Momento épico! E ainda tem a diversão adicional de ver ele narrando este mesmo telefonema no blog dele. Mas no fim das contas descobri que Esparroman também não achou o pessoal no boteco e acabou indo parar em outro bar, com uma amiga.
Bethania continuava com o celular desligado, e eu continuava sem opções de achar o pessoal. Aí resolvi usar a última carta da manga, o "plano D". Eu não queria ter que usar o "plano D" porque ele, bem, geraria um certo desconforto. Mas peguei o telefone e disquei:
- Alô, Norton? Bão?
- Bão...
- Cara, posso te fazer uma pergunta muito esquisita?
- Manda.
- Me passa o telefone da sua ex-namorada..?
Pois é. Renata também tinha dito que ia ao "esquenta". Confesso que liguei pra ela esperando uma resposta do tipo "ah, estou em Sete Lagoas jogando Zelda no meu Wii". E qual não foi a minha surpresa quando ela disse:
- Estou no Redentor com o Bressane.
Bingo - o plano D, a última cartada que eu tinha, funcionou. Fui pro Redentor me encontrar com os dois. Foi bem legal. No fim das contas, pelo que entendi, os dois deram o "esquenta" como fracassado e saíram por conta própria. Naquela altura eu também tinha imaginado que todos haviam dado o bolo em todo mundo e que o "esquenta" sequer tinha acontecido.
Aí, hoje de manhã, começam a chegar os emails na lista do BlogCamp e eu não entendi nada:
"Excelente, deve rolar mais esquentas, a galera se entrosou bem e a conversa rolou solta!"
"Até o Carlos, caladinho aqui na lista apareceu!"
Peraí, o troço rolou? Mas eu não vi ninguém lá! E o comentário no email sobre as plaquinhas foi...
"As plaquinhas duraram só até a garrafa de Anisio chegar na metade, daí pra frente nós acabamos indo parar num mundo paralelo e esquecendo de levar as plaquinhas conosco."
Só esclareci o mistério hoje, depois de chamar Camila no GTalk. Ela me contou que, sim, rolou o "esquenta". Mas como o lugar estava "cheio, abafado e barulhento", eles se mudaram de boteco e foram para a Cantina do Lucas, e lá ficaram até pouco antes das onze da noite.
Lembra do quarto parágrafo deste post? A Cantina do Lucas era o lugar onde fiquei telefonando pro pessoal!
Resumo da ópera: aparentemente, eu cheguei por coincidência no lugar onde o grupo do "esquenta" oficial estava e me desencontrei deles por uma questão de minutos. E, por sorte, encontrei Renata e Bressane no que acabou se tornando um "esquenta paralelo". Maravilha!
O dia de aniversário do Primo
2007-10-11 11:23:08 +0000
06:50 - O celular toca Squarepusher e eu acordo. Sem minha mulher do lado, já que estou no Rio, a trabalho.
06:53 - Ao entrar no banheiro eu lembro que, por alguma razão, o pessoal do hotel (Mar Palace Copacabana - logo vocês verão por quê estou citando o nome) me colocou em um quarto para idosos/deficientes, que não tem box. "O banho matinal vai ser uma lambança", pensei.
07:00 - Dito e feito. Depois do banho eu nem consigo usar a pia direito porque tem um lago de água ensaboada correndo entre eu e ela.
07:30 - Frutas frescas, depois ovos mexidos no café da manhã. Adoro café da manhã de hotel. É uma das poucas vantagens de trabalhar viajando.
07:50 - Me encontro com o "Professor", o colega-consultor que vai dar o curso de hoje, e pegamos um táxi. O trabalho de hoje é simples: eu tenho que assistir o treinamento de Gerenciamento de Projetos que o Professor vai dar.
Já é a terceira vez que assisto este treinamento. E, sim, eu vim ao Rio só pra isso. Mas é por uma causa justa: em algumas semanas eu vou me tornar "professor" do treinamento, então tem esse pequeno "calvário" de assistir o curso repetidas vezes como parte da minha formação.
Agora, imagine como é divertido rever por três vezes um treinamento de dois dias sobre um assunto que você está cansado de saber porque trabalha diariamente com ele desde que se tornou consultor...
09:47 - Começa o primeiro exercício em grupo do dia. Eu adoro os exercícios do curso, porque durante o tempo dos exercícios eu posso efetivamente FAZER alguma coisa: bancar o "monitor", passando pelos grupos, ajudando o pessoal, tirando dúvidas e tal.
Só que, enquanto um dos grupos me explicava uma dúvida, eu senti um "encosto", uma presença sobrenatural atrás de mim. Era o Professor, com a cara a apenas alguns centímetros de distância do meu ombro.
Aí, no exato instante em que eu comecei a responder a dúvida do grupo, o instrutor me interrompe e começa a responder ele mesmo. Só que o "interromper" dele significa falar no DOBRO do volume de uma pessoa normal, e com a cara colada no meu pobre ouvidinho.
Depois da terceira interrupção seguida eu desisti de tentar ajudar os grupos.
10:30 - Pra não morrer de tédio, abri o notebook, abri o Excel e comecei a montar um cronograma detalhado do curso, pra usar quando fosse a minha vez de dar o treinamento.
11:30 - Comecei a me empolgar com o cronograma...
15:32 - O que nasceu como "cronograma" acabou virando uma planilha que se atualizava automaticamente, em tempo real, mostrando o ponto onde o curso estava (de verde) e onde deveria estar (em vermelho), e também o atraso estimado, em minutos, em um outro canto da tela.
O legal é que a coluna "progresso" vai colorindo automaticamente, para mostrar o quanto cada item do cronograma deveria estar concluído. Assim, na hora do curso, você sabe visualmente quanto tempo tem para terminar de ensinar cada assunto.
Sim, eu exagerei. Quem mandou não me deixar tirar as dúvidas dos grupos?
(Update: Quem quiser baixar a planilha, clique aqui)
18:30 - Voltamos para o hotel. Eu até pensei em sair pra jantar num lugar legal, mas sozinho ia ser meio deprê. Aí fui pra internet, ver os scraps de parabéns do Orkut, ler meus feeds, terminar de baixar o Heroes novo, etc.
Só que a internet começou a cair. De cinco em cinco minutos eu dava de cara com a página de login do hotel.
Liguei para a recepção e perguntei o que estava acontecendo. A recepcionista só faltou me mandar pastar:
- Olha, senhor, não tem nada errado. Nesse exato momento tem outros 11 quartos usando a internet e ninguém reclamou. Aqui no lobby mesmo tem um senhor usando o computador há mais de uma hora.
- Tá, mas comigo não funciona. Alguém pode vir aqui e ver o que está acontecendo?
- O técnico da internet já foi embora.
Depois disso eu passei mais de uma hora tentando fazer a internet funcionar. Testei em outros navegadores, tentei com a rede sem fio, tentei com a rede com fio, tentei descobrir a senha da página da administração da intranet do hotel, mas não deu.
21:30 - Pedi meu jantar. Eu sempre me divirto com o inglês macarrônico do menu bilíngue do hotel. Você pode ir ao "looby bar" e pedir uma "ceazar salad" com um "sandwhiche".
22:10 - Ligo de novo para a recepção:
- Eu pedi comida há mais de meia hora e não veio nada ainda!
- É mesmo, senhor?
Eu juro por Deus que o "é mesmo" do cara foi tão sarcástico que a primeira coisa que veio à minha cabeça foi...
23:50 - Depois de comer e ver tevê, fui dormir.
05:30 - Acordo com um pernilongo dando "rasantes" na minha cabeça. Enfiei a cabeça debaixo da colcha, mas ela era muito fina e o pernilongo continuava me sobrevoando.
Passei alguns minutos pensando se era mais vantagem tentar dormir ou matar o maldito pernilongo. Alguns rasantes adicionais e eu decidi ir à caça.
Acendi a luz, botei os óculos e comecei a olhar em volta. O pernilongo eu não vi, mas em compensação, achei uma barata, enorme, passeando pelo chão do quarto. Dei nela uma sapatada e dei graças a Deus pelos rasantes do pernilongo: não fossem eles e eu nem teria visto essa minha "companheira" aí embaixo.
O pior é que já é a segunda vez que eu acordo e dou de cara com baratas no quarto do hotel - a primeira, obviamente, foi em Windturn City.
E, só pra constar, o hotel onde estou é o Mar Palace Copacabana. Viu, Google? Quando indexar esta página, lembre-se: "baratas, Mar Palace Copacabana", ok?
05:40 - Eu não ia conseguir dormir de novo e, como o celular ia despertar daqui a uma hora mesmo, resolvi escrever este post.
P.s.: Veja você, tem mais seis anos de aniversários registrados aqui no blog. Em 2006 eu também estava no Rio, em 2005 eu estava trabalhando no mesmo hospital onde nasci, em 2004 teve festinha com chapeuzinhos da Turma da Mônica e tudo, em 2003 eu escrevi um post "socialmente responsável" que hoje me dá vergonha porque parece emo demais, em 2002 eu não tive tempo nem de almoçar no dia, e em 2001 Luiz ainda postava aqui e me deu um "remix" de aniversário.
Coisas que podiam vir pro blog mas são pequenas demais para virar post
2007-10-02 23:20:03 +0000
- O botão do ar condicionado do meu carro (Palio 1.0) é igual um botão de "turbo": desligo o ar, o carro fica potente. Ligo o ar e ele só falta botar a língua de fora e gemer feito um asmático.
Mesmo com o "turbo" ligado (ou seja, ar desligado) esse motor Fire é muito vagabundo. Morro de saudades do meu Fiesta 1.0 Zetec RoCam. Aquilo sim é que é motor. Lembro que uma vez eu estava na via expressa, domingão, pista vazia e eu descendo o pé. Parei num sinal, parou um motoqueiro do meu lado e puxou conversa:
- Pô, motorzinho bom esse seu, é 1.6?
- Pavlov me mordeu outro dia. Mas foi sem querer. Ele estava mastigando um dos seus brinquedos, e eu fico puxando o treco pra jogar longe. Ele adora quando faço isso. Coisas de cachorro. Mas numa dessas eu calculei mal e ele foi morder o brinquedo enquanto o dedo indicador da minha mão esquerda estava no meio do caminho. Chegou a quebrar minha unha e deu um belo hematoma embaixo. Não vou poder usar esmalte por um bom temp...ops!
- Pavlov comeu um pedaço da minha única blusa de frio ontem. E não foi sem querer, foi por birra mesmo. Bethania precisa voltar rápido da viagem dela, esse cachorro tá "crisento" que só vendo.
- Tou eu e Gabriel no Google Talk, papeando... e sempre rolam aqueles "trocadalhos do carilho". Os de hoje foram bem nerds...
- Ou, sabe o que tem depois do Emmy?
- Hm... o "Enny"?
- Hahah!
- Se for assim, depois do Oscar tem o Papa, depois Quebec, Romeo...
A última piadinha é tão nerd que só lendo aqui mesmo pra entender.
Tudo que poderia ter sido e que não foi
2007-09-25 04:00:11 +0000
Sabe, eu estava bastante empolgado com essa viagem pra Aracaju.
Há meses eu não andava de avião. Eu iria na segunda à noite e voltaria na quarta. O trabalho ia ser legal, eu iria como especialista em projetos para fazer um diagnóstico num cliente importante. Coisa fina.
Como Bethania está viajando, o apartamento (e o cachorro) ficariam sozinhos. Assim, pra que nada desse errado, eu me planejei bastante: no sábado mesmo eu já havia reservado um hotelzinho para deixar Pavlov. No domingo eu ajeitei a casa para a faxineira, que viria na terça. Me lembrei até de passar no banco e sacar dinheiro num caixa com notas pequenas pra poder deixar o dinheiro do ônibus dela, trocado, em cima da mesa.
Na segunda eu marquei, pela internet, os lugares onde queria me sentar no avião - janelas, pra que eu pudesse dormir sossegado. Voltei mais cedo do trabalho, para poder fazer as malas com calma. Conferi e reconferi tudo que estava levando. Usei uma sacola para não precisar despachar bagagem e não correr o risco de perder a mala e ficar sem roupas para as reuniões do dia seguinte. Lembrei-me de comer alguma coisa em casa, pois só ia chegar em Sergipe depois de uma da manhã. Lembrei de fazer backup de arquivos cruciais das reuniões no meu pen drive (para o caso do notebook resolver pifar de vez). Lembrei também de carregar a bateria do celular e do iPod. Lembrei até de baixar um disco duplo do Stars of the Lid que estava querendo, só pra poder ouvir no avião.
Marquei horário com o táxi pra bem cedo e cheguei no aeroporto mais de uma hora antes do horário previsto de decolagem. A fila do check-in sem bagagem estava vazia, então foi só chegar e entregar minha carteira de motorista para o atendente.
Eu estava tranquilo, pensando em que revista poderia comprar pra ler no vôo, quando o atendente me disse:
- O senhor teria um outro documento dentro do prazo de validade?
- Como assim?
- A sua carteira de motorista está vencida, senhor.
Olhei a validade e estava lá: 27/05/2007. Vinte e sete de maio. A maldita carteira estava vencida há quase quatro meses. E eu não ando com outros documentos justamente pelo fato da carteira de motorista também valer como identidade e CPF. Como o maldito aeroporto de Confins fica a 40 minutos da minha casa, não dava tempo de voltar e buscar. E não tinha jeito de ninguém trazer outro documento porque o apartamento estava vazio e trancado, e a única chave estava comigo. Não havia saída. Eu implorei, pedi "pelamordedeus" mas o cara, obviamente, não fez meu check-in.
Desesperado, até peguei um daqueles selinhos do Subway, coloquei na frente da data de validade e entrei na fila do check-in com bagagem, para cair em uma outra atendente. Na hora que ela pegou minha carteira eu tentei distraí-la conversando fiado, mas não colou: ela conferiu a data e não me deixou embarcar. Até no posto da ANAC eu fui implorar, mas não teve jeito.
Pra piorar, o consultor-sênior do projeto estava no aeroporto do Rio, embarcando pra se encontrar comigo. Ele estava indo à Aracaju só por minha causa, então vocês imaginam como ele reagiu quando contei o ocorrido.
Agora estou de novo em casa, frustrado, escrevendo este post e me sentindo o ser humano mais idiota de todos os tempos. E se eu fosse você, eu parava de rir da minha cara e conferia a validade da sua carteira de motorista. AGORA.
Trabalhando para a igreja
2007-09-23 19:08:10 +0000
Hoje de tarde, no carro, o shuffle do iPod botou pra tocar "Intervention", do Arcade Fire, cuja letra diz:
O rei retoma o trono
A semente inútil é semeada (...)
Trabalhando para a igreja enquanto sua família morre
Você pega o que te dão e deixa dentro de você
Toda faísca de amizade e amor morrerá sem um lar (...)
Trabalhando para a igreja enquanto sua vida desaba
Cantando "aleluia" com medo no coração
Toda faísca de amizade e amor morrerá sem um lar...
...e isso tudo enquanto eu dirigia até um centro espírita, pra fazer uma palestra.
O pior é que não é a primeira vez que o Arcade Fire se cruza com a minha vida religiosa. Seria isso um sinal?
Jantares, suicídios e propagandas de margarina
2007-09-22 05:50:09 +0000
Tive uma cena meio surreal hoje à noite.
Cheguei em casa moído depois do trabalho de hoje. Minha irmã ligou e acabei saindo com ela pra um... jantar dançante. Era beneficente, era do centro espírita que frequento. No jantar encontrei uma velha amiga da minha mãe, que de tão amiga é considerada como se fosse nossa tia. Aí fomos colocar o papo em dia, saber das novidades, etc.
Meia hora de papo depois eu fico sabendo que ela se separou do marido, curtiu a "liberdade" por um ano, arrumou namorado, terminou com o namorado, caiu em depressão, perdeu o emprego e só agora está entrando de novo nos eixos. Ao contar essa história toda ela ainda menciona, casualmente, que tentou se matar. Disse que tentou jogar o carro de uma ribanceira, mas não conseguiu porque havia uma vala no caminho e o carro ficou preso antes de despencar.
É muito, muito surreal ouvir um parente contando, sorridente, numa festa beneficente, com todo mundo elegantemente vestido, no meio de um papo animado, com uma bandinha tocando Tim Maia ao fundo, que ela tentou jogar o carro de um barranco.
Pensando no assunto eu acabo percebendo que tenho muito mais histórias suicidas na família do que o que eu consideraria "saudável": o quadro que enfeita o hall de entrada do meu apartamento, por exemplo, foi pintado por um primo que anda meio depressivo e volta e meia fala em tirar a própria vida. Dia desses um sobrinho do meu pai foi visitá-lo e contou que sua esposa, mãe de dois filhos, tentou se matar pela segunda vez.
Sob esta ótica eu concluo que realmente tenho que ser grato pela minha família estilo "propaganda de Doriana": marido e esposa apaixonados que ficam dando risada ao ver o cachorrinho sapeca fazendo bagunça pela casa. Eu achava que isso é que era o normal. Talvez não seja.
Vá tomar no copo
2007-09-10 17:45:44 +0000
E na hora do almoço eu concluí que o copo que me deram para beber refrigerante era um copo de requeijão.
Como descobri isso? Bem, foi simples...

Mais três coisas bizarras que já ouvi no trabalho
2007-08-30 18:16:00 +0000
Sim, é um "bonus track" do post das 12 coisas mais bizarras que já ouvi no trabalho. Eu lembrei dessas recentemente...
- "Pois é gente, os presídios são uma loucura. Eu já vi casos de mulheres levando celular para os presos, dentro da vagina... e nem era um celular desses pequenininhos, como o meu!"
(Funcionário de um presídio mostrando que tamanho, sim, é documento)
- "Sabe por que isso está assim? Porque essa empresa não tem dono!!"
(O presidente da empresa, explicando, aos berros, que o culpado de tudo é... ele mesmo?)
- "Na sua idade eu até gostava [do trabalho], hoje eu só gosto de bater carimbos e de fazer palavras cruzadas pra não emburrecer muito rápido"
(Funcionária de uma empresa pública, mostrando-se altamente motivada e focada em resultados)
Caixa do BB, além de dinheiro, também dá spam
2007-08-28 20:55:00 +0000
Agora há pouco fui ali tirar um dinheiro num caixa eletrônico do Banco do Brasil e tive uma surpresa: agora a máquina imprime um spam pra você!

O pior é que a máquina não deixa fazer NADA antes de imprimir o spam, então você é obrigado a esperar pela impressão. É isso mesmo, para conseguir que a máquina faça o que você quer, você tem que esperar ela fazer o que você não quer. Super sensato isso.
O mais legal é que eu jamais vou usar o serviço anunciado no spam, já que eu nem li porque estava irritado com tudo aquilo. Então, numa tacada só, o Banco do Brasil desperdiçou meu tempo, gastou papel, me deixou insatisfeito com o serviço, não gerou nenhuma receita e ainda provocou um post na internet denegrindo o Banco. Fantástico!
GTD de pobre
2007-08-27 19:30:00 +0000
Que moleskine que nada, o negócio é caneta BIC e papel de rascunho.

(Se você não sacou nada, leia o verbete sobre GTD da Wikipedia)
A melhor justificativa de todos os tempos
2007-08-24 15:20:00 +0000
Eu sei que não devia postar isto, mas eu preciso.
O texto abaixo é um email de um funcionário aqui do cliente, tentanto justificar por que não entregou seu planejamento no prazo:
"Venho fazer algumas considerações do processo de trabalho, a considerar: respeitando o espaço e tempo de nossos clientes, o planejamento das ações/etapas deve ser construído utilizando-se de técnicas participativas para envolver e comprometer os atores principais na construção de uma história própria. Conhecemos a realidade local, seus problemas e potencialidades, mas na execução das atividades devemos respeitar o conhecimento, aqui digo; o tempo e espaço do cliente. O trabalhador desta empresa é um agente incentivador, respeitador das culturas e tradições, capaz de mobilizar seres humanos para a reconstrução de uma história. O ideal podemos ter em mente, que são os projetos, mas antes existem os sonhos dos atores responsáveis por sua história. Devemos conhecê-los, discuti-los, para então transformamos em projetos e estes, em realidade. São algumas considerações que achei pertinente expor, pois encontrei dificuldades para elaborar o planejamento devido algumas ações que serão desdobradas após as reuniões de planejamento participativo. Aguardo sua avaliação para, se necessário, fazer as devidas correções"
Um powerpoint do cão
2007-08-21 20:16:00 +0000
E eu passei ali no corredor e o chefe de um dos setores da empresa-cliente estava usando o datashow para fazer uma apresentação.
O slide que estava na tela era mais ou menos como este aí embaixo:

Eu tive medo. Muito medo.
As 12 coisas mais bizarras que já ouvi no trabalho
2007-08-20 22:50:00 +0000
12) "Ahhh, faz um cheque especial comiiiiiiigo..."
(A gerente gostosona do banco onde eu trabalhava, usando estratégias diferenciadas de marketing para que eu a ajudasse com suas metas de venda)
11) "Um beijo e um brócole porque queijo engorda! Tchau!"
(Colega de trabalho, também da época do Banco, despedindo-se ao telefone de forma light)
10) "Puxa! Tem 3 meses que eu não menstruo, agora veio tudo e não aguento mais, tou igual uma cachoeira!"
(Kelly, que trabalhou comigo nos meus primeiros anos de consultoria, dando informações demais sobre sua vida pessoal)
9) "Esse tira-e-põe é normal nessas reuniões..."
(Eu, numa reunião, falando - sem a menor noção - sobre a inserção e deleção de informações em planilhas do Excel)
8) "Tende piedade, ó Satã, dessa loooonga miséria..."
(O Excêntrico, metaleiro, gótico, RPGista, nerd e funcionário de uma empresa-cliente, reclamando da vida)
7) "Como disse Sócrates, 'Só sei..... que o Araketu é bom demais. Êa Êa Ô.'"
(Também do Excêntrico, citando filósofos... à sua maneira)
6) Ai, eu detesto planilha com esses números negativos, eu me confundo toda...
(Funcionária do Depto. Financeiro de uma empresa, responsável por um orçamento de milhões de reais, mostrando que todos os seus movimentos são friamente calculados)
5) "Mas tem como localizar os contabilistas no sistema sim, inclusive aquela que bateu no Marcelo a gente achou o endereço no sistema..."
(Alguém de alguma repartição pública, deixando escapar que o dia-a-dia do servidor público é, sim, uma luta danada)
4) "Elevador, bom dia..."
(Ascensorista de um prédio, atendendo o telefone do elevador)
3) "Banco Mercantil, Daniel, porra caralho eu tava saindo pra tomar café, mas que merda, Banco Mercantil, Daniel..."
(Colega de trabalho da época do Banco, atendendo o telefone e pensando alto ao mesmo tempo)
2) "Cara, uma vez eu estava num congresso, dando uma palestra, aí eu falei: 'a reforma da praça tinha sido a coisa mais excitante que eu fiz em toda a minha vida'... aí um colega chegou no meu ouvido e cochichou: 'Isso é porque você não conhece o coito anal'"
(Renomado arquiteto mineiro me contando, em uma reunião, o que realmente ergue as suas obras)
1) "Nossa!! Nossos CPFs são parecidíssimos!!"
(Kelly, minha colega predileta de consultoria, fazendo esta importantíssima constatação enquanto mostrávamos nossos documentos para o porteiro do prédio liberar nossa entrada pra uma reunião)
What goes around comes around
2007-08-09 14:04:00 +0000
O divertido de ter um blog é o feedback: Começa quando você escreve um post simples, falando como foi a balada do sábado à noite.
De repente o DJ da noite pipoca no seu MSN porque ficou alucinado com os elogios:
cara eu tenho que agradeçer pelo que vc escreveu no blog ... eu nao tenho nem palavras pra te falar ... foi du caralho ... fiquei feliz que vc gostou do meu set....e mais uma vez muito obrigado ! ! ! !
Algum tempo depois o vocalista da banda (horrível) da noite aparece no seu orkut:

De início eu achei que o comentário era sarcástico mas, agora, pensando bem... talvez o moleque saiba que, como diz o ditado, "não existe publicidade ruim".
A prova do posto
2007-08-08 11:40:00 +0000
Ontem eu inventei de aspirar o carro num posto de gasolina, usando aqueles aspiradores de ficha.
Abri o carro todo, tirei os tapetes, botei a ficha na máquina. O aspirador ligou e o display mostrou quanto tempo eu teria pra usá-lo - 0:59.
Pânico total: pulei dentro do carro e saí aspirando alucinadamente. Parecia uma daquelas provas do Domingo Legal. Só faltava o Gugu gritando "Temmmpoooooo!" e aquela musiquinha: "Uma uma uma hey! Uma uma uma hey! Papa! Parararapá!".
Terminei de aspirar faltando dois segundos para o tempo acabar. Aí fiquei olhando para o display: Dois... um... zero... 0:59... 0:58...
E só então entendi que o display dos minutos estava estragado e só mostrava "zero".
Depois da "prova do posto" resolvi comprar um caldo holandês (mandioca com frango) no Sukão, na rua Padre Eustáquio. É o melhor caldo de Belo Horizonte, e tinha um tempão que eu não tomava.
Enquanto esperava, fiquei olhando a TV do lugar, que obviamente estava ligada na novela. E notei uma personagem meio familiar...

Hermínia (Débora Duarte): uma versão velha/gorda de Chloe O'Brien (da série "24 horas")?
Consultoria é...
2007-08-06 20:32:00 +0000
...entrar numa reunião e NÃO cair na gargalhada ao perceber que seu colega escreveu "SOLFTWWARE" num relatório.
Ééé amigo... são anos de prática pra chegar nesse nível de imunidade a erros de português.
Belo Horizonte invadida por zumbis
2007-08-05 22:03:00 +0000
Eu não acredito que perdi isso!!
Fui ver meu email e vi um excelente post de Maíra comentando sobre o protesto "Fora Lula" de ontem, falando que deu só 200 pessoas metidas a besta e tal... e comentando o que aconteceu logo depois: a primeira Zombie Walk de Beagá!!
BRRAAAINSSS!!....
Zombie Walk é basicamente isso: uma cambada de gente vestida de zumbi perambulando pela cidade. Segundo Maíra, a Zombie Walk belorizontina tinha no mínimo quatro vezes mais gente que o "Fora Lula". O roteiro dos zumbis era ir da Praça Sete até o Pátio Savassi (pra quem não sabe, um dos shoppings mais grã-finos de BH)! Uma pena terem barrado o pessoal na porta. Eu ia delirar se os zumbis invadissem o Pátio...
As fotos já apareceram na internet e o YouTube, obviamente, já tem vários vídeos do evento. Em um deles, mais completinho e dividido em duas partes, dá pra ver os zumbis "atacando" um ônibus, alguns carros e, no final, um deles gritando pra câmera: "Mãe, eu tou no YouTube!"
Isso é lindo demais. O próximo eu não perco por nada nesse mundo...
Ecumênico é isso aí
2007-08-04 17:13:00 +0000
Acabei de perceber que estou preparando uma palestra sobre espiritismo, cujo tema é o Evangelho Segundo o Espiritismo, e para isso estou consultando o verbete sobre a Bíblia da Wikipedia. Tudo isso enquanto ouço Neon Bible, o disco novo do Arcade Fire...
Dia de treinamento
2007-08-02 12:57:00 +0000
Ontem eu passei o dia dando um treinamento para os gerentes das filiais do nosso cliente.
De manhã todos me amavam. A turma participava, mostrava interesse, era tudo lindo.
De tarde eu quase fui linchado. Todos gritavam e falavam ao mesmo tempo, as veias dos pescoços saltavam pra fora e os rostos ficavam vermelhos. Eu conseguia falar no máximo três palavras antes de ser interrompido pelos gritos. Pra piorar, o chefe das filiais perdeu a paciência e saiu da sala pra não apelar com todos.
A diferença entre a manhã e a tarde é que, de tarde, a gente mostrou as metas para o ano que vem...
In the studio, it's the place to be...
2007-07-31 19:12:00 +0000
Eu já fiz muita coisa inusitada desde que virei consultor. Hoje eu adicionei mais uma à minha lista: gravar um programa de rádio.
É que nosso cliente atual produz um programa de rádio para divulgar seus trabalhos pelo estado, e eles queriam divulgar os resultados da nossa consultoria entrevistando um dos consultores. Obviamente, sobrou pra mim.
O programa é gravado num mini-estúdio que fica no setor de comunicação da empresa. A bizarrice começou aí: a porta do estúdio é de metal, enorme, com travas nas laterais e uma janelinha redonda no meio. É que ela devia ser a prova de som, mas com aquele visual parecia uma escotilha de submarino. E dentro dela tinha um carinha com cabelo "black power", formando uma "aura" capilar que se estendia a uns 30cm do couro cabeludo: era o operador de gravação.
Do lado dele estavam os equipamentos do estúdio: computador, mesa de som, microfones e um toca-discos. Eu passei uns bons 30 segundos olhando para o toca-discos: aquilo era uma relíquia de começo de século, era tipo o modelo 2.0 do gramofone. A cabeça onde fica a agulha era enorme, a carcaça do aparelho era toda coberta de feltro e tinha até uma alavanquinha para selecionar entre 33, 45 e 78 rotações. Mas nem bem tive muito tempo de admirar o equipamento e entramos, eu e a jornalista da área, na cabine à prova de som.
Nessas horas eu agradeço a Deus por ter uma esposa que, além de tudo, é jornalista: durante os muitos anos de namoro eu convivi bem de perto com a vida acadêmica dela, então acabei aprendendo algumas coisas sobre mídia impressa, TV, rádio, etc. Por isso já sou meio vacinado para esse tipo de situação: ninguém avisou mas eu sabia como devia ser minha dicção, sabia como ajustar o microfone, etc. Já a jornalista que ia me entrevistar estava meio sem jeito: um dos lados do headphone dela estava virado pra fora e ela nem percebeu.
Depois de tudo pronto, o operador Black Power pronunciou o clássico "um dois três gravando" e mandamos ver. A entrevista foi curtinha, uns sete minutos, e correu sem maiores problemas.
Ticketmaster dá uma aula de como não atender seus clientes
2007-07-25 20:45:00 +0000
A foto aí embaixo é de um cartaz que está pregado na fila para compra de ingressos para o Cirque du Soleil, que virá pra Belo Horizonte.

Isso não é simplesmente um cartaz. É uma ofensa aos clientes e um atestado de incompetência do Ticketmaster. É como se ele dissesse: "nosso atendimento é uma droga e a culpa é toda sua".
No ano passado eu já tive meus maus bocados com o atendimento do Ticketmaster, também com ingressos pro Cirque du Soleil. Se naquela época eu já achava que eles não tinham nenhum comprometimento com qualidade e bom atendimento, depois de ver o cartaz aí em cima eu tive certeza.
Eles dizem que a espera pode chegar a 5 horas, e que a culpa disso é dos clientes indecisos. Acontece que esse problema tem uma solução muito simples: basta colocar um funcionário na fila para fazer uma pré-venda, mostrar o mapa de assentos, dizer que datas estão esgotadas ou não, etc. Qualquer McDonalds da vida faz isso. Mas, como o Ticketmaster tem o monopólio da venda de ingressos pro Cirque du Soleil, eles não precisam se preocupar...
Vou mandar a foto do cartaz junto com um email para a matriz do Ticketmaster... ah, se vou...
Uma mente brilhante (no caixa do restaurante)
2007-07-19 19:22:00 +0000
No lugar onde trabalho pelo meu projeto atual, em se tratando de restaurantes na vizinhança, estamos mal servidos (pegou o trocadilho? Hein? Hein?).
São apenas duas opções. Uma delas foi apelidada por nós de extreme self-service, porque você não só se serve como também frita seu próprio bife e pega sua própria bebida na geladeira. É isso mesmo: você entra, passa pelo bufê e do lado dele tem uma grelha e um balde com um tanto de bifes semi-crus. Aí você frita seu bife e, logo adiante, tem a geladeira com as bebidas. Só tem funcionários na balança e no caixa e mesmo assim desconfiamos que, se o Brasil fosse um país de gente honesta, nem eles estariam lá.
Além do extreme, tem apenas outro restaurante, bem mais apresentável. Ele é um pouco mais caro, mas oferece um desconto de 15% pros funcionários da nossa empresa-cliente. E é aí que a coisa fica interessante.
Um dos nossos colegas notou que a menina do caixa anotava o preço com desconto na comanda. Ela pegava o papel, via o preço sem desconto, escrevia o preço com desconto - instantes depois, e sem usar calculadora - e recebia o dinheiro. Na velocidade com a qual ela escrevia ela tinha que ser uma geniozinha para, mentalmente e naquela rapidez, calcular o desconto e subtraí-lo do preço.
Como bons consultores que somos (cof, cof), tínhamos que investigar. Então, ontem, aproveitando que ela não estava no caixa, fiz uma pergunta para a funcionária que estava no lugar dela:
- Vem cá, como é que aquela menina calcula os 15% de desconto tão rápido?
- Ela não calcula. Ela decorou todos os valores.
Não podia ser verdade. Os valores variam centavo a centavo. Supondo que os pratos de comida custam de R$ 2 (anoréxica) a R$ 15 (peão de obra) ela teria que saber, de cor, dois mil e seiscentos números diferentes.
Ontem eu contei isso para o outro assistente e pro líder do projeto, que, obviamente, não acreditou quando contei. Então ele bolou um plano simples para uma auditoria no desconto: antes de ir para o caixa a gente faria a conta de qual seria o desconto, pra conferir se o valor que ela escreve não é invenção da cabeça dela.
Assim, depois do almoço de hoje, usamos a calculadora dos celulares para determinar o valor de cada um com o desconto correto. Memorizamos os números e fomos os três para o caixa, para a hora da verdade.
Primeiro foi o assistente. A mocinha pegou o papel e, de imediato, anotou o valor com desconto. Pela cara que "putaqueoparéu" que ele fez, ela provavelmente tinha acertado na mosca.
Na sequência, entreguei minha comanda. A mocinha pegou, olhou e escreveu o valor exato (até os centavos!), sem pestanejar. Depois veio o líder do projeto. Ela pegou a comanda, parou por um segundo...
- Hmm... esse eu esqueci...
Aí pegou a minha comanda novamente, olhou sabe lá Deus o quê, lembrou-se do desconto e escreveu na comanda do líder.
Confesso que, depois disso, eu acabei ficando meio triste. Pense bem: temos ali uma pessoa com uma habilidade que é fantástica e inútil ao mesmo tempo. Além do mais, considerando a facilidade dela com números, ela deveria estar é num escritório de contabilidade ou em alguma faculdade de alguma ciência exata - e não num caixa de restaurante.
Um comentário sobre a tragédia do TAM 3054
2007-07-18 13:02:00 +0000
Era mais ou menos uma e quinze da manhã, eu e Bethania ainda estávamos assistindo a GloboNews. O apresentador do "Em cima da hora" tinha acabado de receber a lista de passageiros do vôo, e começou a ler os nomes. A cena foi muito triste: o helicóptero mostrava o local do acidente, as chamas e os escombros, e o repórter ia dizendo, pausadamente, os nomes dos mortos.
E eu acompanhava a lista, nome a nome, para ver se conhecia alguém. A empresa de consultoria onde trabalho é muito grande, tenho centenas de "colegas de trabalho" que passam a semana toda voando pelo Brasil. A probabilidade de ter alguém conhecido naquele vôo era grande. Tanto que, logo que soube do acidente, tratei de me certificar de que um amigo, alocado num projeto no Rio Grande do Sul, estava bem. Felizmente, até agora não estou sabendo de nenhum colega morto no vôo.
Esse tipo de acidente tem um impacto muito forte pra nós, que viajamos muito e que, consequentemente, passamos por Congonhas o tempo todo. Ver as imagens do acidente, ontem, na TV, era mais assustador que o normal. A imagem do prédio da TAM atingido pelo avião não é uma imagem qualquer pra quem estava acostumado a passar em frente a ele, toda semana.
O susto também é pior para as famílias de quem viaja muito. Até meu pai me ligou ontem à noite só pra confirmar que eu estava realmente aqui em Belo Horizonte. Da minha parte a coisa foi pior ainda: Bethania havia passado o dia no Rio e estava numa reunião bem ao lado do Aeroporto Santos Dumont, que teve um princípio de incêndio. E ela tinha uma reunião hoje, em São Paulo, que acabou cancelando. Congonhas já voltou a funcionar, mas ela e eu não achamos que a pista é segura.
Antes de dormir, nós rezamos pelos mortos do vôo e pedimos a Deus - a última e, pelo visto, única esperança - para ajudar a resolver a irresponsabilidade e falta de profissionalismo da aviação brasileira.
Taquicardia
2007-07-17 19:44:00 +0000
Enquanto eu atualizava minhas finanças pessoais, um colega olha para minha tela e pergunta:
- Queisso?
- É um gráfico do meu fluxo de caixa previsto até o final do ano.
- Parece mais um eletrocardiograma.
- Bem... como se trata do meu dinheiro, não deixa de ser...
Sexta-feira 13 é...
2007-07-13 14:03:00 +0000
...chegar no serviço às sete da manhã, entrar numa reunião e ouvir a seguinte frase:
"Nós vivemos uma situação dicotômica"...
Chorando descontinhos online
2007-07-11 20:43:00 +0000

A cada dia que passa eu me encho de razões para gostar ainda mais da eMusic, minha lojinha de MP3 predileta.
Desde o ano passado eu era cliente do plano "Plus 65": 65 downloads por mês a US$ 14,99 (aprox. US$ 0,23 por música, 75% mais barato do que no iTunes). Em novembro de 2006 a eMusic criou planos novos e aumentou os preços mas, por camaradagem, não mexeu nem nos planos nem nos preços dos clientes antigos (meu caso).
Acontece que na semana passada eu cancelei minha assinatura por engano. Percebi o erro e reabilitei minha conta dois dias depois. Só que nesse cancelamento/reativação eu acabei perdendo meu preço antigo, e só consegui me inscrever no novo plano "Plus 75": 75 downloads a US$ 19,99 (aprox. US$ 0,27 por música).
Você poderia pensar: "Ah, são 10 downloads a mais e cada faixa ficou apenas 4 centavos de dólar mais cara". Mas eu não queria mais downloads, mesmo porque eles me custariam cinco dólares (dez reais) a mais por mês.
Resolvi mandar um email para eles, explicando o que aconteceu e perguntando se eles poderiam voltar com meu plano antigo. Um dia depois veio a resposta, traduzida abaixo:
Olá,
Obrigado por contactar o serviço de atendimento ao cliente da eMusic.
Sua conta foi transferida para o plano "Plus 65". A mudança começa a vigorar na próxima data de pagamento. Este plano permite o download de até 65 faixas por $14,99
Obrigado por ser um assinante eMusic!
Atenciosamente,
Alyssa - Serviço de atendimento ao cliente eMusic
Gostei muito da atitude deles. Não só porque vou economizar 120 reais por ano, mas porque eles não tinham obrigação nenhuma de reverter meu plano para o preço antigo - afinal o erro foi meu mesmo. Eles agiram por pura camaradagem e ganharam um cliente tão satisfeito que fez um post deste tamanho só para babar ovo deles.
Enquanto isso, aqui no Brasil, eu só vou enchendo a minha listinha de empresas que me prestaram um atendimento tão ruim que virou post:
Tok Stok - além da política de preços inflexível, teve a cara de pau de me cobrar R$ 1 de "taxa de entrega" para puxadores de gaveta - e esnobou minha reclamação sobre isso;
Oi - me fez ligar para eles cinquenta e duas vezes em oitenta e um dias por conta de uma simples troca de celular;
Ticketmaster Brasil - O pior de todos: cobra 20% de taxa de conveniência (um absurdo!), tem o site mais confuso da internet, tem um suporte telefônico ultrasubdimensionado cujo número de telefone é quase secreto e que ainda é cobrado (R$ 0,30 por minuto), sumiu com um pedido meu, falou que era eu quem tinha cancelado, depois sumiu com meu cadastro, depois disse que o sistema some com os cadastros automaticamente... em resumo, me deu a segunda pior experiência de compra e venda que já tive em toda a minha vida (a primeira foi a do notebook novo, mas essa foi burrice minha mesmo)
P.s.: Se você quiser experimentar a eMusic, fale comigo que eu indico você. Você ganhará 50 downloads grátis e se, no fim, resolver assinar um plano deles, eu ganho 50 downloads também. Agora, me diga: tem como não gostar de um site desses?
A doença, o vapor, a surpresa
2007-06-29 14:31:00 +0000
E aí veio a sinusite e me deixou péssimo, fisicamente e emocionalmente.
A noite de ontem foi dureza. Me deitei cedo e sonhei muito, como sempre acontece quando vou dormir muito cansado ou debilitado de alguma forma. Sonhei que viajei de ônibus até a Argentina e que ela tinha prédios em formato de avião e que o gerente financeiro da empresa onde estou trabalhando hoje morava lá. Aí acordei às cinco da manhã com a boca seca, bebi uma água e lagarteei na cama até as 7:10. Pavlov me lambeu a cara até as 7:15, me levantei e fui tomar um banho longo e quente.
E, para minha surpresa, o vapor revelou uma mensagem secreta que Bethania (que está viajando) deixou escrita com os dedos no espelho do banheiro: era um grande coração, escrito "Zé, eu te amo" no meio.
Fisicamente, eu continuo péssimo. Mas agora só fisicamente.
As belezas do cache de imagens do Outlook
2007-06-21 16:14:00 +0000
A cena: eu e outro consultor, no intervalo entre um trabalho e outro, vendo um email que um colega recebeu.
O título era "garagens da humildade", e era um conjunto de fotos de garagens de gente rica, populadas por Ferraris, Porsches, Aston Martins, etc. Conforme as fotos passavam a gente ria e comentava: "Putz, olha isso, cinco Ferraris!"... "Olha essa garagem, nem tem espaço pros carros"...
Até que uma hora nosso colega clicou em algum lugar errado e o visualizador de imagens acabou mostrou a próxima imagem da pasta atual (que era o cache do Outlook dele). E a próxima imagem era nada menos do que um cu feminino, arreganhado em tela cheia.
Após um instante bastante desconfortável de silêncio, seguiram-se aqueles comentários emergenciais para abafar a falta de graça:
- Bem, essa aí é uma garagem diferente né...
- Pois é...
- Ok, deixa eu ir ali trabalhar...
Na balada
2007-06-15 01:35:00 +0000
Às vezes eu me pego pensando que devia sair mais. Então eu acabo saindo mais, o que me faz lembrar do por que de eu não sair tanto.
Foi assim no último sábado. Eu e Bethania fomos ao Hard Rock Café para "ciceronear" uma prima dela que mora em Joinville e que estava visitando Belo Horizonte. Ela queria conhecer a "night" belorizontina, então lá fomos nós.
As atrações da noite incluíam um show de uma tal banda chamada "Plano Piloto", que começaria por volta da meia-noite, e uns DJs que ficariam enchendo linguiça até a hora do show. O palco já estava todo pronto, com os instrumentos e o equipamento do DJ posicionado... em cima de um colchão. Imagine você, um lugar milimetricamente decorado com adereços "Rock'n Roll", guitarras pelas paredes, um conversível estilo anos 60 pendurado no teto... e um colchonete sobre o palco. Mau sinal.
Aí veio o primeiro DJ: um cara de uns 30 anos, com pinta de "riquinho que ainda mora com os pais", todo serelepe, fazendo caras e bocas enquanto tocava... hip-hop mela-cueca de rádio. O pior é que ele não sabia mixar: uma música acabava, ele botava outra, e ficava só nisso. Se tivessem colocado um CD qualquer e apertado o "play" dava exatamente no mesmo.
Eu já pensava em como iria pedir meu dinheiro de volta quando, depois de uma meia hora, ele entregou os fones de ouvido para outro cara que estava perambulando pelo palco. Era o "DJ 2 - A missão". Eu sabia que devia esperar o pior, mas assim que bati o olho no cara, alguma coisa me disse que ele sabia o que estava fazendo. A confiança no meu instinto foi tanta que eu cochichei pra Bethania, segundos depois dele subir ao palco:
- Presta atenção, agora você vai ouvir um DJ de verdade.
Eu não podia estar mais correto. O cara, chamado DJ Rhommel, era absurdamente bom. Ele tocou tudo do bom e do melhor do electro-pop atual (incluindo versões fantásticas de clássicos da dance music remixados) com uma intensidade tamanha que, em questão de minutos, o restaurante inteiro largou as mesas para trás e foi dançar em frente ao palco. E o DJ trabalhava com muito gosto: ele pulava, dançava, sacudia os braços, cantava junto...
Este, pra mim, é o diferencial entre o DJ bom e o DJ ótimo. O bom DJ apenas toca músicas: o DJ ótimo se diverte com as pessoas.
Assim, para minha grata surpresa, o tal DJ Rhommel ia mandando um dos sets mais espetaculares que já vi. Mas o tempo ia passando, a meia-noite ia passando... e Bethania perguntava: "Cadê a banda"? Eu bem que estava rezando pra banda desistir de tocar, porque, do jeito que estava, estava ótimo. E meus instintos diziam que a banda seria um lixo.
Infelizmente eu estava certo novamente. A certeza veio no instante em que estas três criaturas aí embaixo subiram no palco. Da esquerda para a direita, temos "baixista rejeitado pelo Jota Quest", "imitador de Alemão do BBB" e "Personagem de Dragon Ball Z".
Este é o Plano Piloto, uma mistura de N-Sync com Vila Boys...
Antes de vocês continuarem lendo, dêem uma sacada no site oficial da banda, que foi de onde eu tirei a foto acima. Notem que o site é produzido por uma das agências de propaganda mais famosas de BH e que as fotos foram todas tiradas em estúdio (porque isso é importantíssimo para produzir boa música, não acham?).
Durante os 10 primeiros minutos do show eu fiquei sentado, olhando e tentando entender como diabos eu fui convencido a pagar para ver aquilo. O vocalista cantava como se estivesse no Domingão do Faustão. O resto da banda seguia o "procedimento padrão de bandinha pop": o baixista fazia cara de mau, o baterista rodava as baquetas no ar, era tudo tão... pasteurizado!
Meia hora de show depois e fomos obrigados a ir embora.
Back to work, malefoca!
2007-06-15 01:29:00 +0000
E eu acabei voltando a trabalhar aqui em Belo Horizonte mesmo, em um órgão do governo. Governo sempre é legal de trabalhar porque, digamos, temos muitas possibilidades de ajudá-los a dar resultado.
Nesta semana, por exemplo, fizemos uma reunião com o gerente de uma área de nome nebuloso: "acesso e interfaces corporativas". Por razões óbvias não vou citar o nome real, mas era algo mais ou menos parecido.
Faltando dez minutos para a reunião, comentei com o líder do projeto:
- E aí, vamos lá pra reunião com o gerente de... de quê mesmo?
- Acesso e interfaces corporativas... seja lá o que isso for!
Pois é, a gente não sabia o que a gerência fazia. Aí sentamos com o diretor e ele, sem cerimônia, começou a falar:
- Que bom que vocês estão aqui. Sabe, eu assumi tem uns oito meses e percebi que as pessoas não sabiam o que a gerência devia fazer... eu perguntava: "Mas o que é 'acesso e interfaces corporativas'?" e ninguém sabia...
E continuou:
- Então eu tomei a liberdade de articular umas idéias... e fiz este documento, gostaria que vocês dessem uma olhada e fizessem alguns comentários...
E na sequência ele entregou quatro páginas, caprichosamente grampeadas. Na frente, o título: "Direcionamento para estruturação da Gerência de Acesso e Interfaces Corporativas".
Coloquei a minha melhor poker face na cara e tentei não deixar transparecer o desespero enquanto folheava o documento. Ele estava dividido em duas partes: 'Acesso' e 'Interfaces'. E todos os parágrafos começavam usando aquele velho truque literário para quando você não sabe sequer por onde começar um texto:
"Segundo o Dicionário Aurélio, 'acesso' significa 'chegada, aproximação'..."
Ainda no novo projeto, logo no segundo dia de trabalho, o outro consultor-assistente me confessou: ele lê este blog.
Bethania morre de medo quando eu conto pra ela que descobri mais gente do trabalho que lê o blog. Eu não ligo, acho até legal. Mas no fundo eu temo pelo dia em que vou entrar num elevador, dar de cara com o presidente da nossa empresa, e ouví-lo dizer: "E aí, 'primo'!".
Nonsense no shopping
2007-05-29 00:23:00 +0000
Hoje, depois do trabalho, fiquei esperando Bethania me buscar. Combinamos de nos encontrar no shopping. Para matar o tempo, fiquei folheando as revistas numa das lojas.
Não tinha quase ninguém na loja, apenas eu, a vendedora e um casal: uma menina de calça e jaqueta jeans e um cara gordão, de camiseta roxa.
Enquanto eu passava o olho numa PC World, notei que a menina do casal estava na prateleira ao lado da minha, procurando uma revista. Acontece que aquela era a prateleira das revistas pornográficas...
"Como assim??", pensei.
Depois de algum tempo a menina se cansou de procurar e perguntou para a vendedora:
- Vocês tem a revista Sexy? Aquela que tem a Thammy, filha da Gretchen, com a namorada dela?
"Mas como assim??", pensei.
E enquanto a vendedora procurava, eis que surge o namorado, o cara gordão da camiseta roxa. E só então eu reparei que o namorado, na verdade, era... namorada.
Sem demora, ele foi logo explicando pra vendedora: "É que a gente vai levar pra ela autografar pra gente"...
"Mas... mas COOOMO ASSIM???", pensei.
Ainda no shopping, enquanto passeava pela seção de eletrodomésticos do Carrefour (não pergunte por quê), inventei uma nova piada. Responda rápido: o que a galinha disse para o aspirador?

"Papapó"?
Três conselhos que tornam meu casamento mais feliz
2007-05-25 23:04:00 +0000
Conselho 1
A posição das xícaras na mesa interfere diretamente no bem-estar da minha esposa.

Assim está ERRADO!! Esposa em pânico!! Morte, dor e sofrimento!!!

Assim está CERTO! Esposa feliz! Prosperidade conjugal!
Conselho 2
A qualidade da panela de pressão de seu lar interfere diretamente no branco do seu fogão e de tudo que o circunda. A razão disto é que, quando você cozinhar feijão preto numa panela vagabunda, a válvula de segurança vai estourar e você terá fotos bem nojentas para postar no blog.


...e ainda faltaram fotos dos armários (brancos) e do teto (branco), que ficaram imundos. É sério, voou feijão até o teto.
Conselho 3
As criações em artes plásticas dos seus animais de estimação (leia aqui e aqui para entender) interferem diretamente na integridade física da decoração do lar, bem como no nível de pressão sanguínea dos seus proprietários.
Digo isto porque Pavlov canalizou seu ímpeto criativo/destrutivo para os livros de arte que ficam na mesinha de centro da sala, num trabalho instigante que expressa, ao mesmo tempo, o desprezo pela arte e o desejo de consumí-la, devorá-la. Coisa de gênio.


"Hopper" - Técnica mista (mordidas/patadas) sobre papel impresso
Acervo do artista - 2007
P.s.: Falando em Hopper, alguém mais notou que a propaganda do Ford Fiesta tem um cenário "chupado" do seu quadro mais famoso, o "Nighthawks"?
As loucas promoções de Seleções
2007-05-16 14:19:00 +0000
Outro dia eu estava almoçando com meu pai quando me lembrei de uma coisa:
- Recebi uma carta da revista Seleções... daquelas de concurso milionário...
Na mesma hora ele começou a rir.
- Ah é? Daquelas estilo "concurso super-especial somente para participantes selecionados" que tem 400 etapas diferentes só para você se inscrever?
- Exatamente... e com aquelas instruções malucas de sempre...
- Hehehe... "é fácil, você só tem que enviar um cupom-bônus com os doze selos da vitória colados no verso do envelope-âmbar do participante especial"...
Sim, era piada. Mas o mais engraçado dela é que o que a gente dizia não era exagero. Pra provar, olha só como é o tal envelope...
Note no detalhe (dir.) o código de barras fajuto, as anotações "a tinta" e os avisos espalhafatosos de "documento verificado" e "correspondência restrita"...
Os caras realmente forçam a barra. Até o verso do envelope é cheio de texto falso para dar a entender que o conteúdo é importantíssimo e que você deve se inscrever imediatamente.
Dentro dele vem a enxurrada de documentos contendo os cupons-bônus, envelopes de resposta, certificados, selos de participação e o escambau. Dá só uma olhada no "certificado de participação final": parece mais uma carta de crédito bancário do ano de 1850...

O texto é fantástico: "Menos de 3 em cada 100 moradores de Minas gerais foram selecionados para receber a chance de ganhar o Grande Prêmio no valor de R$ 300.000,00". E o texto ainda fala de um Prêmio de Antecipação por Resposta Rápida de R$ 30 mil se eu responder em até 7 dias. E ainda tem mais, respondendo rápido eu ainda concorro a mais 1.005 prêmios que valem mais de 700 mil reais. Sim, são mil e cinco prêmios. Afinal, cinco prêmios a mais fazem toda a diferença num concurso destes, não acha?
Um detalhe: se eu preencher e enviar o rodapé do certificado, na verdade estarei é adquirindo uma assinatura da revista Seleções. Mas quase não dá pra ler o texto que explica isso porque ele está perdido no meio de outros textos inúteis, dizendo "reserva para depósito confirmada", "habilitação confirmada para todos os prêmios", etc...
Mas este "certificadão" é só o começo do conteúdo do envelope. Ainda tem um "cartão estrela dos presentes grátis". Mas quais presentes? São aqueles 1.005 prêmios do certificado? Ou seriam outros? E ainda tem uma "chave numerada" para eu concorrer a um carro. Um carro? Mas no super-certificado ninguém disse nada sobre carro...
Meu Deus!! Mais prêmios!! MAIS PRÊMIOS!!!!
E quanto mais você tira coisas do envelope, pior fica: tem uma carta do presidente de honra do (respire fundo) Comitê de Distribuição de Prêmios da Seleções do Reader's Digest, que é ninguém menos que Edson Celulari (eek!), avisando que é ele quem vai entregar o carro ao ganhador e que, ora bolas, você deve responder rapidamente, seu lerdo! Tem também um selo de participante na etapa final do concurso. O texto do papel onde vem o selo explica, mais uma vez, que seu nome foi selecionado a partir de "um minucioso e exigente processo de seleção". "Minucioso" porque nenhum nome do banco de dados deles deve ter sido deixado de fora. E "exigente" porque ninguém que não estivesse no banco de dados poderia concorrer. Sem exceções!
A carta do presidente (esq.) e o super-selo ninja (dir.)

De acordo com as instruções, eu devo colar o tal selo no envelope de resposta. Acontece que tem DOIS envelopes, o "envelope SIM" e o "envelope NÃO". Deixa eu ver se entendi: se eu quiser participar, devo escrever pra eles. Se eu NÃO quiser participar, eu... devo escrever pra eles? Hmmm, talvez tenha faltado um envelope "Hein?"...
Depois de uma extensa leitura da papelada toda eu descobri que o "envelope SIM" é só para, se você quiser, além de partipar do concurso, assinar a revista. Ou seja, a coisa mais fácil que pode acontecer é você, na sangria desatada que o Edson Celulari te colocou para responder rápido, acabar se confundindo e assinar a revista por engano. O "envelope NÃO" só permite que você participe do grande concurso (o do certificadão) e de um tal "Prêmio Clique da Sorte". Clique da sorte? Ninguém me disse que tinha Clique da Sorte!
Foi preciso vasculhar o envelope um pouco mais para achar o tal "Clique da Sorte": é o sorteio de um computador. E tem surpresa: o cupom vem com um incrível "Bônus-Relâmpago" onde eu ganho... (prepare-se porque essa é demais...) um incrível scanner! OOOOHH!!!!
Taí o cupom do bônus relâmpago. Note o "privilégio adicional": me senti tão importante lendo aquilo...

Os prêmios - e os nomes clichezentos - nunca acabam: ainda tem outro papel mostrando o super-brinde que eu posso ganhar se assinar a revista: um rádio FM com lanterna.
Veja bem: ele tem lanterna. Se fosse um rádio FM normal eu não assinaria a revista. Mas este aí tem lanterna, então a coisa toda muda de figura. É como os cinco prêmios a mais, dos 1.005 prêmios do certificadão. Fazem toda a diferença, principalmente quando você já está completamente desorientado com as regras malucas e só consegue pensar em Edson Celulari dizendo: "Envie! Envie tudo! DEPRESSA!".
Mas o "gran finale" do envelope é o último papelzinho, intitulado "como participar dos nossos sorteios". Sim, são as instruções!!! Mas não se anime, pois são as instruções descritas de um jeito bem "Seleções". O texto é simplesmente surreal, exatamente como eu e meu pai dissemos no almoço:
"Devolva seu Certificado de Participação Final, com a Ordem de Compra devidamente preenchida, o Cupom do Prêmio Extraordinário, o cupom de participação no prêmio Clique da Sorte e seu "Cartão Estrela" no envelope de resposta SIM, com a etiqueta amarela "Resposta dentro do prazo confirmada" colada, dentro do prazo indicado".
E aí, entendeu?
Pra não dizerem que eu estou de sacanagem, clique aqui e veja o texto inteiro com seus próprios olhos...
Update: No dia 08/10/08 o pessoal da revista Seleções me mandou o seguinte email:
Boa tarde José Carlos,
Vimos em seu site "O Primo" alguns comentários sobre nossa empresa. Gostaríamos de saber como
poderíamos postar algumas informações para esclarecer sobre as nossas promoções.Agradecemos seu retorno,
Atendimento ao Cliente da Revista Seleções
Respondi dizendo: "Terei prazer em ajudá-los. Mandem as informações que quiserem postar e eu posso anexá-las ao meu post". Só que o remetente do email deles é o email geral de atendimento, então parece que minha resposta foi lida por alguém do atendimento "geralzão" da revista, e olha só o que aconteceu (clique para ampliar)...
O mais legal é que do lado direito do email tem uma propaganda... de mais uma promoção maluca!
Mas no dia 27/10 eles acertaram a mão e mandaram o email certo, que reproduzo, na íntegra, aí embaixo:
A Revista Seleções é a publicação mais lida do mundo, com cerca de 100 milhões de leitores em todo o planeta. No Brasil, é uma das maiores publicações mensais em circulação, e está no mercado há mais de 66 anos porque tem como princípio garantir a seus clientes a qualidade de seus produtos e serviços, o respeito ao consumidor e a total consonância com as normas do Código de Direito do Consumidor Brasileiro.
A primeira revista "Reader´s Digest" foi impressa nos Estados Unidos em fevereiro de 1922. No Brasil ela chegou 20 anos depois com o nome de "Seleções". Há que se reconhecer que uma empresa tem que ser muito integra, sólida e competente para manter uma trajetória de sucesso durante tanto tempo - atravessando guerras, crises econômicas, mudanças de tecnologia e de comportamento do consumidor. Nossos leitores, se insatisfeitos, já nos teriam tirado do mercado - destino comum a muitas empresas que falharam em respeitar e atender seus clientes com excelência.
O Reader´s Digest é uma empresa conhecida no mundo todo e seu desempenho é fruto de um contínuo trabalho que envolve a produção e distribuição de livros educacionais, CDs musicais, vídeos, e muitos outros produtos. Oferece, ainda, aos que desejarem, a oportunidade de participar de seus sorteios de prêmios, que são sempre oferecidos/informados por mala-direta (marketing direto) - seja por correio ou pela Internet.
Seleções é uma empresa comprometida com o país que a hospeda. Temos diversos programas de ação social conduzidos durante todo o ano. Por exemplo, como parte da interatividade dos sorteios, Seleções desenvolveu um programa chamado "Seleções Premiando a Educação", que apóia e realiza ações dirigidas às áreas de educação e cultura - e já beneficiou mais de 15 mil alunos e professores em todo o Brasil com a doação de material educacional, com o objetivo de ajudar na formação, educação e cultura dos jovens deste país. As instituições (escolas ou bibliotecas públicas) que recebem as doações são as indicadas pelos ganhadores dos Grandes Prêmios. A cada ano, novas instituições - sempre indicadas pelo ganhador do concurso daquele ano - são beneficiadas pelo programa.
Conheça algumas instituições que receberam essas doações nos últimos anos (a lista completa contém mais de 50 instituições).
E.M. de Ensino Fundamental Pe. Nilo Peçanha - Novo Hamburgo/RS
Colégio Estadual Prof. Jose Guimarães - Curitiba/PR
Escola Municipal Padre Antão - SP/SP
Biblioteca Pública Municipal Dr. Mario Correa Lousada - Valinhos/SP
Escola Frei Orestes Girardi - Campos do Jordão/SP
Prefeitura Municipal da Instância de Campos do Jordão (doação para 14 escolas municipais) - Campos do Jordão/SP
Colégio Municipal Pelotense - Pelotas/RS
Secretaria Municipal de Educação - Pelotas/RSDOS CONCURSOS. Seleções divulga seus produtos através de promoções que incluem a oportunidade de participar de sorteio de prêmios porque tem como base de sua atuação o "marketing direto". Assim, os sorteios que promovemos são como vitrines chamativas de lojas: têm o objetivo de chamar sua atenção para as ofertas excepcionais que estão dentro da loja - em nosso caso, dentro do envelope - dando-lhe a chance de concorrer a prêmios valiosos.
Em nossos concursos, já distribuímos no Brasil mais de 17.200 prêmios, passando de 8,8 MILHÕES DE REAIS. Esses sorteios são apurados pela Loteria Federal, registrados e operados em total concordância com as normas da Caixa Econômica Federal - que é o órgão responsável pelo registro e execução de sorteios e loterias no Brasil.
Cada vez que você recebe uma de nossas promoções e responde, você conquista uma chance de ganhar. E quanto mais vezes você responder, mais chances vai acumular. E não existe outra empresa que conceda a oportunidade de participar e ganhar prêmios sem comprar nada. Quando você participa dos concursos respondendo NÃO (envelope NÃO) você nos autoriza a continuar enviando novas ofertas de produtos. E sabemos que temos produtos tão bons, de tantas variedades, que se você não gostou daquela oferta, vai gostar de alguma outra que enviaremos. Conhecemos a qualidade de nossos produtos!
O concurso é anual - conforme explicado nas peças promocionais. A cada ano um novo concurso acontece e surge um novo ganhador do prêmio principal (Grande Prêmio) e mais de 1.000 outros ganhadores de diversos outros prêmios. Todo ano isso acontece. As datas de apuração dos sorteios encontram-se no extrato do regulamento (está em todas as promoções enviadas) e no site de Seleções . A lista dos ganhadores de todos os prêmios também.
http://www.selecoes.com.br/concursos_sobre.asp
Destacamos que Seleções só trabalha com empresas que tenham listas de clientes cadastradas na ABEMD - Associação Brasileira de Marketing Direto, que possui um código de conduta para a atuação nesse mercado, justamente para garantir a seriedade do trabalho das listas e do marketing direto. Nós fazemos parcerias com estas empresas para oferecer nossos produtos a seus clientes.
Como proceder se você recebeu uma oferta de Seleções e não deseja responder ou participar
dos concursos?Se você recebeu uma oferta de Seleções e, sabendo que poderia ganhar em torno de 300 mil reais sem comprar nada, ainda prefere arriscar sua sorte basta jogar o envelope fora. Não enviaremos outra oferta a não ser que você nos responda - com o envelope SIM ou NÃO.
Se a oferta foi por email, basta clicar no link que segue ao final da primeira pagina da oferta, indicando que não quer receber promoções de Seleções.
Se desejar falar com nossa Central de Relacionamento:
Ligue para 4004-2124 ou envie um email através de nossa página de atendimento:
http://www.selecoes.com.br/atendimento.aspEstamos absolutamente à disposição.
Seleções do Reader´s Digest
Semiocupado
2007-05-04 14:20:00 +0000
Eu já ia completar um mês de "férias forçadas" quando, semana passada, pintou uma visita promocional - ou seja, ir ao cliente para fazer um diagnóstico e tentar vender um projeto.
A coisa toda seriam dois dias de trabalho, no interior de São Paulo. Um destes dois dias caiu exatamente no dia do aniversário de Bethania, que não gostou nadinha da história. Além disso, eu faria o trabalho - que nunca havia feito antes - sozinho, e meu desempenho ainda tinha que ser fora de série para deixar o cliente inspirado a nos contratar. Em resumo: nada diferente da rotina de sempre.
Pelo menos o trabalho seria em Ribeirão Preto. Apesar de estar no interior, Ribeirão Preto (ao contrário de Windturn City) tem aeroporto, táxi, essas coisas de lugar civilizado. O hotel era bem legal, confortável, e até tinha internet. Numa das noites, quando voltei do trabalho, perguntei pra mocinha da recepção quanto custava o acesso:
- É cinquenta reais, senhor - disse ela, sorridente.
- Hehehe, tá certo... agora deixa de brincadeira e fala quanto é de verdade.
- Uhh... é cinquenta reais mesmo.
Eu juro que queria entender porque diabos os hotéis metem a mão ao cobrar acesso à internet. Se eles fossem realmente inteligentes, davam o acesso de graça para atrair mais hóspedes.
Felizmente, após uma maratona de reuniões, planilhas, cafezinhos (muitos) e perguntas capciosas do cliente durante os horários de almoço, a coisa toda correu bem. Na próxima segunda estarei de volta para apresentar o diagnóstico aos chefões da empresa. Agora é torcer pra dar tudo certo.
Levando o cachorro pra passear
2007-04-24 22:43:00 +0000
É tudo muito simples, não dá trabalho.
O primeiro passo é botar a coleira no cachorro. Basta seguir as instruções abaixo:
1) Leve a coleira até o cachorro.
2) Espere-o parar de pular e correr desesperadamente. É que ele viu a coleira e percebeu que você vai levá-lo pra fazer alguma coisa mais emocionante do que roer os móveis.
3) Deixe o cachorro relativamente imóvel para colocar a coleira.
4) O cachorro correu de novo. Pegue-o.
5) Sim, ele correu mais uma vez. Pegue-o.
6) Quando sua paciência terminar, é hora de uma manobra de "vale-tudo": imobilize o cachorro no chão, de barriga para cima, para colocar a coleira.
7) Coloque a coleira no pescoço do cachorro.
8) Quando o cachorro morder a coleira, retire-a da boca dele.
9) Quando o cachorro morder a sua mão enquanto você tira a coleira da boca dele, diga "ai" e continue.
10) Corra atrás do cachorro (já que ele fugiu), reposicione-o no chão e segure-o.
11) Repita a partir do passo 7 por uma meia hora (ou seja, até você conseguir prender a coleira corretamente).
Uma vez na rua, é hora de começar o passeio. Para tornar a situação psicologicamente mais fácil, imagine aquele arranca-pára típico de um engarrafamento: é o que vai acontecer com você, já que o cachorro é curioso e vai parar de 2 em 2 metros para cheirar tudo o que ver. Tem cocô no chão? Ele cheira. Tem água de esgoto empoçada no meio-fio? Ele cheira. Por isso é importante levar um relógio, para impedir que o tédio lhe dê a impressão de que o passeio já dura mais de uma hora quando, na verdade, não passaram nem cinco minutos.
Outra coisa que você deve esperar é socialização. Seu cachorro ficará extremamente interessado em qualquer outro quadrúpede que esteja pela rua. Ele vai olhar sem parar, ele vai querer ir, cheirar, etc. É como se você estivesse num restaurante e sua mulher visse o Chico Buarque na mesa ao lado.
De forma similar, mulheres e crianças que vêem seu cachorro também vão querer socializar. Com o cachorro, e não com você. Nestas horas, imagine-se como a assessoria de imprensa de algum pop-star: ele ganha todas as atenções e elogios, e você só responde perguntas-padrão, do tipo "qual o nome" ou "qual a raça". Eu confesso que, neste ponto, sinto inveja do meu cachorro - afinal de contas, ninguém nunca me parou na rua e disse: "Ooooohhh, que lindo". Muito menos diariamente...
Mas tudo que é bom dura pouco, e a hora de voltar pra casa vai chegar. Você saberá a hora de voltar quando o tédio for equivalente ao de alguém que assistiu três episódios seguidos de Zorra Total. Para o cão, o passeio nunca será suficiente, então espere algum trabalho para colocá-lo de volta para dentro do apartamento. Depois, tire a coleira (tirar é tão mais simples!) e pronto, dever cumprido! Seu cão (e a mobília) agradece.
Nada!
2007-04-20 13:55:00 +0000
É irônico. Agora que me sobra tempo para postar eu quase não tenho conteúdo.
Pra quem já desconfiava, sim, eu estou de "férias forçadas", esperando aparecer projeto. Enquanto isso, fico bancando o "dono de casa" e ocupando o dia com tarefas emocionantes, como lavar a louça ou levar o Pavlov pra passear.
Trabalho mesmo, só em sonho, já que ultimamente eu tenho sonhado bastante com minha saudosa vida de consultoria. Ontem, por exemplo, tive um pesadelo onde fui alocado num projeto em Brasília. Foi pesadelo porque, aparentemente, meu subconsciente casou as notícias usuais da política brasileira com minha rotina de viagens, e o sonho ficou muito bizarro. Pra começar, a mania de roubar passou dos deputados para a população, e no sonho, todos os brasilienses eram cleptomaníacos: eu andava pelo lobby do hotel e, de repente, tinha alguém puxando a minha mochila, e eu tinha que sair no pau com as pessoas para não ser assaltado. Além disso, o hotel não funcionava às segundas-feiras (igual o Congresso) e tínhamos que ir para um outro hotel estranho que, apesar de não ter nenhum funcionário, ficava aberto mesmo assim. Mas a pior parte do sonho foi quando percebi que iria dividir o quarto com mais três consultores...
Mas tudo tem seu lado bom. Estes dias em casa estão sendo ótimos para dar andamento na minha meta anual de crescimento profissional, que é: tirar meu PMP (Project Management Professional, a famosa certificação do PMI). Entre uma e outra lavada de louça, eu enfio a cabeça no PMP Exam Prep, também conhecido como "Livro da Rita". A Rita escreve bem, tão bem que ela percebe os momentos em que o assunto fica muito chato e, no texto, manda você acordar e ler o parágrafo anterior de novo.

Note o "wake up!" (acorde!) bem no meio do parágrafo...
As criaturas da noite
2007-04-02 13:32:00 +0000
Ontem eu e Bethania levamos o Pavlov pra passear na Praça da Liberdade. Pavlov adora estes passeios, principalmente pela possibilidade de se "socializar" com os outros cachorros: rosnar pra outros machos, cheirar o traseiro das fêmeas e aquela coisa toda de cachorro adolescente.
Só que, desta vez, nós humanos também tivemos nosso momento de socialização, bastante estranho por sinal. Primeiro, fomos abordados por um moço sorridente e três amigos:
- Desculpe a inconveniência, mas posso fazer uma pergunta pra vocês?
- Uhh... claro...
- Vocês são espíritas?
Aí eu já saquei tudo. Provavelmente era um grupo de evangélicos disfarçados.
- Sim, nós dois somos...
- Pois é, é que eu estava conversando aqui com o pessoal...
E eis que o moço sorridente é interrompido por uma bicha roqueira. Sim, era um jovem magrelo, tatuado, de uns 18 anos, que cheirava mal, usava uma camiseta surrada do Led Zeppelin e falava como mulherzinha. E chegou pedindo um cigarro.
- Gente, dá licença, vocês tem aí alguma nicotina?
- Hein?
- É... um papelzinho enrolado, com alcatrão, nicotina e mais de quatro mil substâncias tóxicas...
- Puxa, e você sabe disso mas continua nessa de fumar?
- Ué gente, livre arbítrio né...
O moço alegre sacou um maço do bolso. E, enquanto a bicha fumava, ele tentava emendar alguma conversa:
- E essa tatuagem?
Era uma estrela, bem no meio da testa da bicha.
- Ah, é que eu sou iluminada... fui eu que brilhei lá na hora dos três reis magos, em Belém...
- Você também arrumou uma tatuagem nova aí na boca né?
Era uma cicatriz, bem recente. A bicha se empolgou e começou a contar a história:
- Isso? É que eu resolvi criar caso com um boyzinho na Savassi... eu estou lá, na boa, e o bofe começa com uns papos de "olha a bicha, olha o viado de merda"... eu cheguei pra ele e perguntei: Olha aqui... quem é viado de merda? Aí levantei a barra da minha calça Yuzix - porque eu sou chique né - e dei nele um "karatê"... IÁ!!! Aí voou tudo da mesa... voou Smirnoff Ice, voou Red Bull, voou tudo! E ele veio e me bateu com uma garrafa...
Nessa altura todo mundo já estava rindo. A bicha se empolgou.
- Mas sabe o que me irritou? O bofe estava com a blusa do Axé (Axé Brasil, carnaval temporão belorizontino)! Vê se eu vou aguentar desaforo de um cara com camiseta do "Axé Bosta"! Mas eu já sei de tudo, ele tá de camarote, vou lá, comprar um cutelo e picotar ele todinho, depois congelar e comer aos pouquinhos... estilo "canibalismo"...
O moço feliz toda hora tentava entrar no papo com algum argumento religioso. E falhava miseravelmente:
- Sabe onde está o espírito que te fez brigar com esse cara?
- Onde?
- Aqui, ó.
E apontou pra sola do pé. Ninguém entendeu nada, a bicha ignorou o comentário e continuou a tagarelar. Ela falou por um bom tempo, mencionou até uma suposta frase de Baudellaire ("é preciso manter-se bêbado")... Mas a melhor parte do discurso do cara foi o "vamos brincar de Radiohead":
- Aí eu fui com um amigo meu no Extra [o hipermercado] pra dar a Elza...
- Elza?
- É, dar a elza... roubar, pô! O segurança já ficou assustado logo que a gente entrou. Mas aí eu peguei um carrinho e falei com meu amigo: "Vamos brincar de Radiohead?"
E eu, sozinho, caí na gargalhada, porque aparentemente fui o único que entendi do que ele estava falando.
Assim que o cigarro acabou, a bicha se foi. O moço feliz resolveu continuar o assunto comigo. Assumiu um ar de profeta e começou:
- Mas como eu ia lhe dizendo... uma vez, um senhor de 80 anos saiu à noite... e ele foi se encontrar com Jesus...
- Era Nicodemos, né?
Eu não resisti. Saquei que ele estava falando de um trecho do capítulo 3 do Evangelho de João, onde Jesus conversa com um senhor chamado Nicodemos. É um trecho polêmico porque dá margem à muita interpretação, mas ainda assim famoso entre os espíritas quando o assunto é reencarnação, portanto o CDF aqui conhecia-o de cor e salteado. O moço ainda tentou continuar:
- Sim, você sabe o que Jesus diss...
- Falou que é preciso nascer de novo.
- Mas Nicodemos ficou com dúvidas se...
- Se Jesus estava dizendo que era pra voltar pra barriga da mãe e renascer.
- Pois é, e Jesus respondeu que...
- Que era pra renascer "da carne e do espírito"...
E então ele viu que a Bíblia não era novidade pra mim, se despediu com um rápido aperto de mão e saiu, sem graça. Acabei ficando com a consciência pesada: não tinha a menor necessidade de eu ficar me exibindo daquele jeito. Bem, pelo menos ficou a lição pra que, da próxima vez, eu não saia por aí dando uma de teólogo.
O Rio de Janeiro continua rindo...
2007-03-27 19:51:00 +0000
É verdade. Além das praias e da natureza exuberante, o Rio possui o pior atendimento ao público do mundo.
Ontem eu confirmei isso enquanto almoçava sossegadamente no Spoleto do Leblon. Entre uma garfada e outra, senti um esguicho d'água molhando toda a minha camisa: era o ar condicionado, logo acima de mim, que resolveu "vazar" de repente.
Tinha uma funcionária do Spoleto bem ao lado. Assim que a água esguichou, ela, prontamente, caiu na gargalhada. E ainda saiu cochichando para as outras funcionárias, que também morreram de rir.
O buraco é mais embaixo
2007-03-26 21:36:00 +0000
A minha saúde física é tão boa que até dá um tédio. O pessoal com quem convivo às vezes aparece com úlcera, pedra nos rins, insônia, gastrite e o escambau. Mas eu nunca variava de doença: era no máximo uma ou outra crise de sinusite, e só. Parece que já estava na hora de aparecer alguma novidade no meu portifólio de patologias clínicas.
Foi então que, neste último fim-de-semana, notei que uma parte bem específica do meu corpo não estava lá muito legal. Começou com um incômodo nos "países baixos", que foi aumentando, aumentando, até que, quando fui ao banheiro fazer um "download", senti algo que pode ser descrito como uma caneta Bic saindo de mim na horizontal. Não, definitivamente não foi nada agradável.
Com tantas moléstias diferentes por aí, dando sopa no mercado, eu comecei a temer que a mais vergonhosa delas tinha acontecido comigo. Então peguei um espelhinho e, na posição em que Napoleão perdeu a guerra, fiz um auto-exame visual do meu "terceiro olho". A coisa não parecia nada boa.
No domingo de manhã, temendo que eu fosse precisar de uma daquelas almofadinhas infláveis pra conseguir trabalhar, fui me consultar com o mais temido dos médicos: o proctologista.
Consultar-se com um proctologista é uma experiência bem degradante. Pior até do que visitar um urologista: afinal, neste caso, o cara pode até pegar o seu "thunder", puxar, apertar, mas pelo menos ele está manuseando um órgão do qual você tem pelo menos algum orgulho. É o órgão da masculinidade, da virilidade, o responsável pela nobre missão de preservar a espécie. No caso do proctologista, você tem que expor justamente a parte do seu corpo cuja única função é fazer merda.
A coisa começa mal logo que o doutor pergunta: "E então, o que está acontecendo com você". Imagine-se na frente de um desconhecido, tendo que dizer que, bem, seu "ânus" não vai lá muito bem das pernas? Imagine você tendo que descrever com detalhes gráficos tudo que sente quando está "passando um fax", porque o cara te enche de perguntas tipo: "Quando você começa a evacuar, tem a sensação de que as primeiras fezes saem mais ressecadas? E no final, ainda fica uma sensação de que ficaram fezes retidas no ânus?". As minhas crises de sinusite eram tão mais fáceis de explicar...
Depois disso, o doutor te manda deitar na cama, abaixar as calças e virar de lado. Aí ele vem com as duas mãos, bota uma em cada nádega, e carinhosamente te pede para abraçar os próprios joelhos e dizer adeus ao que te resta de dignidade, enquanto examina aqueles lugares aonde o sol não bate.
Antes que vocês perguntem, NÃO, ele NÃO precisou "ir a fundo" pra descobrir o que eu tinha. Foi preciso apenas uma rápida inspeção visual e ele já tinha o diagnóstico: hemorróidas inflamadas.
O tratamento não requer cirurgia nem nada radical: apenas umas pomadas, um comprimido anti-inflamatório e... err... supositórios (ok, podem rir, eu mereço). Além disso, ele baniu o papel higiênico da minha vida. Segundo ele, o papel espalha a sujeira em vez de limpar, além de irritar o "tuim". Pode acreditar, te falo por experiência própria: você não vai querer sentir na pele o que é ter um "furico" irritado.
Tweaking the Twix
2007-03-20 19:24:00 +0000
Esqueci completamente de mencionar algo muito importante que ocorreu aqui em casa, há algumas semanas: um jantar com amigos. A idéia era juntar todo mundo pra bater papo, tomar vinho, e tal.
O cardápio foi sofisticado: salada caesar, batata sautée, arroz piamontese, carne com manteiga de ervas...


1) A "casca" ficou muito dura, porque exageramos no chocolate e deixamos o Twix muito tempo no congelador. Pra vocês terem uma idéia, só conseguimos comer parte do Twix depois de colocá-lo no microondas...


Preparando a "casca" do Twix (esq.) e derretendo um pedaço no microondas (dir.)

Olha o trabalhão pra conseguir derreter todo o caramelo...


Colocando o caramelo no Twix (esq.) e o teste de derretimento com leite (dir.)
Windturn No More
2007-03-16 02:57:00 +0000
Tá bom, é o terceiro post seguido sobre Windturn City... mas meus instantes finais por lá foram peculiares:
Logo depois do almoço fui até o quarto da hospedaria para terminar de arrumar as malas. Liguei a tevê na Globo (ou melhor, TV Vanguarda) e qual não foi a minha surpresa ao ver a falta de luz de ontem noticiada no jornal local...
Lembram da história da demora pra instalar internet? Bem, eu e Michael ficávamos fazendo piada: "só falta eles instalarem no último dia de projeto", dizíamos nós...
Adivinha só: exatamente na hora em qua eu estava saindo da hospedaria e entrando no carro para ir embora e nunca mais voltar, vi o pessoal da informática passando e perguntei:
- E aí gente, consertaram a internet?
- Sim.
Uma foto que me esqueci: o pseudônimo de "Buraco City", a cidade vizinha, tem origem nesta placa, que fica na estrada, bem do lado da entrada da cidade...
O pichador se enganou: o buraco é uns 15km mais embaixo...
Windturn City Countdown - O fim?
2007-03-15 14:11:00 +0000
Ontem foi o penúltimo dia em Windturn City. Tivemos uma grande reunião de trabalho que durou a tarde inteira. Só eu fiquei até o final: Michael e o consultor-líder tinham outros compromissos e, antes da reunião terminar, já estavam a caminho de São Paulo, para voar pra outros lugares.
A reunião fechou nosso projeto, que durou seis meses e foi um sucesso. O cliente gostou, elogiou bastante e (glup!) quer renovar o contrato conosco por mais alguns meses.
Na saída da reunião, enquanto andava de volta para a sala onde trabalhamos, notei que a porta da hospedaria estava aberta. Me deu uma sensação esquisita e resolvi entrar, já que depois das seis todo mundo vai embora e as portas ficam trancadas. Encontrei a faxineira e perguntei:
- Oi, eu vim pegar a chave do quarto número onze. Meu colega Michael esteve aqui mais cedo pra buscar as coisas dele e deve ter deixado a chave com você...
- Chave?
- É, a chave.
- Ué, não está aqui não...
Naquela hora Michael já devia estar a algumas centenas de quilômetros de distância. Peguei o celular e liguei:
- Michael... por favor me diga que você não está com a chave do nosso quarto...
- Uhh... PUTZ!
- Ok, já entendi.
A sorte é que a faxineira tinha a chave reserva. Não fosse por isso e eu ia dormir na praça.
Depois do trabalho eu resolvi sair pra bater fotos da cidade, já que não voltarei mais aqui... ou não.
As montanhas, a antena de celular e o "Windturn River", que dá nome à cidade.
Acontece que havia chovido e um poste de luz acabou caindo, então metade da cidade estava às escuras. Repare que, na foto acima, só os postes à esquerda do rio estão acesos...
O mais engraçado foi que, no meio da escuridão, um cara me parou na rua para perguntar onde ficava uma pensão que era em cima de uma padaria. E eu SABIA onde era.
A pracinha central da cidade, deserta e sem luz.
Na rua principal tinha luz. Bem, deve ser principal, pois é lá que fica o único semáforo da cidade.
O semáforo solitário (esq.) e a placa de uma lojinha. Repare no telefone com 6 dígitos.
Este prédio parece cenário de novela de época da Globo, mas na verdade é um hospital.
A antiga estação de trem (com trem e tudo) é uma das atrações turísticas.
E, para encerrar minha participação neste projeto com chave de ouro, hoje, às seis e trinta e cinco da manhã, alguém estava tocando corneta para dar aquele "toque de despertar" militar. Não entendi nada. Aí, alguns segundos depois, BUM!!
Alguma coisa havia explodido. O quarto inteiro chacoalhou e meu coração quase saiu pela boca. Lembram que eu contei que a fábrica daqui produz explosivos? Pois é.
O susto só não foi maior porque as explosões eram ritmadas, e eu percebi que aquilo não era a fábrica indo pelos ares, e sim uma saraivada de tiros de canhão. Estavam comemorando aniversário de qualquer-coisa do Exército que tem aqui perto...
Windturn City Countdown - 3 dias...
2007-03-13 20:01:00 +0000
Pois é, eu fico zoando mas ontem eu me surpreendi ao descobrir que a cidade tem até uma auto escola.
Não é fácil trabalhar numa auto escola em Windturn City. Felizmente, os "windturncityenses" são criativos. Por exemplo: para ensinar a fazer baliza, o instrutor usa dois cavaletes feitos com tubos de PVC, já que não dá pra treinar em vagas normais, compostas de carros de verdade. Afinal, a probabilidade de se encontrar dois carros estacionados na mesma rua por aqui é praticamente nula. Na verdade, a probabilidade de se encontrar carros por aqui já é baixa o suficiente...
A noite de ontem foi especialmente ruim.
Éramos eu, Michael Jackson e o consultor-líder do projeto, no mesmo quarto, dormindo em três camas paralelas. "Igual os Três Porquinhos", como bem observou Michael.
Acontece que estava um calor do cão e o ventilador que tinha no quarto, misteriosamente, sumiu.
Lembro-me de acordar várias vezes durante a noite. Foram estas vezes aqui, ó:
1) O calor estava insuportável. Retirei a lixa colcha de cima de mim e voltei a dormir.
2) O consultor-líder começou a falar dormindo. Pelo teor da conversa, ele deveria estar sonhando com alguma reunião de trabalho.
3) Michael Jackson começou a roncar um ronco todo especial: uma mistura do "ronc" padrão com aquelas engasgadas típicas de apnéia. Dava algo mais ou menos assim: "Rooonc... rooon *gasp* *gasp*... roonc...".
4) Michael abriu a porta do quarto pra amenizar o calor. Confesso que fiquei meio vexado, porque qualquer pessoa que fosse até a cozinha da hospedaria pra beber uma água passaria pela nossa porta e veria toda a intimidade dos "três porquinhos" dormindo.
5) Michael fechou a porta. Não tinha melhorado o calor em nada, e já estava amanhecendo mesmo...
Além de ventilador, outra coisa que não temos na hospedaria é acesso a internet. Parece óbvio, mas a história da internet é interessante...
Há seis meses atrás, logo na nossa primeira semana em Windturn City, conversamos com o cliente e dissemos que, do jeito que estava, não ia dar pra ficar na hospedaria. Nós até entendíamos que a empresa precisa reduzir custos, mas tem algumas coisas que são importantes para o desenvolvimento do trabalho e que gostaríamos de ter no nosso quarto da hospedaria. Estas coisas eram simples: uma mesa, duas cadeiras e acesso à internet. Veja bem: apesar do quarto velho e quente, nós nos preocupamos foi em pedir condições para trabalhar fora do horário. O cliente, obviamente, concordou, disse que ia providenciar e tal.
Dois meses depois, a surpresa: eles, finalmente, fizeram melhorias no quarto. Bem, na verdade colocaram uma televisão e um frigobar... e nada da mesa e da internet.
Quatro meses depois tivemos uma reunião importante com o presidente da empresa. Ele, em público, deu a seguinte ordem aos funcionários.
- Vocês devem acomodar os consultores com todo o conforto que eles merecem. E com internet!
Por muito pouco eu não dei um pulo de alegria da cadeira. "Agora vai!", pensei.
Mas aí as semanas foram passando, passando e, obviamente, nada aconteceu. O problema da mesa nós resolvemos sozinhos: era só descer até o refeitório (sim, a gente dorme em cima do refeitório) e pegar emprestadas duas cadeiras e uma daquelas mesas brancas de plástico. E naquela altura já tínhamos desistido da internet.
Até que, faltando duas semanas para o fim do projeto, qual não foi a minha surpresa ao ver o pessoal instalando canaletas na parede, e passando por elas aquele lindo cabinho Ethernet azul. Mas faltavam duas semanas para o fim do projeto, então eles estavam, basicamente, jogando dinheiro fora. E matando a gente de raiva.
Na semana passada eu notei que, além do cabo, instalaram um computador num canto da hospedaria. O computador estava ligado num modem ADSL, e pelo visto deveria estar configurado como servidor. Será que, faltando alguns dias para o final do projeto, eu finalmente teria internet?
Resolvi testar o cabo: ainda não estava funcionando. No dia seguinte consultei as meninas do setor de informática, que disseram que o Speedy estava com problemas e que tudo deveria ser resolvido - adivinhe! - na semana seguinte.
Bem, a "semana seguinte" é esta semana. E faltam três dias para o fim do projeto...
Rápidas
2007-03-07 23:49:00 +0000
Começou o "Windturn City Countdown" - 6 dias para o término do projeto.
Eu precisei me lembrar bastante disso para conseguir suportar a noite de ontem: botaram a gente num quarto da hospedaria que fica exatamente em cima do boteco.
Devo acrescentar que o boteco, em meio à barulhada usual, toca como música ambiente um DVD do Roupa Nova. No repeat. Todo dia. E de madrugada tinha algum bêbado tocando New york, new york no piano do bar.
Sim, tem um piano no bar de Windturn City, mas no meu quarto não tem sequer um telefone. Ou um ventilador...
Baralhinho do momento. Bela sacada.
Esperando pra voar
2007-03-05 16:23:00 +0000
É dureza: acordei às cinco da manhã, cheguei no aeroporto às 6:15 e vou embarcar só agora, 11:30.
Deve ser culpa dos controladores de vôo. Sempre é culpa deles. Aposto que foram eles que me fizeram esquecer minha carteira em casa. Só pode ter sido isso...
Momentos
2007-03-02 20:25:00 +0000
Momento "ugh": Ontem no almoço serviram "dobradinha" no bandeijão de Windturn City...
Momento LOL: O motorista que me trouxe ao aeroporto é chegado numa música sertaneja. Aí, na estrada, em um certo momento, uma voz feminina no rádio cantou assim:
"Meu amor... eu te amo mas a três não rola não..."
Momento l33t: Plena sexta feira, quatro da tarde, e eu estou jogando Doom 3 na sala VIP da Tam do Aeroporto de Guarulhos...
Êêê, meu amigo Murphy...
2007-03-02 13:19:00 +0000
Lembram que outro dia eu postei uma foto do quarto onde eu estava dormindo aqui em Windturn City? Aquele, que ficava nos fundos da cozinha, que por sua vez ficava nos fundos do restaurante, que ficava nos fundos da pousada?
Pois é. Acontece que do lado deste quarto tem uma escada, que desce até ainda mais pro fundo, num depósito de entulho e coisas velhas. Lá também tem um quarto... adivinha onde eu dormi ontem?
Eu bem que podia ter tirado uma foto com o celular, pra mostrar o quão no fundo fica este quarto. Acontece que meu celular deu um defeitinho. Coisa simples, foi só uma tecla que parou de funcionar: a de ligar/desligar...
Quando a tecla bichou de vez o celular ainda estava ligado. Fiquei tranquilo: "É só não deixar a bateria descarregar totalmente que eu ainda consigo usar o aparelho", pensei.
Instantes depois ele tocou. Assim que eu abri o telefone para atender, ele travou e apagou...
O celular já estava meio bichado mesmo. Além destas travadas, que começaram a ficar bem frequentes, um dia desses o relógio dele atrasou 1:30h sozinho e quase me fez perder a hora. Isso fora a bateria, que durava no máximo dois dias. Pelo visto não foi atoa que a divisão de celulares da Siemens acabou vendida para a Benq...
Já o trabalho vai bem. E a minha saga de Windturn City está quase no fim, já que o contrato encerra daqui a três semanas.
O problema é que fizemos um serviço tão bom que o cliente quer que fiquemos com ele por mais alguns meses. Tento não pensar muito que isto significa a continuação da minha rotina de ônibus, cama de pensão e comida de bandeijão, e até consigo ficar meio feliz.
Para minha surpresa, ao sair do trabalho, notei que há um novo trêiler de sanduíches na praça central daqui de Windturn City. Isto significa um crescimento de 20% no mercado de lanches da cidade, mas também levanta preocupações: afinal, com três trêileres de sanduíche, o mercado Windturncityense já estava mais do que saturado...
Pavlov - Um Artista de Vanguarda (parte 2)
2007-02-26 23:15:00 +0000
Parte um aqui
O tempo traz consigo a maturidade para os jovens artistas. O ímpeto criativo, por vezes descontrolado, pouco a pouco vai ganhando forma e direção. Normalmente é nesta fase da carreira que os artistas produzem suas obras-primas.
Pavlov, artista precoce, não precisou dos favores do tempo e da maturidade para demonstrar direcionamento criativo, e surpreendeu mais uma vez ao produzir as obras da série intitulada "quinas".

Quina 1
Plástico, terra, plantas, pedras decorativas - 2007
Acervo do artista
Em sua arte, continuam onipresentes o sentimento da fúria primal e da oralidade: Pavlov executa todos os seus trabalhos com a boca, nas madrugadas onde fica sozinho e livre em sua casa. Mas a novidade agora é o objeto do trabalho: as quinas. Quinas que, destruídas, tornam-se "ex-quinas", e que ilustram o sentimento de estar à beira de algo, à margem, até mesmo encurralado.

Quina 2
Madeira, metal e plástico - 2007
Acervo do artista
As obras da série "quinas" também fazem uma brincadeira com a sua crescente popularidade no mercado da arte. O release publicado no mês passado foi um dos posts mais populares de todos os tempos - bateu o recorde de comentários, por sinal -, mas ainda assim Pavlov se coloca à beira das suas obras, compostas basicamente por grandes móveis, adulterados em apenas uma de suas beiradas. Esta também é uma referência ao poder de sua arte: com simples mordidas, alterações aparentemente insignificantes quando se considera a dimensão do objeto adulterado, Pavlov praticamente os inutiliza e os despe de sua função estética original, depreciando profundamente seu valor - causando assim um impacto e horror profundos em quem os encontra semidestruídos.
Este horror provocou uma reação interessante em Bethania Duarte, a responsável pela curadoria de suas obras: tomada de um sentimento de repulsa pela destruição do móvel usado em "Quina 2", Bethania cobriu a beirada semidestruída do móvel com pimenta, para impedir que Pavlov concluísse sua obra. No dia seguinte, o móvel continuou sendo trabalhado: Pavlov adorou o sabor da pimenta.
Esta é, sem dúvida, a marca inegável de seu gênio.
The Windturn City meeting saga
2007-02-15 18:57:00 +0000
Parte um: A viagem
Terça-feira. Era dia de eu me enfiar num ônibus para fazer uma reunião importantíssima em Windturn City.
O ônibus saía às seis da tarde. Eu cheguei na rodoviária faltando cinco minutos para as seis.
Quatro minutos para as seis e eu ainda estava correndo, arrastando a mala e com mochila nas costas, para atravessar a plataforma da rodoviária, chegar até o guichê e comprar uma passagem. No meio do caminho eu passei pelo ônibus, de motor ligado, e com o motorista já se preparando pra sair. Medo.
Três minutos para as seis e eu estava furando a fila do guichê para comprar as passagens. Gritei pro balconista:
- Pelo amor de Deus, me vende uma passagem pro ônibus das seis!
- Compra direto com o motorista lá embaixo que é mais rápido - disse o balconista.
Beleza. Basicamente, eu corri até o guichê sem necessidade, gastando preciosos segundos.
Dois minutos para as seis e eu estava no portãozinho do início da rampa que ziguezagueia até o andar de baixo, aonde estava o meu ônibus. No portãozinho tinha uma roleta e um funcionário:
- A passagem, por favor.
- Eu vou comprar com o motorista, abre pra mim!
- Não, precisa ter a passagem...
- Mas eu vou comprar com o motorista!! Abre peloamordedeus, o ônibus tá saindo!!
- Não, tem que ir ali no guichê.
- Mas eu ACABEI de vir do guichê!
- Não, aquele guichê ali...
E apontou para um outro guichê de acesso à rampa que leva aos ônibus. Eu não entendi direito por causa da pressa, mas acho que era um guichê onde gente sem passagem - acompanhantes de passageiros - pagam uma taxa pra poder descer até a plataforma de embarque.
Faltava só um minuto para as seis. Tinha um velhinho na fila do guichê. Eu pulei NA FRENTE DELE e gritei pra atendente:
- Quanto é??
- R$ 1,25...
Enquanto eu pegava o dinheiro da carteira, o velhinho disse um "dá licença" meio azedo e passou na minha frente. Joguei uma nota de R$ 2 dentro do guichê e passei voando pela roleta.
Já eram seis horas quando comecei a descer a rampa. Olhei pra baixo e vi o motorista fechando a porta do ônibus. Era hora de medidas extremas. Abri mão do resto de dignidade que ainda tinha e comecei a assobiar e gritar para chamar a atenção do motorista. A parte do "chamar a atenção" funcionou, porque todo o resto das pessoas na rodoviária percebeu, deu uns gritinhos de "aee atrasado!" e tal. Mas o motorista não estava nem aí e começou a arrancar com o ônibus.
Depois de ziguezaguear a rampa toda eu finalmente consegui pular na frente do ônibus e acenar pro motorista. Só então ele abriu a porta e eu, felizmente, embarquei.
Era o ponto de partida daquela que seria a pior viagem de ônibus da minha carreira de consultoria.
Fisicamente a minha situação não era boa: eu estava saindo de uma intoxicação alimentar maluca, com diarréia, cólicas, febre de 39 graus e tudo. Pra dar uma idéia da gravidade da coisa basta mencionar duas coisas:
1) Eu passei a madrugada do sábado na enfermaria do hospital, tomando remédio na veia, e...
2) Durante a febre, meu cérebro começou a dar pau e eu cantarolava sem parar um trecho de uma música da Wanessa Camargo:
"Vou me arrepender de-poix
Mas eu não resisto a nóix doix... ooooh nããão..."
Na segunda eu já estava bem melhor, mas a tensão dos últimos dois dias (e todo meu tempo de bunda-na-cadeira) acabou virando uma dor horrível nas minhas costas. Imagine o que é ficar num ônibus, por quatro horas, com as costas doendo a cada sacolejada do balaio. Mesmo depois de chegar no hotel, mesmo deitado e imóvel, as costas continuavam doendo. Comecei a ter febre novamente. Era hora de medidas extremas.
Então rezei pra que a dor passasse. A prece funcionou. Recebi uma iluminação divina que me disse assim:
"Seu burro, lembra que tem uns comprimidos de Novalgina na sua mochila?"
Tomei um deles. Por volta de uma da manhã a dor DESAPARECEU. Foi uma delícia, foi como um orgasmo ao contrário.
Parte dois: A reunião
Às seis da manhã meu celular tocou Tommib, música do Squarepusher que está na trilha sonora do filme Encontros e Desencontros. É o toque que uso como despertador. Eu me senti um pouco Bob Harris mesmo, perdido num lugar estranho e sofrendo de jet bus lag.
Passamos a manhã toda nos preparando para a bendita reunião. Às duas da tarde, nosso consultor-líder subiu no palco e começou a apresentar o PowerPoint que me ocupou durante as últimas madrugadas.
Era o ponto de partida daquela que seria a reunião mais bizarra da minha carreira de consultoria.
A primeira bizarrice começou no slide número sete, que mostrava a previsão de gastos com os projetos para o ano de 2007. O presidente da empresa se levantou da cadeira e gritou:
- Eu NÃO CONCORDO com esses números!!
Todo mundo gelou, especialmente eu, que passei os últimos dias debruçado exatamente em cima daqueles números.
- Nós já enfiamos num-sei-quantos milhões nestes projetos no ano passado e vocês ainda dizem que precisam de mais?!?!?
Aí eu respirei aliviado. Na verdade ele não entendeu que os projetos atrasaram e que o dinheiro mostrado ali era pra concluir o planejamento de 2006. O vice-presidente tentou acalmá-lo e explicar o mal entendido, mas não adiantou. Ele estava furioso. A saliva se acumulava nos cantos da boca enquanto ele vociferava. Até que num determinado momento ele disse:
- Sabe por que isso está assim? Porque essa empresa não tem dono!!
Sim, é isso mesmo. O dono da empresa reclamando que a empresa não tinha dono. Ele reclamou mais algumas coisas e, para espanto geral, saiu da reunião e não voltou mais. Acho que este foi o momento mais "what the fuck" da minha carreira.
Aí o consultor-líder foi embora (tinha um vôo pra pegar) e o resto da reunião foi conduzida por mim. As minhas costas estavam doendo de novo, o pessoal questionava os números, todo mundo falava ao mesmo tempo. Foi um pandemônio. E no meio do caos Michael Jackson ainda me interrompia para fazer perguntas altamente significativas, do tipo: "quer que desligue o datashow?"...
No final o vice-presidente foi dizer algumas palavras e acabou dando uma palestra de 30 minutos. Foi assim:
Começou pedindo a todo mundo que tivesse "calma"
Contou que a mulher dele reclamou que ele anda dizendo muito palavrão. "É a minha válvula de escape para o stress", disse ele.
Fez um ranking detalhado dos diretores mais "explosivos" da empresa: "Primeiro vem o fulano, sem dúvida. Esse é hours concours. Depois o ciclano"...
Comentou que estava louco pra ir fazer a caminhada noturna de sempre com o presidente, pra ouvir ele desabafar e tal.
Gastou alguns clichês motivacionais, dizendo coisas do tipo "vamos ganhar essa guerra".
Encerrou dizendo: "Muita paz e muita felicidade para todos vocês!"
Foi uma coisa surreal. Mitológica, até. Mas não deu tempo de aproveitar o pós-reunião porque eu tinha que pegar um ônibus na cidade vizinha e voltar pro Rio. Tomei outra novalgina, entrei no táxi e tive outro orgasmo invertido enquanto a dor nas costas passava com o efeito do remédio.
O ônibus ia parar num daqueles postos de gasolina metidos a besta, com restaurantes, lojinhas e tal. Tudo que eu precisava fazer era comprar uma passagem e esquecer o sofrimento dos últimos dias. Aí fui até o guichê, abri minha carteira... e não tinha NENHUM REAL dentro dela.
- Moça... me diz que você aceita cheque, por favor...
- Não - respondeu ela, rindo.
- Então, por favor, me diz que tem um caixa eletrônico aqui perto...
- Tem um ali atrás...
Era um do Banco 24 Horas. Meti meu cartão nele e pensei: "só falta não estar funcionando". Adivinha...
Felizmente, o gerente do restaurante foi extremamente legal comigo, passou R$ 50 no meu cartão de crédito e me deu o dinheiro. Comprei a passagem, entrei no ônibus e tive uma grata surpresa: ele era bem espaçoso, tinha cobertores, travesseiros e uma TV que passava filmes durante a viagem. Pensei que, finalmente, meu sofrimento havia acabado.
Aí o filme começou. Era Batman e Robin... dublado!
Seis meses
2007-02-13 04:22:00 +0000
Ontem eu fiz seis meses de casado.
Às vezes eu encontro com amigos e eles me perguntam: "e aí, como vai a vida de casado?". Eu sempre respondo que é ótimo, que eu estou adorando e que eu recomendo pra todo mundo. Mas isso é uma resposta muito incompleta.
No último sábado eu estava em casa com Bethania, e fomos tomar um banho. Digo "fomos" porque fomos juntos pra debaixo do chuveiro. Nós temos tomado muitos banhos juntos. Não por causa de sexo ou nada do tipo, mas porque é simplesmente bom passarmos tempo juntos. É bom conversar fiado, jogar água um no outro, inventar brincadeiras bobas - tipo ensaboar o outro na hora em que ele vai sair, de sacanagem, só pra ele ter que se enxaguar de novo.
Mas no banho de sábado eu estava febril e com os intestinos revirando, graças a alguma comida de Windturn City que provavelmente tinha salmonella entre os ingredientes. Bethania estava cuidando de mim com um zelo enorme: fez sopa, media minha temperatura de meia em meia hora, reclamava porque eu me sentava em frente ao computador em vez de repousar, e por último me botou no chuveiro para abaixar a febre. E estava lá comigo, conversando trivialidades.
Eu nunca me esqueci de uma conversa que tivemos logo que o namoro começou, há sete anos. A gente falava sobre como deveria ser um amor realmente intenso de uma pessoa pela outra, e acabamos concordando que, se esse amor fosse realmente vivo, não precisaria de flores e música lenta pra ser percebido. Ele apareceria em momentos completamente comuns do dia-a-dia, como quando um estivesse na cozinha e dissesse, por exemplo, "o açúcar acabou". Como se todas as atitudes de um pelo outro fossem entremeadas por uma ternura tão forte que qualquer coisa feita ou dita iria querer dizer "eu te amo" nas entrelinhas.
E eu estava ali, tomando banho com a mesma namorada daquela conversa de sete anos atrás. E ela olhava pra mim e dizia coisas triviais, e eu entendia apenas "eu te amo, eu te amo". Era exatamente a utopia de sete anos atrás se tornando uma experiência real, bem diante dos meus olhos.
Eu nunca havia me sentido tão feliz quanto naquele momento.
Eu queria que o mundo soubesse o tamanho do que eu estava sentindo, mas não cabia nenhuma palavra no sentimento. A única coisa que consegui fazer foi abraçá-la, em silêncio, pra responder que também a amava - profundamente, intensamente, completamente. E, como que para não sobrar nenhuma dúvida da realização da utopia, ela entendeu, me olhou e disse:
- Eu também.
Com o dedo duro na aterrissagem
2007-02-06 00:04:00 +0000
Olha, eu sou um cara 100% honesto, pago meus impostos e escovo os dentes antes de dormir.
Bem, exceto na sexta-feira, quando eu costumo enganar a aeromoça e deixar meu iPod ligado no avião durante o pouso e a decolagem, o que me torna um terrorista maldito que assusta menininhas.
Na última sexta-feira eu inventei de voar pela Varig. O avião que ia nos levar (um Boeing caindo aos pedaços) entrou em "manutenção não programada" e só depois de uma hora é que eu consegui embarcar (em outro Boeing caindo aos pedaços). Na hora de decolar a aeromoça me mandou desligar o iPod, e eu, como de costume, ignorei a ordem dela. Na hora do pouso, fiz a mesma coisa. Afinal, eu sou um cara 100% honesto, pagador de impostos e livre da placa bacteriana, mas se me impedirem de ouvir música eu me torno um fervoroso membro da Al Qaeda.
Bem, foi isso que o passageiro ao meu lado deve ter pensado, porque na hora que a aeromoça já ia saindo de perto de mim ele disse:
- Olha, esse cara aqui não desligou o iPod dele não! E na hora de decolar ele fingiu que desligou mas deixou ligado! É meu direito, você tem que mandar desligar...
Sim, o cara me dedurou pra aeromoça. Eu me senti com sete anos de idade novamente, na salinha do pré-primário, ouvindo o coleguinha dizer: "Olha ele, pssora! Olha ele!". E, do topo da minha honestidade 100% imaculada e dos meus dentes alvos, eu fiquei muito puto, botei a tela brilhante do iPod bem nas fuças do cara e desliguei.
O avião foi fazendo as suas curvas para pousar e eu, apesar da raiva, fui pensando... e resolvi ser não apenas 100, mas 200% honesto. Gente-boa pra cacete mesmo. Então virei pro cara, engoli todo o orgulho ferido e...
- Desculpe se eu te assustei.
E ainda comecei a explicar o por quê da proibição dos iPods - é que numa emergência eu deveria estar em condições de ouvir orientações da aeromoça, e que meu iPod não estava ameaçando a segurança de ninguém além de mim mesmo e tal. Mas a conversa que se seguiu foi difícil de acreditar:
- É uma norma de segurança internacional - disse o babaca, com ênfase no "internacional" - Olha só, eu fumo e não estou fumando aqui, entende?
- Mas se você fumar o avião vai cair?
- Mas... mas eu posso queimar você!
- E meu iPod vai queimar você? Olha, eu tenho certeza que ele não interfere no avião, ok?
E então ele fechou a conversa com chave de ouro:
- Humpf... é por causa de gente assim que o Brasil está desse jeito...
Até pensei em dizer a ele que, sim, eu era 100% honesto, pagador de impostos e livre das cáries, mas resolvi deixar pra lá.
Aí hoje dei de cara com um link interessante de um projeto de arte envolvendo aquela posição de impacto para pouso de emergência sugerida nas cartelinhas de instruções de segurança. De acordo com o texto...
Imagine só a cena... eu ligo o iPod, o shuffle escolhe uma música do Air (hehe), aí a eletrônica do avião despiroca toda, ele perde o controle e a aeromoça manda todos assumirem posição de impacto. Na queda todo mundo morre queimado. Aí os legistas vão até os restos do meu assento e dizem:
- Putz, olha a arcada dentária do cara da 18A... ele devia escovar os dentes todo dia antes de dormir.
- Incrível. Normalmente é esse tipo de gente que nunca sonega imposto.
- Pois é... uma pena, só os honestos morrem. Por isso que o Brasil está desse jeito...
O cheiro que marca a marca
2007-02-05 21:14:00 +0000
Eu estava bem no meio da minha quinta reunião do dia, aqui no Rio, quando entraram três pessoas na sala. Duas delas eram promoters uniformizadas com as cores e o logotipo da empresa, e elas carregavam frascos com palitinhos de madeira e um líquido estranho, em vidros etiquetados com as letras A e B.
Eu não entendi nada, até que a terceira pessoa começou a explicar:
- Pessoal, nós estamos aqui para fazer uma votação sobre qual deverá ser o cheiro da nossa marca. A gente vai usar este cheiro nos pontos de venda, lojas, etc...
Enquanto isso, as promoters começaram a entregar os palitinhos umedecidos para o pessoal cheirar e votar. Eu achei aquilo tudo bizarro e genial ao mesmo tempo.
Uma noite inesquecível em Windturn City
2007-02-01 23:49:00 +0000


Rodoviária do Rio: O quadro de horários, inalterado desde 1940 (esq.) e uma mulher jogando paciência "analógica" pra passar o tempo (dir.)
Quatro horas de ônibus depois e eu finalmente cheguei em Windturn City, para dormir na hospedaria da fábrica. Michael Jackson, meu fiel trainee, estava de pijaminha, sentado na beirada da cama, digitando freneticamente no seu notebook. Estava fazendo um resumo de um livro de trabalho, para estudar. Sugestão do chefe dele - no caso, eu. Bom garoto...
Normalmente eu não reclamo da falta de conforto aqui em Windturn City, mas a coisa está ficando abaixo da crítica. Ontem, Michael só conseguiu toalhas pra gente tomar banho porque outros hóspedes pularam a janela da sala da governança e pegaram algumas. E a roupa de cama que estão nos dando é áspera feito uma lixa.
Além disso fazia um calor infernal, o ventilador do quarto parecia a turbina de um Boeing, e pra completar eu tive uma crise horrenda de insônia e fiquei horas rolando em cima do lençol-lixa. E pra piorar comecei a sentir umas coceiras estranhas pelo corpo. "Pronto, só falta ter pulga nesse colchão velho", pensei.
Às três da manhã eu, finalmente, peguei no sono. Quatro horas depois o celular de Michael me acordou ao som do tema de Star Wars. Ao levantar, descobri a razão da minha coceira noturna: tinham formigas mortas no meu lençol. "Ah, era isso", pensei. "Mas de onde vieram essas formig..."
O pensamento ficou suspenso quando olhei para a cama extra ao lado da minha, que estava coberta por CENTENAS de formigas. E pra piorar, o destino delas era uma sobra de doces que comprei na viagem e deixei no bolso da minha mochila.

Tive que tirar uma foto.
Porque senão nem eu acreditaria.
As formigas desciam pela janela (aberta por causa do calor), atravessavam o quarto inteiro e se esbaldavam por cima da cama. Eu entrei em pânico quando imaginei aqueles pontinhos pretos, condutores de eletricidade, entrando pelo buraco de ventilação do meu notebook, se escondendo no conector do cabo do meu iPod...
Alguns minutos de "mata-mata" depois e a situação ficou sob controle. Eu ainda não voltei para a hospedaria e não sei como ficou a situação do quarto, mas a idéia de milhões de formigas se esfregando em mim durante a noite passou o dia todo pelo meu cérebro lesado de pouco sono...
Notícias populares
2007-01-31 20:58:00 +0000
Fiquei com muito medo de usar o serviço de quarto do hotel aqui do Rio. Foi só olhar as ilustrações do menu...

Note que o garçon chega simpático, com uma flor numa mão... e um FACÃO na outra!
O isolamento acústico dos fones de ouvido que ganhei de natal é meio absurdo. Outro dia, no hotel, eu apertei pause no iTunes e, para meu espanto, ouvi meu próprio coração batendo.
Infelizmente, vem aí uma nova saga do Primo, envolvendo o Mercado Livre e alguns salafrários de Curitiba. Aguardem...
Pavlov - Um artista de vanguarda
2007-01-30 02:44:00 +0000
Bem que eu achei que estava ganhando apenas uma bola de pêlo saltitante quando concordei com a história toda de ter cachorro em casa.
Mal sabia eu. Pavlov, apesar do nome de cientista, na verdade é um artista plástico. Até escrevi um release pra ele...
Pavlov - O ego feroz por trás de uma arte instigante

Pavlov em casa, manipulando tecidos para um projeto
Uma arte movida por um desejo primal. Talvez esta seja uma das formas de descrever o trabalho do jovem Pavlov. Sua produção é o produto de um pensamento não-contínuo, algo bestial, que se traduz num desejo incontido recalcado na oralidade da infância e que produz obras cheias de símbolos expressivos, violentos, destrutivos.

"Óculos"
Metal, plástico e resina - 2007
Acervo do artista
Pavlov usa como meio de expressão os readymades da vida moderna: objetos comuns do cotidiano. Em seu processo criativo estes objetos são destruídos pelo artista, numa catarse irracional, usando sua própria boca (Pavlov chega a "mastigá-los" por horas a fio) E é neste ponto que começa a beleza de sua obra, que constrói partindo do caminho inverso: o da aniquilação.
A complexidade da arte de Pavlov pode ser percebida em vários outros níveis, ao se considerar, por exemplo, a forma com a qual as peças são trabalhadas. Em "Óculos" percebe-se a "quebra", a "divisão" da "visão" interior do artista. Teria ele, distorcendo este símbolo de filtro da visão, obtido uma percepção ainda maior da realidade que nos cerca? Teria a sua obra uma mensagem implícita, convidando-nos a jogar fora nosso antigo método de observar o mundo?

"Sapato"
Couro e borracha - 2007
Acervo do artista
Em "Sapato", esta abordagem é ainda mais evidente. Com sua boca, Pavlov trabalha a "língua" do sapato e constrói nele uma nova boca, distorcida e sem voz - como a boca do próprio artista (que não costuma falar muito). A escolha dos objetos também demonstra uma clara afronta a tudo que é rotineiro, corporativo, ligado a escritórios e a trabalho, e ao mundo humano comum. Nada parece escapar ao seu ímpeto criador-destruidor.
A manipulação de objetos representa uma nova fase da carreira de Pavlov, que anteriormente trabalhava de forma ainda inocente, mas agressiva, usando seus excrementos como forma de expressão. O material de produção de suas obras evoluiu, mas sua criação ainda conserva a mesma determinação em chocar seu público e despertar confusão e raiva. Pois é nisto que está o cerne da obra de Pavlov e sua consequente genialidade: em sua obstinação de ser infantil e irracional, ele nos mostra o quão animalizada a criatura humana pode ser quando os objetos-ícones de sua rotina são brutalmente (e oralmente) reestruturados.
O dia em que a internet derrubou a Globo
2007-01-25 15:02:00 +0000
Aqui em Windturn City até dá pra improvisar uma internet wireless no quarto. É só ligar o celular no notebook e acessar via GPRS. É lento, caro e nem sempre funciona.
Ontem funcionou, e teve um efeito colateral no mínimo curioso...
Estou dormindo na hospedaria da fábrica de Windturn City, e aqui só tem uma tevê "comunitária", que fica numa sala logo ao lado do meu quarto. Assim que eu me conectei, a tevê saiu do ar e começou a emitir um zumbido horroroso.
Enquanto termino este post, além do zumbido, dá pra ouvir o pessoal reclamando, mexendo na antena e, finalmente, desistindo e voltando para os quartos...
Exce lentes!
2007-01-19 03:17:00 +0000
Esta rotina de viagens impõe um mandamento bem sério sobre nós, consultores:
"Não serás negligente ao fazer a mala, ou haverá choro e ranger de dentes"
Esta semana eu pequei, e esqueci em casa o meu fiel Opti-Free Express, vulgo "aguinha de botar a lente de contato". Normalmente eu compenso estes esquecimentos com uma visita rápida ao supermercado ou à farmácia, mas essa maldita "aguinha" custa muito caro (tipo R$ 40 um frasquinho de 120ml). Além do mais, em casa eu tenho inúmeros frasquinhos destes, alguns comprados justamente durante esquecimentos passados. Então resolvi passar a semana toda sem tirar as lentes.
Na terça-feira eu estava enxergando um pouco borrado, mas ainda dava pra trabalhar. Na quarta a coisa começou a ficar séria: meu olho direito estava todo embaçado, e lavar o rosto já não ajudava em nada. Aí hoje de manhã eu parecia o Mister Magoo, espremendo os olhos para poder enxergar alguma coisa na tela do notebook.
Mas eu sou muquirana e continuei achando que dava pra trabalhar assim. Mas lá pelas dez da manhã eu entrei em pânico: eu piscava e tudo borrava. Eu esfregava os olhos e via vultos. Era hora de medidas drásticas, ou eu teria que conduzir as reuniões do dia usando um modelo Stevie Wonder de gestão.
Você deve ter imaginado que "medidas drásticas" significavam "comprar a bendita aguinha de lavar lente". Isso nem passou pela minha cabeça. Em vez de "aguinha", fui até o banheiro, lavei as mãos, deixei a mão esquerda em forma de concha e enchi com água da torneira.
Pausa para reflexão: eu estava trabalhando numa filial da mesma empresa que visito em Windturn City. Consequentemente, era um banheiro sujo e fedorento, decorado com louça de 1920. A tubulação provavelmente era de cobre e devia ter uns 50 anos. E eu estava no Rio de Janeiro, no bairro do Caju, pertinho de um cemitério e da parte suja da baía de Guanabara. Rezei pra água ser pelo menos um pouquinho tratada, tirei a lente e joguei na conchinha de água que fiz na mão.
A luz refletiu na superfície da "pocinha" aonde a minha lente repousava, e pude ver claramente aquelas manchas coloridas de gordura. "Isso não foi uma boa idéia", pensei comigo. Tentei não pensar (muito) em coliformes fecais, limpei a lente e coloquei no olho. Só quando repeti o processo com a outra lente é que percebi que a gordura na água era sujeira da própria lente.
Depois de recolocar as lentes, fiz um "test look" e passei os olhos no banheiro. Era como se eu estivesse revivendo aquele trecho da bíblia onde Ananias cura a cegueira de Saulo: "E então cairam-lhe dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista"(*). Não fosse por isso e eu não teria conseguido trabalhar.
(*) - Atos, cap. 9 vers. 18
O Primo no Fashion Rio
2007-01-19 02:48:00 +0000
Não, você não leu errado.
O negócio foi que alguns colegas ganharam convites para o Lounge Oi do Fashion Rio, aí resolvemos dar uma passadinha lá depois do trabalho. Sabe como é, tem que fazer o social, ir beber no open bar para agradar o cliente, essas coisas...
Além do mais, considerando minhas jornadas frequentes para Windturn City, eu bem que mereço um lazerzinho de vez em quando.

A pulseirinha da alegria: pra provar que é verdade!
O mundo da moda e da alta costura sempre foi uma incógnita para mim. Eu nunca entendi como esta indústria faz dinheiro, porque, aparentemente, ela só gasta: temos desfiles superproduzidos, com luzes, DJs e um tanto de modelos carésimas, usando vestidos que ninguém em sã consciência vai comprar pra usar em público. Quem diabos paga a conta??
Era o que eu pensava quando cheguei na Marina da Glória. Instantes depois eu já não estava nem aí. É que a tal da "gente bonita" começou a aparecer...

Dentro do lounge...
Sabe aqueles lugares que dizem que estão cheios de "gente bonita"? Pois é. Eu acho que todas elas foram ao Fashion Rio. Eu NUNCA vi tanta gente bonita em toda a minha vida. Eram hordas e mais hordas de mulheres deslumbrantes e homens bonit... errr, "boa pinta". Você olhava pro lado e era como se as capas de todas as revistas "Boa Forma", "Cláudia" e "Nova" tivessem criado vida. O nível da coisa estava tão absurdo que eu tinha certeza absoluta que era, de longe, a pessoa mais feia do evento.
Além disso, a concentração de celebridades estava bem alta. Logo na chegada demos de cara com Mônica Carvalho, que passou por nós dizendo num tom afetado:
- Ai, cansei! Agora eu só dou entrevista se me pagarem!...
Dentro do lounge Oi ainda topamos com Léo Madeira e Carla Lamarca, da MTV. Tinha mais gente que meus colegas reconheceram e eu nem fazia idéia de quem eram, como um tal "repórter Smeagol" da ESPN e uma ex-BBB que nem me lembro quem era. Até tentei tirar fotos, mas eu não sou bom como paparazzi: a única que consegui fotografar foi essa aí embaixo...

Elke Maravilha e uma mulher xis dando entrevista para a TV
A criminalidade causada pela paranóia
2007-01-16 21:06:00 +0000
Ontem à noite Bethania me ligou, assustada.
Ela disse que uma vizinha havia telefonado pra ela, dizendo que na madrugada anterior ouviu um barulho na garagem do prédio atrás do nosso, como se fosse um carro. Depois, ouviu passos na nossa garagem. E durante o dia, ela disse ter visto marcas de tênis na parede, como se alguém tivesse pulado o muro.
Tudo isso porque eu passei pela garagem às cinco da manhã, puxando minha mala com rodinhas, para pegar um táxi até o aeroporto.
Pé na estrada
2007-01-11 14:30:00 +0000
Só no Rio mesmo: fui almoçar num restaurante onde os crachás dos garçons tinham LEDs que ficavam passando mensagens...

O garçom passa, a mensagem no crachá também...
Ainda no Rio: Na rodoviária, em uma das filas dos guichês de venda de passagem, tinha uma senhora na fila que ficava gritando pros funcionarios trabalharem mais rápido pra fila andar e ela ser atendida: "Vaaaaamo gente!! Anda rápido aeh!!"
O ônibus que me levou pra Windturn City era velho e fedorento. Mas podia ser pior, porque na minha frente tinham duas senhoras conversando sem parar durante grande parte das quatro horas de viagem. A sorte é que elas eram surdas-mudas...
Nos fundos da pousada de Windturn City tem um refeitório, onde o café da manhã é servido. Nos fundos do refeitório tem a cozinha. Nos fundos da cozinha tem o quarto onde eu estou dormindo...

É assim, você sai do quarto de manhã e cai direto na cozinha
Pra encerrar, uma foto de um dos trailers de sanduíche de Windturn City. O visual não é exatamente apetitoso, mas eles são as únicas opções de alimentação depois das oito da noite.

O quadro de Joana D'arc ali no meio é pra proteger contra a salmonella
Adeus, motoristas
2007-01-09 03:27:00 +0000
A empresa-cliente de Windturn City tinha três motoristas, que a gente costumava usar pra nos levar/buscar no aeroporto - em Guarulhos, a três horas de distância, vale lembrar.
Um deles foi demitido semana passada. Aí hoje o Michael Jackson me liga, lá de Windturn City (estou no Rio):
- Cara.. sabe aquele outro motorista que levou a gente pra Congonhas, na sexta?
- Sim, o que tem ele?
- Ele teve um infarto. Morreu num posto de gasolina, na estrada, hoje de manhã...
É... o excesso de cigarro e de gordura cobrou seu preço. Uma pena. Ele era gente boa...
Meu coração...
2006-12-26 20:59:00 +0000
Para você que ligou agora o seu televisor:
Meu trabalho de consultoria fez com que eu viesse parar em uma cidadezinha minúscula chamada Windturn City (do latim: aonde o vento faz a curva). O trabalho aqui rende situações inimagináveis, como a que aconteceu na quinta de manhã.
A bizarrice começou instantes depois que o despertador tocou, às sete horas. Michael Jackson (o trainee que trabalha comigo) acordou, deu uma espreguiçada, e exatamente dois segundos depois começou a falar de trabalho. Mais ou menos assim.
- Yaaahhnn.. e aí cara... Ah! Tenho que te contar da reunião de sexta-feira, foi assim...
Algum tempo depois, enquanto tomávamos café, eis que chega a sobrinha do dono da pousada, junto com sua mãe. A menina era uma loirinha de uns 14 anos, no máximo. Ela se sentou com as perninhas "vesgas" (as pontas das suas sandálias-plataforma apontando pra dentro) e começou a enrolar o cabelo com o dedo indicador, numa pose absolutamente adolescente.
Aí, entre uma ou outra mordida no meu pãozinho de sal, notei que ela cochichava discretamente com a mãe. O que li nos lábios dela foi simplesmente surreal:
- Mãe... meu coração...
E apontou, numa alegria sapeca e discreta, para o próprio peito.
- ...tá batendo!
Eu nem podia acreditar que ela estava falando de mim e de Michael. Não daquele jeito. Mas a confirmação veio na sequência, quando ela apontou para o próprio dedo anelar e cochichou, referindo-se a mim:
- Mas o outro é casado...
Valeu o dia. Durante o trabalho eu constantemente virava pro Michael e dizia: "Michael... meu coração... tá batendo!!!". Essa história deu muita risada...
Testando a paciência
2006-12-19 13:57:00 +0000
Na semana passada eu comecei um novo projeto, no Rio. A equipe do projeto é composta de várias pessoas: eu, um consultor-sênior e... bem, é só isso.
Aí na quinta o sênior me falou um pouquinho do trabalho, apresentou algumas pessoas da empresa, e às quatro da tarde foi para o aeroporto. Me disse que iria mandar um e-mail e que eu podia ligar pra ele para tirar alguma dúvida.
O email eu estou esperando até agora, e ele não atendeu o celular em nenhuma das quinze vezes que liguei. Assim, ontem eu tive que passar o dia em reunião com um pessoal que mal conheço, para fazer algo que mal sei o que é.
No final deste belo dia eu só queria ir para o hotel e quebrar a rotina de fazer "terceiro tempo" e trabalhar até meia-noite. Aí, logo que entrei no quarto, toca o celular: era o líder do projeto de Windturn City, dizendo que prometeu que ia mandar pro cliente tal e tal coisa, e que eu tinha que preparar.
No exato momento em que desliguei o celular, TODAS as luzes do quarto se apagaram. Trevas. Era um sinal do destino. Bem, na verdade era porque eu esqueci de deixar o cartão-chave do quarto naquele slot que fica perto da porta e mantém as luzes acesas.
Lá pelas dez da noite chegou a comida que pedi: uma salada e um suco. Acontece que o copo de suco estava furado e fez uma lambança infernal na sacola. E o marmitex da salada também estava furado e acabei "temperando" minha perna direita todinha com o molho, enquanto tentava comer.
Por volta das onze eu, finalmente, terminei o trabalho. Só faltava enviar para o líder do projeto. Adivinha se a internet do quarto funcionou...
Desisti e fui dormir.
No outro dia, lá pelas oito, consegui me arrastar para fora da cama. Me vesti e fui arrumar a mala. Ao me agachar para pegar algumas roupas no chão, ouço o som da minha calça se rasgando...
Basicamente, o rasgo foi tão grande que a calça quase se partiu em duas. Tive que ir trabalhar com um visual meio cowboy: camisa social, sapato social... e calça jeans.
Um quarto de hotel estranho
2006-12-14 04:10:00 +0000
E no final da quarta-feira lá fui eu para o terceiro hotel diferente da semana. Dessa vez era um hotel conhecido, em Copacabana, no Rio.
Eu ainda tinha trabalho para fazer, então fiz o check-in rapidinho, peguei o cartão-chave do quarto, entrei no elevador e... não entendi nada: Meu quarto era o 1303, e o elevador só ia até o décimo segundo andar. Voltei ao balcão da recepção e perguntei se eu havia sido colocado num quarto virtual de um andar inexistente, estilo Quero Ser John Malkovich.
Só aí me informaram que eu tinha que subir até a cobertura do prédio, e que lá, atrás da academia, haviam construído novos quartos.
Aí eu até me animei, porque o quarto é novinho mesmo: colchão novo, móveis novinhos, uma bela TV de 29 polegadas e tela plana, DVD Player, frigobar modernoso com porta transparente... tem até uma vista para o mar (leia-se "vista para um filetinho de oceano que dá pra ver por entre dois prédios").
Aí comecei a desfazer a mala. Quando entrei no banheiro para deixar a necessaire, digo, "contêiner de coisas para macho tomar banho", olhei para o conjunto vaso-bidê e fiquei perplexo por alguns minutos...


O conjunto vaso-bidê (esq.) e um detalhe do bidê (dir.)
Primeiramente, note que temos um bidê e uma ducha higiênica novinhos em folha, lado a lado. Dois aparatos com a mesma função: esguichar água para limpar locais onde o sol não bate. Mas pra quê dois? Será que um era backup?
Agora observe bem o detalhe do bidê. Um bidê normal tem um esguicho bem no meio, pra jogar água pra cima. Este bidê não tem o esguicho no meio, e sim uma torneira que aponta para dentro do bidê. Pra piorar, a ponta da torneira é direcional, de modo que eu posso regulá-la para esguichar para qualquer direção... menos para cima. Assim sendo, é impossível usar o bidê.
Mas não havia muito tempo para divagações, pois o trabalho me esperava. No final das contas acabei jantando comida do hotel, na frente do computador. No jantar veio mais uma esquisitice: pedi um tal "prato verão", descrito no cardápio como "frutas da estação variadas". As frutas eram: banana, mamão, maçã, laranja, melão, melancia, presunto, peito de peru, queijo mussarela, queijo minas e queijo prato. Só consegui comer as "frutas de carne e queijo", porque os presuntos se esfregaram nas outras frutas e deixaram tudo com um paladar "desafiante". E eu não estava a fim de comer mamão salgado.
Lá pelas onze meu saco encheu, mandei uns emails com o serviço pela metade e larguei o notebook. Chega. Tudo que eu queria era um bom banho e cama.
No banheiro, contemplei o bidê-bizarro um pouco mais equanto abria o chuveiro, no máximo, esperando um belo jato d'água na minha cabeça cansada. Vieram dois pingos.
Instantes depois lá estava eu, pelado, no telefone, reclamando com a recepção. A sugestão inicial era que eu trocasse de quarto, mas eu estava sem o menor saco de fazer as malas mais uma vez. Acabei pedindo a chave de outro quarto só pra eu tomar meu banho.
Pra coisa fica ainda mais estapafúrdia, o mensageiro que trouxe a chave pra mim disse:
- Olá senhor... o chuveiro está com pouca água né?
- Er... sim, foi por isso que eu liguei...
- O senhor quer tomar banho em outro quarto?
Eu pensei em responder "não, quero fazer amor com você", mas eu queria tomar banho mais do que queria ser sarcástico. Acabei pegando a chave e saindo sem dizer nada...
A nível de vida pessoal humana
2006-12-12 00:01:00 +0000
Pavlov, o cachorro que agora mora lá em casa, vai muito bem. Eu achei que ia achar um saco ter cachorro em casa, mas estou adorando o danadinho.
No fim-de-semana passado fomos no churrasco de fim-de-ano do pessoal do trabalho de Bethania e deixamos que Pavlov, literalmente, corresse pelos campos. Aí ele aproveitou: comeu carne escondido, se engraçou com a poodle de uma outra menina que estava por lá e, de quebra, voltou cheio de carrapatos.
Lembrei disso porque encontrei um dos carrapatos em mim, há cinco minutos atrás.
(P.s. para Luiz e Norton: Jampou tava lá. Agora ele trabalha com Bethania...)
Bethania me deu o Half Life - Episode One de presente de aniversário, mas eu ainda não consegui jogá-lo. É que na hora de instalar eu cometi o erro de entrar no Half Life 2 só pra testar, e aí não resisti e comecei a jogá-lo todo de novo. Dessa vez no "hard", pra dar mais combate.
Durante toda a "rejogada" eu não via a hora de chegar em Nova Prospekt, um velho e enorme complexo penitenciário que surge na segunda metade do jogo. Nova Prospekt é, sem dúvida, a melhor fase de toda a história dos first-person shooters. A luz noturna, a arquitetura de prisão semidestruída, somada com o desafio imposto pela quantidade absurda (eu disse ABSURDA) de soldados Overwatch, torna Nova Prospekt um dos melhores lugares que eu já, hã, "visitei".
Durante todos os meus vinte e oito anos eu nunca consegui dormir em qualquer posição que não fosse de lado ou de bruços.
É porque faltava Bethania dormindo com a cabeça no meu ombro.
Silêncio...
2006-12-11 23:27:00 +0000
Quietude recorde no blog. Tudo porque passei a semana passada inteira em Windturn City.
A previsão era que eu ficasse passeando por lá até fevereiro, mas na semana passada o nosso projeto subiu no telhado. Não por causa do nosso trabalho, devo esclarecer. É que eles estão perigosamente sem dinheiro para o ano que vem.
Mas o melhor foi ouvir isso da boca do diretor financeiro, que, na sequência, nos convidou para um churrasco. Sim, foi basicamente isso: "Olha, estamos no vermelho pro ano que vem e tal. Mas eu queria convidar vocês pra queimar uma carninha com a gente depois das seis..."
Enfim... deixei uns posts novos pra cima deste, pra vocês não ficarem tristes.
Recalcula, recalcula...
2006-12-01 14:06:00 +0000
Essa semana foi complicada. Desde terça tudo que fiz foi trabalhar e dormir.
O encerramento da maratona foi ontem, no hotel, às dez da noite. Na quarta, lá pela uma da manhã, eu tinha finalizado uma apresentação para o líder do projeto. A apresentação tinha um número importante: 54,9 milhões.
Na quinta o líder me ligou, fascinado com a apresentação. Mas ele achou que o cálculo que usei para estimar os 54,9 milhões estava muito simples, que poderia ser questionado quando apresentássemos o trabalho, e pediu que eu refizesse o cálculo de um jeito bem mais complicado. E lá fui eu, noite adentro, debruçado no notebook, pra refazer as contas.
Depois de horas esmigalhando o Excel, eu obtive um novo resultado: 54,6 milhões.
Um dia típico em Windturn City...
2006-11-28 19:26:00 +0000
...começa às 4:30 da manhã, em Belo Horizonte. Neste horário, na noite de ontem, eu estava tendo um sonho estranho que incluía macacos que respondiam perguntas num programa de auditório. Aí o despertador tocou e eu iniciei a via sacra até o aeroporto.
Chegando lá, encontro meu colega Michael Jackson que, para minha surpresa, cortou o cabelo e arruinou o seu pseudônimo. Agora ele parece uma mistura de latin lover com RBD. Bizarro, muito bizarro.
Uma hora de sono, digo, de vôo e estávamos em Guarulhos, na greater São Paulo. Agora só faltava duas horas e meia de carro até Windturn City. Só tinha um problema. Éramos eu, Michael, o líder do projeto, um dos nossos clientes, o motorista e malas para uma semana. E tinha que caber tudo num Corsa. Por alguma graça divina, o nosso cliente resolveu que eu é quem teria que ir na frente. "Você é maior que todo mundo", disse ele. Lição aprendida: jamais amaldiçoe seu sobrepeso...
Pouco antes de entrarmos no carro, o cliente iniciou uma conversa sobre a Herbalife. Aí eu, inadvertidamente, comecei com a gozação:
- Pois é, rola a piada de quem vende esse negócio aí é chamado de "Herbalofo", hehehehe...
Todo mundo riu um riso meio sem-graça. Só fui entender o porquê depois que o cliente ficou mais de uma hora falando do quanto ele é fã da Herbalife, que ele toma os "shakes" todos os dias de manhã, que hoje ele usa o cinto três buracos mais apertado, que a pele dele virou outra depois dos cremes nutritivos...
O dia de trabalho foi normal. Passamos a tarde inteira numa looonga reunião. Eu sempre me divirto nessas reuniões olhando como fica a cara das pessoas quando elas botam a cabeça na frente da projeção do datashow. Às vezes o ícone do Avast do micro do Michael ficava bem na testa do nosso cliente, e eu morria de rir internamente.
Aí, durante uma discussão da reunião, o micro do Michael entrou no descanso de tela. Ele intercalava mensagens do tipo "VAMOS SUBIR GALÔÔÔÔ!!!" e fotos da massa atleticana no Mineirão. Nada mais apropriado...
Às seis o expediente acabou. Eu e Michael ainda tínhamos trabalho a fazer, mas não tínhamos como ir até o hotel. Sim, claro, estávamos em Windturn City e é ÓBVIO que dava pra ir a pé até o hotel. Só que estávamos com nossas malas, e o céu se derretia em chuva. Aí pegamos uma peculiar carona no fusquinha de um dos nossos clientes...
O hotel de Windturn City tem uma arquitetura impressionista, ou seja, é impressionante o tanto que o pedreiro fez as paredes tortas. O corredor que leva até o nosso quarto vai ficando mais estreito conforme você caminha. E a parede em volta da porta tem uma rachadura que vai de um lado ao outro, como se o nosso quarto estivesse se "destacando" do resto da casa. Mas pelo menos o hotel é limpo. Bem, é o que eu pensava até ontem: enquanto eu e Michael trabalhávamos, deu pra ouvir o dono do hotel, na cozinha, borrifando Baygon em alguma coisa. Medo...
Depois da "hora extra", fui conhecer a academia de ginástica de Windturn City. Michael é marombeiro e descobriu a academia nas suas andanças pela grande metrópole Windturncityana. O preço? Inacreditáveis R$ 2,50 por dia.
Corri minha meia horinha básica e avisei Michael que ia voltar pro hotel. De gozação, ele me perguntou: "Mas você vai saber voltar pro hotel?". Eu tive medo, mas consegui. No caminho, passei na padaria e comi o jantar mais barato da minha vida de consultoria: R$ 5,50 por um pão com presunto e queijo, um iogurte e um Gatorade. Deu até vergonha pedir o cara pra fazer uma nota fiscal...
Voltando pro hotel, enquanto eu escrevia este post, notei uma coceira estranha nas minhas costas. "Droga. Pernilongos", pensei. Peguei a toalha e saí escaneando o quarto, em missão de extermínio. Foi um sucesso: em dez minutos eu matei nada menos que DEZESSETE pernilongos - e duas moscas.
Michael chegou da academia e fez uma descoberta ainda mais alarmante: no teto, no vão entre o quarto e a porta da varanda (sim, tem varanda no quarto!) tinha mais VINTE pernilongos, todos prestes a atacar. Tivemos que pegar o Baygon emprestado com o dono do hotel e usá-lo como arma de destruição em massa. Foi uma cena memorável: Michael borrifou o Baygon e, instantaneamente, os pernilongos foram caindo como... hmm, moscas.
E assim acabou o primeiro dia desta semana em Windturn City. Se eu não morrer intoxicado de Baygon, depois posto mais...
Atrasado
2006-11-20 14:48:00 +0000
Hoje de manhã eu estava cochilando no táxi quando, no rádio, deram a notícia de mais atrasos nos aeroportos. No entanto a repórter disse que, em Confins, aonde eu iria embarcar pra São Paulo, nenhum vôo estava atrasado.
Aí eu cheguei, fui fazer meu check-in e a mocinha da Gol me disse, toda serelepe, que o vôo tinha atraso previsto de três horas e meia.
Assim, eu e Michael Jackson estamos aqui, trabalhando na sala de embarque, de pé, no balcão abandonado da antiga cafeteria (o único lugar que ainda tem tomadas elétricas livres), pra não perder completamente o dia.
Borderline City Stories
2006-11-17 13:04:00 +0000
Aqui em Borderline City a gente dorme dentro da fábrica. Dependendo da lotação a gente pode ficar instalado numa espécie de hospedaria ou, nos piores casos, na casa que pertencia ao vigia (é sério).
Nesta semana eu e Michael Jackson ficamos na hospedaria, num quarto onde a maior parte da mobília tem idade para ser minha avó. Mas o melhor é o banheiro: quando Michael entrou lá pela primeira vez, caiu na risada:
- Olha isso, cara...
E acendeu a luz. Ou melhor, as luzes: duas lâmpadas, de 10W cada uma, que ficam em dois "candelabros" de louça azul, design estilo 1940, um de cada lado do espelho.
- O banheiro é a luz de velas! - disse Michael.
A descrição dele estava perfeita: um banho à luz de velas seria mais claro que aquelas lâmpadas. O chuveiro ficava do outro lado do banheiro, ou seja, quase na escuridão. Michael, destemido, entrou no box mesmo assim. Assim que ele abriu o registro, deu mais risada:
- E a luz diminui ainda mais quando o chuveiro liga!!
Nossas opções de jantar em Borderline City são bem mais vastas que em Windturn City. Basta pegar um táxi e ir até a praça principal da cidade, onde você pode se deliciar com um requintado "prato executivo". Ou então um "prato executivo". Ou talvez um... sim, prato executivo!
Enquanto fazíamos o nosso pedido, eu não conseguia parar de olhar um objeto metálico, pendurado na cintura do garçom. Era o abridor de garrafas. Nele havia uma coisa gravada...
- Vem cá, eu preciso perguntar... seu nome é "Leitoso"?!??
Era só o apelido. Ainda bem.
MMS
2006-11-11 02:49:00 +0000
E aconteceu o que temia: Os controladores de voo voltaram a sequenciar as decolagens. Meu voo ja esta mais de uma hora e meia atrasado.
O aeroporto, no entanto, esta bem calmo. Enquanto tiver revistinhas de sudoku pra vender, acho que nao teremos tumulto...
Diversão de aeroporto
2006-11-11 00:14:00 +0000
Ver uns vídeos no YouTube e, ocasionalmente, olhar pra trás pra surpreender os curiosos que ficam olhando pro meu notebook.
Sim, estou ilhado em Congonhas. Tá tudo atrasando, meu avião sai só às 22h, passa por Uberlândia (ugh!) e me deixa em Belo Horizonte lá pra uma da manhã.
Enquanto isso, dá-lhe boga.
Trabalhando em casa com O Primo
2006-10-26 18:34:00 +0000

Belle and Sebastian
Esses dias de trabalho em casa estão sendo muito bons.
No início eu estava preocupado em conseguir me concentrar no trabalho estando dentro de casa, com tentações diversas (como a minha cama, a geladeira ou a tevê) perigosamente acessíveis. Pra conseguir trabalhar eu teria que agir muito disciplinadamente, acordando cedo no mesmo horário, me vestindo decentemente - ou seja botando alguma coisa por cima da cueca - antes de sentar em frente ao notebook, mantendo o MSN e o Google Talk no "Ocupado" o tempo todo...
O resultado foi muito bom. Bom até demais: no final do primeiro dia (ontem) eu trabalhei mais de 12 horas sem parar e acabei com dor de cabeça de tanto olhar pra tela do micro. Hoje estou pegando mais leve e fazendo umas pausas pra cafezinho de vez em quando. A diferença é que o "cafezinho" é um copão de Cappuccino Três Corações, feito com leite em vez de água quente, para cremosidade extra.
Falando nisso, meus últimos dias em casa me forçaram a usar a minha própria cozinha em vez de comer fora. Até bolei duas receitas suuuuuper saudáveis, saca só:

Yakisoba de pobre
Ingredientes: Um Miojo, molho shoyu, legumes sortidos (tomate, pimentão, cenoura, etc), nuggets de frango.
Preparo: Bote os nuggets no forno e a água do Miojo pra ferver. Faça o Miojo normalmente mas sem usar aquele molhinho dele. Retire o miojo da panela e escorra em separado.
Na mesma panela do Miojo (pra não sujar muita vasilha), coloque um pouquinho de óleo e de molho Shoyu, e os legumes. "Doure" os legumes no óleo com shoyu, depois jogue o Miojo escorrido dentro da panela, bote mais um pouquinho de shoyu e misture a gororoba. Tire os nuggets do forno, corte-os em pedaços pequenos e jogue-os na panela também. E voilá, macarrão chinês sem taxa de entrega...

Salada de Frutas do Demônio
Ingredientes: Frutas sortidas (banana e maçã são as melhores. Morango, pêra, melão também são bons. Frutas cítricas, tipo laranja, não servem), leite em pó, Neston e leite condensado
Preparo: Pique as frutas e bote num prato. Depois, por cima desta saudável refeição, salpique o leite em pó, o Neston e depois taque leite condensado para acabar de avacalhar com tudo. Coma com um garfo e bastante culpa.
Notícias do Primo
2006-10-25 12:51:00 +0000
Hoje é quarta-feira e eu estou em Belo Horizonte, mais especificamente na mesa do escritório da minha própria casa. Acreditem ou não, eu consegui arrumar um esquema para trabalhar o resto desta semana no conforto do meu lar.
Até agora a primeira coisa que fiz foi escrever este post... :)
Disso eu não sabia. Scott Adams, meu guru de gestão empresarial e autor do Dilbert, havia perdido a voz por causa de uma doença chamada disfonia espasmódica. É uma doença rara da qual ninguém havia sido curado até hoje.
Agora, além de guru de gestão e autor de tiras de quadrinhos, Scott Adams é também... o primeiro caso de cura de disfonia espasmódica do mundo.
A eleição presidencial se aproxima em alta velocidade. Enquanto isso, no Orkut, descobriram uma falha grave do nosso atual presidente...
Mondo Bizarro
2006-10-24 02:32:00 +0000
Eu nunca achei que fosse dizer essa frase, mas vamos lá: Michael Jackson toca cavaquinho!!

Michael Jackson, pagodeiro? Só aqui em Borderline City
E como se isso já não fosse esquisito o suficiente, eu acabo de tomar um banho num banheiro que tinha um interruptor de energia DENTRO do box.

Não, não é Photoshop. Bem que eu queria.
Táxis e Músicas
2006-10-21 02:32:00 +0000
O melhor momento da semana é o avião de volta pra casa na sexta-feira. Só eu e dois fones de ouvido brancos.
Hoje tava tão bom que eu optei por viajar os 40km que separam o aeroporto da minha casa de ônibus, pra aumentar o tempo da viagem e minimizar o trecho de táxi (sacumé, eles sempre puxam conversa). Tudo pra poder ouvir música por mais tempo.
Aí eu chego em BH e entro num táxi pra um trecho curto, do centro da cidade (aonde o ônibus pára) até minha casa. Depois dos cumprimentos usuais, falei pro taxista que queria ir ao bairro "xis" passando pelo bairro "ipsilon". O táxi começou a andar e eu, por curiosidade - e nada mais - , perguntei.
- Você vai virar aonde pra pegar o bairro ipsilon?
- Ali na frente na rua tal, por quê?
- Nada, só pra saber mesmo.
- Hmf... é que algumas pessoas ficam duvidando do profissional e...
- Peraí, eu estou duvidando de você?
- É, você perguntou aí e...
- Não não, peraí, eu só perguntei qual caminho você ia fazer, isso agora é duvidar?
- Ué, você tá com dúvida aí...
Estava muito bom pra ser verdade. Eu tinha acabado de passar uma hora na estrada, completamente inebriado pelas guitarras, ora doces ora vigorosas, de Explosions In The Sky - a trilha sonora perfeita para um final de sexta-feira - e estava me sentindo o cara mais feliz do mundo. Aí vem um taxista mau humorado e, por causa de uma simples pergunta, inventa que eu tou desconfiando dele.
Parece bobagem, mas arruinou meu fim de dia. Não aguentei.
- Assim não dá, eu ando de táxi a semana toda em um monte de lugares diferentes e mesmo nos que eu conheço eu nunca fico duvidando de taxista! Pô, eu só queria saber o caminho que você ia fazer, que por sinal é melhor do que o que eu tinha imaginado, e cê fica aí falando que eu tou desconfiando de você! Que saco! Eu só fiz uma pergunta, só isso!...
- Tá... mas que você desconfiou, desconfiou.
Aí o sangue ferveu.
- Encosta esse táxi AGORA.
Não tínhamos andado nem 10 quarteirões (a corrida deu R$ 5). Peguei minhas coisas e desci.
- Pronto, agora você não vai mais ficar chateado comigo.
Fechei a porta e o engraçadinho saiu, nervoso, cantando pneu. Afinal, deve ter ficado horas na fila do ponto e acabou fazendo uma corrida de R$ 5. Não me arrependo nem um pouco do que fiz...
Orações, calendários em Excel, pirataria e cachorros
2006-10-18 15:46:00 +0000
O Primo: 2209 posts e contando...
O táxi de ontem, trecho rodoviária-hotel, teve a seguinte trilha sonora:
Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres, bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa maria, mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte, amém.
Ave Maria, cheia de graça...
Repetiu isso, e apenas isso, até eu chegar no hotel. Era a rádio do Santuário de Aparecida, e estava na hora do terço.
Domingo eu almocei num restaurante chamado "Ao pé do jatobá", em algum lugar obscuro perto da Serra da Moeda. Comemos um frango ao molho pardo que estava uma beleza. E o cardápio foi feito em Microsoft Excel, e alguém se esqueceu de aumentar o tamanho das colunas antes de imprimir.

Todo final de semana eu e Bethania assistimos o episódio novo da terceira temporada de Lost. Na nossa TV mesmo, no conforto do nosso sofá, com legendas em português e tudo mais.
Detalhe: a terceira temporada só estréia no Brasil no ano que vem.
É que o episódio vai ao ar na quarta à noite, nos EUA, e aparece na internet minutos depois de terminar. A legenda em português aparece na internet poucas horas depois. Aí eu baixo tudo durante a semana, gravo num CD e assisto no meu DVD Player, um Samsung P366, barato e com a maior cara de vagabundo, mas que toca DivX surpreendentemente bem.
Pavlov vem aí. Aguardem.
Um dia de aniversário na vida d'O Primo
2006-10-11 12:51:00 +0000
Dez de outubro é o único dia do ano que coincide com o meu nascimento. Aparentemente isso faz de mim uma pessoa especial e todos me mandam emails, scraps, mensagens e telefonemas no celular pra dar parabéns. É bem legal. Já aconteceu vinte e oito vezes, por sinal.
Dessa vez eu passei o aniversário no Rio de Janeiro, trabalhando num bairro chamado Caju. Pelo nome o bairro deveria ser tropical, doce, sei lá. Na verdade é um bairro industrial, feio, sujo e altamente violento. Um dos chefes da fábrica, por sinal, fez questão de nos mostrar a "coleção" de buracos de bala perdida nas paredes. E o expediente termina às cinco porque, depois disso, é meio perigoso entrar no carro e voltar pra casa.
Apesar de tudo o evento mais emocionante do meu dia foi quando eu conheci uma linha de produção de placas de circuito impresso. O processo é curioso: numa das fases a placa é, literalmente, assada num forno para que a solda derreta e prenda os microchips e demais componentes. Fora isso, eu passei o resto do dia debaixo de um ar condicionado, participando de reunião atrás de reunião.
No fim do dia voltamos pro hotel. Michael Jackson, o trainee (hehe), foi pra academia e eu acabei assistindo um filme espanhol chamado Mar Adentro. É sobre um cara tetraplégico que luta na justiça pelo direito de se suicidar. "Nada mais apropriado para um aniversário", você deve estar pensando... mas acontece que o filme é simplesmente lindo.
Depois, eu e Michael fomos jantar. Como era uma data especial eu caprichei no prato e comi um BBB (belo Baby Beef) na manteiga de ervas com salada verde e arroz. E, de sobremesa, para acabar de entupir as coronárias, um pedaço muito bem servido de torta de limão. Depois, fui dormir.
Ano que vem tem mais...
E aí, o que tá rolando?
2006-10-10 00:08:00 +0000
O Primo - Numa lan-house sempre longe de você (neste caso no Rio).
Eu achei que ia ter internetcha só pra mim quando estivesse em qualquer outro lugar diferente de Windturn City. Ah tá.
Essa aqui custa R$ 5 por hora e é num micro fudido com um teclado que, se eu digitar muito rápido, ele inverte o que eu digitei porque não consegue processar as teclas rapidamente. Juro.
E tem um pernilongo me chupando todo. Na batata da perna.
Sexta-feira, antes de pousar, o piloto do avião aparece no alto-falante:
"Senhores passageiros, já iniciamos nosso procedimento de descida e dentro de instantes vamos pousar no Aeroporto de Confins, em Belo Horizonte. Gostaria de agradecer por terem escolhido a Tam e deixar uma mensagem para vocês: A vida deve ser aproveitada a cada instante, como se fosse o último, e vivida com toda a intensidade e emoção. Além disso..."
E continuou lendo o que parecia ser um texto de auto-ajuda, daqueles estilo "acredite em você e seja feliz apesar de tudo". Pela primeira vez em anos eu senti medo no avião...
(Ah, e a Fernanda Takai estava no mesmo vôo, veja você).
Hoje, na linha vermelha, de dentro do táxi, eu vi uma pichação genial num dos prédios semi-destruídos do centro da cidade. Dizia assim:
"O que você faria se não tivesse medo?"
Maldito pernilongo!!!
O fim de semana merece um post daqueles, com foto e tudo o mais. Fui com Bethania e o grupo de dança folclórica dela (!!?!) para uma cidadezinha do interior de Minas Gerais, chamada Ipoema. O pessoal foi fazer uma apresentação e eu, que sou o fotógrafo não-oficial do grupo, fui atrás.
Só que faltam 15 minutos pro tempo da lan-house acabar, aí num dá.
O consultor-líder me mandou um email hoje, dizendo: "Queria saber como está o projeto. Amanhã à noite você vai estar no hotel?".
Amanhã é meu aniversário.
Windturn City - Êta vidinha besta...
2006-10-05 19:21:00 +0000
Segunda-feira eu bati meu "personal levantar cedo pra viajar record": quatro e quinze da manhã. Ao mesmo tempo, bati meu "personal chegar tarde no trabalho record": dez e quinze da manhã.
Como, meus caros leitores, eu conseguiria bater estes dois recordes tão diametralmente opostos? O motivo só podia ser um: Windturn City...
A novidade é que dessa vez eu viajei acompanhado do trainee da equipe, que chamarei de... hmm, antes do pseudônimo, a história: na terça à noite, quando jantávamos na pizzaria da cidade (sim, Winturn City tem UMA pizzaria!), a gente tava batendo papo e eu estava incomodado com algo familiar no rosto dele... até que, de repente, veio a luz:
"Michael Jackson".
O cara é igualzinho o Michael Jackson na sua versão "branquela" atual. Obviamente, o trainee é mais "coradinho" e o nariz dele é perfeitamente normal. E a pizza que ele estava comendo não era sabor criancinha. Piadas à parte, Michael é gente boa e mostrou um bom entrosamento com o trabalho nestes primeiros dias. Mas o mais importante é que ele ronca pouco.
Outra novidade da semana é que não ficamos trabalhando na casa das sete mulheres, junto com a diretoria. O trabalho, dessa vez, foi dentro da fábrica. Nosso trabalho em Windturn City é botar nos eixos os projetos da empresa-cliente, que produz, entre outras coisas, explosivos. Consultoria é isso aí: ou você trabalha direito ou, além de levar esporro do cliente, corre o risco de virar paçoquinha...
Falando assim até parece que meus últimos três dias foram só emoção. Que nada... séries e séries de reuniões tranquilas com os gerentes, regadas a cafezinho, PowerPoint e uma bucólica vista da varanda da sala de reunião. Sim, varanda e sala de reunião na mesma frase, veja só...
O trabalho rende bastante em Windturn City, devido ao fato da cidade estar localizada num vórtice espaço-temporal que faz com que o tempo passe num ritmo aproximadamente 30% mais lento que o normal, conforme medido por cientistas (no caso, eu).
A vida na fábrica é bem rotineira: A gente ficava trabalhando até a hora que a sirene (!!) tocava, anunciando a hora do almoço, e depois saía junto com o resto dos funcionários - de capacete e tudo - pro refeitório da fábrica. O capacete é importante: ninguém anda por nenhuma área a céu aberto sem usá-lo. Eu, sinceramente, não sei como ele vai ajudar a me proteger se algumas toneladas de TNT resolverem explodir na minha cara, mas fazer o quê...
Uma hora depois a sirene toca de novo, mandando todo mundo de volta ao trabalho, e só volta a soar às cinco da tarde, quando o expediente termina e todo mundo volta pra casa. Ver o fim do expediente na fábrica é algo, assim... bucólico também. Dezenas de funcionários, muitos deles mais velhos e com aquela cara de desgastados pela vida, saindo pelo grande portão da fábrica, ainda com o capacete na cabeça, o crachá segurando-se pra não cair da gola da camisa pólo toda surrada... Muitos, inclusive, vão pra casa de bicicleta. Fazia tempos que eu não me lembrava de marcas como Monark e Barraforte...
Aí, de noite, é hora de eu e Michael Jackson deixamos nossas coisas no "hotel" (na verdade uma antiga hospedaria que fica dentro da empresa) e sairmos em uma missão impossível: jantar em Windturn City. Notamos que a cidade possui uma espécie de "ponto focal" que concentra todas as (três) coisas que ficam abertas durante a noite: Estas três coisas são a pizzaria (que não abre às segundas) e dois trailers de sanduíche, chamados "Chega Mais" e "Xique no Úrtimo". E o ponto focal é o sinal de trânsito, o único da cidade. Segundo o motorista que nos buscou no aeroporto, o sinal de trânsito é apenas "didático": serve só pra que os nativos treinem o que fazer quando estiverem de carro em cidades maiores...
É sério, Windturn City é tão pequena, mas tão pequena, que na segunda-feira, após ter completado apenas cinco dias na cidade, eu cumprimentei um conhecido na rua. Era o garçom do refeitório da empresa. E ele ainda me zoou: "Olha lá hein! Cuidado pra não se perder na cidade"... Sim, Windturn City é TÃO pequena que a pizzaria nem cobra o delivery, porque, segundo o garçom, "é tudo muito pertinho"...
Mas voltando ao jantar, eu e Michael, além da pizzaria, experimentamos o "Chega Mais". O sanduíche do "Chega Mais" era tão gorduroso, mas tão gorduroso, que eu só conseguí comê-lo até a metade. O resto eu deixei no chão pra que um dos vira-latas que passavam pudesse comer. Aí o cão olhou a comida, cheirou, depois saiu com uma cara de "hmm, melhor não, isso tem muita gordura trans"...
E foi isso: Na quarta à tarde eu deixei Michael Jackson sozinho, já que o resto da semana eu vou passar na capital paulista. Se tudo der certo com a minha agenda, eu só vou voltar a WTC daqui a duas semanas. Uma pena: até lá minhas reuniões não vão ser mais em salas com varanda...
Rapidinhas
2006-09-28 18:27:00 +0000
Hoje de manhã liguei a TV na MTV, só pra servir de "descanso de tela" enquanto eu me vestia pra trabalhar.
Aí começa a tocar uma música chamada "Bonde do dom". Apesar de ter nome de funk, é um sambinha muito bom e, para minha surpresa, Marisa Monte é quem canta, e a letra é surpreendentemente legal. Acho que era a primeira vez que eu gostava de uma música dela.
Aí o clipe acabou e a surpresa foi ainda maior ao perceber que quem ajudou a compor a música foi ninguém menos do que o bosta do Carlinhos Brown e o tosco do Arnaldo Antunes...
Na sequência a MTV tocou "Metal is the law", clipe hilário do Massacration. A música começa com as guitarras comendo e o vocalista, na sua melhor voz de Angra Cover, mandando ver na letra:
- AI! AI AI AI!! AI AI AI AI AI AI AI...
E fechando com chave de ouro:
- ... em cima embaixo e puxa e VAI!!
Essa você tem que ver.
A cada dia que passa eu amo um pouquinho mais o meu iPod... e odeio um pouco mais o iTunes. Ontem mesmo eu estava fuçando as configurações dele e cliquei numa opção chamada "Sync Videos" pensando que ele ia sincronizar automaticamente só os meus vídeos. Mal cliquei e meus 15 GB de música no iPod foram instantaneamente deletados. Até agora estou tentando entender o porquê...
Felizmente eu tinha tudo backupeado no micro e foi fácil copiar de volta. Já estou vacinado contra essas perdas de dados, tenho backup de tudo que tenho em uns três lugares diferentes. A gente acaba ficando assim depois de perder um HD de 40 GB...
Falando em iPod, acho que vou converter o vídeo da Cicarelli pra botar no meu. Só por diversão.
Já que tem espaço sobrando nele mesmo, estou fazendo uma seleção de vídeos "crássicos" pra eu rever quando estiver atoa no aeroporto ou algo asim. Alguns que já incluí até agora:
- Prabu Deva, o cara mais foda da Índia, no clipe da música "Kaanuri Vanil", que em português significa "Rivaldo, sai desse lago".
- Outro clássico das arábias: Daler Mehndi ("Ahá! Chegue mais, chegue mais...")
- O famoso clipe legendado do Daileon ("O Cara Tussiu")
- A propaganda da Apple com Ellen Feiss e sua inesquecível cara de maconhada
- David Elsewhere, dança mal que só vendo. O "slow motion" que ele faz é inacreditável...
Viajar é preciso
2006-09-26 12:38:00 +0000
Eficiência é isso aí: logo na segunda-feira e eu já estava me superando.
Dessa vez eu consegui bater meu personal record de tempo em viagem:
1:10 horas de avião
2:40 horas de ônibus
4:10 horas de carro (inclui táxis e carro da empresa-cliente)
1:35 horas de espera em aeroporto/rodoviária
Total: 9 horas e 35 minutos
Isso tudo aí foi porque eu voei de BH pra São Paulo de manhã, depois peguei um carro pra Windturn City, depois peguei um ônibus de volta para São Paulo no final do dia.
O consultor vai onde o povo está
2006-09-22 22:58:00 +0000
Tá, eu sei, eu sei que estou devendo a terceira parte do mega-post da lua-de-mel... mas eu acabei de passar dois dias completamente surreais...
Semana passada eu recebi uma boa notícia: seria alocado um projeto como consultor-sênior. Responsa total... com salário maior, trainee só pra mim e tudo o mais.
Na terça, às 18 horas, lá estava eu saindo do Rio de Janeiro, rumo ao meu primeiro dia do novo projeto. Entrei no ônibus e segui viagem...
(Mas peraí... você disse ônibus?)

Rodoviária Novo Rio e meu novo meio de transporte ponto para "decolar"
Pois é, acontece que o projeto seria numa indústria que fica perdida em algum lugar perto da fronteira entre o Rio de Janeiro e São Paulo, numa cidadezinha minúscula que chamarei de Windturn City (ou seja, "aonde o vento faz a curva"). Windturn City é tão minúscula, mas tão minúscula, que eu digitei "Windturn City" no Google Maps, ele localizou a cidade, me mostrou a foto de satélite no zoom máximo, e ainda assim eu levei uns cinco minutos pra localizá-la: "hmmm... será que é essa manchinha cinza? Ali no meio das montanhas?"
Mas então saí do Rio e, quatro horas de ônibus depois, desci na cidade vizinha à Windturn City (porque lá não tem nem rodoviária). De lá, peguei um táxi. O motorista tinha um curioso sotaque de carioca misturado com interior de São Paulo, ou seja, ele puxava o "S" e enrolava o "R" ao mesmo tempo:
- É logo ali, peyrto daquelaix quadraix...
Ou seja, "perto daquelas quadras"...
Como você já deve ter imaginado, não tem hotel em Windcurve City, portanto fiquei hospedado dentro da própria empresa, numa vila onde moram outros empregados. Passei a noite num quarto bem espartano, com três camas (uma delas ocupada pelo consultor-líder do projeto), um armário que saiu diretamente do catálogo das Casas Bahia, um ventilador e um banheiro. Parece ruim, mas até que é confortável.

Uau, agora posso dividir quarto com TRÊS pessoas!
No final do corredor tem uma pequena cozinha, com tudo liberado (ou seja, água gelada) e uma tevê "comunitária" de quatorze polegadas, ligada numa antena parabólica, onde todos os canais (exceto a Globo, obviamente) tem mais chiado que imagem. Windturn City é tão longe de tudo, mas tão longe, que até a parabólica pega mal. É sério: pesquisando na net, descobri que a cidade foi escolhida para um encontro nacional de radioamadorismo, justamente pelo fato dela estar longe de grandes centros urbanos e consequentemente quase não ter interferência...
No dia seguinte fomos à sede da empresa pra começar os trabalhos. Depois de vencermos, a pé, a enorme distância que separava o alojamento da sede (ou seja, um quarteirão), fiquei surpreso quando chegamos a uma típica casa colonial daquelas construídas séculos atrás, com piso de madeira, pé direito enorme, janelas e portas compriiiiiiidas... era como se eu estivesse dando consultoria na Casa das Sete Mulheres.

Se você olhar bem de perto vai ver umas câmeras da Globo atrás do arbusto
Uma curiosidade: a janela da sala aonde estamos trabalhando dá direto para a primeira rua de São Paulo aonde foi instalada iluminação pública, segundo nos contaram. Os postezinhos estilo "mil oitocentos e muito antigamente" continuam lá, firmes e fortes.
O dia de trabalho foi, em uma palavra, bucólico. Passarinhos cantando na janela, aquele clima de casa de vó do interior... os diretores da empresa passavam na nossa sala, calmamente... aí paravam pra bater papo e só saíam depois de horas. Quando caiu a noitinha (porque "noite" é coisa de cidade grande), deixamos a vila e fomos procurar um lugar pra jantar em Windcurve City. A caminhada serviu para conhecermos um pouco das atrações locais:
A pracinha
A ponte
O riacho
O sinal de trânsito (só tem UM na cidade inteira)
A antiga estação de trem, restaurada recentemente em comemoração ao seu centenário. Por "restauração", leia-se "pintura e lâmpadas novas".
Também pudemos observar os "nativos" em seu habitat natural, praticando o esporte predileto do lugar: papear com o vizinho no portão, ou ficar na janela vendo o movimento (qual?!?). A breve caminhada foi também um pouco desconfortável, porque parecia que estávamos carregando uma placa escrito "FORASTEIROS": todo mundo parava o que estava fazendo e ficava olhando fixamente para nós.
Comemos numa pequena pizzaria e andamos de volta. Na chegada, um dos diretores da empresa (que foi conosco) sugeriu uma passadinha no bar da vila. Chegando lá, para minha surpresa, metade da diretoria da empresa estava sentada no boteco, em uma animada conversação levemente amplificada por razões etílicas. Um dos supervisores da fábrica me viu, se apresentou e, cinco minutos depois, parecia o meu melhor amigo: me contou metade da história da empresa, falou da história de sua família, fez piada com o meu time de futebol, falou que gostava de rock'n roll ("até esse mais pesadão!"), depois voltou a falar da empresa...
Eu e o consultor-líder resistimos bravamente por meia hora, depois fomos dormir porque o sono estava brabo - em plenas dez da noite. Numa cidade "normal" eu ficaria acordado até uma da manhã, facilmente, vendo o David Letterman na tevê...
No dia seguinte, tudo exatamente igual. Café-da-manhã, caminhada de um quarteirão e o dia inteiro na Casa das Sete Mulheres. Meu cérebro estava num conflito terrível: eu estava a trabalho num lugar onde era pra eu estar descansando! Tinha um notebook com um slide horroroso do PowerPoint na minha frente, mas eu olhava pro lado e via, pela janela, árvores e vaquinhas pastando. E ao invés do zumbido constante de um ar condicionado ou das buzinas dos motoristas doidos de São Paulo, só tinha barulho de passarinho. E Windturn City deve ficar em cima de um vórtice temporal, porque cada hora levava o dobro de tempo normal pra passar. Em pânico, eu tomava cafezinho atrás de cafezinho para ver se meu corpo voltava ao ritmo normal de cidade grande... mas não adiantava.
Mas o fim do dia acabou chegando e fomos pra rodoviária, para voltar ao Rio. A rodoviária tinha o "kit" completo de rodoviária do interior: pintura com tinta barata, vagas para 6 (seis) ônibus, cachorro sarnento no meio da rua, velho bêbado escornado no chão em frente ao boteco, velhinha com aquele xale marrom-cortina sentada no banquinho, junto com a neta de catorze anos que se veste do jeito que vê em "Malhação", gente trançado pra todos os lados naquelas fiéis bicicletas de 1980, plaquinha comemorativa do Rotary Club, etc.
Nas quatro horas de ônibus de volta pro Rio eu torrei quase toda a bateria do iPod; quase uma "reintoxicação" com o clima de cidade grande...
E foi assim... vou continuar indo pra lá, toda semana, pelos próximos seis meses. Talvez agora que estou em três projetos ao mesmo tempo, em três cidades diferentes (Rio, São Paulo e Windturn City), eu consiga me cansar dessa vida de viajante. Ou não.
Sim, ele vive
2006-09-01 01:46:00 +0000
O blog tá meio desmaiado, mas eu estou bem vivinho da silva.
É muito difícil conciliar a vida de blogueiro e "dono-de-casa", principalmente nos dias logo após o casamento e a lua-de-mel. Na terça-feira, por exemplo, eu passei o dia arrumando casa e botando roupa pra lavar.
Pois é... casar é bom, mas tem dessas coisas: as roupas deixam de ser auto-limpantes.
Pra piorar mais as coisas, voltei a trabalhar na quarta. Mas aos pouquinhos: fui ao Rio e voltei hoje mesmo, e só volto pra lá na terça que vem. E nesse meio tempo eu tive meu primeiro episódio sério com os taxistas de lá...
Foi logo que pousei no Galeão, na quinta de manhã. Entrei no táxi e falei: "Toca pro Leblon". A corrida normalmente leva meia hora e custa por volta de R$ 30. Mas no táxi que peguei, só a bandeirada já estava dando mais de R$ 7. E o taxímetro ia pulando nervosamente... mas tão nervosamente que, minutos depois e mal saído do aeroporto, a corrida já estava em R$ 17.
- Meu amigo... - disse eu, com a voz mais tranquila do mundo - quando eu vou pro Leblon a corrida fica mais ou menos em trinta reais, e seu taxímetro já tá marcando quase R$ 20...
- Colé irmão, cê tá enganado...
- Não estou não, seu taxímetro tá meio nervoso, a gente mal saiu do aeroporto e a corrida já está mais da metade do que eu normalmente pago...
- A gente está quase chegando já, já passou mais da metade do caminho...
- Tá maluco? A gente mal entrou na linha vermelha!
Aí o cara percebeu que eu não seria enganado e usou o plano B:
- Pô aí, então vamo fazer assim, eu vou te cobrar a tarifa da cooperativa, que é R$ 32, e não se fala mais nisso...
E desligou o taxímetro. No ritmo que ele estava, a corrida ia dar mais de R$ 100 fácil, fácil. Mas com a tarifa "da cooperativa" (entre muitas aspas) combinada e o taxímetro desligado eu relaxei e coloquei de novo os fones do iPod no ouvido...
Aí os leitores atentos do blog se perguntam: "Como assim, iPod?". E eu respondo: o meu planejamento financeiro pré-casório foi tão eficiente que eu pude reservar uma graninha para um auto-presente de casamento...

Yeah, baby. A felicidade tem 30 GB e cabe todinha aí dentro...
Pois é... eu fiquei com o iPod Video de 30 GB, e Bethania com o Nano de 4 GB.

Esse é o da Bê. Casal que iPoda unido, permanece unido...
Mudando de assunto, acho que amanhã sai o mega-post contando da lua-de-mel. Aguarde...
É hoje!
2006-08-12 21:46:00 +0000
Faltam apenas 3 horas para o casamento...
Estou curtindo meu "dia do noivo" que, até o momento, consistiu em:
Acordar às oito da manhã
Levar as malas da viagem de amanhã pra casa do André e da Ju, um casal de amigos e padrinhos do casamento que vão viajar na lua-de-mel conosco (sim, é sério!)
Participar de uma reunião de trabalho às 10:30 da manhã (sim, é sério!)
Almoçar uma comida de microondas qualquer em casa
Dormir até as cinco da tarde
Escrever este post. De cueca!
Acrescente aí um telefonema do cara do cerimonial de meia em meia hora e tem sido mais ou menos assim a minha rotina.
Por sinal, o cara do cerimonial chama-se André e foi muito bem recomendado por uma amiga nossa. Alguns meses atrás nós tivemos uma reunião com ele para combinar os detalhes do casório. Nesse dia, quando o vi pela primeira vez, percebi duas coisas importantes: a primeira, e já esperada, é que ele era gay. A segunda é que ele estava maquiado...
Nada contra ele ser gay, eu até prefiro. Os gays tendem a ser infinitamente mais competentes nessas áreas. Mas a maquiagem estava me incomodando: durante a reunião eu não conseguia tirar os olhos do rosto dele, coberto por um pó branco. Parecia photoshop, só que ao vivo.
No fim da reunião ele acabou explicando o que diabos era aquilo:
- Gente, desculpem o meu rosto assim... é que hoje eu fiz um peeling...
Aí, só pra me fazer pagar a maior língua, eu estou aqui aguardando Bethania me ligar pra dizer a que horas eu vou no salão passar maquiagem também. Ela está bem preocupada com o jeito que a gente vai sair nas fotos, disse que não queria "testa brilhando" em nenhuma delas. E nem queria que eu ficasse mais baixo que ela. Por isso, antes do casamento, devo passar numa papelaria e colocar algumas borrachas Faber-Castell no calcanhar dos meus sapatos.
Ah, os micos que a gente paga por amor...
Outra coisa que fiz "por amor" foi gastar dinheiro num terno novo para o casamento. Ele custou o equivalente ao PIB de um pequeno país africano, mas valeu cada centavo. Por sinal, eu tive certeza que estava gastando bem além do meu padrão usual quando notei que o presidente da empresa em que trabalho estava na mesma loja comprando umas camisas...
Bem, é isso. Deixa eu ir ali me casar. Daqui pra frente, atualizações só via celular, direto da Argentina e do Chile. Se eu não postar nada nisso aqui, principalmente na segunda semana de viagem, é porque estarei ocupado esquiando como um louco pelos Andes. Até mais...
E, Bethania, eu te amo :)
Casório countdown: É amanhã!
2006-08-11 14:35:00 +0000
...mas no Orkut já está atualizado.
Casório Countdown: DOIS dias...
2006-08-10 15:28:00 +0000
Pois é, preparar um casamento e atualizar um blog são tarefas mutuamente exclusivas, como vocês devem ter notado.
A maioria das coisas do casamento já está resolvida. Eu e Bethania já até estamos devidamente "acondicionados" no nosso novo lar. Modéstia à parte, a reforma e decoração do apartamento ficou excelente. Depois eu boto algumas fotos aqui.
Agora só falta lidar com a miríade de coisinhas pra resolver. É até engraçado como as coisas simples dão trabalho: outro dia eu fiquei duas horas perambulando pela cidade pra conseguir comprar cabides. Até brócolis ninja eu achei pra comprar, mas cabide que é bom...

Os probleminhas de casa que a gente andou resolvendo são até engraçados: tive que comprar uma extensão pro fio da máquina de lavar, que não chegava até a tomada (faltava apenas um centímetro!). Depois, tivemos que trocar praticamente toda a roupa de cama, porque a cama era maior que os lençóis. E no fim do dia, apesar de ter fogão, xícaras, colheres e vasilhas, não dava nem pra fazer um cafezinho porque não tinha gás. Mas tá tudo se ajeitando.
A partir de domingo estarei, oficialmente, em lua-de-mel. Se o roaming da Tim colaborar comigo, devo mandar pequenos posts para este blog via celular mesmo.
P.s.: Vocês viram a história da porta do avião da Tam que caiu em pleno vôo né... semana passada eu entrei num vôo da Gol, senti calor e fui ligar aquele ventiladorzinho de cima do assento. Assim que botei a mão nele ele se soltou e caiu pra dentro do painel.

Meu dedo ficou meio "alien" nessa foto, eu sei.
Primeiro post!
2006-08-04 14:40:00 +0000
Bem, primeiro post no apartamento novo... ainda tá uma bagunça mas o computador já tá montado (por sinal, em cima da bendita mesa da Tok&Stok). Olha aí.

Casório News - 11 dias e contando
2006-08-01 21:04:00 +0000
Pois é, em onze dias a minha aliança vai pular de dedo...
Tá quase tudo pronto, a mobília encomendada tá que chega. Inclusive, outro dia, Bethania me ligou pra contar:
- Zé... o aparador da sala chegou hoje! Ficou lindo!
- Que bom!
- Já até peguei o som e montei em cima dele... e peguei aquele seu CD do Yo La Tengo que é todo coloridinho e coloquei nele pra enfeitar, ficou ótimo!!

O som e o CD do Yo La Tengo, que ficou tê-u-dê-ó!
Sábado passado teve "chá bar" (ou seja, chá-de-panela em que os dois noivos participam). Começou às cinco da tarde. Lá pelas oito, um dos tios de Bethania me enganou direitinho: botou um violão na minha mão, me jogou no meio de todo mundo e falou: canta uma música aí.
Quando vi, estava cantando "Te Devoro" (!!!) música de (Deus que me perdoe!!!!) Djavan. Só que eu não sabia a letra e improvisei com frases do tipo:
Teeeus sinais... eu não sei o que mais tem na letra mas termina com 'te devoooroooo'...

Eu (à direita), abrindo mão de todos os meus princípios éticos musicais. Foto by Luiz Otávio (eu acho)
Mais tarde teve a clássica brincadeira de adivinhar os presentes com os olhos vendados. Para surpresa geral eu acertei itens impossíveis, como um galheteiro, uma panela de fondue e, o mais cabeludo deles, uma centrífuga de vegetais para salada (que muita gente sequer sabia que existia). A farra foi acabar só as duas da manhã, e sobrou pra mim e pra Bethania a arrumação do salão.

Canjica: ela é meio calada, mas é
uma boa passageira.
Às três da madrugada eu me peguei numa cena totalmente surreal: no carro, dirigindo a não mais do que 10 km/h. No banco do passageiro, com cinto de segurança e tudo, uma panela de uns 50 litros, cheia de canjica que sobrou da festa, com seu conteúdo balançando perigosamente. O destino? Abrigo Belo Horizonte, uma espécie de asilo pra gente do interior que vem pra capital procurar emprego e não tem onde ficar...
Por sinal taí uma boa dica: o Abrigo Belo Horizonte recebe doação de comida 24 horas por dia e é uma boa solução pras sobras de alguma festa ou evento que acabar no meio da noite. O telefone de lá é (31) 3274-1420
Mas, depois de carregar muuuuitas outras coisas, fui dormir às cinco da manhã. Às onze eu já estava no carro, levando cerveja consignada pra devolver. Eu não contaria esse tipo de coisa no blog, não fosse por um diálogo que ouvi no bar quando eu estava devolvendo a dita cuja:

Seu João pegando o "contraste"
- Ei, Seu João... (disse o balconista)
- Sim? (responde o Seu João, que estava tomando uma cerveja no balcão)
- Não vai tomar o contraste hoje não?
- Ah, sei lá...
- Deixa disso, cê sabe que vai querer mesmo...
- Tá bom, vai...
E o balconista pega a garrafa de whisky e serve uma dose pro Seu João. Nunca achei que whisky fosse ter um apelido tão científico...
Na segunda, dá-lhe mais casório: passei uma hora e meia no telefone com a Telemar e com o Terra, pra conseguir instalar um Velox na minha nova casa. Mas valeu a pena: consegui o aluguel do modem totalmente de grátis. E à tarde foi o momento "faça você mesmo": fiquei montando a bendita mesa da Tok&Stok. Por sinal, a única resposta que recebi do email que mandei foi que a mensagem foi "encaminhada para o setor responsável". Ah tá...
Veggie-Fu
2006-07-27 02:45:00 +0000
E ontem eu e Bethania fomos almoçar num restaurante grego em que um dos pratos tinha o seguinte ingrediente: brócolis ninja.
Eu juro. Olha aí a foto.


O cardápio (à esq.) pra não me deixar mentir, e (à dir.) o brócole prestes a atacar...
Apesar disso, em nenhum momento ele saiu dando voadora ou desapareceu numa nuvem de fumaça. Que decepção.
Casório Countdown
2006-07-24 12:57:00 +0000
Faltam só 19 dias...
Sexta passada eu tava no Rio, bem mal de sinusite, e fui mais cedo pro aeroporto, tentar remarcar meu vôo pra voltar antes do previsto. Não deu certo e, de quebra, consegui um novo personal chá-de-aeroporto record: cinco horas atoa no Galeão, vendo a Rede Globo gravar entrevista com o pessoal que ficou sem vôo por causa dos cancelamentos da Varig.
No fim de semana eu já estava um pouco melhor e deu pra reiniciar a maratona de entrega de convites do casamento e de arrumação de casa. A máquina de lavar, presente de um casal de padrinhos (valeu padrinhos!) chegou no sábado. Bethania passou no apartamento mais tarde e aproveitei pra mostrar a máquina pra ela. A reação dela foi hilária:
- Ooohh, a nossa máq.... TA ARRANHADA!!!
- Quê?
- Aqui, ó!! Tá arranhada!!
E apontou para a emenda da peça de plástico da tampa. Ela só sossegou quando eu mostrei que tinha um "arranhão" igualzinho, simétrico, do outro lado da tampa.
Acho que nós dois estamos ficando meio doidos com a correria. Eu, por exemplo, sonhei um dia desses que Luiz, meu primo, tinha sido dado como morto na Internet e as pessoas começaram a fazer piada com as fotos dele e espalhar por tudo que é lado. Mais ou menos como se espalhou aquela história do sanduíche-iche. Isso não é coisa de gente normal.
Coisas pequenas demais para virar post mas grandes demais pra não irem pro blog
2006-07-21 17:36:00 +0000
Esqueci de contar que estarei de férias toda segunda e terça até o dia do casamento.
O lado bom? Putz, é férias, e vai dar pra resolver um tanto de coisa do casório.
O lado ruim? Eu recebo por dia trabalhado, portanto...
Fiquei feliz ontem: fiz meu cooper quarta-feira, em Copacabana, e nenhum velhinho me ultrapassou como da última vez. Culpa do Rather Ripped, disco novo do Sonic Youth que ouvi durante os exercícios. Ainda acho que Incinerate vai ser a música do ano de 2006...
Aí quinta minha garganta ficou ruim e na sexta veio outra crise de sinusite.
Eu sempre curti aquela mensagem de erro do Flickr que dizia que o "Flickr is having a massage"
Aí vi no Cool Hunting que eles inventaram uma ainda melhor: aparecem dois círculos grandes na tela e uma mensagem dizendo: "Arrrgh! Nossa tubulação entupiu toda!". E mais abaixo instruções sobre o que fazer enquanto o Flickr não volta: imprimir aquela página, colorir os círculos como quiser, tirar uma foto, mandar pra lá e concorrer a uma conta Pro por um ano. Genial...
Luiz tinha razão, DJ Shadow é bom mesmo.
Sou só eu que acha ou a Cow Parade de Belo Horizonte realmente tá um lixo?
Tente dizer a seguinte frase em três segundos:
"Serviço de relacionamento com o cliente Gol informo que esta ligação está sendo gravada Solange bom dia um momento"...
Foi o que a mulherzinha do 0800 da Gol acabou de fazer aqui.
O novo carioca
2006-07-12 13:46:00 +0000
Ontem eu pousei no Rio, entrei no táxi, o taxista puxou conversa...
- E aí, São Paulo tá com chuva?
- Nada... hoje até fez sol...
- Viajou pra lá hoje?
- Não, fui ontem...
- É bom voltar pra casa, né irmão?
- Uhh... mas minha casa é em Belo Horizonte!
- O quê?? Você não é carioca??
- Não, ué... o que te fez pensar que eu era carioca?
- Pô, tu tá com todo o sotaque...
Isso é um mau sinal. Tá certo que, daqui pra frente, nenhum taxista vai querer me enganar por achar que eu sou um forasteiro, mas... isso é realmente um mau sinal.
TOP 5 razões pelas quais foi bom o Brasil ter sido eliminado da Copa
2006-07-04 19:18:00 +0000
Os jornais vão dar mais notícias de verdade e menos notícias do tipo: "A devoção de Dona Lindusnéia, esposa do preparador físico da seleção, que reza todo dia pelo Hexa"
Ninguém mais vai buzinar na sua orelha com aquelas cornetas malditas
Os bêbados que brigam e dão tiro nos outros, ou que matam gente no trânsito, vão voltar a "atuar" apenas nos finais de semana.
O preço das TVs vai cair. Com meu casório chegando, o timing não podia ter sido melhor.
Todas as camisetas, bonés e brindes com os dizeres "rumo ao hexa" continuam valendo pra próxima copa :)
Perguntas
2006-07-04 15:19:00 +0000
Fim-de-semana? Foi porreta. Teve festa "julhina" do prédio de um amigo meu (que também lê este blog. E aí, Gabriel, beleza?)
Teve o kit básico de festa junina: comida típica, quadrilha e um bingo no final. O bingo foi interessante: tinha um legítimo "cowboy viado" cantando os números. E eu estava com sorte e acabei completando a cartilha. Aí corri todo orgulhoso para pegar o meu prêmio. Na hora de conferir os números... faltava o 28.
Eu queria sumir. O cowboy viado pegou o microfone e disse:
- Ahhh gente, ele não ganhou...
E emendou uma péssima piadinha:
- Ele é um boy... um boy... um boiola!
Esse foi um daqueles momentos em que, se eu tivesse uns oito anos de idade, iria ficar traumatizado pelo resto da vida e precisar de um analista para superar minha fobia de cowboys e bingos. Mas só fiquei sem-graça mesmo e voltei pra mesa.
Alguns minutos depois, o cowboy pega o microfone e, para minha surpresa...
- Aquele rapaz que faltava o número 28, pode voltar aqui por favor... o número tinha saído mesmo...
Casamento? Vai a todo vapor. Só que eu fico meio inútil porque passo a semana inteira longe de casa e Bethania é que acaba resolvendo tudo.
Tem gente que acharia isso uma beleza, mas eu me sinto culpado. Aí hoje de manhã resolvi ajudar Bethania e montar, sozinho, a lista do casamento no site do Ponto Frio.
Passei metade da manhã escolhendo produtos. No final, a lista tinha a estupefaciante quantidade de seis itens.
Depois do almoço Bethania me aparece no MSN e manda um link pra lista que ela fez nas Lojas Americanas, "no restinho da hora de almoço", disse ela. Dezenas de itens, todos muito mais bem escolhidos que os meus.
"Tudo bem, de noite eu vou pro hotel e faço alguma coisa", pensei. Adivinha se a internet de lá estava funcionando...
Algo mais?
Sim, tem o fato de que eu recebi a coisa mais improvável do mundo: um spam, pelo correio, num envelope escrito à mão.

Na foto eu nem borrei o telefone do alfaiate que é pra vocês alugarem alguma coisa com o cara, porque ele deve realmente estar precisando.
Primo in Rio
2006-06-23 03:50:00 +0000
Trocaram a gente de hotel aqui no Rio.

No novo quarto tem essas garrafinhas de bebida, e deixaram um vinho de cortesia em cima da cama. Não sei se me sinto lisonjeado ou fico revoltado por me acharem um alcoólatra...
Outra coisa boa do hotel é a Internet. Quando cheguei, fui chorar na recepção por causa do preço (R$ 0,20 por minuto) e acabei descobrindo que ela era grátis pro pessoal da nossa empresa. Pra completar, ela é tão rápida que dá medo: chega a 200 kb/seg fácil em qualquer download besta via HTTP.
Falando em medo, lembram do piloto da Varig que fez uma aproximação assustadora do Aeroporto Santos Dumont? Pois é, o da TAM, da terça passada, fez uma pior ainda...

Aproximação normal (em azul), da Varig (em vermelho)... e a nova, a da TAM (em amarelo)
Mudando de assunto, esses dias recebi meus primeiros parabéns virtuais pelo casamento, que é em agosto. Foi pelo blog, nos comentários do post aí embaixo.
Ontem eu me peguei trocando mensagens "melosas" com Bethania pelo celular. Fiquei pensando... quase sete anos juntos e ainda temos essas coisas de namorados. Acho que é por isso que eu estou 100% confiante que vai dar certo...
Patins e artes cênicas
2006-06-20 16:02:00 +0000
Ah, o feriado. O feriado serviu, basicamente, para preparativos do casamento, que se aproxima em altíssima velocidade.
O feriado era de Corpus Christi, portanto eu e Bethania fomos pagar nossos pecados fazendo uma peregrinação pelas lojas de móveis de Belo Horizonte. Consegui a proeza de gastar quase 40 litros de gasolina em quatro dias, e muitos outros dinheirinhos com mobília. A coisa tava tão preta que eu e Bethania estávamos pechinchando até na hora de comprar um varal.
Mas como diria Jack Torrance, muito trabalho e pouca diversão fazem de Jack um bobão, então aproveitamos uma das noites para conhecer um restaurante chamado Esopo.
O Esopo é obra de um cara que fez um restaurante no seu ateliê de pintura e que contratou atores para se vestirem de pierrôs e ficarem fazendo brincadeiras com os clientes a noite toda. Os pierrôs trocam o pessoal de mesa, levam o pessoal pra dançar no palco, declaram poesia, é uma balbúrdia. Mas uma balbúrdia divertida.

Momento "todos dançando e rodando" no palco...
Teve também um momento "castanholas", onde uma senhora, vestida num vestido preto de bolinhas brancas, saiu clac-claquezando, rodopiando por entre as mesas e gritando coisas em espanhol, completamente despirocada, como se tivesse tido uma overdose de guaraná em pó. Ela levou um pessoal para o meio do palco e sapateou com o público. E para horror geral, ela levantava a saia para mostrar como era o sapateado. Mas levantava a saia TODA. Eu ainda estou com essa imagem impregnada no meu cérebro.
E o ponto alto da noite foi numa hora em que os pierrôs e umas dançarinas de flamenco estavam no palco com alguns clientes, e de repente um senhor, baixinho, barbudo e grisalho, sobe no palco e começa a gesticular com as mãos para o alto, e depois começa a "comandar" as bailarinas com gestos e poses estilo "eu sou foda pra caralho", como se ele fosse um deus, completamente alheio à movimentação do resto do pessoal. A "performance" dele foi tão autista que até os garçons pararam pra ver.
Era ninguém menos que o dono do lugar...
O cara é o típico artista doido. Atrás do palco fica uma tela enorme de 4 metros de altura e 8 metros de comprimento, intitulada "O Equilíbrio Humano", que levou 4 anos pra ser pintada (e outros 15 só de preparação, estudos e concepção). Não perca a explicação da tela, dada pelo próprio autor, no site.
Em outra das noites, após a peregrinação obrigatória, fomos experimentar um ringue de patinação no gelo que montaram num shopping. Levei de brinde algumas bolhas nos pés e essa foto aí do lado, que minha irmã bateu. É de um gayzinho que passou horas rodando, como uma bailarina, no centro do ringue.

Nunca imaginei que ser gay fosse uma coisa tão... gay.
O Primo no Circo
2006-06-20 15:42:00 +0000
Pois é, o Stankowich estava na cidade, e Bethania deu a idéia de levarmos meu irmãozinho, que nunca havia visto um circo de verdade.
No início ele não queria ir, estava com medo, e nós todos empolgados: "Vamos, Gabriel! Você vai gostar!". Aí, depois de entrarmos, aconteceu o contrário: ele ficou achando tudo o máximo, e nós... com medo. Porque o circo era muito tosco.
O espetáculo começou com os números de sempre: uns equilibristas, uma dupla de trapezistas (mãe e filha), um "semi-mágico" que entrou no palco fingindo ter quatro pernas... mas o pior eram os mini-shows de dança.

O horror, o horror...
As dancinhas apareciam toda hora, pra encher linguiça enquanto o pessoal arrumava o palco entre um número e outro. Os figurinos eram absolutamente medonhos, muitas vezes quem dançava eram os artistas dos números anteriores, e a coreografia era de lascar.
O intervalo do espetáculo foi o mais engraçado: tinha um filhote de tigre acorrentado num banquinho, posando para as crianças tirarem foto com ele. Aí fomos eu, Bethania e meu irmão. Pouco antes do fotógrafo (que também dançava e que também era um dos trapezistas) bater a foto, ele comentou com um colega próximo:
- Putz, que bom que o tigre está quietinho hoje...
- É, nos outros dias foi complicado, ele tava agitado...
E eu ali, a meio metro do bicho, com meu irmão no colo. Pra piorar, pouco antes de voltarmos para debaixo da lona, aparece meu cunhado:
- Zé... o circo quase pegou fogo!!
- Como assim?
- Aquele letreiro escrito "Stankowich" que fica em cima do palco deu curto-circuito e começou a queimar... o pessoal correu pra lá com uns extintores e apagou...

E tem mais: o começo da segunda parte do espetáculo era o número do domador. Com três tigres. Eu rezei o tempo todo para nenhum deles tentar fugir (porque não dava pra confiar na jaula).
Felizmente, nada de errado aconteceu e, muitas dancinhas bizarras depois, o espetáculo terminou sem maiores incidentes. Fomos embora dando risada e repetindo o bordão do narrador das atrações:
- E agora, o trapezista, no mmmmácsimo de seu número...
Corremos risco de morte, mas foi o mácsimo.
Uma semana de conteúdo num único post
2006-06-09 18:36:00 +0000
É estranho. Antes eu tava com insônia. Agora eu durmo sete, até oito horas por noite, mas continuo acordando com uma cara de "fui para a balada, saí às seis da manhã, só tomei um banho e já estou aqui trabalhando de novo".
Se pelo menos minhas olheiras tivessem essa justificativa ainda estava bom. A coisa mais radical que fiz ontem à noite foi assistir O Silêncio dos Inocentes na tevê, pela quinta vez. Eu adoro esse filme, ele se torna cada vez mais genial toda vez que assisto.
Por sinal, ele consegue uma proeza que poucos filmes conseguem: ser bom até na versão dublada...
Falando nisso... um filme que fica melhor que o original quando dublado é O Grande Dragão Branco, crááásico com Jean Claude Van Damme. O mais legal é o final: mesmo cego, ele derrota Chong Li, segura-o pelos cabelos e grita: "Diga!! DIGA!!!"
Fica tão tosco que fica legal.
Ficar no Rio de Janeiro tem um inconveniente: todo lugar que eu vejo dispara uma música na minha cabeça.
Ao ver o Cristo Redentor: "No Corcovado... quem abre os braços sou eu..." (Paralela, música de Belchior)
Passando por Copacabana: "Copacabana, princesinha do mar..." (Copacabana, de Braguinha e Alberto Ribeiro) ou a Copacabana em inglês, de Barry Manilow, que de geografia não sacava nada:
"At the Copa... Copacabana...
The hottest spot north of Havana..."
Ao pousar no Santos Dumont, o nível melhora: Samba do Avião, de Tom Jobim:
Minha alma canta
Vejo o Rio de Janeiro
Estou morrendo de saudades
(...)
Cristo Redentor
Braços abertos sobre a Guanabara...
Aí o táxi passa por Ipanema e dispara na minha cabeça a mais manjada de todas: a Garota de Ipanema. Só que na versão do dueto de João Gilberto com uma mulher que eu não faço a mínima idéia de quem é e que canta em inglês.
O síndico do meu prédio deixou uma carta no nosso apartamento semana passada. Dizia assim:
"Srs. Condôminos,
Viemos através desta, solicitar à todos os moradores do Ed. XXX que respeitem a lei do silêncio, pois alguns condôminos tem reclamado do excessivo barulho de ruídos que incomodam a boa convivência em um condomínio..."
Além de zeloso, o cara é um gênio da língua portuguesa.

E meu notebook está oficialmente indo para o saco. A lista de problemas dele é:
1) A tela não para mais em pé e eu tenho que usar uma caneta como alavanca (foto) pra conseguir trabalhar
2) O plástico da beirada da tela está trincado (na foto dá pra ver mais ou menos isso, no canto inferior direito)
2) Ao ligar, eu preciso empurrar a gaveta do drive de CD pra dentro com o dedo, caso contrário dá um "IDE #1 ERROR" e o micro não inicializa.
3) Faltam vários parafusos da parte de baixo do notebook. Está assim desde aquela vez em que o notebook foi pra conserto na péssima SOS Notebooks...
4) Ao andar com o notebook na mochila, a tela acabou arranhando ao se "esfregar" na superfície do teclado.
5) A bateria não dura nem o suficiente para ligar o computador: morre antes da tela de login do Windows
6) A saída do alto-falante (aonde a caneta está apoiada na foto) está amassada. Foi uma vez que coloquei a mochila nas costas e, no balanço da mochila, ela bateu na quina de uma mesa.
O Rio, os velhinhos e o esqui na neve
2006-06-07 18:21:00 +0000
Momento "cadê minha câmera quando eu preciso dela": sabe aqueles superholofotes que o pessoal instala em festas e que projetam um facho de luz que vai até as nuvens?
Tinha um desse na Praia de Botafogo, ontem à noite, quando eu me aproximava do Aeroporto Santos Dumont. A orla, as luzes da praia, e esse holofote, visto de cima, compuseram a foto mais linda que eu poderia ter tirado e não tirei.
Esta semana o hotel está infestado de velhinhos. Literalmente infestado. É uma excursão, ao que parece.
E, como eu estou em Copacabana, os velhinhos estão por todos os lados. Pois é... nunca achei que "menos de 60 anos" fosse uma minoria étnica tão... mínima por aqui.
Semana passada arrumei uma motivação para voltar a fazer exercícios: a viagem de lua-de-mel. Mais precisamente... o esqui previsto para a viagem da lua-de-mel.
Eu fiquei terrivelmente viciado depois que esquiei no Canadá. Lembro que, numa das vezes que fomos a Blue Mountain, a simples visão da montanha e dos esquiadores descendo pela neve, conforme o carro ia se aproximando dela, já me deixava desesperadamente ansioso. Eu me lembro como se fosse hoje: a gente demorou mais ou menos 40 minutos pra estacionar, fazer check-in, deixar as coisas no quarto e sair. Foram os 40 minutos mais longos da minha vida.
A gente ficou dois dias na montanha. No segundo dia, todas as juntas do meu corpo doíam, e tinha um hematoma enorme na minha coxa direita. E eu não conseguia parar.
Não sei explicar por quê, mas o troço é realmente muito bom. Já faz mais de um ano que eu não vejo um par de esquis, e essa "síndrome de abstinência" com hora pra acabar têm funcionado como excelente motivação.
O careca da capa da revista
2006-06-06 18:17:00 +0000
Aqui no flat em São Paulo, de vez em quando a gente encontra no elevador com o vizinho do quarto ao lado. É um cara sorridente, que tem uma tatuagem enorme na cabeça e que toca violoncelo de vez em quando.
Aí hoje na hora do almoço eu passei em frente a uma banca de revistas e eis que lá está nosso vizinho na capa da Web Design...
Coisas que você só descobre quando vai se casar
2006-06-06 13:09:00 +0000
Existe uma Associação de Culinaristas que cuida, entre outras coisas, do padrão para altura de bolos de casamento (que é de 8 a 10 centímetros)
Antes de você conseguir casar-se no civil, é preciso ir ao cartório e emitir um documento oficial dizendo que você e sua noiva pretendem casar-se. O pior é que este documento imbecil custa R$ 169,65.
Quando começamos a reforma do apartamento onde vamos morar, ouvi de várias pessoas o seguinte conselho: "Você vai gastar o dobro de tudo que orçar para a reforma"
Achei que era exagero. Não era...
Existem, literalmente, centenas de variações de amarelo que você pode usar para pintar a parede da sala da sua casa.
Quando você finalmente escolher uma... a sua noiva vai querer outra.
Falando em escolhas, para escolher o que o buffet vai servir na sua festa, não tem jeito: você vai até o buffet e come TODAS as opções de salgadinhos e docinhos que o buffet tem.
É divertido, mas só nos primeiros 10 minutos.
E, segundo os amigos que se casaram antes de mim, na festa mesmo você não consegue comer nem beber nada...
Sexo, Pandora e câmeras fotográficas
2006-06-01 18:22:00 +0000
Ontem à noite, já debaixo das cobertas, ouvi um gemido feminino:
Ooohhh... aaaahhhh.... oooohhh....
Era o casal do quarto ao lado fazendo sexo. Ou isso, ou a menina estava suspirando de amor muito efusivamente...
De vez em quando eu bato com a cabeça na parede aqui e me pergunto como pude ser burro o suficiente de não ter usado direito o Pandora.com antes...
Ontem por exemplo eu criei nele uma rádio personalizada que tocava um estilo equivalente a Nightmares on Wax com Kid Koala. O resultado foi um psychedelic turntable groove funky motherfucking shit que eu ouvi viciosamente a tarde toda. Altamente recomendado.
Pergunte a qualquer bom fotógrafo o que é necessário pra se fazer uma boa foto, e a última coisa que ele vai te dizer é "uma câmera de última geração cheia de lentes boyzadas". A maioria dos bons fotógrafos concorda que uma boa foto reside no olho de quem tira, e não na câmera utilizada, ou seja, um bom fotógrafo tira boas fotos com qualquer câmera.
Eu estou tentando exercitar isso aí com a câmera do meu telefone celular...
Funk & Fast Food
2006-05-19 21:32:00 +0000
E tou aqui mandando uns emails no aeroporto quando de repente, alerta vermelho: está tocando funk em algum lugar.
Tira a camisá!
Tira a camisá!
Tira a camisá!
Levanta pro alto e começa a rodá!
Aí eu levanto os olhos e tem uma criança, com pouco mais de 1 ano de idade, segurando um celular na mão. E o celular tocando esse funk aí na maior altura. E, mais adiante, estava a mãe desnaturada da menina, achando a maior graça.
Fiquei sonhando com um mundo perfeito onde o Estatuto da Criança e do Adolescente teria um artigo chamado "violações e maus-tratos envolvendo funk"...
Virou um costume social estranho o hábito de encher o saco de quem fuma com aqueles papos de "não é saudável", "você vai morrer de câncer" e o escambau.
Até então eu achava que era só com cigarro.
Aí hoje estávamos eu, meu laptop cheio de serviço atrasado e uma promoção número 1 do McDonalds na minha frente. Entre uma batatinha e outra me aparece uma funcionária (desconhecida) toda serelepe, e diz:
- Que cheiro de McDonalds é esse??
Ela se vira e vê a famosa sacolinha de papel pardo do lado do meu computador.
- Ooolha olha hein! Isso aí não é nada saudável! Sabe quantas calorias tem essas batatinhas?
Dentre todas as respostas que pensei uma das mais legais era: "Calorias de sobra pra me dar energia suficiente pra te mandar ir para a puta que pariu". Mas acabei optando pelo sorriso amarelo de sempre.
Aí, na hora de ir embora, um colega veio me chamar pra dividirmos o táxi. Viu a sacolinha de papel pardo e também não resistiu:
- Cara! Isso aí é terrível, não pode não!...
Acho que da próxima vez eu vou comer escondido no banheiro.
Notícias do front - Que front?
2006-05-18 17:44:00 +0000
É, eu já saí de São Paulo. Vim para o Rio na última ponte aérea da terça-feira. Nunca peguei um vôo tão vazio: 150 lugares, apenas 30 deles ocupados (um deles pela Betty Lago, inclusive).

Outra coisa marcante do vôo foi a aproximação para a aterrisagem. Normalmente, antes do pouso, os aviões voam por longos minutos em linha reta, descendo devagarinho. Mas neste vôo eu estava distraído na janela, do lado direito do avião:
- Olha, o Cristo Redentor ali em cima... ei, peraí, como assim ali em cima?
Aí olhei pra baixo e as montanhas estavam perigosamente próximas do avião. O cume do Corcovado fica a 710 metros do nível do mar, e estávamos voando bem abaixo disso. Aí surgiu a praia de Botafogo e eu fiquei assustado: estávamos a 400 metros de altitude, voando para sudoeste, e o aeroporto estava apenas 3km ao norte!
Aí, de repente, o piloto começou a virar e descer ao mesmo tempo e no exato momento em que ele terminou a curva, a cabeceira da pista apareceu e o avião tocou suavemente o solo...

A linha azul é uma aproximação "normal". A vermelha é a que eu fiz...
Blue Monday
2006-05-15 14:10:00 +0000
Essa semana promete. No sábado eu comi alguma coisa que me fez mal, e agora meu intestino dói e não funciona. Além disso fiquei todo empolado e coçando.
Aí no domingo eu comecei com outra crise de sinusite. À noite, com o nariz congestionado, peguei um vôo (atrasado quase uma hora) e vim para São Paulo... que está um pandemônio de gente assassinada, ônibus incendiado, rebelião em presídio e o escambau. Aí dormi meio mal por causa do nariz entupido e às sete da manhã acordei no susto, com Gilberto Gil cantando dentro do meu quarto: o hóspede anterior esqueceu de desprogramar o rádio-relógio...
P.s.: Um detalhe: no vôo, logo na primeira fileira do avião havia uma mulher de iPod, óculos escuros e boné, usado bem pra baixo, pra cobrir o rosto.
"Aposto que é celebridade", pensei.
E era a Cicarelli...
Menino do Rio
2006-05-12 00:58:00 +0000
<;div style="float: right; margin-right: 1 em;">
Na terça à noite eu matei a minha vontade de pousar no aeroporto Santos Dumont. Já tinha ouvido altas histórias que a vista durante a aterrisagem é linda, que parece que o avião vai cair no mar, que você dá de cara com o Pão de Açúcar e o Cristo Redentor logo que pisa fora do avião e tal. Eu não tive a experiência completa porque estava de noite, mas achei muito divertido passar por cima da ponte Rio-Niterói (toda colorida dos faróis dos carros) e da Guanabara (toda colorida dos navios cargueiros). E realmente, parece que o avião vai cair no mar, já que só dá pra ver a cabeceira da pista meio segundo antes das rodas tocarem o chão. Sinixxxtro...
A quinta foi um dia de turismo no trabalho. Acordei cedo para uma reunião na Praia de Botafogo (a da foto ali em cima) e fiquei 50 minutos por lá esperando um colega da empresa-cliente. Quando ele chegou, descobriu que a reunião era no centro. Aí lá fomos nós para o táxi, mais atrasados do que nunca.

No final da manhã fomos almoçar no centrão. Antes, uma passada na rua sete de setembro pra ver uns livros. Até achei esse aí do lado, um marco da série de livros oportunistas, pois consegue pegar carona no vácuo de não apenas um, mas dois outros best-sellers.
Depois comemos num restaurante simplinho, galeto com comidinha caseira. Meu colesterol detestou, eu adorei. Na saída, passamos numa praça que eu não me lembro o nome, mas que me parecia familiar.
- Aê, essa praça aqui é o lugar mais fácil de ser assaltado aqui no Rio!... - disse meu colega.
E aí eu lembrei porque ela era familiar: sabe aquelas imagens da Globo, de trombadinhas batendo carteira de um monte de gente num mesmo lugar? Pois é, era ali. E eu com celular e carteira no bolso, notebook e câmera digital na mochila...
Ligar o chuveiro mas não me molhar
2006-05-08 13:22:00 +0000
O flat onde a gente fica aqui em São Paulo está cada vez melhor. Alguns posts atrás eu dizia, sobre o chuveiro do quarto: "...oscila o tempo todo entre os níveis 'congelar hóspede' e 'queimaduras de terceiro grau'".
Agora ele não oscila mais, porque está permanentemente no modo "queimaduras", já que, por incrível que pareça, nosso quarto está sem água fria... há duas semanas.
Voando baixo
2006-05-01 05:44:00 +0000

A traseira do meu Fiesta, verde, modelo véio...
Algumas pessoas falam que eu dirijo muito rápido. Para os meus parâmetros, minha "velocidade de cruzeiro" nas ruas de Belo Horizonte parecia normal.
Aí hoje um motoqueiro parou do lado do meu carro num sinal e disse:
- Puxa cara, esse carrinho aí anda, hein? É motor 1.6?
- Er... não, é 1.0...
Falando em voar, no site da Tam, item "Nossos Destinos", quando você clica em "abrir o mapa" para a América do Norte vem isso aqui...

George Whasington deve estar se remexendo no túmulo depois dessa.
Ah, tantas coisas...
2006-04-29 19:59:00 +0000
Fungos também tem senso de humor. Essa minha vida sedentária em quarto de hotel me deixou com... pé-de-atleta.
Descubra o que há de errado nesta foto...

No mais, não vejo a hora de ir trabalhar no Rio. Já estou pegando umas dicas no Orkut com o Governador da Califórnia...
Alguém me explica como diabos alguém recebe um salário para lançar um produto cujo nome é...

O Primo vs. A Feiticeira
2006-04-29 18:47:00 +0000
E como de costume lá estava eu, prestes a embarcar na rodoviária do Aeroporto de Congonhas.

Essa aí é a rodoviária!
Aí você pergunta: como assim, rodoviária em aeroporto? É que os portões do 13 pra frente ficam no piso inferior, e a gente tem que pegar um ônibus pra ir até os aviões.
Foi o que eu fiz nessa sexta. O ônibus parou em frente ao avião, abriu as porteiras e eu saí junto com a multidão. Aí notei algo estranho no decote de uma loira que passava, carregando o filho no colo:
- Credo, mas que peito mais bizarro, parece um disco de plástico querendo pular pra fora do decote...
Aí olhei o rosto da loira:
- Ah, é a Feiticeira, tá explicado...
Sim, era ela mesmo, Joana Prado, carregando Davi, filho dela com Vítor Belfort. Não dei muita idéia e entrei na fila pra embarcar.
Quase na porta do avião, eu estava de papo com uma colega consultora quando escuto a Feiticeira reclamando atrás de mim:
- Dá pra dar uma licencinha que tá ventando no meu filho??
Olhei pra frente e tinha uma fila de gente. Cheguei meio pro lado da maneira que podia pra ela embarcar logo, e ela passou na minha frente resmungando:
- Quanta falta de cavalheirismo...
Durante o vôo tava até engraçado: do meu assento eu via apenas a cabeça dela por cima da cadeira, e todas as cabeças dos homens em volta viradas pra ela...
Ele é carioca
2006-04-27 22:19:00 +0000
...e pelos próximos meses vou dividir meu tempo entre São Paulo e Rio de Janeiro.
Eita vida.
De uso invisível, especial para quem escuta...
2006-04-27 00:55:00 +0000
Dentre todas as coisas legais que eu trouxe do Canadá, nunca achei que uma das mais importantes seriam protetores auditivos.

Um clássico. Note a folhinha canadense na caixinha. As instruções estão no verso, em inglês e em francês
Agora uso esses protetores toda noite. É o único jeito de dormir quando se divide o quarto com alguém que ronca...
Breaking News
2006-04-20 18:08:00 +0000
Fui espirrar e o botão da gola da minha camisa arrebentou.
Ausência, malas, aeroportos e fotos
2006-04-19 04:34:00 +0000
Você sabe que está viajando muito quando, no quado de cortiça do seu quarto, encontra um bilhete pregado:
"Zé, não esqueça do seu pai! Ass.: Pai"
Os caras do Belle and Sebastian cantam uma frase assim: "I believe in traveling light"
Eu também. É engraçado como tudo que você precisa usar por uma semana cabe dentro de uma mala.

Cabe uma semana inteira aí dentro
De duas, uma: ou eu me planejo bem, ou me visto mal.
Nota mental: Não chegar em São Paulo por Guarulhos. É que eu passo mais tempo num táxi do que no avião.
Dessa vez ainda valeu porque eu pude ver duas preciosidades no caminho: Um depósito de materiais de construção chamado "Casanova" e um frigorífico cuja logomarca era a mesma do Chicago Bulls (eu JURO que é verdade).
Da série "fotos de celular"...

A clarabóia do Diamond Mall
De Páscoa eu ganhei este ovo aqui.
É que eu e Bethania combinamos de trocar livros em vez de ovos na páscoa. É mais saudável.
Pequenas alegrias: agora, quando abro/fecho meu celular, ele faz o mesmo barulho das portas do Doom quando estão abrindo/fechando.
Ah, bons tempos aqueles do Doom...
Mais da série "fotos de celular"...
Post duplo - agora com figurinhas!
2006-04-09 05:31:00 +0000
...tudo graças ao celular novo. Que beleza!
1) O Táxi Voador

Um dos muitos taxistas que eu vejo por semana
No meu MP3 player estava tocando Sigur Rós enquanto eu descia do avião, em Belo Horizonte, já tarde da noite de sexta-feira.
Só fui retirar os fones de ouvido ao entrar no banco traseiro do táxi. E aí notei que o motorista estava ouvindo a transmissão ao vivo do Axé Brasil no rádio. Os fones voltaram rapidinho pra dentro do ouvido.
Eu sei, não fui lá muito educado. Mas integridade mental é mais importante. E o táxi pegou a estrada (o aeroporto é loooonge) enquanto eu me distraía com a música.
Algum tempo depois notei que o mato da beirada da estrada estava passando mais rápido que de costume. Espichei o pescoço e olhei o velocímetro do táxi, que marcava... cento e quarenta por hora.
Não sei se foi o axé com aquele papo todo de "sai do chão", ou o fato de termos saído do aeroporto, mas o táxi estava voando baixo. Fiquei com medo, tentei colocar o cinto de segurança... e ele não travava na fivela. Estragado.
"Eu vou morrer muito hoje", pensei. Mas felizmente não foi dessa vez.
2) Essa porta é boa pra c...
Outro dia fui comprar coisas pra reforma do apartamento e achei essa preciosidade pra vender.

It's a fuckin' door, man!
Plantão Médico
2006-04-03 04:13:00 +0000
Sábado, pouco depois da meia noite. Depois de levar Bethania em casa, botei um set do Armin Van Buuren pra tocar no carro e saí pela via expressa.
No ponto da foto abaixo faltavam uns 2km pra eu chegar em casa. Eu sou o pontinho verde. O pontinho azul é um Fiesta, e o pontinho preto é um motoqueiro, todos deslocando-se a uns 60km/h da direita para a esquerda da foto.

De repente, o Fiesta vira à esquerda (o que era proibido naquele trecho). O motoqueiro, pego de surpresa, bate violentamente na lateral do carro. A moto voa para um lado, o motoqueiro voa até a mureta e pára estirado, imóvel, no chão.
Às vezes eu acho que exagero um pouco no sangue frio. Num espaço de cinco segundos eu parei o carro, dei um pause na música, desci do carro, apertei o botão do alarme (para trancar o carro) e corri até o motoqueiro.
Enquanto eu atravessava a rua, a motorista do Fiesta descia do carro:
- Liga pro resgate agora!! - gritei.
Notei que a motorista do Fiesta estava toda de branco e tinha uma cruz bordada na manga do guarda-pó que estava usando. Parecia ser médica. "Graças a Deus", pensei.
O motoqueiro estava desmaiado mas não tinha nenhum ferimento evidente. Um taxista, que também parou para ajudar, me ajudou a retirar o capacete do motoqueiro (pra ele conseguir respirar). Aí a médica, motorista do Fiesta, aproximou-se.
E é nesse ponto que a tragédia realmente começa.
A doutora simplesmente parou em pé do nosso lado, disse "ai meu Deus", colocou as costas da mão no rosto do motoqueiro (pra ver se ele tava com febre?!???), e falou:
- Ai, deixa eu ligar pro SAMU aqui... qual é o telefone mesmo?
O motoqueiro começou a recobrar a consciência aos poucos. Ainda grogue, ele levantava a cabeça, olhava em volta, depois apagava de novo. Um dos curiosos que estava perto disse:
- Acho que ele está alcoolizado...
- É, deve estar - disse a médica. A médica!!!
Eu mal podia acreditar, mas ela era realmente médica. Pediatra, inclusive. O tempo todo que passamos com o motoqueiro, aguardando a ambulância, ela não fez absolutamente NADA além de dizer imbecilidades do tipo:
- Esses motoqueiros, eles aparecem do nada né, eu nem vi ele...
Ou então:
- Vou ligar pro meu filho vir aqui ajudar, nem sei como que eu faço com o seguro desse carro...
Eu tive a triste impressão de que meu conhecimento de medicina, adquirido via episódios de E.R. na TV a cabo, era maior que o dela. Eu já fui atendido por médicos ruins. Vários, por sinal. Mas nenhum era tão incapacitado quanto aquela mulher.
Algum tempo depois o motoqueiro estava 100% consciente, mas gemendo e reclamando de muita dor na perna direita. Mais tarde confirmamos que ele tinha quebrado o fêmur. A polícia chegou e a doutora foi falar com eles. Botei a cabeça do motoqueiro no meu colo e fiquei esperando a ambulância chegar.
Levou só quarenta minutos.

A moto e o Fiesta. Na direita, a polícia e o pessoal do SAMU está amontoado sobre o motoqueiro.
Nesse meio tempo a polícia mandava ver nos formulários de ocorrência. Eles também não pareciam saber o que estavam fazendo: riscaram de giz o local onde a moto e o carro pararam, mas não tiraram fotos ou registraram nada. Depois liberaram o trânsito, e os pneus dos carros que passavam apagaram as marcas de giz. Genial.
Pra piorar a minha birra com a doutora, eu ainda tive a impressão de que ela queria dar outra versão do acidente para os policiais, e só não fez isso porque sacou que eu não ia deixar.
Quando os paramédicos do SAMU chegaram eu fiquei esperançoso de que alguém com um mínimo de capacidade técnica iria ajudar. Talvez eu até precisasse falar como na tevê para ajudá-los: "Moto versus carro, a vítima tem 34 anos, sinais vitais normais mas ficou inconsciente logo após a batida, dor na perna direita"...
Minha esperança durou quinze segundos: os paramédicos tinham a cara mais fechada do mundo. Um escravo trabalharia com uma cara mais feliz que a deles. Apesar do tratamento meio bruto, o pobre do motoqueiro conservava a boa educação mesmo quando gemia enquanto eles imobilizavam a perna quebrada:
- AI AI AI devagar por gentileza! Ai!! Aaaai!!
Depois que botaram o motoqueiro na ambulância, deixei meus dados com a polícia (como testemunha), me certifiquei que os policiais sabiam da minha versão do acidente - praquela médica vagabunda não enrolar ninguém - e fui pra casa dormir.
Dormi meio frustrado de não ter entrado numa faculdade de medicina. Era a minha segunda opção de carreira, quando veio a época do vestibular. Mas na época eu achava o vestibular muito difícil e optei pela computação. Ao longo dos anos, todas as vezes em que eu fui mal atendido por um médico, a minha vontade de me tornar um deles aumentou. Porque eu faria um esforço enorme para me tornar um médico melhor do que todos os que já me atenderam um dia...
Celular capengante
2006-04-01 05:53:00 +0000
Agora as aeromoças não deixam mais usar MP3 players antes da decolagem.
Isso, somado com o CD do Oswaldo Montenegro que eles deixam tocando durante o embarque, tem causado sérios danos à minha saúde auditiva.
Não tem nem 5 minutos e eu estava com Bethania no celular. A ligação caiu de repente, afastei o celular do ouvido e li, no visor: "Inserir o cartão SIM".
Desliguei o celular, dei-lhe um "pedala", mandei ele tomar naquele lugar e ele voltou a funcionar.
Isso tem acontecido com uma certa frequência. Às vezes ele desliga sozinho pelo leve impacto de ser colocado sobre uma mesa, por exemplo. Deve ser maldição da Oi, depois do inferno que passei pra conseguir comprar o telefone.
Felizmente, isso vai acabar amanhã mesmo. Já troquei de operadora, e amanhã pego o aparelho novo. Aguardem...
Calling in sick
2006-03-27 23:05:00 +0000
Tava bom demais pra ser verdade. Eu nem lembrava a última vez em que eu havia ficado doente.
Até ontem.
Foi a boa e velha sinusite. Nem fui trabalhar hoje. Seria impossível ir dormir com 38 graus de febre e uma cabeça quase explodindo de dor, e acordar às cinco da manhã para estar em São Paulo às nove.
Já estou melhor, sem febre e tal, mas o nariz ainda escorre e o corpo ainda tá dolorido.
Ontem eu passei a minha pior noite do ano, disparado. Febril, dolorido, cabeça estourando e com o nariz jorrando. Acordava de meia em meia hora. Foi um sono meio que polifásico ao extremo.
O dia de hoje foi só de recuperação mesmo. Pra não ficar 100% improdutivo, aproveitei para fazer uns backups e fazer pequenos servicinhos (notou o "favicon" aqui no blog? Pois é). Além disso, pra matar o tempo, remixei aqueles sons padrão (chatos) do Windows e alguns do MSN. Caso queira baixá-los pra usar aí...
Era o plano perfeito (na minha cabeça)
2006-03-13 04:57:00 +0000
Tem horas que eu me espanto com minha genialidade.
Amanhã é dia de acordar às cinco da manhã para pegar o vôo pra São Paulo. Só que no domingo eu só cheguei em casa às dez e meia. Aí, para não perder muitas horas de sono, corri para arrumar minhas coisas em menos tempo e sobrar mais horas de sono.
Só que a correria me deixou tão aceso que agora não consigo dormir. Não é fantástico?
Reclames
2006-03-12 22:53:00 +0000
Domingão, nada pra fazer, aproveitei pra colocar minhas reclamações em dia.
A primeira foi pra Tam, por causa da minha saga do outro dia.
A segunda foi para a BHTrans, relativa a minha corrida maluca de sexta-feira. Peguei um táxi no aeroporto com um motorista chamado Murilo, que dirigia como um louco. Mas como um louco MESMO. Vou provar com fatos e dados:
A corrida levou apenas 15 minutos. Com um táxi normal eu normalmente gasto meia hora pra chegar em casa. Levando em conta que eram seis da tarde de uma sexta-feira, acho que isso deixa bem claro a velocidade com a qual ele dirigia...
Quase batemos em um ônibus. Duas vezes.
O motorista, para sair da via expressa (pela direita), saiu da faixa da esquerda e fechou TODAS as outras faixas, quase provocando uma batida séria. Duas vezes!
Quatro motoqueiros quase foram derrubados pelas barbeiragens do motorista;
A distância média do táxi em relação ao carro que estivesse na nossa frente era de 20 centímetros. E durante a "aproximação" o motorista SEMPRE piscava o farol e buzinava.
Em 60% de todas as vezes em que o motorista mudou de faixa ou fez uma curva, ele recebeu uma buzinada ou xingamento de um motorista próximo.
Pra piorar, o cara não tinha um recibo pra me dar no final da corrida. Ficou de trazer no dia seguinte. No sábado à noite, depois de tocar o interfone do meu prédio como se estivesse jogando videogame, ele veio com uma nota de R$ 50 na mão, alegando que era a mesma que eu usei para pagar a corrida, e dizendo que era falsa. Quando eu disse que não podia fazer nada sobre a nota (que não era a minha), ele ameaçou chamar até a polícia.
E a terceira reclamação do dia foi mais tranquila: foi para a Blockbuster, pelo posicionamento de alguns filmes na prateleira. Simone, excelente drama estrelando Al Pacino, fica na prateleira de comédia, e As Bicicletas de Belleville fica na seção infantil.
Segunda, prestes a entrar no vôo TAM 3201...
2006-03-09 05:49:00 +0000
...pude ver, pela parede envidraçada do aeroporto, que o copiloto estava folheando um manual de instruções. Rezei e entrei no avião.
Por sorte, o único problema que tivemos na viagem foram as piadas dos pilotos.
- Tripulação? MWWYYYEEAHHHHH portas em automático!!
E todo mundo ria.
No meio do vôo o piloto voltou a falar, dessa vez sobre as condições de vôo e o tempo estimado de chegada, que era de "vinte minutos, cinquenta e nove segundos e doze centésimos". E completou:
- Fomos informados antes da decolagem que estaríamos com os melhores passageiros de Belo Horizonte, portanto tivemos o cuidado de selecionar a melhor tripulação para atendê-los...
E a piada final pouca gente entendeu. Era uma piadinha com a forma com que os locutores da Rádio Bandeirantes Jovem Pan dizem as horas no ar, aqui em São Paulo:
- Tripulação, portas em manual.
- Repita!
- Portas em manual!
- Obrigado...
De volta a tudo de novo
2006-03-08 13:16:00 +0000
Foi uma boa semana, essa a do carnaval. Acabou tão rápido quanto veio. Já estou de volta ao turbilhão de stress chamado São Paulo.
Depois do carnaval, como de costume, teve a grande reunião anual da minha empresa de consultoria. Os destaques(*) foram dois:
O pudim de leite condensado de depois do almoço. Meus caros, eu só sei de uma coisa: se existe um paraíso, ele é feito daquele pudim.
Rever o pessoal do projeto no Canadá. Eu dei muita sorte neste projeto: afinal, meus colegas de trabalho se tornariam também meus companheiros de casa, de quarto e de final de semana. Se eles fossem uns malas sem alça, o trabalho ia ser um saco, e depois das seis minha vida também seria um saco. Mas aconteceu exatamente o contrário. Conforme eu reencontrava o pessoal, só tinha coisa boa para lembrar.
Deu muita saudade daquela época.
(*) - Na verdade tem mais destaques, mas eu trabalho sob um contrato de confidencialidade e não posso ficar contando tudo por aí. Caso contrário eu iria dizer que teve uma palestra do Joelmir Beting que foi horrív... ops!
Post de Carnaval
2006-02-28 06:15:00 +0000
É hora do trocadilho infame: escrevo este post enquanto a Mangueira entra...
Este blog ficou um bom tempo em silêncio. Na semana anterior, da segunda até a quinta eu fiz maratona de "hora besta" e trabalhei até a meia-noite todos os dias. Eu basicamente dormi, acordei, trabalhei 14 horas e dormi, por quatro dias seguidos, sob uma quantidade absurda de stress e pressão.
Aí, finalmente, veio o feriado: todo mundo se mandou de Belo Horizonte para curtir a folia em outros lugares. A cidade está um deserto, perfeita para o que eu mais quero fazer nestes quatro dias: descansar.
Já sinto os efeitos colaterais: estou cabeludo, barbudo e ardido de sol de beirada de piscina.
Também comecei a tirar meu atraso cinematográfico: assisti Syriana e Orgulho e Preconceito. Syriana é bom, mas muito confuso e politizado. E Orgulho e Preconceito transformou um velho clichê romântico - o do ódio que na verdade é amor escondido - em um filme maravilhosamente bom e imperdível. Altamente recomendado.
O dia de amanhã
2006-02-20 03:41:00 +0000
We need to talk
Step into my office, baby
Wanna give you the job
A chance of overtime...
Agora há pouco eu comecei a fazer as malas para mais uma semana em São Paulo.
Coloquei um CD do Belle and Sebastian para tocar. Esse aí é o refrão da primeira faixa.
Nada poderia ser mais apropriado.
Dá-lhe insônia!
2006-02-16 13:36:00 +0000
Ontem foi dureza. Saí do trabalho as 22:30, cheguei no flat e haviam sumido com a minha reserva. Aí tive que dividir apartamento com mais dois colegas, dormindo numa cama extra, na sala do apartamento.
E aí veio a cereja em cima do sorvete: a insônia. Fui dormir às 00:30, acordei às 3:30, voltei a dormir as 6:00 e o despertador tocou 7:30...
Pelo menos a madrugada serviu pra ler mais da metade do meu livro novo: Blink - A decisão num piscar de olhos. Trata da habilidade absurda do cérebro de tomar decisões muito acertadas no nível do inconsciente.
Um exemplo do livro é o de um técnico de tênis que descobriu que ele conseguia prever, instintivamente, quando um jogador iria cometer dupla falta (errar o saque duas vezes). Ele dizia que o cara errava a primeira e, no momento em que ele jogava a bola pro ar no segundo saque, ele pensava: "Ihhh, dupla falta". E era mesmo. Num jogo com dois tenistas que ele nunca havia visto, ele resolveu anotar quantas duplas faltas ele previa corretamente. Acertou 16 das 17 vezes.
O técnico não soube explicar o porquê disso. O autor do livro está explicando muito bem pra mim até agora...
Eu, o consultor sem nome
2006-02-14 13:51:00 +0000
São Paulo se derretia em chuva do lado de fora da sala de reunião. Do lado de dentro, um colega consultor me entregava um daqueles famigerados laser pointers: eu ia começar uma apresentação.
Era o projeto da indústria química. E era a reunião comercial, com a presença de todos os figurões, incluindo o Superintendente, com quem eu já havia me reunido há algumas semanas.
Peguei o laser pointer, me levantei e andei tranquilamente até o telão. A apresentação estava perfeita, o conteúdo era matador, e eu estava 100% confiante... até que o Superintendente abriu a boca:
- Peraí, mas quem é você?!
E nesta segunda-feira eu vim direto do aeroporto para a indústria química, e de lá direto para a sala de reunião. Novamente, todos os figurões presentes. O Superintendente participava à distância, via teleconferência, e distribuía puxões de orelha para todo mundo.
Quando ele cobrou um dos trabalhos da consultoria, eu pedi a palavra, expliquei que o que ele havia pedido já estava em andamento e dei outros detalhes. No final, o Superintendente disse:
- Tá certo, obrigado pelo seu comentário, Tonico.
Um detalhe: meu nome não é Tonico...
Fantasmas Banda Larga
2006-02-14 13:22:00 +0000
Quinta-feira passada, à noite, eu estava sozinho num dos quartos do flat, esperando um colega chegar de viagem para dividir o quarto comigo. Aí resolvi tomar um banho.
Alguns minutos depois desliguei o chuveiro e ouvi o barulho da TV ligada. "Ele já deve ter chegado", pensei. Terminei de me enxugar e abri a porta.
E o barulho da TV parou de repente.

"Tem alguém aí?", disse eu. A resposta foi o silêncio. Examinei o quarto: estava mesmo vazio. O controle remoto da TV estava na estante, no mesmo lugar em que eu havia deixado.

Achei aquilo tudo muito estranho. Pensei por alguns minutos: seria interferência da rede elétrica na TV? Mas o chuveiro nem era elétrico?
E com esse pensamento andei de volta até o banheiro. No exato momento em que abri a porta, a TV ligou por um segundo e desligou novamente. E eu me assustei.
Voltei devagarzinho até a sala, com o olho arregalado, já pensando em que tipo de macumba tinham feito nesse maldito quarto, quando lembrei que o notebook estava ligado em cima da mesa...

No final das contas o barulho intermitente da "TV" era um vídeo que estava baixando no notebook. Como a internet tava lenta, o vídeo ficava "engasgando", e começava e parava sozinho exatamente nos momentos mais assustadores da noite.
Vamos jantar?
2006-02-02 04:03:00 +0000

1 - Salada "Vitória", do Granville, meu restaurante-delivery predileto. Composta de alface, ricota (aquela massa branca à esquerda), presunto, palmito (no canto superior direito) e uva passa (escondida debaixo de tudo isso que tá aí).
Pedi também um quiche de espinafre (aquele troço parecendo uma engrenagem no meio do prato) pra acompanhar - e para a minha refeição ter pelo menos um pouco de carboidrato. Senão eu acordo no meio da noite varado de fome.
2 - Guaraná Antarctica Diet. Faz um tempo que eu, de forma homossexual, só tomo refrigerante diet. Minha língua já nem reclama mais do aspartame.
Na verdade eu só ando pedindo o guaraná por hábito mesmo, porque, por incrível que pareça, a Coca Light nova é muito melhor.
3 - Chave do quarto. Não cai bem com salada, mas é bem útil na hora de entrar e sair.
Episódios de taxista
2006-02-02 03:41:00 +0000
Episódio um
Segunda-feira, cinco e meia da manhã. O táxi pára exatamente em frente ao portão do meu prédio. João, o taxista, me ajuda com as malas e zarpamos para o terminal do ônibus que me leva ao aeroporto (*)
São cinco e quarenta e o táxi chega no terminal. É horário de verão, então ainda está tudo escuro. Peço ao João que faça um recibo pra mim e vou pegando as malas.
Quando percebo, João está fora do táxi, recibo na mão, caneta na outra, todo curvado, debruçando-se sobre o capô do carro, num ponto mais iluminado pelo poste.
Aí ele me vê olhando e resolve se explicar:
- Putz, minha vista num tá boa, mal consigo enxergar esse recibo aqui...
E foi esse mesmo cara que tinha acabado de me trazer até ali.
Episódio dois
Sexta-feira, cinco e meia da tarde, acabo de chegar de São Paulo e estou no Aeroporto da Pampulha, entrando no táxi.
Alguns minutos depois, Tadeu, o taxista pergunta:
- E aí chefe, quer ouvir alguma coisa?
- Ah, sei lá, pode colocar qualquer coisa aí.
Tadeu abre o porta-luvas e o pára-sol, todo orgulhoso, mostrando dezenas de CDs (piratas e/ou gravados)
- Pode escolher, chefia, tem de tudo aqui...
- Ah, qualquer coisa serve... tá bom, o que você tem aí?
- Tem de tudo, rock, música romântica, funk, techno, sertanejo, Emerson Nogueira...
E no exato momento em que ele disse "Emerson Nogueira" eu entrei em pânico e, num ato reflexo, disse:
- TECHNO! Er... bota o techno aí então.
Obviamente não era techno de verdade. O CD abriu com "Satisfaction", o sucesso de... Benni Benassi.
Episódio três
Segunda-feira, cinco e meia da manhã. O táxi pára exatamente em frente ao portão do meu prédio. Raul, o taxista, me ajuda com as malas e, no exato momento que eu entro no táxi, cerveja.
O táxi INTEIRO fedia a cerveja.
Rezei baixinho para que aquele cheiro não fosse do motorista, fosse apenas de algum passageiro bebum que tenha derramado sua latinha de Skol.
Olhei em volta para ver se achava alguma mancha molhada. E aí me arrependi, porque percebi o quanto o táxi estava sujo: as capas protetoras dos bancos estavam no estágio mais avançado de encardimento que eu já vi. E eu lá, de terno, tentando me manter o mais imóvel possível.
(*) É que o Aeroporto de Confins, lá em Belo Horizonte, não fica em Belo Horizonte, e sim em Confins. E como Confins fica depois de uma cidade depois de uma cidade depois de Belo Horizonte, o táxi pra lá fica muito caro, e portanto sou obrigado a pegar o ônibus executivo.
O post do final do final de semana
2006-01-09 02:48:00 +0000
...que foi, basicamente, duas coisas: rápido e cheio.
Como tem um casamento se aproximando em alta velocidade, eu e Bethania passamos a maior parte do tempo com a cara enfiada em revistas de decoração, debatendo animadamente sobre qual deve ser a cor da parede da cozinha. Aí, para relaxar, saíamos em peregrinação pelas lojas de material de construção, em amigável contato com as criaturas do ramo da construção civil: tinha desde o vendedor que faz cara feia pra te atender (mas é todo sorrisos com a sua noiva) até o marceneiro lendário, que contou que era motoqueiro, que quebrou a perna e botou 25 parafusos no tornozelo, que toca nove (nove!) instrumentos musicais, que já tocou com Milton Nascimento e já compôs músicas com Lô Borges... e que me fez pensar o que diabos um cara assim está fazendo no ramo da marcenaria.
Entre um orçamento e outro deu tempo de fazer alguma coisa mais relaxante, como ir ao teatro. Fomos ver O Tempo e os Conways, peça de J.B. Priestley, em montagem do grupo EnCena. Eu fiquei fascinado com o texto de Priestley, e a montagem ficou extremamente competente. O Primo recomenda.
No domingo - além de mais uns orçamentos - deu pra assistir em DVD Maria Cheia de Graça, filme sobre uma jovem colombiana que trabalha como "mula", ou seja, come papelotes de cocaína, embarca em aviões para os EUA e... bem, digamos que quando ela passa por "Chicago", em vez de "Boston" temos um pouquinho a mais de droga em território americano. O filme é mais ou menos como este trocadilho: horrível. Mas foi premiado em Cannes, a atriz principal foi indicada ao Oscar e até o Vilaça, por alguma estranha razão, gostou.
E acabou. Agora, às vésperas de passar mais uma semana em São Paulo, eu penso em como é bom... voltar pra casa.
Quando o avião está quase tocando a pista do aeroporto de Congonhas, eu olho pela janela e até consigo me localizar: "Aquilo ali é a marginal Pinheiros... e aquilo é o Ibirapuera". E me dá um desconforto estranho depois do pouso, quando entro no táxi. Desconforto de estar num lugar familiar mas estranho ao mesmo tempo. É exatamente o contrário do vôo de sexta, quando o avião está prestes a pousar em Belo Horizonte, e eu olho para cada avenida no chão e sei exatamente onde ela vai parar. E aí eu desço do avião e vejo a portinha do terminal do aeroporto penso nas centenas de vezes que eu vou ver aquela mesma portinha - e nas centenas de vezes em que vai ser bom ver de novo aquela portinha.
Alô criançada, 2006 chegou...
2006-01-05 03:21:00 +0000
O reveillon foi a tradicional bagunça de sempre na Serra do Cipó.
Logo após a virada, a primeiríssima coisa que fiz em 2006 foi tomar um banho. Do champanhe cidra que um amigo estourou em cima de mim.
No dia 02 de janeiro eu já tinha viajado quase 700 km em 2006...
Numa estimativa por baixo, eu devo percorrer mais de 50 mil quilômetros até o final do ano.
A minha lista de resoluções para o ano novo é essa aí embaixo:
- 1024x768
- 800x600
- 640x480
Exercitando um pouco a futurologia. No mundo da tecnologia, em 2006...
- Alguém (infelizmente) vai comprar o Opera
- A Microsoft e o Google vão levar um susto com um cara que andou correndo por fora em 2005.
- 2006 será o ano do boom da Web 2.0, que tem potencial para impulsionar uma nova... bolha de internet.
Previsões mais profissionais aqui e aqui.
E como ainda estou verborrágico hoje, vamos falar de música.
O maldito - e genial - Fatboy Slim
Sabe esse careca aí embaixo?
Esse cara produzia discos muitos bons, como o Better Living Through Chemistry, mas nem era assim tão famoso. Aí por alguma razão ele fez um disco chamado You've Come a Long Way, Baby, cuja faixa número 2 era uma bomba chamada Rockafeller Skank. Ela começava com uma voz masculina repetindo algo em inglês que se parecia muito com "cheque não, mãe! Eu sei que sou pobre..."
Aí fudeu tudo.
Como, na época, essa coisa toda de música eletrônica estava começando a pegar, The Rockafeller Skank simplesmente devastou Billboards, pistas de dança, listas de mais vendidos e pá. Como ele mesmo disse num dos discos, Fatboy Slim is fucking in heaven. E aí veio o terceiro disco, que teve o mesmo impacto de um segundo disco de uma banda ótima ou de um Matrix Reloaded... ou seja, foi uma bosta.
Halfway between the gutter and the stars é um disco chatérrimo, cheio de ego trips e de parcerias com seres medonhos da música, como Macy Gray, a cantora que deveria ver um fonoaudiologista em vez de fazer shows. Eu me senti roubado quando comprei este CD e não consegui ouví-lo de uma vez só até o final.
Foi por isso que eu nem pensei em comprar o Palookaville, o disco subsequente. Nele, o careca até tentou voltar à velha forma (vide as faixas Slash Dot Dash e Jingo) mas já era tarde demais.
No entanto, por alguma estranha razão, o cara aí ainda acerta a mão como DJ. Acerta muito. Tirando o On The Floor At The Boutique, disco mixado que fica inaudível depois da sexta faixa, seus DJ sets são inacreditáveis de bons. Mas bons mesmo. O cara toca o créme de la créme da dance music, é automaticamente divertido.
Tanto que me causam uma sensação singular, como se eu estivesse fazendo alguma coisa errada ao ouvir seus sets. Como se eu fosse diabético e estivesse escorrendo o conteúdo de uma lata de 5 litros de leite condensado diretamente dentro da minha boca. É uma delícia mas eu não deveria estar fazendo aquilo.
E ele tá vindo em Belo Horizonte mês que vem. E eu vou ver.
(Nota: falando em DJs... muita coisa boa pra baixar no site especializado em música mixada chamado Blentwell. Tudo a zero reais.)
Idéias para o ano que vem
2005-12-28 18:56:00 +0000
O ano em idéias de A a Z, um compêndio anual do New York Times (precisa de registro gratuito no site para ler as matérias - ou de um acesso rápido ao BugMeNot)
Inclui coisas revolucionárias, como água que apaga fogo mas não molha ou Sonocitologia (uma técnica que consiste em diagnosticar doenças - como câncer - ouvindo as vibrações emitidas pelas células)
Tem também coisas bestas, como o fato dos professores estarem usando mais caneta roxa em vez de vermelha para corrigir prova, e curiosidades - sabia que os personagens do filme Os Incríveis usavam "roupa de baixo virtual"?
(Via Populicious)
Momento "cadê minha câmera quando eu preciso dela" - Tinha um cara, fantasiado de Batman, distribuindo panfletos no sinal. Aí o sinal abriu e passou por mim um motoboy. No baú da moto estava escrita uma frase de... Nietsche.
Natal gordo
2005-12-26 04:48:00 +0000
Eu devo ter sido um menino muito comportado este ano.
Olha o que Bethania me deu...

Sem Olhos em Gaza, o último livro de Aldous Huxley. Depois que acabei de ler o clássico Admirável Mundo Novo, emprestei pra Bethania, que está lendo e adorando. Agora estou colhendo os frutos!
Doom 3 - Ressurection of Evil, o pacote de expansão para o encapetado Doom 3, que citei aqui algumas vezes e já tinha jogado até o fim.
Por incrível que pareça, Ressurection of Evil é o primeiro jogo original que tenho, em toda a minha vida. Deu até uma emoção diferente digitar o CD Key do jogo, diretamente da caixinha do CD...
Corra, o controle de qualidade vem aí, do meu guru de gestão Scott Adams. Rir das tirinhas do Dilbert é meio que um prazer sádico, porque de certa forma eu estou rindo de mim mesmo e da minha carreira corporativa. Mas é bom, me impede de me levar muito a sério.
DVD Sex Pistols Live at the Longhorn. Na semana passada eu estava em São Paulo e Bethania apareceu no MSN com um papo esquisito, perguntando se eu gostava de Sex Pistols, porque "um pessoal aqui do serviço tá conversando sobre eles" e blá blá blá. Tudo enganação pra saber se eu ia gostar do presente.
Detalhe que o show contido no DVD foi gravado no ano de 1978, o mesmo em que eu nasci.
Várias
2005-12-23 04:38:00 +0000
Eu juro que tento atualizar este blog pelo menos diariamente. Juro. Mas não tá dando...
Só nas horas como agora, de madrugada, quando eu perco o sono... :
Imagens
Um - Meu pior pesadelo materializado

Pelo comportamento errático do meu m:robe, o HD dele foi para o saco.
E pra usar a garantia eu preciso da nota fiscal. Só falta eu lembrar onde botei ela...
Dois - Meu jantar de terça-feira
Foi comida chinesa. Daquelas que vem em caixinha. Tá servido?

Três - Mais quarto de hotel
Prezados leitores, apresento a vocês... o flat.

Quando estou trabalhando no projeto da indústria química eu fico nesse flat aí. Ele deve ter o triplo do tamanho do "habitáculo". E tem três cômodos: sala, quarto e banheiro. Um banheiro de verdade...
A sala tem até uma pequena cozinha no fundo, com microondas, frigobar...

A tevê (que inclui todos os canais do cabo) é montada num stand giratório, para você poder usá-la na sala e no quarto. Basta girar o stand e a tevê fica virada para o fundo da estante, que é oco e dá no quarto. Idéia simples mas genial.
O quarto é esse aí embaixo.

Além do mais, tem uma varanda com vista para a rota de pouso/decolagem do Aeroporto de Congonhas. A possibilidade de você ver um avião ao olhar pra varanda, a qualquer momento, é de uns 50%...

As amenidades não param por aí. Tem telefone, room service, TV a cabo, internet... No entanto, o flat tem falhas graves:
A cama é curta e estreita: meus pés ficam pra fora e, se eu não me deitar exatamente no meio, eu "escorro" do colchão e caio no chão.
A temperatura do chuveiro oscila o tempo todo entre os níveis "congelar hóspede" e "queimaduras de terceiro grau"
O quarto tem duas camas. Ao invés de significar mais conforto, isso significa que eu tenho que dividir o quarto com algum colega consultor. Nada contra meus colegas, mas dividir quarto com homem é f...
Isso tudo somado faz com que eu prefira ficar no habitáculo, apesar de tudo.
Quatro - São Paulo by night
Como eu acabei este post e ainda estou sem sono, fui ali na varanda tirar umas fotos. Clique na amostra abaixo para ver todas elas...
Sigur Rós, aviões, baladas
2005-12-20 18:02:00 +0000
Takk, o último disco do Sigur Rós, é tão lindo que eu apaguei este parágrafo três vezes tentando descrever o quão lindo ele é - e desisti. Não sei como nunca parei pra ouvir Sigur Rós antes.
Aposto que alguns leitores estão pensando neste exato momento: "né possível que ele nunca ouviu Sigur Rós!!!". Pois é, meus caros, infelizmente esta é a verdade. Bem, antes tarde do que nunca...
O vôo de sexta-feira passada foi emocionante: turbulência brava, daquelas de fazer as mulheres gritarem, derrubar coisas da cozinha, etc. Não fosse o cinto de segurança e ia ter neguinho voando do assento e batendo a cabeça no teto.
Aí as pessoas me perguntam se eu tive medo e eu digo que não, porque tenho fé inabalável em duas coisas: em Deus e na engenharia. Um engenheiro passou anos fazendo uma pá de contas complicadas para certificar-se que o avião possa aguentar situações muito piores do que aquela. E as estatísticas confirmam isso: as minhas chances de morrer num vôo são de uma em 52,6 milhões. Eu corro mais risco numa bicicleta do que num avião.
Quando à fé em Deus... veja bem: se eu morro, eu vou para o paraíso. Se eu sobrevivo, eu vou para a próxima semana de trabalho. Ou seja, a pior opção é que eu sobreviva. Aplique a Lei de Murphy neste caso e você entenderá o que eu quero dizer.
Um dos meus colegas do projeto na indústria química passou este último fim-de-semana em São Paulo.
Ele contou que no sábado resolveu sair pra "balada". Como as bebidas nos bares e boates costumam ser caras, ele resolveu beber antes de sair. A idéia deu certo... certo até demais. Segundo ele, quando ele saiu do hotel já estava "pra lá de Bagdá".
Aí sentou-se num barzinho qualquer. Um cara completamente randômico puxou conversa, veio com umas de "isso aqui tá muito parado" e deu a idéia de ir a uma boate. Bêbado e sem noção, meu colega aceitou.
Os dois pegaram um táxi, desceram no centro da cidade e entraram num lugar estranho. Como tinha muita mulher, meu colega nem ligou muito e já resolveu tentar se arranjar com alguma delas. Ele conta que chegava pra conversar com alguma menina e...
- Oi, tudo bem?
- É trezentos reais, gato...
Depois de alguns minutos, perplexo com estas respostas que incluiam uma quantia em dinheiro, nosso valente colega finalmente percebeu que estava num puteiro e foi embora.
Do que não se vê todo dia
2005-12-14 17:17:00 +0000
O bom da emissora de tevê é poder ver coisas que normalmente você nunca veria em um ambiente de trabalho.
Hoje, por exemplo: acabei de ver um grupo de cosplays - Incluindo uma mulher de 30 anos vestida de Formiga Atômica.
Leites and gemas...
2005-12-12 03:22:00 +0000
...meia révioratênxion plis fláite nâmba tú doboutrí fái to Uberlândia, dutudenupaqueipositio de plêin debórdi guêite chênge guêite nái...*
Isso aí é o pessoal anunciando os vôos no alto-falante aeroporto de Congonhas, em São Paulo, no inglês mais macarrônico que eu já vi. Eu sempre me perguntei se os estrangeiros que estavam ali conseguiam entender alguma coisa do que esse povo fala.
Aí outro dia eu estava panguando em frente ao telão com os horários dos vôos quando alguém me perguntou:
- Hey, do you speak english?
Era um novaiorquino. Ia embarcar para Florianópolis a trabalho. Papo vai, papo vem, e eu finalmente tive a chance de matar minha curiosidade.
A resposta dele sobre o inglês macarrônico foi exatamente o que eu esperava:
- Ih, não dá pra entender nada. Só a cidade e os números. Eu entendo melhor o português - com o pouco de espanhol que eu sei - do que o inglês que esse povo fala...
* - Ladies and gentlemen may I have your attention please, flight number two double-three five to Uberlândia, due to the new parkway position of the plane the boarding gate changed to gate nine...
O Habitáculo
2005-12-07 13:24:00 +0000
Caros leitores, apresento a vocês...
O Habitáculo

Este é o quarto do hotel Formule 1, onde fico quando estou em São Paulo.
Note que é só isso. A porta "iluminada" à esquerda é o box do chuveiro. E tem uma pequena "casinha" onde fica a privada, ali à esquerda da porta de entrada.
A foto foi tirada desta parede oposta, a da janela.

As coisas que não aparecem na foto, como telefone ou frigobar, é porque não tem no quarto mesmo.
São onze metros quadrados no total. Daí é que veio o apelido de "habitáculo". O hotel Formule One é da rede Accor, mas é de classe "super-econômica": não tem restaurante nem serviço de quarto, a TV só pega os canais abertos e uns três do cabo (bônus?), o café da manhã é "simplinho" e cobrado à parte... internet wireless até que tem, mas é só no primeiro andar, é Speedy e é carésima.
Parece ruim mas eu adoro. É limpo, o chuveiro e a cama - os itens realmente importantes de qualquer hotel - são excelentes, e pra completar eu não preciso dividir o quarto com ninguém.
E a vista da janela é do jeito que eu gosto.

Djavan, Daniela Mercury e outras esquisitices
2005-12-02 18:06:00 +0000
Daniela Mercury entrou para a lista das celebridades que eu já vi aqui na emissora de tevê.
Ela estava ontem no saguão da produtora. Acreditem ou não, fumando um cigarro...
Hoje na hora do almoço uma funcionária entrou no refeitório usando uma camiseta que tinha alguma coisa escrita.
Aí ela passou perto da minha mesa e eu consegui ler o que era:
"Detesto camiseta com alguma coisa escrita"
Uma vez um amigo meu inventou de chamar o Djavan de DJ Avan. Isso mesmo, "Didjêi Avân". Toda vez que ele falava isso a gente rachava de rir.
E agora o cara está lançando um novo CD. Ao que parece, o destino tem um ótimo senso de humor.

Ah, São Paulo...
2005-12-01 04:06:00 +0000
De volta à BH, optei por um passatempo ortodoxo para relaxar: jogar Street Fighter 2 no emulador. Aproveitei para zerar o jogo com alguns jogadores que eu não costumo jogar, só pra ver o final.
Aí eu escolhi o Zangief... e NADA podia me preparar para o que meus olhos veriam:

"Ei, quem é aquele ali descendo do helicóptero? Não!!! NÃO PODE SER!!! É MIKHAIL GORBATCHEV!!!!!!!!!!"

Era o próprio. Ele desceu do helicóptero e disse a Zangief:
- Comrade Zangief, you have made your country proud and shown that the soviet spirit can overcome all obstacles. Now it's time to celebrate in the appropriate russian fashion.
E aí os dois começam a dançar à moda dos cossacos!!!!

- Mr. President, you dance very well.
- Well, you know, it keeps me in shape, come on! Everybody dance!
Domingo Galinha
E o Galo foi rebaixado para a segunda divisão. Coincidentemente, eu estava no cinema assistindo O Galinho - Chicken Little.
Eu vou resumir o filme numa frase: festival de clichês. Acho que eles pegaram todos os clichês Disney-like (ex: problemas entre pai e filho que só se resolvem no fim do filme) e concentraram no filme pra ver se saía alguma coisa. Ficou um lixo.

Show de estereótipos de párias da sociedade! O esquisitão (peixe), a menina feia (pata), o gordo (porco) e o nerd loser (galinho)
Quarta Rasgada
Uma vez eu emprestei um terno preto pro meu cunhado. Ele me devolveu meio terno: a calça se perdeu no meio do caminho.
Continuei a usar o paletó com uma outra calça preta, antiquíssima, que estava no meu armário. Vim para São Paulo no começo da semana. De calça social, só trouxe esta.
Na segunda-feira eu fui ao banheiro tirar uma água do joelho. Terminei, puxei o zíper e ele saiu na minha mão. No trabalho, ninguém entendeu porque eu mantinha o paletó abotoado. Nem porque diabos eu andava como quem tivesse mijado na calça.
Mais tarde, no hotel, briguei um pouco com o zíper e consegui consertá-lo meio na marra.
Aí na quarta eu estava concentrado, trabalhando, quando senti um vento agradável entrando pela lateral da minha perna direita: a calça descosturou logo abaixo do bolso, deixando um rombo do tamanho de uma bola de tênis. Dentro dele, a minha perna cabeluda aparecia todinha. Vale notar que perna cabeluda nunca é uma visão bonita, muito menos quando vista de dentro da única calça que você trouxe na viagem. Respirei fundo, engoli o pânico e comecei a pensar.
O pessoal do trabalho deve estar achando que eu não sou normal. Na segunda eu andava como se tivesse feito xixi na calça. E na quarta eu entrei para o banheiro com um grampeador na mão...

E agora eu só preciso me lembrar de duas coisas até o final da semana:
Fechar/abrir o zíper bem devagar, e...
Não colocar a mão no bolso esquerdo.
Quarta Sexta's
Depois de grampear a calça, fui almoçar com o pessoal no T.G.I. Friday's, famoso restaurante americano que fica a um quarteirão do meu novo trabalho.
Pedi uma salada chamada Grilled Chicken Caesar Salad: frango grelhado, alface, tomate, croutons, molho caesar, queijo ralado e um pedaço de plástico de 5 cm.
Sim, um pedaço de plástico. Chamei o garçom:
- Por favor... eu gostaria de agradecer você pelo almoço grátis que eu acabei de ganhar.
E mostrei o plastiquinho. Alguns minutos depois o gerente veio até a mesa, se desculpou milhares, disse que vai retirar o meu prato da conta e me deu um cartão que vale um prato principal (que custa uns R$ 30).
Pelo menos alguma coisa tinha que dar certo essa semana...
TV a garfo
2005-11-23 21:55:00 +0000
Entre uma reunião e outra, fui tomar um café no pátio externo daqui da emissora. No cantinho do pátio tem uma pequena cozinha, com uma televisão.
Uma das funcionárias ligou a tevê, mas só pegava chiado. A copeira falou:
- A imagem tá ruim assim porque tem que botar o garfo aí.
- Como assim?
- Ah, fizeram uma gambiarra com um garfo atrás dela, aí ela pega bem... tem que enfiar o garfo lá.
Aí eu não aguentei e fui ver. Atrás da tevê tinha o conector para o cabo/antena e, caído perto dele, um garfo com os dentes amassados: apenas um estava na posição correta.
Não tive dúvidas: meti o dente do garfo no buraco da antena. A imagem ficou absurdamente perfeita.
Cês querem é morrer, senhores passageiros??
2005-11-18 04:33:00 +0000
Ontem eu quase fui assassinado por um celular.
Quem me avisou foi o piloto do vôo São Paulo - Belo Horizonte. No meio daquela chuvarada toda ele ligou o alto-falante:
- Pedimos aos passageiros que, por gentileza - frisou, sarcasticamente - desliguem os celulares, pois estamos tendo interferência e eu estou pousando por instrumentos.
Foi um frisson total: todo mundo começou a se contorcer nervosamente nas cadeiras, para alcançar os bolsos e bolsas e desligar os aparelhos.
Cês querem é dormir, senhores consultores??
E tipo que o post aí em cima foi postado lá pelas onze da noite de ontem e era completamente diferente. Reescrevi tudo agora. Eu estava debaixo das cobertas e tinha duzentos mil pensamentos comigo, incluindo:
O post acima reescrito.
Um email de trabalho que eu tinha esquecido de mandar.
Aí levantei e liguei o computador de novo. Mandei o email, mudei o post e perdi o sono.
Pare, atenção, siga...
2005-11-03 18:29:00 +0000
Esses dias eu vi um artigo com 10 coisas que os chineses fazem melhor que os canadenses (e, por consequência, melhor do que em boa parte do mundo)
Eu não ia botar isso aqui no blog, mas aí li o item 2, que é algo que eu sempre quis ter aqui na terrinha:
2. Semáforos informativos
Em Tianjin, cidade de 13 milhões de habitantes, as luzes vermelhas e verdes dos sinais de trânsito são mostradas num retângulo que vai se encolhendo conforme o tempo do sinal vai passando. Em Pequim, alguns semáforos mostram uma contagem regressiva para a luz vermelha e verde.
Num sinal vermelho dá pra saber se você tem tempo suficiente para dar uma olhadela num mapa; num sinal verde, dá pra saber, a quarteirões de distância, se você já pode ir freando -- ou se pode pisar fundo no acelerador, como se fosse um motorista de Toronto ou de Montreal (deve ser por isso que Montreal tem alguns semáforos com contagem regressiva para pedestres)
Esses sinais de pedestre com contagem regressiva eu vi, mas foi em Québec City...
Update: Teve gente nos comentários falando que tem isso aqui no Brasil, em Curitiba, Brasília, SP, Rio, Uberlândia... bom, em São Paulo eu não vi nenhum desses. E queria mesmo era aqui em Belo Horizonte, oras.
Ontem eu encontrei com um amigo que me contou uma história. Segundo ele, o Tommy Hilfiger foi ao programa de entrevistas da Oprah, e fez comentários altamente racistas, do tipo "minhas roupas não foram feitas para serem usadas por negros e hispânicos", e acabou sendo enxotado do programa, ao vivo, pela própria Oprah (que é negra).
Achei isso tudo muito estranho e perguntei ao tio Google, que me informou que este é apenas um famoso (e antigo) boato...
Fim de semana, extended version
2005-10-31 15:25:00 +0000
E desde quinta-feira eu estava sem trabalhar devido a um "buraco" de agenda. Aproveitei as horas vagas para, basicamente, duas coisas: dormir e jogar Doom 3.
Por sinal é engraçado notar que o Doom 3 é o produto de um investimento de milhares de dólares e de um esforço minucioso para criar uma experiência desagradável: o jogo é escuro, claustrofóbico, satânico e lhe prega sustos de cinco em cinco minutos. Mas por alguma estranha razão eu não conseguia largar o maldito...

Cena típica do Doom 3 onde você pode ver... nada direito.
O final de semana teve uns filmes também:
Plano de Vôo - Jodie Foster faz uma mãe traumatizada que "perde" a filha num avião, durante um vôo internacional. O filme é bem eficiente, e a trama dá umas guinadas interessantes. Numa hora você acha que ela é doida mesmo, noutra parece que é tudo uma conspiração, e essa indecisão mantém o suspense até o final. Só a Jodie Foster que já está meio enrugada...

Um dia eu ainda vou voar nesses aviões de cinema, com tanto espaço que dá pra correr pelo corredor...
O Jardineiro Fiel - Esse é o tal "filme de Hollywood dirigido pelo brasileiro Fernando Meireles". Só por isso já era pra ser uma prova de fogo pro cara, meio que seu "cartão de visitas" na direção de filmes norte-americanos. E ele se saiu muito bem. O Jardineiro tem uma trama complexa, inteligente e muito bem contada, em grande parte graças ao estilo de filmagem e a excelente performance dos atores. Até mesmo os assuntos cliché, como a situação do povo na África ou a ganância da indústria farmacêutica, ganharam fôlego novo pela forma inovadora de serem abordados. Nota 10 pro Meireles.

Ralph Fiennes, o diplomata/jardineiro, em um de seus (muitos) momentos "panguá"
Mas teve também a "bomba"...
Menina dos Olhos - Esse doeu. Doeu por ter sido dirigido pelo Kevin Smith, que tinha no seu portfólio uns filmes ótimos como Dogma ou "O Balconista". A história é manjadíssima: Ben Affleck é um pai solteiro que perde a carreira bem sucedida de Relações Públicas de celebridades para poder criar a filha.
Inacreditavelmente, o Kevin Smith, o mesmo Kevin Smith que inovou com cenas geniais em O Balconista, se rendeu nesse filme às mesmas cenas pré-cozidas que todo mundo já está cansado de ver. Exemplo: aquela onde o Ben Affleck briga com a filha. Depois aparece a menina na escola, com olhar melancólico, sentada no balanço, com uma música triste ao fundo. Eu pensei: "Ótimo, agora aposto que vai cortar para o pai, também melancólico". E foi exatamente o que aconteceu. O final do filme também foi o ápice do previsível: Ben Affleck tinha que escolher entre ir a uma entrevista do emprego dos seus sonhos (mas que faria com que ele se distanciasse da filha) ou participar - Deus que me perdoe - do teatrinho infantil da filha na escola. Adivinhem qual ele escolheu?...

Ben Affleck e a filha. Por quê, Kevin Smith, POR QUÊ?!??
Uma curiosidade: no meio de toda aquela merda, fiquei surpreso com a atuação de Liv Tyler que, apesar de coadjuvante, estava bem acima do que eu esperava.
O fim de semana serviu também para coisas úteis. Uma delas foi resolver coisas do casamento, que agora já tem data: 12 de agosto. Não, não é "agosto de Deus", é sério mesmo.
Bonito na foto
2005-10-27 18:15:00 +0000

Essa aí a BHtrans bateu pra mim e vai me custar uns R$ 180. É um absurdo o preço dessas revelações de foto digital...
Céus!!
2005-10-27 02:14:00 +0000
Eram sete e quinze da manhã de terça quando meu avião taxiava pela pista do aeroporto.
Meu assento era o 7F. O "7F" foi minuciosamente calculado quando fiz o check-in: janela, do lado direito do avião, o lado contrário de onde o sol iria bater. Tudo porque eu queria mais era dormir durante o vôo todo. Mal sabia eu que meus cálculos não iam me deixar pegar no sono...
Logo na decolagem eu não preguei o olho, porque o céu estava especialmente bonito naquela manhã. As nuvens formavam um "teto" branco que se estendia até aonde a vista alcançava. Conforme o avião subia, o chão ia ficando distante ao mesmo tempo em que o "teto" se aproximava.
Aí, no momento em que o avião atravessou as nuvens, o "teto" virou um segundo chão, que se afastava lentamente. A sombra do avião apareceu, delineada sobre o tapete branco, e aí uma surpresa.
A sombra do avião estava envolta por círculos de cor, como um arco-íris. Mais ou menos assim. Era um fenômeno ótico que os americanos chamam de "glory".
E se eu deixasse de olhar para a sombra do avião, eu via que estávamos entre duas camadas de nuvens, que formavam um "teto" e um "chão" brancos. E, lá embaixo, a sombra do avião tinha um arco íris em volta.
Eu não dormi por um segundo.
Fim-de-semana e outras coisas
2005-10-24 21:22:00 +0000
Sexta-feira eu estava andando pelo na praça de alimentação do shopping quando vi uma loja nova. Uma sorveteria.
Chamava-se I SCREAM.
Sim, eu gritei após ver o nome.
Pra não falar que eu estou mentindo, um amigo esteve no mesmo shopping, viu a sorveteria e pegou um panfleto. Esse aí embaixo. "Lembrei de você na hora", ele me disse.

No sábado e domingo eu joguei um bom bocado de Enemy Territory. Tenho passeado bastante pelos servidores da gringolândia, por sinal.
Os gringos são mais faladores que os brasileiros, e normalmente tem sempre algum comentário sobre o jogo no team chat, que passa no rodapé da tela. Mas o engraçado foi quando, depois de levar um susto num dos lances do jogo, eu tentei exclamar "jesus!" no team chat. O que saiu na tela foi apenas "*****!".
É que "Jesus" está incluído na lista de palavras censuradas pelo servidor no team chat. Juntamente com fuck, bitch, ass, etc...
Outra coisa que fiz bastante neste final de semana foi consumir entretenimento.
Sexta assistimos o divertido A Noiva Cadáver, filme de Tim Burton feito todo em stop motion, justamente nesses tempos de Pixar e animação digital. Eu gostei bastante, apesar de odiar musicais. O visual é impecável, o humor é excelente... o único pecado do filme é o final, meio forçado. Fora isso, vale o ingresso.
Nos outros dias eu e Bethania assistimos mais sete episódios da primeira temporada da excelente série Lost. E na sexta eu descobri uma minissérie na internet chamada The Scene. Conforme a descrição do próprio site diz:
"O estudante Brian Sandro, da Universidade de Nova Iorque, guarda um segredo: Ele e seus amigos pirateiam centenas de milhões de dólares em filmes ilícitos de Hollywood nas suas horas vagas. Eles são admirados, criticados, caçados e idolatrados. Ninguém sabe quem são eles - pelo menos, é o que eles acham."
Trata-se da história de um grupo de "rippers" - aqueles caras que lançam os filmes de Hollywood na internet - chamado CPX. O título da série, The Scene, refere-se justamente a esta cena de pirataria online virtual, que existe mesmo na internet com este mesmo nome.
O genial desta série é que ela é extremamente fiel à realidade. Os episódios exibem apenas a tela do computador de Brian (cujo nickname é "Drosan"). Todos os episódios se passam numa tela de computador. No canto, como numa webcam, é mostrada a cara de Drosan enquanto ele conversa com os comparsas no IRC, usando termos técnicos e jargão do mundo hacker. Exatamente como os rippers de verdade...
No episódio 13, por exemplo, Drosan precisa entrar em um servidor de FTP para apagar um arquivo, mas ele não tem login ou senha. Então ele contacta um colega, que diz a ele o que ele deve fazer para invadir o servidor. A série mostra, passo a passo, o que Drosan faz (incluindo que programas usa) para conseguir o acesso. E, tecnologicamente falando, tudo o que ele faz é exatamente como um hacker real faria.
Altamente recomendado para os nerds como eu. No sábado eu fui dormir às três da manhã, assistindo os benditos episódios.
Domingo foi dia de votar no "reverendo" sobre a venda de armas. Independentemente do resultado, eu saí ganhando: dessa vez eu não fui convocado pra trabalhar de mesário. Acho que foi porque mudei de casa e não alterei meu endereço no TRE.
Eu mal posso descrever a minha cara de satisfação quando entrei na seção, como mero eleitor, e vi a cara de tacho dos meus ex-colegas de trabalho eleitoral...
Em junho eu voltei do Canadá com um MP3 player onde cabem 5 GB de música. Logo na minha carga inicial eu preenchi todos os 5 GB.
Estamos quase em novembro e eu devo ter mexido nas músicas que inseri inicialmente apenas umas três ou quatro vezes, em grande parte porque simplesmente não tive tempo de baixar música nova ou de vasculhar as minhas músicas antigas para realimentar o aparelhinho.
Aí hoje eu li um artigo onde o cara descreveu perfeitamente o que eu sinto que está acontecendo comigo em relação à conteúdo digital: minha capacidade de produzir e adquirir ultrapassou, de longe, minha capacidade de consumir.
Esse tipo de coisa é o que me leva a crer, cada vez mais, que no futuro o valor da informação tende a cair, cedendo espaço ao que é realmente valioso: informação separada e/ou processada cognitivamente. Afinal, a grande sacada da internet é isso aí: potencializar o uso de processamento cognitivo coletivo.
Exemplo: os links mais populares do del.icio.us. Eu navego por lá praticamente todo santo dia. Numa passada de olho na página eu tenho acesso ao que há de mais popular e relevante na net.
E hoje, segunda, foi meu último dia de projeto no hospital. Pra fechar o trabalho com chave de ouro, enquanto nos preparávamos para ir embora, Ted (o Trainee) deixou uma pérola em forma de frase:
- Eu tenho certeza que esse filtro do ar condicionado dá mais meleca no nariz, cara...
Star Wars episódio 1 - A Ameaça Engravatada
2005-10-20 02:34:00 +0000
Ah, Murphy, Murphy...
Foi só eu sair do trabalho igual um louco, faltando apenas vinte minutos pra embarcar, que o meu vôo atrasou quase uma hora...
Bom, pelo menos dá tempo de atualizar o blog:
Estou aprendendo a curtir as esquisitices de São Paulo. O clima é bizarro, o trânsito é mutante... e hoje, no caminho do aeroporto, tinha um vendedor no sinal. Ele estava vendendo recibos. É sério.
Hoje no trabalho estava todo mundo tenso, pregando gráfico na parede, arrumando os papéis da mesa... é que o consultor-líder do projeto ia nos visitar. Eu não resisto: vou ter que chamá-lo nesse post pelo pseudônimo de Darth Vader...
Não que ele seja mau como o vilão dos filmes. Na verdade as semelhanças entre os dois seriam, basicamente, duas:
1. Ele é um dos melhores no que faz;
2. Todo mundo tem medo dele, inclusive quem está do mesmo lado que ele.
Mas voltando ao assunto, Vader chegou no trabalho e foi ouvir os outros sêniores, dar orientações e tal. No meio das conversas, Vader viu que estava faltando alguma coisa no trabalho...
- Mas onde está o "Procedimento Jedi" deste projeto?
O "Procedimento Jedi" é um documento que, teoricamente, todo projeto deveria gerar mas que na correria da vida real acaba ficando pra escanteio. Na prática, é possível ser bem-sucedido num projeto sem o Procedimento Jedi, mas metodologicamente é quase um crime não entregar ao cliente este procedimento. Acho que não preciso dizer que Darth Vader considera nossa metodologia de trabalho como se fosse uma religião...
- É impressionante. Todos vocês estudam, recebem treinamento, aí vão no cliente e fazem tudo ao contrário. Quer ver uma coisa? Você aí.
E apontou o dedo para a primeira vítima:
- Me diz: de todos os projetos que você já fez, quantos tinham o Procedimento Jedi?
- Er, bem... eu sou trainee, este é meu primeiro projeto...
- Tá, tá, então você.
A segunda vítima estava sentada do meu lado. Já vi que ia sobrar pra mim...
- E então, quantos projetos você já fez?
- Quatro, Lord Vader...
- E quantos deles tinham o Procedimento Jedi?
- Nenhum...
O consultor-sênior já ia se desculpando por não ter feito o tal procedimento quando o temível dedo de Darth Vader apontou diretamente para o meu nariz.
- E você? Quantos projetos já fez?
- Uns quatro também, Lord Vader.
- E algum deles tinha o Procedimento Jedi?
Aí a tela começou a ficar toda ondulada e eu tive um flashback: lá estava eu, no Canadá, trabalhando no escritório do cliente. Olhei os flocos de neve caindo na janela, peguei a caneca sobre a mesa, tomei um gole do café (aguado, estilo norte-americano), e exclamei sorridente:
- Ei, hoje vou fazer o Procedimento Jedi!
A tela ondulou toda de novo e voltei ao presente. Olhei para Darth Vader e respondi:
- Sim, no meu último projeto nós fizemos o Procedimento Jedi...
Ele inclusive estava arquivado no meu notebook, nas minhas pastas de backup. O pessoal até pegou uma cópia pra usá-lo como modelo. No fim das contas, acabei fazendo meu filme com o Darth Vader. E ele nem precisou usar o sabre de luz...
Celebrities
2005-10-19 14:59:00 +0000
E aí, no fim das reuniões da tarde de ontem, eu e um colega daqui da emissora de tevê estávamos entrando no elevador quando ele disse:
- Segura o elevador aí pro Fábio Júnior.
- Hein?
Olhei pra trás e lá estava ele, o famoso cantor/ator, acompanhado de uma das filhas (não, não era a Cléo Pires). Ele deu aquela corridinha básica e entrou no elevador. Desceu no mesmo andar que eu, inclusive.
Obviamente, no exato momento que eu vi o dito cujo, a minha mente resgatou as minhas tétricas memórias das manhãs de domingo, quando minha mãe botava aquela manjadíssima música dele pra tocar no CD Player. Ligava o REPEAT e o hôme ficava tagarelando a mesma música por horas a fio:
Carne e unha, alma gêmea,
Bate coração,
As metades da laranja,
Dois amantes, dois irmãos...
Duas forças que se atraem,
Sonho liiiindo de viver...
Tou morrendo de vontade de vooooocêêêêêêê...
E agora isso aí está impregnado na minha cabeça. Ligado no repeat. Igual minha mãe fazia...
O Primo na Dança Folclórica
2005-10-18 02:54:00 +0000
Não, não fui em quem dançou. Foi Bethania, que resolveu participar de um grupo chamado Congá. Eles dançam tudo quanto é coisa típica do folclore brasileiro que tem nome esquisito, como a Catira, o Carneiro, o São Gonçalo, etc.
A apresentação de hoje foi num lugar muito familiar para mim: a PUC, onde me tornei bacharel em Ciência da Computação em 2001. Embora eu adore computadores, detestei todos os quatro anos que passei na faculdade, e devo ter passado a maior parte do meu curso dormindo em sala, ou matando aul... digo, lendo no belo jardim central do campus. Esse da foto aí embaixo.

Eu aprendi, de longe, umas dez vezes mais nos meus três anos de segundo grau técnico no CEFET...
Mas voltando ao folclore, o show de dança foi bem melhor do que eu esperava. Eu nunca tive paciência para esse tipo de coisa, mas a música típica, tocada ao vivo, combinada com a apoteose de cores e movimentos do pessoal, ficou bastante interessante. O público da faculdade se empolgou, bateu palmas, dançou junto e pediu bis.

E eu banquei o lambe-lambe semiprofissional o tempo todo, correndo em volta do palco e me desesperando enquanto o flash demorava anos (leia-se dez segundos) pra recarregar. Em meia hora de show eu tirei mais de 80 fotos, das quais uns 10% acabaram aproveitáveis. Como esta abaixo, que inclusive tem uma bailarina linda bem no meio :)

Diversas
2005-10-14 13:00:00 +0000
Acho que bati meu "personal tempo sem atualizar o blog record" nessa última semana. Bom, vamos aos eventos de destaque:
Na última segunda foi meu aniversário. Coincidência ou não, o hospital onde trabalhei na segunda era exatamente o mesmo hospital onde eu nasci.
Eu me senti especialmente mais velho neste aniversário, que foi meu último como solteiro.
Outro destaque foi a quantidade de congratulações que recebi por meio eletrônico, seja no Orkut ou via SMS no celular. Um exemplo desta última foi a que recebi de Luiz Otávio:
CONGRATULATIONS! You are a winner! Please, try again in the very hard difficulty. Press start button.
Na terça eu, Ted (o Trainee) e Sam (o Sênior) estávamos almoçando e comentando sobre uma das vagas de diretoria que estava em aberto no hospital. Enquanto Ted se servia de refrigerante, eu comentava:
- Imagina, Sam, se você assume uma diretoria dessas, vira patrão do cliente... ia ser legal. Você poderia até contratar o Ted como seu assessor...
Aí nós dois olhamos para o Ted, todo desajeitado, com o copo transbordando de espuma e entornando tudo sobre a mesa.
- É... acho que você acabou de perder o emprego, cara.
Dia desses eu e Bethania fomos ao famoso restaurante chamado Bolão.
No cardápio havia uma seção de "espetos", que estava riscada com um "X" feito a caneta. No entanto, abaixo dele havia uma anotação, à caneta, que dizia:
"Esta parte está riscada mas temos todos esses espetos!"
E, mais à baixo, outra anotação a caneta, com letra diferente:
"Então por que que está riscado?"
De volta à São Paulo, hora do projeto na emissora de tevê. Nas reuniões da manhã eu fiquei sabendo duas coisas:
1) O Palhaço Carequinha está internado em estado grave.
2) O VT a ser exibido quando ele morrer já está pronto.
Aí no fim do dia eu peguei um táxi de volta pro hotel. O taxista seguiu o procedimento operacional padrão de puxar conversa - ou seja, falou do clima:
- Tá calor hoje hein!
- Pois é...
O termômetro daqueles relógios digitais de rua registrava 30 graus. O taxista continuou.
- Mas o engraçado você vai ver... ali embaixo, perto da igreja, é fresquinho...
"Perto da igreja" significava descer uns 800 metros da rua.
- Como assim?
- Acho que é por causa das árvores, mas lá é bem mais fresco que aqui em cima.
Abri a janela e botei uma das mãos pra fora. Conforme o táxi ia descendo, a temperatura ia diminuindo, nitidamente. Assim que o táxi passou em frente à igreja, outro relógio de rua mostrou a temperatura: 24 graus.
Seis graus em oitocentos metros. Essa cidade é realmente esquisita.
A TV tem passado exaustivamente as controversas propagandas sobre o referendo. Acabei de ver, duas vezes seguidas, a propaganda que ensina como votar na urna eletrônica.
As três eleições onde fui mesário me deixaram com trauma daquele barulho da urna. Cada "piripiri" da propaganda me dava arrepio...
Ironicamente, quando eu estava na faculdade e tinha uma calculadora científica programável (uma HP 48G), eu fiz um programinha que imitava o barulho da urna. Usava-o no meio da aula pra encher o saco do professor.
Quem com ferro fere...
E só agora eu notei que este blog passou dos 2000 posts... este é o de número 2008.
Reunião de 8 às 18
2005-10-08 03:11:00 +0000
Quem me conhece sabe que eu tenho uma relação complicada com coisas luxuosas.
Vez por outra a minha profissão me obriga a ter contato com esse tipo de coisa: um almoço suntuoso ali, um hotel de luxo aqui... Eu acho tudo muito bonito, acho a comida realmente boa, o hotel realmente aconchegante, mas pra mim tudo fica rodeado de uma atmosfera meio maldita. Acho que é a minha consciência pesando, por lidar com esse tipo de coisa num país como o Brasil.
Ontem eu passei o dia numa reunião, na sala de convenções de um luxuoso hotel da capital paulista. Era tão luxuoso que dentro do banheiro tinha um sofá. Eu tentei imaginar pra que diabos servia aquele sofá, mas até agora não faço idéia. Será que é pra você se sentar e esperar seu colega terminar de fazer o número 2? Ou só pra você ficar ali curtindo aquele agradável (?!) ambiente?
Por sinal, na quarta eu bati meu "personal trabalhar até tarde record" e fui dormir às duas da manhã, preparando uns dados para a reunião. Dormi umas quatro horas, cheguei cedo no hotel, liguei o computador no datashow e fiquei ali, com as minhas dezenas de planilhas e gráficos a postos.
O pessoal chegou, comentou do tempo, falou de novela, brincou de fazer sombras com a mão no facho de luz do datashow... e chegou a hora do almoço. Grã-fino, é claro. Na mesa, dois garfos, duas facas, e diversas comidas que eu sequer sei pronunciar o nome. O salmão "maldito" estava até gostoso, e o cafezinho que serviram depois, em vez de uma colher para misturar o açúcar, tinha um bastãozinho de canela.
Depois, de volta à reunião, mais conversa... comentaram sobre as idéias pro próximo ano, citaram nome de novos programas desenhando um letreiro no ar com as mãos, igualzinho a gente vê em filme (pessoal de tevê é tudo artista, mesmo se trabalhar na contabilidade), e só lá pelas quatro da tarde o material que eu preparei de madrugada foi usado. Bom, na verdade, apenas parte dele: das dezenas de planilhas e gráficos, o vice-presidente usou apenas três colunas de uma das planilhas.
Aí ele começou a querer mudar de assunto, e eu fui obrigado a fazer valer as minhas horas de sono perdidas:
- Senhores, eu preciso perguntar: na linha 17 temos um prejuízo previsto de cinco milhões(*). O que vamos fazer em relação a isso?
E lá estava eu, peitando vice-presidente de emissora de tevê. Pelo menos deu certo: os cinco milhões devem virar apenas dois, e o cara até me agradeceu no final da reunião.
The End of Days
2005-10-05 13:10:00 +0000
- Agora eu não tenho condições físicas de continuar. Até amanhã.
Foi com essa frase que o cara com quem eu me reunia encerrou as atividades do meu dia de ontem. Eram dez da noite, e praticamente todo mundo da emissora já tinha ido embora. Eu estava acordado desde as cinco da manhã, e a partir das seis da tarde eu ganhei uma fiel companheira: a dor de cabeça. Ela ainda dói enquanto escrevo esse post, por sinal.
Peguei o elevador e voltei até a minha sala, pra buscar as minhas coisas e ir embora. Eu sonhava com a minha cama de hotel fofinha quando peguei na maçaneta da porta da sala, mas ela fez "tlec" e não girou: meus colegas já haviam ido embora e trancaram a sala.
Claro que eu tinha uma chave. Estava bem guardada, dentro da minha mochila... dentro da sala.
Alguns telefonemas e meia hora depois, um funcionário da brigada de incêndio chegou com um molho enorme de chaves e abriu a porta. Peguei minhas coisas e desci até o ponto de táxi. Na saída ainda deu tempo de ver uma famosa apresentadora, saindo com o namorado num Audi prateado, mas o que eu queria mesmo era um carro branco com a palavra "TAXI" no teto.
O ponto de táxi que fica em frente tem espaço para uns cinco carros. Estava vazio.
A minha cabeça latejava bastante e eu me preparava pra achar um outro ponto, quando miraculosamente um táxi apareceu. A partir daí, tudo que eu queria era chegar no hotel, pegar o telefone e pedir alguma comida; tanto que, assim que fiz o check-in, peguei o elevador e fui direto pro telefone público do andar (não, meu hotel não tem telefone no quarto):
- Tele-qualquer-coisa, boa noite...
- Boa noite, eu queria fazer um pedido.
- Nós já encerramos, senhor.
- ...
- É só até as 23 horas.
Eram 23:05. Vasculhei a minha mochila para procurar outros panfletos de disk-coisas: todos atendiam só até as 23 horas. Tive que pegar novamente o elevador e, no lobby do hotel, procurar um telefone de um disk-qualquer-coisa que entregue depois das 23h. Aí foi só voltar a subir de elevador, ir novamente ao telefone público e fazer o pedido. Coisa simples, não fosse a cabeça latejando.
No quarto, além do telefone, não tem frigobar ou outras amenidades. Nem cozinha o hotel tem. Mas pelo menos a TV tem um Discovery Channel. Fiquei semimorto na cama, assistindo um documentário (extremamente anti-comunismo, por sinal), sobre o acidente de Chernobyl e a sequência de erros humanos envolvidos. Fiquei feliz: quando eu cometo erros no trabalho, pelo menos eles não se tornam uma nuvem de radiação que mata milhares e provoca câncer em gente do mundo todo por 75 anos. O ator que fazia o papel do chefe da sala de controle, um tipinho russo com um bigodinho cafona, fez uma cara impagável de "agora fudeu" quando o reator explodiu. Melhor que qualquer novela da Globo.
E quando a comida (chinesa) chegou, veio um biscoito da sorte, cuja mensagem dizia:
"Na crise, as pessoas cultivam a sabedoria. Na prosperidade, seja frugal. Na adversidade, nada tema"
E no verso tinha uns números para jogar na loteria.
Coisas que você ouve quando trabalha numa emissora de tevê
2005-09-29 04:17:00 +0000
Novos adjetivos: ontem numa reunião um produtor disse que o cenário do programa estava muito over...
Palavras resumidas: merchandising vira mércha, TV de plasma é só plasma, chroma key é chroma, ilha de edição é só ilha...
A soma medonha disso tudo: "eu vi o mércha no plasma lá da ilha, e o chroma fica muito over"...
Coisas que você vê quando trabalha numa emissora de tevê
Nonsense. Outro dia, no estacionamento, tinha um cercadinho de madeira e, dentro dele, um potro...
Fama. Semana passada eu tive reunião com uma famosa apresentadora. Mesmo com a luz apagada (por causa da apresentação que estávamos passando no plasma), ela não tirou os óculos escuros...
E no refeitório, no almoço de ontem, outro famoso apresentador entrou acenando pra todo mundo como se fosse o Papa e dizendo "boa tarde, boa tarde, bom apetite, boa tarde". Ninguém pareceu se importar muito...
Estilo. Não me esqueço de uma reunião que fiz com um cara que usava uma roupa de frentista. É, de posto de gasolina mesmo. E na altura do peito havia um retângulo branco, aonde bordam o nome do funcionário. No dele estava escrito: "DUDE".
Coisas que você cheira quando trabalha numa emissora de tevê
Cigarro. Muito cigarro. Se houver três cinzeiros num corredor de 20 metros de extensão, todos estarão sempre cheios. Já continuei muita reunião na cantina porque os participantes, fumantes inveterados, queriam ir la fora dar um trago...
ZZZZZzzzzz....
2005-09-27 11:09:00 +0000
Terça de manhã é hora de atualizar o blog, usando os minutos de sala de embarque antes de ir pra São Paulo.
Como de costume, o dia começou cedo: o despertador toca às 4:50 da manhã. Só que, num show de competência (ahem!), eu me antecipei e acordei quase uma hora antes.
Nas últimas semanas a maior novidade tem sido essa mesmo: distúrbios do sono. A noite de domingo pra segunda, por exemplo, foi assim:
23:30 - Me deitei para dormir.
00:10 - Aceso demais pra pegar no sono, fui para o sofá da sala e liguei a TV. Assisti o final do ótimo O Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembrança no TeleCine. Achei que estivesse relaxado o suficiente e voltei pra cama.
00:35 - Na cama, eu me virava para a esquerda e pensava em trabalho. Aí virava pra direita e pensava na reforma do apartamento onde vou morar depois de casar. De bruços, eu pensava nas duas coisas...
1:10 - Eu acho que foi por volta dessa hora que eu, finalmente, dormi. Aí tive um sonho bizarro, onde eu andava pelo corredor de um grande prédio de apartamentos, abria a porta de um deles, enfurecido, encontrava uma velhinha em algum dos cômodos, pegava-a pelas pernas e jogava longe, como se ela fosse de papel. Aí, saía e ia para o apartamento seguinte...
Acordei lá pelas três, com o coração disparado de tanto arremessar velhinhas.
4:30 - Acordei de novo, com o primeiro ônibus do dia passando pela rua. Eu estou quase montando, mentalmente, uma tabela de horários dos ônibus que passam entre quatro e sete da manhã. Fui até a cozinha e bebi um copo d'água.
5:10 - Acordei para ir ao banheiro "devolver" o copo d'água...
Depois, voltei a sonhar com o apartamento. Dessa vez eu estava fazendo alguma coisa no andar de baixo, mas não me lembro bem...
6:30 - Esta foi a última hora que acordei. Fiquei ouvindo os passarinhos cantando até as 7:30, que é quando o despertador tocou.
O Kart que não.
2005-09-08 10:47:00 +0000
No feriado o povo da equipe do meu projeto do hospital combinou de correr de Kart, às 7:15 da noite. Eu e Bethania chegamos no Kartódromo às 7:14...
7:14 - Ted, o Trainee apareceu na porta enquanto eu estacionava. "Estava indo ligar pra vocês", disse ele, "o pessoal já está chamando para a corrida".
- Tá todo mundo aí?
- Não, só veio eu, o Sam (o Sênior) e vocês. O resto deu o bolo...
Olhei em volta: as bandeirinhas em volta da pista tremulavam agitadas com o vento forte. No céu as nuvens iam se acumulando, vermelhas, e os raios caíam. "Isso não vai dar certo", pensei.
7:16 - Eu, no balcão da recepção:
- Boa noite, a gente veio para a bateria de agora, sete e quinze...
- Ah, os retardatários... bom, é só preencher essa fichinha aqui, pagar e pegar seu equipamento ali.
- Certo. Quanto é?
- Cinquenta e quatro reais...
- Santo Deus, é caro isso hein!
- Não não... cinquenta e quatro reais por pessoa...
Nota mental: Fazer a próxima confraternização da equipe com um amigável (e gratuito) joguinho de truco.
- Tó aqui o cheque...
- Ótimo. Escolhe aqui agora o número do seu kart.
- Hmmm... quero o treze. Pra dar sorte.
7:21 - Os trovões e o vento aumentavam. Os caras da pista colocavam todo mundo nos karts, gritando:
- VAMO RÁPIDO GALERA, ANTES DA CHUVA!
Entrei no meu bólido de número treze (pra dar sorte, lembram?). Ligaram o meu cortador de gram... digo, motor, e saí dos boxes. "Mas e a largada? E as voltas de qualificação?", pensava eu, até que depois da segunda curva vi um dos fiscais de pista com a bandeira amarela.
Lembrei da Fórmula Um... "bandeira amarela... reduzir a velocidade e não ultrapassar". Fiquei perambulando atrás do kart que estava na minha frente, uma, duas voltas... imaginei que o pessoal iria chamar para organizar o ranking de largada ou algo assim, mas nada acontecia... até que um louco me ultrapassou em altíssima velocidade.
Me senti um idiota, depois pisei fundo.
7:25 - Um raio caiu próximo ao circuito, e as luzes deram uma pequena oscilada. "Só falta acabar a luz", pensei.
7:26 - A luz acabou...
Tirei o pé e fiquei acompanhando a linha branca da lateral da pista, a única coisa que eu enxergava. Umas duas curvas depois, vi a sombra do fiscal de pista mandando o pessoal entrar nos boxes.
7:28 - Quando já estava quase todo mundo parado, a luz voltou. A da pista continuava apagada (eram aqueles refletores que demoram a esquentar).
Uma mulher passou pelos boxes, com o celular na mão. Dizia ela:
- Estão dizendo aqui que está chovendo granizo no centro da cidade, está um caos, destruindo carros e tudo! Essa chuva toda é que deve estar vindo pra cá...
Avistei Sam, o Sênior...
- É... parece que acabou...
O pessoal da pista ia desligando os karts e perguntando:
- Tá todo mundo aí? Estão dando falta de alguém?
Olhei em volta e não vi Bethania em lugar nenhum. Os fiscais voltaram para a pista, com lanternas...
7:30 - Bethania e o seu kart entraram nos boxes. "Apagou tudo, eu fiquei com medo de baterem em mim e parei", disse ela.
Devolvemos o equipamento, pegamos o dinheiro de volta. Sam e Ted apareceram:
- Uh... bem, então até amanhã né...
Aí peguei o carro e comecei a voltar. Quem sabe ainda dava pra pegar um cinema, espantar a uruca desse fim de dia.
7:40 - No meio do caminho pegamos a chuva toda que destruiu o centro da cidade. Com a visibilidade ruim, acabei errando uma saída e pegando o caminho mais longo para a cidade.
- Ei, vira ali à direita que a gente consegue voltar pro caminho mais curto - disse Bethania.
Virei...
7:55
- Uhh... já era pra gente ter chegado no caminho mais curto... você conhece esse lugar aqui?
- Não...
8:05
- Mas não era essa a avenida??
- Não! Eu achei que era a outra ali atrás!
- Tá, vamos voltar...
8:11
- Ah, agora eu tenho certeza que é por aqui!
8:15
*Fom fom!*
- Por favor, moço... a gente tá perdido... como faz pra chegar no centro?
- Siga em frente e não vire em lugar nenhum - disse ele
Segui em frente e, finalmente, encontrei um local familiar: o lugar onde a gente havia virado à direita. Pegamos o caminho longo mesmo e voltamos pra cidade...
O Primo no zouk erótico (não, você não leu errado)
2005-08-23 01:50:00 +0000
Ontem à noite estávamos eu e Bethania papeando com uns amigos e amigas. Uma delas, a "Morena", é fanática por dança e estava comentando de um dos seus estilos favoritos: o zouk, ou "lambada francesa".
Em resumo, o zouk parece lambada, mas que se dança devagar. Até aí, nada de mais. O problema foi que, segundo a Morena, os cariocas trouxeram para Belo Horizonte o chamado "zouk erótico", que é um zouk "muito mais sensual", "tuuuuudo de bom" e outros superlativos.
A Morena, empolgadíssima, mal se continha na cadeira enquanto explicava. Acabou se levantando para mostrar um ou dois passinhos. Pegou o "Samuel", outro amigo, pra usar de exemplo:
- Mas aí tem um passo assim que o homem pega a mulher e coloca assim, ó...
E, instantes depois, Morena deu um "chegapracá" com os braços no Samuel e ficou completamente agarrada, com a testa colada na dele, e a ponta dos narizes se tocando. Como naquelas cenas de sexo da novela das oito. O Samuel ficou vermelho por uns 10 minutos, enquanto as outras meninas iam, imediatamente, à loucura...
- Aiiiii nossa!! Eu quero dançar isso! Onde tem, Morena? - Perguntou Bethania
- Ora, tem hoje mesmo, agora à noite... vamos?
- Aiiiii Zé, vamo? Vamo? Vamo? Vamo? Vamo?
Como de costume eu fiz minha avaliação racional da situação e cheguei à duas conclusões:
Se tudo o mais der errado, vai ter uma mulher, suada, se esfregando em mim.
E, dando certo ou errado, eu vou acabar tendo uma boa história aqui pro blog.
Aí, fui.

A Morena, dançando com um colega. Não, eles não estão ficando.
Eu sempre tive um problema para entender a dança, por vários motivos. Coordenar o meu próprio corpo, se movendo sozinho, nunca foi tarefa fácil. Adicione mais uma pessoa a alguns centímetros do meu pé tamanho 42 e você tem a receita para um desastre. Além do mais, eu nunca entendi a graça de ficar ali rodopiando e encaixando as pernas com alguém (mesmo sendo mulher. Que burro eu era)...
No entanto, a Morena passou alguns minutos me ensinando o básico da dança. Ao invés de dar as instruções técnicas que eu esperava (coloque seu pé aqui, mexa seu braço assim), ela dizia coisas do tipo: "Tem que fazer cara de quem tem a manha, de que tem certeza do que está fazendo. Tem que ter atitude, se soltar, entrar no teatro mesmo"... e aí eu finalmente entendi que a coisa não é fazer certo ou errado. É algo mais mental do que físico, por assim dizer. "Free your mind", como diria o Morpheus no filme Matrix...
O que justifica o "erótico" do zouk erótico é que, além do rebolado típico da lambada, há muito contato visual, mãos correndo o corpo e tal. A mulher costuma girar a cabeça de forma lânguida, jogar o cabelo para tudo que é lado, descer até o chão e voltar "relando" no corpo do homem como se fosse uma cobra, entre muitas outras coisas no limiar entre o "sensual" e o "sexo sem tirar a roupa". Mas tudo com todo o respeito, é claro: tinham meninas bonitas, nos seus vinte-e-poucos, que dançavam com tiozinhos barrigudos que pareciam ter saído de trás do balcão da padaria da esquina, e ambos davam um belo show de entrosamento.
Normalmente eu gosto de aprender coisas novas. Como naquela noite eu estava livre de preconceitos, acabei me esforçando de boa vontade, como se estivesse aprendendo cascading style sheets ou outra coisa nerd. E já que esfregar-se com uma mulher é um ótimo recurso didático, meu rendimento foi bastante satisfatório...
(Update: É claro que esta última frase foi uma piada)
Ok, agora podem rir e fazer piada com a minha cara nos comentários.
Relationship Upgrade
2005-08-19 05:02:00 +0000

Estes aí da foto somos eu e Bethania. Na última quarta completamos seis anos de namoro.
Só que eu devo informar que, a partir deste dia, nós dois não somos mais namorados...
...porque ficamos noivos.

My preciousssssss...
No ahhhhrrr...
2005-08-17 03:08:00 +0000
- Senhores passageiros, este é o vôo 1730 com destino à Belo Horizonte. Queiram por gentileza observar o número do seu assento marcado em seu cartão de embarque. Para a decolagem, pedimos que mantenha sua poltrona na posição vertical e sua mesinha fechada e travada...
(...)
- Senhores passageiros, em instantes iniciaremos o serviço de bordo. Será servida barrinha de cereal e biscoito salgado, acompanhado de refrigerante e sucos...
(...)
- Senhores passageiros, Listerine é um refrescante bucal que deixa uma sensação de frescor e um hálito fresco e puro por muito mais tempo. Nós vamos agora sortear alguns brindes Listerine... assento 18F?
Eu juro por Deus que isso aconteceu de verdade.
Consultoria em tietagem
2005-08-10 12:43:00 +0000
Trabalhar em emissora de tevê, ultimamente, tem sido no mínimo interessante.
Ontem estávamos todos com a cara enfiada nos computadores quando entra na sala Tracy, a trainee. Tracy pára em frente ao consultor sênior, com as mãos atrás das costas, os ombros encolhidos, a cabeça deitada para a esquerda e sua melhor cara de mea culpa e diz:
- Olha... eu fiz uma coisa ali embaixo... por favor não me xinga não...
- Aff... o que foi que você fez dessa vez, Tracy?
- Isso...
E Tracy joga sobre a mesa uma foto de Daniel, o cantor sertanejo... autografada.
- Eu não resisti, ele tava ali no estúdio e eu TINHA que falar com ele! Aimeudeus ele é tãããããããão lindo!!!!!!!
Sem título (não deu tempo de pensar em um)
2005-08-08 03:02:00 +0000
Neste exato momento eu tenho tudo para escrever um excelente post.
Na semana passada eu fui o terceiro colocado numa corrida de kart. No mesmo dia, disparei uma bolinha de paintball que acertou a perna de um oponente através de um buraco numa pedra que media apenas 30 cm. E o mais velho dos meus companheiros de time devia ter uns 12 anos.
Na quinta-feira todos os meus arquivos de trabalho desapareceram do servidor. Na noite de sexta eu e Bethania fomos a um restaurante e vimos um casal receber os pratos do garçom, dar as mãos e... rezar antes de comer.
E teve casamento no fim de semana: aconteceu em Ouro Branco, a cidade com o maior silêncio do Brasil. Eu tenho aqui na minha câmera algumas dezenas de fotos da serra, que ficaram ainda mais bonitas por causa do céu de inverno, azulzinho, azulzinho.
Pois é, tenho tudo para escrever um excelente post. Menos tempo...
Um pouco de nada
2005-08-03 03:21:00 +0000
Slogan de faculdade paulista: Faça bem feito. Faça FEI.
Alguém tem que achar o cara que bolou esse slogan e dizer pra ele que ficou muito FEI. Acho que ele vai entender o porquê na hora.
No New Yorker:
Diplo (Wesley Pentz) produziu “Bucky Done Gun” para a artista britânica M.I.A.—está no seu último álbum, “Arular”—que consiste em grande parte de recortes de uma música chamada "Injeção", da cantora (sic) brasileira Deise Tigrona, que foi gravada no estúdio de Fernando Luiz Da Matta (DJ Marlboro).
Agora eu descobri por que diabos essa música parecia tanto com funk carioca. Não sei se fico feliz ou triste, então fico os dois.
Switching from bloghorragic mode into nerd mode...
Dica: Baixe Powertoys para Windows XP e seja feliz. Não deixe de levar o Tweak UI e o Alt-tab replacement.
Switching from nerd mode into bloghorragic mode...
TOP 5 fatos inúteis do meu dia de hoje
Hoje a internet deu pau aqui no serviço e não funcionava. Ligamos para o setor de informática, que ficou de mandar um técnico.
Tive que ir para uma reunião e só voltei algumas horas depois. Cheguei perguntando:
- Ei, pessoal, o cara esteve aqui pra resolver o problema da internet?
- Teve sim, ele deixou o email dele anotado, falou pra você mandar um email com o problema que ele vai ver o que é.
- Tá... mas... se a internet não está funcionando, como diabos esse cara espera que eu mande um email pra ele?!?
O motorista que guiou o ônibus que peguei no aeroporto chamava-se... "Guiomar".
Pela primeira vez presenciei um peido no avião. Tão ruim quanto no elevador.
A revista de bordo estava muito boa hoje. Destaque para uma bela frase de Marisa Orth: "A fama é um abandono ao contrário".
E agora, o gran finale - eu e o taxista, na porta do meu prédio:
- Você faz um recibo pra mim, por favor?
- Claro... que dia é hoje mesmo?
- Dois de agosto.
- Sim... dois... agosto... dois mil e cinco... deixa ver aqui se eu escrevi tudo: valor, data, placa do carro...
- Hmmm, é, tá tudo aí
- É que eu não ando enxergando direito aí tem que conferir tudo né, hehehe...
Diversas
2005-08-01 03:16:00 +0000
E amanhã é dia de acordar às 4:30 da manhã e voar pra São Paulo. Pra coisa ficar ainda mais divertida, na noite passada sonhei que estava num avião que sofreu um acidente. Mas podem ficar tranquilos: o acidente do sonho não foi nada sério e todo mundo sobreviveu...
Como a minha vida anda bem sem-graça, estou tendo que apelar para a ficção. Portanto, quando você vir que a letra mudou por aqui, saiba que nada mais é verdade. Abaixo segue um exemplo.
A borracha mole do botão do controle remoto fazia-o emperrar toda hora. Mas o Souza continuava zapeando pela TV do hotel, naquela tarde de domingo. Domingo é um dia complicado, principalmente à tarde e principalmente quando você está num quarto de hotel do Rio de Janeiro, longe de casa e sem ter absolutamente nada pra fazer porque o céu está se derretendo todo lá fora.
A tevê só tinha canais abertos e estava lá, ligada, vomitando a programação dominical. Até que o controle emperrou de novo e acabou saltando dois canais e indo parar na Globo, no Domingão do Faustão. Tinha uma dupla caipira fazendo show enquanto o apresentador repetia seus chavões de sempre: "Mais do que nunca, quem sabe faz ao vivo galera!". Depois, levantou o CD da dupla para que a câmera focalizasse. Souza ainda se perguntava se aquilo era ou não playback quando a câmera cortou para as dançarinas. Eram umas vinte, fazendo coreografias sem sentido, robóticas, decoradas com um sorriso automático. Estendido na cama, Souza se lembrou da festa de sábado.
No sábado a parte "oficial" da sua viagem de negócios acabara. Eram umas seis da tarde quando encerraram o seminário e começaram o coquetel. A empresa de Souza era muito pequena e desconhecida, então ele passou a maior parte do tempo no bar, vendo o movimento e tentando ver se conseguia lembrar o nome das celebridades que volta e meia perambulavam pelo saguão.
Foi quando o "cara da gravata bege" chegou. Ele não sabia quem era, só viu a figura debruçar-se sobre o bar, pedir outra bebida e puxar conversa da maneira mais padonizada possível:
- Festão hein!
- Pois é...
- Cara, olha isso, quanta mulher maravilhosa tem aqui!
- Verdade.
- Mas o melhor é que dá pra pegar qualquer uma. Qualquer uma mermo...
Souza riu e pensou que aquele cara já havia bebido mais que devia. Como não tinha nada a perder, resolveu continuar o papo. Pelo menos ia espantar o tédio.
- No duro? Eu não acredito...
- Pode crer, mermão! Todas as mulheres são umas prostitutas ocultas, é só saber dar o preço que elas pulam no seu colo...
- Eu acho que você está generalizando um pouco demais, não?
O bebum deu dois tapinhas no ombro de Souza e chegou mais perto. A gravata bege pulou para fora do paletó e ele assumiu um tom de voz mais misterioso.
- Olha aqui, vou te contar um segredo. Sabe aquelas dançarinas do Domingão do Faustão? Todas são "da vida". Putas, quengas, chame como quiser. Mas são sim!
- Sim sim, claro... - desdenhava Souza enquanto bebia outro gole do martini.
- Olha, se você está duvidando, faça o teste. Amanhã, na hora das videocassetadas, eles vão mostrar o rosto de umas duas ou três meninas. Escolha a que mais te agradar e ligue para este telefone aqui...
O engravatado mostrou discretamente um guardanapo dobrado na mão esquerda. Souza riu, pegou o guardanapo e guardou no bolso sem dar a menor atenção. Até moveu-se discretamente, para alimentar a fantasia do engravatado, que continuou delirando sobre sua rede de prostituição na TV aberta:
- Aí quando o programa acabar, eles mandam a mina pra onde você tiver. Não é lá muito barato, mas as meninas são maravilhosas e fazem qualquer coisa. Garantido, mermão!
- Claro, claro. Bom, deixa eu ir ali tirar uma água do joelho.
Dali, Souza foi direto para o táxi. E agora estava deitado na cama, lembrando-se da conversa do homem da gravata bege. Ficou curioso, abriu o armário e meteu a mão no bolso do paletó: o guardanapo dobrado ainda estava lá. Ao desdobrá-lo, a surpresa: um número de telefone.
"Com o patrocínio da Fininvest, vem aí as Videocassetadas, galera!" - Anunciava Faustão.
Souza ajeitou o travesseiro e logo vieram os vídeos. Havia uma noiva desmaiando num casamento, uma criança que cambaleia pela sala e bate a cabeça na câmera, um cachorro correndo atrás do próprio rabo. Aí a tevê mostrou a primeira dançarina: loira, com olhos castanhos, estava rindo da "cassetada" do cachorro. Depois vieram mais, uma série de "tombos em festas", com vários americanos gordos se espatifando no chão: uns subiam em mesas e caíam, outros cismavam de rodopiar com suas esposas gordas e acabavam tropeçando. O bloco acabou e mostraram outra dançarina, ruiva, com grandes olhos verdes. Alguns minutos depois, mais cassetadas e a terceira menina, também morena, com dentes alvos e uma pele muito bonita.
Souza nunca havia notado que a tevê realmente mostrava as dançarinas entre os blocos de videocassetadas. Olhou para suas mãos: o controle remoto em uma, na outra o guardanapo com o telefone. Resolveu discar.
Foi num misto de curiosidade e descrédito que ele ouviu o telefone chamar. Uma, duas, três vezes. Na quarta, a linha fez um ruído e uma voz masculina atendeu.
- Alô.
- Er.. de onde fala?
A voz masculina não respondeu e desligou. Aquilo estava cada vez mais estranho. Souza esperou alguns instantes e ligou de novo:
- Alô.
- Eu queria a terceira menina - Disse Souza, destemido.
Resolveu entrar no jogo; se aquilo fosse um engano, ele diria que discou errado e desligaria. Se fosse uma pegadinha, ele sabia que não podem exibí-la sem sua autorização. Na verdade Souza acreditava que aquilo não ia dar em nada. Não fazia sentido que o Domingão do Faustão servisse de "catálogo televisionado" para garotas de programa. Mas a voz masculina do outro lado da linha prosseguiu.
- OK, a morena ainda está livre. Pra quando, agora?
Souza não sabia o que dizer. A voz continuou.
- Senhor, o programa é para agora?
- S-sim, é para agora.
- Certo. São quinhentos reais, duas horas, o táxi é por nossa conta. Qual o endereço?
Souza segurava o telefone com força. A curiosidade era maior que o espanto, por isso deu o endereço mesmo assim. Aquilo devia ser um trote, provavelmente o próprio engravatado iria aparecer, apontar o dedo para a cara de Souza e gritar "te peguei!". Ou uma quadrilha ia lhe sequestrar e fazer um tour pelos caixas eletrônicos do Rio, limpando todas as suas economias pelo caminho e abandonando-o, seminu, num terreno baldio qualquer. Pelo menos é o que Souza pensava. Enquanto ele se sentia um idiota por ter dado o endereço, o homem continuou:
- Então está combinado. Eu preciso apenas que o senhor pague a menina assim que ela chegar. São as normas. Em quinze minutos... não, vinte, por causa da chuva, ela chega em seu endereço.
E desligou. Assim que o fone tocou o gancho, a vinheta da teve dizia: "é fantastico... tcham!".
Souza voltou a se deitar, preocupado. Glória Maria narrava os destaques do programa da noite, mas ele nem ouvia.
Duas batidas na porta interrompem os vinte minutos mais longos de sua vida. Souza ainda hesitou, andou lentamente até a porta, passou o trinco e girou lentamente a maçaneta. Do outro lado, lá estava ela. A dançarina do Domingão do Faustão, ainda com a maquiagem do programa no rosto.
- Posso entrar? - disse ela, com a voz doce e provocante.
Ao vivo ela era ainda mais bonita que na tevê. Sem tirar os olhos de Souza, ela passou, empurrou a porta e tomou-o pela mão.
- Vem pra cama comigo.
Foi exatamente como o engravatado dissera: ela fez de tudo com Souza. Um bom tempo depois, os dois se aconchegaram na cama. No escuro, os móveis do quarto faziam sombras que piscavam nas paredes, conforme a tevê ia anunciando: "Hoje, no Domingo Maior..."
Eram sete e quinze da manhã quando Souza acordou, sobressaltado. O quarto estava vazio. No criado mudo, sua carteira estava aberta: faltavam quinhentos reais. E o guardanapo com o telefone havia sumido.
Na tevê estava passando a vinheta de abertura do Bom Dia Brasil.
Quinhentos e tantos quilômetros em dois atos
2005-07-27 03:37:00 +0000
Ato 1
E, pela segunda vez este mês, um taxista me perguntou se eu estava indo pra Brasília receber meu mensalão.
Abrir o notebook na sala de embarque do aeroporto provocou uma inesperada reação: várias crianças vieram pescoçar o que eu estava fazendo.
A tentação de abrir o emulador e jogar um Street Fighter Zero, só pra esnobar, foi grande.
Palavras, palavras... eu queria palavras e pedi a aeromoça que me arrumasse uma revista. Nesse meio tempo achei uma revistinha de palavras cruzadas, esquecida no bolsão em frente ao meu assento.
A sorte: ela estava todinha em branco, pronta pra ser desvirginada pela minha enorme, hã, caneta.
O azar: ela era da categoria "moleza super-fácil letra grande".
Testei uma delas e, noventa segundos depois, vi que teria que me contentar com a revista mesmo. Também não adiantou: meia hora depois e até reportagens do tipo "Troque o Prada pelo prana", escrita por uma professora de yoga, eu já tinha traçado.
Voltei para as palavras cruzadas e decidi ver quantas eu conseguia fechar antes do avião aterrisar. Não me lembro quantas foram, mas a última eu fechei entre o instante em que o trem de pouso tocou o chão e o momento em que o avião parou no terminal...
Ato 2
O cabelo daquela aeromoça estava me incomodando muito. Aquele coque dela, o gel e o tingido de loiro davam a impressão de que estava tudo repuxado para trás, esticando a pele do rosto até doer. Mas ela ria e nem se incomodava, enquanto eu não conseguia tirar os olhos dela. Eu olhava esperando dor e via só um sorriso. Aquilo era muito bizarro. Talvez fosse o whisky, o suor do copo que ficava molhando os meus dedos gordos. Eu não devia ter bebido esse whisky, mas nessa altura isso não vai mais fazer diferença.
Eu só conseguia alternar o olhar entre o telão e a aeromoça. Aquele maldito filme ianque finalmente acabou e a tela mostrava só a rota do avião, em algum lugar sobre o Mediterrâneo. No meu relógio ainda faltavam quatro horas pra terminar a viagem. E o coque da aeromoça fazia parecer que a pele dela ia estourar a qualquer momento. Ela foi chegando mais perto e eu prestava ainda mais atenção, enquanto ela me dizia alguma coisa em inglês, toda sorridente. Acho que ela pediu que eu a acompanhasse. Era bonita, a moça, e estávamos a 12500 pés de altitude, segundo o telão. Sei porque vi de relance, enquanto eu e ela passávamos pelo corredor. Tinha uma senhora saindo do banheiro, então a aeromoça parou e esperou que ela passasse. A senhora tinha a pele normal. Dobrinhas, rugas e tudo o mais. O cabelo estava solto, e seria normal não fosse aquela cor esquisita. "Acaju", diria minha irmã. Pra mim era vermelho. A aeromoça ainda estava sorrindo, e aquele coque-tortura repuxando o rosto dela. Talvez fosse por isso que ela não tivesse nenhuma ruga. Nenhuma mesmo. E os olhos castanhos pareciam ainda maiores, repuxados, me olhando esquisito da cabeça aos pés.
Eu nem sei se ela me empurrou para o banheiro ou pediu que eu entrasse, mas sei que acendeu uma luzinha engraçada no teto quando ela trancou a porta. Um tal de "occupied". Eu achei aquilo engraçado mas não consegui ler muito mais porque ela começou a me beijar. Apesar de todo aquele repuxado eu achei que fosse sentir algo estranho quando o rosto dela tocou o meu, mas estava macio. Macio e um pouco dormente. Deve ter sido o Whisky, ou a pressão atmosférica dos 12500 pés. O resto do corpo não estava dormente, porque ela passava as unhas pelos meus ombros e eu sentia tudo. A minha mão estava na cintura dela, metade sobre aquele casaquinho estranho, metade sobre a blusa branca por baixo. Era macio e liso, 50% algodão, 50% poliéster. Não sei se era isso, mas parecia com uma camisa que eu tinha e que, na etiqueta, dizia isso. A mão dela não desceu muito pelas costas e logo passou para a frente, pra ir desabotoando a minha blusa. Eu não estava entendendo mas não conseguia pensar muito pra decidir o que diabos era aquilo, por causa do maldito coque, ali na minha frente, amarrado numa redinha esquisita que mantinha o cabelo preso, e porque estava gostoso, aquilo tudo. Menos o coque.
Aí de repente ela ficou impaciente e arrancou a camisa num golpe só, depois parou com uma cara assustada quando ela viu toda aquela dinamite em volta da minha barriga. A cara repuxada dela fez uma expressão diferente, como se fosse gritar, e eu tive que pensar rápido. Não ia ter jeito mesmo, então puxei o pino do detonador.
Ninguém viu a bola de fogo sob o céu do Mediterrâneo.
Fui dar um serão extra
2005-07-26 04:03:00 +0000
Quando eu comecei a trabalhar com consultoria, fiz uma promessa a mim mesmo: jamais levar trabalho pra casa.
Pena que eu não incluí hotéis na minha promessa...

Momento queima-filme de sexta
2005-07-25 11:03:00 +0000
Estavam eu e Sam (o sênior) debruçados sobre o computador de Ted (o trainee).
Ted abre seu email e clica em "Anexar Arquivo". A caixa de diálogo abre, apontando para a última pasta utilizada. O Windows XP, ao perceber que se tratava de uma pasta com imagens, automaticamente gerou e mostrou miniaturas das imagens.
Eram todas de mulher pelada...
Coisas que eu ouvi no avião
2005-07-21 03:52:00 +0000
*ding dong* - Sinal de chamada para a aeromoça
- Pois não, senhora, o que deseja?
- Por favor, o que é mouse?
- Como é?
- Mouse... o que é mouse? Vocês falaram aí nas instruções de segurança que não pode usar aparelho eletrônico ou mouse, e eu não sei o que é isso...
*ding dong* - Sinal de chamada para a aeromoça
- Pois não, senhor?
- Me diz uma coisa, quantas meia-horas ainda vai demorar pra gente decolar?
- Bom, senhor, a informação do comandante é que estamos aguardando passageiros de conexão...
- Ah tá. Brigado.
Cinco minutos depois: *ding dong*
- Pois não, senhor?
- Num tem nada de comer aqui não? Tou com uma fome...
- Durante o vôo vamos servir no serviço de bordo, mas por enquanto o senhor quer uma água ou algo assim?
- Sim, obrigado...
Mais cinco minutos depois: *ding dong*
- Pois não, senhor?
- Cê me traz mais uma água, por gentileza?
A aeromoça sai. O cara comenta com o colega na poltrona ao lado:
- Putz, gostei dessa mocinha, cara...
- Hehehe, tem quanto tempo que você não... (assobio) ?
- Ô! Tempão...
Chique no úrtimo 2 - Debaixo da ponte (aérea)
2005-07-21 03:44:00 +0000
Continuando a série "como é chique o mundo da consultoria": quando você está de terno e gravata, todos os seus problemas ganham uma dimensão muito mais superior e sofisticada, e suas reclamações giram em torno de coisas suuuuperchiques, como aviões e hotéis.
"Mas meu vôo atrasou duas horas, sabe... e ainda sumiram com minha reserva do hotel", dizem os chiques. Pra ficar ainda mais beleza, basta completar a frase com algo do tipo: "Estou super estressado com os stakeholders, preciso ir pra um SPA".
Eu ainda não cheguei nesse segundo nível de sofisticação. Sempre que alguém diz stakeholders eu penso naqueles garçons de churrascaria. E uma vez uma colega de trabalho tirou da bolsa uma nécessaire com o logotipo do Club Med. Até outro dia eu achava que isso era um clube para médicos ou coisa parecida.
Voltando à vida real: Eram quase nove da noite da segunda-feira quando eu finalmente consegui sair do trabalho e chegar ao hotel. Como eram (bem) mais de seis da tarde, minha reserva havia sido cancelada. Normas do hotel. Fui pra fila do check-in, onde havia umas cinco pessoas. A mulher que estava na minha frente perguntou:
- Ei, você tem reserva?
- Não, por quê?
- Porque só tem mais dois quartos disponíveis. Um é o meu, outro é desse senhor aqui na frente.
Tudo culpa da minha gravata, entidade maldita que, além de atrair molho de tomate, cria um vórtice interdimensional na minha frente e automaticamente causa trevas, destruição e hotéis cheios.
Alguns telefonemas depois e achei outro lugar pra dormir. No caminho, o taxista aparentemente gostou tanto de minha nobre presença que demorou quase uma hora pra achar o bendito hotel novo. Acho até que foi de propósito, já que não existem taxistas que se aproveitam de forasteiros, principalmente em São Paulo, terra da finesse no trânsito. O novo hotel era bem mais luxuoso, cheio de firulas fashion no quarto que nem vi direito. Só me lembro da cama e do rádio relógio, que marcava meia-noite.
Era segunda-feira e eu estava acordado há dezenove horas. Mas, para não perder a classe, ainda tive um pouco de insônia e só peguei no sono às duas da manhã...
Voltar pra casa também não é coisa rápida: é uma jornada gloriosa entre táxis, aviões e salas de espera. As salas de espera de aeroporto são o metiê das pessoas sofisticadas: a administração do aeroporto, inclusive, fica mudando os portôes de embarque pra fazer com que nós desfilemos um pouco mais da nossa elegância apressada pelos saguões. Somando todos os atrasos, hoje eu bati meu personal tempo-para-chegar-em-casa record: Saí do trabalho (em SP) às seis da tarde e pisei no meu quarto, em Belo Horizonte, somente cinco horas e meia depois...
Faça as contas: 586 quilômetros entre BH e SP, percorridos em cinco horas e meia. A velocidade média é de 106,5 km/h... Um carro chique a 230 km/h, como um Porsche ou uma Ferrari, levaria só duas horas e meia para concluir o mesmo trajeto. Vale lembrar que isso só é possível com um acessório: a modelo loira default no banco do passageiro...
P.s.: É necessária uma observação, antes que vocês me rotulem de burguesinho. Acho que deu pra notar que minhas referências à sofisticação ou a "ser chique" são comentários sarcásticos. Eu só visto terno e ando de avião porque meu emprego não deixa outra opção.
P.p.s.: Sabiam que p.s. significa post scriptum? Pois é. É latim, coisa chique...
Chique no úrtimo
2005-07-19 12:56:00 +0000
Ontem no MSN a Luiza disse pra mim:
"O importante é que você é um cara chique que vive no aeroporto"...
Realmente. Deixa eu contar pra vocês como é ser um cara "chique".
As pessoas sofisticadas como eu já começam o dia de terno, às 5:30 da manhã. Felizes e com um sorriso radiante no rosto, digno de uma capa de revista Caras, nós nos dirigimos até o aeroporto. Aqui em Belo Horizonte a coisa é mais chique ainda, porque o aeroporto fica nos arredores da cidade vizinha de uma cidade próxima, portanto o "dirigir-se ao aeroporto" se estende por quase uma hora.
Outra coisa que é super chique é ter problemas pra embarcar. O executivo de verdade não é aquele que faz o check-in e embarca sem problemas. Tem que passar raiva no balcão, xingar, perder vôo, sair correndo pelo saguão do aeroporto e tudo o mais. Hoje é a segunda vez que embarco pra São Paulo; da primeira tive vários problemas pra fazer a reserva e, quando cheguei no aeroporto, ela ainda estava errada e quase não voei.
Quanto à hoje, bem, se eu tivesse embarcado sem problemas eu não estaria aqui na sala de embarque escrevendo este post...
Sonhos de uma noite paulistana
2005-07-13 13:27:00 +0000
A noite passada foi a primeira das muitas que vou passar por aqui em São Paulo. O engraçado é que há tempos eu não dormia tão bem...
Acordei completamente descansado na manhã seguinte. Até tive um sonho esquisitíssimo: sonhei que estava escrevendo aqui no blog, e o post era intitulado "Top 5 razões pelas quais a Microsoft é uma empresa de ponta". No post eu tecia elogios à empresa de Bill Gates, e ficava repetindo pra mim mesmo: "Puxa, olha só, como eu não havia pensado nisso antes"...
Durante o dia eu até tentei lembrar quais eram os argumentos que me faziam pensar assim. Não consegui.
Estou achando o máximo esse ambiente de emissora. Sempre tem alguma coisa diferente pra ver. A novidade do dia foi passar por um estúdio do telejornal e ver o apresentador, todo maquiado. Na TV nem dá pra notar mas, ao vivo, um homem maquiado é muito, muito gay...
E aquela frase clássica que diz "você parecia mais bonito na tevê" é totalmente verdade.
Na segunda feira, quando o avião se aproximava da pista de pouso de Guarulhos, levei um susto ao ver a quantidade de heliportos no topo dos prédios. Por sinal, logo ao lado da sala onde trabalho fica o heliporto da emissora, que recebe gente umas duas ou três vezes por dia.
A Incrível Sabedoria dos Taxistas
2005-07-12 12:24:00 +0000
A minha agenda de trabalho agora inclui alguns dias em São Paulo, o que significa andar de táxi e avião. Imaginei que isso fosse gerar umas histórias pra contar, só não imaginei que iria ser tão rápido.
Ontem eram sete da manhã e eu estava de terno, entrando num táxi para o aeroporto. O motorista me fez duas perguntas: pra onde ele iria me levar e...
- Você está indo pra Brasília receber seu mensalão, é?
Pra piorar, na sequência ele começou a explicar o por quê da crise do PT.
- Olha, esse problema aí tem origem bem antes... é na forma que o PT chegou ao poder. Sabe, eu sou socialista de carteirinha, e tenho certeza que nada disso teria acontecido se o PT tivesse chegado ao poder do jeito certo: por um golpe de estado. É verdade!
Passei a viagem toda balançando a cabeça, dizendo "sim, sim" e tentando não parecer muito assustado.
Plantão Médico
2005-07-07 12:20:00 +0000
O trabalho começou bem. Nos próximos meses vou dividir minha vida profissional entre dois lugares: um hospital e uma emissora de tevê.
Hoje eu estava saindo de uma reunião no hospital e a funcionária com quem eu estava falou:
- Puxa, obrigado por tudo. Pena eu não poder te oferecer um cafezinho, porque é proibido...
- Hein? Proibido?
- É sim, é norma do hospital, pra minimizar o risco de infecção hospitalar...
Aí eu me lembrei que, no andar onde nossa equipe está instalada, eu havia tomado umas três xícaras do chá mate que estava lá na garrafa térmica...
Nota mental: Para momentos de diversão, entrar no messenger com o nome "Zé: Estou no hospital" e ver as reações.
Ontem à noite eu e Bethania estávamos de bobeira em casa, e resolvi mostrar pra ela o Half-Life 2. Esqueci que, quando se trata de jogos, meu lado nerd perde a noção do ridículo.
- Olha aqui, Bê. O grande destaque desse jogo é a física... veja que, quando eu atiro nessas vasilhas, elas ricocheteiam pela sala como na vida real...
- Ahn... sei... mas e aí, não tem bicho pra matar não?
- Tem, olha um ali.
- Mas só tem desse?
- Não, na verdade tem toda uma fauna...
Bethania fez a sua melhor cara de "eu não acredito que ele está dizendo isso", enquanto eu continuava:
- Veja bem: este bicho tem três variantes. Notou que ele fica tentando pular na minha cabeça? É que, quando ele consegue fazer isso com humanos normais, ele os transforma em zumbis, e tem dois tipos diferentes...
Quentinhas
2005-07-04 03:47:00 +0000
Amanhã eu volto a trabalhar. Como saideira, joguei aproximadamente 10 horas de Half Life 2 este fim de semana...
Márcio, o namorado da minha irmã de vez em quando vem com umas pérolas. A última foi quando estávamos no carro, na sexta-feira.
"Eu tenho um enigma pra vocês: Haviam três pessoas no restaurante e a conta deu 30 reais, 10 pra cada um. O garçom recolheu a grana mas o gerente falou que os caras já eram fregueses de longa data e cobrou apenas R$ 25. O garçom pegou o troco (cinco notas de um real), separou R$ 2 pra gorjeta e deu R$ 1 pra cada. Ora, mas três vezes nove é 27 (que foi o que os caras pagaram), mais os R$ 2 do garçom, temos R$ 29. Cadê o R$ 1 que tá faltando?"
Todo mundo começou uma acalorada discussão sobre o problema e, dez minutos depois:
- OK Márcio, a gente desiste. Qual é a resposta?
- Er, bem... eu também não sei...
Depois do 9 canções, caiu a próxima bomba cinematográfica dessa semana. Guerra dos Mundos, de Steven Spielberg, tem um roteiro simplesmente patético. Alguns exemplos:
- Os "tumultos Spielberg", onde centenas de pessoas em pânico não pisoteiam umas às outras e onde uma barreira humana de CINCO soldados impede TODA a multidão de subir numa balsa para fugir de um ataque dos aliens.
- A casa da ex-esposa do Tom Cruise acaba completamente destruída por um avião que caiu sobre ela. No entanto, o carro, que estava estacionado na porta, não sofreu um arranhão.
- O filho do personagem do Tom Cruise fica louco pra acompanhar, desarmado, o exército que tenta sem sucesso combater os aliens. A justificativa dele pra essa atitude imbecil é, simplesmente, que ele "precisa ver aquilo".
- No começo do filme os aliens usam um pulso eletromagnético para desativar todos os aparelhos elétricos da cidade. Nem mesmo carros, nem o relógio do Tom Cruise funcionam. Mas quando os aliens aparecem, minutos depois, aparece um cara gravando tudo com uma câmera. Mas hein? A câmera é movida a corda, por acaso?
- O golpe final é, bem, o final do filme. Imagine o final mais sem sentido que um filme pode ter. Imagine, por exemplo, que no fim os aliens todos morrem de gripe. Foi mais ou menos isso que aconteceu...
Acabei de ver no Multishow um programa do canal MuchMusic sobre os 10 músicos mais controversos da história. A lista deles foi:
1. Sex Pistols
2. Michael Jackson
3. Madonna
4. David Bowie
5. Ozzy Osbourne
6. Eminem
7. Elvis Presley
8. Public Enemy
9. Marilyn Manson
10. Courtney Love
Antes do programa começar eu comentei com Bethania: "Aposto que vai aparecer Marilyn Manson, Eminem, Ozzy, Madonna e Michael Jackson". Cinco em dez, não tá tão ruim.
Newsflash
2005-06-30 15:07:00 +0000
Eu fico subestimando a Lei de Murphy. Foi só instalar o Half-Life 2 no computador que saiu minha alocação para um novo projeto, aqui em BH mesmo.
Ontem, no supermercado, o promotor de vendas anunciava pelos alto-falantes:
- Atenção clientes, promoção da hora! Uma dúzia de ovos, éé, com doze ovos, somente R$ 1,45...
Hoje de manhã a babá atrasou e meu pai pediu que eu olhasse meu irmãozinho até ela chegar. Como ele havia terminado de acordar, ele estava contando dos sonhos da noite.
- Zézé, hoje eu sonhei que tava tocando aquela música do apê...
- Qual música, Gabriel? - perguntei, temendo o pior...
- Aquela assim: "Hooje é festa, lá no meu apê, pode aparecer..."
Ontem eu e Bethania fomos assistir 9 canções, filme de Michael Winterbottom. Na entrada do cinema tinha um cartaz do The Brown Bunny.
- Brown bunny... coelhinho marrom? - perguntou Bethania
- É... eu ouvi falar desse filme. Diz que é polêmico, porque tem uma cena da mulher pagando um boquete pro cara.
Aí entramos na sala pra ver o 9 canções e vimos boquete, cunnilingus, masturbação (inclusive com pés), sadomasoquismo, sexo em tudo quanto é lugar e posição. Tudo isso explícito como num filme pornô. E, entre as cenas, aparecia Dandy Warhols, Franz Ferdinand, The Von Bondies e outras bandinhas tocando músicas inteiras (as nove canções do título) em shows. Ah, e também paisagens geladas da... Antártida. E eu não estou brincando.
O filme é um fracasso total. O roteiro pode ser resumido assim: "Matt conheceu Lisa num show. Os dois viram nove shows enquanto trepavam como loucos. Depois, Lisa foi para os EUA e Matt foi pra Antártida". E acabou. Destaque para a frase ultraclichê que Matt fala quando vai (sem a namorada) a um dos shows: "É engraçado como, no meio de cinco mil pessoas, você ainda se sente sozinho".
Assino embaixo do que disseram no site do IMDB: "Quem diria que sexo poderia ser tão chato"...
Diversas
2005-06-28 22:37:00 +0000
E essas são as últimas novidades. Segure-se na cadeira porque está suuuuper emocionante.
Ironia? Que nada, impressão sua.
Recomecei, mais uma vez, novamente (notou o pleonasmo?) a rotina de correr todo dia. Aí pedi aos meus amigos que me ajudassem no fator "motivação": quando eles encontrassem comigo, era pra dizer que eu estava gordo.
O resultado foi além das expectativas. Outro dia recebi um email que dizia: "Zé, não te vi ainda mas também acho que você está gordo e suíno".
Um dos dentes caninos de Bethania é meio torto e deixa o sorriso dela bastante charmoso. Outro dia ela foi ao dentista e o cara não viu charme nenhum: na verdade ele tocou o terror, falando que ela estava perdendo gengiva e que os dentes dela iriam todos cair se ela não colocasse aparelho. E como eu tenho uns três ou quatro dentes bem mais tortinhos que os dela, acabei indo ao mesmo ortodontista.
Normalmente eu não desconfio das pessoas, mas fico com os dois pés atrás com ortodontistas e a "indústria" do aparelho dentário. Eu acho muito bizarro o fato de um tratamento desses, que não é nada bonito ou simples, virar moda. Já os ortodontistas nem ligam, afinal, arrumam clientes que ficam três, quatro anos pagando centenas de reais por mês.
Mas acabou sendo engraçado ir ao ortodontista: volta e meia passava alguém da clínica por mim e perguntava:
- E aí, empolgado pra usar aparelho, é?
- Não.
Aí a pessoa fica com aquela cara de "mas hein?" e eu continuo:
- Eu só vou colocar aparelho se for estritamente necessário, e é isso que eu quero saber aqui.
- Mas nem por estética?
Curiosamente, todo mundo me fez exatamente esta mesma pergunta, inclusive o ortodontista, que não soube dizer se meus dentes tortos comprometem minha arcada dentária a longo prazo. Mas que, ainda assim, indicou que eu corrigisse o problema.
Agora que tá sobrando tempo e eu tenho acesso ao meu micro de casa, voltei a jogar os velhos e bons first-person shooters. Infelizmente, o único que eu tinha por aqui era o Halo.
Halo, como todo produto Microsoft, tem que ter alguma coisa irritante. Eu me irritei com um dos monstros, que parece um anão fantasiado, mal atira em você e fica o tempo todo correndo e gritando como uma mulherzinha assustada.
'sup nigga!
2005-06-21 14:23:00 +0000
No internet banking do Banco do Brasil, dá pra você escolher a forma e nome de tratamento que quiser, tipo, "Prezado Fulano de Tal". Outro dia fui lá e configurei a minha...

Se eles me mandarem correspondência com esse nome, vai ser divertido...
O brilho eterno de uma mente sem serviço
2005-06-17 21:32:00 +0000
Momento "cadê minha câmera quando eu preciso dela": uma cabra na caçamba de uma camionete, no meio da Av. Amazonas. Aí o cara na Brasília, ao lado da camionete, se interessa e pergunta se a cabra estava à venda. Só aqui em Minas mesmo...
Chris Martin, vocalista do Coldplay, canta, com a voz melosa de sempre, na canção chamada Talk:
Well I feel like their talking in a language I don’t speak.
And they're talking it to me.
E aí segue se questionando sobre o futuro e pá. Normal, se não fosse o fato da guitarra que abre Talk tocar, exatamente, as nove notas da melodia-tema de Computer Love, do Kraftwerk. Na verdade, Talk é feita sobre a mesma melodia que Ralf Hutter e Karl Bartos compuseram lá em 1981.
Era pra eu odiar Talk, mas por alguma estranha razão eu achei o máximo ouvir guitarras tocando Kraftwerk.

Os CDs mais valiosos da minha coleção
Estou com saudades da internet canadense, onde eu baixava filmes inteiros em duas, três horas. Aqui, faz dois dias que tento baixar Arular, disco da guerilla-singer chamada M.I.A.
Até agora só consegui baixar as três primeiras faixas: é um hip-hop bem cru mas estranhamente muito bom. O triste é chegar na terceira faixa, chamada Bucky Done Gone, ouvir algo perigosamente parecido com funk carioca e... gostar.
Anticorte de cabelo
2005-06-02 22:41:00 +0000
Hoje de manhã, no carro, indo pro serviço.
- Ué Tinoco, cortou o cabelo ontem é? Ficou bom...
- Na verdade eu não cortei não, mas obrigado assim mesmo.
A morte de Tony Hawk
2005-03-22 14:59:00 +0000
Pensamento de ontem na hora do almoço: "Love handles... love handles... putz, isso dá um belo nome de música..."
Logo que cheguei em casa, liguei a TV e assisti os 10 minutos finais de "Streetcar", um curta-metragem de dança com um artista chamado Peter Chin. É basicamente um número de dança dentro de um streetcar. Maravilhoso. Fiquei hipnotizado. Pena não ter informação nenhuma sobre esse curta na internet.
Mais TV: mudei o canal e levei um susto ao dar de cara com uma foto do supercampeão de skate, Tony Hawk... morto!
Era um episódio de C.S.I. Miami sobre o assassinato de um skatista que fazia motion capture numa software house.
A Minha Cidade
2005-01-06 05:09:00 +0000
Ontem à noite eu estive na casa de Bethania, assistindo Cold Mountain com ela. O filme é loooooongo e nem é lá muito bom.
Quando terminamos de ver, já passava de meia-noite. E aí eu atualizei mentalmente o "Canada Countdown" - falta 1 dia para a viagem. A ficha começou a cair... aquele era o começo dos meus últimos momentos de Brasil.
No caminho de volta pra casa acabei mudando meu itinerário de sempre; saí da Via Expressa, rápida mas sem-graça, e passei lentamente pelo centro da cidade. Aproveitei pra rever a Praça da Estação e a Praça Sete, cartões postais daqui de Belo Horizonte que foram revitalizados pelo prefeito reeleito. Abri o vidro e fiquei vendo as pessoas nos pontos de ônibus, nos botecos... putz, abrir o vidro, no Canadá eu nem vou conseguir dirigir com o vidro aberto por causa do frio.
Ainda passei algum tempo na varanda daqui de casa, curtindo o friozinho da noite e vendo a vista.

É... realmente vou sentir falta da minha cidade.
Canada Countdown
2005-01-05 04:37:00 +0000
Faltam apenas dois dias para a viagem.
Hoje comecei a fazer a lista das coisas que precisam estar na minha mala, pra não esquecer de nada. Bethania estava me ajudando, e Gabriel, meu irmãozinho de 3 anos de idade, estava perto.
De brincadeira, perguntamos a ele:
- E aí, Gabriel, tem alguma coisa que estamos esquecendo de colocar na lista?
- Micofone - disse ele.
E ele tinha razão. Afinal, vou precisar de um microfone pra ligar no micro e poder conversar via Skype.
Mais tarde fomos ao Stadt Jever. É uma tradição, entre nossos amigos, frequentar o Stadt Jever todas as terças-feiras, evento que ficou batizado como "Terça Standard". Acabou servindo também como despedida minha. E foi bom porque acabei ganhando um excelente presente pra usar no Canadá, uma coisa que, vergonhosamente, não tinha entrado na minha lista de coisas para a mala...

Levando ferro
2004-12-27 20:52:00 +0000
Inglês, Excel, Access... dentre todas as habilidades que vou precisar usar no Canadá, uma delas eu só comecei a desenvolver hoje:

E hoje também instalaram o Velox aqui no apartamento novo. Só precisei ligar umas dez vezes pra Telemar. Esses malditos primeiro queriam me empurrar uma linha analógica, depois cismaram que mesmo com a digital havia "restrição técnica" pra instalar o Velox. E me atenderam muito mal durante todo o processo.
Natal tá aí
2004-12-24 05:55:00 +0000
Semana maluca, essa. Ontem tive um treinamento específico sobre o trabalho que vou realizar no Canadá. A descrição ideal para o que vou fazer lá é: muito.
Além disso estive resolvendo coisas para a viagem, comprando os presentes de natal e, ao mesmo tempo, mudando de casa. Hoje passei a tarde carregando meu carro com o resto da mudança, e só agora (1:27 da manhã) terminei de achar lugar pra tudo no meu novo quarto. Depois coloco umas fotos aqui pra mostrar.
Mas apesar de tudo sempre arrumo um tempinho pra passar com Bethania, de quem vou sentir bastante falta quando estiver lá no hemisfério norte. Por isso hoje estávamos juntos, passando de carro pela Praça da Liberdade, quando ouvimos um coral cantando e acabamos parando pra ver.
Era o coral jovem de uma emissora local de TV, que cantava no coreto da praça, cercado por um bando de gente e seus guarda-chuvas (tá chovendo horrores desde semana passada). Eu, Bethania e meu guarda-chuva nos juntamos à platéia.
Foi a primeira vez que vi um coral usando playback (informação confirmada com um amigo que estava apresentando o evento). Na frente do coral haviam duas meninas fazendo "improvisos artísticos corporais", ou seja, dançando aquelas danças de abertura do Fantástico de 1985. E, antes de cantar "Noite Feliz", o regente parou o show e fez 15 minutos de pregação evangélica.
Tirando isso, tudo corria bem até que, de repente, um senhor que estava na nossa frente vira pra mim e começa a gritar, visivelmente irritado:
- Porra!! Cê bem que podia tirar esse guarda-chuva daqui que toda hora você esbarra essa porcaria em mim e tá enchendo o saco!!
Depois de olhar o véio por alguns segundos, ainda sem acreditar que ele estava gritando aquilo comigo, comecei a fechar calmamente o guarda-chuva. Eu não ia responder nada, mas Bethania tomou a iniciativa e disse, séria:
- O senhor nos desculpe. E feliz natal pra você.
- PRA VOCÊS TAMBÉM!!! - Gritou o véio, franzindo a testa de raiva.
Eu nunca havia visto tanta gente enlouquecida como nesse natal. O trânsito então, está um absurdo. Só na tarde de hoje eu vi:
- Taxistas enfiando seus táxis na frente de outros carros e xingando quem eles mesmos fechavam;
- Gente parando em fila dupla e descendo do carro pra entrar nas lojas, no meio do engarrafamento;
- Uma mulher que parou exatamente no meio da avenida, desceu do carro e, calmamente, começou a tentar arrumar o seu limpador de pára-brisa;
- Um outro taxista louco que, do nada, colou na minha traseira (e eu nem tava na pista da esquerda), piscou farol ensandecidamente e me ultrapassou depois, xingando.
Diversas
2004-12-22 05:08:00 +0000
Este post vai do jeito mais "old school" possível... conectado via dial-up, diretamente do apartamento novo. É que pra variar a Telemar está dando canseira pra mudar o Velox de endereço.
Mas vamos ao que interessa:
Business Ingrish Training
Hoje foi dia de treinamento para meu projeto no Canadá. Era um treinamento sobre inglês para negócios, que durou o dia todo.
O instrutor do treinamento chamava-se Cassius. Cassius era, obviamente, muito bom de inglês e entrou na sala, logo de cara, falando fluentemente e com uma pronúncia de dar inveja, o que foi muito intimidador para o nosso pobre nível "intermediário" de alunos camponeses. Aí ele saiu pedindo ao pessoal que se apresentasse, começando por uma mulher que estava do meu lado. Ela não se fez de rogada:
- Hi, my name is Belle and yadda yadda yadda...
Aí eu tive muito mais medo, porque Belle não falava um inglês fluente: Belle era impecavelmente fluente, se não me dissessem eu custaria a acreditar que ela era brasileira. Eu nunca havia visto um inglês tão bem falado.
Logo depois, Cassius pediu que eu me apresentasse. Eu estava, literalmente, tremendo. Disse algumas coisas em inglês "macarrônico" e deixei por isso mesmo. Felizmente, o nível do resto da sala não era muito diferente do meu; até vi gente que também tremia durante as apresentações, como eu tremi.
Mas a tensão inicial passou rápido. Cassius era um professor bastante didático e o curso correu bem tranquilo. No final da manhã meu cérebro já havia pegado no tranco e o inglês saía bem mais fácil. No almoço, inclusive, não podíamos conversar em português.
À tarde tivemos um exercício de listening, onde Cassius usou um audiobook: Era o famoso "Quem Mexeu no meu Queijo". Ouvimos, por mais ou menos uma hora, a história inteira. Depois de ouvir a palavra "cheese" por centenas de vezes, tirei duas conclusões:
Ratos são muito melhores que seres humanos;
Não dê atenção às suas emoções, elas só atrapalham.
Acabei descobrindo também por que o "Quem mexeu..." fez tanto sucesso: ele ilustra tantas situações durante sua história que pelo menos uma delas vai cair como uma luva na vida de quem o lê. Aí este leitor diz "uau, esse livro tem tudo a ver comigo" e sai recomendando pros amigos, tornando-se um best seller, a despeito do conteúdo chinfrim.
Depois teve um exercício onde deveríamos sentar em duplas e improvisar um diálogo usando um conjunto de palavras do novo vocabulário. Sentei-me com Belle e combinei que ela faria o papel de consultora e eu, o papel do cliente que não quer aceitar uma proposta de aumento de vendas.
Como já estava todo mundo mais ou menos entrosado e relaxado durante o diálogo, eu não resisti...
- You see, Belle, this is not going to work. Just the other day you said it was a good idea to use that marketing strategy called "bonecão do posto" and it didn't work!*
Todo mundo caiu na gargalhada.
* - Sabe, Belle, isso não vai funcionar. Outro dia você disse que era uma boa idéia usar aquela estratégia de marketing chamada "bonecão do posto" e não funcionou!
Oi, olha só meu gorro!
2004-12-20 20:05:00 +0000
Hoje eu dormi mal, acordei cedo e passei a manhã carregando coisas para o novo apartamento. É, é que eu tou de mudança, de novo. Minha sorte é que o prédio novo tem elevador. Este, onde estou atualmente, tem nove lances de escada entre meu quarto e a garagem.
Uma dica: se você tem um monitor de computador com 17 polegadas, considere deixá-lo para o pessoal da mudança transportar pra você. Suas costas vão agradecer.
Aí, na hora do almoço encontrei com Bethania porque tínhamos duas coisas pra fazer:
1. Renovar a matrícula do curso de inglês dela
2. Comprar o único item faltante do meu vestuário para o inverno canadense - Um gorro.
Só deu tempo dela comprar um almoço em qualquer lugar e ir trabalhar, e sobrou pra mim a resolução destes dois itens.
Quando cheguei no curso de inglês, o simpático atendente me disse:
- Ué, mas o contrato de Bethania está vigente até julho do ano que vem...
Com a minha incrível perspicácia, logo percebi que eu não precisava estar ali e fui procurar o gorro. A moça da loja onde comprei os casacos, na semana passada, me deu dois cartões de visita, de lojas onde eu ia encontrar bons gorros e boas luvas. Mas as luvas eu deixei pra comprar no Canadá, se precisasse, porque já tinha um par aqui.
O combinado com Bethania era que iríamos na loja do cartão de visita, chamada Hippus, pra comprar o gorro. Entrei no Shopping 5a. Avenida e dei de cara com a Hippus.
Era uma bela loja... de produtos para hipismo.
É, isso mesmo, pra andar a cavalo. Liguei pra Bethania e concluímos que essa loja era a loja indicada pra comprar as luvas de couro, que eu não ia precisar. Minha super perspicácia me fez ver que eu estava novamente perdendo tempo e resolvi ir embora.
Até tentei procurar o gorro em outras lojas, mas só encontrei um gorro da Hawaian Dreams, com um desenho bizarro e as duas letras da marca, bem grandes: HD. Mas o "D" estava parecendo um "O". Aí me veio a cena: eu, no Canadá, andando com um gorro escrito "HO" na cabeça, e os canadenses rolando de rir de mim por uma razão muito simples. Então resolvi me encaminhar até a saída.
Quando pulei fora da escada rolante, havia uma multidão na porta do shopping: estava caindo uma tempestade lá fora. Meu carro estava parado na rua, a uns 3 quarteirões. Saí pulando de marquise em marquise pra não me molhar (muito).
Uma destas marquises era da loja da Telemig Celular.
Enquanto eu me abrigava e procurava um novo lugar pra correr, percebi que na vitrine haviam alguns produtos de vestuário à venda... inclusive um gorro vermelho.
Me lembrei de toda a minha saga com a Oi e não tive dúvidas: virei garoto-propaganda da concorrência.

B.G. Virus
2004-12-18 05:16:00 +0000
Eu e Bethania no caixa do supermercado, há menos de meia hora.
A música ambiente era Bee Gees, How Deep Is Your Love. Bethania automaticamente começa a cantar.
Olho para a fila e tem mais três pessoas cantarolando a música.
'Cause we're living in a world of fools...
Breaking us down...
When they all should let us be...
O pensamento que me vem à cabeça:
- Corra. É uma epidemia. RÁPIDO! SALVE-SE!!!
The Damned Sitio Of Doom
2004-12-11 19:20:00 +0000
É o seguinte. Para o reveillon deste ano, a idéia da turma era ir para um sítio. Os sítios que a gente conhecia já estavam reservados. Aí um amigo indicou outro sítio, desconhecido, chamado Cantinho Verde, e me escalaram pra ir vê-lo.
Contactei o dono do sítio que me explicou como fazia para chegar lá. Saí hoje de manhã, apesar da chuva, e atravessei a cidade para começar o caminho que ele havia me indicado:
- Você passa o Zoológico e vira a primeira à esquerda. Aí vai seguindo as placas para a Chácara do Segismundo...
Beleza, virei depois do zoológico e dei de cara com isso:

Eu podia ir pra QUATRO direções diferentes e não havia NENHUMA placa indicando onde diabos ficava o Segismundo. Resolvi experimentar alguma das ruas. Duas acabaram em lugar nenhum, outra me levou para o meio de um bairro esquisito e, só na última, depois de muito errar, alguém me indicou um caminho onde eu encontrei as tão sonhadas plaquinhas para o Segismundo.
Isso só uns dois quilômetros depois de onde me falaram que ia ter placa.
Depois de muuuuuito rodar seguindo as plaquinhas, achei o Segismundo e continuei a seguir a indicação do dono do sítio:
- Você passa num "S" na rua Girassóis, depois vira três vezes para a direita e vai chegar na Fazenda São José...
Fiz exatamente o que ele mandou e tudo que consegui foi contornar o quarteirão e chegar ao mesmo lugar. Saí percorrendo o bairro e perguntando onde diabos ficava a Fazenda São José: ninguém conhecia.
Passei por lugares inacreditavelmente lamacentos procurando o sítio e quase atolei várias vezes. Desisti e tentei ligar para o cara novamente. Aí sim eu entendi o problema...

Isso aí em cima é o "S"da rua Girassóis, segundo ele. Na verdade, eu tinha que virar ali à esquerda e depois à direita, onde tem uma outra rua com outro nome. Depois que estava novamente no caminho certo, ele continuou falando no telefone:
- Essa rua aí, vai acabar o asfalto já já, aí você continua seguindo...
Aí o asfalto acabou e a rua dividiu em duas.

- M-mas a rua bifurcou aqui. Pra onde eu vou, esquerda ou direita?
- Não, não, segue reto.
- Mas não dá pra seguir reto.
- Mas é reto...
Depois da terceira vez tentando explicar pra ele o que tinha acontecido, eu apelei e fui pela esquerda, no chute mesmo. Dirigi uns três quilômetros na lama até chegar na parte de "virar três vezes pra direita". A tal "Fazenda São José" que ele mencionou eu nem vi passar.
Só então consegui encontrar o sítio, depois de três horas dirigindo a esmo. Dei uma olhada, tirei umas fotos e, quando eu estava indo embora, o caseiro me perguntou:
- Vocês tão querendo o sítio pro Natal né?
- Não, pro reveillon.
- Ué... mas o reveillon já tá alugado...
- Hein?!
- É, veio um cara aí, já reservou o sítio. Achei que vocês queriam pro natal...
Liguei pro dono do sítio e ele confirmou que o sítio já estava reservado pro reveillon. Me enfiei novamente na lama, para voltar pra casa.
Chocolândia, OpenGL e POV-Ray numa mesma conversa
2004-12-11 14:27:00 +0000
Ontem, na festinha de formatura de Luiz. Ele e Maíra, uma amiga, discutiam.
Eu: Que que cês tão discutindo aí?
Maíra: É Luiz que tá achando ruim por causa dum curso que eu vou fazer na faculdade...
Luiz: É, mané fazer curso de língua indígena, maior bobagem...
Eu: Hein? Que curso?
Maíra: É um minicurso da minha disciplina de linguística (Nota: Maíra estuda Letras). A gente vai estudar "chocolândia".
Eu: Heeeein?
Maíra: É uma língua indígena, eu não sei como pronuncia, mas sei que escreve mais ou menos assim, "chocolândia"...
Eu: Pô Luiz, mas Maíra tá certa oras. O negócio não é aprender a língua em si, mas estudar fonética, estrutura, essas coisas
Luiz: Não, isso é uma porcaria, tem dessa não.
Eu: É igual se você fosse fazer um curso de... digamos, OpenGL... Maíra, o que você tem a dizer sobre o curso de OpenGL de Luiz?
Maíra: Foda-se o OpenGL!
(risos)
Luiz: Ah, mas OpenGL você usa, pô!
Wdeson chega e faz um gesto de quem vai falar. Todos param e olham pra ele.
Wdeson: Esse OpenGL é uma bosta!
(mais risos)
Eu: Como assim Wdeson!!?
Wdeson: Outro dia eu tava lá na faculdade, fiz altas coisas lá em 3D no computador, naquele programa POV-Ray, aí na hora que eu fui renderizar deu um erro lá que precisava do OpenGL...
Eu: Ah... então foda-se o POV-Ray também.
O Primo e o Governador
2004-12-08 18:37:00 +0000
Pois é, pra fechar o ano estive, ontem, na minha terceira reunião com o Governador (as duas anteriores podem ser lidas aqui e aqui). Dessa vez foi um super evento para mil e tantas pessoas no Palácio das Artes.
A reunião foi boa, passaram um vídeo com um monte de resultados do governo e no final o Governador fez um discurso bastante empolgado. E a imprensa lá, cobrindo tudo.
O legal disso é que eu saí na capa do Estado de Minas! Olha aí.

Err, bem, na verdade tem que ampliar um pouquinho aquela área do quadrado vermelho. Olha eu lá. Eu sou aquele monte de pixels dentro da marca amarela.

Claro que em eventos desse porte sempre rola alguma bizarrice. No final da reunião estávamos na porta do Palácio, preparando para ir embora, quando eu ouço alguém gritando atrás de nós:
- Jesus era gay!!! Madalena chegou nele e ele não fez nada!!!
Era um louco, de terno e gravata, que saia gritando e apontando pra quem saía do Palácio:
- E é tudo uma sem-vergonhice!! Culpa dessa burguesia!!! - E apontava pra nós. Depois, virava-se para a câmera da TV Assembléia, montada perto da saída, e gritava:
- Filma isso aí Rede Globo!!!
Aí fomos todos para o velho "almoço comemorativo". Pra variar, tinha que ser um lugar grã-fino e ultracaro, tipo o Graciliano. Mas o bom foi que dessa vez eu comi mais do que nunca e, para minha surpresa, o consultor-sênior da equipe pagou a conta pra todo mundo.
Que bela Bunda!
2004-12-07 03:48:00 +0000
Sábado passado foi o tradicional amigo oculto dos meus amigos. Tudo beleza, churrasco, piscina...
Mais tarde estávamos batendo papo na sala quando eu vejo um livrinho em cima da mesa. Seria um livreto como outro qualquer, se não fosse a palavra escrita na capa:

Fazendo minha melhor cara de WTF, abri o livro e veio o susto número 2: era um catálogo de jóias finas...

E o treco é de verdade mesmo, saca só o site da Bunda. Ah, tantas piadas possíveis com esse nome... tipo, "uau, bonita a Bunda da sua mulher", ou "nunca paguei tanto por uma Bunda"...
Arrumando os CDs
2004-12-06 03:50:00 +0000
Férias forçadas acabam sendo boas pra pelo menos uma coisa: resolver aquelas pendências de meses atrás que ficam sempre no fundo da lista de prioridades. Arrumar meus CDs era uma delas.
Outro dia precisei do meu CD do Office XP e não consegui encontrá-lo nem pedindo pra São Longuinho. Acabei indo na casa de Luiz e pegando uma nova cópia. Aí hoje eu tive a idéia imbecil de instalar o service pack novo no Windows XP do micro daqui de casa. Obviamente, não deu certo e meu Windows ficou maluquinho.
Aí fui pegar meu CD do Windows XP pra reinstalar e... também não achei. Num ímpeto de fúria e frustração, peguei TODOS os meus porta-CDs, joguei em cima da cama e comecei a reorganizar a bagunça.

15:18 - Início da arrumação. Olhando assim não parece bagunçado, mas espere só até você precisar de alguma coisa.
Vamos aos problemas:
- CDs de dados misturados com CDs de música
- Caixinhas que não tem nada escrito e me obrigam a olhar todos os CDs, um por um, até achar o que eu quero.
- Caixinhas vazias, porque o CD um dia esteve no meu carro quando ele foi arrombado.
- CDs que nunca são encontrados porque ficam no carro ou em uns porta-CDs separados...
- CDs de coisas que eu jamais ouvi no meio dos que eu ouço. Exemplo: CDs de música clássica do meu pai que vão parar lá sabe Deus como.
- CDs de dados inacreditavelmente obsoletos ou que foram brinde e eu nunca usei, como o jogo chamado "Criatura Crunch - O Monstro" ou uma cópia do Netscape 3...

16:35 - Uma hora e dezessete minutos depois está tudo separado:

Depois de esvaziar todas as caixas e porta-CDs (1), sobraram duas pilhas de CDs de dados (2), três pilhas de CDs de música (3), uma pilha de caixinhas de CDs (4) e alguns CDs com "pendências" (5), tipo "falta a caixinha" ou "caixinha trocada".
A pilha de caixinhas vazias de CD (4) nasceu dos CDs obsoletos. Alguns eu optei por guardar, outros, resolvi jogar fora. Para todos os que iam pro lixo, eu desmontava a caixinha, tirava os encartes e o CD e separava pra jogar fora. Isso, mais as caixinhas quebradas, deu uma bela pilha de lixo.

Agora era só reorganizar tudo nos porta-CDs. Coloquei os velhos discos do Kraftwerk pra servirem de trilha sonora e comecei.
17:11 - A arrumação já está bem avançada. Os CDs de música já acharam seu lugar, mas os de dados iam dar mais trabalho, porque podiam conter:
- MP3
- Filmes em DIVX
- Programas e arquivos recentes e úteis
- Programas e arquivos velhos e inúteis
Resolvi manter os de MP3 perto dos de música e separar os filmes em DIVX na caixa azul. Precisei re-etiquetar uns vinte CDs sem identificação. Minha unha já estava gasta de tanto desmonta-monta de caixa de CD.
17:50 - ...mas no final o sacrifício compensou.

Tudo está em ordem:
1) CDs de música "avulsos"
2) Coleções (ex.: todos os do Kraftwerk ou do Tortoise)
3) Seção AiMeuRecords, com os discos dos Bit Cousins, Postal 80...
4) CDs de MP3, todos devidamente identificados e padronizados
5) Caixinhas vazias em 3 modelos: Toda transparente (a), com miolo branco (b) e miolo preto (c)
6) "Baú" dos filmes em DivX
7) CDs de dados. Joguei quase tudo fora, exceto Office, MS Project...
8) A pilha do lixo
9) Um porta-CDs triangular e outros 2 para carro, que sobraram
10) Pilha de CDs velhos mas que não foram pro lixo
Só levou 2 horas e 32 minutos mesmo...
Frases
2004-12-04 02:50:00 +0000
"Errar é humano, mas para se fazer uma monstruosa cagada é preciso um computador." (Anônimo)
Eu acabo de justificar essa frase da pior maneira possível.
Passei
2004-12-02 20:45:00 +0000
E rolou o teste. Segundo o avaliador, meu inglês vai muito bem, obrigado.
É bom lembrar que isso é tudo graças a um extenso treinamento, que incluiu:
- Livros de RPG em inglês
- Jogos de videogame
- Muito bate-papo pela Internet em servidores estrangeiros
- Temporadas inteiras de "Friends" e "E.R." assistidas à exaustão
Por isso, pais, quando virem seus filhos jogando Playstation ou vendo seriados enlatados americanos, não os repreendam; eles estão construindo ali o seu futuro.
Mas o teste foi tranquilo. O examinador era gente boa, acabamos batendo papo por um bom tempo. Ele até me deu algumas dicas para a viagem. O chato foi que ele atrasou quarenta e cinco minutos pra me atender. Nesse meio tempo eu me contorcia de tédio na sala de espera quando fui até a janela pra me distrair, vendo a vista.
Dei de cara com uma mulher pelada, fechando tranquilamente a janela do seu quarto, no prédio em frente. Pois é, eu queria me distrair e a distraída foi ela.
The book is on the northern hemisphere
2004-12-02 15:52:00 +0000
E hoje eu tenho um teste de inglês às 14 horas. É o início das avaliações pra ver se eu tenho mesmo condições de ir pro Canadá.
Wish me luck, folks.
Apenas 18 horas de férias
2004-12-01 16:40:00 +0000
Saca só a sequência dos fatos.
Ontem, no final do dia, saí me despedindo dos meus colegas de trabalho. Cortaram 15% do orçamento do nosso projeto e, nos cortes, reduziram a equipe. A negociação de como seria o corte estava incerta, mas o que eu sabia com certeza é que eu não viria trabalhar no dia seguinte.
Estava de férias forçadas.
Aí acordei hoje e fiquei pensando o que eu podia fazer pra espantar o tédio da tarde. Talvez um cineminha, pensava eu, quando o telefone tocou.
Era o pessoal responsável pela alocação dos consultores nos projetos, me perguntando se eu tinha interesse em participar de um projeto em Whitby, Canadá...
Polícia para quem precisa
2004-11-30 19:59:00 +0000
Recentemente eu tenho me impressionado com a eficiência da polícia.
Os "prestativos mas nem sempre gentis homens da lei", segundo definição do Fred Zero Quatro, mostraram um excelente trabalho nas últimas semanas, pelo menos pra mim.
No final de semana passado, eu atravessava de carro o viaduto Santa Tereza. À minha esquerda havia um agrupamento de quatro pessoas. De repente, aparece um policial, arma em punho, que sai gritando para o "bolinho" de gente:
- Você aí! Mão na cabeça!! Encosta aí rapá!!!
Só depois percebi que o "bolinho" eram dois assaltantes tentando roubar duas pessoas. E percebi também que havia uma viatura e duas motos da polícia no viaduto naquele momento. Como diabos eles foram parar lá, eu não sei.
Aí ontem eu estava no bairro Padre Eustáquio, batendo papo em frente à FEIG, quando de repente ouço quatro estampidos na avenida que fica logo em frente. Eram tiros, mais ou menos a 100 metros de onde eu estava. Na mesma hora o trânsito parou e as pessoas começaram a sair dos carros pra ver o que era.
Trinta segundos depois haviam três viaturas da polícia atravessando como loucas o congestionamento da avenida. Policiais empunhavam suas armas e saiam correndo. Sessenta segundos depois havia um helicóptero sobrevoando a área com o holofote ligado, rastreando as ruas próximas. Parecia um filme.
O que é que o Primo tem
2004-11-30 04:10:00 +0000
A falta de conteúdo para este blog chegou a um nível absurdo, onde eu tenho que encher linguiça contando pro mundo todo...
O que tem na mesa do meu quarto

1. Uma luminária para estudos e para a leitura noturna (já que a cama está ali, à esquerda)
2. O livro Eu, Robô, quinta edição brasileira, editado em 1971. Comprei por R$ 5 numa feira de livros. A edição nova custava quase R$ 40.
Sobre o livro há um disquete que não é meu. Eu odeio disquetes.
3. Meu celular, um Siemens S45. Assim que a Oi colaborar e me entregar o Nokia 6100 que encomendei, este excelente aparelho vai pra mão de Luiz.
4. Um cinto. É, eu não sou muito organizado.
5. Um cupom fiscal inútil do supermercado. Eu realmente não sou organizado.
6. Um Pen Drive USB 2.0 com 128MB de capacidade. Falei dele aqui faz pouco tempo.
7. Minha carteira
8. Uma pilha de "livros de cabeceira". De cima pra baixo, temos:
- Uma multa de radar por excesso de velocidade :)
- Meu palmtop
- Vinha de Luz, de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel
- Encarte especial da revista Zero intitulado 100 discos que você precisa ter pra não passar vergonha
- Guia de conversação - Langenscheidt - Alemão, com frases e expressões práticas para viagens. Ed. Martins Fontes
- Dicionário escolar Michaelis Alemão/Português
- A Pílula Vermelha - Questões de ciência, filosofia e religião em Matrix - Ed. Publifolha. Foi um presente de natal do ano passado.
- Livrinho de bolso, Série Sucesso Profissional - Contabilidade - Ed. Publifolha - Foi um "presente" da minha empresa, que enviou uma cópia pra todo mundo porque a gente, segundo eles, já deveria entender disso.
- Alemão - Gramática Prática - Michaelis
- Alemão Urgente para Brasileiros - de Birgit Braatz e Cristina Schumacher - Ed. Campus
9. Um porta-lápis do Windows 95. Ganhei uma vez que fui à Fenasoft, em 1995. Desde então, pichei a latinha, adicionando as palavras sucks! e crap! em locais estratégicos.
10. Bolsa da câmera digital.
Do outro lado tem uns outros itens:

11. Um telefone Siemens. Eu queria mesmo é usar meu telefone húngaro, de disco, vermelho, mas ele está com defeito.
12. Um porta-papéis onde guardo tudo que acho que é importante demais pra jogar fora. Aí, de seis em seis meses, jogo tudo no lixo.
13. O computador. A mesa dele é separada e começa a partir dali.
Informações técnicas, para os nerds informáticos de plantão. Pode pular essa parte se quiser.
- AMD Sempron 2200+
- 512MB DDR 400
- Mobo Asus A7V600-X
- Sound Blaster Live! Value
- GeForce 2 MX400 64MB 128bits (aff, é só porque ainda não achei a Radeon 9600PRO dos meus sonhos)
- HD Samsung 40 GB
14. Bagunça de cima do computador. Aquilo verde é um saquinho de chá de folha de coca que o chefe de Bethania trouxe da Bolívia. E a outra coisa amarela é um CD do jogo The Sims, que minha irmã vive jogando.
Sua pipoca caiu? Nham!
2004-11-26 20:02:00 +0000
Estou eu no site de cinema do Portal Uai, vendo os comentários sobre o cinema do Shopping Diamond Mall, quando de repente...
Atençao ao cliente
Eu também estava no Diamond p/ assistir a um filme e fazer umas comprinhas básicas. Quando minha pipoca caiu no chão. A funcionária correu e comeu minha pipoca toda la no chão mesmo e sorriu. Por essas e outras que vou ao Diamond... adorei!!!!
Switch
2004-11-26 04:45:00 +0000
- Boa tarde, moço.
- Boa tarde, em que posso ajudar?
- Tem como você ver se esse pen drive aqui ainda está na garantia?
Estava, sim. Trocaram por este aqui.

Nem sonhando
2004-11-25 16:13:00 +0000
Eu estava no banho hoje quando veio na minha mente uma imagem do dia de ontem.
Era uma imagem onde eu abria a minha carteira e retirava os últimos dez reais que estavam nela para pagar alguma coisa. Aí pensei: "Droga, tenho que passar no banco e sacar algum dinheiro antes de ir trabalhar. Nunca vi, não pára nada na minha carteira mais..."
Então passei no banco e tirei alguma grana. Quando abro a carteira para guardar... ela está cheia de dinheiro.
Não entendi. Acabei concluíndo que eu devo ter sonhado com minha carteira vazia.
Aí me sentei pra escrever este post e lembrei de novo da imagem da carteira vazia. E lembrei onde foi isso: no cabelereiro, logo após meu cabelo ter sido cortado. E lembrei que, algumas horas depois, fui tomar um milk-shake com Bethania, passei no banco e saquei dinheiro para poder comprá-lo. De alguma forma meu cérebro obliterou a memória do milk shake.
Faz muito tempo que eu parei de trabalhar como analista de sistemas mas, pelo visto, o dano cerebral foi permanente.
Limbo
2004-11-24 22:00:00 +0000
...e deram um DEL no meu trabalho dos próximos meses. Estou no limbo novamente.
Arriba!
2004-11-24 17:34:00 +0000
Hoje me jogaram numa reunião com um consultor externo, pra ver umas coisas de sistema. Até aí tudo bem, exceto por alguns fatos peculiares
- O consultor não fala português, só um portuñol estranho
- O cara bebe café e fuma como uma chaminé, porque "está un poco cansado solamente dormi una hora esta noche"
- O cara fala MUITO rápido. Eu só entendo 30% do que ele fala. E a reunião está prosseguindo sem o menor problema. Daí vocês concluem o tanto que este trabalho é importante.
- O cara é um especialista com certificação Microsoft que não sabe mexer nos programas do Office.
- E ele fica falando sozinho consigo mesmo enquanto apanha do Office:
"Tengo que hacer una cosa aqui con este texto mas que porra donde está lo comando de formatación no é nestro menu y si en el otro...."
Eu estou com medo.
Eu trabalho com esse cara
2004-11-23 18:02:00 +0000
O Excêntrico, em pessoa, e sua namorada, Mandrágora, numa festa maluca chamada Bloody Kisses.
3-hit financial combo
2004-11-23 16:25:00 +0000
Semana passada meu corretor me ligou; eu vou ter que pagar quase o dobro pra renovar o seguro do meu carro.
Ontem à noite eu recebi uma multa de radar.
E agora meu pen drive USB acaba de estragar.
Ka-ching!
Poola! Poola filha da poola!
2004-11-22 18:28:00 +0000
Na última quinta eu tava aqui no serviço, uma colega me perguntou:
- E aí, Tinoco, você vai nesse lançamento do GSM Edge da Telemig Celular? Tem altos shows...
Me inclinei em frente ao notebook dela enquanto lia o lineup dos shows e disse:
- Skank? Fernanda Abreu? Credo, nem amarrado pelo sac... IAN POOLEY!!!!
E, neste exato momento, dois convites para a festa jazem, singelos, sobre a minha mesa. Foram obtidos gratuitamente na promoção do site.
Update: Não vou mais. Me lembrei que tenho um compromisso inadiável no domingo, bem cedo. É, paciência.
Mais telemarketing do inferno
2004-11-20 13:43:00 +0000
Eu devo ter jogado pedra na cruz. Mas deve ter sido uma pedra radioativa, porque é difícil de acreditar no tanto que eu tenho sofrido com operadores de telemarketing. Agora foi a vez de sofrer com o Terra, que já havia me obrigado a mudar este blog de endereço há um tempo atrás.
De curiosidade, entrei ontem no site do Terra e vi que estava pagando por um plano de R$ 45 quando poderia ter um plano de R$ 25. Liguei para o atendimento e uma mulher super-simpática me atendeu super-bem (mesmo, sem ironia) e fez a mudança do plano. Recebi um email de confirmação dizendo que meu plano agora era o de R$ 20. Não entendi nada, mas deixei pra lá.
Aí cheguei em casa e meu micro não entrava na Internet. Dava "senha inválida". Obviamente, desconfiei da mudança de plano. Liguei novamente pro Terra
- Eu fiz uma mudança de plano e agora não consigo acessar...
- Não entendi.
- Eu fiz uma mudança de plano e agora não consigo acessar...
- Me passe os seus dados por gentileza...
Depois de nomes e CPFs fornecidos, ele disse:
- Olha senhor, o seu plano é o de R$ 19,90 e está em dia com o Terra.
- Tá, meu filho, mas você não entendeu. Não estou conseguindo acessar aqui.
- Olha, então o senhor vai ter que falar com o suporte.
- Hã?
- É porque aqui tá tudo certo, plano Terra Speedy 512, valor de...
- Pera, pera, o que você disse? Speedy?
- Isso, senhor.
- Mas eu estou em Belo Horizonte e uso Velox!
- Uh..
Pelo visto a simpática menina de ontem deduziu que eu era carioca e me botou num plano Speedy. Muito competente da parte dela.
- É por isso que eu não consigo acessar, não precisa me mandar pra suporte coisa nenhuma. Muda meu plano aí.
- Err, senhor, você só pode mudar seu plano no setor de "planos". Eu peço que o senhor ligue novamente e entre nas opções 3 e 7 do menu.
Liguei de novo e, obviamente, não eram estas as opções. Resolvi ir no suporte.
- Terrasetordsuporteluizbomdia...
- QUÊ? Quem tá falando?
- Luiz...
Expliquei o problema pra ele.
- Qual o seu CPF, senhor?
- Número 123456-78....
- Seu nome?
- José Carlos
- Em que posso ajudá-lo?
- Mas eu acabei de falar! Olha, é o seguinte...
Expliquei tudo de novo. Notei que enquanto eu falava ele conversava com mais alguém além de mim. O que ficou claro quando ele voltou e perguntou:
- Qual o nome do senhor?
- QUÊ???
Depois de muita briga ele me passou para o setor de relacionamento com o cliente. Expliquei o problema pra menina, que me disse:
- Realmente, o cadastro do senhor está errado corretamente, eu vou estar alterando.
Aparentemente, agora está tudo funcionando. Vou estar testando pra ver se vai estar estando OK mesmo a nível de conexão internet.
Atualização (14/04/09): A primeira parte deste post foi removida. Peço publicamente desculpas ao "cunhado" (que não chamarei pelo nome para preservar a privacidade), as coisas que eu disse realmente foram ruins e não deviam ter sido publicadas aqui. Desculpe-me, de coração.
OWNED!
2004-11-19 22:17:00 +0000
As gêmeas Jenna e Barbara, filhas do Bush, tentaram conseguir uma mesa num restaurante em Nova Iorque.
O maitre disse a elas que não ia dar porque o restaurante está cheio e continuará cheio pelos próximos quatro anos.
Ao ouvir isto, o restaurante inteiro comemorou efusivamente, como uma torcida na hora do gol.
Vi isso aqui. Nem sei se é verdade, mas fez correr uma lágrima de felicidade pelo meu olho direito.
Grampeado
2004-11-18 15:21:00 +0000
Lembrem-se sempre que a quantidade de conteúdo que eu coloco aqui no blog é inversamente proporcional à quantidade de trabalho que está sobre a minha cabeça.
Em outras palavras: eu ando muito ocupado. E nem tem nada muito interessante pra colocar aqui, na verdade.
Update: Dez segundos depois de postar isso eu peguei no grampeador da mesa e, achando que o grampeador estava vazio, enfiei um grampo inteirinho no dedo médio da minha mão esquerda.
O Primo's translation services
2004-11-09 18:25:00 +0000
Eu já quebrei muito galho pra Bethania, das mais diversas formas possíveis. Até figurante de filme eu fui, pra ajudá-la num trabalho prático do seu curso de cinema, uma vez.
Mas hoje o quebra-galho foi novidade. Perto da hora do almoço ela me telefonou:
- Zé, preciso de ajuda! A menina da Inglaterra que veio fazer intercâmbio aqui no serviço chegou, e todo mundo já foi almoçar e só sobrou eu pra almoçar com ela... eu até entendo o que ela fala mas não consigo falar de volta! Help!
E lá fui eu bancar o intérprete.
A Zoe, a jovem inglesa, sabia falar espanhol, então o almoço foi um misto de portuñol-english. A conversa foi boa, descobri que na Inglaterra tem muitos indianos, que os ingleses fogem do clima ruim, que os estrangeiros pegam todos os empregos do setor hoteleiro e que lá os motoristas dão seta e até respeitam os pedestres, veja só.
E, para meu desespero, Zoe contou que gosta de "forró". Que droga, não sabia que essas porcarias contaminavam tão rápido.
A,B,C...
2004-11-08 21:40:00 +0000
Eu, trabalhando. Ao meu lado, uma colega está ao telefone.
- É, e aí você tem que preparar uma apresentação...
E ela gesticulava comigo pra contar que seu interlocutor estava anotando tudo.
- Isso... apresentação em Power Point. Hã? Power Point... Pê... ó... dáblio... é... erre...
Checklist
2004-11-08 15:36:00 +0000
[x] Camisa
[x] Calça
[x] Paletó
[x] Gravata
[x] Cueca
[x] Meia
[x] Sapatos
[ ] Cinto
Hmm. Hoje vou ter que almoçar em casa.
Momento "Cadê o Ctrl+Z quando eu preciso dele"
2004-11-08 04:21:00 +0000
E uma amiga do Orkut aparece no meu MSN. Papo vai, papo vem, ela pergunta:
Ela: Você trabalha em que?
Eu: Eu sou um porco corporativo engravatado. Ou seja, sou consultor :)
Ela: Papai vai gostar dessa nova definição pro trabalho dele. :)
Desceu mal
2004-11-04 04:03:00 +0000
Hoje no rodízio de pizza. Entre uma de pepperoni e uma de calabresa, ouço a seguinte conversa:
- Tem um amigo da minha esposa que é diretor de teatro. Especializado em teatro grego...
- Legal... tipo Shakespeare?
Felizes para sempre (a partir de hoje)
2004-10-31 18:36:00 +0000

...e o casamento ontem tava muito bom.
Quilometragem Genital
2004-10-29 17:54:00 +0000
Hoje fomos almoçar eu, a Consultora, o Consultor e Rudy.
Após comermos nossas comidinhas, a Consultora separou-se de nós para ficar passeando no shopping. Eu, o Consultor e o Rudy fomos comprar uma casquinha do McDonalds de sobremesa. Aí o Rudy falou:
- Olha ali, passando ali, que gatinha...
Só então eu me toquei que, agora que a Consultora não estava mais conosco, ia começar mais uma rodada de MACHO TALK...
E aí surgiam assuntos como o uniforme das meninas do shopping ou o "heroísmo" dos peões de obra que vendem a marmita pra ir na zona dar umazinha na hora do almoço. Aí o Rudy começou um comentário.
- Cara, na minha época de mestrado, meus colegas de laboratório mediram a quilometragem de uma puta dessas de zona...
- Como assim? - perguntou o Consultor
- Ué, eles estimaram quantas relações sexuais ela tem por dia e a duração de cada uma. Aí usaram um tamanho médio de pênis e a frequência média de entra-e-sai... e fizeram as contas da "distância percorrida"!
Ambos riram com gosto. E eu, vendo o nível dos meus colegas, passei a admirar cada vez mais os ornitorrincos.
Ira em uma tarde vazia
2004-10-29 13:22:00 +0000
Ontem, 14:20 - Eu e outro consultor, o "Fred", trabalhando. Aí o Fred começa a cantar aquela música nova (e horrível) do Ira:
- Você me ligou, naquela tarde vazia.... e me valeu o diaaaaaaaaa....
- ARGH! Pára com isso, Fred!
- Por que, você não gosta dessa música?
- Odeio essa música, isso é lixo.
- Ah, eu gosto... pela janela, vejo fumaça, vejo pessoaaaaaass....
- Toda música que começa com "pela janela" é ruim, você já percebeu?
- E que outra música começa com "pela janela"?
- Vou de Táxi, da Angélica! Pela janela du meu quartuuu... pam-pam-pam!
15:03 - Eu, no banheiro, tirando uma água do joelho:
- Você me ligou, naquela tard... ahh, droga, agora fiquei com isso na cabeça....
16:22 - Fui até a impressora buscar uns papéis:
- Você me ligou, naquela tarde vaz... DROGA!
17:15 - Sentado no notebook, trabalhando:
- E me valeu o diaaaaa... você... DROGA! MAS QUE DROGA!
19:10 - No carro, voltando pra casa:
- Allow me to show you... the way which I adore you... ahhhh, Blonde Redhead é tão bom...
É noise na fita
2004-10-28 18:09:00 +0000
Ontem à noite eu passei na casa de Luiz e ganhei de aniversário um super-kit de CDs com Serial Experiments Lain completo (yay!). Depois, assistimos os três primeiros episódios de Oh! Super Milk Chan e, algumas horas depois... mais uma lenda caiu.
Eu consegui, depois de muitos anos de tentativas, ver Anderson Noise tocar.
Como eu já disse aqui antes....
Eu já vi Anderson Noise. Na rua, passando de carro... no supermercado... mas NUNCA VI ELE TOCAR
Assim sendo, lá pelas onze da noite lá estávamos eu e Luiz no Deputamadre. O lugar é... bem... tem um bom espaço pra dançar, mas é meio caro. O preço da latinha de Skol, indicador econômico oficial da night, era R$ 3. Mas o real problema do lugar é que, pra consumir qualquer coisa, você tem que comprar uma fichinha no caixa. E é um caixa. E são quatrocentas pessoas.
Este detalhe simplesmente acabou com o meu conceito do lugar e vai me fazer pensar cinco vezes antes de voltar lá. Eu passei 40 minutos na fila pra comprar uma fichinha. Quando estava na boca do caixa, um babaca qualquer passou na minha frente e na frente do segurança que estava exatamente ao meu lado e que foi muito eficiente ao fazer a sua melhor cara de "não posso fazer nada".
Mas falemos do que interessa. A performance do cara começou lá pelas 1:30 da manhã com um barulho estridente do primeiro disco que ele colocou para tocar. Acho que foi a forma dele dizer que o "noise" chegou. Eu e Luiz ficamos na parte mais baixa e escura da pista, de costas para uma enorme caixa de som. Talvez seja por isso que, doze horas depois, eu ainda estou meio surdo. Na verdade, assim que fui embora do lugar (às 3 da manhã), eu só ouvia a minha própria voz, e só porque ela ressoa internamente no meu crânio: o resto era só zumbido.
O set foi bem legal e pode ser facilmente descrito com uma palavra: sinistro! Mas não "sinixxxtro" como os cariocas falam, foi sinistro mesmo, eram músicas com um climão obscuro, de suspense. O público, constituído basicamente por gays e pelas amigas dos gays, parecia estar gostando. Bom, pelo menos eles soltaram os gritinhos padrão em todos os breaks.
Outros detalhes que é bom mencionar:
Logo no início da noite tentei ir ao banheiro mas como era tudo muito escuro, eu não encontrei. Aí achei um segurança:
- Por favor, onde é o banheiro?
- Eu... não sei, é meu primeiro dia aqui...
Enquanto eu chacoalhava o esqueleto na escuridão da pista, um vento refrescante passava por trás de mim. Mas quando olhava pra trás eu via apenas um ventilador desligado.
Fiquei sem entender de onde vinha aquele vento por umas duas horas, até que olhei novamente e percebi que o ventilador estava ligado. É que a única luz da pista era aquela, estroboscópica. As "piscadas" da luz são muito breves e, por isso, as pás do ventilador pareciam estar paradas.
Pelo teor "alternativo" do lugar, resolvi sair com minha velha camiseta com estampa escrita em um "engrish" medonho. Passei pela sala, meu pai falou:
- Ué meu filho, essa sua camiseta está muito velha, muito "foveira"... você vai sair assim?
- Essa é a idéia, pai...
Aí encontrei com Bethania antes de ir. Ela olhou pra mim:
- Nossa, mas você vai com essa camiseta velha aí?
- Essa é a idéia, Bê...
Gimme five
2004-10-27 15:05:00 +0000
Agora eu estou oficialmente assustado.

Se eu clicar em qualquer pessoa no Orkut, há no máximo cinco pessoas me separando dela. Tipo, ela sempre é amiga de um amigo de um amigo de um amigo de um amigo meu.
Medo.
De Olhos Bem Fechados
2004-10-20 15:53:00 +0000
Hoje entreguei um maço de papéis para que nosso colega, o Excêntrico, conferisse.
Enquanto continuava meu trabalho, olhava para a mesa dele e podia vê-lo, de costas para mim. Parecia bastante concentrado, com os papéis na sua frente. "Uau, tá lendo mesmo", pensava eu.
Mais ou menos meia hora depois, fui até a mesa dele para ver se ele tinha terminado.
Só então percebi que ele havia dormido.
Enquanto termino este post, ele continua lá, exatamente do mesmo jeito.
Momento 2
2004-10-20 04:44:00 +0000

...e só agora cheguei em casa e estou indo dormir.
Momento
2004-10-20 02:12:00 +0000

... e só agora estou saindo do trabalho.
Elementar, meu caro Watson
2004-10-19 14:57:00 +0000
Hoje estávamos eu e meu notebook numa reunião com dois gerentes de projeto da nossa empresa-cliente.
Um deles, com uma papelada na mão, de repente enfiou a mão no bolso e tirou uma lupa. E começou a examinar os papéis no melhor estilo Sherlock Holmes. O colega dele fez uma cara esquisita e perguntou:
- Que diabos é isso?
- Uma lupa, oras...
- Mas... pra quê?
- É que eu esqueci meus óculos em casa...
Coisas para postar enquanto se grava um CD-RW a 600 KB/s (4x)
2004-10-18 05:16:00 +0000
(É que demora... uma meia hora...)
- Low of Defenses, música da banda espanhola chamada Migala, música que é estupidamente profundamente absurdamente linda triste sei lá, tem aparecido aleatoriamente em minha cabeça. Como flashbacks de viagens usuários de LSD. Mas eu não tenho achado ruim.
- Hoje na hora do almoço meu pai serviu costelinha de porco com feijão andu. Eu comecei a rir: "Hehehehe, feijão Ctrl+Z..."
- Agora há pouco eu perdi uma lente de contato. Estava retirando a lente do meu olho direito para ir dormir quando ela caiu. Procurei a danada da lente pelo chão por uns 10 minutos e não achei. Fui até o quarto, peguei meus óculos, e procurei mais. Ela, simplesmente, não estava no chão do banheiro.
Xinguei bastante e dei a lente por perdida. É descartável, mesmo. Joguei fora a do outro olho e decidi pegar um novo par amanhã de manhã. Enquanto via a lente descendo pelo vaso sanitário, pensava: "Aposto que, só porque joguei esta lente fora, vou encontrar a outra".
Logo que entrei de volta no meu quarto, tive um estalo. E se a lente não caiu no chão e sim grudou em mim? Revistei a mim mesmo, depois refiz o caminho do banheiro até meu quarto e achei a lente, no chão, ao lado do computador. Mas nem fiquei chateado depois que vi o estado deplorável em que a lente se encontrava.

O Primo n'A Obra
2004-10-15 14:45:00 +0000
Ontem eu resolvi verificar minha caixa postal esquecida do Hotmail e vi um email de um velho amigo chamado Leandro, da época do meu antigo emprego no Banco, falando que iria tocar na Obra.
"OK... eu não posso perder a chance de ver um Project Management Professional diplomado tocando Ramones...."
Assim, por volta das 23h, lá estava eu adentrando a melhor casa de shows inferninho de Belo Horizonte. Acho que tinha me esquecido do tanto que é legal ir na Obra. A última vez que fui parar lá foi há muuuuito tempo, acho que num show do Wry.
No começo o DJ ficou tocando algum Ramones e uns Rockabillys esquisitos (alguns em francês), soltando aleatoriamente sobre as músicas um sample de arroto. Nada mais perfeito para o lugar. Por sinal, acho que a acústica de lá ajudava o arroto a soar bem.
A banda, ao que parece, havia sido formada só praquela noite e foi batizada de Now I Wanna Sniff Some Johnny. O show dela demorou a começar porque, segundo o Leandro, o pessoal tava mais preocupado em beber pinga. Coisa que deu pra notar durante o show: o vocalista começava a falar alguma coisa...
- Agora a gente vai tocar alguma coisa da fase surf do Ram...
- ONE TWO THREE FOUR!!! - Gritava o Leandro, que saia socando sua guitarra
Cheguei em casa às 2:30 da manhã, com a roupa impregnada pelo fedor-padrão da Obra, e feliz. Preciso fazer isso mais vezes.
Minutos de Sabedoria
2004-10-14 17:35:00 +0000
"Eu já fiz bunda-lelê no carro enquanto dirigia..." - Rudy, nosso colega de trabalho preferido.
To-do, to-do...
2004-10-14 15:29:00 +0000
O genial cliente de e-mail do Opera, chamado M2, tem várias características fantásticas. Uma delas é a de botar "labels" nos emails pra organizá-los.
Eu adorava isso porque funciona muito bem. Hoje não gosto tanto, justamente porque funciona muito bem. Bem até demais.
Finalmente!
2004-10-14 13:24:00 +0000
Prezado Contribuinte (CPF xxxxx),
Os dados da liberação de sua restituição estão descritos abaixo:
Banco: XXXXXXXXXXXXXX
Agência: XXXX
Lote No: 05
Disponível a partir de: 15/10/2004
O Governo se lembrou do meu aniversário, que cuti-cuti.
Meu toucador
2004-10-14 03:56:00 +0000

ARGH! Quando foi que eu comecei a virar metrossexual?!?
Testemunho
2004-10-11 17:37:00 +0000
Depois me perguntam pra que serve o Orkut...
Ontem
2004-10-11 15:26:00 +0000

Parabéns pra mim. Yay.
Arquivo de aniversários
2004-10-10 05:54:00 +0000
Você pode ler o que rolou no meu aniversário em 2001, 2002 e 2003 também.
O Vendedor Autista
2004-10-10 05:49:00 +0000
Eu e Bethania, ontem, numa livraria de um shopping. Perguntamos ao vendedor que estava no terminal de consulta de livros:
- Por favor, onde ficam os livros do Dilbert?
- Hmm... *tec* *tec* *tec*... não tem esse autor aqui não.
- Não, não é o autor, é o título do livro, tem "O Princípio Dilbert, O Futuro Dilbert"...
- Ah, deixe-me ver... *tec* *tec* *tec*... Não tem nada...
Estiquei a cabeça e vi o que tinha na tela do terminal.
- Mas não é "Gilbert", e sim "Dilbert", com D...
- Você sabe o autor dos livros? Eu poderia pesquisar por autor...
- O nome me fugiu agora... ah, lembrei, Scott Adams.
- Hmm... não está em "literatura brasileira" não?
You win!
2004-10-08 18:13:00 +0000
Uau.
Acabo de participar de uma das melhores reuniões da minha carreira. Num mesmo round, eu:
- Confirmei que as minhas previsões de possíveis problemas no projeto, que havia feito há meses, se concretizaram exatamente como eu previa
- Confirmei que as soluções que eu imaginava para estes problemas realmente são as soluções que a equipe considera melhores
- Fui explicitamente apoiado pelos meus colegas nos meus esforços de "retirar o estigma de micreiro" que pousa sobre minha cabeça
- Vi o Rudy tomar uma ferrada... ou melhor, duas ferradas.
Depois disso, almocei e comi uma fatia enorme de torta de limão. E quase fui mandado para o Ceará. Uau.
Update: No final do dia, exausto, encontrei meu carro com uma multa pregada no pára-brisa e com um cheiro horrível de gasolina. Aparentemente a rua, íngreme, fez com que ela vazasse.
O Primo nas eleições
2004-10-04 13:16:00 +0000
E neste ano não foi diferente: me convocaram para ser mesário nas eleições municipais. Até tentei sair dessa, havia ido à minha zona eleitoral tentar jogar uma conversa no juiz mas não colou.
Esta eleição foi bastante sossegada. Até passei a manhã em casa, já que os outros pobres-coitados como eu resolveram fazer um revezamento para os trabalhos. Dos fatos dignos de mênção, ressalto estes:
>> Minha primeira providência quando cheguei: pregar, na porta da seção, o cartaz que diz: "Se você quer ser mesário, procure o TRE". Aproveitei e fiz uma seta enorme com fita crepe, apontando para o cartaz.
>> Havia uma nota do juiz na capa dos cadernos de votação. Ele ressaltava que um dos eleitores estava impedido de votar porque faleceu. E acrescentava: "Favor instruir o eleitor a comparecer ao cartório eleitoral..."
>> Ah, os eleitores. Tem os bêbados, tem os que trazem toda a família, tem os lerdos que ficam perguntando se "é aqui que eu voto", tem as velhinhas que continuam votando mesmo depois de terminar de votar (e você tem que avisar pra sair da urna porque já acabou a votação)...
Pra descarregar minhas frustrações com eles, peguei um papel e escrevi, bem grande, no topo da folha:
SUGESTÕES DE ELEITORES PARA MESÁRIOS
E mantive a folha ao meu lado, bem visível sobre a mesa, o tempo todo. Às vezes acrescentava o nome de alguém que aparentava condições de trabalhar. Normalmente meu critério era: ser jovem ou ter pinta de riquinho ou ser antipático.
>> Também abusei do sarcasmo. Às vezes encaminhava o eleitor até a urna com uma frase do tipo "pode ir lá exercer seus direitos de cidadão" ou "vá lá participar da festa da democracia". Mas o mais legal era quando chegavam pra nós perguntando "ooh, vocês estão aí o dia todo? Nossa...", e eu perguntava de volta:
- Por quê, quer ser mesário ano que vem?
- NÃO, não, não, não, não!!....
Eu me deliciava com o pânico das pessoas. Mas elas também assustam: um eleitor entrou na seção e me deu o título dele. Me virei para digitar o título e liberar a urna:
- Pronto, senhor, pode ir lá vot... ei, cadê ele?!??
E saem eu e mais dois mesários desesperados pela porta, atrás do dito cujo. Ele havia saído da seção sem avisar, para conferir o número do seu candidato na listagem que estava no corredor.
>> No meio da tarde uma das fiscais de um dos candidatos a prefeito disse que ele estava na nossa zona eleitoral, passeando. Comentei com um dos colegas mesários:
"Vai ser até bom, vou poder virar pra ele e falar: Ei, cara, eu fiquei sabendo que você foi secretário de estado antes de ser candidato, e aí, o que é que você fez na secretaria, hein?"
No exato momento em que terminei a frase, olhei para a porta da seção e lá estava ele, dando tchauzinho para nós.
>> Às cinco em ponto encerramos a votação e fomos os primeiros a fechar tudo e devolver a urna. Fiz constar, na ata da votação, que eu NÃO quero ser convocado na próxima eleição (já participei de quatro, for christ's sake). E se me convocarem de novo eu juro que não vou. Podem me processar.
Geek Issues
2004-10-02 17:30:00 +0000
Meu aniversário está chegando, é no dia 10 de outubro.
Quem quiser me dar alguma coisa, aceito qualquer item do ThinkGeek.
Qualquer coisa eu aceito.
Maratona Call-Center
2004-09-29 15:23:00 +0000
Estou batendo um recorde hoje. Desde as 9 da manhã estou ao telefone duelando com os serviços de atendimento telefônico do Unibanco e da Oi.
Primeiro, liguei para o Unibanco para desbloquear o cartão múltiplo (débito + crédito) da minha conta, mas acabei caindo no truque deles e desbloqueando a função crédito do cartão. Liguei pra lá para tentar cancelar só a função crédito. Veio o atendente:
- Mas não precisa, porque este cartão é uma cortesia Unibanco e não tem custos...
- Tudo bem, mas mesmo assim eu queria cancelar.
- Mas este cartão pode ser usado para pagar contas de luz, água...
- Tá, mas...
- ... telefone, esgoto, além das inúmeras facilidades...
- Ei, ei, deixa eu falar...
- ... exclusivas que os correntistas Unibanco...
Me irritei, desliguei e liguei de novo. Veio o segundo atendente:
- Mas você não paga anuidade para este cartão, não precisa cancelar...
- Claro, claro. Quanto tempo eu fico sem pagar anuidade? Aposto que não é pra sempre.
- Um ano, mas um ano é muito temp...
- OK, cancele a função crédito do meu cartão pelo amor de Deus.
- Mas um ano é muito tempo, senhor...
- PARE!! Cancele a função crédito do cartão e não me canse...
- Senhor, se eu cancelar o cartão inteiro fica cancelado, não posso cancelar só a função crédito dele.
- Hein?!
- Depois de um ano o senhor cancela...
Bati boca por uns 10 minutos, até que tive uma idéia.
- Vem cá, se você cancelar meu cartão todo, eu posso pedir outro?
- Sim...
- Aff, por que não pensei nisso antes? Por favor, faça isso.
Depois, troquei o telefone de orelha e liguei para a Oi. É que o cartão de crédito (outro, não o do Unibanco) que dei para pagar o aparelho novo que estou comprando foi recusado. Aí precisava ligar pra lá e ver se a coisa tinha sido resolvida. Este problema do limite do meu cartão é insolúvel, primeiro porque o Banco do Brasil (de onde peguei o cartão) está de greve, e o 0800 da Visa para o meu cartão é inalcançável: na segunda eu fiquei 1 hora esperando atendimento, e nada. Mas liguei pra Oi assim mesmo.
Acabei descobrindo uma dica: para pular aquelas propagandas inúteis do Oi Atende, tecle "asterisco" no telefone.
Ao ser atendido, pediram meu telefone com DDD e mais um tanto de dados, pra depois transferirem para o setor de qualidade. Lá, pediram meu telefone com DDD de novo e mais os mesmos dados. A atendente, depois de uns 10 minutos, finalmente me disse:
- Olha, você precisa ligar para a Central de Vendas, no telefone 0800-285...
Criei coragem, liguei para a tal Central. Tive que dar (adivinhe!) meu telefone com DDD e mais uma penca de dados, tudo de novo. Aí, a atendente de sotaque baiano me rebateu:
- Olha, você precisa ligar para o Oi Atende...
Desta vez, peguei o número do pedido com a menina baiana das vendas. Lacrimejando de desespero, liguei, de novo, para o Oi Atende. Dei, de novo, meu telefone com DDD e mais mil dados pessoais. Meus colegas de trabalho já devem ter decorado meu CPF, pelo tanto de vezes que tive que dizê-lo em voz alta. Aí, finalmente, a menina me falou que o cartão tinha sido recusado de novo.
- Ok, eu dou um outro número de cartão...
- Sim, mas... mas o aparelho acabou do nosso estoque.
Temendo a resposta, perguntei:
- E... e c-como eu f-faço pra saber s-se ele está no estoque?
- É só ligar pra gente...
Olhei para cima e gritei. A câmera que filmava meu rosto em close foi se afastando, com velocidade, até mostrar o prédio todo, a cidade, o país e terminar numa bela imagem do planeta Terra e meu grito ecoando ao fundo.
Ato falho
2004-09-28 22:23:00 +0000
Hoje o super-consultor-líder do nosso projeto (que chamarei de Akuma) esteve aqui. Ele sentou-se comigo para resolvermos algumas coisas do projeto.
De repente, um celular que alguém havia esquecido aqui na sala começa a tocar o hino do Cruzeiro. E eu comecei com a piadinha:
- Putz, depois perguntam por que os projetos aqui nunca dão certo, é por causa dessas músicas horríveis desses times medonhos que o pessoal coloca no celular...
Aí um colega, do outro lado da sala, me deixa ciente de um fato:
- Tinoco... você sabe que o Akuma é cruzeirense, né?
E minha piadinha se tornou uma catástrofe esperando para acontecer. Eu precisava agir rápido e dizer alguma coisa. E alguma coisa convincente...
- C-claro que eu sei, só tou provocando, hehehe...
Crianças... não tentem isso em casa.
Nem luxo nem lixo
2004-09-27 21:28:00 +0000
Hoje meus colegas de trabalho cismaram de ir no Itália Grill, um restaurante de ricos aqui de Belo Horizonte.
Depois de pedirem seus sofisticados "filés ao molho madeira com arroz piamontese" (R$ 14 cada), uma colega comentou:
- Nossa, tou precisando ir ao Shopping Oi comprar umas coisas...
- Pois é, eu fui lá ontem...
Eu, sugismundo
2004-09-22 13:24:00 +0000
Devido ao sono, hoje vai ser mais um dia movido a café.
Ao entrar na salinha onde ficam as garrafas térmicas, vi um cartaz que dizia, ipsis litteris:
APÊLO
Ao servir do nosso café, tenha cuidado urbanidade e asseio, para não sujar a mesa.
Em sua casa você se comporta desta maneira?
Deixe de ser um sugismundo !!!
Ontem
2004-09-21 12:27:00 +0000
Ontem eu e uns colegas fomos até uma farmácia próxima daqui do serviço, para comprar umas barrinhas de cereal (a gasolina da consultoria).
Na prateleira das coisas comestíveis para cachorros, havia a caixa de um produto chamado "Deliciosso".
Hoje
Hoje eu tinha que chegar mais cedo no serviço por causa de uma reunião, marcada para as 8 horas. Quando abri meu armário, Murphy estava lá, ocupando o espaço onde deveriam estar minhas camisas limpas.
Desci correndo, peguei uma camisa do varal, um ferro de passar, uma tábua de passar e comecei a passar. Como não sei passar, o tempo passou rápido e, quando saí de casa, faltavam dez minutos para a reunião começar.
Metade do meu café da manhã foi comido dentro do carro, entre um sinal e outro da Av. Amazonas.
Logo que cheguei no serviço, Murphy estava lá, ocupando o espaço de um dos meus colegas de trabalho que deveria ir para a reunião comigo. Ele acabou de chegar neste exato momento, 28 minutos atrasado. Dava pra eu ter passado umas três camisas nesse tempo.
Der Diplomfeier
2004-09-17 16:13:00 +0000
Ontem foi a colação de grau da minha irmã, que está se formando em nutrição.
A colação foi com mais umas três turmas, então teve que ser realizada num auditório enorme, o que requer um cerimonial bastante grande. Se fosse só isso estaria tudo bem, mas o problema é que o cerimonial era nazista.
Junto com os convites para entrar no auditório, os parentes dos formandos recebiam um panfleto enorme com "instruções para os convidados". O panfleto continha coisas inacreditáveis, como:
"A entrada só será permitida até as 20:59, quando as portas do auditório serão fechadas. A hora de referência para o cerimonial é a do serviço 130 da operadora Telemar. Não é permitido o uso de nenhum tipo de máquina fotográfica, e os seguranças estão instruidos a coibir o seu uso. Não será permitido entrar no auditório com câmeras e não dispomos de guarda-volumes. Não são permitidas faixas no auditório..."
A lista se estende até o infinito. Coisas assim te enchem de vontade de comemorar uma formatura...
Aí, pra piorar, Bethania se atrasou e chegamos na colação às 21:05. As portas estavam fechadas e vigiadas por seguranças enormes. Uma multidão de "atrasados" se amontoava sobre a RP do cerimonial, que gritava que não podia mais entrar e que a hora é a hora do 130 e outras bizarrices. Os parentes "barrados" gritavam de volta. Ao lado da porta, eu via pela TV os formandos entrando.
Aqui cabe uma explicação. Minha índole sempre foi pacífica e conciliadora e, portanto, eu ODEIO, ODEIO, ODEIO tumulto. Enquanto Bethania se indignava junto com os parentes, eu tentava segurar minha raiva por tudo aquilo e aguardava, calado e imóvel, que a situação se resolvesse com o tempo, pois era óbvio que eles só estavam fazendo o papel de babacas e iam deixar o pessoal entrar.
Depois do hino nacional, a entrada foi liberada. Aí, mais confusão. Ao entrar no auditório, mais seguranças e RPs bloqueavam os corredores entre as cadeiras e diziam que só poderíamos nos sentar nos "camarotes" (um lugar horrível no fundo do salão). Detalhe: haviam INÚMERAS cadeiras livres no salão. Os parentes indignados se indignavam mais e gritavam com os seguranças. Os seguranças gritavam de volta. As pessoas nas cadeiras próximas faziam "sshhh". Os seguranças continuavam gritando com os parentes. O público próximo passou do "shhhh" para o "CALABOCA AÊ PORRA" e o auditório inteiro ficava olhando para trás para ver que barraco era aquele.
Deixei Bethania discutindo com os seguranças e, furioso, fui para um canto do auditório. Eu juro por Deus que se aquela não fosse a formatura da minha irmã eu teria ido embora naquele minuto. Obviamente, algum tempo depois, liberaram o pessoal para se sentar onde quisessem.
Mas depois de me sentar continuei incomodado: os seguranças "vigiavam" o público como se fossem criminosos, e eu demorei bastante a conseguir relaxar e aproveitar a cerimônia. Durante a entrega dos diplomas, um dos parentes de uma graduanda começou a tirar fotos da entrega. Ele não tinha um dos braços, e segurava a câmera com uma das mãos e apoiava o outro lado dela em seu "toco" de braço, com um mini-tripé. Os seguranças não queriam nem saber e já iam em cima do cara, que acabou se sentando a tempo. Eu levei minha câmera mas só tive coragem de usá-la no instante final da cerimônia, onde estava tudo muito bagunçado e os seguranças deram um tempo.
A chuva de balões, quase no fim.
Pra variar o tom deste post, um detalhe bom: a orquestra da faculdade estava tocando na colação, e um velho amigo meu faz parte do coro. Durante a entrega dos diplomas, o baterista da orquestra às vezes fazia um "pa-ra-ta-ta-ta pum pish" na bateria quando chamavam o nome de alguém. Os olhos de Bethania brilharam:
- Uau!! Eu quero isso!!
Peguei o celular e mandei uma mensagem para meu amigo da orquestra: "Não rola um drum roll desses quando minha irmã entrar não?". Ele anotou o pedido num papelzinho e passou para o baterista. Ah, como é bom ser bem relacionado... (valeu Sam!)
Ah, também era proibido levar faixas no auditório, mas esta regra eu fiz questão de quebrar: é que minha irmã é uma jogadora viciada de Wolfenstein - Enemy Territory, já disputou campeonatos, faz parte de um clã e tudo mais. Aí eu fiz uma faixa que eu sabia que ela iria entender...
Isso é o que os alemães do jogo dizem quando querem comemorar alguma coisa
Meu dia em momentos
2004-09-16 22:01:00 +0000
Momento 1 - Deu negativo
Eu numa reunião com profissionais do Depto. Financeiro. A responsável por um orçamento de milhões de reais olhou para a planilha sobre a mesa e disse:
- Ai, eu detesto planilha com esses números negativos, eu me confundo toda...
Momento 2 - Bizarro, bizarro
No horário de almoço fui na região dos hospitais aqui em Belo Horizonte. Entrei numa loja.
- Olá, eu queria um, hã... um plicômetro. Vocês, hã, embrulham pra presente?
Pouco depois vou ao caixa. Na minha frente, um sujeito magrelo, meio gay, cabeludo e com óculos com, no mínimo, o dobro do tamanho do seu rosto. Parecia um louva-a-deus. E ditava, para a menina que preenchia sua nota fiscal:
- O nome é DEU...
What the fuck... pensava eu. Como esse cara se chama? Deuteronômio? Mas ele completou.
- DEU... PALLA... Companhia de arte. Com dois L's.
Momento 3 - E tome ferro
Eu, saindo para uma reunião. Entro no táxi e noto algo estranho ao lado do taxista.
- O que é esse pedaço de ferro enorme aí do seu lado?
- É pra bater nos pivetes - respondeu ele.
Momento 3 - Tecla SAP
Recebi uma resposta de um email que enviei para um colega consultor. É sobre uma apresentação. Ele viu a dita cuja e respondeu:
"hummm........ acho que ainda temos que fazer alguns ajustes..."
Traduzindo: "Está um lixo e vou ter que te ensinar como faz, seu animal".
The good, the bad & the ugly
2004-09-16 04:44:00 +0000
Hoje foi o culto ecumênico de formatura da minha irmã. Nunca vi tanta mulher junta, afinal, ela formou-se em nutrição e a turma dela era composta de 36 mulheres e um gay.
Como eu estava com a câmera, fiquei perambulando e fotografando a cerimônia. Abaixo você vê o coral que cantou.
No final da cerimônia, minha irmã virou pra mim e disse:
- Você acredita que duas amigas minhas ficaram me perguntando, todas interessadas: "Ei, aquele é seu irmão?"
Meu ego até se estufou um pouquinho. Até me animei. Talvez eu não estivesse tão feio assim.
Aí fomos a uma pizzaria para comemorar. Assim que nos sentamos, eu ouvi uma voz rouca gritando:
- Eiii moçoo... mooçoooo...
Olhei para o lado e vi esta mulher. Caindo de bêbada e falando alto. Ela continuou a gritar:
- Mooço... eu te achei bonito...
Me escondi atrás do menu enquanto toda a minha família ria. Ela prosseguiu com sua fala arrastada:
- Você é novinho... teeeem... tem o quê, uns... vvvvinte e um anos?
- Obrigado, tenho vinte e cinco...
- Você... é de sssssão paulo??
- Uhh, não, sou daqui mesmo...
Aí ela felizmente desistiu de, hã, investir em mim e continuou conversando maluquices com a amiga que estava com ela. E meu ego voltou ao tamanho normal.
P.s.: Tá, já sei, como diabos eu tirei a foto da mulher... foi idéia do meu cunhado, ele ficou posando para a foto enquanto eu, despistadamente, mirava na mulher. Me desculpem mas essa eu precisava guardar pra posteridade.
Tonico, R.I.P.
2004-09-15 15:22:00 +0000
Eu estou cansado das piadas com meu sobrenome. Sempre me perguntam:
"Ô Tinoco! Cadê o Tonico?!"
Depois de rirem bastante, normalmente me perguntam qual dos dois da dupla sertaneja morreu: o Tinoco ou o Tonico. E eu nunca soube.
Hoje resolvi pesquisar e descobri a verdade nesse site:
A carreira da dupla se encerrou em 1994, com a morte de Tonico (João Salvador Pérez). Tinoco (José Pérez) segue carreira solo ao lado de seu filho Tinoquinho.
Não sei o que é pior: a carreira "solo de 2 pessoas" ou a nova denominação: Tinoco e Tinoquinho.
Para bom entended...
2004-09-14 20:26:00 +0000
Acabou de chegar um mensageiro com alguns remédios que uma colega de trabalho encomendou.
Peguei o cupom fiscal para conferir o valor. Ao ler o nome do remédio, dei graças a Deus da máquina de impressão do cupom ter um limite de caracteres. Lá dizia:
"MICOSTATIN CREME VAGI"
Waking Hours
2004-09-13 04:40:00 +0000
Eu realmente devia estar dormindo.
Piadas de Casamento
2004-09-11 15:49:00 +0000
Ontem uma colega de trabalho de Bethania se casou e fomos à cerimônia, que teve alguns destaques dignos de blog:
Durante a cerimônia, o padre ia proferindo seu sermão e eu, distraído, estava papeando com Bethania. De repente, eu ouço o padre finalizando uma frase:
- ... levantem a mão, por favor.
No susto, eu e Bethania levantamos as mãos junto com grande parte da igreja. "Deve ser pra abençoar os noivos", pensei eu. O padre continuou:
- Vejam só, realmente, temos muitas pessoas casadas hoje nesta igreja...
Algum tempo depois a cerimônia acabou e os noivos saíram da igreja ao som de Say a Little Prayer, da Dione Warwick. Versão, hã, "sacra".
Na hora dos cumprimentos, entramos na (absolutamente enorme e lenta) fila. Quarenta minutos depois, quando estávamos quase lá, um casal desconhecido chega do nosso lado. A mulher vai puxando papo enquanto entra na nossa frente:
- Aii gente, parente tem prioridade né! É que eu sou prima da noiva!... e vocês?
- Somos, hã, colegas de trabalho... - respondia Bethania.
- Que legal! Ela trabalha onde mesmo?
- Na empresa XXXX, é uma empresa de tecnologia...
- Que legal! Tecnologia! E ela formou em quê mesmo?
Aí eu não aguentei:
- Ok, ok, cooomo assim você é parente da noiva!?!!
No final das contas a mulher bateu um recorde de fast talking. Em três minutos de conversa ficamos sabendo quantos anos ela tinha, quantos anos de casada ela tinha, quantos filhos ela tinha, que ela estudava teatro, que trabalhava em propaganda e que, segundo ela, Bethania daria uma ótima modelo e que deveria ir na agência Ford fazer um book. Kelly que se cuide.
Um outro detalhe: a noiva é uma maratonista, daquelas com apenas 8% de gordura corporal, que acorda de madrugada e faz cooper todo santo dia. Quando estávamos na fila, perguntei pra Bethania:
- Tou pensando aqui... será que ela fez cooper hoje?
- Que é isso Zé, que pergunta! - debochou Bethania.
Quando chegamos nos noivos, Bethania sucumbiu à minha curiosidade enquanto abraçava a noiva:
- Parabéns, você está linda... mas... você fez cooper hoje?
P.s.: Tá, eu sei que vocês também estão curiosos. Ela não fez cooper naquele dia, mas só porque estava gripada.
Deu pau
2004-09-10 19:42:00 +0000
Ontem, passando pela savassi... olhando os placares luminosos de propaganda...

É ou não é??
2004-09-10 14:28:00 +0000
Hoje era uma manhã comum. Após validar umas planilhas resolvi dar uma procrastinada básica e fui dar uma olhada no meu Orkut.
De repente, o susto: No topo da tela aparecia uma "new connection":
Kelly
Is Kelly your friend?
Eu realmente não sei o que responder.
Tiramisu Junkie
2004-09-09 18:07:00 +0000
Há alguns meses eu comi um tiramisu num restaurante aqui perto do serviço e achei muito gostoso.
Agora, toda vez que vou a um restaurante, olho ansioso para o buffet de sobremesas... procurando por tiramisu. Na verdade eu estou louco de vontade de comer tiramisu novamente.
No almoço de hoje eu vi algo que parecia ser tiramisu e entupi meu prato, contrariando todas as recomendações nutricionais da minha irmã. Não era tiramisu, era pavê de banana com chantily. Estava ótimo mas eu continuo insatisfeito.
Se você souber onde eu posso comer um tiramisu aqui em Belo Horizonte, give me a call.
Parabéns
2004-09-09 12:57:00 +0000
Ontem, no intervalo de uma reunião, fiquei mostrando algumas fotos do meu feriado para uma colega de trabalho.
Assim que Bethania apareceu numa das fotos, ela exclamou:
- Nossa, é sua namorada? Ela é bonita!... você está de parabéns hein...
Já é a segunda ou terceira vez que alguém vê que minha namorada é bonita e me dá os parabéns por isso. O que diabos eu tenho a ver com a beleza dela? E por que eu mereço parabéns por ter uma namorada bonita? Se ela fosse feia eu não mereceria parabéns? Vai entender...
Dicas
2004-09-02 23:40:00 +0000
Uma dica para a sua vida profissional: Jamais aprenda a digitar rápido.
Meus muitos anos como analista de sistema e jogador de Street Fighter em emulador me deram habilidades meio bizarras com teclados, daí cansei de ouvir comentários do tipo "noooooosssa como você digita rápido..."
Isso é a pior coisa que pode lhe acontecer.
Exemplo 1: Hoje de manhã, nossa equipe inteira de trabalho se junta para uma reunião. O coordenador da reunião diz:
- Hmm, podíamos ligar o datashow e ir anotando os comentários do pessoal. Ei Zé, você que digita rápido, será que você poderia...
Exemplo 2, o pior: Hoje de tarde, fechando uma apresentação com uma mulher de pseudônimo Tracy. Por mal dos pecados acabei me sentando em frente ao micro dela para ajustar uma apresentação:
- Noooooossa, como você digita rápido!! Você fez curso de datilografia?
- Não, nunca fiz.
- Mas você nem olha para o teclado!
- É mas.. tipo, sei lá.
- Ah, se eu fosse tão rápida quanto vocês consultores, ai, eu sou tããão lerda com computador...
Aí terminei de mexer na apresentação, e Tracy diz:
- Ai, eu preciso mandar essa apresentação por e-mail pra Cindy...
- Tudo bem, pode sentar aq...
- Aiiii manda pra mim, vc é tão mais rápido que eu! Pur favô...
Aí o Schumacher dos teclados aqui teve que dividir a apresentação em 7 arquivos com 20 slides (porque ela tinha 7 MB, grande demais para o email), compactar todos os arquivos e enviar, um a um, os sete emails.
Saúde pra dar e vender
2004-08-30 20:24:00 +0000
Há alguns dias era sexta-feira e comi um agradável almoço num restaurante próximo daqui do serviço. Quando voltei ao trabalho, sentia um ardor estranho na pele e alguma coceira.
Uma leve consulta ao espelho do banheiro mostrou que o ardor e a coceira eram devidos às pequenas bolinhas avermelhadas que surgiam em minha pele. Recolhi minhas coisas e fui visitar um hospital.
Chegando lá, a médica me atendeu, toda gentil.
- Olá, boa tarde, meu nome é Carolina. O que você está sentindo?
- Bom, eu tive um almoço muito agradável e agora estou empolando todo.
Ela riu e administrou corticóides em minha corrente sangüínea. Passei algumas horas trabalhando no notebook em plena enfermaria do hospital, enquanto esperava o "repeteco" da medicação, prometido pela médica mas que os enfermeiros esqueceram. Mesmo assim fui liberado porque as bolinhas vermelhas já não eram mais.
Cheguei em casa e, que estranho, a coceira ainda está coçando. O espelho do banheiro, muito francamente, me disse que a urticária continuava.
Os enfermeiros do hospital diziam: "Ué, voltou por quê?". Eu respondia acenando com o braço para eles. Eles viam as bolinhas vermelhas e diziam pra eu me deitar na enfermaria.
Devido à ausência de lugares virgens para agulhadas, na segunda dose de corticóides (que era a terceira do dia) a enfermeira, gentil, me disse:
- Essa vai ter que ser no bumbum...
- Aff... ok, tente não se apaixonar então - respondi, enquanto me virava de costas.
Mais tarde, em casa e dessa vez curado, meu pai dizia:
- Por isso que eu te falo pra ir fazer um check-up, meu filho!....
- Ah nem, pai... eu tenho 25 anos e estou perfeitamente bem, só tive uma reação alérgica a alguma coisa qualquer aí...
- Mas tem que ir fazer um check-up, meu filho! Não custa nada!
Depois da vigésima sétima repetição eu fiquei de saco cheio e resolvi fazer o bendito check-up. Perdi uma manhã inteira esperando o médico me atender e quando ela me recebeu, eu disse:
- Olha, meu pai é um hipocondríaco e deu chilique por causa de uma urticária. Me dá um pedido de exame de sangue aí e tudo ficará bem.
Na última sexta-feira recebi o resultado dos exames. Tocava The Postal Service no meu carro quando abri o envelope e li:
COLESTEROL - 269 mg/dl
Valores de referência: Acima de 270 mg/dl - ELEVADO
"Mas... que... merda...", disse eu, lentamente. "Meu pai vai me tratar como um cardíaco daqui pra frente"...
Minha gentil irmã, que é nutricionista, já me prescreveu uma dieta. Devo evitar carnes gordurosas, doces, queijos, frituras, embutidos e demais prazeres gastronômicos. Ah, e devo fazer exercícios físicos. O cooper recomeça amanhã. Vou precisar de muita música eletrônica pra sobreviver nos próximos meses.
E agora eu estou com medo até de ir ao dentista.
Um sonho de liberdade
2004-08-13 11:46:00 +0000
...e eu, apesar das férias, já estou acordado e saindo de casa.
Vou tentar me livrar de trabalhar como mesário nas próximas eleições. Rezem por mim.
Puxando saco
2004-08-13 03:11:00 +0000
Podem rir de mim, mas hoje eu fiz uma coisa que queria fazer há muito tempo: Mandar um email para a Nestlé, elogiando-os pela maravilhosa campanha de sobremesas da linha Moça (tipo aquele brigadeiro de colher ou pudim de leite condensado deles). Vocês devem ter visto as propagandas, aquelas com fotos belíssimas de rostos de mulheres.
Abaixo segue o conteúdo do email que eles receberam, pra vocês verem o tanto que eu gostei das propagandas:
"Recebam os meus mais sinceros parabéns pela campanha de publicidade das sobremesas Moça (Moça Brigadeiro, etc). Há muito tempo eu não via peças de propaganda tão bonitas. Em tempos de marketing agressivo e consumidores intimidados por propagandas espalhafatosas, vocês conseguiram, com simples, autênticos e belíssimos rostos femininos, tornar nossos dias mais bonitos e agradáveis. Fiquei tão empolgado que saio mostrando os outdoors para os amigos no trânsito, dizendo: "Olha aquilo, que bonito, isso sim é que é propaganda"!! Saibam que este consumidor aqui escolhe vocês quando compra uma sobremesa, não porque lhe enfiaram um jingle babaca, e sim porque lhe imprimiram na memória algo bonito e cativante. Meus parabéns. Continuem assim."
E babei ovo mesmo. É um alívio ver marketing assim em tempos de "Na na na na".
Update: O pessoal me respondeu o email. Que bom, pelo visto eu sou um consumidor gentil:
Ficamos muito felizes em receber seus elogios. Para a Nestlé é um grande incentivo contar com a aprovação de consumidores gentis como você. Em nome de toda a equipe, muito obrigado pelo carinho e reconhecimento.
Depende do ponto de vista
2004-08-11 14:00:00 +0000
...e eu estou acordando só agora.
Estou de "férias forçadas". O lado bom: Neste mês eu vou trabalhar só 50% dos dias. O lado ruim: eu recebo por dia trabalhado. O lado melhor ainda: Me ligaram aqui do serviço e eu tenho umas coisinhas pra fazer pra hoje.
AAAHH MULÉQUE!
2004-08-09 22:04:00 +0000
E, pela terceira vez, TODOS os meus colegas de trabalho estão assistindo o Flash da "Avaiana de Pau" e morrendo de rir. Todos eles. Pela terceira vez.
Eu fui o único que não achei a menor graça nisso.
Ouch! My eyes!
2004-08-06 12:54:00 +0000
Ontem às 17h eu fiz um exame de vista. Obviamente, pingaram em mim aquele bendito colírio que dilata as pupilas.
O problema é que acordei hoje e minhas pupilas, 16 horas depois do exame, ainda estavam dilatadas.
Mesmo assim botei o meu terno (argh) e, assim que coloquei o carro na rua para vir trabalhar, foi como se o mundo explodisse em luz. Eu mal conseguia abrir os olhos. Mas aí percebi que Bethania havia esquecido os óculos escuros dela no meu carro.
Se você mora em Belo Horizonte e viu um carro com um cara esquisito usando um óculos escuro estranho, parecendo uma versão cearense do Neo, era eu.
Double Post!
2004-08-05 03:12:00 +0000
Como eu estou bonzinho e afetuoso essa semana... post duplo...
Pânico no shopping (ou: ela realmente voltou)
No final do dia de hoje eu e Bethania fomos ao shopping para comer alguma coisa.
Enquanto passávamos pela praça de alimentação eu vi, numa mesa com uns amigos, uma ex-colega de trabalho. Mas não quis cumprimentá-la naquela hora porque ela estava com os amigos e não quis interromper nada. Na verdade não fui porque sou anti-social mesmo, mas isso não vem ao caso.
O fato é que nos sentamos, eu e Bethania, e fomos fazer nosso pedido ao garçom. Enquanto Bethania pedia, eu olhava, distraído, para a mesa da minha ex-colega quando, de repente, reconheci uma das pessoas que estava com ela.
Um frio subiu pela espinha, meus olhos se arregalaram. Foi como aqueles instantes antes de um fatality no Mortal Kombat, onde a tela escurece e toca uma música funesta. Aterrorizado, falei baixinho com Bethania:
- Bê... Kelly está aqui!!!!
Era realmente ela. Acontece que minha ex-colega é colega dela também. Fiz um esforço para comer a comida da forma mais discreta possível e, papo vai papo vem, acabei me esquecendo dela.
De repente, logo que coloco um pedaço de pizza de calabreza na boca, alguém me cutuca no ombro:
- Mas eu não poderia ir embora sem cumprimentar meu amigo aqui né!!!
- Kully!... commfmo vai vmmmcê? - Disse eu, com a boca cheia de pizza.
Tivemos lá nossos dois minutos de conversinha (os amigos estavam esperando ela), ela contou que está trabalhando bastante, que o projeto é desafiador e que ela está estressada e que até engordou. Oito quilos bem fáceis de perceber. Fora isso ela continua do mesmo jeito, er, expansivo. Mas confesso que foi até bom revê-la.
The broom strokes
Essa eu esqueci de contar.
Segunda-feira é o dia que eu faço uma atividade voluntária de visita a pessoas enfermas, à frente de uma equipe de 3 pessoas.
No horário marcado para saírmos, estava eu e uma das colegas da equipe. Ela é uma senhora de uns 40 anos, divorciada, tem um filho e é servente para uma firma de serviços gerais. Estávamos de conversinha, aguardando outro colega, chamado Juliano.
Num determinado momento, sem muito assunto, acabei fazendo uma piadinha com o nome deste colega, exclamando como quem não quer nada:
- Ah, Julian Casablancas que não chega...
- Julian Casablancas... é o vocalista dos Strokes né?
Depois do susto e da minha melhor cara de WTF???, perguntei:
- V-você conhece os Strokes?!
- Claro! Da MTV... eles tem umas musiquinhas legais né... e você sabia que ele é filho do dono da Elite Models, o John Casablancas?
Nunca mais subestimo o poder do pop. O episódio me lembrou, inclusive, uma senhora com quem trabalhei no banco, que tinha idade pra ser minha mãe e que adorava Kraftwerk.
P.s.: Notaram que todos os links deste post vieram da Wikipedia? Adoro a Wikipedia. Simplesmente linda.
O Primo e o Governador (de novo)
2004-08-04 20:40:00 +0000
Como se não bastasse a última vez, hoje repetimos a dose: teve uma reunião sobre uns projetos do governo e, mais uma vez, eu estava lá.
Depois de um welcome coffee, todos se reuniram no auditório até o hômi chegar. Eu e um colega ficamos olhando os presentes, todos engravatados, e fazendo piada:
- Ei, olha aquele ali... que bigodinho, hein, parece o Hitler
- Que nada, tá mais pra Freddy Mercury...
O "mestre de cerimônias", que tinha uma voz de locutor de rodeio, logo anunciou: "Senhoras e senhores, comunicamos a chegada do Governador"... e na sequência todos se levantaram. A reunião correu normalmente.
Abaixo uma foto do Governador. Não é uma foto normal, primeiro porque eu fico meio grilado de botar essas coisas aqui no blog. Segundo, porque... ah, a foto ficou tããão artística... parece que ele está num cenário de filme do David Lynch.
Eu garanto, é ele mesmo
Eu achei muito engraçado o fluxo de repórteres e fotógrafos. A gente está acostumado a ver apenas as fotos e as matérias no jornal, ou seja, a ação do ponto de vista deles. E ver os bastidores é engraçado.
As mínimas coisas provocam um frenesi nesse povo; no início do discurso do Governador, os flashes pipocavam ininterruptamente. Depois, pararam. Aí, um tempo depois, o Governador tirou os óculos. Foi o suficiente para todos os repórteres correram pra frente do palco novamente, para conseguir fotos melhores. Um deles ficou sem filme no meio do discurso e ficou completamente em pânico, tentando recarregar, rapidamente, a máquina com um novo rolo.

- Aff, aff, rápido, rápido...
No final do evento, minhas colegas queriam porque queriam tirar uma foto com o Governador. Meu chefe, também. Num determinado momento, ele virou pra mim, que estava com a câmera, e falou:
- Fique colado em mim. Vou lá nele...
Ele estava no saguão, cercado de repórteres. Enquanto aguardávamos, um fotógrafo saiu dando as dicas: "Fiquem aqui comigo que, quando ele terminar, vai sair por aqui...". Dito e feito: de repente a rodinha se desfez e ele saiu exatamente por onde o fotógrafo havia dito. Meu chefe, mais do que rapidamente, saltou por cima dos seguranças e pediu a foto. Junto deles, três das minhas colegas se juntaram. Dois cliques depois, e o Governador se foi.
Depois da foto elas não se aguentavam de alegria:
- NÓÓÓ, vou mandar por email pra TODO MUNDO!!!
- Queisso, essa eu vou até colocar num porta-retrato!
Uma delas até pegou o celular e saiu telefonando: "Alô? Mãe? Mãe, tirei foto com o Governador!"
Para comemorar o sucesso da apresentação, nosso chefe decidiu que todos almoçaríamos juntos. E, obviamente, o chefe cismou de ir a um lugar grã-fino chamado Graciliano. Esses restaurantes finos tem ótima comida e um ambiente muito tranquilo, mas eu me sinto estranho nesses lugares, não sei por que, mas não consigo ficar muito à vontade. Meu prato foi composto de:
- Uma tirinha de Kani
- Salaminho e uns pedaços de queijo
- Uma folha de alface
- Um pedaço de filé ao molho madeira
- Macarrão Bi-Fum com molho shoyu
- Arroz com nozes e passas brancas
A melhor parte foi a sobremesa: brownies com cobertura de chocolate quente, pavês variados, bombons... eu estava louco para comer tiramisu novamente, mas não tinha. No fim das contas fiquei R$ 24 mais pobre.
Só um comentário rápido: vocês já perceberam que a relação entre o sabor da comida e o seu preço é exponencial?

Pequenas melhorias de sabor provocam grandes saltos no preço, conforme as comidas vão ficando mais gostosas
Post triplo
2004-08-02 13:34:00 +0000
O fim de semana foi bem agitadinho. Pra compensar a falta de conteúdo lá vem post triplo.
(des)Entendimento
Sexta feira, logo depois do cinema (fui ver o filme do post abaixo), acabei indo parar num café para me encontrar com um amigo, cujo pseudônimo será Marcos.
Na verdade Marcos não estava sozinho, havia um punhado de colegas de trabalho dele e, dentre eles, uma loira. Logo que eu botei os olhos na loira, que conversava animadamente com ele, veio o flashback (estou ficando bom nisso).
Cena: eu e Marcos almoçando, há uns meses atrás. Marcos contava de uma colega de trabalho:
- Cara, você não acredita na mulher que trabalha lá comigo... é uma loira maravilhosa, alta, do olho claro, e ela é fabulosa...
E seguiu falando na diaba da mulher pelos dez minutos seguintes. Pelo tamanho do marketing concluí que a mulher realmente devia ser uma coisa de louco.
E, por dedução, percebi que a loira que papeava com ele devia ser mesmo a super-loira que ele falou.
Depois de reorganizar a mesa para acomodar a mim e mais uns cinco amigos que chegaram, acabei com dois deles à minha direita e a super-loira à minha esquerda. A garçonete quis saber o que beberíamos. Meus amigos pediram chopes e a garçonete me perguntou:
- Pra você também?
- Não, chope não, eu sou a mulherzinha do grupo aqui - respondi, brincando para ser simpático.
Aí lembrei da super-loira e, pra ser educado, completei:
- Com todo o respeito, é claro. Sem ofensa.
Nisso, sem o menor pudor, ela me perguntou:
- Você é "entendido"?
- Errr... o quê??
- Você é "entendido"?
- N-não entendi...
Na verdade eu não acreditava que era aquela a pergunta. Caso vocês não tenham sacado, ela me perguntou, usando uma gíria, se eu era gay. Enquanto eu fazia a minha melhor cara de perplexo ela confirmou a pergunta, soletrando lentamente.
- Você é EN-TEN-DI-DO?
O "não, não sou" quase não saiu da minha boca. Depois disso, ela me deu as costas e continuou conversando animadamente com o Marcos. E eu continuei papeando com meus amigos, apesar do sapo entalado na garganta. Deve ter sido porque eu estava de terno, só pode.
Uns quarenta minutos depois Bethania chegou. Depois dos cumprimentos, como é de costume, ela perguntou, fingindo um ciumezinho:
- E quem é essa loira aí do seu lado, hein??
A resposta veio com um sorriso:
- Ih, pode ficar tranquila, ela acha que eu sou gay...
O Primo recomenda MUITO: O Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças
Sim, foi este o filme que eu assisti antes do fatídico episódio do post acima. A minha idéia inicial era ver o filme do Michael Moore, o Fahrenheit 9/11, mas Gabriel, minha companhia, acabou vendendo a idéia d'O Brilho Eterno:
- Mas o diretor é o Michel Gondry...
- Quem é esse?
- Ah, é um cara fera, dirigiu um monte de videoclipes legais, do Daft Punk, Chemical Brothers, Bjork, Massive Attack...
- Mas, e longa-metragem... ele fez algum?
- Não que eu saiba...
- Hmm... perai. Foi ele quem dirigiu o clipe de Around the World, do Daft Punk?
- Ele mesmo.
- Ok, que horas é a sessão?
Quando me sentei no cinema, eu não tinha absolutamente nenhuma informação sobre a história do filme e, de quebra, trazia comigo uma antipatia do Jim Carey. Quer dizer, as comédias dele são ótimas, mas sei lá. Entretanto, na hora em que o filme terminou, eu mal podia acreditar no que tinha visto.
Eu sempre pensei que, se eu fosse fazer um filme, ele seria sobre sonhos. Ou melhor, ele seria como um sonho: desconexo, irreal... a estética com a qual o cérebro desenha nossos sonhos é uma coisa que sempre me fascinou. Aí me chega o Michel Gondry e faz exatamente isso: filma o "sonho" de Carey. Quer dizer, não é bem um sonho, mas se eu disser mais que isso vai estragar a graça do filme.
O fato é que O Brilho Eterno tem um título estranho, um roteirista espetacular e um diretor fabuloso. Em vários momentos era fácil perceber a estética de videoclipe, mas, curiosamente, era exatamente isso o que tornava a cenografia maravilhosa. Nada poderia ter sido melhor do que um diretor de videoclipe para fazer este roteiro, que é genial, incrível, delicioso. Eu podia ficar horas só babando ovo do roteiro, mas vou poupá-los. Dentre os roteiristas está o Charlie Kaufman, que tem um belo currículo incluíndo o John Malkovich, Confissões de uma Mente Perigosa e outros.
Além disso tudo veio a cereja no topo do sorvete: a atuação de Jim Carey (paguei língua) e a da Kate Winslet. Eu, o "homem-pedra", me emocionei bastante com a maneira com a qual Carey fez seu personagem, Joel.
Destaques do filme, mas sem falar muito pra não contar a história:
- As cenas do consultório, da livraria e da casa de praia, que eram feitas com a iluminação estilo "lanterna", ou seja, só com o holofote montado na câmera. Me lembrou o Silent Hill...
- Os detalhes de cena que davam o clima de sonho e a sensação de que "tem algo errado", como placas das lojas da rua escritas ao contrário ou, o melhor deles, as pessoas sem rosto. Assustador, mas lindo.
- A reviravolta inicial da história. É um "tapa" roteirístico que você recebe no cinema, ele é tão eficiente que te deixa até meio abobado por um tempo. Funciona ainda melhor quando você (como eu) não faz a mínima idéia do que trata o filme.
- A cena do restaurante onde Joel pensa sobre "aqueles casais deprimentes de restaurante, os 'mortos jantando', que a gente vê e sente até pena". Achei que era só eu que reparava nisso...
Em resumo, O Brilho Eterno... é, simplesmente, imperdível. Mas imperdível MESMO. Eu recomendo muito. Agora, em contrapartida...
O Primo NÃO recomenda: Hellboy
Foi estranho: eu queria (ainda quero) ver o Fahrenheit 9/11. Bethania queria ver o do Almodóvar, o Minha Vida sem Mim. E, por alguma estranha razão, no domingo acabamos no Hellboy.
Esse foi outro filme sobre o qual eu não sabia absolutamente nada, além do fato de que Hellboy era um personagem de revista em quadrinhos. Pelo jeitão da coisa eu fui esperando um filme "sessão da tarde", uma "aventurete", e rezei para que a coisa não fosse no nível medonho dos filmes do Spawn ou do Hulk.
E, mesmo no nível de "aventurete", Hellboy fracassa, catastroficamente.
O personagem principal é um chato de galochas. O cara é saído do inferno e tinha tudo pra ser um tipo imponente, poderoso, mas acaba sendo apenas um bicho grande, inexpressivo, com problemas de adolescente de 15 anos, manias ridículas (gostar de gatos?!?) e o tom de voz mais monótono do cinema. Aposto que nos quadrinhos ele é muito mais macho.
Os coadjuvantes acabaram sendo muito mais interessantes do que o Hellboy: o "homem-rã", Abe Sapien, é bem legal e o vilão-ninja das espadas, apesar de movido a corda, era bastante estiloso. Destaque também para os maquiadores, que fizeram um belo trabalho. E o roteiro, bem... até agora eu não entendi como o "pai" do Hellboy pôde ser fraco daquele jeito. E a explicação para a recuperação da "alma perdida" da namoradinha de Hellboy, no fim do filme, é tão pobre...
Em suma, Hellboy não chega no nível de ruindade dos clássicos da infâmia, como Pecado Original, mas é mais que fraquinho: é patético. Já o Pablo Vilaça até gostou, mas eu diria pra você passar longe. Eu não recomendo.
The One Where...
2004-07-30 20:58:00 +0000
Hoje na hora do almoço. Eu e o pessoal do serviço no buffet de sobremesas. Eu ia lendo as etiquetas pra descobrir o que eram aquelas coisas:
- Hmm, pudim de coco, pavê... ei, isso aqui que é tiramisu?
Imediatamente após ler a etiqueta do tiramisu, minha mente automaticamente ligou o flashback mode.
Friends, terceira temporada, episódio 11, "TOW Chandler can't remember which sister". Chandler e as irmãs de Joey à mesa, comendo sobremesa. Chandler precisa descobrir quem é Mary Angela, e diz:
- Este tiramisu está ótimo. Foi você que fez, Mary Angela?
- Não! Eu fiz! - responde a avó
- Bem, tá uma delícia. E então, Mary Angela, você gosta?
- Claro que gosta! É o favorito dela! - responde a avó
- Bom, hã, Mary Angela, qual o seu segundo favorito?
- Mais tiramisu da vovó! - responde a avó. Chandler fica puto:
- SERÁ QUE VOCÊ PODERIA... me dar a receita, porque está ótimo, nota dez...
No final das contas, enchi o prato de tiramisu. O treco é muito bom! No início o gosto de ovo assusta, mas o susto dura só uns dois segundos. É uma delícia, eu recomendo. O Chandler também.
Mas... Eu sou inocente!
2004-07-29 15:40:00 +0000
From: [email protected]
Subject: Blocked account
Thanks for taking the time to contact us. While we're not able to respond personally to every note we receive on this topic, please be assured that we read all of our email. We can imagine how frustrating it is to find yourself in jail. To keep orkut.com a trusted community, we have implemented an automated system that aims to identify members who are trying to abuse it. When someone is caught, they are temporarily jailed. We try to catch only the bad guys, but occasionally innocent folks are put in jail too.
We apologize for any inconvenience this may have caused, and we'll unlock your account as soon as possible. We are working hard to make our jailing system smarter and appreciate your patience as we work our way up this learning curve.
...e eu fui pego por um bug do Orkut, minha conta foi bloqueada por engano.
Update: Já resolveu
7:24 da madrugada
2004-07-29 11:24:00 +0000
...e eu já estou no trabalho.
Ato Falho 1
2004-07-22 21:32:00 +0000
Eu numa reunião com mais 4 mulheres, digitando no notebook. Elas falavam e davam sugestões e eu ia anotando tudo num slide do Powerpoint.
- Nossa, como você é rápido! - disse uma delas - A gente nem pensou direito e você já digita... mas eu nem sei se vou querer registrar isso mesmo...
- Não tem problema - respondi, apertando DEL - é só tirar. Esse tira-e-põe, tira-e-põe é normal nessas reuniões... bem, quer dizer...
Ato Falho 2
Todos trabalhando, dois colegas conversando. Um deles contando um caso:
- Cara, outro dia eu encontrei o chefe na rua, passando de carro... ouvindo uns metal no talo...
- Putz... logo ele?
- Sério... aí ele me viu e falou: "Esse é o famoso Corpus Christi"... não, digo, "Cannibal Corpse"...
Definições
2004-07-20 16:27:00 +0000
Uma colega de trabalho descreveu muito bem como anda a nossa rotina ultimamente:
"É golpe em cima de golpe!"
A física dos relacionamentos
2004-07-16 19:48:00 +0000
Cena: hora do almoço, eu e meus colegas indo almoçar. Rudy ia conversando com uma colega:
- Mas veja bem, eu fico incomodado com esse pessoal que compra esses carros enormes, tipo essas caminhonetes, e sai por aí. Porque, olha só: trabalho é igual a força vezes deslocamento, e para produzir força você consome energia... aí você sai de casa e no fim do dia volta pra casa, fazendo o deslocamento igual a zero e provocando um consumo de energia que não gera trabalho...
Eu me esforcei muito pra me segurar mas não resisti e tive que perguntar:
- Rudy, vem cá, como é que você consegue ficar com as meninas quando sai à noite?
Coisas que se vê em reunião
2004-07-12 13:28:00 +0000
Sexta de manhã, da sala de reunião onde eu estava, pela porta aberta dava pra ver a secretária, na sala adjacente, respondendo os seus emails no computador.
A reunião ia muito bem, até que eu olho para a tela do computador da secretária... e vejo um site pornográfico. Fotos enormes, ocupando toda a tela. Depois de perceber que eu percebi ela fechou a janela com as fotos e continuou a trabalhar.
Um tempo depois, olho novamente... e mais pornografia da grossa. Ela fechou as fotos e continuou a trabalhar.
Aí eu entendi o que estava acontecendo com o computador dela... CoolWebSearch...;
Coisas que se ouve em reunião
No fim da tarde de sexta-feira, os participantes da minha última reunião papeavam:
- Cara, uma vez eu estava num congresso, dando uma palestra, aí eu falei: "a reforma da praça Xis tinha sido a coisa mais excitante que eu fiz em toda a minha vida"... aí um colega chegou no meu ouvido e cochichou: "Isso é porque você não conhece o coito anal..."
- HAHAHAHAHAHAHAHA!!! - dizem todos
- WTF!!! - penso eu
O Primo e o Governador
2004-07-07 19:06:00 +0000
Sim, você leu certo. Hoje eu fui a uma cerimônia no Palácio da Liberdade, com o Governador do Estado de Minas Gerais e mais todo o primeiro escalão do governo. Na verdade não havia a menor razão de eu ir pra cerimônia, mas todos os meus colegas de trabalho estavam pululantes de vontade de ir, então acabei acompanhando-os.
Além de um sem-número de figurões de terno e gravata, estava lá também Oscar Niemeyer, o Andy Warhol da arquitetura brasileira. É que a cerimônia era o lançamento oficial do projeto arquitetônico, feito pelo Niemeyer, do novo centro administrativo que o governo pretende construir.
Até agora (quatro horas depois) não vi nenhuma notícia sobre o evento na imprensa, então vou dar algumas informações em primeira mão:
Tive a oportunidade de ver a maquete do centro administrativo. São três edifícios, um que deve servir de novo palácio pro governador e dois prédios enormes, pra abrigar o resto da administração pública. Ficou legal, bem Niemeyer (ou seja, não espere por paredes retas). O projeto foi doado por duas grandes empresas de mineração do estado. Na cerimônia, o Niemeyer ganhou o título de "cidadão honorário de Minas Gerais".
Detalhes engraçados da cerimônia, pra não perder o costume:
- O mestre de cerimônias anunciava tudo com uma voz cinematográfica, de quem estava anunciando um show: "Senhoras e senhores!!! Com vocês, o Governador do Estado..."
- Niemeyer está bem velhinho e anda com dificuldade. Tanto que seu discurso foi lido pelo "narrador" do evento. Mas depois ele pegou o microfone e começou a falar um pouco. Eu quase não entendia o que ele dizia por causa do tom de voz cansado. Mas uma frase foi bem nítida...
...blá blá blá blá e o Bush é um cretino...
Seguiram-se aplausos calorosos.
- Durante o evento, o Governador folheava um maço de pedaços quadrados de papel. Pela distância, não pude identificar o que era, e achei que eram fotos ou algo assim. Aproximadamente umas 50 "fotos". Quando ele foi até a tribuna para falar, levou consigo o bloco de "fotos" e começou a passar, uma por uma:
"Excelentíssimo secretário do blá blá blá... (passa a ficha), Prezado ministro blá blá blá... (passa a ficha)"
Eram os nomes das pessoas que ele iria cumprimentar na introdução do discurso...
- Ainda durante seu discurso, todos em silêncio, de repente toca um celular. Era o velho Nokia Tune, o toque de celular mais manjado do planeta. E ninguém atendia. Pensei eu: "Mas quem é o tosco que está deixando esse celular tocar no meio do discurso do Governador e não vai atender?..."
E, para meu espanto, o próprio Governador enfia a mão dentro do paletó, retira o seu celular e estende a mão no ar, para que um dos seus assessores o atendesse...
Relatório de Atividades de Trabalho d'O Primo
2004-07-06 12:00:00 +0000
Ontem:
Fiquei em reunião em outra cidade a manhã toda, almocei no carro enquanto vinha pro trabalho, quando cheguei descobri que não havia motorista da empresa pra me levar pra reunião da tarde. Quem deveria ter agendado o carro foi a Gerundina, que não é consultora e sim funcionária da empresa-cliente, e que passou a manhã sem fazer nada.
Enquanto eu aguardava que ela, leeeeentamente, tentasse providenciar um carro, fui trabalhar um pouco. Ao tentar enviar um arquivo para o "super-servidor de publicação web", um computador daqui da sala que eu cuidadosamente configurei nas semanas anteriores, obtive uma mensagem de erro. "Ah, o computador deve estar desligado", pensei. Me levantei e olhei por cima da divisória para ver se a máquina estava ligada e... o computador não estava mais lá.
Fazendo um esforço enorme pra não proferir obscenidades enquanto falava, perguntei:
- Pessoal, onde foi parar um computador que estava naquele cantinho ali?
- Ah, tiraram ele e deram pra secretária daqui do andar... - respondeu Gerundina.
Enquanto eu me sentava e pensava, desesperado, em todo o retrabalho que me espera, um dos consultores, que dividia a mesa comigo, me pergunta:
- Ei, meu teclado desconfigurou... como eu conserto?
Como todas as respostas que vieram na minha cabeça envolviam a inserção do teclado num orifício do meu colega, respirei fundo e fui ajudar.
Quando deu o horário da reunião para a qual eu esperava o carro, Gerundina disse:
- Olha, diz o pessoal do Transportes que só vai ter carro daqui a uns 15 minutos.
Apliquei o fator de correção e percebi que só iria ter um carro disponível em meia hora. Respondi:
- Ah, vamos no meu carro mesmo.
- Mas... mas lá não tem lugar de parar o carro.
E, além da raiva, a reunião também me custou R$ 7 de estacionamento.
Hoje
Marcaram uma reunião importantíssima pra hoje às 8 da manhã, com informações imprescindíveis pra todo mundo começar a fazer reuniões às 9, que é o horário normal do pessoal chegar.
São praticamente oito horas e ninguém chegou ainda. Provavelmente a reunião vai começar às 8:30, não vai dar tempo da gente resolver nada e vamos sair pra fazer reuniões de um assunto que ainda não foi 100% resolvido.
O Serviço de Utilidade Pública d'O Primo Informa:
2004-07-02 16:20:00 +0000
Ao fazer uma reunião com este que vos fala, é favor NÃO USAR LÁPIS PARA APONTAR ITENS NA TELA DO NOTEBOOK, porque há o risco de que o óbvio (ou seja, o lápis rabiscar a tela) aconteça.
Obrigado. Agora, prosseguindo com nossa programação normal...
A Mulher do Ano
2004-07-01 23:24:00 +0000
Essa não deu tempo de contar mas vai agora.
Ontem eu estava numa reunião para montar um cronograma com mais três mulheres. Uma era uma louca do cabelo vermelho, bijuterias enormes e roupas espalhafatosas.
Este tipo de mulher têm sido uma epidemia na minha vida profissional. Não achei que existissem tantas delas, mas agora percebo que elas representam a razão pela qual ainda são vendidas bijuterias douradas e bregas. E aqui vai um conselho: se você tiver que trabalhar com uma das "loucas do cabelo vermelho", reze pela sua vida.
Mas na reunião também tinha outra mulher, que só reclamava de dinheiro, e havia uma terceira. Esta terceira, pseudo-chamada "Vanusa", ficava sentada, calada, olhando desconfiada pra todo mundo. Durante a reunião eu perguntava:
- Pois é gente, vocês vão imprimir estas apostilas aqui né... quanto tempo isso deve levar?
- UM ANO!!! - Gritava Vanusa, olhando desconfiada para os lados.
- Uhh... uns vinte dias - Corrigia a do cabelo vermelho.
Assim foi por toda a reunião. Eu perguntava:
- Hmm, mas depois vocês vão iniciar um processo de licitação, dura quanto tempo?
- UM ANO!!! - Gritava Vanusa
Pra todas as coisas a resposta de Vanusa era "um ano". Depois de uma meia hora ela se cansou e resolveu ir embora, pra minha sorte.
Uma tarde
2004-07-01 23:14:00 +0000
14:01 - Começa a rodada de reuniões-relâmpago que agendei para esta tarde. A primeira pessoa com a qual eu me reúno é uma mulher com cara de homem, cabelo vermelho, gagueira, dentes amarelos e um bafo horrível de cigarro. Por aí vocês tem uma noção do resto que me esperava.
15:40 - Depois de mais umas três criaturas medonhas, quando a coisa não podia piorar, chega para a próxima reunião um gay.
E, para minha surpresa, o gay sacou rapidamente o motivo da reunião e foi, de longe, a pessoa mais produtiva da tarde.
16:45 - Vou ao bebedouro pegar um copo d'água. Passa a secretária do andar, uma velha gorda, resmungando pra mim:
- Ahh, que cansaço... cansei disso, esse trabalho é muito chato...
- Que nada, é até bom... - respondi eu, pra ser simpático.
- Na sua idade eu até gostava, hoje eu só gosto de bater carimbos e de fazer palavras cruzadas pra não emburrecer muito rápido.
18:45 - De volta ao "QG dos consultores", dois colegas conversam. Um deles reclama que não conseguiu encontrar um crack pra um programinha...
- E olha que eu procurei em todos esses sites de hacker que tem...
- Cara, eu não entendo por que as pessoas fazem esses cracks...
- Por prazer, ué!
- Como assim por prazer?
- Ué, são os famosos "escovadores de bits", os caras escarafuncham tudo, fazem engenharia reversa...
- Mas os caras gostam de fazer isso?
Neste ponto, interfere O Excêntrico:
- Ora, mas a masturbação mental é um prazer solitário...
- Putz, definiu bem hein, masturbação mental...
- E é claro que tem que ser um prazer solitário! - continuou O Excêntrico - Afinal de contas, quando eu explodir a Catedral da Fé, você acha que eu vou contar pra alguém? Vou apenas olhar para os escombros e sorrir satisfeito!
Shut up, Butthead...
2004-06-30 18:19:00 +0000
Lembram que tinha um cara denominado Toscão na dinâmica de grupo do processo de seleção pro meu emprego atual de consultoria?
Pois é, ele veio trabalhar aqui na nossa equipe. Acho que vou renomear o pseudônimo dele, de Toscão pra Butthead...
Primeiro porque ele não consegue nem conversar direito: é estranho, ele gagueja, embola as palavras, e normalmente ele tem o papo equivalente ao de uma adolescente de 14 anos.
Pra completar, hoje estávamos todos almoçando, todo mundo sério e compenetrado, uma colega estava contando uma história de um tio dela que encheu a cara numa festa de família, abaixou as calças e fez um "bunda-lelê" para os parentes... e Butthead caiu freneticamente na gargalhada, como se aquilo fosse a história mais engraçada do mundo. E a risada dele... bem, eu cheguei a achar que ele estava imitando o Butthead original.
Quando ele ia parando de rir, eu fiz um comentário en passant, só pra morrer o assunto:
- Pois é, foi um bunda-lelê familiar...
E Butthead riu o dobro e ficou exclamando "Uhuhuhuh... bunda-lelê familiar... uhuhuhuhuh...."
O Telefone Húngaro
2004-06-30 04:04:00 +0000
Lembram que há algum tempo atrás eu estava querendo comprar um telefone antigo, daqueles vermelhos, de disco? Pois é...
Hoje de noite, eu e Bethania estávamos voltando pra casa, passando de carro pela Rua Padre Eustáquio. Numa esquina, eu olho de relance para a vitrine de uma loja e...
- MEU TELEFONE VERMELHO!!!!!!
Parei o carro de qualquer jeito no meio da rua, fiz uma ou duas barbeiragens e voltei. Era uma loja antiga de consertos de telefone que depois vou falar o nome.
Eu e Bethania entramos e o simpático vendedor pegou o telefone para nos mostrar. Trata-se de um modelo húngaro, todo original, bem conservado (salvo um ou outro arranhão). A campainha do telefone é bastante estridente e linda, nada do "biiip" dos telefones modernos, e sim o velho e autêntico "trrrrrim", aquele som mecânico da sineta de metal. De fato, todos os barulhos do telefone são ótimos, desde o "tec tec" do disco rodando até o som oco que o fone faz quando é colocado no gancho.
Só que o telefone está errando alguns números na hora de discar, coisa que não percebi nos testes que fiz com ele na loja. Mas é só levar de volta e usar a garantia de 6 meses que me foi dada.
O preço combinado foi de R$ 50. Podem rir à vontade, mas pra mim foram os R$ 50 mais bem gastos da semana. Eu e Bethania compramos, como a primeira (e simbólica) aquisição para a nossa futura casa. Na verdade, Bethania gostou tanto do telefone que queria até levá-lo pra casa dela...
Agora, o mais engraçado de toda a história... o nome da loja onde eu comprei o telefone é um velho conhecido aqui do blog...
O Serviço de Utilidade Pública d'O Primo informa
2004-06-29 03:09:00 +0000
Gostaria de pedir encarecidamente a todas as pessoas que convivem com este que vos fala que façam o obséquio de NÃO FICAR ME CUTUCANDO AO FALAR COMIGO.
Obrigado. Agora prosseguimos com nossa programação normal.
Frases
2004-06-28 20:51:00 +0000
...porque eu sou da opinião de que não existe bala perdida, e sim bala achada...
(Ouvi isso na hora do almoço, na fila do restaurante)
Dia bão 2
2004-06-28 04:14:00 +0000
Bom, depois do episódio da reunião perdida e do skatista eu fui num... almoço beneficente de igreja.
Lá, havia uma dupla cantando (desafinadamente) músicas sertanejas. Era um cara com um jaleco de açougueiro e outro de óculos escuros, tocando teclado no melhor estilo Wesley Willis.
Num determinado momento eu estava comendo meu Tropeirão e vendo os casais de velhos dançando em frente ao mini-palco. No microfone, o "açougueiro" alternava entre Elvis com inglês macarrônico...
It's now or never...
I world you bright...
She's Ronald Reagan...
Fly light so fine...
... e músicas com letra inacreditável:
Aquela menina e a sua cadeira de roooodas...
Daria tudo pra vê-la sorrir outra veeeeez...
Passei a tarde com Bethania, depois fui pra minha casa, que estava lotada pela família da minha madrasta. No fogão, canjica.
Comi um bocado, depois passei quase uma hora tentando fazer meu computador funcionar. O motivo? Jogar um pouco de Enemy Territory.
Depois dei uma fuçada no Orkut e estou escrevendo este post. Devo ler um pouco (embora devesse ler outras coisas) e ir dormir.
Dia bão
2004-06-27 15:56:00 +0000
Hoje eu perdi uma reunião importantíssima e quase atropelei um skatista. Tudo isso num domingo.
Um email dela
2004-06-24 14:44:00 +0000
Tem um amigo meu que vai casar e está procurando gente que possa vender milhas, desses programas de milhagem, porque aí a viagem de lua-de-mel dele fica mais barata.
Encaminhei um email pros meus colegas consultores e vieram algumas respostas. Hoje veio mais uma.
Quando li o remetente do email, quase morri de susto:
From: Kelly [kelly@....]
Subject: Milhas para vender
Oi Ze!!! Mocinho, como vai vc??? q vc ta fazendo aih, qual projeto?? eu to aqui na empresa XXXX, e ta tudo joia!! to adorando o projeto, e soh tenho uma coisa a dizer: eh fogo!! rapaz, como eh dificil!!! mas eh super legal!...
Meu Deus!! Esta foi a prova cabal que ela ainda está viva e operante.
Mas a notícia boa é que a empresa XXXX onde ela está trabalhando fica a exatos 4.687 km de onde eu estou. Yay!
Conte comigo
2004-06-24 04:13:00 +0000
1 - Champignon
2 - Calabresa
3 - Frango a bolonhesa
4 - Napolitana
5 - Portuguesa
6 - Chocolate
7 - Banana com canela
8 - Ahh....
Rodízio de pizza é muito bom.
Frases
2004-06-23 20:42:00 +0000
Como disse Sócrates, "Só sei..... que o Araketu é bom demais. Êa Êa Ô."
(O Excêntrico, adicionando mais uma frase ao seu rol de citações dos famosos)
Meeting Fashion
2004-06-23 19:17:00 +0000
Hoje de manhã eu tive uma reunião com a Brenda e a Sharon, aquelas mulheres que ficaram elogiando a roupa uma da outra numa reunião passada...
Sharon estava com uma blusa "arco-íris", de listras horizontais ultracoloridas. E combinava, pasmem, com os brincos dela, compostos de sete brilhantes coloridos, pendurados um em cima do outro em linha reta.
Aí chegou Brenda para a reunião. Eu nem reparei na roupa dela, quando de repente ela diz:
- Onde está Wally?
- Hein? - Responde Sharon
- Hein? - Respondo eu
- Wally... olha, minha blusa está igual a do "Onde Está Wally"
E, juro por Deus, ela estava usando exatamente a mesma blusa do Wally.
Update: Tive que ir na sala da Sharon, a da "blusa arco-íris com brinco arco-íris", agora à tarde... ela estava comendo um potinho de gelatina multicolorida e aí estava TUDO combinando. Nunca tive tanta dificuldade pra segurar o riso quanto agora.
Chat Chato
2004-06-22 14:51:00 +0000
Estou trabalhando, numa mesa redonda, notebook aberto, concentrado e bastante ocupado.
Um dos consultores-sênior da nossa equipe está na mesma mesa que eu. Volta e meia ele puxa conversa. Seria ótimo, se:
1) Ele não fizesse isso de dez em dez segundos e se
2) Fosse algum assunto útil, que pelo menos valesse a interrupção do meu trabalho.
Sente o nível do papo dele:
"Nossa, outro dia eu mexi numa câmera digital Sony... achei os controlezinhos dela muito melhores que a Olympus. Sabe, aquelas chavinhas, os botõezinhos..."
"E o cartão de memória? Cada vez fica menor né... fiquei impressionado com o tamanho do cartão de 128 megas... parece um selo..."
"Mas esse pessoal que vende essas máquinas, eu fui na casa de uma pessoa, uma vez, ela me atendeu quase na rua. Acho que esse pessoal, que vive na informalidade, tem muito medo de fiscalização e tal."
"Eu paguei pra ela terça-feira... até ontem o cheque não tinha entrado. Engraçado, né? Esse povo deposita é no mesmo dia, não é? Agora, isso não é bom... sinal que eles vão repassar o cheque. Não deve entrar na conta deles, pra não dar muito movimento bancário e não chamar a atenção da Receita... espero que eles não contrabandeiem drogas e essas coisas... vai que daqui a pouco aparece um cheque meu comprando coisas ilegais por aí..."
Eu mal consigo conter a minha vontade de responder a tudo isso com um simpático berro:
- CALA ESSA BOCA SEU FILHO DUMA ÉGUA DESGRAÇADO QUE EU QUERO TRABALHAR CASO VOCÊ NÃO TENHA PERCEBIDO!!!!
Bonito isso
2004-06-17 17:55:00 +0000
Cena: Eu e Bethania, no carro. Parados no sinal.
À nossa direita um outro carro, saído de um estacionamento, entrando na nossa frente. Na direção, uma mulher de uns 30 anos, com cabelos loiros cacheados e um tipo físico meio leste-europeu. Muito bonita. Seguindo o Código de Ética dos Relacionamentos de Longo Prazo, eu fiquei calado. Mas Bethania falou:
- Mulher bonita aquela ali no carro...
- Bonita mesmo... bom, já que você que falou eu posso concordar com você então.
- Ah é né!?
- Mas foi você quem falou oras!
- Não quero saber! Pára de olhar! E tome isso!
E começou a me dar aqueles tapinhas e cutucões, aqueles de briguinha de namorado.
- Eii! Pára! O sinal abriu, preciso dirigir!
- Não! Tome! Tome!
- Olha olha, estou dirigindo sem as mãos...
Isso sempre funciona, porque Bethania morre de desespero quando eu tiro as mãos do volante. Mas dessa vez ela pulou na minha frente e agarrou o volante com as duas mãos.
- EI!! Pare com isso! Me devolve a direção!
- Não!
- Olha que eu vou acabar batendo na traseira da mulher, e eu vou ter que me relacionar com ela por umas duas horas até vir o pessoal da seguradora... hehehe!
Bethânia meteu a mão na buzina e depois voltou para o lugar.
- Deixa eu te falar: existe uma razão para a buzina ficar apenas do lado do motorista, sabe?
Protesto!
2004-06-16 18:09:00 +0000
Tá rolando protesto na porta do meu prédio, de novo.
Além da muvuca de gente, tem uma BANDA tocando direto (os porteiros não aguentam mais) e um tanto de cartazes e bandeirinhas.
Na hora que eu saí pro almoço tava muito engraçado, tinha uma fila de "protestantes" recebendo marmitas e o cara gritando no megafone:
- GENTE, SÓ PODE PEGAR UMA MARMITA!!! Ô DA FILA, NÃO DÁ MAIS DE UMA MARMITA NÃO, SÓ UMA POR PESSOA!! OLHA O RESPEITO, GENTE!!!
Update: Agora à tarde fizeram uma "barricada", com um sofá, na porta que dá para as escadas de saída (a única saída agora é pelo elevador). E a banda está tocando "Pinga ni mim".
Reunião com muitas mulheres é uma piada
2004-06-15 16:18:00 +0000
No meio de uma discussão sobre um cronograma:
- Mas temos que determinar as datas pra este procedimento, não é, Brenda?
- Sharon.... sua roupa está tão bonita hoje!
- Aii, brigada amiga!!
- Tá linda, você... de preto e branco, ficou ótimo... mas o procedimento vai começar em junho e...
Mais à frente, na mesma discussão sobre o cronograma:
- E então, Brenda, qual vai ser a ação gerencial pra esse problema?
- Hmm....
Brenda faz uma longa pausa, seguida de uma "cara de conteúdo", enquanto olha para outra menina, a Cynthia:
- Seus olhos são de que cor, hein?
- Ah, (risos), são castanhos mesmo, é que a cor muda conforme a luz...
- Ahh bom...
Frases que o Excêntrico repete o dia inteiro
2004-06-14 21:06:00 +0000
- Como diria Freud, "Fogo no chapéu do guarda!"
- Como diria Mao Tse Tung, "Na guerra, todo buraco é trincheira!"
- Como diria Gandhi, "'Aham' pra não render"
E a frase mais repetida é a que ele acabou de dizer enquanto eu escrevo este post:
- Tende piedade, ó Satã, dessa loooonga miséria...
Red Alert - Evacuation Iminent
2004-06-09 18:38:00 +0000
Aconteceu a coisa mais legal do mundo.
Pode rolar uma manifestação na porta do prédio onde eu tou trabalhando. Aí acabo de saber que mandaram evacuar o prédio até as 15h, porque a coisa pode esquentar, cismarem de não deixar sair quem estiver trabalhando no prédio, etc.
Portanto, bom feriado pra vocês que eu estou indo embora... :P
Terrorkut
2004-06-07 13:43:00 +0000
Um amigo de sobrenome árabe foi se inscrever no Orkut.
Diz ele que, ao digitar o seu sobrenome, apareceu um '"Terrorist"-something-like-that no campo...'
Antes eu tinha uma amiga bi-curious. Agora eu tenho um amigo terrorista. How cool is that!!
Banido
2004-06-02 20:17:00 +0000
...e de acordo com os últimos acontecimentos, eu provavelmente levarei um kick/ban da minha casa.
Futebol Gay
2004-06-02 20:10:00 +0000
Hoje tem jogo do Brasil.
Entrei no MSN com o seguinte nick: "Futebol é chato".
Um outro amigo colocou no nick dele "Chicas & cabrones non gostan del futbol"
Mudei meu nick para "Futebol é chato e portanto eu sou gay".
Foi uma enxurrada de mensagens de volta pra mim:
mirocs: "Problemas com sua sexualidade???"
kleber: "E aí Zé vamo ver o jogo hoje hein hahahahahaha"
anamafuz: "E os jogadores de volei sao gays também?"
rmcampos: "Apoiado!!!:D Futebol é muuuito chato:S!! E eu tenho que ficar aturando esse tantão de homens, com quem trabalho falando disso o tempo todo!! Como chateia!! Apoiado!!"
Números dos ricos e famosos
2004-06-02 19:46:00 +0000
Hoje eu fui almoçar num shopping "chique", onde está rolando uma promoção: com R$ 250 em compras você ganha um par de ingressos para um show privé com o Kid Abelha.
No stand de vendas estava a namorada de um colega de trabalho. Depois do almoço fomos conversar com ela.
Quando a gente achou R$ 250 um valor "meio alto" para o pessoal ganhar os ingressos, disse ela que, em um dia de semana, eles acumulam em média R$ 350 mil em notas. Muito mais que isso nos fins de semana.
Além disso, segundo ela, é comum chegar gente com, tipo, R$ 60.000 de "comprinhas", pra trocar. Normalmente é gente que compra jóias. Ela ainda contou de uma mulher que, naquele dia mesmo, havia chegado com uma nota fiscal de R$ 13 mil. Ela havia comprado um brinco.
É como se eu pegasse um carro e pendurasse na orelha.
Se melhorar estraga
2004-05-31 18:08:00 +0000
Nunca vi uma segunda feira começar tão bem.
Fui para uma reunião "consultores-only" (sem funcionários da empresa-cliente). A primeira notícia é que nossa agenda neste projeto foi renovada por um ano.
Pra vocês verem o que isso significa: a grande maioria dos consultores passa 15 dias fora da sua cidade-natal, vivendo em quartos de hotel e longe de tudo. Além disso há casos escabrosos de consultores que estão atoa, sem previsão de serem alocados em projetos e, portanto, sem previsão de receber salário. Eu vou trabalhar "em casa" e tenho trabalho (e salário) garantido até o ano que vem.
Mas voltando ao assunto, a reunião desta manhã foi ótima, nosso consultor-líder está bastante satisfeito com o trabalho e tudo corre bem.
Na hora do almoço me encontrei com o consultor-líder de um projeto que estive no ano passado. Ele me cumprimentou e disse:
- Pôxa cara, tentei trazer você pro meu novo projeto que está começando agora, mas você já tava alocado...
Ou seja: meu filme está tão bom profissionalmente que, enquanto há consultores esquecidos e sem trabalho, tem gente que lembra de mim e quer que eu trabalhe com eles.
Neste ponto eu, descuidado, pensei: "Putz! Do jeito que as coisas estão, se melhorar, estraga!"
Mal sabia eu que estas são as palavras mágicas para invocar os espíritos demoníacos responsáveis pelo cumprimento da Lei de Murphy... e, desta vez, eles trouxeram com eles um espírito esquecido nos confins das trevas.
Ela ressuscitou
É claro que vocês se lembram da Kelly, e lembram que ela tinha sido reprovada na temida Banca Examinadora. Ficamos sabendo disso porque o email de "parabéns, você foi aprovado", foi enviado com todos os destinatários constando no email, e Kelly não estava lá.
Outro dia eu conversei com um amigo, também consultor, que colocou em xeque a informação que eu tinha relativamente à reprovação de Kelly na banca. Dizia ele que conversou com um sobrevivente ex-companheiro de equipe dela, cujo pseudônimo é Cody, que foi reprovado, mas que ele achava que ela tinha passado...
Aí hoje, outro colega, que faz pós-graduação com ela, me contou os fatos reais: Kelly e Cody estavam no mesmo projeto. Cody foi reprovado na banca, mas Kelly não.
Para não criar um clima ruim entre Cody e Kelly, o pessoal não enviou o email de "parabéns, você foi aprovado" nem para Kelly, mas depois deram a notícia para ela por telefone.
Em suma: Kelly ainda vive. Fiéis leitores, tremei.
Neste fim de semana eu fui num seminário e...
2004-05-31 02:20:00 +0000
- Estreei minha nova câmera digital, uma Olympus C-740 Ultra Zoom. Depois vou reviewzar direito esta câmera pra vocês, mas até agora eu recomendo. Quanto à minha fiel câmera antiga, ela agora está nas mãos de terceiros, como mercadoria roubada. Detalhes no post de baixo.
- Nesta estréia da câmera, descobri que não sei fotografar pessoas. Eu tirei quase 180 fotos de pessoas nesses 2 dias. Bethania tirou umas 10, e as dela ficaram muito melhores que as minhas.
- Descobri um uso muito divertido para irmãs gêmeas - Teatro!
- Fiz uma "ronda noturna", pra vigiar o lugar onde eu e mais umas 140 pessoas estava dormindo. Eu estava escalado pro "turno" de 4:00 às 5:30. E vi uma coruja voando de madrugada.
- Descobri que eu sou louco com supermercados. Eu adoro supermercados. Eu sei que são antros de consumismo, que toca Roxette e Capital Inicial como música ambiente, mas, mesmo assim, eu adoro ir a um supermercado. Principalmente os 24 horas.
- Vi uma pichação numa carteira de colégio. Seria normal... se não fosse um número de ICQ.
O Adeus da Powershot
Sábado passado Bethania pediu minha câmera (uma ótima Canon PowerShot S330) emprestada, porque no domingo ela ia correr uma tal maratona do câncer de mama, na Lagoa da Pampulha. Deixei a máquina com ela.
No domingo seguinte, 10 da manhã, eu estava dormindo quando o telefone tocou. Era Bethania, e ela estava chorando descontroladamente.
- Zé... aconteceu uma coisa horrível...
Eu gelei. No meu cérebro começaram a correr as prováveis desgraças que tinham acontecido:
* Ela tinha caído e quebrado alguma coisa.
* Ela tinha abusado na corrida e teve um acidente cardio-vascular.
* Ela foi vítima de um sequestro-relâmpago e passou horas de terror.
* Ela resolveu me trair com o chefe dela e vai mudar-se para uma ilha no Caribe.
- Meu Deus, o que aconteceu, Bethania?!???
- Roubaram sua câmera digital!!...
- GRAÇAS A DEUS!! - Disse eu, aliviado.
- Mas e a câmera, Zé?!
- Ah, eu tava querendo dar um upgrade nela mesmo... o importante é que você esta bem.
O que aconteceu foi que ela e as amigas que foram correr e deixaram as bolsas no porta-malas do carro. Os "meliantes" perceberam e arrombaram-o. Bethania perdeu carteira, bolsa (que foram encontrados mais tarde) dinheiro e o celular. E ficou ultra-culpada pela câmera digital que, naquela altura, depois do susto, eu nem ligava mais.
- Mas... você ia poder vender ela oras... - repetia Bethania
- Ah, ela já tava meio judiada mesmo, não ia ter muito valor de revenda. Era mais provável que eu desse ela pra você e comprasse uma nova...
- Então eu perdi uma câmera?! BUÁÁÁ!!!!
Prutugês
2004-05-26 01:16:00 +0000
Meu pai recebeu um email do advogado que está olhando umas coisas do apartamento. O email tinha como subject: "Voce ja sabe", um documento Word anexado e dizia:
Tinôco esviando o óbvio
atensamente
Marco advogado
Sorria! Você merece ser feliz e outras frases-chavão
2004-05-25 18:08:00 +0000
Acabei de receber um arquivo .PPT cujo nome era "ginástica espiritual". Ele continha:
- Música estilo Enya
- Mensagens animadoras do tipo "sorria", "dê um abraço"...
- Fotos engraçadinhas de bebês (Anne Geddes, é claro)
- Citações da Bíblia
Se for possível ter uma overdose de auto-ajuda, eu acabei de ter.
Coisas atípicas
2004-05-21 21:53:00 +0000
9:30 da manhã. Eu no elevador, subindo para uma reunião.
A porta se abre em um andar e, no hall, vejo umas cinco pessoas equilibrando-se num pé só e com os braços para cima.
Ginástica laboral é isso aí.
13:20, eu voltando do almoço, a pé.
Na rua tem um carro de luxo, com o alarme disparado. Mas ao invés da sirene de sempre, o alto-falante do carro tocava, bem alto, uma gravação:
"Atenção, atenção! Este carro está sendo ROUBADO! Favor ligar para 0800..."
17:45, todos no fim de sexta-feira aguardando a hora de ir embora.
Um dos muitos funcionários que trabalham aqui na sala colocou Credence pra tocar no seu computador. Eu olhei para o Rudy:
- Ei, vamos tacar músicas nos nossos notebooks também. Só pra zoar.
Ele botou Ozzy Osbourne, eu botei Oliver Ho, e o Excêntrico ficou todo excitado e já foi aumentando o volume das caixinhas de som do seu micro:
- Me aguardem... olha essa, olha essa!
E no momento que ele teclou ENTER, o micro travou.
- Maldição! E eu não tinha salvo o texto que estava no Word!
17:55, desci para pegar um suco de manga na vending machine.
Uma das funcionárias daqui, que vive cruzando comigo pelo corredor mas que eu não conheço, me parou na escadaria da saída:
- Ei, você viu que eu te adicionei no meu Orkut né? Depois a gente troca uma idéia...
18:48, fazendo hora e ouvindo techno no notebook.
Coloco pra tocar um dos clássicos do hard techno: Jeff Mills - Alarms. Ao ouvir, uma colega de trabalho exclama:
- Ué, essa música é boa hein!
Alguém gostar dos meus hard technos é, de longe, o fato mais atípico do fim de semana. Disparado.
Yummy bacon
2004-05-20 20:39:00 +0000
Hoje o Excêntrico apareceu aqui com um potinho de geléia de damasco com bacon.
É, isso mesmo, damasco com bacon.
Mas o mais impressionante é que a geléia é realmente gostosa.
Momento Dilbert
2004-05-18 22:14:00 +0000
Hoje tivemos um legítimo "momento Dilbert" aqui no trabalho. Veja a situação:
Aqui na sala trabalhamos nós, os "consultores", e o pessoal normal, os "funcionários". Os funcionários começaram a pedir nossos crachás (de visitante) pra "dar umas saidinhas" durante o horário de trabalho, já que, se eles usam nossos crachás, e não os deles, pra passarem pelas catracas da porta do prédio, o sistema não registra a saída e não corta o ponto deles.
Os consultores agora querem avisar o chefe dos funcionários que eles estão pedindo crachá pra sair do prédio, mas de forma a não parecer que a gente está dedurando os funcionários, e de forma que a gente não fique com o filme queimado com eles.
Na minha cabeça a solução é muito simples: se um funcionário pedir o crachá, é só virar pra ele e falar: "não, cara, não posso, isso não é certo".
Aí hoje na hora do almoço os outros consultores ficaram MEIA HORA discutindo acirradamente uma solução pra esse problemão.
Um deles deu uma sugestão hilária: a idéia dele era que a gente desse uma de bobo pro chefe dos funcionários e dissesse pra ele, como quem não quer nada:
- Vem cá... a gente pode, uh, emprestar o nosso crachá pros, uh, funcionários?
Aí na sequência o chefe deveria perguntar: "Por que, eles estão pedindo?" e ir xingá-los. Mas na minha cabeça o chefe iria dizer: "Por que, vocês estão emprestando?" e nos xingar, com razão. Mas mesmo assim eu levei meia hora pra convencer meus colegas de que esta não era uma boa opção...
bi-cóse...
2004-05-18 18:00:00 +0000
Algumas pessoas se perguntam sobre a utilidade de uma coisa como o Orkut.
Ele acabou de ser muito útil pra mim: me fez descobrir que a orientação sexual de uma amiga minha é bi-curious.
Agora eu me sinto tão cool, eu tenho uma amiga que é bi-curious...
O fim do dia do primo sem carro envolve japoneses e alemães
2004-05-13 04:17:00 +0000
14:30 - Comecei uma reunião. Tudo correu normalmente, a não ser por uma parte da conversa onde uma das engenheiras presentes falava:
- Mas é que essa obra dessa estrada vai atrasar porque o pessoal lá pediu pra gente contratar um geólogo e um antropólogo...
- Peraí um poquim. Antropólogo?! Pra construir uma estrada?!
- É, foi o que o pessoal lá falou...
Antropólogo, antropólogo... aquilo não me saiu da cabeça. Ele ia estudar o quê, o impacto socio-cultural da estrada?! Mas aí a engenheira completou:
- É que naquela região tem muitas grutas, e por isso que eu acho que pediram um antropólogo...
- Não seria um arqueólogo não?
- Ahnnn.... talvez....
5:40 - Acabou a reunião e estou eu, sozinho e a pé, na Praça da Liberdade. Havia marcado de me encontrar com Bethania... às 8:30.
Minha primeira tentativa de preenchimento das 3 horas de espera foi um cinema. Obedecendo fielmente à lei de Murphy, as sessões só começavam dali a uma hora e meia e terminavam depois das 9.
5:55 - Fui folhear uns livros na livraria anexa ao cinema e gostei muito de um deles, intitulado Kanji Pictográfico - Dicionário Ilustrado mnemônico-japonês-português. Sabia que o ideograma para "esposa" é o desenho de uma mulher segurando uma vassoura?
6:15 - Deixei a livraria e não fazia a menor idéia do que ia fazer a partir dali. Foi quando percebi a placa metálica do prédio na minha frente, que dizia: Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa. Puxa, nunca havia ido a uma biblioteca pública. Será que eles tinham o Eu, Robô do Isaac Asimov pra eu ler?
Depois de lidar com os funcionários públicos mais mal-humorados do estado de Minas Gerais, descobri que:
1. Sim, eles tinham o livro!
2. Eu não poderia ler o livro na biblioteca porque ele estava no acervo "somente para empréstimos"
3. Eu precisava de R$ 3 e de voltar o tempo por quinze minutos para poder fazer uma carteirinha da biblioteca e pegar o livro.
6:22 - Fui para o outro setor da biblioteca, o de "consultas e pesquisas". Lá havia mesas e cadeiras e eu poderia ler o quanto quisesse. Desde que eu quisesse ler sobre "Cálculo Numérico", "Psicanálise Freudiana", "Anatomia Básica" ou qualquer outro assunto técnico, já que os livros eram só desse tipo.
Eu já ia me conformar com um livro de marketing do Kotler quando passei na prateleira de línguas estrangeiras e vi um grupo de livros negros. Na lombada deles, dizia apenas:
Deutsch 1-4
Deutsch 5-9
Deutsch 10-14...
E ia até o sexto ou sétimo volume, Deutsch 46-50. Mas o melhor era que o primeiro volume (1-4) estava bem desgastado, enquanto os outros pareciam nunca ter sido abertos, de tão novos. Era um aviso: reles mortal, jamais passarás do primeiro volume!! MWAHAHAHAHA!!!
O livro era estranho: tinha figuras com legendas, e só. Nenhuma explicação de gramática nem nada. Provavelmente o livro devia acompanhar fitas de áudio ou um guia de exercícios, que obviamente não estavam ali.
7:50 - A biblioteca já estava fechando e eu estava no fim da lição 2 do livro. Empolgadíssimo. Não sei como mais pessoas não se aventuram a falar alemão. É a língua mais intuitiva que tem.
Pegue por exemplo, o sobrenome do nosso amigo da Fórmula 1, Schumacher:
Schumacher = Shoe Maker = Sapateiro. Sério!
Além disso os substantivos alemães são engraçados pra quem sabe inglês. Exemplos:
Gross (nojento, em inglês) significa alto, grande.
Dick (*****, em inglês) significa gordo, grosso.
Hut (cabana, em inglês), significa chapéu.
Recordar é viver
2004-05-11 21:54:00 +0000
Estou sem conteúdo, então, fuçando os arquivos do blog, resolvi fazer um TOP 10 momentos idiotas com Kelly! Lembram dela? Aposto que sim.
10. Kelly tirando o sapato na sala e fazendo a piada: "Geeente, cês não se incomodam com o cheirinho de queijo não né? Hi hi hi!". Depois, eu, que estava perto, realmente comecei a sentir um cheiro horrível de chulé.
9. Kelly justificando porque gosta de ir a uma certa boate: "Ah, é que tá na moda!".
8. Kelly criando uma pasta no servidor de arquivos. O nome era "Tudo di bom para mulheres" e o conteúdo eram fotos do Rodrigo Santoro.
7. O caso esquisito que Kelly contou um dia, na hora do almoço:
- Ai gente, ontem eu liguei pra minha amiga, aí ela falou assim: "Eu tenho terapia de 8 as 9", só que eu entendi que ela tinha Karatê! Aí perguntei, "ai amiga, que karatê é esse" e ela disse "não, é terapia" e foi muuuuito engraçado a gente ficou rindo duas horas no telefone depois disso!!
Agora imagine todo mundo na mesa com cara de WTF depois disso...
6. Kelly saindo do banheiro e falando: "Puxa! Tem 3 meses que eu não menstruo, agora veio tudo e não aguento mais, tou igual uma cachoeira!!!"
5. Kelly contando que, quando estudou na Europa, acabou quebrando uma perna, aí a mãe dela pagou uma passagem de volta pro Brasil pra que ela viesse se tratar.
4. O método que Kelly usa para estacionar o carro: "Faço baliza de ouvido: eu vou entrando de ré e fico ouvindo até eu encostar no carro de trás..."
3. Kelly conversando com uma tia dela, que encontrou na rua. Bem, do outro lado da rua, o que fez com que a conversa fosse aos berros. Leia a história toda aqui.
2. Kelly, conversando (pra variar), mas com os braços levantados:
- Queisso, Kelly, seu sovaco tá ardendo?
- Não, é calor...
1. Kelly olhando para minha carteira de identidade e exclamando: "Noooossa! Nossos CPFs são parecidíssimos!"
Do céu ao inferno em 90 minutos
2004-05-07 16:04:00 +0000
Hoje de manhã aconteceu uma super-mega reunião gerencial aqui no serviço. Auditório cheio, datashow ligado, chega o Godfather.
O Godfather é o chefão de tudo e todos. Aí, para nossa glória, ele abriu a reunião dizendo que, segundo as informações levantadas por nós, os projetos iam mal e era necessária uma atitude urgente para remediar isso. Era tudo o que a gente sempre quis falar mas nunca teve a oportunidade (e nem o respaldo dos chefões).
Depois veio outro chefe, o Jackass. O Jackass não gosta muito da gente e é bastante perfeccionista. No meio da sua apresentação, ele cometeu um ato falho enquanto explicava um dos slides:
- ...porque a primeira vez é sempre mais difícil e dolorosa...
O auditório caiu na gargalhada. Foram necessários uns 2 minutos pro pessoal voltar ao normal e a reunião recomeçar. Jackass quase morreu, não sabia onde enfiava a cara.
E aí todos estavam felizes com o resultado da reunião, quando chega Obi Wan Kenobi, o nosso mestre Jedi, ou seja, o consultor-líder do nosso projeto. Ele vira pra mim, aperta a minha mão e diz:
- Parabéns pelo, er... por seja lá o que for que você tenha feito.
E concluí eu: "Ok, então Obi Wan não tem a menor idéia do que eu estou fazendo aqui?!"

AAARGHH!!!
Faça as contas
2004-05-05 02:10:00 +0000
Tem um post-it virtual no meu computador me lembrando de levar o carro para a revisão de 40.000 km.
Ele foi colocado no meu desktop em 23 de março...
Veja bem: se eu continuar levando 40 dias pra resolver coisas que podiam ser resolvidas em 4 dias, eu realizarei dez vezes menos coisas na vida do que uma pessoa normal.
É a matemática, quantificando a minha falta de iniciativa e dando provas numéricas do quão preguiçoso eu sou.
Um dia estranho
2004-05-02 22:31:00 +0000
Hoje eu apostei corrida com a minha impressora.
Eu estava atrasado para o aniversário de Bethania e precisava imprimir o cartão de aniversário dela e tomar um banho.
O cartão era só texto e umas 3 fotos. Abri o cartão, cliquei em Imprimir e saí correndo até o banheiro.
O banho devia compreender: ensaboar o corpo todo, lavar os cabelos com xampú e condicionador, enxugar todo e voltar para o quarto.
Depois que fiz isso tudo, fui correndo até a impressora: o cartão estava 90% impresso. Levou mais dez segundos para a impressora terminar e cuspir o papel.
Em suma, eu tomo banho mais rápido do que a minha impressora consegue imprimir.
Aí fomos eu e a família de Bethania almoçar no Rancho do Boi. Lá tinha música ao vivo. O cantor passeava pelo restaurante com seu microfone sem fio. Nos intervalos entre as frases da música ele gritava com os garçons:
- Ô MANEL ME DÁ UM SUCO DE um abajuuur cor de caaarneee LARANJA, LEVA ALI NA MESA uuum lençoool azuuuul
Coisas do mundo da consultoria
2004-04-28 18:25:00 +0000
- Passar 15 minutos trancado no banheiro tentando dar um nó na gravata e acertar o comprimento (na altura do cinto)
- Acostumar-se a tomar café "purinho" (sem açúcar), antes considerado como "água quente barrenta"
- Usar muuuuitos chavões enquanto fala. Exemplos: "trocar o pneu com o carro andando", "passar batom no porco", "dourar a pílula", "ensinar o pai-nosso ao vigário", "ver chifre na cabeça de cavalo", "usar um canhão pra matar uma formiguinha", e inúmeros outros.
- Usar post-it virtual para se lembrar de todos os compromissos.
- Decidir como você vai se vestir baseando-se em quais reuniões você vai no dia.
- Conhecer, em um mês, a quantidade de pessoas novas que você normalmente ficava conhecendo em um ano
- Desenvolver uma técnica visual para fingir que presta atenção nas pessoas de uma reunião enquanto pensa em outras coisas
O Primo na Companhia Athletica
2004-04-26 20:55:00 +0000
Dia desses enquanto passávamos pelo shopping, Bethania cismou de ir conhecer a academia suuuper fashion que haviam inaugurado num dos andares de estacionamento. Acabei concordando porque, na pior das hipóteses, ia dar um post pra esse blog.
Presente no Brasil inteiro, a Cia. Athletica é uma rede de academias de luxo, garbo, elegância e preços exorbitantes. Tipo, uns R$ 200 pelo pacote mais básico de malhação. Vale lembrar que sair correndo pela rua dá no mesmo e sai de graça.
O lugar é enooorme e luxuosamente decorado. Todo tipo de modalidade da moda, como spinning, jump-fit, body pump, power yoga, etc, você encontra lá. Inclusive algumas pouco comuns, como o boxe. Ao passar perto do ringue, haviam mulheres lutando. Segundo a moça que nos atendeu, o boxe é muito popular entre as mulheres da academia.
As salas de aula são bem amplas, com ar condicionado e as paredes são todas de vidro, para alimentar a fogueira das vaidades. O salão de musculação é do tamanho de uma quadra de futebol society, para que a high society possa se exercitar sem esperar algum aparelho ficar vago. Uma dezena de TVs com tela grande fica colocada em frente às esteiras e bicicletas ergométricas. Aí você leva seu fone de ouvido e conecta num plugue especial da esteira ou bicicleta. Um seletor permite que você escolha qual áudio de qual TV você quer ouvir.
Além disso, todos os outros luxos da Cia. Athletica incluem, pelo menos, uma palavra em inglês:
- Pista de cooper ao ar livre (no teto do shopping onde ela se localiza)
- Xampu e sabonete at will no vestiário
- Laundry service que lhe fornece toalhas (serviço pago à parte)
- Lanchonete com acesso à Internet (pra blogar depois de malhar)
- Muro para escalada indoor
- Quadra de squash
- Child care (berçário) para você deixar seus filhos enquanto malha.
Entretanto, algumas coisas eu não entendi:
- É preciso um exame dermatológico (pago à parte) para poder usar a piscina (também à parte). Se eu tiver muitas espinhas eu não posso nadar?
- As salas de aula possuem um sistema de som para o "tumtistum" habitual. Só que todos os racks de todas as salas tinham pelo menos uma mesa de som de DOZE CANAIS. Destes doze, somente UM era usado: era o da música. Estimando um total de dez salas de aula, teríamos cento e vinte canais de som, mas apenas dez em uso, o que implica em um desperdício de 91,7% dos canais de som da academia.
- Todas as pessoas que vi malhando, ou eram mulheres magérrimas e lindas ou homens magros e musculosos. Justamente o tipo de pessoa que NÃO precisaria estar numa academia.
- A TV do child care era tela plana, 29 polegadas, estéreo... mas não tinha sequer um Super Nintendinho pros pobres meninos jogarem.
Charada
2004-04-23 17:30:00 +0000
Sabe o que é melhor do que ter que trabalhar sábado?
É ter que trabalhar sábado e ser avisado disso só na sexta-feira.
O nulo
2004-04-22 21:00:00 +0000
Nada pra postar. Absolutamente NADA pra postar. A minha vida nunca esteve tão desinteressante. Eu já pensei em umas trinta idéias para um post, mas não sai nada.
Até pensei em contar das coçadas no saco que o Rudy dá. Nem é daquelas discretas pra arrumar a cueca, ou daqueles puxões violentos, estilo vilão de filme americano dizendo "suck my d*ck". A coçada do Rudy começa com uma lenta apalpada... depois ele segura a "bagagem" na mão com a delicadeza de uma mãe que segura um filho no colo, e aí ele vai e dá puxões lentos e lânguidos na sua genitália. É uma coçada de saco romântica.
Soma-se a isso o fato de que o Rudy não tem pudor nenhum pra fazer isso em público. Na verdade acho até que ele prefere fazer isso quando tá todo mundo reunido.
Mas contar isso no blog seria muito idiota.
Aí fui nos arquivos do blog pra descobrir o que eu andava fazendo nessa mesma data há um ou dois anos atrás. Em 2002 era domingo e minha irmã fazia um churrasco lá em casa. A churrasqueira era uma tia bêbada de uma das amigas dela. Já em 2003 eu fiz o meu ritual satânico que marca minha entrada no mundo da consultoria, ou seja, comprei um terno. É, aparentemente minha vida tem estado desinteressante desde então.
Back together again
2004-04-19 00:32:00 +0000
#: Ontem um relacionamento de 4 anos e 7 meses acabou. Foi o meu e de Bethania.
Muita coisa ficou perdida nesses 4 anos, mas uma delas não se alterou e, pelo que sei, nunca vai se alterar. É o carinho que eu tenho por ela e o desejo que ela seja muito feliz, seja com quem for, seja aonde for.
Então vá, Bethania. Vá e ganhe o mundo, vá e crie suas asas. Mesmo longe eu ainda torço por você.
... e minha ex-namorada agora é ex-ex-namorada porque a gente voltou. Pronto, podem todos ficar felizes agora.
SMS sux
2004-04-13 21:14:00 +0000
Chegou uma mensagem no meu celular. Ela dizia:
CONCURSO: Quer concorrer a dois aparelhos que baixam vídeo, o novo lançamento da Oi? Responda para 819: O que você faria se tivesse o mundo em suas mãos?
Não tive dúvidas: Apertei "responder" e digitei:
Faria a minha operadora parar de mandar spam pro meu celular
O mais legal foi a resposta que chegou na sequência:
Desculpe, falha de sistema #1. Tente mais tarde
Páscoa Infernal
2004-04-12 15:00:00 +0000
Hoje o Excêntrico chegou abatido no trabalho. Alguém perguntou:
- E aí Excêntrico, como foi o feriado?
Ele abaixou a cabeça e segurou a testa com uma das mãos enquanto dizia:
- Blásfemo, astarótico, profano, satânico, ébrio, insano... "oh, satã, tenha pena da nossa miséria"...
Depois, sacou um álbum de fotografias da pasta e saiu mostrando. Normalmente via-se ele e seus amigos góticos, todos de preto, sentados em um boteco, às vezes fazendo cara de poucos amigos, imitando capas de discos de heavy metal, ora fazendo chifrinhos com a mão, ora mostrando garrafas de bebida.
A última foto do álbum é um dos colegas dele com uma das mãos toda enfiada na boca.
- Que diabo é isso? - Alguém perguntou
- Ah, isso é o Fulano. Ele é tosco. Ele está praticando "auto oral fist fucking".
Frases do Domingo
2004-04-12 01:08:00 +0000
A cena: 3 jovens (incluindo eu), joysticks de Playstation II na mão. Na TV, Winning Eleven 7.
- Vai, enfia aí no meio!
- Foi mal, te dei uma bola nas costas...
- Não! Num deixa ele passar não! Dá um pau nele!
- Putz, nunca imaginei que futebol fosse tão pornográfico.
- Droga. Eu jogo muito melhor no teclado de computador.
Entra a irmã do dono do Playstation:
- Tsc tsc... três solteirões e um videogame...
- Mas o videogame é a minha namorada - Responde o dono da namor... digo, videogame - aí eu divido ele com meus amigos, ué...
- E você conhece alguém que divida a namorada com os amigos?
- Não acredito. O Brasil não vai passar nem das eliminatórias da Copa. Isso não acontece desde 66...
Mrs. Belmont
2004-04-09 02:31:00 +0000
Tem uma ex-namorada minha (não é Bethania) que vai se casar.
O noivo dela é forte e tem cabelos compridos. Ele se parece muito com alguém, mas eu não sabia quem...
Até que hoje eu descobri: o cara é igualzinho o Simon, do Castlevania!
O que é que o consultor tem?
2004-04-07 01:16:00 +0000
Sabe aquilo que você sempre quis saber mas nunca teve coragem de perguntar?
Sim, aquilo mesmo...
O que tem na pasta de um consultor?
Minha pasta de trabalho custou R$ 59, preço de banana, graças às incríveis shopping skills da minha ex-namorada.
O principal pré-requisito para a compra da bolsa foi o fato de ela NÃO parecer uma bolsa para notebook. Afinal isso atrai ladrões. Aí optei por esse visual mais "pasta de representante da indústria farmacéutica".
Ela é dividida em cinco compartimentos (o quinto é um zíper nas costas da pasta)
O compartimento número um é o mais externo. Possui zíperes nas laterais que permitem que ele se abra conforme na foto, permitindo fácil acesso ao seu conteúdo. Ele contém:
- O meu palmtop. Muito útil pra distrair pessoas em reuniões enquanto você os faz de bobos (brincadeira)
- Um prático estojinho de couro, que se prende com um velcro à pasta. Nele fica minha escova de dentes
- O porta-cartões de visita
- Caneta e lápis
Além disso tem compartimentos que eu ainda não consegui usar, como o de botar celular, cartões ou o bolso externo com outro zíper.
No compartimento número dois, temos:
- Meu fiel discman, que é o CD Player do meu carro. Prometo detalhar meu novo sistema de som automotivo 100% anti-roubo num outro post.
- Um CD que me pediram pra entregar pra alguém, não lembro quem é, portanto fica jogado ali.
- Meus fones de ouvido, marca Philips, modelo intra-auricular (ou seja, de botar dendorêia), com air chamber que melhora o som e com caixinha fashion para enrolá-lo, o que aumenta a vida útil do pobre coitado.
- E pra encerrar, os carregadores de bateria do palmtop e do celular. Este último fica no único bolso inteiro dos três que este compartimento possui, já que os outros dois rasgaram.
- Também tem aqui um outro bolso com zíper que eu nunca uso. Na verdade, só vi que ele está ali porque estou fazendo este post.
O compartimento número três carrega o notebook. É um Pentium-M 2.4 GHz, com 256 MB de RAM e 40 GB de HD. Você precisa ver as apresentações em Power Point que ele faz.
Este compartimento é espaçoso. Ele é dividido em duas partes e ainda tem bolsos para botar coisas. Mas como meu notebook é grande, eu uso o espaço para o mouse, os cabos de força e o adaptador AC.
Quase no verso da pasta tem o compartimento quatro, simples, sem bolsos extras, que carrega:
- Um livro. Normalmente um livro espírita. Na época da banca examinadora from hell, eram vááários livros...
- Barrinhas de cereal. Estas barrinhas, avidamente consumidas pelo ramo da consultoria, transformaram-se em meu "lanche" da manhã e da tarde. Quando não dá tempo de almoçar, é só jogar duas barrinhas pra dentro da goela e rebater mais tarde, com algum coffee break de alguma reunião. Porque saúde é o que interessa.
- Papéis. Ali eu tinha uma página web de um concorrente (!!!) impressa, além de uns modelos de relatório pro meu (EEK!) sistema em Excel.
E o verso da pasta tem um bolso externo, prático para botar papéis, relatórios (todo consultor que se preze sempre está trabalhando em um relatório) e documentos da minha empresa.
UglyPeople
2004-04-03 03:52:00 +0000
Hoje, pra encerrar a sexta-feira com chave de ouro, o Excêntrico anunciou, no fim da tarde:
- Vou fazer uma camiseta pra mim! Vou escrever assim: "Sou feio por dentro também"
Errata
2004-04-02 00:40:00 +0000
Hoje eu dei azar e fui almoçar, de novo, apenas eu e o Rudy.
Acontece que, dessa vez, o almoço foi legal, ele contou dos relacionamentos dele e não usou os velhos termos delicados, como "puta mulher gostosa pra caralho", em nenhum momento.
Por outro lado eu estava mais disposto a ouví-lo e não ser tão preconceituoso. Donde conclui-se que, aparentemente, o problema de relacionamento nessa história toda era comigo.
Shame on me.
Rudy e as mulheres
2004-03-30 20:58:00 +0000
Hoje, por um azar danado, acabei indo almoçar num shopping, apenas eu e o Rudy.
Todo o diálogo de Rudy se resumiu às frases abaixo.
- Puta merda cara, quanta mulher gostosa tem aqui...
- Caraio cara, olha aquela ali que gostosona, olha, olha...
- Ah, eu terminei com minha ex-namorada porque já tinha comido ela mesmo...
- Porra, aquela ali até que é gostosinha...
- Caraio, quanta mulher gostosa tem nesse mundo...
Eu já não gosto do Rudy pelo fato dele ser, er, rude. E eu DETESTO, ABOMINO, ODEIO gente que faz esse tipo de comentário em relação a mulheres. Então acho que você faz idéia de como eu estava me sentindo.
Quando eu já não suportava mais os comentários sexistas e imbecis, aparece Cody, um colega de trabalho, e senta-se conosco. "Ah! Finalmente", pensei. "Agora o Rudy deve dar um tempo e vai parar de falar essas babaquices".
O telefone de Rudy tocou e, enquanto ele atendia, Cody virou pra mim e puxou conversa, apontando para uma menina na mesa do lado:
- É... aquela ali eu comia. Mas num beijava na boca não. Muito feia.
O fim de uma era
2004-03-29 21:24:00 +0000
Lembram da banca examinadora que me avaliou outro dia? Pois é, teve a história do meu avaliador samurai, o Musashi, e tal.
De todos que fizeram a banca, uns oito ou nove não foram aprovados. Dentre estes, uma pessoa muito conhecida dos leitores mais antigos deste blog.
Sim, ela mesma.
Kelly não foi aprovada pela banca e, portanto, não integra mais o quadro de pessoal da nossa empresa de consultoria.
Estranhamente, eu não estou feliz com isso, e sim preocupado com o que vai ser dela.
Onde?
2004-03-27 01:48:00 +0000
Roraima?!??
WTF?
2004-03-26 04:40:00 +0000
Veja bem.
Dormi apenas 6 horas esta noite. Não senti sono em nenhum momento do dia.
São 23:37 e eu ainda não estou com sono.
Na verdade, fiquei elétrico o dia todo. Parecia menino pequeno. Eu mal conseguia ficar sentado.
Logo que cheguei em casa fiz 700 ml de um suco de maracujá fortíssimo pra ver se abaixava a "tensão". Não adiantou nada.
E faz mais de uma semana que eu estou operando assim, 220 volts.
What the fuck is going on?
And the winner is...
2004-03-24 18:53:00 +0000
Acabou de chegar um email com o resultado da temida banca avaliadora.
Passei.
Com isso, acabo de ganhar:
1) Um upgrade salarial
2) Mais uma demissão (serei recontratado como pessoa jurídica por causa da reclassificação)
Update: Me esqueci de outra coisa que ganhei...
3) Dívidas! É uma longa história. É que eu tenho sociedade em uma empresa de um amigo que também trabalha como consultor, aí ele arcou com as despesas da empresa enquanto eu não passava pela banca, e agora eu tenho que pagar tudo de volta. Essa eu quase me esqueci.
Feedback
2004-03-22 23:05:00 +0000
Nunca imaginei que o post abaixo fosse dar tanto feedback. Emails, telefonemas...
Brigado, gente. Mas fiquem tranquilos que, na medida do possível, eu estou bem e operante.
Pra provar isso, lá vai um post contando minhas agruras de trabalho.
Segunda-Feira
Hoje de manhã eu cheguei no trabalho e descobri que, durante o final de semana, entraram ladrões no prédio e reviraram armários e gavetas. Estranhamente os ladrões não levaram NADA, nenhum computador, nenhum material de escritório. Apenas R$ 2,50 que estavam perdidos numa gaveta. Nota mental: fazer um seguro do meu notebook o mais rápido possível.
Aí hoje de tarde eu tentava trabalhar quando um colega de trabalho, cujo pseudônimo será "Rudy", ficava me pentelhando pra gente resolver o que ia fazer com um dos nossos projetos.
Rudy é, digamos, rude. Rudy fez mestrado em Ciência da Computação, no exterior. Aí o computador dele dá pau e ele, gentil como um brontossauro, estala os dedos perto da minha cabeça e fala:
- Aqui, meu micro tá dando pau. Olha.
Expressões como "Por favor" e "obrigado", aparentemente, foram substituídas no cérebro dele por "vou pegar mulé" e "vou pegar mulé" (sim, duas vezes mesmo. Acho que uma delas é por backup).
Como eu sou um cara trouxa frouxo bonzinho, eu me encho de boa-vontade cristã e o ajudo o quanto posso. Mas hoje tava complicado.
A gente tentava discutir o projeto e ele não concordava com nada do que eu dizia.
- Mas isso tá errado! - Dizia ele
- Claro que tá errado, isso já nasceu errado. O que eu estou propondo é uma forma de amenizar o dano que isso pode causar no projeto.
- Mas por que a gente não arruma isso?
- Por que os chefões não querem que a gente se envolva nesse projeto. Por sinal, já era pra gente ter terminado esse projeto.
- Mas isso tá errado!
Enquanto ficávamos nesse loop infinito, começou a chover horrores, e ventava como se tivessem acabado de crucificar Jesus e Deus estivesse danado da vida. Meu notebook estava perto da janela, mas como ela estava fechada, eu reclinei na cadeira e relaxei. Até que olhei para cima, na parte alta da janela.
Havia um buraco no vidro, uma parte dele estava quebrada e fazia um buraco do tamanho de uma bola de vôlei. E a água voava para dentro. E meu notebook estava a um metro daquilo.
Deixei Rudy falando sozinho enquanto corri pra proteger meu notebook, já meio "respingado". No chão, havia o estabilizador, onde ele estava ligado, e a água do buraco caía exatamente em cima dele. Comecei a desconectar os fios e tirar tudo da tomada, já esperando os choques (que felizmente não ocorreram).
Instantes depois, com a situação já sob controle, eu enxugava meu notebook com papel-toalha quando Rudy passa e estala os dedos:
- Vamos continuar.
P.s.: Corre o boato que hoje sai o resultado da temida banca examinadora. Corre também o boato complementar que diz que as pessoas que não foram aprovadas na banca recebem um telefonema e são convocadas a irem, em pessoa, ao nosso escritório-sede, ao invés de serem notificadas por email.
Um dos meus colegas recebeu este telefonema. Neste exato momento ele deve estar lá no escritório, recebendo a sua realocação de volta para o mercado. Este é o jeito "consultor" de dizer que ele está sendo demitido.
O fim
2004-03-21 23:22:00 +0000
Ontem um relacionamento de 4 anos e 7 meses acabou. Foi o meu e de Bethania.
Muita coisa ficou perdida nesses 4 anos, mas uma delas não se alterou e, pelo que sei, nunca vai se alterar. É o carinho que eu tenho por ela e o desejo que ela seja muito feliz, seja com quem for, seja aonde for.
Então vá, Bethania. Vá e ganhe o mundo, vá e crie suas asas. Mesmo longe eu ainda torço por você.
É difícil
2004-03-18 20:41:00 +0000
Hoje eu passei em frente a um edifício chamado Ed. Med Max.
Como assim, Med Max?
Shikou-shou!
2004-03-15 19:06:00 +0000
Nunca imaginei que a música-tema da Chun-Li, ou a falta dela, fosse fazer tanta diferença no meu dia.
Frases
2004-03-15 18:49:00 +0000
"Não que eu seja racista, mas pra mim capoeira é esporte de preto"
Ouvi essa hoje, de um dos meus coleguinhas consultores, na hora do almoço. Palmas para ele.
Frases
2004-03-10 14:40:00 +0000
- Puxa.. a personalidade feminina deste século foi a Monica Lewinsky! Aquele boquete mudou a história...
(O Excêntrico, meu colega de trabalho predileto)
No dialtone. Yes monotone
2004-03-10 02:41:00 +0000
Hoje o dia foi extremamente, altamente, estupefaciantemente tedioso. Fiquei o dia inteiro numa reunião, usando minhas três mais frequentes ferramentas de trabalho:
1) MS Power Point
2) Café
3) Mais café
O mais legal foi quando um dos caras da reunião atendeu o celular e passou para outro falar. O outro pegou o telefone ao contrário (com o teclado pra fora, encostando a parte da bateria no ouvido) e ficou: "Alô? Alô?"
Me dá um dinheiro aê
2004-03-09 04:04:00 +0000
Um colega de trabalho foi assaltado outro dia.
A história: Ele parou no sinal com o carro, vidros abertos. Um cara "ameaçador", aparentemente desarmado, chegou de repente e gritou:
- DÁ O DINHEIRO AÊ!!
No susto, ele pegou o celular e deu pro cara. "Sou bundão mesmo", disse ele.
Conversa entre dois consultores
2004-03-03 23:12:00 +0000
- Faz no formato A0.
- Qual o tamanho de um A0?
- 1143 por 841.
- Santo Deus, você sabe o tamanho de uma folha A0 de cor?
- Meu caro, eu sei o tamanho de TODOS estes formatos de cor.
Coisas que eu ouço no trabalho
2004-03-02 18:46:00 +0000
"Ontem meu psicólogo pôs Tarô pra mim e saiu altas coisas..."
Hoje
2004-03-01 16:36:00 +0000
Hoje é o dia da temível banca examinadora. Às 16:15. Quinze minutos de uma apresentação que farei e mais quinze de perguntas que devo responder. Mostrarei que tenho duas grandes habilidades que me darão muito futuro na consultoria:
1) Sou bom de PowerPoint
2) Sou bom em dar respostas genéricas e nebulosas para coisas que eu não sei.
Acordei cedo hoje pra estudar um pouco mais, treinar a apresentação e tal. Aí meu irmãozinho disse: "Hugo" enquanto voava líquido esbranquiçado da sua boca. Resultado: não estudei nem treinei nada, pois acabei levando-o no médico, que diagnosticou uma gastroenterite, deu-lhe uma injeção e nos mandou pra casa.
Depois conto como foi a banca.
Momentos pós-carnaval
2004-03-01 05:02:00 +0000
Como vocês sabem, depois do carnaval tem o Encontro Nacional dos consultores de onde eu trabalho. Enchem-se aviões e todos os consultores são levados pra um hotel cinco estrelas em Brasília. Por sinal, o mesmo hotel onde o Waldomiro, aquele do escândalo, costumava se hospedar.
- Quinta de manhã, entro na sala de embarque. Depois de ser reprovado cinco vezes no detector de metais (eram as moedas na carteira), eu a vejo: Kelly!!!
Depois de evitá-la cuidadosamente pela sala de embarque e durante o vôo (obviamente ela veio no mesmo avião que eu), ela pulou em cima de mim quando esperava minha bagagem, já em Brasília. Em sua mão direita, uma necessaire metálica, prateada. Parecia uma merendeira.
Um detalhe: antes de embarcar encontrei um amigo, que me apresentou um outro amigo: "Este é o Adler, leitor do seu blog!". Acho que eu nunca vou me acostumar com o fato de que existe gente que realmente lê este blog...
- Quinta de tarde, todos sentados aguardando o início das palestras. Ao meu lado senta-se um mulherão, muito familiar, que puxa conversa:
- Não acredito que você não lembra de mim!
- Err... na verdade, não...
- Faz um esforço aí...
Olhei para o crachá dela e aí meus neurônios acordaram: era uma antiga colega do Banco, que todo mundo conhecia pelos seus proeminentes dotes, er, profissionais. Ela, como eu, largou o Banco e agora era trainee. Deu vontade de tirar uma foto e mandar pros meus velhos coleguinhas de trabalho, só de sacanagem.
- Todos estavam curiosos sobre qual seria a tal "atração cultural", indicada na programação do dia, que se iniciaria às 22:30. Nos boatos eu ouvi dizer que seria desde um show privé do Skank até uma dupla caipira. O que teve, na verdade, foi o espetáculo teatral-musical-humorístico Tangos e Tragédias.
No palco, dois homens, um com um acordeon e outro com um violino, tocavam incrívelmente bem (ao ponto de eu cogitar a possibilidade de playback) e cantavam de um jeito español muito engraçado. Eles improvisaram bastante: as goteiras do palco (sim, o palco tinha no mínimo umas dez goteiras) viraram motivo de piada o tempo todo:
- Sí, jo fiquei impressionado, non imaginei que eles conseguirían providenciar las goteras que pedimos nel contrato!
- Só están faltando los golfinhos!
Tudo ia bem até que, no meio de uma das músicas, duas placas do isolamento acústico do teto se soltam e caem sobre o palco, logo atrás dos dois atores. Depois do susto, mais piadas... e mais improviso: obviamente, os dois atores, se borrando de medo de continuar o show, foram inventando moda, desceram para o meio do público e acabaram levando o espetáculo para FORA do teatro, fazendo uma grande roda com o público no hall de entrada.
Para encerrar a noite com chave de ouro, os dois começaram a pegar pobres infelizes do público para fazer a "dança do Copérnico", cujas regras eram:
Só não pode mexer com as pernas!
Só não pode mexer com as mãos!
E neste momento, o dançarino imóvel chacoalhava a cabeça como se estivesse sendo eletrocutado. Depois de pegarem um ou dois colegas, o presidente da nossa empresa, que é um poço de formalidade, foi gentilmente convidado a dançar. Vários flashes das várias máquinas digitais disparavam, em meio às risadas. Eu adorei cada minuto.
- Sexta, acordei e resolvi usufruir de todo o luxo e requinte deste lugar caro. Fui acender o abajur do criado-mudo, mas a lâmpada estava queimada. Me levantei para tomar um banho, mas a água do chuveiro não esquentava, mesmo quando o super-ultra-fashion seletor de temperatura indicava 50 graus celsius. E, sob meus pés, o box ia inundando porque o ralo parecia entupido.
Aí, da sexta para o sábado, pessoas começaram a ter problemas estomacais por causa da comida. Febre, vômitos e tal. Um colega me disse que a média é de um infectado por quarto (os quartos são duplos). No meu a coisa não é diferente, embora não seja eu o doente. Na verdade, enquanto escrevo estas linhas, meu amigo está no banheiro vomitando.
É que meu estômago é meio estúpido: posso comer coisas podres, mofadas e estragadas que o máximo que eu tenho é um "incômodo" na barriga.
- De tarde, a surpresa sobre a atração cultural secreta da noite foi revelada logo à tarde, pelo apresentador do evento: seria um show de ninguém menos que Jorge Ben Jor. Pensei comigo: "Que bom, vou ter tempo livre hoje de noite".
No dia seguinte, saí perguntando como havia sido o show (se vocês tinham alguma dúvida, não, eu não fui). Os comentários eram, basicamente: 1) O show durou só 50 minutos e 2) Jorge sequer falou um "oi" com a platéia.
O apresentador do evento, no dia seguinte, tentou explicar: "Pois é gente, vocês reclamaram que o Jorge Ben não falou oi com vocês né? Pois é, ele mandou avisar que é porque ele ainda não assinou contrato de patrocínio com a operadora Oi... he he he!"
- Toda vez que vejo a filha do presidente da empresa, que também é consultora, só me vem uma coisa na cabeça: Paris Hilton. As duas tem o mesmo jeitinho de andar, de vestir, e exatamente o mesmo tipo físico magrelo e tal. A diferença é que esta, a brasileira, não é estúpida como a outra.
- Domingo de manhã, eu, a alguns mil pés de altitude, voltando para casa. Nos fones de ouvido, Right Here's The Spot, do Basement Jaxx. No meu cérebro eu ia montando o videoclipe da música: as aeromoças chacoalhando as cadeiras no corredor do aeroporto, enquanto o presidente da empresa e todos os consultores seniors, com seus cabelos grisalhos, se levantavam e começavam a batucar nos compartimentos de bagagem sobre nossas cabeças. Ninguém entendeu o sorriso no meu rosto...
Momentos Carnaval
2004-02-25 21:46:00 +0000
- Dormindo no chão das salas de aula de um colégio público de Belo Horizonte. Meu criado-mudo, onde colocava meus óculos e o celular, era um dos pés do meu tênis.
- O pessoal da cozinha e da manutenção compôs uma música. É um blues, chama-se "O Negócio do Coisa". Possui frases lindas, como "o Mateus já psicoxou / a Estudos já entendeu".
- Quinta, véspera do carnaval. Entro numa padaria enquanto Bethania vai na farmácia ao lado. Estava com as mãos sujas de mexer no carro e perguntei a uma das atendentes:
- Tem algum lugar onde eu possa lavar as mãos?
- Er... p-pode ir ali...
Estranhei a cara da menina mas fui. No final, ela puxou conversa e falou, toda risonha:
- Olha, pra lavar a mão a gente cobra uma taxa viu! É trezentos reais...
- Mas tá muito barato, ué! - respondi, entrando na brincadeira.
- Ah, se você quiser pode me levar pra Arraial D'Ajuda nesse carnaval então! - disse outra.
- Er... mas eu quero é sossego... - respondi, surpreso.
- Ah, então vai lá pra casa! - disse uma terceira menina - tá todo mundo viajando, tou sozinha lá. E a cama é de casal, viu!
- Segunda à tarde. Eu, conduzindo uma dinâmica com 20 adolescentes cuja média de idade era de 16 anos. Eles tinham que se imaginar 10 anos mais velhos e descrever como estavam, o que haviam feito da vida e tal. Um deles toma a palavra: Bom, eu estaria com 26 anos, seria designer gráfico e trabalharia na Electronic Arts...
- Todas as manhãs eu acordava com um trecho de música na cabeça. Godspeed You Black Emperor normalmente era o campeão. Mas tivemos muito Belle and Sebastian também: I fought in a war...
- Sábado à noite, meu notebook conectado a um datashow, exibindo, para 200 pessoas, um vídeozinho cujo link encontrei no Fazed. Era o do cara fazendo desenhos com areia...
- Terça-feira, perto de meia-noite. Um colega, que estava trabalhando na cozinha, conversa sobre os manuscritos do mar morto e dança ao mesmo tempo.
- Sábado de manhã. Eu e uma colega vamos ao supermercado comprar biscoitos e outras coisinhas para os oradores que iriam falar para nós no encontro. Na hora de pagar ela chega com um pacote vermelho de absorventes no caixa. Eu digo:
- Ah, por que você não pega os de menta, aqueles verdes ali, em vez desses de morango? São melhores...
- Ah... é mesmo, vou lá trocar - e vai em direção a prateleira.
- ??!?
- Segunda-feira, eu e meus colegas de trabalho reunidos numa sala de aula. Um deles deita-se no chão e... dorme. Seguem-se fotos.
- Sábado à noite. Os 200 jovens presentes no encontro são levados, com vendas nos olhos, para ver uma apresentação de teatro. Durante metade do teatro, todos os jovens não viram nada.
- Terça-feira. Um grupo de pessoas vai em frente ao público reunido para uma performance sobre criatividade. No chão, um lençol branco. Todos, munidos de tinta guache, pulam sobre o lençol, jogam tinta e pisoteiam a esmo, sob o som de cânticos num estilo tribal. A propaganda de Omo mais elaborada que já vi.
- Estourar um balão perto de alguém e mencionar o "novo movimento" fazia com que a pessoa se contorcessem de forma muito engraçada.
- Passei por uma pessoa que me parou e se referiu a mim como "seu ídolo". Porque eu era formado em Ciência da Computação.
- Domingo, grupo de pessoas reunidos. Uma menina disse que queria comer chocolate. Um dos meninos retrucou, dizendo: "Eu sou garoto".
- Terça-feira, eu recebo uma rosa. A rosa não vale nada. O significado por trás da rosa eu não vou esquecer.
Eu vou
2004-02-20 23:05:00 +0000
O carnaval está a algumas horas de começar.
Vou me trancar por quatro dias, longe de samba, axé, forró e outros cânticos demoníacos. Vou dormir no chão. Vou andar de chinelos. Vou ver palestras. Muitas. Vou comer pão com manteiga e tomar chá. Vou bater papo, ver o sol se pôr. Vou ser útil. Vou para a COMEBH.
Depois, vou pra Brasília. Vou comer comidas que não sei o nome. Vou ver palestras. Muitas. Vou comprar um pen drive na feirinha do paraguai. Vou dormir numa cama inacreditavelmente fofinha. Vou nadar na piscina, tomar banho de banheira. Vou para o Encontro Nacional da minha empresa de consultoria.
Entre tapas e beijos
2004-02-18 18:45:00 +0000
Cena: Eu, o consultor Xis e a consultora Ipsilon voltando do almoço.
X: Putz cara, minha namorada tem mania de me dar umas mordidas... morde com força, ficam altas marcas e tal. Outro dia o povo me viu sem camisa e me apelidou de "stigmata"...
Y: Pois é, eu vivo mordendo meu namorado também. Ele fica reclamando que passa vergonha quando usa camiseta e vai jogar peteca...
X: A minha namorada também gosta de bater. Dá altos tapas...
Putz. Eu amo minha namorada. Nosso amor não é nada violento.
Serviço estúpido
2004-02-18 01:33:00 +0000
Hoje eu recebi um email do pessoal de um antigo projeto me pedindo para ir lá ajudá-los a fazer um serviço estúpido.
Liguei para meu consultor sênior:
- Alô meu sênior! Seguinte, o pessoal me ligou e tá me pedindo pra ir lá fazer um serviço estúpido... o que eu faço?
Ele me disse duas coisas. A coisa um é que ele foi lá antes e passou dois dias fazendo serviço estúpido. A coisa dois era pra eu ir lá fazer o serviço estúpido.
Aí, depois de amanhã, eu vou lá fazer o serviço estúpido.
Luz, câmera, ações
2004-02-12 13:31:00 +0000
Tem um colega de sala que botou R$ 1000 num fundo de ações. Agora a gente tem que aguentar ele e seu novo brinquedinho.
Ontem ele perdeu R$ 6 e ficou a manhã toda falando nisso. "Putz cara, já tou perdendo dinheiro, é meu primeiro dia de investimento e já me dei mal, ai meu Deus vou botar o dinheiro na poupança". Imbecil que sou, tentei explicar pra ele:
- Cara, investimento em ações é de longo prazo, cê não pode olhar apenas um dia e achar que tá tudo horrível
- Pois é, mas, cara, eu perdi seis reais!!
Aí hoje, com a mudança (mais do que normal, no curto prazo) da bolsa, ele recuperou os R$ 6 e ganhou mais R$ 20. E começou a matracar:
- Que doido cara!! Recuperei meus seis reais e inda ganhei mais vinte! Que legal cara! Woo! Yay! Olha, o Ibovespa subiu 4%! Doido! Putz, eu vou viciar nisso! Nossa, foi a 23 mil pontos...
Tosco Primo
2004-02-09 15:29:00 +0000
Sexta-feira passada eu levei Bethania na aula de inglês e acabei condenado a ficar uma hora atoa.
Como o inglês dela é na Savassi, acabei parando o carro em frente ao famoso Tosco Burger. Eu estava atoa mesmo, resolvi fazer uma boquinha.
Se você, leitor, não é de Belo Horizonte, saiba que o lugar realmente chama-se Tosco Burguer, e que realmente vende um sanduíche chamado Tosco. A hierarquia dos sanduíches "tosco" vai de 1 a 6. O Tosco 1 tem 13 ingredientes, e a coisa só vai piorando até o Tosco 6, que tem nada mais nada menos que seis carnes de hambúrguer e QUARENTA ingredientes diferentes.
Já que estava lá, pedi um "Tosco 1", afinal, como é que se vai no Tosco Burger e não se come um Tosco?
Enquanto esperava, fiquei vendo os cartazes na parede, que citavam os ingredientes dos sanduíches e descreviam os "Desafios Tosco". São vários. Por exemplo, o Desafio Tosco 1 é o seguinte: você tem duas horas pra comer três Tosco 1. Se conseguir, você não paga e ganha R$ 20 de crédito. O pior dos desafios é o Desafio Tosco 5: coma dois Tosco 5 (composto por 36 ingredientes e cinco carnes de hambúrguer), dois refris e uma taça de sorvete. Saindo vivo, você ganha R$ 35 de crédito, R$ 35 em dinheiro e não paga. Ah, e tem seu nome escrito no cartaz dos campeões tosco.
O supercampeão tosco é um rapaz, um Elder alguma-coisa. Sabe aqueles mórmons? É um deles. Ele venceu o Desafio Tosco 5 por SEIS vezes e foi banido do Tosco Burger, não pode desafiar de novo. Depois deste momento cultural, meu sanduíche chegou. Deitado, num prato. A altura dele era exatamente a largura do prato: uns 25 centímetros. Eu tive medo.
Trinta longos minutos depois, eu terminei de comer. Fiquei até feliz com a minha coragem. Meu estômago já não gostou muito.
Protesto!
2004-02-05 21:37:00 +0000
Legal. Tá rolando uma manifestação aqui na porta do prédio. Com o kit completo: Carro de som, gente de sindicato, faixas e bandeirinhas. E barulho.
The fear! The FEAR!!!
2004-02-03 19:13:00 +0000
Acabei de receber um email:
Você está convidado a participar da Banca Examinadora no próximo dia 01/03/04 (...) às 16h15min.
Deverá apresentar o seu 'Aprendizado', em powerpoint, durante 15'. Os examinadores terão mais 15' para fazer perguntas acerca de seu aprendizado e de todo o Sistema de Gestão, assim como dos treinamentos dos quais participou, e você deverá estar apto a respondê-las.
Os itens a serem avaliados são: objetividade e clareza, capacidade de prender a atenção, utilização de recursos, postura e confiança, domínio do assunto e visão sistêmica.
Legal. Agora meu pânico tem dia e hora pra acabar. Depois começa outro, até que divulguem o resultado...
Double K.O.?
2004-02-03 18:58:00 +0000
No Street Fighter 2, se os dois lutadores estiverem com zero de life e baterem um no outro ao mesmo tempo, dá um double post.
Toda limpinha
Passei em frente ao micro de um colega de trabalho. Acabei vendo, sem querer, o email que estava na tela. Era da namorada dele, que dizia:
"Acabei de voltar do ginecologista. Estou ótima, toda limpinha..."
Eca. Por alguma estranha razão, esse "toda limpinha" me deu mais nojo do que muita coisa nojenta que se vê na Internet.
McGrill
O pessoal resolveu almoçar num lugar chamado Itália Grill, no Diamond Mall, o shopping mais chique (ou seja, caro) de BH. Pedi um "filé ao molho madeira".
Quando dei a minha primeira mordida no filé, pensei:
"Uau, esse molho madeira está com gosto de... de... de molho barbecue do McDonalds"
Roupa Nova
2004-02-02 19:46:00 +0000
Notei que, exceto pelas minhas meias, toda a minha roupa é recém-comprada. Incluindo camisa, sapatos, calça, cinto, cueca, gravata...
O nó da gravata ficou estranho e meio curto. A camisa está meio apertada nos braços e no ombro, o que me deixa com uma aparência bem estranha. E os sapatos estão machucando meu pé.
Falando neles, quando estava na loja para comprá-los, o vendedor me deu uma bisnaga com uma tal "mousse para calçados". E começou a explicar que era melhor do que graxa para conservá-los e blá blá blá. Enquanto ele falava, eu virei a bisnaga de mousse e comecei a ler o verso do rótulo:
"Este mousse para sapatos nutre e hidrata o couro, mantendo-o com..." - peraí... eu tou comprando um HIDRATANTE pro meu SAPATO???
Duas Rodas (viradas para cima)
2004-02-02 04:28:00 +0000
Ontem eu estava com um colega, que estava de moto. Como estávamos com tempo e eu sempre tive vontade de aprender a andar de moto, acabei pedindo uma aulinha grátis. A moto do nosso amigo era uma bela, pesada e cara, NX4 Falcon.
Depois de explicações sobre freio dianteiro, traseiro, marchas e tal, arranquei com a moto, andei uns 4 metros e... caí com ela no chão.
Felizmente, nada aconteceu com a moto ou comigo. Não soltei a embreagem da moto no processo e acabei evitando um estrago beeem maior. Mas eu nunca pude imaginar que meu orgulho fosse ficar tão ferido pelo que aconteceu.
Agora terei inveja de todos os motoboys que passarem por mim durante umas duas semanas.
Frases
2004-02-01 19:17:00 +0000
"Satangoss tem o poder de enfurecer os seres e transforma-los em monstros incontrolaveis!"
TRIPLE!
2004-01-31 06:37:00 +0000
Post triplo? De novo?
Dejá Vú
Quando eu trabalhava no banco, todo mundo fazia piada com meu sobrenome. Ganhei apelidos de Tinocoso, Tinoquento, Tinocovsky...
Aí, depois de me demitir, imaginei: "Putz! Finalmente, estou livre daquelas piadinhas ridículas com meu nome".
Ontem eu cheguei no serviço. Um colega olhou pra mim e falou, rindo:
- E aí... Tinóquio!
O Primo NÃO recomenda - Desafio Radical
Antes que perguntem o que eu estava fazendo assistindo um filme desses: eu e Bethania queríamos ver um filme de entretenimento, hollywoodiano, só pra passar o tempo. Aí, alugamos o filme com a certeza de que seria um filme ruim. E para a minha surpresa, o filme superou em muito as minhas expectativas e conseguiu chegar perto da posição de pior filme que já vi.
O roteiro, por natureza, já é estúpido: bando de jovens "radicais" vão esquiar fugindo de uma avalanche, de propósito, para fazer um comercial de uma câmera de vídeo. Só que, nas montanhas, eles encontram um criminoso de guerra sérvio, que estava escondido, e confunde os moleques com agentes da CIA.
É bobagem descrever mais sobre o quanto o filme é ruim, então vou falar só dos "highlights" de ruindade:
- O sotaque dos terroristas sérvios: "Must go back! Gas low!" (piloto do helicóptero avisando que a gasolina tá pra acabar). Detalhe que os terroristas falam inglês entre si, mas mal conseguem se comunicar com os moleques americanos.
- A edição das cenas a partir da segunda metade do filme. O filme foi TÃO mal editado que eu não conseguia entender a sequência dos fatos!
- A insistência do diretor em cumprir todos os clichês possíveis: o casal com tensão sexual, o diretor de cinema ambicioso e metido a artista, o vilão que diz: "Não... eu quero eles vivos..." e dá chance deles fugirem... a cena dos heróis quase despencando de uma beirada de penhasco (com direito a segurar o outro no último momento e falar "I got you!" e tudo), a lanterna que acaba a pilha (com direito àqueles soquinhos pra ver se ela volta a funcionar)...
- O menu do DVD. Para o título do filme, usaram uma fonte estilo "família Adams", jogaram uma nevezinha por cima e botaram lá.
Ah, para diversão adicional, não deixe de ler as mensagens da message board do IMDB....
Cueca!
Nunca achei que eu fosse escrever um post atendendo a pedidos. Mas vou.
Sábado passado foi aniversário de um dos leitores desse blog. Como tem uma tabela de basquete na casa dele, rola o obrigatório "basquete semestral": a gente joga uma vez no dia do aniversário dele e depois, só no outro semestre, no aniversário da irmã dele.
Aí eu fui jogar. Eu estava usando um bermudão, que vai até abaixo do joelho e que tem a cintura baixa. Mas isso não foi intencional: eu só havia descoberto o lance da cintura baixa depois de comprar a bendita bermuda.
Só aí entendi que era uma daquelas bermudas "boyzadas" que os skatistas usam pra deixar aparecer a cueca. Assim, já que a cueca ia aparecer de qualquer jeito, usei uma que combinasse com a bermuda.
Durante o jogo, chega uma amiga e fala mais ou menos assim:
- Nó Zé, essa cuequinha sua tá tudo de bom...
- Ã???
- Tá super fashion, altamente sexy!
- ALÁÁÁ O ZÉ DE CUEQUINHA SEXY!! - Começaram os meus amigos
- Não liga não Zé! Você é um cara antenado, tá ligado nas tendências da moda!
Eu pensei em alguma coisa pra dizer depois desse momento vergonhoso, mas a única coisa que vinha na minha cabeça era: "Fala séééério!!!"
Consultores são seres estranhos
2004-01-30 13:48:00 +0000
Situação 1: Eu, pegando café na garrafa térmica errada. Um gole depois:
- ARGH! Sem açúcar! ECA! Café sem açúcar parece água barrenta, é impossível beber isso...
Algumas horas depois, durante uma reunião, dois colegas meus indicam, para o garçom, como querem seu café:
- Quero o meu "purinho". Só café.
- O meu sem açúcar nem adoçante. Só o café mesmo.
Situação 2: Eu e os colegas, saindo da reunião, onde um deles acabou salvando o dia porque preparou-se para uma coisa e a tal coisa aconteceu e a gente acabou saindo com facilidade de uma situação complicada. Este colega ia se gabando, no elevador:
- É né! Vocês viram que percepção a minha, não viram? Se não fosse a minha percepção... - dizia, enquanto saía do elevador.
- Pois é, mas a gente não desce nesse andar não - disse eu.
Post minimalista
2004-01-28 04:17:00 +0000
Item 1: Meu emprego novo é uma beleza. Nele, eu tenho que aprender a trabalhar em equipe, contar com as pessoas e tal. A primeira coisa que aprendi relativamente à isso é que não dá pra contar com as pessoas.
Item 2: Hoje eu estou me sentindo um useless. Um useless é um inútil que fala inglês.
Item 3: Vocês vão ter que aguentar a autopiedade e o stress que vão povoar este blog até o mês de março, que é quando deve ter a temida banca examinadora. É o pessoal que vai decidir se eu, depois de um ano como trainee, mereço ficar no meu emprego ou se serei chutado sem muita cerimônia.
Item 4: Por que é que menstruação de propaganda de absorvente é azul?
Item 5: Norton leu meus pensamentos. Vou me lembrar dessa foto quando rever Mumm-Ra numa reunião dessas por aí.
Item 6: Quem reclamou uma vez que este blog parecia novela da Globo... bom, e agora, melhorou? Tá bom assim ou quer que mexe a antena?
Newsflash
2004-01-27 03:37:00 +0000
Estava indo fechar meu Soulseek quando vejo um certo Sparkazul baixando arquivos de mim... era uma música do Polyphonic Spree, (ótima) sugestão de Norton.
Mea Culpa (a.k.a. mini post duplo)
2004-01-27 03:33:00 +0000
Quando o dono de um blog não atualiza o dito cujo, de duas uma (que na verdade são três):
1) Ele não se interessa mais pelo blog
2) Ele não tem nada de interessante pra botar no blog
3) Ele até tem algo interessante para botar no blog mas não tem tempo
Eu me encaixo na opção 3. Então vou ser rápido:
Manhã de hoje
Reunião para detalhar um cronograma de um projeto de construção. Entra mulher randômica na sala de reunião, interrompendo tudo, sutil como um rinoceronte.
A mulher, que será carinhosamente chamada de Mumm-Ra, fala sem parar. Eu odeio quem fala sem parar. Aí eu me esforço pra detalhar o cronograma:
- Bom, mas essa obra aqui, como está indo?
- Ah, tem mais de ano que tá atrasada - Responde outro ser randômico da reunião.
- Ok... então, me fale em qual etapa houve o atraso, pra eu atualizar aqui...
- Não, não, esse é um projeto atípico, muda a data de início que aí fica tudo certo - diz Mumm-Ra
- Mas... mas se eu deixar como está e indicar onde houve o atraso...
- Mas esse é um projeto atípico! Não serve de referência. Vai, muda a data inicial... depois, vai que o chefe vê isso aí, vai dar problema...
E eu penso: "Oh, já entendi. Essa mulher quer que eu, na cara dura, camufle o atraso... mas isso não vai ficar assim não, vou usar toda a minha destreza social e vou fazer essa mulher aceitar o atraso no cronograma nem que seja a última coisa que..."
Aí, nesse momento, um colega de trabalho, que estava na reunião para, teoricamente, me ajudar, diz:
- Não, muda a data inicial mesmo...
E nesse momento a expressão "deu vontade de cuspir e sair nadando" fez todo o sentido do mundo.
Tarde de hoje
Reunião num centro sócio-educativo para menores (ex-FEBEM). Como Mumm-Ra não estava, a reunião foi um sucesso fulminante e deu pra detalhar tudo. E no final ainda pudemos ficar de bate-papo com a pedagoga do lugar, responsavel pelos "meninos".
As histórias do lugar eram bem peculiares. Uma vez houve uma rebelião, os meninos estavam com facões e espetos artesanais (os chamados "chuchos"), e na negociação queriam trocar os chuchos por... sanduíches e refrigerante. Tem também a história da "visita íntima". Isso é permitido num centro do Rio Grande do Sul, conforme contaram. Dizem que lá, com a permissão da visita íntima, a redução na agitação e ansiedade dos meninos foi drástica. E a pedagoga contou que, volta e meia, alguém tentava assaltá-la na rua. Ela reconhecia o ex-interno e falava: "Ei moleque, não me reconhece mais?". O menino ficava sem graça, dizia "desculpa, tia", e saía sem roubar nada.
Mas também há a dimensão triste da coisa: numa assembléia onde os meninos foram consultados sobre o que queriam num novo centro, que ia ser construído, o principal pedido deles foi... janelas. Janelas. Eu não vou me esquecer disso tão cedo.
To-Don't
2004-01-23 02:20:00 +0000
[ ] Olhar câmera de vídeo para domingo
[ ] Preparar proposta de página inicial do site
[ ] Definir divisão de grupos para passar pra COSEC domingo
[ ] Imprimir carta complementar dos oradores COMEBH
[ ] Preparar situação modelo para estudo de caso COMEBH
[ ] Sincronizar arquivos desktop/notebook
[ ] Preparar pauta da reunião COE - Sábado
[ ] Digitar ciclos de estudo faltantes
[ ] Olhar telefone da pousada para Pai
[ ] Comparar modelos de notebook p/ compra
[ ] Ligar para membros da COE faltantes
[ ] Checar apólice de seguro do carro
Não. Hoje eu não faço mais absolutamente nada.
Fashionsexualismo
2004-01-22 02:53:00 +0000
Eu no centro da cidade. Passei numa grande loja de departamentos pra olhar uma camisa.
Do outro lado da arara de camisetas, muitas com cores flúor, um cara vira pra mim e fala sorridente:
- Pô... ah nem, pra andar na moda agora tem que vestir igual viado?
Eu ri e fingi que aquilo era um comentário inteligente.
Coincidência
2004-01-20 17:52:00 +0000
Passeando por uns fotologs belorizontinos eu encontro... uma foto da oficina que fica a 100m da minha casa. É de um cara que trabalha nela.
Um dos caras que comentou a foto diz que mora lá perto também. E, mais coincidência, parece que estuda computação na PUC. Curso que completei há 2 anos atrás. Mas pelo jeitão do cara ele deve fazer é Engenharia...
Mundo pequeno esse. Ah, meu fotolog tá aqui.
Update: Relendo os comentários, vi que tem outro cara que mora perto!! E que trabalha no DA de computação da PUC. E que consegue ter ainda mais azar automobilístico do que eu.
Requinte, luxo e pão com queijo
2004-01-17 02:44:00 +0000
Esqueci de contar da reunião onde fui, na última quinta. Foi no mega-prédio de uma empresa, referência mundial no seu segmento de mercado e que tem sede aqui em Beagá. Era uma reunião com um megadiretor de lá.
A gente chegou e foi até a recepção. Enquanto eu aguardava a menina me dar um crachá básico de visitante e depois resmungar que o elevador ficava ali, outra nos abordou de lado e, toda cortês, disse:
- Me acompanhem, por favor...
Levou a gente até a entrada, onde um elevador, exclusivo para o andar onde íamos, já estava pronto. O elevador era enorme, o display dos números era de alta definição e mostrava a data e hora, e tinha ascensorista. O elevador só ia para um andar, mas tinha ascensorista. E um telefone, que tocou no meio da viagem.
Nunca vou me esquecer do ascensorista atendendo o telefone e se apresentando:
- Elevador, bom dia...
Quando chegamos ao andar da reunião, surpresa! Outra recepcionista nos aguardava na porta do elevador, com o mesmo papo de "me acompanhem por favor". Levou-nos até a sala do diretor, que fez com que nos sentássemos (nos sofás ultra-fashion) e ficou fazendo sala. Normal, se ele não estivesse conversando em economês:
- Mas tem o spread bancário, e devido ao overrun vendem como commodities, blá blá blá...
Sem a menor possibilidade de eu entender alguma coisa da conversa, resolvi observar a mesa do cara. Um laptop, ao lado de um computador com dois monitores de cristal líquido, junto a um teclado colorido. Vendo o decodificador de TV a cabo que estava na mesa dele, eu julgo que dali ele deveria assistir Bloomberg enquanto negocia ações na bolsa. Isso tudo com a incrível vista da janela, que cobre grande parte da cidade. Perto dos sofás havia uma mesa, e no meio um daqueles aparelhos para teleconferência. Depois fiquei sabendo que, além disso, ainda tinha um datashow (de alta definição) e um telão, escondidos ali.
Como chegaram mais pessoas para a reunião, fomos levados ao "salão nobre". Uma mesa enooorme, numa sala climatizada e perfeitamente decorada. Grandes vasos de planta triangulares, colocados em sequência num dos cantos da sala, formavam um mini-jardim. A reunião começou e fomos servidos (por garçons de gravata borboleta) com café, água (gasosa, argh) e até comidinhas: torradas com queijo por cima.
Quando eu estava contando isto pra Bethania, ela me interrompeu:
- Eram canapés!!
- Quê?
- Num é pão com queijo, são canapés!! Não é possível que você não sabe o que é um canapé.
- Ah tá. Bom, mas aí serviram o pão com queijo e...
Runtime Error
2004-01-16 12:43:00 +0000
Hoje Deus, imaginando que eu havia aprendido a lição de "não tentar fazer exercícios" (vide o segundo post abaixo), fez com que a chuva parasse.
Acordei cedo e, mesmo sendo sexta-feira e estando há quase uma semana parado, decidi que ia correr mesmo assim. Só para provar pra mim mesmo que eu realmente quero manter uma rotina de exercícios. E fui.
Dez minutos depois, Deus, que estava rolando na cama com preguiça de levantar-se, virou de lado, olhou para baixo e me viu, na avenida, correndo como um pobre mortal. Irado, berrou, na sua melhor voz estilo Mortal Kombat:
- You weak, pathetic fool!!!
E logo depois lá estava eu, voltando vagarosamente para o carro. O motivo? Dor aguda no peito.
Acho que eu vou parar de desafiar os Céus e me tornar um sedentário conformado.
Deus não quer que eu faça exercícios
2004-01-15 18:12:00 +0000
Eu já disse isso antes aqui no blog, e nada mudou desde então.
As minhas tentativas de retomar meu cooper noturno foram todas frustradas: nunca dava tempo, seja porque eu ficava preso no serviço, ou porque eu chegava muito tarde em casa, sempre tinha alguma interferência divina.
Eu poderia até resolver estes problemas acordando mais cedo e indo correr de manhã. Mas nunca gostei da idéia de botar meu corpo pra trabalhar como louco logo depois de passar 8 horas imóvel, além do fato de que dava uma preguiça danada para acordar. E Deus viu que eu não tinha muita saída e isto era bom.
Mas como a coisa estava ficando preta, resolvi, num ímpeto de indisciplina ante a vontade Divina, correr, sim, de manhã. Deus percebeu e fez com que chovesse sem parar durante as últimas duas semanas. "Ouça meu aviso, mortal. Não será tão fácil", ele disse.
Molhou, ouviu, sorriu
2004-01-13 02:38:00 +0000
06:45 - O despertador do celular toca. Hora de sair pra fazer cooper (!!), tomar um banho e ir trabalhar.
09:00 - Chego no trabalho.
12:10 - Saindo pra almoçar com mais 3 colegas. Homens de gravata, mulheres de tailleur. Até 10 minutos atrás estava chovendo horrores. Mas parou.
Fomos atravessar uma avenida e, quando estávamos no canteiro central, um carro passa voando... sobre uma poça d'água. Onda gigante de água em cima de nós.
- Filho da puuuuuuuta!!! - Grita o colega 1
- Puta merda!! - Grita o colega 2
- Meu cabelo!! - Grita a colega 3
- "Barro na água?! Hmm... não... então daqui a pouco eu seco" - Penso eu.
Foi muita água e todos estavam ensopados. Menos eu, que só molhei um pouco. "Corpo fechado", disseram meus colegas.
Ficamos uns 10 minutos no sol, os 3 xingando pais, mães e umas três gerações de antepassados do motorista do carro. Depois, fomos almoçar.
13:40 - Já de volta ao trabalho, chega um gerente de lá de onde estamos trabalhando, terno e gravata e rindo até a orelha. Ele pára na porta da sala e fala:
- E aí, molharam muito??
Todos os teclados dos nossos notebooks subitamente páram de fazer barulho.
- Tava passando na avenida, molhei três bobos engravatados que estavam passando. Hehehe...
A sala fica em silêncio. Ninguém podia fazer nada com ele, já que ele era o nosso cliente. No silêncio, veio um pensamento, em uníssono:
- FILHO DA PUUUUUUUTA!!!
13:42 - O gerente-mala sai da sala, rindo. A colega número 3 se desculpa:
- Gente, foi mal! Eu encontrei ele ali no corredor e contei a nossa história, não foi ele não, ele só tá zoando com a nossa cara.
Todos se entreolham. O mesmo pensamento, em uníssono:
- FILHO DA PUUUUUUUTA!!!
18:30 - Saindo do trabalho, entrando no carro. No meu discman, habilmente ligado no carro pelo meu "gambiarra sound system" (em breve um post vai explicá-lo), tocava "Providence", música de um disco chamado F#A#(sinal de infinito).
19:10 - Godspeed You! Black Emperor prova, mais uma vez, seus poderes alucinógenos. Enquanto dirigia eu pensava:
- "Putz, era pra eu ter virado ali... errei... culpa desse CD..."
Eu olhava para os carros engarrafados na rua e eles estavam longe... longe... como num sonho. Aí cheguei aonde estava indo.
- "Nossa, que fome... vou ali comprar um pão de queijo... mas... essa música tá quase acabando..."
20:15 - Tem um senhor que a gente já faz visita há algum tempo. Ele é velho e magro, e foi diagnosticado com demência.
A visão que tive das primeiras vezes que o vi não foi das melhores. Da primeira, ele estava dormindo, de camisa surrada e uma calça de moleton, com buracos queimados por cinzas de cigarro que devem ter caído lá. Muitos deles num cinzeiro do lado da cama.
Na segunda vez ele estava sentado, sozinho, na sala. Imóvel. A sala escura e ele, magro, mal vestido e estático. Do lado dele, uma cerveja (sem álcool, recomendações médicas) e cigarros. O cheiro era difícil de aguentar. O cigarro que ele tinha nas mãos ia queimando, queimando, e as cinzas, prestes a cair.
Mas as coisas foram, lentamente, melhorando.
Hoje nós chegamos e ele veio sozinho até a sala. "Vamo entrar", convidou ele. Depois de se sentar, falou, brincando, com o chefe da nossa equipe de visita:
- Tá difícil esse seu carro hein...
E riu.
Há alguns meses ele nem se levantava da cama pra receber a gente. Hoje ele riu o sorriso mais significativo que eu já vi.
Cheiro de Amor
2004-01-05 21:26:00 +0000
Instalei o w.bloggar no meu notebook e, pra testá-lo, precisava de um assunto.
Olhei pela porta e o Excêntrico estava batendo papo com uns colegas de trabalho... passando por lá, notei que ele tava contando de uma festa de reveillon que rolou na casa dele. Um dos comentários dele foi o que exatamente o que eu precisava:
"Foi uma zona, usaram até meu quarto de motel... cara, a pior coisa que tem é chegar na sua cama e sentir cheiro de sexo que não foi você quem fez!"
Amyr Klink, Serra do Cipó e arquivos renomeados
2004-01-05 04:49:00 +0000
Feliz ano novo! Post triplo pra você!
O Primo Recomenda: Amyr Klink - Cem dias entre céu e mar
Peraí, eu tou recomendando um... livro? Pois é.
Eu nunca tive o hábito de leitura. Quem tem é Bethania, que ganhou este livro num amigo oculto. Num dia desses eu estava na casa dela, esperando não-me-lembro-o-quê, o livro estava em cima da mesa. Peguei, dei uma folheada na parte das fotos... "peraí, esse cara atravessou o Atlântico num barco a remo... como assim?". Aí passei para o começo do livro, fui lendo... e terminei de lê-lo em dois dias. O engraçado é que aconteceu a mesma coisa neste reveillon, outra pessoa pegou o livro e não sossegou enquanto não terminou de ler. E até agora a própria (e ciumenta) dona do livro ainda não o leu.
A história é simples: Amyr Klink construiu um mega-barquinho a remo e atravessou o oceano, da África até o Brasil, remando, em 100 dias. Louco? Que nada, metódico! Tudo é contado em detalhes: a preparação, a estrutura do barco, como foram resolvidos os principais problemas de orientação, alimentação, etc... some-se a isso uma história muito bem narrada, fatos e coincidências interessantíssimos e uma narrativa fluida, e você tem um livro excelente.
Reveillon: De cabeça no ano novo
Ahh, eu estava precisando desta folga no reveillon. Fui pra Serra do Cipó e descansei tudo que precisava. Alguns fatos interessantes:
* Meu celular agora funciona lá naquele fim-de-mundo. Eu poderia até blogar de lá se quisesse (via GPRS, usando o browser do celular), mas praticamente todos os leitores do blog (dois amigos) estavam lá comigo, então não ia adiantar muito.
* Um desses amigos estava comigo na hora do almoço. A TV estava ligada, passando alguma daquelas porcarias aleatórias da programação da tarde.
- Eu não entendo o por quê desses programas... qual a finalidade disso? - Perguntei eu
- Descanso de tela - Respondeu ele.
- ...
- É, ué. Descanso de tela. Fica aí, só pra ter alguma coisa passando.
- Putz. Verdade... cara, essa foi genial!
- Pode até botar no blog se quiser.
* Antes não tínhamos nem carro direito pra ir pra Serra... e dessa vez não só sobravam carros, como também laptops. Eu levei o meu e um amigo, o dele. Serviram pra guardar as fotos das câmeras digitais... e pra jogar uns joguinhos clássicos no emulador quando chovia (ou não).
* Meus amigos são cada vez mais inacreditáveis. Um deles fez a mímica de uma polaina, e outro acertou.
Quer renomear quanto?
(Warning! Post nerd!_
Meu micro não passa sem um bom "batch renamer". É muito útil na hora de renomear quilos de fotos que tirei com a câmera digital e que entram no micro fora de ordem e com nomes bizarros.
Mas dessa vez tinha um problema: eu estava com uma pasta cheia de fotos tiradas com duas câmeras digitais diferentes (uma era de um amigo) e queria guardar as fotos na ordem em que aconteceram. Usar a data/hora do arquivo JPG não ia funcionar, já que esta informação indica a data/hora em que você copiou as fotos da máquina para o micro. Mas a solução era relativamente fácil: usar a data/hora de quando a foto foi tirada e que fica armazenada dentro do arquivo JPG, num campo EXIF.
A parte difícil foi achar um programa que fizesse isso de graça, ou seja, achar um "EXIF renamer" gratuito. De início achei um programa japonês, Flexible Renamer, que faria exatamente o que eu queria... se não estivesse com um bug que fazia o programa fechar quando eu clicava na pasta com as fotos.
Depois de desistir dele, insisti nas procuras no Google, testei mais alguns programas (sem sucesso) até que encontrei, na seção de renamers do excelente site para freeware chamado NONAGS, a solução: um programa chamado Siren. Totalmente flexível, permite até que você especifique a "máscara" do nome de arquivo. O uso não é nada intuitivo, mas o importante é que funcionou...
Este post é pra você não perder uma hora da sua vida brigando com o Google procurando por um software como esse. De nada, viu?
Natal Sangrento
2003-12-26 02:51:00 +0000
Neste Natal houveram 2 assassinatos num raio de 200 metros aqui de casa.
O primeiro foi na noite de Natal mesmo. Vieram uns amigos aqui em casa e comentaram que, na esquina de uma rua próxima havia um "presunto", um corpo embalado num saco plástico preto, ao lado de um carro. Tava tudo isolado com aquelas faixas amarelas da polícia. Mais tarde, quando ia pra casa de Bethania, passei pelo lugar pra conferir que era verdade.
O segundo foi agora à noite. Estava voltando da casa de Bethania quando vi um tanto de carros de polícia parados numa rua, e uma multidão de curiosos. Passando pelo lugar, vi o que tinha acontecido: havia um cara morto, caído de bruços no asfalto, do lado de uma árvore. O sangue escorria pelo meio-fio.
Punk Fashion
2003-12-23 04:08:00 +0000
Putz, tempão que não conto nada do Excêntrico aqui...
O Excêntrico é um cara que trabalha na nossa empresa-cliente. Ele tem esse pseudônimo porque ele é um gótico-metal-RPGista, se é que existe tal coisa. Ele é cabeludo, tem uma barbicha de menino de 14 anos, usa um relógio de bolso (é, daqueles antigos, com correntinha), faz piquenique no cemitério e guarda um catálogo dos seus animes/mangas/hentai na carteira. E mostra pra todo mundo.
Mas hoje a gente teve uma reunião importantíssima, com os superintendentes e mais uma pá de gente. Tava todo mundo na salinha de reunião, terno e gravata, data-show, notebooks, tudo com as frescuras sociais de sempre, quando chega o Excêntrico.
Ele estava com o cabelo solto, jaqueta de couro, camisa preta do Rock in Rio, calças pretas e uma botina estranha. E segurava uma revista em quadrinhos japonesa.
Ou seja, no meio dos ternos e gravatas, lá estava ele no seu modelito "Ramones" nerd...
Vou voando para a festa
2003-12-22 02:16:00 +0000
Hoje eu fui a um churrasco de fim-de-ano de uma empresa que é "incubada" na incubadora de empresas onde minha namorada trabalha. O churrasco foi na Clube Náutico da Lagoa dos Ingleses.
Na margem da lagoa só tem condomínios de gente rica, incluindo o Alphaville, aquele condomínio fechado que deu certo em São Paulo e que foi um fracasso retumbante aqui em Beagá. As casinhas padronizadas que você vê na foto são do condomínio.
Mas o mais legal foi que, logo que cheguei lá, perguntei pra Bethânia:
- Ué, cadê o dono da festa?
- Tá ali em cima.
Olhei em volta e não vi o cara. Bethânia disse:
- Não, seu bobo, ali em cima! - E apontou para o céu.
Alguns minutos depois, o paraglider veio pousando... e aterrisou ali, na nossa frente.
Taí uma bela maneira de você chegar a uma festa.
Nota de falecimento
2003-12-17 16:15:00 +0000
Na noite passada, meu HD queimou.
O disco tinha 40 GB de capacidade. Uns 36 GB estavam ocupados. Meu backup mais recente é de julho de 2003, e contém apenas 640 MB.
Tenham um bom dia.
Toc toc. Quem é?
2003-12-16 19:44:00 +0000
No filme "Prenda-me se for capaz", Carl Hanratty (Tom Hanks) faz uma piada com um colega de serviço imbecil:
- Knock, knock
- Who's there?
- Go fuck yourself.
Então, hoje eu estou me sentindo bem "knock, knock"...
Mas que bunda!
2003-12-06 06:41:00 +0000
Eu e Bethania voltando pra casa, de carro. Bethania tava contando os casos da festa de fim de ano do lugar onde ela trabalha:
- Mas aí chegou a Mariana, ela tava de vestido, com as costas abertas, e ela tem uma bunda grandona... cê já reparou?
- Não...
- Depois cê repara, então. Mas aí ela veio e...
- Peraí, você me disse pra reparar na bunda da Mariana?
- Disse, ué, mas deixa eu continuar...
- Não, peraí. Veja bem. Você está me pedindo pra olhar pra bunda da sua amiga?
- Tou!
*Espanto*
- Ok, então, lembre-se disso quando eu olhar, viu!!
*Risadas gerais*
Cara, eu adoro minha namorada...
Doce de leite com carvão e depois eu perdi o ônibus
2003-12-05 17:34:00 +0000
07:50 - Vou a pé até a oficina onde está meu carro, com a esperança de que ele estivesse pronto. É pertinho, uns 3 ou 4 quarteirões e eu estou lá. Logo que entro na oficina, vejo o carro, com o capô aberto. O mecânico (um ex-vizinho, gente de confiança) vem pra me atender.
- Ô rapá! Vem cá procê ver como tá o carro.
Fomos até lá e vi a tampa do motor aberta, mostrando aquela... coisa que tem em cima dos pistãos (pistões?), as válvulas e a corrente de comando. Tava tudo coberto por uma gosma preta, com uma textura parecida com doce de leite com carvão.
- Olha como tá o óleo do teu carro. E olha que tava pior, isso aí é porque a gente já jogou um aditivo pra limpar.
O pior foi a explicação que ele me deu pra aquilo: é que o manual do carro diz pra eu trocar o óleo a cada 20.000 km. Só que os óleos que tão no mercado não duram tanto tempo. Ou seja, os idiotas que quiseram seguir corretamente o manual de manutenção do seu carro, como eu, estão se dando mal. A Ford vai receber um email sobre isso, em breve...
08:05 - Saí de lá para, novamente, pegar o ônibus, cujo ponto é do lado da oficina. Cheguei no ponto e ia separar o dinheiro da passagem, quando vi que isso não seria possível, já que minha carteira havia ficado em casa!
08:15 - Depois de suar debaixo do meu terno, chego no meu prédio. Como eu moro no terceiro andar, toquei o interfone em vez de subir. Atende a babá do meu irmãozinho:
- Valéria, sou eu... faz um favor, joga pra mim a minha carteira pela janela, eu esqueci ela...
- Uh...
BZZT!! E o portão se abre. Acho que eu não me expliquei direito... toquei o interfone de novo. A babá aparece na janela:
- Nããão, Valéria, é só pra jogar a minha carteira, eu esqueci ela aí!
- Ahhhh... - Diz ela.
Nada contra Valéria, ela é excelente para lidar com crianças, meu irmão adora. Só que acho que ela não sabe muita coisa além disso. Depois, com a carteira na mão, saio correndo pro ponto.
08:20 - Quando faltavam dois quarteirões para chegar lá, vejo o ônibus indo embora, ao longe...
08:45 - Entro no outro ônibus. Para completar meu desespero, percebo que o caminho que ele faz passa a UM QUARTEIRÃO da minha casa. Ou seja, se eu soubesse disso, não teria perdido o primeiro ônibus...
Gentlemen, start your engines...
2003-12-04 17:44:00 +0000
Semana passada meu carro saiu da oficina. Novos discos de freio, pastilhas, óleo de freio e o escambau. Esse banho de loja me deixou uns R$ 340 mais pobre.
Mas aí, conforme a Lei de Zé (que diz que meu carro SEMPRE tem que ter um problema), o motor começou a fazer um barulho.
Hoje de manhã fui ao mecânico:
- Opa, você de novo!
- Pois é, o motor tá com um barulho estranho...
Aí segue-se a minha bizarra descrição do problema:
- Olha, só dá esse barulho quando eu estou numa descida e começo a frear. É um barulho medonho, como se o escapamento tivesse aberto. Ah, e a luz do óleo tá dando umas piscadas...
O mecânico fez uma cara de "WTF??" e saímos pra dar uma volta. Peguei uma descida qualquer e ele ouviu o barulho. E, com uma cara de dúvida, disse:
- É... não tá dentro dos padrões não...
Medo.
P.s.: Falando em WTF... essa foi engraçada
Bem no Centro
2003-12-04 03:08:00 +0000
Hoje eu e Bethania fizemos uma maratona de compras no Centrão de Belo Horizonte...
E eu só posso dizer uma coisa. Centrão comanda.
A gente foi comprar presentes para uma criança de uma creche que a gente apadrinhou, aí tinha que achar uma roupa, um brinquedo, material escolar, de higiene e o escambau. A tia de Bethania deu a dica de que tinha muita coisa boa e barata naquelas quebradas perto da rua Paraná. Foi verdade, gastamos pouco e compramos muita coisa, mas deu trabalho!
Alguns produtos que vimos são rotulados pela Rede Globo. Ofereceram pra nós sapatilhas "da Sandy", saias "da Sabrina do BBB"... inclusive quem ofereceu a saia foi uma simpática vendedora chamada Keite (pronuncia-se Kate). O vendedor da sandália dizia, empolgado, que a sapatilha vendia igual água, que a numeração ia de 12 até 40, tamanha a demanda. Por sinal, a porcentagem de "vendedores genuinamente simpáticos" foi muito, muuuito maior que nos shoppings da vida. Esse da sandália, assim que ouviu Bethania dizer que tinha esquecido o número do sapato da menina, ofereceu o telefone da loja pra que ela ligasse pra casa...
Enquanto ela ligava, no fundo da loja, fiquei olhando pra fiação gambiarrada do estoque... e pro saleiro que achei no meio dos sapatos. É, um saleiro... cheio.
Tive também meu momento de glória foi quando entrei em uma loja e olhei para os balcões cheios de roupa... e os preços estavam todos arredondados. Nada de "$3,99" ou "$17,90", era $4,00, $5,50... acho que finalmente perceberam que esses preços-enganação terminados em 99 só enchem o saco. Tanto quanto o pagode que toca non-stop nessas lojas. Lembro que uma música acabou e outra ia começando, e eu mal percebi que eram músicas diferentes.
Fizemos também muita piadinha com as coisas que vimos. Entramos numa C&A e queríamos ver uma blusa que estava num manequim, pendurado na parede. Uma das atendentes foi tirar a blusa pra nós (era a única restante) e, para conseguir, desmontou os braços e a cabeça do manequim. Fiquei perseguindo Bethania pela loja, segurando os braços do manequim como se fossem meus e imitando um zumbi: "BRAAAAIN..."
Double Post: Menina do Rio e Cidade dos Sonhos
2003-12-01 04:39:00 +0000
Hoje tem post duplo, tem sim senhor! O fim de semana foi interessante.
Menina do Rio
Sábado fui rever meus amigos. Ultimamente anda difícil a gente se encontrar, já que 2 deles também são consultores como eu e passam a semana toda no RJ e em SP. Outro deles trabalha em Brasília e vem só nos fins de semana.
Um desses, que está trabalhando no Rio, tava contando os "causos" de trabalho, dos colegas, dos clientes, quando de repente ele diz:
- Putz, mas lá no hotel que a gente tá ficando tem uma menina, consultora também, que é muuuuito chata, credo...
- Ah é, como ela chama? - Perguntei
- Kelly...
- KELLY?!??
- É sim! Credo, ela FALA DEMAIS!!
E subitamente eu descobri onde Kelly está. Desde o começo do mês passado eu não a via mais, porque a alocação dela no projeto havia acabado no fim de outubro. Aí, por coincidência, ela está ficando no mesmo hotel desse meu amigo... eu quase rolei de rir enquanto ele contava:
- Mas um dia a gente foi jantar, eu, ela e um outro colega, estávamos voltando pro hotel, ela virou e falou: "Pô gente, vamo ficar e conversar mais um pouquinho"... esse foi meu erro... a gente sentou no saguão do hotel e ela começou a falar sem parar: "Blá blá blá quando eu morei na França blá blá blá", e eu lá, tentando me manter acordado...
- Né possível, ela JÁ te contou todas as histórias da Europa? - Perguntei
- Pois é, ela contou que tava morando em Paris, aí uma vez ela quebrou a perna e a mãe dela pagou uma passagem de volta pro Brasil, ela veio, tratou aqui e depois voltou. E ficou contando que a mulher do intercâmbio de lá chamou ela de "infantil" por ter feito isso, que ela ficou puta com a mulher...
Esse mundo é realmente pequeno...
O Primo recomenda MUITO - Cidade dos Sonhos
Sentamos, eu e Bethania, pra assistir o filme.
10 minutos de filme:
(Eu) Cê tá entendendo alguma coisa?
(Bê) Eu não, mas vamo ver.
30 minutos de filme:
(Eu) Cara, tá muito interessante, mas... cê tá entendendo alguma coisa?
(Bê) Eu não, mas realmente tá interessante...
1h e 30 minutos de filme:
(Eu) ??????
(Bê) ??????
20 minutos finais do filme:
(Eu) Meu Deus!! Tou entendendo agora!! Queisso!!!!!!
(Bê) Tá louco menino! Me explica!
Final do filme:
(Eu) GENIAL!! LINDO!!!! LINDÍSSIMO!!!!!!!
(Bê) Que filme horrível!!!
E, no fim das contas, Bethania e eu discutimos por quase uma hora os méritos ou deméritos do filme, caçamos reviews na Internet e tal... e descobrimos muita coisa interessante.
Mulholland Drive foi escrito e dirigido por David Lynch, eleito o diretor mais importante da atualidade. O filme havia sido planejado para ser, originalmente, uma série de TV, como Twin Peaks. Mas o pessoal da ABC achou o episódio piloto "muito esquisito". Aí Lynch gravou umas cenas adicionais, editou, completou e montou o filme.
O pessoal da ABC tem toda razão de achar a coisa "muito esquisita", porque o filme é, realmente, MUITO confuso. É como um Matrix sem o Morpheus explicando tudo, multiplicado por 10. Aí, nos vinte minutos finais do filme, a coisa confusa dá uma uma reviravolta, fica de ponta-cabeça e depois estoura. David Lynch não facilita nem um pouco as coisas, mas, meu caro, se você achar o significado no meio da confusão, vai sentir, como eu, a satisfação de ver toda a trama subitamente fazendo sentido na sua cabeça, e lhe dando, de brinde instantâneo, a possibilidade de ver a beleza, profundidade e genialidade de todo o simbolismo que o diretor colocou no filme.
Um exemplo é uma cena, no início do filme, onde tem dois caras conversando numa lanchonete. Um deles conta um sonho que teve, dá detalhes... e ao longo do filme essa cena é quase esquecida, parece estar fora de contexto. Mas depois, se você realmente entende o filme, percebe a riqueza de detalhes dessa cena e a genialidade de David Lynch. Eu jamais vou me esquecer dessa cena, virou referência pra mim quando se falar em cinema.
Outro aspecto da genialidade de Lynch é que ele sabe como transmitir idéias pelas "entrelinhas". O carro que aparece nos créditos iniciais do filme me lembrou muito um carro funerário, o que aparentemente foi proposital, já que na revista Istoé disseram exatamente a mesma coisa. Betty, a personagem principal do filme, também me induziu a pensar muitas coisas sobre ela, coisas que o Pablo Vilaça também pensou e escreveu na sua crítica (do site Cinema em Cena), e que não vou contar porque senão tira a graça do filme. Veja por si só, interprete por si só...
Falando nisso, foi também neste filme que eu pude perceber o que é, realmente, uma atuação digna de premiação. Foi o caso de Naomi Watts, que atuou de forma fantástica, principalmente quando fazia o papel de atriz (?). Naomi ia da candura inocente até a astúcia fatal sem o menor problema. Sua personagem, Betty, foi concebida de forma tão profunda e detalhada que uma atuação "mais ou menos" iria comprometer o filme. Felizmente, isso ficou longe de ocorrer.
A fotografia e a cenografia me surpreenderam. Não houveram cenários exuberantes ou figurinos fantásticos, mas a forma de Lynch filmar foi excelente. Tomadas lentas amplificavam o suspense. Tomadas rápidas mostravam itens cruciais para entender a história, de jeito que te fazia gritar "UAU! Você viu aquilo!?". A trilha sonora, surreal, minimalista e lindíssima, peça-chave para o suspense do filme, foi composta por Angelo Badalamenti... que, inclusive, aparece numa curiosa cena do filme.
Mas o que colocou esse filme no meu TOP 10, honrosamente do lado dos imbatíveis filmes do Kubrick, foi o roteiro. O problema é que... eu não posso falar absolutamente nada sobre o roteiro aqui, sob risco de estragar a graça do filme para você que ainda não o viu. Mas uma coisa você já pode ir sabendo: nas sessões para críticos de cinema, que aconteceram no lançamento do filme, houve gente vaiando, dando risada e saindo antes do final do filme. Pobres coitados, perderam uma obra-prima do cinema só porque não se dispuseram a entender. As opiniões foram bastante ambíguas entre a crítica especializada...
Por sinal, se você gosta de filmes mastigados e fáceis, não perca seu tempo com Cidade dos Sonhos. Agora, se você se dispõe a um pequeno desafio de lógica e percepção, assista.
Se tudo o mais falhar, leia a crítica do Pablo Vilaça, do site Cinema em Cena, que está dividida em duas partes: uma é a crítica mesmo, outra é uma excelente e imperdível explicação do filme e sua belíssima simbologia.
Conclusão: Cidade dos Sonhos é uma referência do que é possível fazer com a arte cinematográfica. É belíssimo, lindíssimo, genial, profundo, imperdível. Se você pudesse ver apenas um dos filmes que eu recomendei aqui no blog, eu diria para ver este. Não perca. Talvez este filme lhe ajude a entender seus próprios sonhos... pra não me deixar mentir sozinho, transcrevo aqui o que o pessoal do site Coisa de Cinema (Warning: fundo azul medonho no site) diz:
"Fazendo com que o mais importante seja o durante e nunca finalizando as expectativas, Lynch faz com que nossas cabeças funcionem sem parar, criando, desconstruindo e sugerindo possibilidades absurdas. É muito divertido!"
Electronic Loser
2003-11-27 17:39:00 +0000
Hoje sobramos só eu e um consultor da outra equipe, aí acabei chamando-o por acidente pra almoçar.
É que eu já ia saindo, ele tava digitando freneticamente no PC e eu falei inocentemente:
- Ué cara, não vai almoçar não?
- Vou sim, vamo lá no Assacabrasa? Já tou desligando aqui - disse ele...
Aí fomos os dois juntos. Papo vai, papo vem, a conversa entrou na praia da música eletrônica, que ele também gosta. E ele ia contando suas peripécias e fazendo com que eu me sentisse o pior dos piores:
- É, eu vi o Carl Cox lá em SP, foi lindo cara...
(Zé comenta: Quase nenhum dos meus amigos gosta de música eletrônica. E eu, que tenho quase zero de iniciativa, nem me importo em ficar sabendo do que está rolando aqui em BH pra ir. Aí passam os fodassos internacionais pela cidade, como Laurent Garnier, e eu estou muito ocupado, dormindo sozinho, pra ir ver. Depois, eu baixo uns 2 sets do Garnier e fico ouvindo e pensando: "Mas como diabos eu não fui ver esse cara tocar, meu Deus???". E nosso colega aí vai pra São Paulo ver os caras tocarem.).
- E eu fui em todos os Skol Beats...
(Zé comenta: No último Skol Beats, Deus resolveu vir fazer uma participação especial na pele do DJ chamado Jeff Mills. Mills é a razão pela qual eu amo música eletrônica, e eu não movi uma palha para vê-lo aqui no Brasil. Eu sou um pior.)
- Todas as vezes que o Anderson Noise veio aqui em BH eu vi ele tocar. Pra mim ele é o melhor do mundo...
(Zé comenta: Eu já vi Anderson Noise. Na rua, passando de carro... no supermercado... mas NUNCA VI ELE TOCAR. Já estive a 1 hora de vê-lo tocar duas vezes, nos dois festivais "Eletronika" que tiveram aqui em BH e que é o único evento de música eletrônica que acabo indo no ano. Mas nas duas vezes acontecia algo, alguém que estava comigo ficava querendo ir embora, e eu não o via tocar. É o destino? Não, lerdice mesmo.)
- Ah, eu vi o Noise tocando lá em Ibiza também, viajei pra lá com minha namorada uma vez...
(Zé comenta: Ibiza!!!! IBIZA!!!! Você sabe o que significa a palavra "Ibiza" pra quem gosta de música eletrônica? Vou te explicar: Imagine uma praia linda e badalada do Brasil. Agora, tire o pagode/axé e substitua por música eletrônica tocada pelos melhores DJs do mundo, 24 horas por dia. Pegou aí?)
Conclusão: Eu tenho que ser menos lerdo e ter mais iniciativa com as coisas que quero fazer na minha vida. Por sinal, neste final de semana eu tenho uma ótima possibilidade de, finalmente, ver o Noise tocar, já que nosso colega me deu a dica de que ele vai estar num simpático local chamado "Deputamadre". Vamos ver...
Fraldinhas de 400 gramas
2003-11-22 04:27:00 +0000
Fui com Bethania num lugar chamado Parrila do Maranhão.
Estávamos com o cardápio na mão, querendo pedir uma fraldinha (é o nome da carne). No cardápio estava lá, em letras garrafais: 400 gramas.
Chamei o garçom:
- Escuta, essa sua fraldinha é bem servida, como é?
- Err... são 400 gramas.
- Pois é, mas isso é muito ou pouco?
- Err... é quase meio quilo...
Comida sim, festa não
2003-11-12 21:50:00 +0000
Me ligou uma mulher da LBV pedindo uma doação. Era pra pagar uma cesta de alimentos para uma criança. Aí ela disse exatamente esta frase:
- É que em vez de fazermos uma festa preferimos dar pras crianças uma cesta de alimentos. Elas precisam mais deles, né?
Ganhou a doação na mesma hora.
Pelo visto o pensamento da LBV não está tão distante do pensamento da minha incrível campanha...
Yo, good
2003-11-12 04:56:00 +0000
Ao comprar iogurte, sempre prefira as marcas que sejam, no mínimo, "very good".

Erro
2003-11-11 03:20:00 +0000
Agora eu realmente pisei na bola.
Do berro que o gato deu... BIICHAA!
2003-11-07 21:44:00 +0000
Passei em frente a uma banca de revistas e vi pendurada uma revista gay, com DVD erotico gratis.
O nome do filme era: Me atirei no pau do gato.
Depois ficam reclamando de preconceito contra a classe...
Ubersoft tech support, Alex speaking...
2003-11-04 15:30:00 +0000
Caracoles. Eu estou sem tempo.
Só notei isso porque perdi uma dúzia de tirinhas do Help Desk
O Primo na Adega do Sul
2003-10-31 20:29:00 +0000
Hoje é o último dia de um dos projetos onde estou alocado, além de ser aniversário da Kelly. Então lá fomos nós todos fazer um "almoço especial" de despedida. E, obviamente, tinha que ser um lugar especial (ou seja, caro e grã-fino).
E lá fomos nós pra Adega do Sul.
Eu detesto lugares grã-finos e caros. Primeiro, porque são caros (óbvio). Segundo, porque são grã-finos. Aí é complicado, porque parte do meu conceito de comer bem envolve não pagar caro e me sentir à vontade no local, coisa que não acontece nesses lugares. Mas, justiça seja feita, a comida é realmente mais gostosa do que nos lugares "normais".
A primeira coisa ruim desses lugares é o atendimento excessivamente bom. Digo excessivamente porque o manager (lugares assim não tem gerente ou recepcionista, tem manager, hostess e outras bobagens americanizadas) passou pela nossa mesa por SEIS VEZES perguntando se estava tudo bem, se estávamos bem servidos. Deu vontade de virar pra ele e falar que se estivesse algo errado, eu o chamaria. "E pare de me encher o saco", pra finalizar.
Outra coisa ruim é não fazer idéia do que você está comendo. Eu me levantei para me servir no buffet de saladas, ia olhando e pensando:
- Hmm, que é isso? Hmm... não, que coisa mais estranha... hmmm, e esse feijão sem cor aqui? Essa cenora cor de baunilha? Eco. Argh, e isso aqui? Credo, como isso aqui chama?...
Quando vi, eu estava no final do buffet e meu prato estava vazio. Tive que pegar uns queijinhos, uns presuntos estranhos e vinagrete (únicas coisas que conhecia) e voltar pra mesa.
Ah, os cubos de gelo que ficavam embaixo do buffet eram... redondos e... etiquetados. É que não era gelo, eram umas bolsinhas redondas de plástico transparente que eles congelavam.
As carnes eram servidas a todo instante. Pra indicar se você queria ser servido, na mesa tinha uma coisa redonda, tipo um porta-copo, onde um lado tinha uma boca de mulher, verde, aberta, escrito: "Sim, por favor. Yes, please.". Do outro, a boca era vermelha e tinha escrito: "Não, obrigado. No, thanks". Só sei que a boca verde aberta e o "yes please" me deixaram pensando bobagem...
Teve uma coisa que foi meio traumática: um dos garçons passava com um carrinho, sobre ele havia um leitãozinho, assado inteiro, daquele jeito que se vê nos filmes onde tem aqueles banquetes. O pobre do leitão tinha duas cerejas no lugar dos olhos e uma rodela de limão na boca. E ele estava sorrindo! Juro pra vocês que toda hora que o leitão passava, eu não conseguia tirar o olho do seu sorriso com limão.
Mas teve coisas boas. A primeira foi a picanha. O garçon passou anunciando "picanha nobre, senhor?" e eu logo quis comer uma nobre (opaa). Ele jogou a picanha no prato e ela fez "plaft", e esguichou sangue. Acho que nunca escrevi uma descrição tão nojenta para algo tão gostoso. A outra coisa boa, por incrível que pareça, foi a sugestão da Kelly para sobremesa: petit gateau. Esse é o nome idiota para sorvete com um bolinho quente e suculento de chocolate com calda dentro. Incrivelmente bom. Pena que não vendem isso no supermercado. E a terceira coisa boa: quando eu me lembrei da conta, ela já estava paga! Quem pagou foi o consultor sênior da nossa equipe.
Mas o melhor de tudo, disparado, é que enquanto escrevo este post, Kelly vai embora da sala... e não mais terei que suportá-la, já que o projeto acabou. Adeus, Kelly, vá pro inferno.
Satã mora ao lado
2003-10-30 13:35:00 +0000
Por uma razão bizarra, o interruptor de luz da sala onde estou trabalhando fica na sala ao lado.
Entrei lá para acender a luz e vi, desenhado num quadro branco, um pentagrama invertido. Sobre ele estava escrito: "666".
Ah, aqui que é a sala do Excêntrico...
There's a little black spot on the sun today
2003-10-22 20:55:00 +0000
Ontem eu tava dirigindo de volta pra casa e lá estava o sol, no horizonte, grandão... e bem vermelho, escurecido por causa da poluição toda. Oh, que poético, esta bucólica visão do crepúsculo... mas peraí. Olhei de novo, tinha uma manchinha no sol. Uma manchinha preta.
BLAM!! Foi o que faltava para disparar "King of Pain", da Alanis Morisette do The Police, em loop eterno, no meu cérebro.
Um lugar estranho
2003-10-22 19:28:00 +0000
Se meu antigo projeto era marcado pela "irritância" da Kelly, este novo projeto é marcado pela esquisitice.
O principal responsável é nosso colega, o "Excêntrico". Hoje eu vi que ele usa um "relógio de bolso", daqueles do século passado, com uma correntinha pra você prender no cinto. E ele fuma cigarros pretos, acho que de menta.
Mas o mais legal é meu celular. Eu notei que algumas horas ele dava sinal, outras ele ficava sem serviço. Aí descobri o segredo.
Na mesa onde eu me sento, se o celular ficar do meu lado esquerdo, não tem sinal. Se ficar do lado direito, funciona normalmente. Eu juro pra vocês.
Ídolos Doutores
2003-10-15 18:07:00 +0000
Passei os últimos dias longe da Kelly (YYYESSS!!!), em outro projeto com outra equipe. É bom rever os velhos motivos de piada, como por exemplo o "excêntrico"...
Lembra dele? Era o RPGista/Gótico/Metaleiro/Administrador público que anda acompanhando a gente nas reuniões dos projetos. O que tem barba em "tufos aleatórios" no rosto e cabelo comprido. O que falou que ia dar um pinto (não, não é o galináceo) de chocolate pra namorada. O que tirou da carteira um papel surrado e mostrou, orgulhoso pra gente; era a sua lista de revistinhas, inclusive as dos Cavaleiros do Zodíaco e as de desenho pornográfico. Entre outras coisas medonhas...
A gente ia pra uma reunião e ele, no carro, comentava que seus ídolos da adolescência eram o Dr. Spock e o Dr. Brown, do De Volta para o Futuro. Depois, arrematou, apontando para um quarteirão famoso do centro da cidade:
- Meu sonho é pegar esse quarteirão e transformar numa Galeria do Rock... encher ele dos meus gostos bizarros. Ia ter desde loja de disco até clube de sadomasoquismo. E deixa rolar!
Nesta data querida
2003-10-10 04:04:00 +0000
Já passou de meia-noite. Hoje é meu aniversário.
Ontem eu estava levando Bethania em casa, e ela chateada porque não conseguiu comprar um presente pra mim. Eu expliquei pra ela que eu não ligo pra datas, que se ela me desse algo no dia 31 ia ser a mesma coisa. E fui emendando:
- Não sei porque essa coisa com datas...
- Ora Zé, aniversário pô, é o momento da gente comemorar!
- Ah, mas precisa ser no dia do aniversário? Comemorar o quê...
- É aquela data pra se comemorar, ver que é feliz... olha você, tem um emprego legal, tem amigos, uma família que te adora... você tá bem de vida.
Depois que ela ficou em casa, eu me lembrei de um fato que aconteceu na última segunda-feira...
Saindo do serviço, fui pegar o carro. Ele estava estacionado longe do meu trabalho porque não tinha encontrado vaga de manhã. Deixei o carro num bairro rico, os quarteirões cheios de prédios imensos, com porteiro, fachadas de granito com nomes bestas em francês...
Descendo a rua e vendo os halls brilhosos de entrada dos edifícios, vi uma família de carroceiros na esquina. Desses que catam papelão. Eram o pai, jovem, imundo e cabeludo, a mãe, suja, sentada na calçada e, junto com ela, uma criança de no máximo 2 anos.
A criança chorou. Ela estava dentro de uma banheira de bebê, velha, vazia. O choro dela durou só uns 2 segundos, naquela cena que por 24 anos da minha vida foi comum de se ver. Mas, não sei por quê, eu senti dor. Dor como nunca senti, nem nos momentos mais excruciantes da minha vida. Joguei o notebook no porta-malas do carro enquanto via o pai se afastar pra catar papel, e a criança lá, sentada.
Aquela cena ficou insuportável.
Eu já havia visto aquela cena milhares de vezes: gente pobre. Tem por todos os lados. Mas eram catadores de papel, eram gente que trabalhava. Eu nunca havia me sentido tão mal quanto me senti vendo aquilo. Milhares de coisas passavam pela minha cabeça enquanto eu olhava para eles. A situação se resumiu a uma questão simples, eu tinha, eles não, e isso de repente era abominável e doloroso. Eu precisava fazer alguma coisa. Eu precisava muito fazer alguma coisa. Liguei o carro e dei a volta no quarteirão. Parei numa padaria.
"Pão e leite". Era a idéia fixa na minha cabeça. Entrei na padaria, chique e rica como o bairro. Eu mal conseguia olhar para os lados. Acho que sentia vergonha de fazer parte daquele mundo. Saí tão rápido quanto entrei, e voltei até a esquina. Só estava a mãe e a criança, ambos sentados na calçada.
Parei e fui até lá. A mãe olhou para mim. A partir daí os sentimentos já se misturavam todos, e comecei a falar meio que automaticamente:
- Ei, irmã... você tá precisando de um pão ou um leite?
- Ué, se você quiser me arrumar... - respondeu ela.
Me agachei e olhei mais de perto o menino, enquanto entregava o pão.
- Como ele se chama? - Perguntei
- É Ian...
- Ian... eu tenho um irmãozinho mais ou menos da mesma idade.
Olhei nos olhos do Ian e vi... acho que vi por que aquela cena, daquela vez me incomodou tanto. Dentro daqueles dois olhos que me olhavam de volta, intrigados, eu vi alguém tão cheio de possibilidades, tão complexo e tão vivo... e ao mesmo tempo tão acuado e enclausurado pelas circunstâncias... e vi o contraste das possibilidades dele com as minhas possibilidades, e senti vergonha do meu mundo, quando vi o mundo dele. Me levantei.
- Fica com Deus... tchau, Ian...
- Dá tchau pro moço, Ian - Dizia a mãe. Ele nem se mexeu e continuou olhando.
E entrei de volta no carro, com lágrimas nos olhos. No meio da tristeza e da vergonha, percebi que alguma coisa dentro de mim estava profundamente mudada.
Eu me senti verdadeiramente responsável pela dor de outra pessoa.
Quando eu acordar, vai ter a comemoração de sempre, o pessoal liga, deseja felicidades. As possibilidades que eu tive a graça de experimentar vão ser relembradas. As virtudes e conquistas vão ser relembradas.
Mas o que eu realmente quero de presente... Deus do céu, o que eu realmente quero são muitos anos de vida para poder dar alguma possibilidade a quem quase não tem nenhuma!!
Emergência de diálogo
2003-10-08 17:26:00 +0000
Fomos almoçar, a equipe toda, incluindo Kelly. Sentamos à mesa e o papo ia bem, Kelly estava um pouco mais calada que o normal.
Eu achei aquilo estranho, pois ela não tinha dado nenhum palpite inútil até aquele momento.
Aí, de repente... provavelmente só porque eu estranhei, Kelly começa a falar. Leia o trecho abaixo imaginando a voz aguda. Gradualmente ela começa a rir enquanto fala, o que deixa a voz MAIS aguda e quase ininteligível.
- Ai gente, ontem eu liguei pra minha amiga, aí ela falou assim: "Eu tenho terapia de 8 as 9", só que eu entendi que ela tinha Karatê! Aí perguntei, "ai amiga, que karatê é esse" e ela disse "não, é terapia" e foi muuuuito engraçado a gente ficou rindo duas horas no telefone depois disso!!
Todo mundo parou e se entreolhou... era hora do "papo contingência"!!
O papo contingência é algo que você tem que dizer depois de algo completamente imbecil como essa história. Só pra não ser mal educado. Aí, no pânico geral, começaram as frases contingenciais:
- É, chama a Telemar que deve estar com ruído na linha...
- Pois é... mas o Karatê não deixa de ser uma terapia...
Eu vi gnooomos
2003-10-06 20:34:00 +0000
Eu tou no micro.
De repente, aparece a cara da Kelly no vão entre o monitor e a CPU.
Kelly pára, fica 1, 2 segundos... depois começa a rir.
Aí esconde de novo e depois aparece, só os olhinhos, por cima do monitor.
Cara... Deus abençoe o Diazepam!!!
Kelly the Junkie
2003-10-06 18:48:00 +0000
Na última sexta-feira, Kelly aprontou uma. No meio de uma reunião com mais de 50 pessoas, chegou pra mim quase gritando por causa de uma data pra entrega de uns relatórios que, segundo ela, era "inviável". Aí ela continuou reclamando, xingando, até uma hora que o líder da nossa equipe gritou de volta com ela.
- KELLY, PÁRA DE RECLAMAR!! TEM EQUIPES QUE NÃO TEM NINGUÉM, A SUA TEM TRÊS PESSOAS PRA TE AJUDAR!!
Uh gostoso.
Aí hoje fomos eu e ela pra uma reunião. Eu tinha sugerido um tanto de coisas pra tratar, ela nem ligou. Então deixei ela se danar e tocar a reunião. O pessoal discutia assuntos nada a ver entre si por cinco, dez... quinze minutos, e Kelly ficava parada, com cara de pastel de palmito. Por uma ou duas vezes eu interferi e voltei a reunião pros eixos. Mas na terceira eu desisti.
Peguei o notebook e escrevi:
"Kelly, e agora? Eu sugiro levarmos a discussão pra algum desses objetivos aqui: Blá blá blá..."
E mostrei a tela pra ela, como se estivesse mostrando alguma planilha ou algo assim. Ela pegou o notebook e digitou de volta:
"Ah, desisto..."
Aí meu sangue ferveu. Pô, o que diabos essa mulher tá fazendo?? E eu aqui perdendo meu tempo. Digitei de volta no nosso notebook, versão moderna da "conversa em sala de aula via papelzinho":
"Então encerra a reunião ou conclui alguma coisa!"
Eu queria escrever "ou caga ou sai da moita", mas achei que seria inadequado...
Aí Kelly começou a fazer tudo errado, definir umas metas no chute, sugerir coisas pro pessoal enquanto deveríamos estar coletando sugestões... eu entreguei pra Deus e fiquei com cara de paisagem. Até que Kelly virou pra mim e falou baixinho:
- Zé... será que tá legal isso?
- Olha... não.
Aí peguei e, num surto de paciência, "corrigi" o rumo da coisa, planejamos mais uns levantamentos de dados e encerramos a reunião. Eu não tava entendendo de onde estava saindo tamanha lerdeza da menina, tava mais que o normal. Até que ela tira um pacotinho de comprimidos da bolsa.
- Que é isso, Kelly?
- Ansiolítico...
Li o rótulo dos comprimidos. Diazepan...
- Eu tava matando cachorro a grito, tive que tomar uma atitude - Completou ela.
E tudo se explicou. Agora Kelly controla-se graças aos benefícios da química. Pena que ela continua falando sem parar.
Are you begging for a break?
2003-10-02 19:58:00 +0000
Apareceu um velho amigo no meu MSN, gritando de alegria.
O motivo? Pediu demissão...
Não é de se estranhar. Segundo ele, o hino da empresa de onde ele está saindo é "We suck young blood", do Radiohead...
She's in a baaaaaaad mood...
2003-10-02 13:21:00 +0000
Kelly está de mau humor hoje. Nem me cumprimentou...
Que bom, hoje o dia vai ser ótimo!
Street Blogging
2003-09-30 20:00:00 +0000
Não estou trabalhando hoje e fui resolver umas coisas, consertar o carro, ir ao banco e tal. O bom desses períodos é ter contato com certos tipos curiosos de pessoas...
Por exemplo, ir ao banco é uma piada: é só eu entrar na fila e eu tenho certeza que vai ter alguém reclamando. Hoje foi uma gorda que custou a passar pelo detector de metais e começou a choramingar:
- É um absurdo isso, quase que eu tenho que tirar a roupa pra entrar... e outro dia eu passei sabe com o quê na bolsa? Um canivetinho!
Eu estou imaginando até agora o assaltante entrando no banco, tirando o canivetinho e gritando: "ISSO É UM ASSALTO!". Acho que eu ia rir.
Mas o pior foi agorinha mesmo, na sala de espera da oficina mecânica onde estou. Um cara pegou um copo d'água no bebedouro e falou com outro cara:
- Rapaz, um cientista aí falou outro dia que por mais que a água seja limpa, você acaba bebendo um quilo de bosta por ano!
- Queisso! - disse o outro cara
- Sério! Foi um cientista americano que fez a pesquisa, coletou água de várias partes do mundo...
Eu podia fazer um post inteiro só pela parte do "cientista americano", mas deixa quieto. Aí, pra fechar com chave de ouro, o cara arrematou:
- É, aqui no Brasil a gente deve beber de bosta é um quilo e meio...
To do:
2003-09-25 14:01:00 +0000
Tipo que o mês de Outubro tem 23 dias úteis.
Eu tenho 10 dias alocados em um projeto, e 6 em outro. Isso significa que eu não terei o que fazer por 7 dias do mês de Outubro.
Ah, lembrando que eu também não trabalharei nos dois últimos dias desse mês (segunda e terça).
Agora pergunte-me: eu receberei por esses dias? A resposta é sim. Pelo menos até Março do ano que vem (enquanto ainda serei um trainee).
Enemy Territory, me aguarde. Fotos do site da GE, me aguardem.
Escuta essa!
2003-09-25 13:12:00 +0000
Nossa colega de trabalho predileta, Kelly, está papagaiando sobre alguma coisa comigo. Sei disso porque os lábios dela estão se movendo e ela está olhando pra mim.
Mas só consigo ouvir D. Boon cantando:
"If, if Reagan played disco
he'd shoot it to shit
you can't disco in jackboots.
Or, or on a white horse
he'd sing lame lyrics
and try to reach the working man!"
Deus abençoe Minutemen e os fones de ouvido.
Trim... surpresa!
2003-09-24 03:58:00 +0000
Logo que pedi demissão do Banco eu recebia uma ou outra ligação de alguém de lá, perguntando algo sobre o sistema que eu mexia. Já faz alguns meses que as ligações pararam, o que é natural.
Aí hoje toca o telefone, alguém quer falar com "Tinoco"... e era uma mulher cujo pseudônimo será "Tânia".
Tânia trabalha no Banco... pensei comigo: "Putz! A coisa lá deve estar preta pra me ligarem depois de tanto tempo". Peguei o telefone:
- Alô, Tânia? Tudo bem?
- Tudo, Tinoco! E por aí?
- Por aqui tudo ótimo... e aí, o que manda?
- É o seguinte... como é que foi que você pediu demissão?
Por essa eu não esperava!!
- Er... como assim?
- É, como foi o processo? Você chegou e falou com o chefe, fez carta de demissão, o que foi? É que eu acho que vou sair também...
Pra minha surpresa, Tânia está arrumando um emprego melhor em outro lugar e quis me perguntar como foi o processo de demissão, já que eu tenho "experiência" no assunto. Pelo que ela me contou, a coisa lá não mudou muito e não está com perspectivas de mudança. Como pintou uma oportunidade, ela resolveu dar uma chance pra sorte.
A vida imita o clipart
2003-09-16 03:55:00 +0000
Hoje eu passei a tarde toda numa reunião. Todo mundo lá sentado enquanto em volta do projetor, um colega ficava do lado da tela fazendo a apresentação, quando me bateu um déja vú.
Putz, essa cena... é igual aqueles cliparts do Word!
Tem também aquela outra cena típica, todo mundo tira o paletó, arregaça a manga da camisa, e fica todo mundo amontoado em cima do notebook de alguém pra terminar algum relatório. Aí você clica em Inserir/Figura/Clipart e tá lá.
Meu Deus... minha vida agora é imitar clipart...
Breaking (glass) news
2003-09-13 03:10:00 +0000
Putz, ultimamente eu andava sem novidade nenhuma pra botar no blog...
Aí hoje finalmente aconteceu alguma coisa que vale a pena contar aqui!
Arrombaram meu carro e roubaram o som.
Update: Meu painel nem estragou tanto, pelo menos isso. E o vidro novo ficou em R$ 108.
Se você souber de alguém que teve a frente do CD roubada e quiser comprar uma que seja original (pra não dar mais dinheiro pra esses ladrões F.D.P.), fale comigo. É um Pioneer, modelo DEH-P3150.
Psychonsulting
2003-09-09 03:24:00 +0000
Outro dia eu falei que essa vida de consultoria me trouxe coisas que eu jamais me imaginaria fazendo.
Uma delas foi hoje.
Eu me imaginei pegando o grampeador da mesa, andando até uma pessoa, socando a cara dela contra a mesa até sangrar, depois eu virava a cara ensanguentada da mulher (é, mulher), olhava por um ou dois segundos o choro misturado ao desespero, daí começava a grampear a testa dela, com força, pros grampos pegarem no osso do crânio.
Putz. Credo, nunca imaginei que alguém fosse me despertar tanta raiva.
Moda é nada
2003-09-05 22:02:00 +0000
Passou uma colega de serviço aqui falando:
- Ai, saí ontem da Happy News era mais de 1:30 da manhã...
Happy News é uma boate nova aqui de BH. Aí eu perguntei:
- Essa Happy News é boa mesmo? Todo mundo vive indo lá...
- Ah... sei lá... é a que tá na moda né...
Diversão é isso aí, é ir num lugar legal e não fazer a mínima idéia de por quê ele é legal.
Necessidades
2003-09-02 14:57:00 +0000
Agora estou com dois projetos aqui no serviço. Alguns dias eu estou num lugar da cidade, outros dias estou em outro.
E estou começando a ver o lado ruim da consultoria: os banheiros.
Aqui no meu novo local de trabalho é impossível usar o banheiro para fins, er, "sólidos". O bebedouro que tem em frente ao banheiro tá bichado e inundou o chão da entrada do banheiro, aí todo mundo que entra acaba alagando e sujando todo o chão (depois fiquei sabendo que o problema foi que acharam um rato no bebedouro). E a privada não tem espaço num dos lados, já que ela foi instalada no canto do banheiro.
Consequentemente, é impossível usar a privada de frente, só de lado. E parece que isso confundiu a pontaria do pessoal, que fez o favor de mijar por tudo quanto é canto.
In terno
2003-08-29 13:18:00 +0000
Ontem eu ia saindo de uma reunião, abotoei o paletó... e um colega falou:
- Sabe, não se abotoam todos os botões do paletó, só os dois primeiros...
- Ah é? Por que? - Perguntei
- Não sei, aprendi assim.
Elegância é isso aí. Você fica bonito e não sabe por quê.
I love this game
2003-08-28 00:23:00 +0000
As 18h eu voltei de uma reunião dificílima, com superintendentes e diretores e eu, mero trainee, onde teve até gente que levantou da cadeira e saiu da reunião, por não concordar com as proposições que o pobre coitado aqui estava trazendo.
São quase 20:30 e eu ainda não saí do serviço.
E estou rindo atoa e farei isso novamente quantas vezes forem necessárias.
Cada vez mais eu me convenço de que essa foi a melhor guinada profissional que eu podia ter dado.
A sapa nao lava o pé
2003-08-26 13:30:00 +0000
Outro dia aqui no serviço uma das minhas colegas da equipe tirou o sapato e falou:
- Gente, se eu tirar o sapato vocês não vão ficar fazendo piadinha de "que cheiro de queijo é esse" não né? Hi hi hi!
Aí passou um tempo, eu tinha até esquecido disso, quando passei perto da mesa dela e pensei... "Credo! Que fedor é esse?!?"
Pois é, e não é que a diaba da mulher realmente estava com um chulé impressionante?!
Você sabe que está ficando velho quando...
2003-08-19 17:55:00 +0000
1 - Você faz aniversário de namoro... quatro anos de namoro...
2 - Durante as comemorações do aniversário de namoro você conversa sobre... em que bairro vai morar depois de casar...
3 - Você vê na rua aquela menina do cursinho que você era apaixonado... com um barrigão de grávida
4 - Seu rádio do carro está permanentemente na CBN, a rádio que toca notícia
5 - Antes de dormir você dá uma ligadinha na tevê... pra assistir BandNews...
Tudo verídico no meu caso...
Mental Loop
2003-08-14 12:55:00 +0000
Na tonga da milonga do cabuletê...
Na tonga da milonga... do cabuletê...
Na ton (SOCORRO!! TIRE ISSO DA MINHA CABEÇA!!)
Na tonga da mil (SOCORRO!!! FAÇA ISSO PARAR!!!)
Na tonga da milonga do cabuletê...
Na tonga da milonga... do cabuletê...
Enchendo linguiça (mas com estilo)
2003-08-12 21:13:00 +0000
Putz. Acho que realmente virei um consultor. Olha o parágrafo que acabei de escrever num relatório:
Para a operacionalização do novo fluxo é necessária uma estrutura organizacional que dê o suporte necessário à execução do fluxo redesenhado do processo, destacando corretamente as competências e responsabilidades cabíveis aos níveis de atividade estratégicos e táticos.
Escrevi adoidado e não disse nada.
A Profecia
2003-08-08 21:04:00 +0000
Trabalhar com consultoria me trouxe muito conhecimento novo. Um deles foi o de "previsão de piada".
Explicando: TODAS as piadas que eu recebo no email de colegas de serviço são repetidas. TODAS. E o pessoal lê e adooora. E muitas vezes eu descubro qual é a piada antes de me contarem, só pelos comentários de quem já viu a piada.
Acontece assim: a gente está trabalhando aqui na sala, de repente alguém começa a rir e fala: "Essa é óótima!! Fulano, encaminhei pro seu email, olha aí!". O Fulano pega, lê, ri e fala:
- Mas que isso, não é possível, aconteceu mesmo?
- Me mande essa piada aí - digo eu
- Vou mandar. Mas olha, tem umas putarias no meio!
- Tem problema não, pode mandar!
E nesse instante o "joke instinct" começa a funcionar. As informações da piada são reunidas mentalmente - Envolve um fato citado como sendo real; Possui tema relacionado à sexualidade...
Aí o arquivo chega no meu email, chama-se JOVEM_PAN.DOC.
*PLIN!* Piada descoberta!
Sem abrir o arquivo ou ler mais nada no email eu concluo que é aquela de um suposto concurso de rádio onde o locutor sorteia uma viagem pro casal se eles acertarem a hora e o local onde fizeram sexo pela última vez, e a mulher fala que foi "na bundinha".
Dito e feito, era ela mesmo.
Tie Fighter
2003-08-08 04:13:00 +0000
Aconteceu de novo, uma senhora desconhecida no ponto de ônibus me deu um "bom dia" todo sorridente, provavelmente porque eu estava de gravata.
Mas tem também o lado ruim. Eu fico na porta de qualquer prédio/loja e as pessoas vem: "Você trabalha aqui?"
E tem o lado caos. Ontem eu ia saindo do serviço quando passou um cara maluco, de terno rasgado, maleta amarrada com uma corda pra não abrir, e umas folhas na mão. Me parou e mostrou as folhas, umas fotos de gente esquisita:
- Olha aqui, agora, só porque esse cara participou da passeata o FBI tá atrás dele! É um absurdo isso!
E continuou andando. Efe bê ih... que saco, por que que no delírio dele não rolou uma Políciazinha Federal mesmo?
Queima de arquivo
2003-08-06 22:09:00 +0000
Uau!
As coisas aqui no serviço andavam emocionantes. Mas agora elas ficaram tão emocionantes que tive que deletar uns posts daqui do blog.
Vamos contar o que houve de forma bem "aerada": a gente estava aqui trabalhando, legalzinho, bonitinho. Aí ficamos sabendo umas coisas e percebi que tem uma bomba de proporções estaduais que pode estourar a qualquer momento. E meus "causos" que conto aqui, apesar de não terem nada de confidencial, podem me comprometer (no melhor caso) ou comprometer toda a credibilidade da empresa onde trabalho (no pior caso), caso alguém mal intencionado os encontre. Então achei por bem passar a tesoura.
E não posso mais entrar em detalhes. Move along, nothing to see here...
Burn, Berlin, Burn!
2003-08-06 14:30:00 +0000
"I wanna fuck the systeeeeeeeeemmm!!"
Isso é que é punk: consultor, de gravata, digitando textinhos no notebook, e ouvindo Atari Teenage Riot.
Vai é na cara!
2003-08-04 16:16:00 +0000
Hoje de manhã estava numa reunião com o pessoal das repartições da Fazenda. Estávamos conversando sobre os contabilistas que vão até as repartições, eu já ia morrendo de tédio quando uma das participantes da reunião disse:
- ... mas tem como localizar os contabilistas no sistema sim, inclusive aquela que bateu no Marcelo a gente achou o endereço no sistema...
Pára tudo: bateu?!
No final da reunião a gente perguntou qual era a dessa história. Aparentemente uma contadora foi na repartição conversar com esse Marcelo, de repente se enfezou e meteu a mão na cara do coitado. Segundo ela foi um "auê", deu processo contra a mulher e tal...
E eu que achava que só os analistas de sistemas eram profissionais malucos...
Não
2003-07-30 19:30:00 +0000
Não, eu não preciso disso.
Não preciso entrar no servidor e encontrar, no meio das pastas de arquivos de trabalho, uma pasta chamada "Tudo di bom para mulheres", cheia de fotos do Rodrigo Santoro.
E não, não preciso ficar ouvindo a mulherada gritando "uis" e "ais" enquanto se debruçam sobre um computador e vêem as fotos.
Não
2003-07-30 15:45:00 +0000
Eu não preciso disso. Não.
Eu não preciso ouvir gente me dizendo: "Nossa!! Nossos CPFs são parecidíssimos!!"
Gott, vielen dank!
2003-07-23 20:18:00 +0000
Putz, esqueci disso...
Deus, obrigado por eu voltar a trabalhar ouvindo música!!!
P.s.: O título em alemão é porque cismei de aprender alemão, aí já viu, fico querendo praticar em tudo.
Osmar comanda
2003-07-23 03:52:00 +0000
O som no meu micro ficou esquisito de repente.
Dei 3 boots, reinstalei drivers, abri o micro pra limpar a placa de som, passei raiva e só depois disso tudo descobri o problema.
Mau contato no fio do meu fone de ouvido.
Cataratas vermelhas
2003-07-22 20:56:00 +0000
Uma colega de trabalho acabou de sair do banheiro e me falou assim:
"Puxa! Tem 3 meses que eu não menstruo, agora veio tudo e não aguento mais, tou igual uma cachoeira!!!"
Agora eu vou sentir nojo de tudo que for vermelho pelas próximas 3 horas.
Gentileza Urbana
2003-07-21 13:32:00 +0000
Putz.
É a segunda vez que eu estou andando na rua e, do nada, algum desconhecido passa e me cumprimenta com um "bom dia".
É bom lembrar que isso começou a acontecer depois que passei a usar gravata, e o pessoal aqui da sala tem quase certeza de que é por isso que me cumprimentam.
Cocô no limpador
2003-07-13 08:05:00 +0000
Sábado eu estava saindo da FEIG, ia andando pro carro quando blosh!, pisei num cocô. Enorme, cobriu toda a sola do meu tênis. Eu não ia poder entrar no carro daquele jeito, ia feder/sujar tudo.
A solução? Tirei o tênis, levantei o limpador do pára-brisa, botei o tênis ali debaixo e saí dirigindo. Ué, o que você queria?
Parei num supermercado próximo e botei o tênis num saquinho plástico. Eu não quero nem ver amanhã quando eu tiver que limpar esse treco.
Hoje é sexta feira!...
2003-07-12 01:58:00 +0000
... e estou saindo agora do serviço. São 21:53
Eu tentei pensar em alguma coisa pra completar esse post mas não dá. Não sobrou mais nada na minha cabeça.
Hoje é sexta feira!...
2003-07-11 22:34:00 +0000
... e eu não tenho hora pra sair do serviço. Algo me diz que isso vai acontecer com muito mais frequência do que no banco.
Bom, na hora em que eu estiver saindo eu boto outro post aqui com a hora de saída. Afinal, autopiedade é legal pacas.
Confirmado
2003-07-04 21:55:00 +0000
Bit Cousins exibem composições na Mostra de Composições da Escola de Música da UFMG. Quando? Daqui a 2 horas e 10 minutos!
Tchau.
Paparazzos na formatura
2003-07-04 03:26:00 +0000
Hoje (sim, agora é no dia certo) foi a colação de grau de um amigo meu. Tudo tranquilo, durante a cerimônia e tal.
Enquanto o orador da turma falava, notei que havia um datashow ligado, projetando aquela tela de login do Windows no fundo do palco. Como o fundo era preto, não dava pra notar direito.
Aí, de repente alguém foi lá e fez login... e para meu espanto entrou na internet, mais especificamente no site Paparazzo, aquele do Globo.com, com fotos sensuais de beldades globais...
Por sorte alguém desligou o datashow a tempo.
Hoje é ontem
2003-07-03 15:34:00 +0000
Ontem à noite eu e Bethania fomos na colação de grau de um amigo. Saímos correndo de casa, estávamos atrasados... eu ia reclamando que a gente ia perder o começo da colação e tudo mais, quando chegamos e ficamos aliviados: os formandos ainda estavam em fila pra entrar no auditório.
Bem, na verdade haviam é formandas na fila. Só mulheres. Definitivamente aquilo não era uma formatura de Engenharia Elétrica. Na verdade era de pedagogia, como descobrimos depois.
Aí é que fomos descobrir que Bethania olhou a data errada no convite - a colação é hoje.
Loucura loucura
2003-07-01 18:09:00 +0000
Retiro tudo o que disse sobre o pessoal do banco ser maluco. Os consultores ganham.
Hoje na hora do almoço, uma das meninas da equipe contou:
- Quando eu era pequena eu adorava comer terra... terra vermelha, eu comia direto. Hoje, quando eu passo perto de jardim e tal, dá até água na boca...
Minha Nossa Senhora!!
2003-06-21 05:09:00 +0000
Acabei de chegar de viagem...
Estive no estado de São Paulo, mais especificamente em... Aparecida do Norte.
Calma que eu explico tudo amanhã, com fotos e tal (no total foram cento e onze fotos). Mas já adianto uma coisa: adorei cada segundo.
Ano ser... ??!?
2003-06-18 23:29:00 +0000
Esse negócio de não beber e ser anti-social... tem horas que isso é excelente.
Ontem a gente teve reuniões o dia inteiro aqui na Sec. da Fazenda. Eu fiz uma parte delas e uma colega (de pseudônimo "Zuleica") fez a outra. A gente tinha que compilar as informações coletadas pra validar com a equipe de trabalho de otimização de processos, um bando de gente da Fazenda que está trabalhando conosco.
Zuleica, depois do serviço, saiu com o pessoal daqui para comemorar o aniversário de um colega de trabalho. Eu fui pra casa de Luiz, depois fui dormir.
Na manhã de hoje eu sentei, calmamente li meu email, vi uns sites e em 10 minutos compilei as informações que tinha levantado. Enquanto isso, Zuleica tomava café e digitava freneticamente as cinco páginas de anotações das reuniões de ontem. A fusão das minhas informações com as dela formaram um documento, que xerocamos e levamos pro pessoal da equipe de otimização.
A parte que Zuleica tinha digitado estava uma zona: informações trocadas, coisas faltando, e erros de digitação escabrosos. Acentos faltavam, frases paravam no meio e ficavam sem sentido, e as palavras, ah, as palavras...
Impugnação virou impuganação, "a não ser" virou "ano ser", geral virou feral... eu estimo que eram, no mínimo, uns 50 erros ao longo das 6 páginas do documento. Felizmente o pessoal levou tudo na brincadeira, ela acabou virando a piada da reunião, o que amenizou o impacto da "falha nostra"...
A Chamada e A Piranha
2003-06-18 04:30:00 +0000
Ir pra casa de Luiz é sempre engraçado.
Pra quem não lembra, Luiz blogava aqui, mas agora tá lá no Gang 404.
Depois de ver uns joguinhos de Dreamcast e rachar de rir com a paródia do Jackass feita pelo Hermes e Renato na MTV, descobrimos que tava passando aquele filme, O Chamado... o que teve um remake recente no cinema com o nome de The Ring. A versão que ia passar era o original japonês, de 1998.
A história do filme é a de que existe uma fita de vídeo com umas cenas do capeta lá, e imediatamente depois que você assiste a fita, recebe um telefonema, e morre uma semana depois.
O filme ia passando, até o momento em que um dos personagens do filme assiste a fita. Nessa hora o conteúdo da fita passa integralmente, pra quem está assistindo poder ver também. E eu ia fazendo piada com Luiz: "Aláá, cê tá vendo a fita, vai morrer..."
Logo que a fita do filme terminou... o telefone tocou (no filme) e exatamente ao mesmo tempo meu celular tocou também!
"Nóóóó!!! Vai morrer!! Hahahaha!!!", disse Luiz. A gente riu até...
Ah, no telefone era minha namorada pedindo pra buscá-la num curso.
Socorro
2003-06-17 21:37:00 +0000
O pessoal aqui da sala já foi embora, só sobrou eu e as 3 meninas da equipe.
Uma delas colocou Dancing Queen do Abba, pra tocar no notebook dela. Outra pediu pra aumentar e agora TODAS estão cantando juntas... You are the dancing queeeeen!...
P.s.: Eu sei que outro dia eu admiti que gostava dessa música, mas por alguma razão ela me pareceu medonha dessa vez... graças a Deus!
P.p.s.: Agora tá tocando Desirée, com a música Life... socorro!!!!
Argh!
2003-06-03 23:02:00 +0000
Não aguento mais essas reuniões longuíssimas de mapeamento de processos!
P.s.: Hoje foi a segunda que fiz.
P.p.s.: Faltam, no mínimo, umas 30.
Pow!!! Estacionei.
2003-05-30 13:25:00 +0000
E eu que achei que tinha ficado livre dos colegas de trabalho esquisitos...
Hoje estávamos conversando sobre o povo que coloca engates de reboque no carro só pra poder destruir pára-choques alheios quando vai estacionar, quando uma colega solta a bomba:
- Quando eu faço baliza, eu estaciono pelo som...
- Cooomo assim?? (todo mundo perguntou)
- Eu vou entrando de ré e fico ouvindo até eu encostar no carro de trás...
R$ 300 por meio Hino nacional
2003-05-29 03:31:00 +0000
Eu devia estar indo dormir mas essa eu tenho que contar.
Hoje rolou uma palestra com um guruzão da Administração, o Tom Peters, abrindo um megaevento de palestras de bam-bams da gestão, intitulado "Gestão do Futuro". Isso tudo ia acontecer no Palácio das Artes, aqui em BH.
Devido a minha nova profissão, eu queria bastante ir, mas desanimei quando vi o preço: R$ 300, só pra ver o Mr. Peters...
Aí ontem me liga um amigo falando assim:
- Ô Zé... eu tou precisando recrutar umas vozes pra formar um coralzinho pra cantar o hino nacional lá na palestra do Tom Peters... não tem cachê nem nada, mas quem quiser ficar pra ver a palestra, pode... como você conhece canto coral, eu te botaria lá como sendo do coral da minha faculdade... tá a fim?
- Mas é ÓBVIO que sim!!!
Em resumo: entrei pelos fundos do Palácio das Artes, sem fila (a que houve foi bem grande), cantei, com a galera do pseudo-coral, só a segunda metade do hino, do meio da platéia mesmo (era pra ser uma surpresa. A primeira parte foi cantada por um menino de 5 anos, no palco). Me dei bem.
A palestra foi excelente, excelente mesmo, e no final ainda teve um coquetel, com champanhe e o escambau... e "paguei" meu ingresso dizendo: Deitado eternamente em berço esplêndido...
Algumas impressões sobre a coisa toda:
1) O senhor Peters é um cara fora de série, mudou meu conceito de liderança. E me ensinou outra coisa por tabela: ser incisivo, quase agressivo quando se está falando valoriza bastante (embora de um jeito meio bizarro) seu ponto de vista.
2) Esqueci de dizer que a palestra foi toda em inglês. Havia tradução simultânea em uns fonezinhos de ouvido que o pessoal distribuiu e que foram usados, para minha surpresa, por 70% da platéia. Putz, pra que serve, afinal, esse tanto de curso de inglês que pipocam por aí?
(Se você se perguntou, não, eu não usei os fones. E entendi 98% da palestra)
3) O engraçado eram as piadas com delay: O Tom falava, quem estava sem fone ria, depois de uns 2 segundos o pessoal do fone ria também...
4) O começo do evento ia bem, trouxeram um pessoal tocando tambores de maracatu, fizeram um batuque muito legal... aí de repente me entra um "transformista" (palavra educada para "travesti") ruivo de sapato de salto e saia rodada dançando aquela música:
Morena de Angola que tem o chocalho amarrado na canela...
Será que ela mexe o chocalho ou o chocalho é que mexe com ela?
E pra coisa piorar, descem mais DOIS travestis seminus em cordas, de cima do palco, e o trio viadagem dança "Brasil, mostra a tua cara", na voz da cantora-botinha Simone. Com direito a reboladinhas e pulinhos. Parecia um show da Madonna.
Um dos travecos era um negão, alto e das pernas musculosas. E sambava como louca, chacoalhando a bunda e as pernas musculoas em cima do sapato de salto. Eu tive vergonha do meu país. Inclusive a primeira coisa que o Tom Peters falou foi:
- Normalmente eu sou a tempestade depois da calma, mas depois de ver isso eu acho que estou sendo a calma depois da tempestade...
Personal Posting
2003-05-21 11:18:00 +0000
Pra num dizer que eu não estou colocando nada nesse blog, vou botar logo uma coisa bem pessoal:
Minha pulsação logo que acordo é 48 bpm.
A long long time ago in a galaxy far, far away...
2003-05-19 03:14:00 +0000
Ah, tudo que eu precisava era disso: um domingo inteiro em casa.
Aproveitei e fiz um arranjo para piano e cordas da música-tema do Star Wars. É sério! Vai no site dos Bit Cousins pra baixar e/ou ouvir a música em streaming.
Fiquei bobo com os sons orquestrados que o Reason faz... êta softwarezinho porreta...
P.s.: Putz!! Já lançaram Reason 2.5!!
P.p.s.: Se você estiver tendo problemas de acesso ao blog, ligue 0800-707-5757 e xingue o pessoal do Terra por mim, ok?
Inforuso, canetas gravitacionais, rap de Matrix e Iron Maiden na igreja
2003-05-12 02:38:00 +0000
Como eu não tenho nada pra falar e o domingo está no fim, o que significa o momento mais depressivo do final de semana, vou falar bobagem.
Sábado fui na Inforuso, a feira de informática patética que tem todo ano aqui em BH. Pra não dizer que perdi meu tempo, comprei uma maaaaaravilhosa caneta 4 em 1: Caneta azul, vermelha, lapiseira e stylus (caneta para palmtop). O mais legal são as instruções de uso: "O funcionamento da caneta se baseia no princípio da gravidade"... hein??
E era verdade: pra escolher a função, você vira a caneta até que um escritinho com a função desejada ("blue", "palm", "red"...) fique para cima, e aperta o botão. É até legal.
Mais tarde eu e minha namorada fomos rever Matrix. Só aí que eu notei que, no finalzinho dos créditos, tem uma propaganda do site www.whatisthematrix.com e, embaixo, está escrito uma palavra, que seria uma "password"... (não vou contar qual é, hehe)
Aí, no site tem um link com o campo pra botar a password e que leva a um site secreto, todo maluco, cheio de esquisitices pra clicar. Mostram desenhos conceituais das criaturas do filme, detalhes de bastidores, tem uma "entrevista secreta", e tem um que é muito legal, o link diz "spoon", aí toca um rap feito só com diálogos do filme. As sequências são muito engraçadas...
Am I dead? (o que o Neo fala quando acorda, depois de resgatado)
It's the smell! (o que o Smith fala com o Morpheus durante o interrogatório, no prédio)
Shove that red pill right in your... (Cypher mencionando as pílulas do Morpheus)
HA! (Neo lutando kung-fu com Morpheus)
E hoje de manhã eu fui à missa. É, fui à missa. É que é dia das mães, a avó da minha namorada é megacatólica, de ajoelhar em frente à TV quando assiste as missas na RedeVida, e a família toda resolveu ir junto com ela, pra prestigiar e tal.
Aí, uns 10 minutos depois que eu cheguei lá, a senhora que estava em frente ao meu lugar, de repente, caiu no chão e começou a convulsionar e salivar. E lá estava eu, às 9:10 da manhã de domingo, carregando a pobre da mulher epilética pra longe do banco enquanto o coral infantil cantava...
Ah, e na hora do ofertório, o menino que levou o vinho até o padre estava com uma camiseta do Iron Maiden...
Cooper, MP3 e máquinas de escrever
2003-05-08 01:36:00 +0000
Post duplo:
Cooper bom é cooper feito
Estou pagando língua, muita língua. Eu jamais achei que fosse gostar de fazer exercícios. E agora não vivo sem minha meia hora de cooper diária.
Mas o maior responsável por me fazer tomar gosto pela coisa tem três letras: MP3
É incrível como um bom hard techno martelando sua orelha (enquanto você sua a camisa) faz de bom. Eu canso o corpo e descanso a cabeça. Ao mesmo tempo que relaxa, serve de estímulo: não foi nem uma nem duas vezes que uma música boa, entrando no playlist, me fez acelerar a corrida...
Além disso, desde o último dia 22 de abril eu perdi 3 kg. Estou conseguindo fazer o que nunca consegui: emagrecer com exercícios.
Tec tec tec
Ontem meu pai chegou com uma maletinha vermelha, botou em cima da mesa da sala e falou:
- Comprei uma máquina de escrever.
- Como assim?!?? - disse eu
- Ué, comprei! Vi num bazar, tava a R$ 35, então comprei. Olha como tá conservada.
- Mas por que diabos cê comprou uma máquina de escrever!!??
- Ah, tava barata!
E então ele colocou uma folha de caderno e começou a datilografar nomes, enquanto dizia coisas idiotas como "Olha que beleza!" ou "Oh! E ainda dá pra mudar a cor da letra!".
Além disso ele me mostrou o folder (rasgado e comido por traças) que veio com a máquina e ficou contando vantagem de que ela veio com "o isopor original" pra guardar.
Depois, botou a máquina na maletinha e ficou dizendo: "Olha meu laptop!"...
Descanso Santo
2003-04-22 02:56:00 +0000
Minha semana santa foi excelente: passei quatro dias num sítio que só tem vantagens:
Proximidade - eu levo 15 minutos do portão da minha casa até o portão do sítio. E o sítio fica a 5 minutos do shopping.
Conforto 1 - O sítio é ENORME, acomoda 18 pessoas em camas + umas 30 (calculo eu) em colchonetes/sofás. Tem duas suítes de casal, zilhões de quartos de solteiro...
Conforto 2 - Piscina, sauna, área de churrasqueira, duas cozinhas, sala com 2 ambientes, quadra poliesportiva...
Preço - O aluguel do sítio mais alimentação (que nós mesmos cozinhamos) ficou em R$ 25/dia. Baratíssimo.
Minha rotina foi, basicamente, acordar tarde, jogar um voleizinho/futebolzinho, cair na piscina, ir pra sauna, voltar pra piscina, almoçar (geralmente às 5 da tarde), tomar um banho e ficar tocando um violãozinho na varanda até de madrugada...
Tirei zilhões de fotos, depois boto algumas mais artísticas por aqui. E fiz a mais nova descoberta dos nomes toscos de comércio: As batatinhas FREE TEEN, sempre fritinhas!
(Putz, esse "free teen" vai me render um alto ranking no Google)
Uhhh... hein?
2003-04-13 05:13:00 +0000
Dislexia total hoje. A partir de um certo horário eu esquecia de tudo e não conseguia mais me concentrar em nada.
Fui pra casa do Gabriel (leitor do blog) pra encontrar mais uns amigos e fazer os planejamentos do sítio que estamos esquematizando pro feriado. A tevê estava ligada na MTV, passando um maldito "especial acústicos".
Minha mente simplesmente desligou e eu não conseguia tirar o olho da TV. As propagandas iam se repetindo, repetindo, repetindo... e eu continuava vendo, sem parar.
Quando me perguntavam alguma coisa eu mal sabia do que se tratava. Teve momentos engraçados:
(Gabriel) Mas aí a gente podia levar uma bacia pra temperar carne lá, né Zé?
(Eu) Hein? Playstation?
(Todos) Hahahahahahaha!!!!!!
O Xis da questão
2003-04-12 06:52:00 +0000
O curso hoje teve um evento interessante...
Nas atividades em grupo, num exercício, o tempo pra fazer tudo ia se esgotando e meus outros 2 colegas do grupo tavam detalhando umas atividades no MS Project. Aí, eu sugeri:
- Gente, o tempo tá curto, vamo botar um valor qualquer aí e ajustar só o global da coisa... gente? Oie...
Aí, como eles estavam, er, concentrados um pouco demais, desisti e fui adiantar a apresentação do Power Point que faltava. De repente, os outros grupos começaram a apresentar os trabalhos!
Dei uma acelerada pra dar tempo, copiei uma figura do MS Project que era pra colocar junto da apresentação e terminei tudo no exato momento de apresentar. Aí, via "dedocracia", fui escolhido pra ir apresentar o resultado.
Eu ia explicando tudo direitinho quando, na hora que chegou o slide com a tal figura do MS Project... no lugar dela havia um X, enorme, vermelho. E eu lá, com cara de tacho:
- Er... aqui temos um, bem, um xis vermelho...
Powered by Music
Eu ando bastante preocupado com essa minha alimentação saudável, composta de coffee break de hotel e outras coisas engordativas. Aí, comecei a correr, todo dia, depois do serviço.
Nos dois últimos dias, peguei o meu Pocket PC, calibrei com meia hora de música e saí pra correria.
É impressionante como o meu rendimento aumenta. Mas é muito, muito mesmo! Eu diria que eu corro uns 30% mais vigorosamente quando tem algo bom abastecendo meus ouvidos. Principalmente techno, bem pesado.
Faz com que você "desligue" a cabeça do corpo...
O Melhor Namorado do Mundo
Hoje tentei ir ao cinema com minha irmã e minha namorada pra ver Carandiru, mas obviamente tava tudo esgotado. Aí, tinha um filme pré-estreando, chamava-se Como Perder um Homem em 10 Dias.
Obviamente, as mulheres quiseram ver esse filme, então lá fui eu. Mas nada podia me preparar para o que ia acontecer...
E o que aconteceu foi... a glória!!!
Em linhas gerais, a história do filme é de uma jornalista que, para escrever uma matéria pra revista estilo "Marie Claire" onde trabalha, resolve namorar um cara e fazer tudo aquilo que os homens odeiam pra que o cara termine com ela depois de 10 dias. É meio que um laboratório de más práticas femininas em relacionamentos. Só que o cara não termina com ela porque fez uma aposta, valendo uma oportunidade de trabalho cobiçadíssima, de que faria com que ela se apaixonasse por ele, também em 10 dias.
Minha namorada também é jornalista... e aí começam as coincidências. Praticamente TUDO que a mulher fez pra repelir o cara já foi feito comigo, em menor ou maior grau. Ou seja, tudo o que o cara aguentou por causa da aposta, eu aguentei sem aposta alguma.
Ah, mas eu nunca ri tanto. Cada situação bizarra do filme (que não vou contar pra não estragar a surpresa de quem não viu o filme) me lembrava alguma coisa dos quase 4 anos de namoro, a sucessão de dejá-vus me fazia contorcer de tanto dar risada. Depois do filme, eu me sentia o mestre supremo da paciência e da tolerância, por ter passado por tudo que o cara passou, sem a motivação da aposta, e continuar amando muito minha namorada por todos esses anos.
Cara, isso tá em falta. Modéstia à parte, eu sou o melhor namorado do mundo :)
Consultoria: a única certeza é a incerteza
2003-04-11 03:34:00 +0000
Eu tou adorando essa história de não ter lugar pra trabalhar. Isto é, lugar fixo, pra ir todo dia... uma mesa "de sempre", um computador "de sempre"... a coisa fica bem emocionante.
O treinamento mudou de hotel, fomos para um flat de primeira: Parthenon Casablanca é o nome do lugar. Um dos cariocas que faz curso conosco está ficando sozinho num quarto com 2 camas de casal, 2 salas, 2 banheiros, cozinha e o escambau.
E o treinamento ficou misto, tem vários outros instrutores mais velhos, assistentes e sêniores, na turma. Aí, adivinha o que voltou por causa disso? O coffee break cancelado...
E como se não bastasse, voltamos a almoçar no hotel, também por causa disso... o filé ao poivre (o que diabo é isso?) que tinha no almoço tava tão macio que nem parecia carne. Desmanchava na boca. Mas a parte mais gostosa do almoço foi o "é de graça".
Ah, essas incertezas e faltas de lugar fixo da vida de consultoria são excelentes às vezes...
Cosmopolitan
2003-04-10 03:02:00 +0000
É muito engraçado conviver com gente de outros estados. Hoje o carioca que tá no curso com a gente me perguntou como se diz jazz em Minas Gerais:
- Como vocês dizem "djéix"?
- Hein?
- "Djéix"
- Ah, "Jézz"
- "Djéixxzzz"... droga!
Vem Car no Bar Kim!
2003-04-07 03:16:00 +0000
Hoje eu fiz uma descoberta surpreendente... eu passo todo dia em frente a esse lugar e nunca tinha notado o nome ridículo dele.
E fica a menos de 100 metros do Lava-Jato Vem Car, aqui perto de casa... é o Bar Kim!
Esse vai pra coleção... ah, e ainda falta tirar uma foto do outdoor que vi outro dia, da empresa de ar condicionado que deve ter um pé na pintura, já que se chama Renoar. E tem também uma que não pode faltar de jeito nenhum: a mais nova boate de BH, chama-se Bomb.a.r....
Cartoon Cartoons!
2003-04-02 23:53:00 +0000
Hoje foi o último dia de curso. Tava todo mundo incontestavelmente saturado de curso, então eu acabei desenhando um tanto de caricaturas de gente da sala, pra ficar fazendo piada.
Foi engraçado... um dos caras caricaturados, um que é muito mala, quando viu a caricatura, catou o lápis e rabiscou tudo. Foi ridículo, ele acabou tendo o filme queimado com todo mundo (e a gente ainda fez outro desenho dele, só pra zoar)...
Nas apresentações dos exercícios, quando um grupo ia na frente apresentar, era mais piada ainda: o pessoal escrevia "Eu já sabia" ou "Nota 0!" em uns papéis e ficava levantando pra zoar os caras. Teve um, um metido a bam-bam-bam, que não olhava pro cartaz de jeito nenhum, aí a menina com o papel levantou e sacudiu o troço no ar, no meio da sala... todo mundo em volta se contorcendo de tanto rir...
Outra coisa engraçada foi que soltaram a alocação da gente pros projetos. Foi engraçada porque, depois de 3 semanas de treinamento, teremos... mais treinamento!!! Vai ser dureza, fico até dia 10 treinando mais um tiquinho. A turma tá toda dividida agora, já que formaram-se umas 4 turmas diferentes em hotéis diferentes pra cursos diferentes...
O pior foi o pessoal "gringo", ou seja, do interior de Minas ou de outros estados (Rio, Bahia, etc), que estavam com viagem marcada pra hoje, passagem comprada e tudo, e foi cancelado. Tá todo mundo furioso, eles tão há quase 1 mês longe de casa, lavando roupa na banheira dos quartos no hotel (já que despesa com lavanderia não é reembolsada), e agora ainda vão ter que aguentar mais dois dias...
Mentira!
2003-04-02 03:58:00 +0000
É, e hoje era o deadline pra dizerem onde diabos eu estou alocado pra trabalhar depois do treinamento (que acaba amanhã). Foi tudo uma piada de primeiro de abril, eu acho.
Por sinal o treinamento hoje foi barra... tá todo mundo saturado de conhecimento já, não entra mais nada nas nossas pobres cabecinhas. Aí hoje a gente voltou do almoço, todo mundo derrotadíssimo e caindo de sono e o instrutor botou uma fita no vídeo. O título era: "Como fazer Fluxogramas".
Eu tive vontade de gritar mas, num ato mentalmente descoordenado, eu sorri...
Segundona
2003-04-01 04:50:00 +0000
Putz, hoje deu tanta canseira... perdi o ônibus de manhã, logo que virei a esquina da rua onde fica o ponto, lá estava o ônibus indo embora. O outro só passou 20 minutos depois.
Quase morri de sono no curso, só funcionei na base da cafeína. E nas atividades em grupo eu fiquei com um cara tão chato, mas tão chato, que uma das meninas do grupo deu uma desculpa e foi embora. Ah, na hora do almoço, achei um cabelo enorme no pavê que ia comendo de sobremesa.
Na hora de ir embora entrei no ônibus e ele estragou no exato momento que botei o pé nele. Tive que pegar o seguinte, lotado, que demorou uma hora e 10 minutos pra me deixar em casa...
Aí, quando ia saindo (atrasado pra ir pra reunião no "Irmãos Gláucios") me ligam e me seguram no telefone uns 15 minutos. Nesse meio tempo Gabriel, meu irmãozinho de 1 ano e 4 meses, fica me perseguindo pela casa e gritando pra que eu não ouça nada no telefone.
Aí eu vou pra reunião, depois saio e levo Bethânia (minha namorada) na casa do tio dela e vou pra casa. Aí vou ver os emails (e mandar um, urgente) quando meu Eudora começa a dar pau faltando 3 mensagens pra baixar...
CINCO boots depois eu apelei, entrei no webmail mesmo e apaguei as mensagens na mão. O problema é que fiquei com todas as mensagens da caixa de entrada quadruplicadas...
Ah, e tem goiabada no meu monitor. Não me pergunte quem fez isso. Tive que deixar um post-it de repreensão, já que nunca tou em casa pra encontrar com quem fez essa arte.
E amanhã acordarei às 6:50 da madrugada, já que cismaram de começar o curso meia hora mais cedo...
Cansei
2003-03-27 23:12:00 +0000
Estou no saguao do Othon, o treinamento de hoje acabou. Eu tou muito cansado, essa pilha de conhecimento todo de uma vez é bem desgastante.
E olha que isso é somente treinamento!
Sete anos depois
2003-03-22 03:54:00 +0000
Esqueci de contar essa...
Semana passada foi a formatura de um amigo (que inclusive é leitor desse blog). A formatura foi no CEFET-MG, lugar onde fiz meu segundo grau técnico e onde passei os melhores três anos da minha vida.
Minha melhor formação profissional veio do CEFET, eu arrisco dizer que foi melhor que a do curso superior da PUC. Meus melhores amigos vieram do CEFET e estão aí até hoje. Muita coisa veio daquele lugar.
Mas voltando ao amigo formando, a colação de grau foi no auditório do próprio CEFET. Um pouco depois do término da colação, eu e outros caras que estávamos vendo a cerimônia descobrimos um computador de consulta de notas, escondido atrás da escadaria, na porta do "CPD" da escola.

O computador era velho e judiado, não tinha mouse e haviam arrancado a maioria das teclas pra que os alunos não dessem Alt+Tab e fossem fazer outra coisa no micro. Em cima, um cartaz para os alunos dizia mais ou menos assim:
Terminal de consulta de notas
Não destrua este equipamento, o beneficiado é você.
Tinha uma impressora também, pra imprimir a listagem de notas. Aí, de zoação, a gente digitou nosso nome: "É, vamo ver nossas notas do curso técnico!"
Aí veio a surpresa: tem mais de 7 anos que eu terminei o segundo grau e meu nome continua no mainframe do CEFET. As notas não estavam mais, mas o velho código de matrícula estava inalterado. A gente ficou impressionado e nostálgico ao mesmo tempo... até imprimimos um papelzinho com nosso nome, código de matrícula e tal, pra guardar de lembrança.

Quincunx, Krug e outras esquisitices
2003-03-20 04:18:00 +0000
Eu tou caindo de sono mas ainda assim vou dar uma blogada.
O treinamento tá puxado pra caramba. Hoje foram 10 horas de curso, com parada só pro almoço e pros coffee breaks. De resto é informação que não acaba mais.
Ontem fiquei conhecendo o Quincunx, um aparelho maluco pra experimentos de distribuição de probabilidades... e hoje pesamos bolinhas de gude numa balança de cozinha pra exercitar o cálculo de precisão de sistemas de medida. Teoricamente isso tudo aí vai me tornar um bom consultor, hehe.
Mas em contrapartida, nunca me senti tão estimulado a aprender. Na verdade estou ganhando dinheiro pra aprender, a coisa não podia ser melhor.
Ah, e os trainees estão começando a se entrosar mais. Hoje, depois do almoço, alguém sugeriu fazer uma happy hour na quinta e eu pensei: "Pô, eu podia ir com eles, dar uma socializada"... e aí eles começaram a combinar o que fazer:
- Vamo no Krug Beer tomar uns chopps!
- Não, vamos pra um forró!
E decidi deixar meu social pra outro dia...
Criatividade (muito) mal direcionada (e fora de hora)
2003-03-16 23:05:00 +0000
Hoje de madrugada, eu estava no baile de formatura de um amigo. Aí começou a tocar Whisky a Go Go e minha mente deu um estalo; e se eu atualizasse a letra para a era clubber?
Eu perguntava "do you wanna trance?"
E te abraçava "do you wanna trance?"
Tomar um "E" / Um sonho a mais não faz mal...
Mais tarde a coisa piorou, começou a tocar aquela música do Planeta Xuxa: "Tá todo mundo aqui" e coisa e tal. Aí a Xuxa diz:
"Ahh! Esse planeta tá gostoso!"
E eu me lembrei, Deus que me perdoe, do Galactus!
Velhos tempos
2003-03-12 21:29:00 +0000
Vocês não acreditam quem me ligou ontem de noite... o pessoal do Banco!! Meu sistema lá tava malucão, parado há uns 3 ou 4 dias e o povo desesperou. Já tinham feito de tudo e nada do negócio voltar ao normal.
Como eu sou muito bonzinho e hoje eu tinha que ir no RH pra receber umas coisas da minha demissão, acabei passando na Tecnologia pra ajudar os caras. Cheguei e foi aquela festa e tal, eu parecia o messias da coisa, o "consolador prometido". Sentei no micro e vi o que estava acontecendo: as propostas entravam no sistema e ficavam em loop, não saíam do lugar. Diz o pessoal que todas as propostas tão dando isso e eles fizeram TODAS as coisas plausíveis de se fazer pra consertar o problema.
Aí eu pensei: "Pô, mas por tudo que o pessoal fez não é possível que ainda tá dando problema. Ei, espera aí... é exatamente isso!!".
Tirei todas as propostas do sistema e fiz o teste com uma novinha, do zero... e funcionou. Aí descobri o que era: o sistema tinha sido consertado mas as propostas ainda estavam bichadas, então, basicamente, os caras estavam testando um sistema perfeito com dados defeituosos e portanto acabavam vendo chifre na cabeça de cavalo.
E em 10 minutos resolvi um problema que ninguém resolveu em vários dias. Acho que não perdi o jeito :)
Setas rulez!
2003-03-10 19:11:00 +0000
Esqueci de mencionar um detalhe que eu sempre detestei em BH e adorei em Brasília.
Lá, os motoristas usam a seta do carro nas curvas. Todas elas. E pra mudar de faixa também!
Aqui em BH, seta só é usada nas seguintes circunstâncias, como por exemplo:
1 - Para o boy que está a 200 por hora colado na sua traseira piscando farol indicar que quer te passar
2 - Para ser esquecida por aquele velhinho dirigindo uma Belina naquele retão, o que faz com que você fique esperando ele virar e ele nunca vira.
3 - Para o taxista indicar que ele está na faixa mais à esquerda e vai fechar todo mundo porque quer virar à direita e faltam 10 metros até a curva
É claro que não podemos esquecer do pisca-alerta, quando se liga as duas setas para:
1 - Obliterar todas as leis de trânsito e dar automaticamente a qualquer veículo o direito de parar em fila dupla e pisar na janta de todo mundo.
2 - Ser usada na estrada, ligada o tempo todo, sabe-se lá por que.
3 - Comemorar, junto com o uso da buzina, a vitória do seu time no jogo que acabou de acontecer.
Carná?
2003-03-05 21:53:00 +0000
Não, não morri no carnaval. Muito pelo contrário, foi tudo muito, muito bom. A começar pelo fato de eu não ter ouvido nenhuma eguinha pocotó.
Não tou com tempo de contar tudo porque estou preparando pra ir pra Brasília! No final do domingo eu prometo um relatório completo, com fotos, do carnaval e do pós-carnaval.
Ah, quer saber pra onde eu fui? Hehe, aguarde...
Personal? Só se for agora!
2003-03-01 05:13:00 +0000
Hoje na academia, depois da aula um dos alunos, que é dizáiner, foi mostrar pro professor a marca que montou pro trabalho de personal trainer dele.
Era aquele cara da estátua grega, lançando um disco, e ao lado o nome da "empresa" do meu professor: PersoNow. Sugestão do próprio.
Game Over
2003-02-28 13:53:00 +0000
Estou tomando meu último café da manhã aqui no Banco.
Depois, vou enviar meu email de despedida, dar uma volta pela empresa e dizer tchau pessoalmente pra todo mundo.
Foi um ano de estágio, dois como efetivo. Dois crashes de disco que na verdade foram problemas lógicos. Milhares de vezes em que me sentei, abri o Query Analyzer e digitei:
select * from ...
Pra me manter acordado, foram aproximadamente 1440 cafés. Tiveram uns 290 pães doces e 440 de sal. Três madrugadas passadas em frente a esse mesmo monitor, no qual digito hoje essas palavras. Quase 80 horas extras, das quais 50 correm o risco de ficar de "brinde" para meus empregadores. Mais de 100 solicitações de serviço e umas 700 demandas para solução de problema, todas atendidas.
Cinco mesas de trabalho diferentes, em lugares diferentes, apelidados de nomes curiosos, como o "aquário", a "Tinocolândia"...
Muitos e muitos colegas diferentes. Uns se tornaram amigos, e continuam assim mesmo depois de sair do Banco. Outros são aqueles colegas que te vêem no corredor e fazem aquela piada "inédita":
- Ô Tinoco! Cadê o Tunico!
É, foi bom enquanto durou. Tchau, Banco Mercantil do Brasil.
Hoje é meu penúltimo dia no Banco
2003-02-27 13:40:00 +0000
O planejado era que eu estivesse ensinando meu sistema pra outras 2 pessoas aqui, mas uma está agarrada com um arquivo que tem que gerar, coisa do Banco Central, e a outra está cobrindo buracos de uma colega que foi levar a filha no médico.
Então estou aqui, vendo site de estereogramas feitos em ASCII... ah, e acho que vou começar a escrever o meu tão-sonhado email de despedida...
A Qualidade Está Chegando
2003-02-20 22:47:00 +0000
E hoje depois do almoço tinha um treinamento sobre "Qualidade no Atendimento" aqui no Banco. Em dois anos de emprego aqui, nunca vi nada assim, então fui logo na primeira turma pra conferir qual era a do negócio.
Quem deu o treinamento foi uma tal de Valéria, funcionária nova do RH. As minhas lembranças do RH do Banco são duas, as duas toscas:
Quando fui contratado, estava à mesa com o cara que estava vendo minha papelada quando, de repente, o cara começou a desabotoar a camisa. Levei um susto e fiquei sem entender, até que ele pegou um desodorante na gaveta e borrifou em ambos os sovacos.
A outra lembrança foi no meu tempo de estágio, fui procurar o diretor para tirar uma dúvida do meu contrato e o cara me xingou, apontou um dedo na minha cara e gritou "você não sabe nada!!".
Mas, voltando ao treinamento, a tal Valéria era um poço de clichês:
- Gente, vamos que está na hora. Pontualidade é sinônimo de qualidade!
- Ix, o computador estragou. Mas a vida é assim, temos que criar nossas soluções...
- Vamos começando que caminhada longa começa no primeiro passo!
E a primeira coisa que fizemos foi jogar escravos de jó. Sério. Quinze neguinhos passando caixas de fósforo entre si. E durante o jogo, conforme o pessoal ia errando, a Valéria destilava mais clichês. Num determinado momento, um dos caras falou:
- Eu errei porque a minha caixinha de fósforo caiu...
E eu fiz um comentário idiota só pra testar se ela ia empolgar, funcionou direitinho.
- Isso serve também pra exemplificar qualidade né? Afinal se a caixinha caiu é porque faltou qualidade na entrega da caixinha para seu colega...
- Oooh! Muito bem, Tinoco! Ouviram, gente?! - Disse ela.
Depois, teve um vídeo, altamente produzido, cheio dos efeitos visuais e atores... que, em termos gerais, dizia assim: "Não seja um tosco ao atender seu cliente! E quem precisa de você dentro do Banco é seu cliente interno e a mesma regra vale pra ele!"
Enquanto isso, eu fiquei lembrando das milhares de vezes em que fui mal atendido por gente do Banco. Gente interna, externa, das agências, da tecnologia... Acho que vou copiar uns trechos desse blog e mandar pro povo do RH.
Bad (luck) to the bone
2003-02-19 16:55:00 +0000
É incrível meu azar automobilístico. Até nas coisas mais simples. Eu levei o carro pra revisão outro dia e ele foi o único a voltar sem ter sido lavado. Acabei deixando pra lá.
Aí acabei de descobrir que o recurso que fiz pra uma multa do carro, recurso que 90% das pessoas ganham (já que não fui notificado da multa), foi indeferido e vou ter que pagar a maldita. CENTO E NOVENTA E UM reais.
Meu nome é Icchok
2003-02-18 16:37:00 +0000
Recebi uma planilha em excel com uns nomes de clientes, pra conferí-los no meu sistema... só na primeira página da planilha eu encontrei os seguintes nomes:
KNUD AAGE OLSEN
ANIVALDO BREDA
DUNTHALMO MONTEIRO BARBOSA
WALTER SUDBRACK
LIPMANSELIG JOELSONS
E se eu andar um pouquinho mais no arquivo ainda acho outros, tipo:
GALENO HOOPER SILVA
HEINZ JUST
ERVE RETES
ABRAM ABE SZAJMAN
ADNAN ABOUZEID FARES
GUATACARA NAVARRO MESSIAS
ICCHOK REZNIK
e por aí vai.
Altamente Seletivo
2003-02-18 14:17:00 +0000
Os caras do firewall daqui do banco fizeram um excelente trabalho.
O site www.terra.com.br/musica é barrado. Mas site com mulheres peladas enroladas naqueles plásticos de cozinha, ele libera.
Suportando
2003-02-14 13:22:00 +0000
Logo que eu voltei de férias, o Office do meu computador de trabalho parou de funcionar. Como esses aplicativos aqui no Banco são distribuídos na rede, eu não posso fazer muita coisa além do óbvio, então criei uma demanda e enviei pro pessoal do suporte olhar.
Dois dias depois, me liga a Valéria, do suporte.
- Oi, é sobre sua demanda... você já tentou clicar no ícone de reinstal...
- Já, não fez nada.
- Então clica com o botão direito no ícone e escolhe "Verify"
- Não posso, a opção tá desabilitada
- Ah, então tem que formatar seu computador...
- O QUÊ?!
- É porque já que essa opção tá desabilitada, seu sistema operacional tá com problema, então tem que formatar...
- Cê tá louca, não posso formatar esse computador de jeito nenhum! Não dá pra tentar mais nada não? Talvez permissões da rede, sei lá...
- Olha, então eu vou repassar sua demanda pro pessoal do suporte Novell tá...
Enquanto ela fazia isso, eu fui ver o ícone que não aceitava "verify". Outros ícones em outras pastas aceitavam o tal do verify, então eu fiz o óbvio: movi o ícone pra outra pasta e o verify ficou habilitado. Alguns minutos e um boot depois, o Office voltou a funcionar. Aí o telefone tocou:
- Tinoco? É Rafael, do suporte, sobre seu Office
- Já está funcionando, resolvi sozinho.
- Ah, já? Então tá...
- Então tá.
- Tchau.
- Tchau.
Newsflash na sua cara, palhaço!
2003-02-13 15:59:00 +0000
O jornalismo da Wired é muito legal. Ou você acha que é em qualquer lugar que as pessoas começam reportagens assim, dessa forma, er, "incisiva"?
Os genes humanos deveriam ser incapazes de produzir idiotas suficientes para sustentar financeiramente o vasto número de spammers cujas ofertas entulham tantas caixas de correio.
SoulDead
2003-02-11 21:25:00 +0000
Mas putamerda viu...
Agora é o Soulseek que tá fora. Duvido que seja temporário.
Eu mereço. Até quando vai ficar essa novela, hein?
Férias que começam mal acabam mal
2003-02-11 13:22:00 +0000
Acordei hoje cedinho, tomei banho, me vesti e vim trabalhar. Fui cumprimentar o pessoal da minha ex-sala, onde uma colega, inclusive, havia saído de férias no mesmo dia que eu. Só que ela não estava lá. O pessoal me perguntou:
- Ué, Tinoco, já voltou? A Kiara volta só amanhã...
- Amanhã? Mas as férias terminam hoje, não é?
- Não, é amanhã... confere aí...
Peguei o calendário... hoje deveria ser o trigésimo dia das férias, e não o dia de voltar. Fiz conta errada.
Aí estou aqui, já que acordei cedo mesmo vou ficar aqui de manhã e depois vou embora. Eu mereço.
Compras com namorada : Abuse e Use
2003-02-05 05:32:00 +0000
Outro dia fui na C&A comprar roupa.
Eu detesto comprar roupa. Juro que, se pudesse, andava pelado ou usava aquele mesmo conjunto de calça desbotada + camisa furada + sapato ";jacaré" por anos e anos. Sim, eu sou desleixado com isso mesmo e eu adoro quando uma roupa vai ficando confortável (embora gasta) com o uso.
O problema foi que eu levei minha namorada pra me ajudar a comprar. Eu ia comprar duas camisas e ela me fez entrar no provador com NOVE peças de roupa.
Das nove, acabei comprando as duas camisas, mais duas outras e uma bermuda. E ainda faltou um cinto. A C&A devia estimular as pessoas a irem na loja com namorada junto, as vendas iriam dobrar...
Cadeira? Que cadeira?
2003-02-05 05:26:00 +0000
Minha memória tá mesmo péssima.
Há dois dias, comprei uma cadeira nova, pra usar no computador. Aproveitei que podia comprar no ticket pra fazer esse "upgrade" de cadeira, já que a velha estava rasgada e as rodinhas já não rodavam mais. Só que comprei a cadeira nova e fiquei dois dias passeando com ela no porta-malas do carro. Porque, toda vez que eu chegava em casa, esquecia que havia comprado a cadeira e não a tirava do porta-malas...
The Fix
2003-01-31 02:43:00 +0000
Consertei os problemas de travamento do meu micro... lembram no post abaixo, onde eu coloquei drivers mais antigos na minha placa de vídeo e ela funcionou?
Pois é. Mantive os drivers antigos e meu micro nunca mais travou. Nem no Unreal.
Inclusive, passei da primeira fase fiduaégua do Double Domination. Eu jogo na dificuldade "Skilled", e é complicado comandar seu time com aquelas ordens do menu de voice ao mesmo tempo em que você tenta mirar a cabeça de alguém com o mouse enquanto corre de algum maluco que vem atrás de você com um Shock Rifle...
(P.s.: Esse problema acabou mas agora eu notei que se eu entrar na Internet, abrir meu ICQ e entrar no Opera, a CPU fica 70% em uso, permanentemente. Mesmo que eu não faça nada em nenhum programa).
Comida estranha com filmes esquisitos
2003-01-23 05:18:00 +0000
O bom das férias é isso: se você quiser comer pipoca com salaminho e Fanta Uva Light enquanto assiste o DVD de Erin Brockovich... você vai lá e faz.
Calma, calma, o filme foi escolhido assim porque eu estava com minha namorada... mas é claro que, depois, tinha um Ghost in The Shell pra ver sozinho tomando cappuccino com leite condensado :)
Mais uma!
2003-01-23 05:09:00 +0000
E antes da Festa da LAN estava eu com Norton, um amigo de Sete Lagoas, passando pela rua Pe. Eustáquio... onde passo várias vezes quando vou buscar minha namorada na faculdade...
E Norton viu algo que havia passado despercebido por todo esse tempo: uma loja de nome bem peculiar numa esquina...

Essa vai pra coleção de lojas com nome tosco, junto com o Lava-Jato "Vem Car" e as locadoras "Convideo" e "Video Bula"...
Momento Backup
2003-01-21 21:58:00 +0000
Meu micro tá dando uns paus muito estranhos, como não sei o que é e não quero passar por um crash de disco (já basta os do serviço), resolvi tirar um backup básico das minhas coisas, por precaução.
Aí, fui nas minhas partições de bagunças e MP3 pra ver o que é que eu preciso gravar em CD... levantei "só" os seguintes CDs:
1 CD de Roms de CPS2
1 CD com Half-Life + Counter Strike
1 CD de Jogos diversos
1 CD de Programas de áudio/música
1 CD de Programas gerais
1 CD de Add-ons pro Unreal 1
2 CDs de Vídeos (um deles com um filme completo, "The End of Evangelion")
5 CDs que um amigo pediu pra gravar e até hoje não gravei (hehe)
1 CD de MP3 esquisitos
1 CD de MP3 (volume 7, variados, inclui músicas Disco, eletrônicas, rock, house e trip-hop)
2 CDs com o Reason 2 (disco 1 com install + Orkester e disco 2 com o soundbank novo)
4 CDs de MP3, volume 10 (quádruplo, com 80% dele de música eletrônica e destes 80, 50% de hard techno)
1 CD de MP3, volume 11 (variados, rock, pop russo (?!) e uma coletânea do Minutemen)
1 CD de MP3, "Hard Techno Specials" (mais hard techno)
1 CD de MP3, "Electronica Specials"
No total são... deixa ver... 24 CDs, totalizando mais ou menos 15,2 GB de informação.
Agora vamos ver quantos vão ser necessários pro resto... só a minha pasta "Meus Documentos" tem 2.7 GB...
Festa da LAN - Os outros dias
2003-01-20 07:01:00 +0000
No sábado eu voltei pra Sete Lagoas pro resto da Festa da LAN, pra ver se depois dos problemas do primeiro dia a coisa melhorava. E melhorou!!
No sábado já tinha hub e haviam uns oito computadores no jeito pra jogatina. E o melhor, muita gente disposta pra jogar. Ah, quanta diversão... nos combates de Unreal Tournament 2003, peguei um personagem mulher e botei o nome de Bethânia, minha namorada... e ganhei 98% de todos os jogos em que participei. Era engraçado ouvir os caras reclamando "Mas que bosta de Bethânia!" ou "Lá vem Bethânia de novo!".
De boa, modéstia a parte, na Festa da LAN não tem oponente bom o suficiente pra ganhar de mim no Unreal.
A jogatina também teve Counter-Strike e foi até as 6 da manhã... eu nunca tinha jogado CS, é muito legal por causa do realismo, mas o lance de ficar de spectator quando você morre é muito chato. É preferível um jogo de "ação non-stop" tipo Unreal mesmo.
Mas no domingo a coisa ficou esquisita. Acho que no sábado eu fiquei muito absorto na parte de "jogo" da festa e não entrei muito em contato com o resto... um bando de gente estranha que eu não conhecia, cerveja em excesso e um clima de festa que estava mais para "cada um por si no seu canto com seu álcool". E eu não me entrosei, não porque não podia, mas porque não tive a menor vontade.
Não sei o que me deu mas fiquei com uma sensação forte de que tinha algo errado, de que "eu não pertenço a esse tipo de coisa" e acabei indo embora no domingo mesmo. Na última festa da LAN eu bebi (muito, inclusive), e acho que isso foi o que me fez "pertencer" a aquele mundo e tal. Talvez, sóbrio dessa vez e daqui pra frente, eu tenha percebido que a coisa não é tão divertida assim.
Festa da LAN - O primeiro dia
2003-01-18 16:06:00 +0000
Sabe a Festa da Lan, que Luiz tá organizando? Já começou... mal.
Primeiro, o dia "Nerds Only" previa 6 computadores mas só 4 apareceram. Mas tudo bem, rola de jogar mesmo assim. Aí Luiz foi instalar Counter-Strike no computador dele, deu pau e, na desinstalação o imbecil do programa desinstalador apagou um TANTO de jogo do micro dele. E lá se foram save games e mais um tanto de coisa.
E depois, a pior das piores coisas: ficamos sem hub. Sabe, hub, onde cê liga todos os computadores, aquele objetozinho que, sem ele, não acontece jogo em rede... não tinha. O cara que ia trazer não veio. Depois disso, nem pedir uma pizza nós conseguimos (tava tudo fechado).
Basicamente deu tudo errado e às duas da manhã eu já tava na cama...
Aguardem que depois eu relato como foi o "Dia 2". Nesse vai ter hub!
Uma mensagem dos céus direto no meu ICQ
2003-01-17 05:51:00 +0000
Ok, pára tudo.
Pipocou um tal de Felipe "Grateful" no meu ICQ e me enviou isso:
"Eu não entendo esse adesivo. Essa igreja é uma igreja ENORME, daí o "grande para servir". Mas o "pequena para se importar" é que é estranho. Como assim, eles ajudam mas não tão se lixando, não se importam?!?"
a igreja é grande para servir
ela é grande em vontade de servir e ajudar
e é pequena para as pessoas se importarem com ela
pois para muitos é apenas mais uma igreja qualquer
amém.
Isso foi algo que eu escrevi há uns 3 posts atrás (o das fotos). Lição aprendida... quando você acha que ninguém anda lendo seu blog... eis que surge uma coisa assim. Bom, pelo menos agora entendo o adesivo!
Pneus Wireless na madrugada
2003-01-17 04:48:00 +0000
Hihihi, esse post aí embaixo foi o primeiro via Pocket PC + celular... totalmente wireless... que coisa nerd...
Pior foi minha lista de compras no supermercado:
3 miojos
1 tomada de telefone
1 telefone Siemens (aquele preto básico)
1 pneu. É, um pneu.
O bom das férias é isso, se você tiver uma incontrolável vontade de sair e comprar um pneu no meio da noite... você vai e compra!
Entre as prateleiras do supermercado, uma pergunta para Deus
2003-01-17 03:28:00 +0000
Fui aqui no Extra, o hipermercado, comprar um pneu pro meu carro no ticket, e quando entrei estava tocando um DVD... e tive uma revelação:
Se um dia eu me encontrasse com Deus e tivesse direito a uma única pergunta, agora eu tenho certeza do que eu ia perguntar. Seria: "Como é que tem gente que gosta da voz "falsete mulherzinha" daquele vocalista do Bee Gees?"
Um dia (de férias) na vida do Primo
2003-01-16 06:34:00 +0000
Eu já fiz isso antes aqui no blog, documentei um dia inteiro da minha vida com fotos e botei aqui. Bom, agora vai a "versão férias" dessa falta do que fazer:
(Update: Tinha link pra mais fotos mas retirei porque os arquivos se perderam. Ééé, amigo, tenta manter um site desde 2001 em hospedagens gratuitas de Terra e Geocities pra você ver...)
Quarta, 1:30 da manhã. Cheguei da rua há pouco tempo e já que eu tou acordado é aqui mesmo que vai começar o registro. Pra variar, estou no micro tomando cappuccino e aproveitando a maravilha tecnológica que é a internet rápida por ADSL.
Mas tá tarde e eu tou com sono, então começo a arrumar a cama e vou fazer o que sempre faço antes de dormir: escovar os dentes olhando a paisagem lá de fora.
Só que na volta resolvi ligar a TV e me lembrei da reprise de Friends, acabei assistindo, junto com os Gravity Games do canal AXN. Depois, fui deitar, mas não sem antes fazer um joguinho básico de Campo Minado no Pocket PC. (pode rir, mas que cê não bate meus high scores, num bate não!)
Zzzzzzz....
Acordei com a vista embaçada... nó, onze e tantas já... dormi tanto que até arranquei o lençol de debaixo do colchão durante a noite. Joguei uma água no rosto e desci pra comer alguma coisa. É estranho acordar e ver a mesa posta pro almoço.
Resolvi fazer outro cappuccino e comer um pão, já que tem academia hoje e preciso de uma energia extra. Foi só o tempo de comer, falar um oi pro meu irmãozinho e ligar o micro pra deixar fazendo uns downloads durante o dia.
Aproveitei e joguei fora uma embalagem de Tenys Pé Baruel (urgh) vazia que fazia MESES que tava em cima da mesa. Peguei minhas coisas da academia e fui embora.
Na volta topei com mais um carro com aquele adesivo enigmático da Igreja Batista da Lagoinha. Eu não entendo esse adesivo. Essa igreja é uma igreja ENORME, daí o "grande para servir". Mas o "pequena para se importar" é que é estranho. Como assim, eles ajudam mas não tão se lixando, não se importam?!?
Quando cheguei em casa, na garagem estava a babá com meu irmão e uma cena impressionante: minha irmã mais nova lavando o carro do meu pai. Ela é a mulher mais preguiçosa e de má-vontade que eu já vi, mas parece que, agora que tirou carteira, tá percebendo que não basta pegar emprestado, tem que participar (mesmo com o balde furado).
Subi pra fazer meu prato do almoço e comer (GIF animado!). Aproveitei pra trocar o garrafão de água do filtro e ir tomar um banho. (não, não tem foto minha debaixo do chuveiro). Depois, fiz a barba e peguei um pacote de balas que comprei no sinal, enquanto voltava da academia. E dá-lhe mais cappuccino, dessa vez em forma de bala que tem nome de handheld...
Fui usar o telefone do quarto do meu pai pra resolver meus pepinos de Comissão de Estudos. É que eu sou responsável pela comissão que marca as palestras da Mocidade do centro espírita que frequento. Nas férias isso é uma tarefa frustrante: liguei pra mais de 15 pessoas e só consegui falar/marcar palestra com duas. Mas, paciência.
Liguei também pra Bethânia, minha namorada e marcamos um cinema. Antes de ir buscá-la ainda deu tempo de brincar um pouquinho com o Reason, obra de arte em forma de software de produção musical. Falando em música, estou sem ela no carro porque esqueci a frente do meu CD player com um amigo...
Depois de sair pra buscar Bethânia, topei com uma menina no sinal que viu a câmera e quis saber o que era. Tinha que ter uma segunda câmera pra fotografar o sorriso e a surpresa dela ao ver a própria foto no display da câmera!
No caminho, muito ônibus e uma chuvinha chata. Além do atraso usual de Bethânia, que sempre demora pra descer depois que eu chego. Pelo menos o Pocket PC ajuda a passar o tempo.
No shopping o cinema estava MUITO cheio e, como estava meio em cima da hora, preferimos sair e fazer outra coisa. Fomos numa "petisqueira" comer filé com batata frita e bater papo. Depois, fomos numa sorveteria próxima para a sobremesa. Essa nem deu tempo de fazer GIF animado, porque estávamos passando o tempo jogando Yahtz! no Pocket PC. É um jogo de dados também conhecido como Yam...
Depois fomos pra minha casa, logo que entramos meu irmãozinho acordou, com fome e mau-humorado. Ficamos um pouco com ele e depois subimos. Fiquei tentando achar meu pai (que nunca liga o celular) enquanto Bethânia batia meu recorde no Yahtz. Ela viciou no trem, tanto que esqueceu de mim tempo suficiente pra que eu sentasse no Reason e acabasse sintetizando um som maluco de trote de cavalo no Malström.
E nós dois esquecemos de fechar a janela, a chuva molhou umas coisas lá no meu quarto mas foi pouco. Saí pra levar Bethânia em casa e a chuva triplicou de volume, nunca vi tanta água. Eu me esforçava pra dirigir direito enquanto Bethânia tirava fotos "abstratas" colando a câmera no vidro molhado do carro.
A chuva não parou na volta mas deu pra dirigir tranquilo e chegar em casa sossegado. Todo mundo já tinha ido dormir e estava tudo vazio da sala pra frente, incluindo a geladeira. Eu nunca vou perder essa mania de abrir a geladeira sempre que chego em casa...
Aí lembrei que no caminho alguém me mandou uma mensagem no celular, que não li por que estava no volante. Era Norton, chamando no MSN, mas já era tarde. Aproveitei pra ver a programação da TV a cabo. Engraçado, o site da Warner é um dos poucos sites em Flash que eu realmente gostei...
Desci para fazer mais um cappuccino (só faltam 2 agora) com água fervida no microondas. Enquanto esperava a hora do E.R. passar na TV, fui descobrir como fazer GIF animado no ImageReady, pra fazer esses aí das comidas.
Não demorou muito e começou o E.R., mas meu azar não falhou: nos quinze minutos finais do negócio, a chuva aumentou e a DirecTV saiu do ar. Aí cansei e fui arrumar a cama pra dormir. Nela ainda havia o lendário livro de Access 2 que um amigo me deu na noite passada, pra eu usar de calço de mesa ou algo assim.
Depois fiquei caçando umas coisas na Internet, no IRC, e montando este post. Como vocês puderam ver, minhas férias parecem bastante desinteressantes... mas só pelo fato de eu ter todo o meu tempo livre pra fazer o que bem quiser quando bem entender, de saber que se eu quiser pegar o carro e sair nesse exato momento pra comprar iogurte no supermercado 24 horas (adoro fazer isso), eu posso e não tenho que acordar cedo no dia seguinte nem dar satisfação pra ninguém, já valeu o peixe.
Dia Um
2003-01-13 14:51:00 +0000
Acabei de acordar para meu primeiro dia de férias...
Dei um "jeito" nas costas e elas estão doendo, minha garganta inflamou e deu terçol no meu olho direito.
Ah, meu carro tem que ir pra revisão e preciso arrumar um despachante pra tirar uma multa dele.
Bota no meu pé
2003-01-09 19:03:00 +0000
Hoje saí pra almoçar com minha namorada e um velho amigo. Preservando sua privacidade, daremos a ele o pseudônimo de Marcos :)
Quando estávamos saindo do restaurante eu olho pro pé de Marcos e noto um calçado estranho... emborrachado...
- Que é isso, Marcos?
- Botas.
- Como assim, botas?
- É, botas, olha aqui.
Ele puxou a barra da calça e mostrou o que estava calçando. Sim, senhoras e senhores, ele tava de BOTAS DE BORRACHA. Pretas, com a sola amarela. Diz ele que é porque tá chovendo muito e ele não gosta de andar com guarda-chuva e cansou de chegar com o pé molhado em casa. Aí, comprou as botas.
Gasolina é um saco
2003-01-09 12:48:00 +0000
Eu ia reclamar da lei de Murphy de novo mas dessa vez foi estupidez minha mesmo. Estava indo pro serviço e fiquei sem gasolina no meio do caminho. É, pode rir, eu mereço.
Detalhe que não tem nem duas semanas que um amigo precisou e eu comprei um daqueles saquinhos para combustível, e na época pensei em guardar o diabo do saquinho pra se um dia eu precisasse. Mas acabei achando que não ia precisar. Pééééémm!! Resposta errada.
Agora que gastei R$ 1 num daqueles saquinhos malditos e guardei-o com todo carinho no meu porta-malas, estou garantindo com toda certeza, pela lei de Murphy, que nunca mais vou precisar dele. Bem, exceto quando eu trocar de carro e esquecer o saquinho no carro antigo...
Murphy nunca falha
2003-01-07 12:56:00 +0000
Ontem, segunda feira... início da minha última semana antes das férias... eu já ia contando os 5 dias faltantes quando de repente chegam pra mim falando que vai ter uma alteração monstro no meu sistema.
Sabe pra quando? Sexta, dia 10.
Tem UM MÊS que não acontece nada sério com meu sistema, tava trabalhando tranquilo, sem pressão nem nada, e isso tem que acontecer logo nos meus últimos 5 dias de trabalho.
Sonhos do Primo - O Clone
2003-01-06 12:27:00 +0000
Ontem eu assisti A Praia, aquele filme com o Leonardo Di Caprio. É até legal o filme, interessante. Mas uma hora lá ele disse uma frase assim: "Sem ofensa, cara, mas tu é lesado na cabeça?"
Acho que isso se aplica pra mim, porque hoje eu sonhei que estava esquizofrênico...
É, isso mesmo, eu acordei e olhei pela janela e vi um alienígena me vigiando. É, aqueles de pele de lagartixa, cabeção e olhão... aí, saí pela sala e dei de cara com uma cópia de mim mesmo. A sensação de realidade nessa hora foi muito grande, mas no fundo eu sabia que aquela cópia não era verdadeira, era só uma ilusão da esquizofrenia. Aí o meu "clone" se virou e saiu da sala e eu acordei, eram 4:30 da madrugada.
Muito mais engano!
2003-01-05 17:47:00 +0000
Sabe os posts com enganos que caem no meu telefone e eu boto aqui? Pois é, ontem foi a festinha de aniversário do meu irmãozinho de 1 ano, aí mais pro final do dia tinha uns amigos meus aqui em casa e eu comentava justamente sobre esses enganos quando tocou meu celular...
Era mais um engano, uma menina falando que eu tinha ligado no celular dela. Algum tempo depois, me ligam de novo no celular, era um cara se dizendo namorado da menina da última ligação, encrespando e querendo saber quem era. Botei o celular no viva-voz e foi muito engraçado...
Depois o infeliz ligou de novo, falando um monte de nomes estranhos. Dessa vez minha namorada que atendeu, também coloquei no viva-voz e foi duplamente engraçado! No final da ligação um outro amigo meu atendeu, com o pseudônimo de "Thiago"...
Mais pro final da noite o cara me ligou de novo, só que descobriu meu nome e ficou falando coisas bem "ameaçadoras", como "você mexeu com o cara errado", "não sai daí da sua casa não que eu vou aí te pegar" e tal. Bom, já são quase duas da tarde do dia seguinte e nada dele ainda...
Teacher's
2003-01-03 18:13:00 +0000
Hoje eu fui pra aula de Spinning desanimado, o tempo tá chuvoso, a academia tava vazia...
Só que o professor viajou e mandou uma professora substituta. Uma loira maravilhosa de cair o queixo, pular os olhos e sair ricocheteando nas paredes igual nos desenhos do Pica-Pau...
Tomara que o professor nunca mais volte!
Ano Novo
2002-12-31 16:07:00 +0000
Só hoje aqui no serviço já ouvi umas cinco vezes aquela piada de "a gente se vê só ano que vem".
Então, até o ano que vem!
Bem vestido
2002-12-20 12:52:00 +0000
Ontem, eu na Riachuelo, procurando um presente de natal pra minha namorada.
Ia andando quando vi umas saias.
"Hmm... essa azul aqui tá até bonita..."
Peguei, olhei, olhei, rodei, vi por dentro, vi por fora... aí pus o cabide na altura da cintura para ver como fic...
*BRAIN WARNING: Ato falho! Ato falho! Ato falho!*
Botei o vestido rapidinho de volta no lugar e saí de fininho...
Hoje um tarado me ligou
2002-12-19 19:13:00 +0000
- Alô?
- Tinoco?
- Eu...
- É Sander, tudo bom?
- Tudo... e aí, como vão as férias?
- Tão boas! Volto amanhã... mas escuta, vi um email seu aqui, de umas alterações no sistema...
- Er... peraí, email de serviço?
- É sim.
- Mas cê tá de férias!
- Eu sei, mas li aqui e queria te perguntar...
(Detalhe que é a segunda vez que esse tarado aí trabalha nas férias. Por vontade própria).
Caras não, só Bundas
2002-12-19 17:26:00 +0000
Quem reclama de só ter revista Caras em sala de espera é porque nunca ficou em uma sala de espera de oficina mecânica...
Ou é Quatro Rodas, ou Playboy ou Sexy.
Marketing Sonoro
2002-12-18 18:18:00 +0000
Hoje eu comprei um picolé por causa do som.
Calma, eu explico: você já viu a propaganda daquele picolé da Nestlé, o "Mega"? Um que tem uma mulher comendo o picolé no metrô e tá tudo vazio, e quando o picolé termina aparece um tanto de gente...
Pois é. Nessa propaganda os caras exploraram o fato da mulher se sentir sozinha num mundo de sabor quando tá comendo o Mega... e nesse mundo, o único som é o da casquinha de chocolate do picolé se quebrando dentro da boca a cada mordida. "Croc!".
O problema é que esse "croc" me seduziu... o som é muito nítido, muito bem gravado, e quando eu ouço coisas assim, forma-se uma "presença" do som na minha cabeça, e eu podia sentir o chocolate, a baunilha, o sorvete derretendo na boca...
Foi um som que literalmente me deixou com vontade de comer o picolé. Aí hoje eu passei em frente à padaria e não resisti, dei R$ 2,50 (caro pra caraio!) para a Nestlé.
Quase Theft Auto III
2002-12-16 00:25:00 +0000
Pois é, meu azar automobilístico tava demorando a se manifestar. Tentaram arrombar meu carro hoje de manhã. Já é a terceira vez, em pouco mais de 5 anos que dirijo.
O método, como vocês puderam ver, foi o de tentar "dobrar" a porta. Parece que logo que o ladrão tentou enfiar a mão no carro o alarme disparou e o meliante deve ter fugido. Felizmente nada foi roubado mas, como estava chovendo, ficou tudo molhado por dentro. Acabei desentortanto a porta na mão mesmo e amanhã vou levar o carro num desses martelinhos de ouro pra terminar de consertar e reparar a pintura.
Infelizmente já estou me acostumando com isso...
O Homem Sem Rosto!!!
2002-12-12 19:10:00 +0000
Acabo de receber a MELHOR LENDA DO ANO pela Internet!!
Estou tendo que controlar o riso porque a pessoa que me mandou está na minha mesma sala...
É um arquivo do Power Point que, em resumo, diz:
Essa história nos mostra claramente que a energia do viver suplanta quaisquer problemas ou obstáculos (...) É um fato verídico. "O HOMEM SEM ROSTO"
Numa noite, ao voltar a pé para casa, um jovem foi atacado por cinco bandidos assaltantes. (...) Eles esmagaram seu rosto, com suas botas (...) Quando foi colocado na maca, uma enfermeira, para seu horror, notou que o jovem não tinha mais um rosto. Cada uma das órbitas oculares estavam esmagadas, seu crânio, pernas e braços estavam fraturados, seu nariz estava literalmente pendurado em sua face, todos os seus dentes haviam se partido e sua mandíbula estava separada de seu crânio. (...) Ele passou cerca de um ano no hospital. E quando saiu, seu corpo estava recuperado, mas seu rosto era algo repulsivo de se olhar. Ele não era mais o bonito jovem que todos admiravam (...)
Ele chegou a ter pensamentos suicidas. Um dia, ele passou diante de uma igreja (...) O Padre, através de contatos pessoais, foi capaz de assegurar os serviços do melhor cirurgião plástico da Austrália, sem custo algum (...) A cirurgia foi um milagre. O melhor serviço dentário foi providenciado para ele. O jovem tornou-se tudo que ele prometera a Deus.
Trata-se de "MEL GIBSON"
BWAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!!!!!
MEL GIBSON!!!! HAHAHAHAHAHAHA!!!
E o pior é que tem gente que acredita!!!!!!!
Fatalidades da loteria
2002-12-11 19:22:00 +0000
Cê já notou que a fonte usada nas TVs das casas lotérias que transmitem os sorteios daquele "Pimba" é a mesma fonte usada no Mortal Kombat??
Pobrema de caligafria
2002-12-11 17:36:00 +0000
Acabei de receber um email de piadinha de uma colega de serviço cujo subject era: "Frustação!"
E quando achei que não podia ser pior, no email tinha um arquivo anexado cujo nome era "frustation.zip"
E quando achei que não podia ser pior, era uma piadinha repetidíssima que ela mesmo já tinha mandado...
X de 2 é 4
2002-12-10 20:33:00 +0000
Passei em frente a uma banca hoje, vi a capa da Veja dessa semana...
Olha, normalmente eu não uso palavrão aqui no blog, mas eu preciso dizer uma coisa.
CÉSAR DE CU É ROLA!!!!!!!!
Domingo
2002-12-08 10:37:00 +0000
00:30 - Cheguei em casa, até cedo... fui ver um pouco de TV
01:15 - Nada na TV, fui mexer na Internet e nuns remixes que estou fazendo... coisa nerd básica. Encontrei Luiz no ICQ, chegou meio tonto em casa depois de uma festa, um jantar "0800" de uns negócios do pai dele...
03:10 - Saí do micro e liguei a TV de novo. O filme Pearl Harbour estava começando. "Nó, vou ver esse filme", pensei, imaginando que umas 4:30 eu já estaria na cama...
04:30 - "Peraí, eles só tão atacando a base agora? Esse filme tem quanto tempo de duração?". Apertei INFO no controle remoto. A hora de término do filme: 6:10 da manhã. Ahhh né possível!! Mas hoje é domingo, vou acabar de ver esse negócio.
05:40 - O filme está quase no fim. É bem vagabundo e só fez alimentar meu nojo desses filmes patriotistas norte-americanos... na janela o céu já vai ficando meio azulado...
06:10 - O filme acabou. Perdi meu tempo e minha noite vendo essa bobagem. Decidi sair no terraço... e a maravilha do sol nascendo compensou toda a noite em claro. Lindo.
Manga com Chuva
2002-12-06 19:37:00 +0000
O chefe me delegou um trabalho "investigativo" de urgência aqui, e esse tipo de coisa geralmente é interessante, porque acaba virando um desafio intelectual e tal. Eu gosto dessas bobeiras. Aí, estava megaconcentrado no negócio quando vejo o povo comentando:
- Nó, vai chover, olha que ventão!!
- E o carro do Fulano, hein, tá debaixo do pé de jaca... imagina!
De repente deu um "plim" na minha cabeça: o meu carro tá debaixo do pé de manga que tem no estacionamento!
Saí correndo e pensando: "Não caiam, mangas, não caiam, mangas"... desci o estacionamento correndo, vendo aquele vento assustador e repetindo "não caiam, mangas, não caiam, mangas"... vi meu carro e olhei pro pé de manga e os galhos carregadinhos de manga madurinha, balançando com o vento forte, pendendo a uns 15 metros do capô do meu carro, pedindo pra cair... e ouvia também os estrondos de outras mangas que iam caindo num telhado próximo... cada "TUM" ia lá no fundo do meu ouvido e me enchia de medo.
Entrei no carro, liguei e engatei uma ré. No exato momento em que movi o carro e já estava fora de perigo, uma manga caiu exatamente onde o capô do carro estaria se eu não tivesse retirado da vaga. É... uma demora de três segundos e eu ia ter um belo capô amassado.
"Congratulations, on a job well done!"
2002-12-06 03:27:00 +0000
Ok...
Eu estou aqui fazendo meu remix de músicas do Starfox (o excelente jogo, pra Super NES)... quando chego numa sequência de notas maluca. "Tá, vou ter que copiar no ouvido para o Reason, pensei. Só que não dei "play" de novo pra ir copiando nota por nota não, fui no Reason direto e, no instinto, botei as 12 notas duma vezada só. O resultado foi a escala maluca copiada, de primeira, sem erros.
Me desculpem, mas essa foi foda.
"Precisa de exame médico pra jogar na loto?"
2002-12-05 12:41:00 +0000
Normalmente, quando eu vou dormir bastante cansado, eu sonho que é uma beleza. Mas nessa noite eu me superei.
Sonhei que estava no estacionamento daqui do serviço, com um amigo meu. Estávamos tocando guitarra. Até aí, tudo relativamente normal, a não ser pelo fato de que a guitarra era ligada na parede do estacionamento por um cabo coaxial. É, esses de TV a cabo e tal. E eu estava tentando tocar aquele comecinho da música "In my place" do Coldplay. Não me pergunte por quê.
Aí o sonho mudou, fui pra Sete Lagoas, casa do primo Luiz. Eram quase cinco da tarde, entrei no quarto dele e lá estava ele e o cunhado dele, ainda dormindo. Na sequência Luiz acordou e ainda falou:
- Nó, nessas férias, já é a terceira vez que eu inverto tudo e fico o dia todo dormindo
- Mas que horas cê foi dormir?
- Ah, umas oito da manhã.
Aí não sei porque cargas d'água a gente saiu na rua... passamos em frente a uma casa lotérica e eu falei: "Taí, vou ali jogar na loto". Fui até o guichê e a partir daí a coisa ficou bem caótica, a mulher que estava atendendo me deu um tanto de papel, formulários pra eu preencher, aí enquanto eu preenchia ela virou pra mim e falou:
- E deixa eu te falar, quando você for fazer o exame médico...
- Exame médico?! Precisa disso pra jogar na loto?
- Precisa, claro! E tem mais...
E ela, então, começou a fazer um discurso todo emocional sobre os perigos do vício no jogo e, enquanto ela falava, o céu mudou pra um bucólico fim-de-tarde e ao fundo tocava aquelas músicas tristes, de "trilha sonora pra lição de moral".
Ah! E acabei de lembrar mais uma parte do sonho: Voltei pra casa de Luiz e resolvi ligar pro meu pai, mas nessa hora senti uma vontade irresistível de falar que eu tinha é ganhado na loto. Aí, liguei pra ele (de dentro do banheiro, não me pergunte por quê) e ele tava todo chateado, que tava sem dinheiro, e eu respondia:
- Queisso ou, tá precisando de dinheiro, é só pedir, eu ganhei na loto, rapá!!
Só me lembro até aqui.... acho que amanhã vou ligar pra Clínica de Acompanhamento Psicológico (vulgo Hospício) e começar a providenciar a internação...
Responder a todos
2002-12-04 15:11:00 +0000
Outro dia chegou um email pra mim, um caboclo aqui do serviço mandou pra todo mundo, convidando pra uma pelada + churrasco de confraternização de fim de ano. Beleza, normal.
Ontem chegou outro, confirmando local e que a pelada ia ser "Atlético X Cruzeiro". OK, normal. O problema é que, a partir daí, os caras que iam jogar começaram a responder esse notes pra fazer piadinha um com o outro, aquelas tipo "Cê não pode jogar não que o banco de reserva já tá cheio" e essas babaquices. Tudo isso no "Reply to All". E eu tou aqui, recebendo esses emails imbecilóides de piadas de uma pelada que não vou participar e quero mais é distância, afinal, 22 homens correndo atrás de bola é uma atividade muito gay pro meu gosto.
Aí, abri meu email, lasquei um "reply to all" também e digitei:
"Colegas,
Eu não jogo futebol, não vou participar da pelada e não faço a mínima idéia do porquê de eu estar recebendo estes emails...
Por favor, mantenham-os apenas entre os envolvidos. Pode ser?
Detesto bancar o chato, mas uma hora alguém aqui tem que ser o "advogado do diabo".
Tinoco"
E fiquei com o dedo no "Send". Comecei a pensar se devia mesmo mandar isso. A resposta que veio na minha cabeça foi "foda-se". Aí, mandei.
O feedback de todo mundo aqui da sala (que também está recebendo esses emails chatos) foi até legal:
- Tinoco!! Cê é doido!! Mas eu concordo com você.
E os caras do email ficaram todos ofendidinhos e me mandaram coisas como "É só você apagar, tá difícil ou quer que desenha?".
UPDATE - O pior dos chefes daqui da Tecnologia, o que é conhecido pelo singelo apelido de "Darth Vader", mandou um email pro setor dele, com cópia pro meu chefe e todos os outros chefes, mandando o povo parar de mandar os emails e me parabenizando pela iniciativa. AAAAAARGH!!! Me fudi, agora sou um vendido, fui pro lado negro da Força...
É o Primo? Ah, foi engano
2002-12-03 23:03:00 +0000
Taí, cansei de receber engano no meu celular. É direto! Agora, todo mundo que me liga e eu não reconheço o número, eu ligo o gravador de voz. E se for engano eu faço igual Luiz: finjo que sou a pessoa com quem eles querem falar e bato longos papos. E eles vão é pra Internet, num quero nem saber. É uma pena que o gravador do celular só aguente 2 minutos de conversa...
Saca só alguns enganos engraçados que eu gravei, só essa semana.
Maurício querendo falar com Cristiano pra saber o telefone do Eneandro, não, Leandro, não, Leonardo (MP3, 1:37 min., 96 KB) - Atendi esse no supermercado outro dia. O moleque, no final, ainda achou que eu realmente era conhecido do cara lá, deixou um recado comigo e ainda agradeceu..
Mãe da Daniela querendo falar com a Daniela (MP3, 26 segundos, 28 KB) - "Quem tá falando?"... "Perguntei primeiro!"...
O Primo foi ao médico
2002-12-03 18:10:00 +0000
No domingo meu pulso esquerdo começou a doer horrores, dependendo de como eu pegava algo ou mexia a mão. Como eu digito umas 12 horas por dia (!!) e a dor não tava muito mansa, resolvi caçar um ortopedista pra ver o que podia ser.
10:35 - Cheguei no consultório. As recepcionistas (três) estão lá, nem sequer viraram pra mim e perguntaram "sim, o que deseja?". Só sou atendido um bom tempo depois.
10:42 - Fui para a sala de espera. Estou lendo uma Marie Claire, coisa fina. Enquanto isso chegam três neguinhos e ficam na sala de espera comigo.
11:10 - Acabou a Marie Claire, vou atacar de Veja. É até recente, a capa é do Ciro, na época das eleições. Pô, cadê o diabo do médico?
11:15 - O médico passou e entrou no consultório, só agora. E chamou o último cara a chegar na sala.
11:25 - A Veja tá acabando e TODO MUNDO da sala de espera já foi atendido. A última pessoa tá lá dentro e eu aqui, igual palhaço.
11:37 - FINALMENTE, o doutor me chamou. Nada de "como vai" ou "tudo bem", a primeira frase dele é "e então, o que você tem"?
11:38 - Expliquei que era uma dor no pulso e tal, ele apertou aqui e ali e me disse: "Ah, é um mal jeito qualquer aí. Quer um antinflamatório?". Respondi que não. "Então pôe gelo e se não melhorar cê volta aí", disse ele. Aí...
11:40 - Acabou a consulta. Quase uma hora esperando e TRÊS MINUTOS de uma consultinha meia-boca pro cara não me dizer nem um "como vai?" e me mandar embora falando que não tenho nada. Já é a segunda vez que eu pego um desses medicuzinhos vagabundos e mal-amados... de boa, se eu tivesse caçado a Beta no ICQ ela iria me dar muito mais atenção do que o nosso amigo ortopedista de araque. E ia fazer isso de graça...
Feliz ano novo p... nenhuma
2002-12-02 12:44:00 +0000
OK.. segunda de manhã... e a primeira notícia importante do dia é que não vou poder emendar nem no natal nem no ano novo.
Detalhe: tem 48 horas no meu banco de horas extras (ou seja, 6 dias), e além disso eu tenho mais 4 dias por causa da eleição.
Murphy!
2002-11-29 21:09:00 +0000
Sexta... cinco da tarde...
Hora do meu sistema dar pau. Droga, droga, droga, mil vezes droga.
Eu juro que vou virar jardineiro e largar essa vida de sistemas.
Já sei conversar
2002-11-28 21:06:00 +0000
E de repente tudo mudou aqui no serviço, na tarde de hoje.
Rolou uma socialização tão legal, tão agradável, todo mundo conversando, falando de si, nem parecia aquele povo chato, ignorante, puxa-saco e tacanha, como eles normalmente se comportam. Tava tudo legal, foi uma tarde agradabilíssima de trabalho e bom papo...
... até que entra um dos colegas da sala, vindo da portaria:
- Gente, meu DVD dos Tribalistas chegou!!!!
Aí o encanto acabou.
Os brutos também amam
2002-11-28 15:18:00 +0000
Tem duas coisas que eu sempre digo:
Nunca espere nada de ninguém, mas espere qualquer coisa vinda de um ser humano.
E isso sempre dá certo; Sempre achei que um dos chefes aqui do serviço era um cara toscão, grosso e tal. Isso porque, da primeira vez que eu precisei falar com ele, a primeira coisa que ele me disse foi um grito de "Meu filho, num vai dar não!!" antes mesmo de eu terminar de dizer o que eu estava pedindo. E como a primeira impressão é a que fica, ficou assim.
Aí estou eu passando em frente ao quadro de avisos e lá está um cartazão de alguém se dizendo voluntário do Centro Espírita Célia Xavier e pedindo doações para as cestas de natal das famílias carentes. E o tal voluntário era o chefe tosco!
Pois é, quem diria...
Uhhhhhhhhhhh......... hello?
2002-11-27 15:38:00 +0000
Hoje tocou o telefone, atendi e me identifiquei, como sempre:
- Tinoco...
(Pausa de 2 segundos. Uma voz feminina do outro lado responde. Era a "Vampira", uma colega de trabalho que tem o cabelo igual ao da Vampira dos X-Men, com a mecha de cabelo branco e tudo. Ela queria falar com outra colega de sala, só que como ela é meio lesada...)
- Tinoco?
- É, eu mesmo.
(Pausa de dois segundos)
- Cadê a Liliane?
- Tá aqui...
(Pausa de dois segundos)
- Posso falar com ela?
Uma aula tão bonita...
2002-11-25 18:26:00 +0000
E a aula de Spinning hoje foi especial... a Luciana, aquela loira da academia que eu vivo mencionando aqui, foi fazer a aula conosco.
Dizer que ela é uma mulher bonita não é ser justo com a realidade dos fatos. Na verdade, ela é a prova de que Deus é o melhor designer que existe. Quando eu olho pra diaba da mulher e vejo o tanto que ela é bonita, eu fico até triste... e quando ela sorri eu sinto vontade de morrer. Sério. É como se eu derretesse, como aqueles personagens de desenho animado. É como em Creep, do Radiohead, Thom Yorke canta:
you're just like an angel...
your skin makes me cry...
you float like a feather...
in a beautiful world...
E hoje no final da aula ela desceu da bicicleta e começou a fazer alongamento... aquelas coisas, tentar encostar as mãos nas pontas nos próprios pés, sem dobrar os joelhos. E ela ia fazendo isso de costas para o espelho. E ela estava com uma calça azul de lycra. E eu finalmente entendi o significado da expressão YOWZA!!
P.s.: Sim, eu tenho namorada! Não, eu não troco minha namorada por ela por nada nesse mundo! Sim, minha namorada é mais bonita que ela em uma série de aspectos, que vão muito além do físico.
"Mataram o Anderson"
2002-11-23 02:59:00 +0000
Há mais ou menos 40 minutos eu estava deixando Bethânia (minha namorada) em casa. Estávamos nos despedindo dentro do meu carro, parado na rua dela que é uma ladeira. Na esquina da parte mais baixa tinham algumas pessoas conversando.
De repente começo a ouvir uns barulhos parecidos com estouro de rojão, uns quatro ou cinco estampidos. Mas havia algo errado... o intervalo entre cada estouro não era rápido como nos rojões normal, e o som era mais "seco"... eu estranhei o ruído, Bethânia perguntou:
- O que foi?
- Peraí...
Olhei pro fim da rua e vi todo mundo correndo, um cara rolando no chão e a fumaça de uma bala ricocheteando na parede de uma casa. Eram tiros!
- É tiro, vambora - falei, enquanto engatava a ré no carro.
Comecei a subir a rua de ré, como um louco. Junto comigo um Uno que estava perto e estava fugindo do mesmo jeito. Virei na primeira esquina que vi, de ré mesmo, a centímetros do meio-fio. O Uno passou voando por mim. Já fora de perigo, avancei o carro até a esquina para ver o que estava acontecendo.
Já se juntava um grupo de pessoas, tinha gente gritando e um carro com pisca-alerta ligado no meio da bagunça do fim da rua. Bethânia pegou o celular e ligou pra polícia, conseguiu falar depois de umas duas tentativas. Demos um tempo e depois voltamos pra rua, já cheia de curiosos e com uma mulher subindo, a pé, com uma cara de susto. Ia dizendo:
- Putamerda... putamerda...
- O que foi? - Perguntei
- Mataram o Anderson...
- Quem é Anderson? - perguntou Bethânia
- Anderson, o cara do jornal...
Devia ser um jornaleiro da rua. Como não conheço a vizinhança, não sei quem é. A moça continuou:
- Cara, foram uns cinco tiros! Muito sangue, muito sangue... eu vou ter que ligar pra minha amiga, ela vai ficar louca...
E saiu andando, perturbada. Esse é o terceiro evento com tiros que eu vejo, só nesse semestre.
O Paradoxo Adiposo
2002-11-20 19:12:00 +0000
Ok, agora eu não entendi nada.
Tem 3 meses que eu tou indo na aula de spinning e meu peso não abaixou um grama sequer.
Daí, na última sexta foi feriado e não teve aula, na segunda eu matei aula e só hoje, quarta, que voltei. Fui pesar e a balança, a mesma na qual eu sempre me peso pra não dar diferença, acusou um quilo a menos.
Então quando eu não vou à aula eu emagreço? Bom saber :)
Cronograma de trabalho para as férias
2002-11-20 14:00:00 +0000
Estou de férias marcadas, 30 dias, pra começar em 13 de janeiro do ano que vem. Mal posso esperar. 54 dias para a liberdade.
Projetos para as férias:
1) Jogar a série Soldier of Fortune, 3 CDs de muuuito tiro... e, se eu conseguir o CD, fuzilar uns bots desavisados no UT 2003.
2) Comprar um drive de DVD, lascar no micro e ver muitos filmes
3) Compor muita música, toda a que eu nunca tive tempo de compor
4) Rever Evangelion todo, e de preferência ver Cowboy Bebop todo
5) Ir pra Sete Lagoas, encher o saco do primo Luiz. De preferência levando o computador pra uns pegas de NFS em rede :)
6) Ir pra Serra do Cipó, sozinho (isso é essencial), num dia de semana bem mutante (tipo segunda) pra achar o parque vazio, e passar um dia debaixo de uma cachoeira qualquer.
Droga, é muita coisa pra apenas 30 dias...
Campanha em SQL
2002-11-14 18:25:00 +0000
Uma vez o Bernardo, do RTFM, lançou a excelente campanha da "Sexta-Feira read only"... e ainda ilustrava:
# chmod 400 friday
Como eu sou pobre e trabalho é com SQL, eu vou lançar outra, a da "véspera de feriado SELECT". É que nas vésperas de feriado você não dá INSERT nem UPDATE em nada, só SELECT. E é isso aí.
SELECT * FROM TODAY
Query batch completed.
UPDATE TODAY
Server: Msg 2812, Level 16, State 62, Line 1
UPDATE permission denied on object TODAY.
Utilidade Pública (ou: Truque Barato)
2002-11-12 18:06:00 +0000
É verdade, viu, o ato de ter um blog te abre novos horizontes. Agora há pouco, um leitor desse blog me aparece no ICQ:
Wellington: aeee zée
vc ta no trampo?
Zé Carlos: Yep!
Wellington: vc pode fazer ligacao interubano ai do seu trampo..
por exemplo pro rj ?
Zé Carlos: Err... posso, pq?
Wellington: qué faz um favor pra min nao??
por favorrr
ligar pra uma mina o nome dela eh tatiana
Zé Carlos: Hein?? Por quê?
Wellington: 021 213319 6000
é soh vc falar pra ela..
Tatiana o Wellington pediu pra vc ligar pra ele...
tipo.. ela ja sabe.. pq umas amiga do icq sempre faz isso..
Wellington: aqui do trampo nao tenhu direito a ligacao externa
:(
Zé Carlos: Ô cara... interurbano, BH pra RJ, é mei caro...
Wellington: blz, desencana
Agora, a pior parte... eu fui ser bonzinho e liguei. Achei que ia ser engraçado explicar a situação pra tal "Tatiana", mas atendeu uma voz de homem:
- Alou?
- Alou, queria falar com a Tatiana...
- Quem?
- Tatiana...
- Quem quer falar?
- É Zé Carlos.
- Ô cara, vai se fuder, fica ligando pra mulher dos outros, vai tomar no seu cu seu filha da puta, vai pra puta que pariu...
E os xingamentos se estenderam por mais uns 40 segundos, até que de repente veio uma mensagem gravada: "A sala de bate-papo está cheia. Obrigado por ligar".
Isso é pra eu aprender a nunca mais querer dar uma de bom samaritano. Em hipótese alguma.
O trouxa que me "indicou" isso é o Wellington, ICQ 58857751, o site dele é esse aqui e o email é [email protected]. Ah, engraçado... não sei por quê, mas o email dele foi enviado para várias listas de discussão sobre gays...
Conheça a aula de Spinning do Primo
2002-11-08 21:23:00 +0000
Hoje foi aniversário do professor de Spinning e, no final da aula, surgiram chapeizinhos, línguas-de-sogra e um bolo. E um colega da aula, que trabalha aqui no Banco, levou sua máquina digital... é bom que eu posso apresentar meus "coleguinhas" de classe pra vocês.
Essa é uma visão "global" da aula. Como hoje é sexta o professor (no centro) fez uma aula especial, onde todo mundo fica em círculo e ele sacaneia todo mundo mandando pedalar em pé (do jeito que estamos na foto) por uns 30 minutos, sem sentar. Na foto, lá estou eu, no canto esquerdo.
A primeira foto é do Henrique. Ele é designer e "patrimônio histórico" da academia, deve frequentar há uns dois anos, todo santo dia. Reza a lenda que ele era gordão e emagreceu milhões de quilos desde que começou a fazer aula. É o R.P. da turma, responsável pelas comemorações de aniversários e pelo "social" no geral. Ah, e ele sua muito. Mas muito mesmo, de formar uma poça no chão grande o suficiente pra servir de espelho.
A segunda foto é do professor, o "Feijão". Feijão já foi DJ, então normalmente ele acerta a mão nas músicas da aula, inclusive de vez em quando até traz alguns mixtapes legais, meia hora ininterrupta de música pra gente pedalar sem parar (e morrer depois).
A terceira foto é de uma aluna que não me lembro o nome... mas que me dá medo: quando eu chego na academia ela está correndo na esteira. Aí, ela pára e vai pra aula de spinning. Depois, quando eu estou indo embora, ela já voltou para a esteira e está correndo de novo. Já emagreceu milhões, e quer mais. Deve ser garota propaganda de pilha Duracell.
A quarta foto (que sumiu, desculpem) é do aluno mais chato da aula, o Daniel. Ele é ator e, portanto, bem "expansivo": fala alto, adora se namorar no espelho, e no vestiário ele tem um template de assuntos que nunca muda: Segunda ele fica falando que chapou todas no fim de semana, quarta ele fica cantarolando as músicas da aula em "heinglês" e com uma irritante voz de mulherzinha e sexta ele fica falando que vai chapar todas no fim de semana. Ah, ele também conversa com coisas inanimadas também, como o chuveiro.
A primeira foto é da Cléa, que também trabalha aqui no Banco. Ela é gente boa, exceto pelo dia em que trouxe a música do Carlinhos Brown pra aula. Mais ou menos no final das aulas ela já está morrendo em cima da bicicleta e é muito engraçado ver o professor gritando pra ela: "Deixa de moleza e aumenta essa carga aí!!"
A segunda foto é do Wilson, o dono da máquina digital, que também trabalha aqui no Banco. Na aula, ele tem o apelido de "guerreiro": ele sua mais que o Henrique (que já sua demasiadamente muito), é "incansável" e uma vez ele estourou uma carga de uma bicicleta, tamanho o "empenho" dele na aula. O homem é um animalzinho...
A terceira foto é da Patrícia, uma aluna discreta que normalmente entra muda e sai calada da aula. Foi ela que outro dia comentou comigo (depois de um mês de academia) que eu tinha "um ritmo pesado demais", que ficava boba me vendo pedalar e tal. Ela é gente boa :)
No Dialtone
2002-11-05 18:57:00 +0000
11:10 - Os usuários do meu sistema reclamam de uns erros malucos numa data de umas propostas. Vou verificar.
11:14 - Descubro que o problema está acontecendo pra TODAS as propostas. Desde ONTEM. Concluo que o sistema está com um pau imenso (não pense maldade) que precisa ser corrigido urgentemente. Ligo pra Empresa Xis, os caras que nos venderam o sistema e que tem um contrato de manutenção conosco que os obriga a resolver os pepinos que acontecerem.
11:18 - O analista da Empresa Xis, o senhor Poindexter (nome fictício) me diz que está verificando e que me liga já já. Repito pra ele que tá tudo entrando no sistema com erro e que preciso dessa resposta deles com a máxima urgência.
11:30 - Ligo pra minha namorada e combino de almoçarmos um contrafilé com fritas. Que fome.. e até agora, nada deles me ligarem...
11:45 - A fome aperta, e nada deles me ligarem...
11:55 - Converso com meu sub-chefe e resolvemos ligar pra lá. A resposta deles é que "ainda estamos verificando". Olho pra janela e vejo meu horário de almoço indo pro beleléu. Dada a gravidade do problema, ia ter que ficar aqui, plantado, esperando os caras da empresa Xis ligar. Resolvi pedir uma comida chinesa tosca.
12:05 - Começa a chover forte.
12:40 - Ninguém me ligou até agora. Uma colega chega mais cedo do almoço, pega o telefone e diz:
- Ué, tá mudo.
- Coméquié!?!? - digo eu, depois do susto
- É, o telefone tá mudo. Todos os ramais. Deve ser a chuva...
Sim, é isso mesmo que você pensou. Perdi meu horário de almoço atoa, já que eles até agora não me deram retorno e, mesmo se tiverem tentado, não vão conseguir já que estamos sem telefone. Decido meter a mão na massa e ver se consigo solucionar o problema por conta própria.
13:30 - Já se passou quase uma hora que estou tentando resolver o problema. Até agora, nada. Já xinguei, bati a cabeça na parede, e nada adiantou. A colega de sala exclama:
- Olha, os telefones voltaram!
Pego o telefone e ligo pra Empresa Xis. Vou conversar com o Poindexter:
- Opa, Poindexter, cê tentou me ligar nessa última hora e meia?
- Er, não... por quê?
Meu sangue ferveu nessa hora. Eu podia ter ido almoçar sem o menor problema, porque independentemente dos telefones estarem funcionando ou não, o imbecil não ia me dar resposta alguma. Mas, continuo a conversa.
- Nada, é que os telefones aqui deram pau. Mas e aí, descobriu alguma coisa?
- Ó, cara... tá estranho... aqui tá tudo funcionando normal...
Aí o sangue ferve a 200 graus celsius. O cara gasta duas horas pra, no fim, me dizer ISSO?!
No final das contas ele inventou uma baboseira lá de formato de data, falei que ia testar o que ele falou e desliguei. Testei e obviamente não funcionou. Resolvi investir na minha solução mesmo...
14:30 - Finalmente descobri o problema. Uma parte do programa comunica com a outra mandando os 10 caracteres da data, tipo, "14/10/2002". Só que a outra ponta só tava lendo 8 caracteres dos 10, então a data ficava truncada, tipo, "14/10/20", e na hora de gravar, gravava o ano como se fosse 2020. Aí ficava tudo bagunçado.
14:40 - Coloquei a correção pra funcionar, finalmente, deu tudo certo. Basicamente, o Poindexter, que deve ganhar o dobro que eu ganho, não ajudou em nada, eu perdi meu horário de almoço e resolvi sozinho o problema. Ah nem viu... não foi pra isso que eu estudei não.
Blue Monday que virou Sunny Day
2002-11-05 02:26:00 +0000
Tearing in my Heart, do Sunny Day Real Estate.
Eu tava aqui, me sentindo o pior dos piores, e entra essa música no playlist do meu Winamp... e de repente eu descubro que era exatamente esse o remédio que eu tava precisando.
Sei lá, toda vez que eu tou mal e essa música toca é como se alguém me desse um tabefe na cara e falasse: "Ou, Deus existe, olha só". Aí entra a guitarra... :)
Lojas de renome
2002-11-04 02:49:00 +0000
Eu vou começar a colecionar esses nomes toscos de lojas... primeiro foi a Convideo.

Depois, o Lava-Jato Vem Car... até tirei foto pra vocês verem que não é mentira:

E agora, descobri outra locadora de nome tosco... a Video Bula!

Forgotten
2002-11-01 23:16:00 +0000
Esqueci as chaves do meu carro na igniçao e fui trabalhar.
Pela segunda vez.
Friday Queries
2002-11-01 22:47:00 +0000
select stuff(stuff(stuff(convert(varchar(23),
HoraINC,113),3,1,'-'),7,1,'-'),21,1,'.')
E hoje é sexta-feira, hein...
Dubbing the Spinning
2002-11-01 19:09:00 +0000
Na ultima semana, o professor de spinning combinou que cada aluno iria trazer uma musica pra aula. Hoje foi a minha vez...
Logo que a aula começa, o professor taca aquela musica manjadissima do Lulu Santos: "Garoto eu vou pra california..." e, para meu espanto, a turma toda começou a cantar junto, como se aquilo fosse a coisa mais legal do mundo.
Acho que nao foi uma boa ideia trazer Asian Dub Foundation pra essa aula...
Convide-o, e ele vem cá.
2002-10-31 04:56:00 +0000
Voces se lembram daquela locadora com nome tosco, a Convideo? Pois é. Acabo de passar em frente ao Lava-Jato Vem Car.
Quem é retardado ri por último
2002-10-29 15:45:00 +0000
Estou eu trabalhando quando de repente alguém solta a frase:
- Cara... se na Igreja Católica tem Batistério... na Igreja Batista tem Catolistério?
E TODO MUNDO dispara a rir alucinadamente e fica assim por uns 40 segundos como se isso fosse a coisa mais engraçada do mundo. E eu fico parado com uma cara perplexa tentando entender onde está a graça.
Tudo que você sempre quis saber sobre o trabalho de um analista de sistemas (mas nunca realmente achou interessante o suficiente pra te fazer perguntar)
2002-10-28 23:01:00 +0000
O trabalho de um analista de sistemas, como eu, é o de desenvolver sistemas e/ou solucionar problemas de sistemas já existentes. Essa segunda parte, a de solucionar problemas, é a parte onde a Lei de Murphy brilha fulgurante em toda a sua magnanimidade...
Desculpe, mas só com esse pleonasmo pra explicar o tanto que Murphy impera nesses casos.
A coisa funciona mais ou menos assim:
1) Você é notificado de um problema no programa X.
2) Quando você está investigando o problema no programa X, e vai usar o programa Y para te ajudar a detectar a causa, você descobre que o programa Y não está funcionando. Aí você começa a solucionar o problema no programa Y, porque depende dele para continuar investigando o problema do programa X.
3) Quando você descobre e conserta o problema do programa Y, a solução do problema no programa Y causa um problema em outro módulo do programa Y. Aí você tem que consertar este outro pedaço do programa Y.
4) O passo 3 se repete umas 3 vezes, até que você finalmente consegue botar o programa Y nos eixos.
5) Quando você roda o programa Y, descobre que ele usa um banco dados de teste, Z, que não está atualizado. Você vai na máquina de café e toma um "extra-forte" pra contrabalançar o desânimo que começou a bater.
5) Quando você tenta atualizar o banco de dados Z, você obtém uma mensagem de erro porque Z compartilha umas tabelas com o banco de dados W e se você tentar mexer só em Z vai causar um erro de integridade em Z e W.
6) Quando você finalmente consegue atualizar Z e W (depois de resolver outro problema de integridade com outro banco de dados K), você bota o programa Y pra rodar. E tudo funciona certinho, o erro que você estava procurando não acontece e você não sabe por quê. Você descobre que tem que copiar uns dados do banco de dados real, R, onde o problema acontece, para o banco de dados de teste, Z, para poder reproduzir o erro corretamente. Aqui é a hora do segundo café.
7) Nessa cópia o passo 5 se repete algumas vezes. O café também.
8) Você limpa o suor do rosto quando finalmente o banco de dados de teste (o Z) está no jeito. Esperançoso, logo que você bota o programa Y pra rodar, ele dá zilhões de erros e fica maluco de uma hora pra outra: são os dados novos que você botou no banco de dados...
9) Repita o passo 3, o de consertar o programa Y, mais algumas vezes. Entre elas, palavrões à vontade.
10) Ao rodar o programa Y de novo, nada de erro, tudo funciona certinho. Você fica repetindo pra si mesmo: "Coragem, coragem" enquanto mexe no banco de dados Z para tentar fazer o erro acontecer pra poder investigá-lo, quando de repente o banco de dados dá uma mensagem maluca contendo as temidas Quatro Palavras do Apocalipse, "Unknown", "Fatal", "Failure" e "Unrecoverable". Alguma coisa desconhecida invalidou o banco de dados e ele está inacessível. Todinho. Você bate na mesa, xinga palavrões à vontade, pega o telefone e tenta parecer calmo ao pedir ao administrador de banco de dados pra restaurar um backup pra você.
11) Após restaurar o backup (coisa rápida, umas duas horas), você, obviamente, tem que copiar de novo aqueles dados pra atualizar o banco de dados, e sofrer todos os problemas de integridade tudo de novo.
12) Quando finalmente está tudo nos trinques, tem uns cinco copos vazios de café na sua mesa, a Barra de Tarefas do Windows está com umas 12 janelas abertas (você nem se lembra mais pra quê abriu a maioria delas), seus batimentos cardíacos já estão em 140 e sua pressão sanguína nem se fala. Aí, você bota o programa Y pra rodar e ele dá pau. O motivo? Quando restauraram o banco de dados esqueceram de dar permissões para o programa Y acessá-lo...
13) Você pega o telefone e liga pro administrador do Banco de Dados, mas já são mais de seis horas e ele já foi embora. E, sim, é só ele que pode dar as permissões. Você bate a cabeça na mesa, quase chorando ao se lembrar que isso tudo é pro maldito programa Y, que nada mais é que uma ferramenta besta pra te ajudar a consertar o programa X, onde o problema realmente está e onde você sequer começou a trabalhar. Sentindo-se o pior dos fracassados e de mãos atadas já que o administrador de BD foi embora, você vai embora também.
14) No dia seguinte, logo de manhã tem um abacaxi enorme pra descascar e você não tem tempo de retomar o problema no programa X. Isso se repete por uns três dias, tempo suficiente pra você se esquecer do que estava fazendo com o programa X..
15) Uma semana depois, quando as coisas estão mais tranquilas, você vê o email notificando do problema no programa X... mas não consegue se lembrar de onde parou na investigação. Não tem outro jeito: volte ao passo 2 e recomece todo este roteiro novamente...
E eu estudei quatro anos pra isso.
Sai da minha aba, TRE!
2002-10-27 20:36:00 +0000
Acho que Deus ficou de saco cheio de tanto me ouvir reclamar de trabalhar nas eleições e fez com que o presidente da seção tivesse a idéia sensata de liberar metade dos mesários (incluindo eu) depois de meio-dia. Aí, estou em casa, dormindo pelos cantos.
Mas quando eu estava chegando no CEFET hoje de manhã vi esse cartaz aí embaixo no quadro de avisos. É tosco, simplesmente tosco.
Cell Blogging
2002-10-27 13:38:00 +0000
Estou blogando direto da minha seçao eleitoral. Trabalhando de novo nessa droga de eleiçao. Mas corre o risco de eu sair mais cedo! Aguardem...
O Trem da alegria tem uns trem estranho...
2002-10-26 15:51:00 +0000
Meu pai ressuscitou um velho vinil do "Trem da Alegria" que tem aqui em casa. Está ouvindo-o, com meu irmão mais novo. Tem 10 meses, ele.
Só que esse disco infantil tem letras bem, er, curiosas, como esse trecho da música "A Patinha da Vovó":
Daquele ovo saíram quatro patinhas
Que mal nasceram foram pro rio nadar
Todas elas eram muito bonitinhas
E o nome delas eu agora vou contar
Pata, peta, pita, pota, puuuuu...xa
Muito pato pra nascer de um ovo só...
E tem uma outra, que ensina o alfabeto, e tem o refrão bem peculiar:
A, E, I, O... (Uh!)
Ba, Be, Bi, Bo... (Buh!)
Ca, Ce, Ci, Co... (Uh!)
Da, De, Di, Do... (Duh!)
O Mundo Bizarro dos Analistas de Sistema
2002-10-25 14:54:00 +0000
Falando no pessoal tosco daqui do serviço, deixa eu apresentar alguns personagens-chave daqui do Banco para vocês:
A Supermãe - Essa trabalha aqui na sala e é conhecida pelo peculiar hábito de falar pelos cotovelos (mesmo quando não tem ninguém ouvindo). Os assuntos prediletos dela são a falta de um namorado e as duas filhas. E o mais engraçado é quando ela telefona pra casa pra conversar com a filhinha mais nova e fica assim:
- Eeei môzinho! Já codou? Já tomô dedêra? Ôôô mô nenê, gaxxiiiinha!
O Engraçadinho - É um cara babaca especializado em pegar aquelas piadas extremamente batidas e sem-graça, tipo "que time é teu", e reciclar a piada até ela dar raiva de tão insuportável. A última dele era ficar me chamando de "criado com vó", achar isso a coisa mais engraçada do mundo e ficar meia hora rindo. Aí ele reciclou a piada e agora me chama de "create com grande mother".
O Comedor - Esse é o "tio", o "quarentão conservado" que todas as mulheres mal amadas do Banco adoram. Anda de óculos escuro ouvindo música baiana no carro, num esforço patético de parecer 20 anos mais jovem. O único assunto dele nas conversas é mulher. Sem brincadeira. E pelo tanto que fala, ele precisaria ser sócio da Pfizer pra ter tanta disposição sexual.
A Loira-Morena - É uma mulher que não é loira mas é mais sonsa que a maioria delas. A conversa dela é no "teenage mode": devagar, cheio daqueles trejeitos de menininha fresca, tipo "Aaai, fulano, créééédo". E ela tem outra característica marcante, um "farol alto" que é permanente, nunca, er, "desliga" :)
O Entendido - É um cara que acha que sabe tudo sobre tudo e fala de tudo sobre tudo o tempo todo. Se a quantidade de "tudos" na última frase já te irritou, acho que eu me fiz entender bem. Esse chato às vezes solta umas pérolas, como uma vez que ele recomendou usar "Windows 3.1" porque "é muito mais estável que o 98".
O Morto-Vivo - Eu tenho medo desse cara. Ele fala como um zumbi, anda como um zumbi, trabalha como um zumbi, passa 8 horas por dia gemendo no telefone e mantendo-se imóvel em frente ao monitor. E ganha o dobro que eu.
It's time to get ill
2002-10-25 14:24:00 +0000
O pessoal aqui da sala me apelidou de "Tiloco" e estão achando isso a coisa mais engraçada do mundo.
Vocês, leitores deste blog, prometem que se um dia eu ficar assim, mentalmente deficiente, como eles, vocês me avisam?
Um bonito português
2002-10-24 19:46:00 +0000
Chegou um email pra mim, dos FDPs do suporte do Banco, agradecendo o que, pra eles, foi a migração bem sucedida do meu sistema de um servidor pra outro e, pra mim, foi uma filhadaputagem feita às pressas que quase me rendeu uma úlcera e ainda contaminou minha vida pessoal me obrigando a fazer hora extra.
Mas no email a responsável pelo projeto botou uma frase assim:
"Foi um trabalho realizado em equipe e a sua realização só foi possível porque pude contar com a colaboração de cada um dos participantes."
Eu já li isso três vezes e ainda não consigo entender como é que a mulher conseguiu concentrar tantas coisas repetidas e completamente irrelevantes numa frase só.
Cell Blogging
2002-10-23 22:48:00 +0000
Estou blogando pelo celular, de dentro do shopping. Sabe como é, internet GPRS de gratis, tem que aproveitar e tal...
!!!!!!Saludos!!!!!!
2002-10-23 21:48:00 +0000
Era o subject dum email que apareceu no meu Hotmail. O remetente era o José Ramón Martínez Sánchez, e a mensagem dizia assim:
hola daniel, espero que te encuentres bien,
mira realmente no tengo mucho que decir solo te comento que eres uno de mis mejores amigos y espero que siempre nos llevemos bien, echale muchas ganas a este año y nos estamos viendo en la escuela espero sepas quien soy ehhhhhhhhhh
atte. Ramón
Bom, não conheço você, José Ramón, mas... saludos pra você também!
Baden - Wurttemberg
2002-10-22 04:18:00 +0000
É o que está escrito atrás de uma canequinha que tenho na minha estante.
Outro dia, arrumando o porta-malas do carro, que passou meses carregando minha velha coleção de revistas em quadrinhos do Homem Aranha por pura preguiça minha de arrumar, achei essa caneca no meio de outras tralhas que estavam lá. Só que essa canequinha tem história...
Há uns cinco anos atrás, não me lembro bem, eu e uns amigos fizemos uma viagem maluca de carnaval para o Rio Grande do Sul. Foram dois dias de carro (só de ida), até chuva de madrugada na Fernão Dias (a "rodovia da morte") nós pegamos. Ficamos um tempo em Porto Alegre, Caxias do Sul, Gramado e tal. Na ida e na volta, dormimos em Curitiba, na casa da prima de um amigo. Numa dessas noites, na terça-feira de carnaval, se não me engano, saímos e fomos nesse barzinho alemão, o Schwarzwald.
E lá estava eu, sentado, cansado da viagem e, no meio dos meus dezenove anos, chateado da forma mais adolescente possível com minha auto-estima, me achando feio e pensando idiotices como : "putz, em pleno carnaval, nem assim mulher olha pra mim". Até que o inesperado aconteceu: o garçom me entrega um "torpedo", um bilhetinho, vindo de uma mesa próxima.
Obviamente, o primeiro impulso foi achar que era gozação de alguém. Não me lembro do que tinha no bilhetinho, mas acabei respondendo-o desacreditadamente, falando algo do tipo "Obrigado mas não sou daqui e estou voltando de viagem amanhã" ou algo assim. Até que a menina do bilhete se identificou. E era mesmo uma menina, uma morena surpreendentemente bonita e não parecia estar de brincadeira. Tanto que as amigas que estavam com ela de repente trataram de evaporar e deixá-la sozinha na mesa.
E, trouxa que era, acabei não indo até lá nem fazendo nada pelo pensamento de "eu nem sei onde estou direito, eu é que não sou louco de sair com uma mulher assim do nada, e além do mais a gente tá saindo mesmo". Não muito tempo depois o pessoal resolveu ir embora e, passando pela mesa da menina, ela vira pra mim e pergunta:
- Já está indo? Senta aí, vamos conversar um pouco...
Pois é, era mesmo verdade. Acabei pedindo desculpas, explicando a minha situação e saindo assim mesmo. Se não me engano ela ainda disse um "Que pena". E naquele dia fui dormir pensando no que aconteceu e pensando que talvez eu não fosse tão tosco quanto imaginava. E trouxe a canequinha, que ganhou um significado especial, como pouquíssimas coisas minhas tem: é pra não esquecer daquele dia e me lembrar que, por mais que eu me ache o pior dos piores, tem sempre algumas doidas que gostam, hehe :)
Spinning forte, vingador
2002-10-21 18:30:00 +0000
Hoje na aula de spinning o professor veio com o mesmo papo do Dia das Crianças, mandou todo mundo botar carga na bicicleta e falou que não ia soltar a música enquanto não tivesse todo mundo em pé. "Lá vem bobagem", pensei.
E, para minha surpresa, a música era o hino do Galo!
"Nós somos do Clube Atlético Mineiro...
Jogamos com muita raça e amor...
Vibramos com a alegria das vitórias...
Clube Atlético Mineiro,
Galo forte, vingador!"
E os cruzeirenses da aula ficaram revoltados... nós, os atleticanos, pedalando, rindo e cantando o hino.
Mas o pior foi contar isso pros toscos dos meus colegas de trabalho e ouvir os comentários...
- Seu professor é um babaca - disse um
- É, babaca - completou o outro
- Isso é falta de respeito, pô, o cara não pode fazer isso.
Nada mais natural, vindo de um cruzeirense nojento e de um flamenguista besta. Eu mereço.
Blue Monday
2002-10-21 15:06:00 +0000
Sâo 11 horas e cinco minutos desta segunda feira, o que significa que estou trabalhando há 3 horas e cinco minutos. E já estou tendo que me segurar pra não ter um acesso de raiva incontrolável e arrancar a cabeça de alguém aqui.
Por isso, faça o favor de não reclamar do seu emprego; ele automaticamente é melhor que o meu. Não, não me venha com essa de "mas eu trabalho com esterco". Esterco não reclama, sinta-se feliz com isso.
Santa tartaruga, está na hora de morfar!
2002-10-19 14:42:00 +0000
Como hoje é sábado, acordei tarde e, sonolento, desci para a sala. Passei em frente à TV e pensei: "Nó, devo estar com sono mesmo, aquelas ali parecem as Tartarugas Ninja no desenho dos Power Rangers"...
Parei, olhei de novo. Eram mesmo as Tartarugas Ninjas! O episódio dos Power Rangers foi um crossover dos dois grupos trabalhando juntos contra o mal.
Momento Insano II
2002-10-17 22:41:00 +0000
18:39 da tarde, vou ao banheiro.
Ao sentar no vaso, bato acidentalmente a cabeça na porta do banheiro.
Depois, bato novamente a cabeça na porta do banheiro... só que dessa vez foi de propósito.
Momento Insano
2002-10-16 21:25:00 +0000
17:25 da tarde. Eu trabalhando. Colega de sala trabalhando.
Eu descubro uma idiotice horrível no meu trabalho, bato a mão na testa, viro para o colega de sala e digo:
- Gilbert, faz um favor?
- Sim, o quê?
- Me chama de burro.
O colega de sala enche a boca e diz com bastante eloquência:
- BURRO!!!!
- Valeu - Respondo eu.
Eu continuo a trabalhar. Colega de sala continua a trabalhar.
Segue o Seco
2002-10-16 19:28:00 +0000
A aula de spinning acabou e eu, com pressa, ia direto pro vestiário, mas hoje acabei ficando e conversando com o professor e outro aluno lá. A avó do professor tinha tido um derrame, aí ficamos os três naquele "small talk" básico.
Quando pus o pé dentro do vestiário, um dos caras babacões da academia, que estava debaixo do chuveiro, grita:
- Porra caralho pára de cagar aí em cima seus viado!!
Normalmente ele grita isso quando alguém dá descarga em algum andar próximo do andar onde fica a academia, e o chuveiro dá uma "parada" por uns 2 segundos. Só que dessa vez o chuveiro parou e não voltou. Todo mundo se entreolhou com aquela cara de susto...
Saímos pra reclamar com a menina da recepção. Ela virou pra nós e disse:
- Geente, tenho uma péssima notícia... a caixa d'água do prédio tá vazia! Não tem água!
Sobrei... se eu tivesse ido direto pro vestiário nada disso teria acontecido. Fui bancar o cara solidário e, pra variar, tomei na cabeça. Aí comecei a pensar em como ia sair desssa, quando me lembrei deste blog... e lembrei que a casa de Luiz, o primo, ficava ali, não muito longe! Liguei pra lá, atendeu o "roommate" de Luiz:
- Alô?
- Alô? Quem tá falando?
- Carlos.
- Carlos? É da casa de Luiz?
- É.
- Ah, é ocê, Carlim... é Zé Carlos. Bão?
- Bão...
- Ou, cê vai sair?
- Não, só às 4.
- Beleza, vou aí tomar banho.
- Err... tá bom.
Depois dessa rápida ligação, corri pra lá, tomei um banho rápido e voltei pro trabalho.
Nada acontece
2002-10-15 20:54:00 +0000
Eu não estou blogando direito ultimamente... primeiro, porque eu ando ultraocupado. Segundo, porque não anda acontecendo nada de interessante na minha vida.
Por exemplo, o fato mais interessante do meu dia até agora é que descobri que um dos pneus do meu carro estava furado, tinha um parafuso enorme encravado nele. E só.
Pedalando com Xuxa
2002-10-14 22:26:00 +0000
Quase esqueci de contar essa...
Fui pra aula de spinning hoje e o professor, com cara de mau:
- Aee!! Todo mundo põe carga na bicicleta e levanta! Não vou por a música enquanto não tiver todo mundo pedalando em pé!
Instantes depois tava a turma toda pronta, e a música começa: Xuxa cantando uma música qualquer da TV Colosso. O professor se vira com as mãos cheias de pirulitos (daqueles grandões, coloridos, em espiral) e grita, sorridente: "Feliz dia das crianças!!!". Deu um pra cada um e ficou dançando igual criança.
A aula seguiu normal até o final: a música do alongamento foi "O sapo não lava o pé", com direito a mais uma rodada de piadas.
E eu tou pagando pra isso...
Férias (voluntariamente) Frustradas
2002-10-14 14:16:00 +0000
Sabe aquele cara que veio trabalhar duas vezes durante as férias, que eu fiquei horrorizado?
Semana passada ele veio mais duas vezes e hoje ele está aqui de novo. Ele marcou uma reunião, inclusive. E é bom relembrar que ele tem um filho recém-nascido em casa...
Toda noite eu vou rezar para nunca ficar assim...
A cidade apresenta suas armas
2002-10-11 13:05:00 +0000
Tava lendo o blog da Beta, que passou por maus bocados ultimamente. Felizmente acabou tudo bem né...
Isso me fez lembrar de uma coisa que aconteceu anteontem, na noite da quarta-feira. Eu estava levando um amigo em casa, ele mora no centro, na rua Rio de Janeiro quase com Augusto de Lima. Aí, parei o carro na porta da casa dele e ficamos batendo papo por um tempo.
No meio da conversa, ouvi dois estrondos... muito parecidos com os barulhos de tiro que me acordaram outro dia lá em casa. Mas achei que não devia ser tiro e continuei a conversar. Depois, quando estava indo embora, o celular toca. Era Bethânia, minha namorada.
- Zé... onde cê tá?
- No carro, indo pra casa, tou saindo do centro agora, por quê?
- Eu estou no ônibus já, mas se você puder me buscar num ponto qualquer... é que aconteceu uma coisa meio chata...
- O que foi?
- Eu estava no centro, no ponto de ônibus, de repente um cara sacou uma arma e deu dois tiros em outro cara que tava atravessando a avenida... tou assustada até agora...
- Mas tá tudo bem com você? Onde foi isso?
- Foi na Augusto de Lima...
Pois é, os dois barulhos que eu ouvi eram os tiros... e eu estava no mesmo quarteirão de onde ela estava e de onde o cara atirou. Foi uma coisa bem, er, GTA, pelo que ela me contou: o cara começou a atirar e todo mundo saiu correndo e gritando. No final, o cara guardou a arma na cintura e saiu andando normalmente...
Meu almoço de aniversário
2002-10-10 17:57:00 +0000
Três cheeseburgers do McDonalds
Uma Fanta Uva
Tempo estimado para o almoço: quinze minutos.
Legal né?
Hole
2002-10-09 22:16:00 +0000
São 6:15 da noite, eu deveria ter ido embora há 15 minutos, feliz, porque, ao contrário do que eu imaginava, não ia ter que fazer hora extra.
Aí descobri um furo no sistema. Um furo ENORME que, se eu não corrigir hoje, compromete (como comprometeu ontem e hoje), todas as propostas de cheque especial.
Basicamente, não sei que horas vou embora hoje. Rezem por mim aí.
Leis de Murphy para o suporte telefônico
2002-10-09 20:41:00 +0000
Se meu sistema dá pau e eu pego o telefone e ligo pra empresa que nos vendeu ele, de duas, uma:
1) O sistema funciona certinho na hora em que eu estou falando com o cara e eu fico passando vergonha ou...
2) Eu descubro o erro no exato momento em que estou falando com o cara e também fico passando vergonha.
Legal né? Murphy é um cara amigo.
Um dia fudido
2002-10-09 19:49:00 +0000
Hoje de manhã, de repente, todos os meus "colegas" de serviço se mostraram como verdadeiros filhos da puta; fizeram uma pressão danada em cima de mim e, de repente, quando a bomba ia estourar, todo mundo saiu correndo pra deixar ela estourar na minha mão. E pela minha ingenuidade de querer ajudar, caí nessa.
Basicamente, foi assim: me disseram "Não ponha o sistema no ar e resolva o problema xis". Aí, quando estava resolvendo o problema xis, me ligam e falam: "Porra, por que é o que o sistema não está no ar?!". Aí isso aí chega no ouvido do chefe e não adianta falar da pressão, dos zilhões de problemas, da urgência urgentíssima que pediram e do impacto de deixar o sistema fora do ar (que nem foi tão grande assim). Basicamente, eu me fudi.
Saí do serviço furioso como nunca havia saído e fui pra aula de spinning. E, por causa da raiva, não fiz 100% da aula... fiz 110%.
Não parei um segundo, quando era pra botar carga era muita carga, quando era pra acelerar eu voava. E minha cara não se alterou em nenhum minuto: eu parecia uma máquina, o olhar firme, gelado, o rosto sério. E saí da aula com energia pra mais. E ainda puto.
E vou ter que fazer hora extra hoje.
Para Casa
2002-10-08 22:29:00 +0000
Hoje o dia foi infernal... são 6:25, já deveria ter ido embora há 25 minutos, mas mesmo assim sentei na minha cadeira e fui olhar os emails do serviço... no meio deles, um descrevendo um processo que teria um "impacto grande" no meu sistema. Pensei: "ahhh mas não vai dar não, já tou até o pescoço"...
Abri o documento anexo, comecei a ler... mas vi que eram 10 páginas. E, neste instante, passou pela minha cabeça a idéia de imprimir pra ler em casa.
Um décimo de segundo depois, o susto: "Meu Deus!!!! Eu pensei nisso!!!!!!!!". Cara, cê faz idéia do quão doentio é esse pensamento?? É pior do que se eu tivesse pensado algo como "Ah, eu podia ir ali dar a bunda pra alguém", é pior do que as piores coisas mais nefastas do mundo...
Eu não era assim, eu ia embora às cinco e meia e esquecia do serviço, ultimamente eu ando até sonhando com ele...
Socorram-me, estou a um passo de me tornar um workaholic...
O produto mais inútil do mundo
2002-10-08 15:28:00 +0000
Acabo de receber, no meu email do Hotmail, um spam vendendo um cortador de comprimidos:
Dosagem certa sem riscos de acidentes.
Atualmente é grande o número de pessoas que precisam cortar comprimidos cortados ao meio e que sofrem na hora de cortá-los. Com o cortador de comprimidos, esta difícil tarefa tornou-se super prática, sem perdas ou transtornos com facas e outros objetos cortantes.
Cara, pelamordedeus... será que esse cara acha MESMO que alguém vai querer comprar um cortador de comprimidos?!??
A pior bala do mundo, o microfone e o incêndio
2002-10-08 04:14:00 +0000
Algumas fotinhas pra ilustrar minha vida "interessantíssima"...
Quando cheguei do almoço, um colega me deu uma bala. Agradeci e, quando ia abrir a bala, notei que ela era "sabor ketchup". E notei que no verso, havia escrito assim: "Não vale gritar nem tirar da boca!!"
Virei pro cara que me deu a bala:
- Que diabo é isso?!
- Ah, é uma bala diferente, experimenta, sô!
- Isso tá com jeito de sacanagem.
- Não, é daquelas que fica estourando na boca, come aí...
Eu sabia que era sacanagem... mas fiquei curioso, achei que devia ser só uma bala ruim, abri a bala e comecei a comer. Dois segundos depois, o pior sabor possível de um gosto indescritivelmente horrível de ketchup azedo com suco de limão tomou conta da minha boca.
Foi, sem a menor dúvida, a pior coisa que já comi em toda a minha vida!!
Gritei "AAAARGH PRECISO CUSPIR ISSO!!!" enquanto um dos colegas de sala dava risada: "Queisso Tinoco, não leu as instruções? Não vale gritar nem tirar da boca!"
Saí correndo pro banheiro, cuspi a bala e lavei a boca... e levei, sem brincadeira, mais cinco minutos pra conseguir parar de fazer caretas de nojo e conseguir trabalhar.
Caso alguém te ofereça uma bala dessas, NÃO ACEITE e, sob hipótese alguma, nem sob tortura, NÃO PONHA A BALA NA BOCA!!!! Eu estou falando sério, nem a maior curiosidade do mundo vale o gosto desesperadoramente horrível dessa porcaria.
Um detalhe: A indústria que produz essa bala é argentina...
Mais tarde (ou seja, às 9:30 da noite), saí do serviço, e fui comprar um microfone. Um Philips modelo MD 195. O melhor foi a forma de pagamento: Ticket refeição ;)
E, pra completar o dia, eu chego em casa e tem uma multidão perto da minha rua. Um carro pegou fogo na garagem de uma casa, a polícia já estava no local (três viaturas, não me pergunte por quê) e os bombeiros chegaram uns 10 minutos depois.
Unforgettable...
2002-10-07 18:28:00 +0000
Hoje, saí da academia, parei o carro perto do restaurante e saí pra almoçar... quando estava voltando, bati a mão no bolso pra pegar a chave do carro... que não estava lá. Sabe onde eu esqueci as chaves do carro?
No carro. No contato.
Sorte que ninguém notou e o carro ainda estava lá. Minha cabeça é que não estava.
Especial - O Primo nas Eleições
2002-10-07 02:20:00 +0000
E hoje foi o grande dia, o dia de participar da "festa da democracia", ou seja, trabalhar forçado como mesário na eleição e ganhar em troca:
1) Um incrível tícket restaurante, para o almoço. O valor? Cinco reais! Tenho certeza que, se você é belorizontino, pensou: "Dá pra comprar uma capa de sofá".
2) Um atestado que lhe dá 2 dias de férias do serviço! E sabe o que é mais legal? Eu não consegui nem usar os da última eleição, quem dirá dessa...
3) Ter meu nome escrito na história da democracia brasileira... sei, não sabia que "história da democracia" era sinônimo de "livro de otários que vão trabalhar na próxima eleição".
O início: Medo e morte
(e pior que o papo de morte é sério)
O babaca aqui chega na zona eleitoral às 7 da manhã, depois de 4 semi-revigorantes horas de sono... e nem o maldito presidente da minha seção tinha chegado. Nota mental: nunca mais chegar no horário.
Aí, chega o presidente da seção: o mesmo da última eleição. Detalhes importantes: ele foi convocado nas últimas CINCO eleições, ele mudou-se pra uma cidade do interior e, como teria que dirigir 120 km pra ser mesário, fez um pedido de dispensa. O filho da **** do juiz do TRE indeferiu o pedido e disse assim pra ele:
- Se for o caso você pode chegar atrasado... tem problema não.
E se estão tratando assim o presidente da seção, eu estou vendo que nunca mais saio dessa. Me dei mal. Mas o pior foi quando todo mundo chegou na seção e uma das mesárias da última eleição, a Carolina, uma simpática moça de 25 anos, não tinha vindo e nem sido convocada. Já estávamos fazendo as piadas, falando que íamos esperar ela chegar pra votar e perguntar qual o "esquema" que ela arrumou pra sair dessa, quando abrimos o livro de votantes e, do lado do nome dela, um carimbo azul, escrito: "FALECIDA".
Depois, ficamos sabendo o que houve: Carolina se suicidou, segundo o primo dela, com 2 tiros na cabeça (não me perguntem como). Chegou ao hospital ainda viva o suficiente pra dizer que tinha se arrependido da tentativa, mas morreu no CTI. O motivo do suicídio: um ex-namorado.
As portas do inferno tem filas
Obviamente todas as velhinhas que assistem Esperança toda noite e acabam pegando um pedaço do Jornal Nacional por engano vieram votar mais cedo pra evitar filas. E justamente por isso, causaram filas. Não foi tão caótico quando a Globo (outra FDP) anda mostrando, mas deu uma boa baguncinha.
O feitiço do número 13
Um dos velhinhos já era esperado pelos outros mesários: era o senhor Jesuíno. Jesuíno teve um derrame e, portanto, não consegue nem se vestir direito; e ninguém achava que ele ia conseguir fazer 7 votos na urna eletrônica.
Mas seu Jesuíno deu um show: entrou na seção com as mãos para o alto, mostrando todos os (dois) botões abotoados (trocados) em sua camisa, cumprimentou todos e foi pra urna. O presidente da mesa ficou por perto para ajudar (isso é permitido, sabia?). E, incrivelmente, Jesuíno começou a digitar "13" até aparecer a foto de alguém. Quando aparecia, ele digitava "Confirma".
E assim, Jesuíno votou no Lula e em todos os outros candidatos do PT com números 13, 131, 13131 e etc...
Classificação de Linée para os eleitores
De tão entediado que eu estava, deu até pra classificar os tipos de eleitores que apareceram por lá:
Os Normais - O povo mais tranquilo, gente entre seus 20 e 50 anos, vai, vota rápido, não fala nada, é educado e não dá trabalho.
Os "Shiny Happy People Voting" - Entram rindo, acham tudo lindo, cumprimentam todo mundo, parece aquele momento da "paz de cristo" que tem na missa.
Os velhinhos - Esses são especiais, no bom e no mau sentido. Tem os "Paz e Amor", são gentis mas demoram uma hora na urna e depois aparecem com uma cara envergonhada saindo de trás da cabine e dizendo "Ix... errei". E tem os velhos ranzinzas, que te entregam o título de eleitor resmungando, vão pra urna, ficam lá meia hora e saem dizendo, cheios de letras: "Esta urna está com defeito!"
Os "Você Sabe Com Quem Está Falando" - São os que acham que ser eleitor e fazer um voto dentre centenas de milhares os torna pessoas melhores. Ou são os que estão putos porque tem que encarar fila e se juntar ao "povinho" pra vir votar. Ou os que pensam as duas coisas: esses geralmente são advogados. Esses aí não conhecem as palavras "por favor" ou "obrigado".
Os bêbados - São os que estocam bebida por causa da lei seca e bebem todo o estoque antes das 4 da manhã. Votam rindo sem razão e levam 5 minutos pra assinar o livro de eleitores. Por causa da tremedeira.
Os "We Are Family" - Os pais e mães que vão votar com os três filhos pequenos. Inclusive algumas mães tem a cara-de-pau de ir com a filha pequena só porque mãe com criança de colo pode furar a fila e votar primeiro. Eu juro que vi uma mulher no corredor falando com outra: "Se você tá com menino eles te passam na frente". É isso aí, com essa mentalidade o Brasil vai pra frente.
Os Renascidos do Inferno - São os ex-mesários. Obviamente, conhecem o povo mais antigo da seção, ficam fazendo piada com você que é um imbecil e foi convocado e passam mais tempo jogando conversa fora do que votando. E mesmo assim você morre de vontade de se tornar um deles.
O almoço - Desbravando a selva de eleitores furiosos
Até sair pra almoçar é chato: tem que encarar o empurra-empurra dos corredores e tal. Na saída, os carros estacionados em fila "xístupla" em frente à minha seção. Um Kadett bloqueava a minha saída, por poucos centímetros. O motorista lendo o jornal, sossegado. Esperei uns 10 segundos e, como ele nem me viu, falei:
- Ô amigo... será que dá pra você arredar seu carro um pouquinho pro lado pra eu poder sa...
- Ahhh, logo eu?? Porra!!
Era pra mexer o carro uns 20 cm, e o cara ficou assim. Fiz questão de parar do lado dele e falar, irônico:
- Olha, meu senhor, me desculpe por esse grande incômodo viu...
E o almoço é tão sem-graça... a cidade deserta, você come olhando pro relógio e pensando nas quatro horas de barulho de urna na sua orelha...
O fim da tarde - Contagem regressiva
Na minha seção o pessoal desenvolveu o peculiar hábito de, perto do horário do fim da votação, ficar gritando no corredor: "Faltam 20 minutos!!!". Até que é uma diversão (sádica) ir na janela, gritar e ver os eleitores retardatários começando a correr, desesperados.
Depois das cinco, é só encaixotar tudo, assinar os lances lá e ir embora com a incrível sensação de ter sido feito de bobo o domingo todo.
Fatos completamente inúteis sobre a eleição
:: Todo mundo que me apresentou carteira de motorista como documento de identidade possuía carteira "AB"
:: Dá pra notar, pelo som, quando é que o cara tá votando em branco.
:: Só vi um gay votar. E foi por ele que descobri o lance do voto em branco.
:: Os disquetes usados na urna não são Verbatim da vida, parecem ser fabricação própria, tem o brasão da Justiça Eleitoral naquela parte metálica do disco, inclusive.
:: Na minha seção foram consumidos 2 litros de Coca-Cola, 2 de Sprite, 2 pacotes de Baconzitos e 4 pães de queijo.
Vota Brasil Countdown
2002-10-05 23:26:00 +0000
Eu estou só passando em casa, correndo, e liguei o micro e conectei na Internet só pra botar esse post, e lembrar a vocês que...
Falta 1 dia para eu perder meu domingo na #&*¨$@&* da eleição!!!!
As mulheres do Suporte Técnico
2002-10-04 21:22:00 +0000
Sabe, eu estou adorando trabalhar com as mulheres do suporte técnico. Temos a mulher C, gentilmente apelidada "nadadora" pelos meus colegas de sala. É porque ela é "nada" de frente, "nada" nas costas... e é a nojenta que quer sair de férias e tá me pondo numa situação de desespero aqui pra resolver tudo "voando", "pra ontem". Ontem ela me ligou pela quinta vez pra cobrar um serviço que nem é de responsabilidade minha (é do fornecedor, que eu já havia contatado há muito tempo). No meio da conversa ela falou:
- Tinoco, vou te ligar o tempo todo até cê resolver isso pra mim, cê vai ficar de saco cheio de mim...
- Já estou, C, já estou... - respondi
E tem também a mulher D. Toda vez que preciso fazer algo (que a C está me cobrando direto) no servidor novo, eu tenho que ir na mesa da D, que tem a senha de administrador do servidor. A minha senha não me permite nem copiar arquivos lá. E ela, a "administradora", usa o computador me falando assim: "Ó Tinoco, repara não que eu sou devagar, viu..."
Hoje eu estava com a D no computador, acessando o servidor remotamente, e ela falou que ia dar um boot no servidor. Como estávamos usando acesso remoto, durante o boot fica impossível acessar o servidor, só depois que o Windows entra e tal. Aí estávamos lá esperando, esperando, esperando... e nada do servidor "voltar". Descemos lá pra sala (gelada) dos servidores e a tela lá estava toda preta... fiquei lá com a C enquanto a D ia buscar o pessoal dos servidores, quando a C disse:
- Tinoco... quando a D foi dar boot no servidor, você viu se ela escolheu "restart" ou "shut down"?
Nem respondi... só olhei pro servidor, as luzinhas todas apagadas... a imbecil da D desligou o servidor em vez de dar boot.
Mas a coisa ficou pior depois... no fim da tarde, me liga a C dizendo assim: "Tinoco, as views do servidor de teste estavam apontando pra produção".
Isso quer dizer o seguinte: meu sistema, no banco de dados de teste, estava na verdade gravando dados no banco de produção, ou seja, no banco de dados "pra valer". E foi ela quem fez a burrada. Isso seria uma catástrofe com potencial para ter avacalhado a vida de centenas de clientes do banco... a sorte foi que eu só usei o sistema de teste ontem, então foram poucos os casos com problema. Mas o mais legal é que é ela que faz a caca e quem conserta, só pode ser eu.
Segunda feira tem mais de C e D pra eu aguentar...
Body Pride
2002-10-04 18:26:00 +0000
Hoje eu cheguei derrubado na academia. Morrendo de sono. E o professor botou todas as bicicletas em círculo e falou:
- Hoje é uma aula especial, vai ser assim: não vamos usar o banco da bicicleta, vamos pedalar o tempo todo de pé... e vai ter uma "fila de descanso", cada um vai ter um minuto pra sentar e descansar, começando desse cara aqui do meu lado.
O cara era eu. Alguém perguntou:
- E se ele não parar?
- Aí ninguém descansa, ué! - Respondeu o professor...
E a aula começou... os 10 primeiros minutos foram relativamente tranquilos... mais ou menos 15 minutos depois já tava dando pra cansar bastante, o professor virou pra mim com aquele jeitão de quem ia dizer "pode descansar" e disse:
- Tá inteiraço aí né??
- Uff, uff, uff...
- Claaro que tá! Vambora, pára não!
E aí eu entendi o objetivo da aula: puxar os alunos pelo orgulho. Ninguém ia querer passar a humilhação de se sentar e "fraquejar", então eu não me sentei e todo mundo foi até o final. E, obviamente, a culpa seria minha, por não ter sentado (o professor não deixou, mas ninguém ia mencionar isso né...). Aí, fiquei de vítima das piadas de "ele vai apanhar no vestiário", "quando cê entrar pro banho vai voltar e não vai achar suas roupas" e tudo o mais... mas foram 35 minutos em pé, com carga... foi difícil mas foi um bom teste de endurance.
Hackeando Murphy, parte 2
2002-10-04 15:55:00 +0000
Mais uma dica de como usar a Lei de Murphy a seu favor:
Está precisando do seu chefe para resolver algum problema, mas não consegue encontrá-lo? Entre no site da Playboy, o ímã perfeito de atrair chefes, e aguarde alguns instantes; ele não vai demorar a aparecer...
Vota Brasil
2002-10-04 12:46:00 +0000
Faltam 2 dias para eu perder meu domingo trabalhando na eleição! Yippie!
E só ontem minha namorada me lembrou que tem uma festa de 15 anos pra ir... no sábado... vou chegar moído na seção eleitoral. Tou até vendo.
O trabalho adoece o homem
2002-10-03 22:34:00 +0000
O dia de hoje entrou para o TOP 10 dias estressantes desse ano. Eu estou exatamente de intermediário entre os DBAs que querem o negócio pra ontem e os fornecedores que enrolam e são campeões de má vontade. Aí, eu sou obrigado a ouvir, o dia inteiro, pressão dos DBAs por coisas que os fornecedores tão enrolando pra entregar.
Alguns fatos dignos de menção, procês verem o que sofri:
3 da tarde, meu sistema dando pau. Informei os fornecedores tem 2 dias e nada deles responderem. Aí, liguei pra lá e fiquei seguindo as instruções dele, só que estava em outro micro, não o meu normal, de trabalho.
Estava reclamando que eu executava o programa e nada aparecia na tela até que, no meio das brigas, descobri que ele na verdade estava, sim, funcionando, mas não aparecia a maldita janelinha. Depois de muito bater cabeça, descobri o porquê:
Meu desktop normal, do meu micro, usa resolução de 800x600. O da máquina que eu estava usava resolução 640x480. Ou seja, a janelinha, que na resolução maior aparecia no rodapé da tela, não ia aparecer na resolução de 640x480. E o pior é ter que contar pro fornecedor que era esse o problema e ouvir as piadinhas de volta, quando seu estômago tá pra ulcerar de raiva já.
Mais tarde, uma das duas analistas com as quais eu tou trabalhando levanta um problema de que possivelmente a versão do programa não ia rodar no Windows 2000 porque foi feita pro Windows NT. Sentamos nós três, e a primeira coisa que eu disse foi:
- Ué, pra saber se não vai funcionar ou não, vamo testar, oras...
E as duas começam a falar, falar, falar, levantar hipóteses, suposições... cinco minutos depois, viram pra mim e perguntam: "o que você acha, Tinoco?"
- Eu acho que temos que testar pra ver se vai funcionar ou não.
E as duas voltam a falar... conversam mais dez minutos e concluem que nós precisamos testar para ver se vai funcionar ou não. Exatamente o que eu tinha dito há 15 minutos atrás.
Just pain, no gain
2002-10-03 20:39:00 +0000
De acordo com o nível absurdo de pressão em cima de mim aqui no serviço, eu estou com um sério medo de ganhar uma úlcera antes dos meus 30 anos.
Vota Brasil
2002-10-03 15:26:00 +0000
Faltam 3 dias para eu perder todo meu domingo (inclusive acordando cedo) na eleição!
Se você também foi convocado pra trabalhar de mesário, junte-se a mim e amaldiçoe o TRE.
Bye Bye Vegetal
2002-10-02 20:47:00 +0000
Acabo de saber que aqui no serviço tem uma mulher que, ao telefone, se despede da pessoa dizendo assim:
"Um beijo e um brócole porque queijo engorda! Tchau!"
Ressaca de Endorfina
2002-10-02 20:39:00 +0000
Esse meu hábito de frequentar academia e fazer spinning acabou inaugurando um novo conceito na minha vida... o da ressaca de endorfinas.
Logo que eu saio da aula, tudo é alegria porque seu cérebro está boiando em endorfina. O almoço fica mais gostoso, o ânimo de trabalhar logo que você chega no serviço é total... até que chega o horário das três da tarde, que é mais ou menos quando as endorfinas acabam.
Aí, o ânimo vira desânimo, dá uma preguiça de trabalhar, você se esparrama na cadeira e começa a olhar pro relógio desesperadamente implorando para dar a hora de ir embora. É a ressaca das endorfinas, que chegou para abalar.
Leis de Murphy para a chefia
2002-10-02 15:55:00 +0000
Se eu preciso achar meu chefe pra alguma coisa, ele nunca está na sala dele ou em lugar nenhum.
Se eu entro na Internet ele instantaneamente aparece na porta da minha sala.
(Baseado em fatos reais)
Vota Brasil Countdown
2002-10-02 15:35:00 +0000
Faltam 4 dias para eu perder meu domingo trabalhando na eleição!
Me dá vontade de socar a tevê quando vejo aquelas propagandas do Governo com a mulher falando: "Se você foi convocado para trabalhar nas eleições, parabééééns! Você vai participar da festa da democracia..."
É né, vou fazer uma "festa da democracia" no meio da sua fuça procê ver só uma coisa.
Jagged Little Chinese Food
2002-10-02 04:25:00 +0000
Hoje pedi comida chinesa no almoço. No pacote onde vinha meu prato descartável, notei algo estranho escrito...
São nomes de discos da Alanis Morrisette. Quem escreveu isso lá? É um enigma? Sei lá. Mas o pior ainda está por vir.
Toda vez que eu olho pro prato, automaticamente a Alanis começa a cantar "Uninvited" na minha cabeça. É aquela música, lenta, que ela fica falando "That I would be good...". E o pior é o porquê dessa música vir na minha cabeça.
É que minha irmã foi no show de Sandy e Júnior que teve esses dias aqui em BH e me contou que a Sandy cantou "Uninvited" no show e, segundo ela, "foi lindo". Aí a maldita música ficou na minha cabeça. É quase tão ruim quanto o dia em que a vinheta de um programa chamado "Momento Jazz" ficou 12 horas ininterruptas repetindo na minha cabeça.
Negócião hein!
2002-10-01 21:39:00 +0000
O que que você faz quando o pessoal da gestão de crédito do banco (ou seja, usuários do meu sistema) te liga e fala: "Pro seu negócio crescer o meu tem que crescer também" ?
Você bota isso no seu blog, claro.
Férias Frustradas
2002-10-01 21:34:00 +0000
Tem um cara aqui na sala (o Max), ele é líder de um sistema grandão e é taradão com serviço. A mulher dele estava no final de gravidez. Logo que o menino nascesse, ele tiraria licença paternidade e ia emendar com férias. O menino nasceu tem mais ou menos uma semana.
Dois dias depois do menino nascido, o Max apareceu no serviço. Disse que ia pagar umas coisas no posto bancário, mas acabou ficando a tarde toda trabalhando. Até de reunião ele participou. Me deu vontade de virar pra ele e gritar: "PRESTATENÇÃO cara, cê tá de férias, sua mulher tá com seu filho recém-nascido em casa, VAI EMBORA!!!!"
Hoje, de repente, me chega o cara aqui de novo, falando "Oi... vim trabalhar". Dessa vez tava de crachá e tudo o mais. Só que antes de gritar com ele pra deixar de ser imbecil e ir aproveitar as férias, fiquei sabendo o que aconteceu.
Aparentemente, ele estava desenvolvendo um sistema, só que sempre apareciam uns abacaxis e pepinos mais urgentes pra resolver. Aí, ele virava pro chefe, que falava: "Larga o sistema e vai resolver os pepinos que eles são prioridade". E o sistema ficou pela metade. Daí, acho que a diretoria descobriu que o sistema tá parado e chiou, então ligaram pro Max na casa dele e chamaram ele pra vir terminar.
Tá aqui, do meu lado, xingando o chefe de "filho da puta" e ligando o computador...
Crachato
2002-10-01 19:51:00 +0000
Fui ali no posto bancário e na minha frente tinha um cara da Xerox. No crachá dele tem escrito: "Uso exclusivo em serviço".
Claro, porque o cara com certeza vai querer usar o crachá fora do serviço... pra impressionar as mulheres ou algo assim...
Eleições
2002-10-01 18:20:00 +0000
Faltam 5 dias para que eu trabalhe de mesário na eleição! Que merd... digo, alegria!
Retroceder Nunca, Render-se Jamais
2002-09-25 18:37:00 +0000
No começo da aula de spinning o professor virou pra turma e disse:
"Lembram daquela aula que a gente fez com um mixtape, ficou meia hora pedalando em pé? Pois é, o mixtape tem dois lados... hehehehehe"
E hoje iríamos fazer o segundo lado. Isso significa pedalar meia hora sem botar a bunda no selim, sem nem beber água... e com bastante carga na bicicleta. Normalmente você dá aquela engambelada na aula, senta umas duas vezes pra descansar, mas hoje foi diferente; prometi pra mim mesmo que ia fazer os trinta minutos sem me sentar. Não ia por carga destruidoramente alta, ia me concentrar em manter o ritmo com uma carga decente. E fui.
Quinze minutos depois, eu me olhei no espelho, meu rosto "brilhava" de suor, mas estava lá, firme e forte. Fui agüentando a imensa vontade de sentar e tomar um bom gole d'água, até que o professor gritou: "Vamo lá, essa é a última música!". Ô última música longa...
Agora, tem uma coisa... quando a música acabou e o professor gritou "Aê, pode sentar e diminuir o ritmo" foi bom, viu... você senta, fala "aaaaaaarghhhhh!!!!" e pensa consigo: "Tive a manha!". Parece besteira, mas é uma sensação legal a de conseguir atingir uma meta. Além de que tem o bônus das endorfinas, hehe...
Rodando
2002-09-25 15:33:00 +0000
Ontem de noite, voltando pra casa, na avenida chuvosa, sabe o que me aparece na avenida, do nada, correndo em minha direção?
Não foi ladrão, nem gato, nem cachorro... foi um pneu!
Até agora tou sem entender de onde veio aquilo...
Prevenção às drogas
2002-09-20 20:43:00 +0000
A rua do meu serviço, durante à tarde, vira um "fumódromo": Todos os moleques do bairro vem fumar seus baseados aqui.
Hoje estou eu trabalhando quando vejo, pela janela, dois moleques com um baseado IMENSO, de uns 13 cm. O cara estava acabando de acender o cigarro. Fui até a janela e fiquei olhando para os dois, esperando que eles me vissem.
Quando um dos caras me viu, o filho da mãe ainda teve a audácia de gesticular como quem diz: "E aí chegado! Beleza? Vai um aí?". Aí eu fiquei muito puto de ver os dois imbecis dando o dinheiro que deve ser dos pais deles pro tráfico e achando aquilo a coisa mais normal do mundo... e tive uma idéia: me virei, peguei o telefone e comecei a fingir que estava discando enquanto fazia a minha melhor cara de "cês vão se foder é agora".
Os caras fizeram aquela cara de "sujou, sujou", montaram nas bicicletas e saíram rapidinho da rua. E eu: "Corre, otário, corre". Essa valeu a sexta-feira.
O Surto
2002-09-20 15:54:00 +0000
Tem momentos aqui no serviço que um ou outro cara na sala dá um "surto": começa a fazer piadinhas estranhas, falar sozinho, cantar para o computador... coisas assim. Isso volta e meia acontece comigo.
Estou eu aqui fazendo uma consulta no banco de dados para achar umas propostas de negócio, e a diaba da consulta dando errado. Aí, quando percebi que estava faltando indicar que a proposta tinha que ser de Cheque Especial, veio o surto. Comecei a cantar, num ritmo tipo o daquela música nojenta da abertura da novela "Esperança":
"Mas tem que ser de Cheeeeeeeeeeque.... cheeeeeeeeeeeque...."
E o surto foi feio, em determinados momentos eu até levantava as mãos e ficava cantando junto, como se estivesse num show da Celine Dion. Sim, eu sei, é triste mas é verdade.
O pior foi quando entrou na sala uma outra pessoa, tava conversando com meu vizinho de mesa, e eu, distraído, nem lembrei que ela estava na sala quando comecei a cantar de novo:
"Mas tem que ser de CHEEEEEEEEEEE...."
Parei na hora que ela deu um pulo e olhou pra mim com uma cara de assustada.
Boring Pump
2002-09-17 21:46:00 +0000
Hoje fui almoçar com Bethânia, minha namorada, num restaurante novo. Sentamos num pátio aberto, ao fundo do restaurante e, quando começamos a comer, do andar de cima começou a vir uma música "tumtistum" no último volume. Era uma academia de ginástica.
Mas o que mais assustou eram os gritos de "estímulo" do professor: ele gritava furioso, pior que um sargento de exército torturando alguém... "ACELERAAAA!!!" "FORÇAAA!!!". Só faltavam os palavrões, tipo "ACELERA ESSA MERDA AÊ PORRA!!!".
Aí eu e Bethânia começamos a conjecturar como deveria ser, fisicamente, o professor. Cada um deu seus palpites e acabamos ficando mais curiosos a cada berro que o cara dava... até que um virou pro outro e falou: "Depois do almoço, vamos lá conferir quem acertou?"
Aí, acabamos de almoçar e fomos lá, igual bobos... entramos despistando como se quiséssemos saber alguma coisa da academia, e ficamos espiando de rabo-de-olho o professor. Detalhe que ela acertou que ele era moreno, marombado e com aquele cabelo de topetinho "alça de boquete". Eu errei tudo.
Enquanto ela conversava com a recepcionista da academia, eu fiquei olhando ele dar aula, era aula do tal "Body Pump". Nunca vi aula de ginástica mais chata em toda a minha vida. Você fica 10 minutos trocando os pesos da barra que você usa durante a aula, e só aí começa a música. Aí, você pega a barra, coloca numa posição mutante (tipo, em cima do ombro atrás do pescoço) e faz alguma coisa ridícula, tipo, agachar e levantar. No ritmo da música... mas no ritmo dividido por 2, ou seja, duas batidas, agacha, mais duas, levanta. É isso, você fica lá imóvel, levantando peso, e a música comendo. É chato? Não, é muito chato.
Produzindo Tosquice
2002-09-17 13:40:00 +0000
Cara, o pessoal do setor de produção aqui da Tecnologia são os caras mais mal educados do universo...
Ontem de noite, liguei pra lá. Atenderam:
- Eduargh...
- Er.. quem tá falando?
- EDUARDO!! (Gritando)
- Eduardo, aqui é o Tinoco...
- QUEM??
- Tinoco! Queria saber uma coisa de uma manutenção que mandei pra vocês, do meu sistema XYZ...
- Tou sabendo de nada não.
- Sim, mas olha aí no seu micro, mandei hoje de manhã...
- Nhé... *barulho de teclas digitando*... ah, tou vendo aqui. Vou resolver.
- Tá bom, brigad...
- *CLIC* (Barulho do telefone sendo desligado na minha cara)
Aí liguei pra lá hoje de manhã, o cara que atendeu tava conversando desesperadamente com mais num-sei-quem ao mesmo tempo e portanto disse assim:
- Banco Mercantil, Daniel, porra caralho eu tava saindo pra tomar café, mas que merda, Banco Mercantil, Daniel...
- Er... ô Daniel, é Tinoco, mas pode sair pra tomar seu café já que é assim...
- Tinoco? Ele tá tomando café, peraí que eu vou chamar...
- Hein?? Não, não, é com você mesmo ou!!!!
- Ah, tá, pode falar, Tinoco...
100%
2002-09-16 20:42:00 +0000
Trabalhando a 100% da minha capacidade
Energético Visual
2002-09-13 19:30:00 +0000
Na hora do almoço a aula de spinning foi muuuuito pesada. O professor levou um mixtape de música dos anos 80 e foram 30 minutos pedalando "de pé", sem botar a bunda no selim. E com muita carga na bicicleta. Sem brincadeira. A maioria acabou não aguentando e sentando assim mesmo.
Nos primeiros 10 minutos eu estava quase morrendo e pensando seriamente em desistir e dar uma sentadinha pra tomar uma água, quando chega a loira. Já falei dela aqui no blog, é a coordenadora da academia, a mulher que é sem educação de tão bonita. Na mesma hora o meu ânimo todo voltou, ela ia passando do lado das bicicletas e meu, er, ritmo ia só aumentando :)
Aí ela entrou pro vestiário e na mesma hora eu desabei no selim. Descansei, levantei de novo e até esqueci dela. Mais pro final da aula, lá estava eu pedindo pra morrer de novo, quando ela sai do vestiário, de cabelo molhado, banho tomado. Aí eu cometi um erro, e pensei: "Peraí, essa mulher esteve nua, debaixo do chuveiro, esse tempo todo"???
E aí, se a bicicleta tivesse um velocímetro, o ponteiro ia dar até volta...
Sexta-Feira 13
2002-09-13 15:41:00 +0000
Nunca tive um dia tão estressante como esse. E ainda são 11 horas da manhã.
Só tem pressão, tem trinta mil coisas pra resolver, e hoje fizeram um tanto de demissões na fábrica de programas.
Foi tétrico: chegou um email aqui com o subject "Despedida". Ele dizia assim:
Amigos,
Gostaríamos de agradecer a todos pela boa convivência, agradecermos também a todos que contribuiram para o nosso crescimento profissional. Não estamos aqui para nos despedir, e sim dizer um "ATÉ BREVE".
E na sequência veio uma lista de DEZOITO nomes...
UPDATE: No exato momento em que escrevo isso, veio um cara gordão que eu nunca vi, parou do lado da minha mesa e me estendeu a mão. Fiquei sem entender mas cumprimentei, e ele disse: "Tchau gente...". E continuou a se despedir do resto do pessoal da sala.
Era outro demitido. O crachá dele, inclusive, era de visitante.
See you later aligator
2002-09-13 13:05:00 +0000
Fui inventar de fazer gracinha aqui na sala... veio chegando uma colega e eu fui dar bom dia:
- Bom dia... como vai sua tia...
E a mulher começou a me responder:
- Ué, sei lá, acho que vai bem... tá lá em Pirapora, diz que de vez em quando tá caindo... fica lá, com minha outra tia e um parente...
Marriage Pressure
2002-09-12 12:28:00 +0000
Ontem, eu e meu pai no carro. Ele diz:
- Quando é que você tira férias?
- Ah, sei lá, quando quiser, tem que pedir o chefe. Por quê?
- Em julho do ano que vem eu tou querendo viajar, com todo mundo... isso é, se você ainda estiver solteiro...
- !!!!
- He he he...
Por que é que todo mundo ultimamente fica nessa pressão pra eu casar?!
Spinning + Peruca + Anos 70
2002-09-11 21:19:00 +0000
Hoje, cheguei na aula de spinning. O professor ia fazer uma aula temática, "anos 70". Só música velha... a primeira eu não lembro o nome, mas a segunda foi Abba - Dancing Queen.
E eu tenho um troço com ela, os leitores mais velhos do blog devem se lembrar... fiz a música com a carga da bicicleta lá no talo... tem um ponto que a alavanca de carga dá uns estalos, de que já tá chegando no ponto de travar a roda, e tava eu lá, no primeiro "estalo" (seis estalos travam a roda), mandando ver...
Depois tocou Barry White, Village People com YMCA... e de repente o professor desce da bicicleta. Volta com uma peruca na cabeça, dessas estilo "Jackson's Five". Sério. Todo mundo rachando de rir e eu lá: "Como assim?!". E ficou lá, dançando "Stayin' Alive" com a tal da peruca...
And then nothing turned the Cousin inside out
2002-09-10 22:08:00 +0000
Vai parecer o comentário mais estúpido do mundo, mas esse CD do Yo La Tengo transformou meu dia.

É esse, o "And Then Nothing Turned Itself Inside Out". No Submarino tá baratinho.
Saí para o almoço e taquei o CD no carro. Deve ser a quinta ou sexta vez que eu ouço o CD, mas eu ia achando as músicas cada vez mais e mais lindas fui entrando num estado alfa... quando cheguei na porta do serviço da minha namorada, ela veio andando em direção ao carro... e a cena até ficou em câmera lenta... os cabelos dela voando de um lado para o outro... e naquele momento ela era a pessoa mais linda do universo para mim, e naquele momento eu tinha certeza absoluta de que amava muito aquela mulher. E o CD ia dizendo:
So we try and try
Even if it lasts an hour
With all our might
We'll try and make it ours
Cause we're on our way
We're on our way to fall in love
Aí ela entra no carro, apressada:
- Bom dia Zé... desculpa a demora, não deu pra tirar o dinheiro no banco...
- Bethânia...
- Que foi?
- Eu te amo.
E calei a boca dela com um beijo... e o CD ia tocando...
O almoço foi tranquilo, e o sundae do McDonalds de sobremesa foi comido dentro do carro, com o CD lá, tocando... e eu e Bethânia abraçados, eu tentando mostrar pra ela as letras e ensinar um pouquinho de inglês, ela confundindo we'll com well e nós dois rindo, tranquilos...
E a viagem de volta ao trabalho foi ainda mais sossegada... era como se a avenida estivesse vazia e só eu lá... eu e o mundo. E o CD dizendo:
The room was filled with talk
For anyone listening
I found a spot by the door with no one around
Let my mind go out of tune
Out of tune...
Aí cheguei pra trabalhar, meu sistema dando um pau que estou procurando há uma semana, sem sucesso... aí, nas horas do palavrão de raiva, ele era automaticamente substituído na minha cabeça por um trecho de música:
Watch him burn
He's dropping to his knees
Watch him burn
A medley: hits from Grease
Watch him burn...
Ou então com a estupefaciantemente maravilhosa Last Days of Disco. Essa entrou para o meu TOP 10, com certeza. Em uma posição honrada, do lado dos meus Tortoise da vida.
Saw you at a party
You asked me to dance
Said music was great for dancing
I don't really dance much
But this time I did
And I was glad that I did this time
And the song said "Let's be happy"
I was happy
It never made me happy before
And the song said "Don't be lonely"
It makes me lonely
I hear it and I'm lonely more and more
Até o meu consultor birrento de São Paulo ligou, fazendo drama e falando até que a gente estava sendo desrespeitoso e antiético... e por email. E eu, calmo, até pedi desculpas pelo que não fizemos. E sabe o pau que não achava há uma semana? Achei, e tou consertando. Tudo graças ao Yo La Tengo.
"Nós podemos demorar, você não"
2002-09-10 19:00:00 +0000
Vem aí uma alteração grande no meu sistema e no sistema do pessoal daqui da sala.
Os dois sistemas "conversam", então as alterações tem que ser sincronizadas.
Peguei o meu sistema e alterei em, digamos, uma semana. Fiquei esperando o pessoal do outro sistema me chamar para fazer testes integrados. Fiquei umas duas semanas esperando e toda vez que eu perguntava dos testes a resposta era sempre: "Tá quase, daqui a pouco a gente começa os testes integrados, só terminar de alterar os programas aqui..."
Aí hoje eu descobri que falta uma semana para a implantação. E começaram os testes integrados. Aí, obviamente, nessas horas acham-se problemas nos dois sistemas e, além disso, deu pau também no meu sistema, na versão que está em produção. Tive que alterar as duas versões, correndo, pra não atrasar o processamento do Banco e pra não atrasar os testes integrados.
Aí vem o pessoal daqui do outro sistema e começa a me falar que vou ter que ficar aqui à noite e no final de semana porque fica dando esses problemas no meu sistema em produção e eu acabo demorando pra consertar as coisas do teste integrado.
É isso. Tire as suas conclusões e veja como esse mundo é justo.
Não funciona!
2002-09-09 13:37:00 +0000
Cara, hoje é o dia do "não funciona".
Meu intestino não funciona: Hoje às 4 e meia da manhã, acordo com uma palavra na minha cabeça: "banheiro". Um segundo depois meu intestino dá um salto mortal duplo dentro da minha barriga: diarréia. Saio correndo e fico plantado no vaso um tempão...
A caixa d'água não funciona: Mais tarde, às 7 da manhã, vou tomar meu banho matinal; abro o chuveiro e... nada. Abro a torneira: nada. Daí ouço minha madrasta falando com meu pai que estávamos sem água, sem razão aparente. Fiquei sem banho, e nem posso dar descarga depois das sessões de dor de barriga.
Um detalhe é que hoje os meus joelhos não funcionam: Ontem à noite eu joguei um GTA e fiquei mais ou menos uma hora concentradíssimo, batendo um recorde de missões com o caminhão dos bombeiros. Foram 100 incêndios, na sequência, que renderam $1.258.900 em dinheiro do jogo.
Logo que eu terminei foi que notei o quanto tinha ficado tenso nessa: meus braços doeram e meus joelhos deram "runtime error": já doloridos da aula de spinning de sexta-feira, não sei o que deu neles hoje que eles deram pau MESMO, eu fui subir as escadas pra ir pro meu quarto e caí, não consegui firmar a perna dobrada. Hoje de manhã já tá melhor mas por isso (e pela diarréia) hoje nem vou na aula de spinning.
No caminho para o serviço o sinal da Av. do Contorno com Av. Assis Chateaubriand não funciona.
Aí, chego no serviço e, obviamente, meu sistema não funciona. Tou aqui tentando descobrir o que houve... e enquanto isso, noto que o Blogspot não funciona, vários blogs que eu acesso diariamente por lá não estão entrando.
Espero que, quando eu apertar SEND, esse post funcione...
Ritmo Pesado
2002-09-06 18:57:00 +0000
E hoje, o improvável aconteceu.
Cheguei para a aula de spinning e uma das mulheres da aula estava lá, preparando a bicicleta. De repente, ela vira pra mim e diz, com uma cara de admiração:
- Cara, eu tenho que te falar... eu fico boba vendo você pedalar, cê tem um ritmo pesado demais... nas partes de velocidade cê manda ver mesmo, pedala muuuito rápido, nó...
Tive que parar e pensar umas três vezes pra assimilar aquilo ali. Era mesmo um elogio?!? Tem um mísero mês que eu estou nessa aula e já tou ganhando elogios?? Sei lá se estou com essa bola toda, viu...
Mas quase no fim da aula, numa das partes de velocidade, olhei pro professor pedalando... e pensei: "É, se eu estiver bão assim, será que eu consigo pedalar no mesmo ritmo do professor".
Comecei a acelerar. O que eu pensei foi, literalmente:
"Bom, vamos lá... acelerar mais um po...EEEEAAARGHHH!!! Uff! Uff! Uff! Uff!!"
Nem precisa dizer que não deu né...
Você me deixa nas alturas
2002-09-05 18:43:00 +0000
Não sei como as pessoas ainda se preocupam com a crise. Na hora dela, é só ser criativo, arrumar soluções novas, ser inovador.
Uma bela (?) inovação são as empresas aéreas que agora fornecem serviço de "motel voador", para aqueles casais que morrem de vontade de transar num avião. Pela bagatela de US$ 350 (dá uns R$ 1100) você tem uma hora de vôo para fazer o que quiser com sua parceira.
Pros americanos, tem até um clube onde aqueles que já transaram a mais de 1300 metros de altitude podem se filiar, é o Mile High Club.
Deus definitivamente não quer que eu xingue no trânsito
2002-09-05 00:51:00 +0000
Eu sou o cara mais calmo do mundo, principalmente no trânsito: sempre me controlo, nunca buzino e só muuuito raramente uso o farol alto quando alguém faz uma barbeiragem. Quanto a xingar... eu só fiz isso duas vezes. Das duas, me dei mal.
A primeira vez foi há uns 3 anos. A segunda foi hoje.
A primeira vez: Estava numa avenida, mão única, duas faixas. Eu na esquerda, ao meu lado, na direita, um Opalão apressado e à frente dele um caminhão de lixo. O opalão foi mudar de faixa pra passar o caminhão, mas sem olhar pro lado. Me viu no último instante e deu aquela guinada rápida pra voltar pra pista. E começou a xingar. Aí, logo que ele passou do meu lado, levantei o dedo médio pro otário.
E aí Deus interveio; o cara, um tio gordão e mal encarado, começou a gritar:
- Ah é?! Seu babaca, VAI TOMAR É UM TIRO!!
E começou a remexer algo no banco do passageiro, como se estivesse procurando uma arma. Provavelmente ele estava blefando mas... fala a verdade, no meu lugar, você ia esperar pra ver?
Acelerei pra fugir mas ele veio atrás... emparelhava o carro e gritava "VAI MORRER!", e eu, num Uno Mille, o motor mais fraco e inútil da categoria, jamais ia conseguir escapar. Aí, quando ele emparelhava comigo eu pisava no freio. Ele pisava também, e eu, com o coração na mão, só consegui escapar num momento que trocamos de faixa e eu virei violentamente pra direita, pegando uma rua lateral de surpresa. Levei uns 10 minutos até parar de tremer o suficiente para dirigir até em casa.
A segunda vez foi ali, agora. Depois de anos de calmaria no trânsito, estou numa avenida, mão única, três faixas vazias, e eu na faixa da esquerda, pois ia virar logo à frente, a uns 200 metros.
De repente vem um motoqueiro com o farol alto e fica colado a 60 cm do meu pára-choque traseiro (sem brincadeira), dando seta para virar onde eu ia virar. Logo que veio a curva, ele me passou pela direita e eu gesticulei, nada obsceno, só pra dizer algo tipo: "Ou, prestenção!!". Ele me passou com a moto e eu lasquei o farol alto na traseira dele.
Deus já estava intervindo e eu nem vi. Cem metros depois, um sinal fechado. A moto vem e pára do meu lado, gesticulando que não me ouviu antes...
Abaixei o vidro e falei: "Pô, aquele farol alto seu lá na minha trasei..."
De repente o cara me interrompe:
- Peraí, eu conheço você...
- Er... como assim?
- Cê estudou no Sto. Agostinho?
- Er... sim...
O cara tirou o capacete, e o rosto dele realmente não era estranho: ele havia estudado comigo no primeiro grau. Tudo o que eu podia pensar era: "não acredito".
- Bem que eu vi! Eu sou o Marcelo Dutra! Como é seu nome mesmo? - perguntou, sorridente.
- Zé Carlos... - respondi, sem saber onde enfiava a cara.
Depois ele se explicou, falou que ia virar e pediu desculpas, sempre sorridente. E aí eu cheguei a essa conclusão de que razões divinas me impedem de xingar no trânsito.
Marcha Soldado!
2002-09-04 20:30:00 +0000
Fragmento da música crente que um colega de sala está cantando nesse exato momento...
"O mal pra mim não faz careta
Sou um soldado da luz!
Marcha soldado! 1,2,3,4... (4x)
Não tenho medo do escuro...
Não tenho medo do trovão,
Na minha vida estou seguro,
Jesus está em meu co-ra-ção!
Se alguma coisa me atormenta,
Eu digo "Sai em nome de Jesus!"
O mal pra mim não faz careta
Sou um soldado da luz!"
Ripley em dose dupla
2002-09-04 18:47:00 +0000
Lembram que na última aula de spinning eu falei que tinha uma mulher parecidíssima a Sigourney Weaver, a Ripley dos filmes do Alien?
Pois é, hoje ela trouxe a irmã dela. E a irmã dela é IGUAL a Ripley.
Isso lembra o último filme da série, onde ela era clone dela mesma...
Susto
2002-09-04 18:40:00 +0000
Hoje de manhã, chega um colega de sala, o que é alvo das "bolinhas", e sai falando:
- Gente... tou ouvindo aí um boato de que vão rolar demissões... num-sei-quem ouviu aí que tem que enxugar 10% da folha de pagamento da tecnologia...
E saiu pra uma reunião. Dez segundos depois, o telefone toca e eu atendo: era o CHEFE:
- Dá um pulinho aqui na minha sala, faz favor...
TCHARAMMMM...
Confesso que eu assustei, viu... no fim das contas não era nada muito importante.
Voltagem é Sacanagem
2002-09-03 15:53:00 +0000
Tem um cara coçando saco aqui na sala e conversando sobre eletricidade
- É que a voltagem no fio...
E repetiu "voltagem" um tanto de vezes, até que eu não aguentei e contei pra ele que isso não existe, que o termo certo é "tensão" ou "ddp (diferença de potencial)", que na minha época de CEFET você dizia "voltagem" ou "descascar fio" na aula o professor quase te batia e dizia que o certo é "tensão" e "desencapar fio". Aí, ele continuou a conversa:
- Pois é, mas que no fio tem muita tensão e a amperagem...
E eu quase ia corrigí-lo de novo e falar que amperagem não existe e que o termo certo é "corrente", quando pensei: "Pô, mas todo mundo fala isso, é errado mesmo?". Uma consultada na Net mostra o tanto que esses termos são comuns... aí resolvi deixar como está.
Agora, se ele falar "Wattagem"...
Sweet Dreams are made of these
2002-09-03 13:22:00 +0000
O sonho mutante da noite de hoje foi que eu e minha namorada saímos para fazer um trabalho de sociologia.
Num puteiro.
É, saímos entrevistando as "quengas" lá. Lembro perfeitamente de uma inclusive, uma negra gordinha.
The body cannot live without the mind
2002-09-03 12:22:00 +0000
A aula de spinning ontem foi... zen.
No meio da última música da aula, uma que eu apelidei como "música do Celso Portioli", porque juro que é a música que toca no final daqueles programas do tipo "Curtindo uma Viagem" que ele apresenta, eu tive uma idéia estúpida. A música é música de pedalar muito rápido, e eu já não aguentava pedalar nem no ritmo certo.
Aí, pensei: "Vou me desligar do meu corpo".
Tá, pode rir aí. Mas eu estava suado, cansado, meio abobado com a quantidade de esforço, aí essa idéia sem noção me pareceu fazer bastante sentido. Então olhei pra frente, pro espelho, fixei o olhar num ponto e "relaxei a consciência".
Só que essa idéia retardada funcionou.
Logo que comecei a fazer isso, era como se eu realmente estivesse desligado do corpo. A sensação do esforço e o cansaço estavam lá, mas longe... parafraseando um lance que li uma vez: "Longe... como num sonho". A minha imagem no espelho era como se eu estivesse vendo outra pessoa. E no meu rosto não tinha nem meia demonstração de esforço. Nesse momento a música estava num ritmo frenético, o professor gritando "Aceleraaaa!! Não pára!!!", e era como se eu estivesse comandando meu corpo à distância, dizendo "mantenha o ritmo o mais rápido que puder". Para facilitar, comecei a "sintonizar" com a música, mentalmente dando total importância a cada nuance dela, cada batida, cada nota dos trumpetes que davam a melodia. E fui indo... uns 2 minutos.
Quando a música acabou, eu "religuei" duma vezada, e foi um baque: aí vieram todas as sensações físicas, de uma vez só: a respiração ofegante, a perna dolorida, o cansaço. E a aula acabou.
Blogger vs. Trabalho
2002-09-03 12:21:00 +0000
Ontem, fugindo do trabalho, resolvo blogar. Ao submeter meu post com o BlogBuddy, me vem a mensagem:
The log file for database 'blogger' is full. Back up the transaction log for the database to free up some log space.
Essa mensagem é um problema no banco de dados do blogger.com, que é um servidor rodando SQL Server, igualzinho o que eu uso o dia todo no trabalho. A mensagem também é igualzinha às que eu encaro no serviço. Isso é Deus me dando um toque que eu devia realmente estar trabalhando.
How to disappear completely
2002-09-02 18:45:00 +0000
O primo Luiz foi numa festa no sábado e até no domingo às 6 da tarde ninguém tinha notícia dele...
Ele deve ter ouvido muito Radiohead...
Sonho com presunto e queijo
2002-09-02 13:14:00 +0000
O despertador tocou às 7:10 mas, sem querer, dormi de novo até as 7:30.
Nesses 20 minutos sonhei que estava na rua, trocando a lâmpada de um poste, com a minha mãe (que já morreu) dirigindo meu antigo carro (um Uno). Depois saí e fui na casa de uma tia para roubar presunto e queijo da geladeira dela.
É, algo me diz que minha mente está realmente preparada para encarar o dia de hoje.
Um dia na vida do Primo
2002-08-30 05:59:00 +0000
Ontem eu resolvi fazer a coisa mais babaca do mundo: documentar meu dia com fotos*. Taí o resultado, vamo vê o que vocês acham.
07:15 - É quando eu acordo. Mas fico 5 minutos tentando sair da cama ...
07:32 - Depois do chuveiro, é hora de dar comida para os peixes. E preciso comprar outro sabonete.
07:34 - Hora de vencer a vontade de voltar para a cama, arrumá-la, dobrar os cobertores e ir embora.
07:47 - Estou atrasado, já devia estar a caminho mas estou só entrando no carro, abrindo o portão...
07:51 - A trilha sonora da manhã, no carro, é o disco "Madonna", da banda "...And You Will Know Us By The Trail Of The Dead". Era a primeira vez que ouvia o disco, emprestado pelo primo Luiz. Achei bem energético, sei lá.
08:02 - Dois minutos atrasado e ainda estou na Av. Amazonas, nem passei pelo centro. Ah, o Edifício Acaiaca, aquele do post de outro dia, da história com o mouse, é esse aqui, o amarelo. Passo em frente a ele todo dia. Ele é famoso também pelos "índios melequentos", pena que eles não aparecem na foto.
08:04 - Páro na Av. Assis Chateaubriand (na foto, lá embaixo, o Viaduto da Floresta) para ir na padaria comprar meu "café da manhã".
08:17 à 12:03 - Trabalhar...
12:15 - Hora do almoço, pego a Av. do Contorno para encontrar com Bethânia, minha namorada. Mas só vou almoçar mesmo às...
12:45 - Meu prato deu umas 380 gramas. O dela eu não lembro.
12:59 - Levei quatorze minutos para esvaziar o prato. Ela também. Depois, subimos para a...
13:44 - Praça do Papa. Dá uma bela vista da cidade de lá de cima. E dá muito pombo e gente fumando maconha também. Ao fundo da praça, cujo nome de verdade nem eu sabia que era "Gov. Israel Pinheiro", tem a famosa Serra do Curral.
13:51 - Vou atrasar pra voltar ao trabalho de novo... nessa hora estava passando pela Praça da Bandeira. Com um céu azul desses e eu indo me enfurnar numa sala fria...
14:12 à 17:57 - Trabalhando mais um pouco...
17:58 - Já estava fazendo hora pra ir embora, e saí pra ajustar a máquina para as fotos mais "noturnas". Tirei essa foto da fachada do prédio (com o nome antigo da empresa) para testar.
18:10 - Já estou no carro. A trilha sonora da noite vai ser Solex. Achei o disco meio infantil, repetitivo... sei lá, gostei não. Logo que saio do estacionamento, dá uma visão linda do fim de tarde atrás de uma antena de celular que fica no fim da rua.
18:20 - Vou ao centro comprar um presente de aniversário para um amigo mas, como o viaduto Sta. Tereza está em obras, pego um desvio pela Av. dos Andradas e passo debaixo do Viaduto da Floresta. Depois disso, fui na Galeria do Othon Palace encontrar (de novo!) com Bethânia, mas a bateria da câmera acabou... :(
20:00 - Já cheguei em casa e recarreguei a bateria. Tou com o presente comprado... hehehe! E estou saindo para levar uns CDs pra casa do primo Luiz.
20:27 - O elevador do prédio dele está bichado, tive que ir de escada. Sorte que são cinco andares. No quarto andar, um quadro estranho no hall... nunca tinha visto (e provavelmente, nem ele viu)
20:30 - Toco a campainha, mas escuto sirenes vindas de dentro do apartamento. "Ele deve estar jogando GTA", pensei. Tive que tocar a campainha de novo até ele abrir a porta (e sim, estava jogando GTA) :)
21:15 - Depois de umas piadas, de devolver os CDs e copiar arquivos, Luiz já estava bem à vontade, sem sapatos, papeando no celular. Enquanto isso, deu fome e fui procurar algo na geladeira. Mas apartamento de homem é foda... e fiquei só com um iogurte mesmo.
22:42 - Bethânia chegou da aula (ela estuda do lado da casa de Luiz) enquanto estávamos fuçando os CDs de Luiz. Vimos mais uma ou outra coisa e fomos embora. Só cheguei em casa às...
23:26 - Entrei com o carro, e a fome apertou um pouco mais. Pouca coisa na geladeira daqui de casa. Fiquei com uns pedaços de queijo e mais iogurte... e fui montar este post, jogar um GTA, mexer na Net... e só agora que eu vi que são
01:49 - Tou fudido pra acordar amanhã... Mas, paciência. Hora deescovar os dentes e ir pra debaixo das cobertas.
Parabéns... você viu o quanto o meu dia é normal :)
* - Update: Todas as fotos sumiram ao longo dos anos, conforme este blog foi mudando de servidor. Malz aê.
Ripley e Mulher Half-Ogre
2002-08-28 18:57:00 +0000
Hoje a Sigourney Weaver (a Ripley, do filme Aliens) fez aula de spinning comigo. Tinha uma menina lá igualzinha ela, com o olhão caído e aquele sorriso que só mostra os dentes de baixo.
E na esteira, do lado de onde nós fazemos a aula, tinha uma mulher monstruosamente esquisita. Não era nem feia não, era estranha, era uma mulher baixinha, musculosa igual homem (credo), muito queimada de sol (estilo jogadora de vôlei de praia) e com aquele sorriso de viciada em endorfinas. A esteira dela estava na inclinação máxima e ela devia estar "andando" a uns 10 km/h (é o triplo da velocidade normal de andar).
Durante a aula eu olhava pra ela e pedalava até mais rápido. De medo.
Coisas de contar em blog
2002-08-28 13:51:00 +0000
Me mandaram isso aqui no email, seguido da frase: "Isso é coisa de contar em blog!". Então, tou contando!
Hoje tava tendo aula de Geometria e o professor, pra alegrar a aula, disse que a aula estava 'poética'. Daí vira um cara 'cool' que virou 'coolzão' e disse: 'Tomara que a prova seja poética, professor...' E o cara respondeu: 'Vai ser poética mais vai ser CRIPTOGRAFADA'
Aí virou o mais 'Coolzão' de todos e disse com aquele ar de 'essa vai ser foda' e disse: "Nó! Chico Xavier!" E de repente, um cara que PSICOGRAFAVA virou cracker...
Quotes de email
2002-08-27 03:51:00 +0000
Olha um macmaníaco da lista BHCult falando... fiquei estranhamente feliz com o q ele disse...
>Ô Luiz... cê é um que mexe com Mac né?
Era... Macintosh ficou muito caro sô.
Nesse mundo cruel tive que migrar para Intel.
Esse outro abaixo é um provando que ser cool é um "cool", o que acaba te tornando um "coolzão"
Para mim, "Here Comes Your Man" era a música perfeita para embalar meus sonhos de adolescente e aquelas tardes vazias em que eu me pegava pensando no menino mais bonito da escola ou em como conhecer bandas das quais ninguém nunca ouviu falar faz um bem danado para o ego de qualquer sujeito.
Legal, só você conhece a banda e por isso você é o bonitão da bala chita né?
E numa pergunta sobre como o motorista do último ônibus volta pra casa, um infeliz disse:
Só volta depois de assar o pão e abrir a padaria, oras. Padeiros e motoristas, todos mexem com massa.
Bela tentativa de ser engraçado. Agora repita comigo: "Não fui feliz na tentativa de entreter meus amiguinhos. Prometo me esforçar da próxima vez".
Teve esse outro, que foi menos tosco:
Ora, ele sai do ônibus, entra na Ferrari dele e vai embora... :-)))
Fatos relevantes da vida
2002-08-26 20:45:00 +0000
Tem coisas que a gente só conta em blog mesmo. Uma delas é que, toda vez que estou tomando banho depois da aula de spinning, eu olho para o meu relógio e sempre são 1:18 da tarde.
Cuidado! Queremos te vender!
2002-08-23 18:54:00 +0000
E o marketing cada vez mais me surpreende com sua agressividade...
Me ligam lá de casa, falando que uma mulher ligou, deixou um telefone (0800) de contato, pedindo retorno, falando que é sobre meu carro e que é urgente.
Fiquei preocupado, já que meu carro está com 1 multa e talvez esteja com problema no licenciamento... e liguei na mesma hora. Aí, me atende uma moça falando:
- MG Multas, boa tarde...
Pensei comigo: "Não é possível que é o que estou pensando que é". Daí, me passam pra um cara, que diz:
- Nós estamos ligando pois o seu veículo tem multas, você está ciente disso?
- Sim
- Então nós gostaríamos de estar oferecendo um serviço anti-multas...
Interrompi o infeliz e disse:
- Escuta aqui, não me liguem mais para fazer propaganda de anti-multas falando que é urgente. Se quiserem ligar e oferecer o serviço, tudo bem, mas não digam que é urgente, porque estou trabalhando e não quero ser incomodado por esse tipo de propaganda.
- Mas..
- Passar bem.
*clic*
Atacaaar!
2002-08-23 14:18:00 +0000
No cantinho do meu monitor tem meu telefone e uma bolinha de borracha flexível. Todo mundo aqui na sala tem uma, elas são boas para ficar apertando e descarregar a ansiedade...
...e pra jogar nos outros.
Estou eu trabalhando, a sala toda em silêncio, quando de repende pipoca na tela: "Você recebeu uma nova mensagem". A mensagem é da Liliane, que trabalha aqui na sala. Foi enviada para mim e para todo mundo da sala (exceto um cara) e diz: "Preparar para jogar bolinhas no Fábio".
Todos começam a se entreolhar, bolinhas na mão, e o desavisado do Fábio tá lá, trabalhando... e de repente, voam seis bolinhas direto em cima do infeliz.
É ridículo, infantil e bobo, mas eu racho de rir!
Antivírus doidãããão....
2002-08-22 13:13:00 +0000
E as propagandas no rádio andam se superando...
Propaganda de antivírus na rádio CBN, hoje de manhã:
"Você já notou que sua empresa depende do computador? E se ele de repente não quiser colaborar e se encher desses vírus que circulam pela Internet? Muita calma nesse momento!!..."
Pois é, essa é uma frase típica de maconheiro... detalhe que, depois, a A&C (dona da propaganda) chamou Symantec (leia-se "Saimantéc") de Symantec (leia-se "Simântec").
Aposto que o pessoal do marketing da A&C usa cabelo pixaim e ouve reggae o dia inteiro.
Ninguém entra, ninguém sai
2002-08-21 21:02:00 +0000
Mas é minha boa sorte com carros atuando novamente...
O lavador de carro aqui do serviço trancou meu carro com a chave dentro...
Detalhe é que foi justamente no dia em que o carro do meu pai (que poderia trazer a chave reserva pra mim) está na oficina...
Mas felizmente tem um fiel leitor deste blog que tem carro, mora perto da minha casa e normalmente está em casa "atoa nadaprafazer"... :) Valeu Gabriel, me quebrou um galhão!
Coitado! Coi-Coi-Coitado!
2002-08-21 18:12:00 +0000
Hoje cheguei atrasado na aula de Spinning... enquanto trocava de roupa a primeira música da aula ia rolando. Um dance legal, estimulante e tal... só que até eu regular a bicicleta e começar a aula, a música toda já tinha acabado.
Pensei comigo: "Bem, pelo menos a segunda música tem que ser boa..."
E começa a tocar Kelly Key, "Baba Baby"...
Vô, cê não acreditou... você nem miolhou...
dissiqueu era muuui-tunóóó-vaprá você maaaais...
E eu ia pedalando cada vez mais devagar, até que tive uma brilhante idéia: imaginar que estava chutando a Kelly Key a cada pedalada. Nossa, como a música rendeu... :)
As músicas do resto da aula foram até legalzinhas... e a última delas, foi aquela famosa: Footloose. Fiquei pensando: "É, se o pé de alguém escapar do pedal, realmente vai ser footloose... dããã...".
Acho que Deus ouviu e resolveu me penalizar: a música é filhadaputamente difícil!! É feita com carga e com velocidade... e no meio do desespero, eu via é meus joelhos ficando footloose... era um kneeloose, pra eu aprender a fazer piadas mais inteligentes, hehe :)
Sexo Visual
2002-08-21 16:01:00 +0000
Um tio meu operou de catarata. Ontem ele me mostrou uma folha com recomendações para o pós operatório:
"Não coçar ou esfregar o olho, não remover o curativo, etc..."
Aí tinha um item falando o que pode:
"Pode barbear-se, ver TV, fazer sexo (com cuidado)"
Uau... legal, se eu fizer um sexo selvagem corre o risco do meu olho pular pra fora né...
Veja essa
2002-08-20 18:32:00 +0000
Legal... sempre que o primo Luiz bota fotos na Internet e eu vou ver, o chefe aparece na sala. Acho que as fotos dele tem algum ímã de atrair chefe.
Ladrões, tiros e jogos de computador
2002-08-20 13:35:00 +0000
Acordei hoje às 6:10 da manhã com dois barulhos de tiro...
Saí pro terraço e vi um carro parado em frente ao meu prédio. O motorista estava fora do carro, falando em ladrão, roubo e tal. E não parava de olhar pra dentro da garagem do meu prédio.
Daí, escuto os vizinhos do prédio do fundo gritando: "Ei!! Sai daí seu palhaço!! Vai tomar um tiro!!". Fui ver o que era e vi o "meliante", pulando do meu prédio para o prédio dos fundos e dizendo, com a cara mais lavada do mundo: "Calma, já tou saindo".
O detalhe é que, no ponto onde ele estava pulando, convergem DUAS cercas elétricas, dos prédios vizinhos. Outro detalhe veio depois que descobri o que aconteceu: o cara entrou no meu prédio forçando a cerca elétrica, e não só não tomou choque como o alarme da cerca não disparou. Daí, pulou uma janela do primeiro andar (onde ainda não mora ninguém), atravessou o apartamento e saiu por outra janela, caindo na garagem do prédio. Em algum momento alguém deu os dois tiros e o resto da história vocês já sabem.
A polícia chegou até rápido e, inclusive, acho que prendeu o cara. Daí, como eram 6:20 e eu não ia conseguir dormir de novo mesmo, fui (ironicamente) jogar GTA3 :)
Flanelinhas Da Porta (F.D.P.)
2002-08-16 12:55:00 +0000
Ontem, fui na Três Lobos (pode rir) com minha namorada e três amigas dela.
Na porta, veio o flanelinha:
- Aê chegado... cê deixa três real adiantado aí pra nós...
É assim mesmo. Esses filhos da puta que não fazem porra nenhuma e ganham dinheiro com extorsão já tem a audácia de cobrar adiantado. E querem cobrar TRÊS reais. Mas, ordeiro como sou, virei pro flanela e disse:
- Pois é cara, cê vai dar aquela olhada caprichada no meu carro né?
- Claro!
- Então, se você vai dar aquela olhada caprichada, com certeza vai estar aqui quando eu voltar né?
- Vou...
- Aí então a gente acerta!
- Er, bem, mas é adiantado...
Repeti pra ver se o cara entendia:
- Pois é cara, mas cê vai dar aquela olhada caprichada né? Então já que você, com certeza, vai estar aqui na volta, a gente acerta!
Dei uma piscadinha, sorri pro desgraçado e fui embora.
Faça como eu: Não diga "não" para os flanelas. Diga "vá se foder".
Prático
2002-08-16 12:21:00 +0000
Beta descreveu os itens do banheiro dela... ah, se eu descrevesse o meu...
- Um xampu Pantene (detalhe que eu uso Pantene porque uma vez usei um que era da minha irmã e gostei)
- Um condicionador (porque creme rinse é coisa de viado e/ou cabelereiro)
- Um sabonete cuja marca eu não faço a menor idéia
- Uma bucha que eu acho que comprei errado, porque ela parece bucha de lavar louça. E deve ser mesmo.
E é suficiente.
Samba, Suor e Teoria Musical ( + bônus loira)
2002-08-14 22:00:00 +0000
Hoje na aula de spinning tocou aquela música. Aquela, do final dos programas do Celso Portioli. Mó sambão-dance-trumpete. Aí, eu tou lá morrendo de suar e com meu coração a 180 BPM, quando a música para e uma gaita de fole começa a tocar o tema.
E eu ainda tive a nerdice de perceber que a música é num tom menor e o trecho de gaita de fole é em tom maior.
E eu ainda fiquei me perguntando se as gaitas de fole tem escala fixa como as gaitas normais.
Mas falando de algo melhor... hoje lá estou eu me preparando pra pedalar quando chega o monumento chamado, er, "loira muito maravilhosa da academia cujo nome eu ainda não sei". E ela sentou numa bicicleta, ia fazer a aula de spinning. Logo ali, a dois metros de mim.
Não sei porque, mas essa aula rendeu muito mais :)
Ah, agora a loira tem nome, chama Luciana e é a coordenadora da academia.
O Primo na academia
2002-08-12 20:52:00 +0000
Hoje tentei acompanhar a aula de spinning no 100%, no ritmo que deveria sempre ser...
Fui bem... até a quarta música, quando morri. O professor gritava: "Aê!! Cês beberam no fim de semana né?? Fumaram no fim de semana né?? Agora ficam aí morrendo!! Forçaa!!". E eu, no meio da taquicardia, pensava: "Eu não bebo, não fumo... isso é injustiça..."
Fiz a quinta música num ritmo de "descanso" e resolvi retomar na sexta música. O professor mandou botar "muita carga" na bicicleta. Lembrei da minha barriga flácida e, num ímpeto idiota de determinação, realmente botei "muita carga". Os músculos das pernas começaram a arder com o esforço, e o professor gritou: "Força!! Deixa arder!!". Mantive o ritmo.
Trinta segundos depois eu não conseguia abrir os olhos de dor.
Sessenta segundos depois, eu não conseguia levantar a cabeça de dor.
Depois de um minuto e 15 segundos de dor excruciante da melhor qualidade, reuní o resto de forças que me sobravam, aliviei a carga, e morri de novo. E questionei novamente porque é que eu estou pagando pra isso. E questionei como é que existe gente que é sadomasoquista.
Quando desci da bicicleta, estava vendo estrelas. Literalmente. Agora só resta esperar a parte onde eu começo a ficar mais magro.
Esquinoco?
2002-08-08 20:51:00 +0000
A piada do momento aqui é a de que eu sou o "Esquinoco"
É que ligam o ar condicionado e eu sinto muito frio, aí me chamam de esquimó e misturam com Tinoco.
Quando falam isso aqui, as pessoas riem como se fosse a melhor das piadas.
Socorro.
Sarcasmo corporativo
2002-08-08 19:46:00 +0000
É... no mundo corporativo, é ruim quando seu chefe te liga ou te adverte gritando, puto da vida.
Mas é muito pior quando ele faz isso sem se irritar nem nada, mas sendo filhadaputamente sarcástico.
Os DBAs aqui fizeram uma besteira fenomenal e vai ter que tirar um sistema do ar pra poder corrigir. Eles criaram, em linguajar técnico, um índice ascendente como descendente. Aí, o superintendente da tecnologia (o Fodão) ligou para os DBAs e tá aqui, perguntando com um sorriso enorme na cara:
- Vem cá, mas como é que um índice inverte assim, sozinho hein?
Cantadas
2002-08-05 12:52:00 +0000
Namorada bonita tem lá suas vantagens. É engraçado, por exemplo, entrar numa loja e notar como os vendedores homens simplesmente me ignoram... mas o mais legal é ouvir os casos de cantadas ridículas que ela recebe...
Semana passada ela foi pra SP, pra uma feira... aí, passou um cara pelo stand dela e disparou uma daquelas incrivelmente inteligentes cantadas de peão boiadeiro:
"Êêê morena da sobrancelha de veludo!
Seu pai não tem dinheiro mas seu sorriso compra tudo!"
Teve um outro que tava até bem intencionado, mas pelo visto se embolou na execução. Estava ela escrevendo um email no computador...
- Oi... ouvi dizer que você só conversa por email...
- ?!
- Pois é né... bom, se for o caso, eu posso pegar o seu email pra gente conversar...
- ?!??!
Aí, ontem à noite estou eu com ela, no carro, parado no sinal. De repente, um grito: "Oi gatinha!!". Olhei em volta e, como estava tarde, não tinha ninguém na rua. Do meu lado, só um caminhão-guincho, e não tinha sido o motorista. Aí, gritaram de novo: "Oi gatinha!!". Olhei de novo, e nada...
Aí, estiquei o pescoço pra olhar para o carro que estava sendo guinchado pelo caminhão. E lá estava o carro, batido, e um babaca dentro dele, com um sorriso idiota e se achando o homem mais conquistador do mundo. Daí, como o sinal tinha aberto, deixei para ele apenas o sinal da paz universal (ou seja, meu dedo médio levantado) e saí fora.
Comentário sobre relações homossexuais aqui na sala
2002-08-02 20:57:00 +0000
"É igual LEGO, as pecinhas não encaixam!"
O Primo na Academia
2002-08-02 19:40:00 +0000
Antes de mais nada, eu odeio exercícios físicos. Você sua e fica nojento, leva três horas pra voltar à temperatura normal, o corpo dói todo e, no final de tudo, você gastou um monte de energia pra fazer coisa nenhuma: andar numa bicicleta que nem se moveu, levantar um peso que continua no mesmo lugar... essa idéia do trabalho inútil (tá, pode rir) me deixa neurado.
Mas como eu estou muito gordo e isso não é nada saudável e como não há nada que eu odeie mais em mim do que minha "barriga de cerveja feita sem cerveja", adotei a filosofia do "no pain no gain" e fui à academia hoje. Fui fazer uma aula experimental de spinning.
Spinning é uma daquelas "ginásticas da moda": a aula toda é numa bicicleta ergométrica, com musiquinhas dance o tempo todo e um instrutor monstruosamente musculoso que fica gritando palavras de estímulo como :"Vaaaaai!!! Mais ráááápido!!!". Aí, pedala-se em pé, sentado, devagar, correndo igual doido, com a mão aqui, ali, acolá...
Como era sexta-feira a aula estava vazia: eu, o instrutor e mais duas pessoas. O instrutor tinha o apelido de "feijão" (sabe lá Deus porquê). De início, o "Feijão" ia explicando como preparar a bicicleta: altura do banco, do guidão, etc... sentei na bicicleta e a aula começou.
A aula ia indo bem, tudo tranquilo... pelos primeiros dois minutos. Cansado, comecei a diminuir o ritmo : e o Feijão gritou: "Aííí! Levanta!!! Põe carga na bike e acelera!!". E eu realmente me senti na minha lenta e torturante morte chamada malhação. O Feijão, vendo meu cansaço, vira pra mim e pergunta: "Você trouxe uma garrafinha de água?". Fiz que não com a cabeça e ele fez aquela cara de "Isso não é NADA bom". Mas, gentil como um, er, "feijão", ele me arrumou uma.
E a aula foi indo, e eu me esforçando pra manter o ritmo (impossível). A coisa realmente foi ficando preta quando começou a tocar Jota Quest, a terceira música. Até meus ombros doíam. A sola dos meus pés formigava e o único pensamento que vinha em minha cabeça era: "isso é suicídio. E as pessoas pagam pra fazer isso". Aí, olhei para o relógio, imaginando que naquela altura a aula já estava acabando.
Faziam DEZ MINUTOS que eu estava pedalando.
Olhei para frente: no espelho, via minhas coxas com o DOBRO do tamanho normal, inchadaças pelo esforço. Eu estava anormalmente diferente, morrendo aos poucos, e pedia pelo amor de Deus para que aquilo acabasse rápido. Aí, começa a tocar: "I feel good!! Tchararannarararan"... Irônico né...
A música que veio na sequência foi aquela com o sample do filme que o cara fica gritando "All right, pussy! Pussy! Come on in, pussy!". E a música seguia: "White pussy! Black pussy! Red pussy! Bald pussy!", e a última coisa na qual eu conseguia pensar era em "pussy"... aí, a música foi acabando e o Feijão gritou: "Aí, mais uma pra acabar!!"
Aliviado, pensei: "Meu Deus, eu vou sobreviver a isso! Com todas as coronárias inteiras!"
Depois de mais uma tortu... digo, música, veio um reggae para relaxar...aí, era só pedalar e alongar os braços e ombros. Depois, paramos e fizemos alongamento nas pernas... e eu havia sobrevivido aos 40 minutos mais longos da minha vida. Mas o mais interessante estava pra começar.
Fui ao vestiário tomar um banho... parei em frente ao espelho e olhei para as minhas pernas desumanamente inchadas. Eu estava monstruoso, só não fiquei mais desproporcional porque a barriga também está grande. Eu estava meio tonto e tremia igual vara verde. O mais engraçado era ao levantar a perna: ela pareceia pesar uma tonelada. Pior ainda... eu fazia isso no banho e ficava rindo sozinho... mal sabia eu o que estava acontecendo.
O que estava acontecendo tem nome: endorfinas...
Aí tudo fez sentido: eu estava dopado de endorfina. Quase tropecei na escada de saída da academia, e aquilo foi a coisa mais engraçada do mundo... peguei o carro para almoçar e o dia estava lindo, radiante, ensolarado... era uma felicidade quase gay. Cheguei ao restaurante para almoçar dando um sorridente "boa tarde" para o caixa, o garçom... colocava a comida no prato falando sozinho ("Quero isso, um pouco disso, hmm e mais isso..."), sentei na mesa com um prato cheio de cenoura, beterraba, repolho, alface e outras coisas extremamente nutritivas (ou seja, com gosto horrível) e, como um imbecil, falava "hhmmmmm" a cada garfada.
Eu parecia um idiota drogado.
Por sinal, sabia que endorfinas chamam-se endorfinas por serem "morfinas endógenas"? Agora dá pra entender porque tem tanta gente viciada no mundo.
Justiça seja feita: eu quase morri, suei como um porco, paguei um mico no meio dos atletas saradézimos da academia... mas tou rindo até agora.
Não deu
2002-08-01 21:09:00 +0000
Dias como esse, onde você tentou de tudo, pesquisou por horas, trabalhou por horas, se empenhou com cada fibra do seu ser para que as coisas dessem certo e elas NÃO deram... deveriam ser, apesar disso, dias gloriosos, dignificantes, dias bem-aproveitados.
Mas no final acabam sendo dias frustrantes mesmo.
One ring to rule them all...
2002-07-31 18:57:00 +0000
Tem uma colega de trabalho que chegou aqui hoje e deu um faniquito porque tirou a aliança de noivado pra dormir e esqueceu em casa...
Ela DEIXOU DE ALMOÇAR pra ir em casa pegar a aliança. E agora tá aqui reclamando de fome.
Alguém me explica isso?
Maria...
2002-07-30 21:33:00 +0000
Tem um episódio do Friends onde o Chandler é membro de uma academia de ginástica, mas não a frequenta há meses. Ross pergunta: "Então porque você não cancela?"
Chandler: Você acha que eu não tentei? Acha que eu gosto de ter 50 dólares removidos da minha conta bancária todo mês? Não, eles te fazem ir até lá! E aí usam todas as frases e firulas para te confundir! E aí trazem a Maria.
Ross: Quem é Maria?
Chandler: Ah, Maria. Você não consegue dizer não a ela. Ela é como um "suborno" embrulhado em lycra e spandex...
Maria era um mulherão da academia. Mais tarde, no episódio, Ross vai com o Chandler para dar "apoio moral" e ele conseguir cancelar sua inscrição... mas acaba é se inscrevendo com ele.
Há duas semanas, resolvi mudar meus hábitos alimentares para ver se conseguia emagrecer um pouco. Tentei segurar a onda nas frituras e doces com (relativo) sucesso durante a semana. No sábado e domingo, era liberado.
Há 2 dias atrás, subi na balança pra ver o resultado. Engordei dois quilos...
E cheguei a conclusão que só vai rolar de emagrecer se eu fizer uma coisa que eu odeio: exercícios. Hoje, na hora do almoço, fui até uma academia perto do serviço. Chegando lá, andei até a recepção, bati o olho na recepcionista... e ela era uma das mulheres mais atraentes que já vi em toda a minha vida. E olha que em 23 anos de vida deu pra ver muuuitas mulheres.
E a danada da mulher começou a me mostrar os planos e opções de ginástica, spinning pra cá, body combat pra lá, e eu bem que tentava mas não conseguia prestar atenção em coisa nenhuma. Foi como se você nunca tivesse visto, por exemplo, a Ana Paula Arósio e de repente desse de cara com ela na recepção. E como é típico de gente muito vaidosa e/ou autoconfiante, ela falava sem tirar os olhos dos meus, e olhar de volta era levar um tapa na cara de beleza feminina perfeitamente aconchegada em um corpaço malhado debaixo de um agasalho de ginástica... em outras palavras, eu mal conseguia olhar de tão bonita, de tão estupefaciantemente bonita que a diaba da mulher era. Eu juro procês: se um gay vir essa mulher nua, ele é convertido de volta na hora. Garantido :)
Já descobri a cura pra minha preguiça de malhar: nos dias em que der desânimo é só lembrar dela. Eu vou acabar indo à academia só pra poder passar os olhos mais uma vez naquela prova cabal de que Deus é o melhor designer do universo...
Macho, Macho Call...
2002-07-26 13:12:00 +0000
Acabam de ligar pro meu celular. Atendi:
- Alô?
- É Zé Du?
- Quem?!
- Ô sua bicha!!! É Zé Du?
- Bom, bicha é a puta que o pariu e eu não sou Zé Du não.
*clic*
Conversa de hoooomem!! :P
Humor Estúpido
2002-07-26 12:55:00 +0000
Ontem, no estacionamento do serviço, ouvi, pela centésima quadragésima nona vez, a seguinte piada:
- Ô Tonico!! Cê é irmão do Tinoco? Hehehehe... tem uma dupla com esse nome, né? Tonico e Tinoco...
Além disso, todo fim de mês tem festinha pros aniversariantes, com salgadinhos, etc. E tem um cara daqui que tem fama de comilão e tal... é o André. . E toda festa, sem exceção, rolam exatamente as mesmas piadas com ele, mesmo depois dele ter feito um puta regime, perdido 10 quilos e mudado completamente os hábitos alimentares:
- Nó, tenho que comer aqui rápido antes que o André chegue! Hahahaha!
- Caalma, André, respira... hahahaha!
- Nóó cuidado!! O André tá perto da bandeja de coxinha!! Vai destruir tudo! Hahahahah...
E os caras riem como se fosse novidade. Eles realmente devem ter uma vida muito sem-graça.
Piada Nerd
2002-07-25 14:36:00 +0000
Um cara entrou aqui na sala, virou pra mim e, apontando para o próprio cabelo, disse:
- Tinoco, nesse caso é melhor BRANCO do que NULL, não acha?
(Se você não conhece SQL, caro leitor, não vai entender a piada. E isso é bom.)
Droga!!!
2002-07-22 18:35:00 +0000
Vou perder a Festa da LAN!!!
Eu Odeio Eleições
2002-07-22 17:52:00 +0000
Eu simplesmente odeio ano eleitoral. Por várias razões:
Primeiro, é porque serei convocado pra trabalhar na eleição, ou seja: ajudar os bêbados que aparecem de manhã a votar, ajudar as velhinhas que não conseguem nem apertar botão de elevador a votar e ajudar os retardatários que chegam correndo à noite. E o futuro do país é decidido justamente por essas pessoas. Ah, e isso tudo por DOIS turnos.
Além disso, a cidade fica IMUNDA, POLUÍDA de propaganda eleitoral: todo muro tem um número de deputado estadual, todo poste tem um cartaz com a cara do imbecil dum candidato, toda esquina tem um babaca distribuíndo panfletos de candidatos. Esses caras acham que eu sou idiota?! Eles acham MESMO que eu vou votar num cara, sem saber o plano de governo dele, só porque vi o número dele escrito num muro??? Ou porque vi a foto dele num cartaz empesteando a cidade e pensei: "Que cara bonito, vou votar nele"???
Mas o pior é o Horário Eleitoral Gratuito: Mais uma tentativa do Governo pra obrigar o povo a gostar de política: "Olha, vamos bloquear TODOS os canais pra que vocês fiquem sem opção e tenham que assistir o horário eleitoral". O pior é que, no rádio, além da filha da mãe da Voz do Brasil, agora vamos ter que aguentar propaganda eleitoral. Claro, claro, vou votar num desgraçado só porque ele apareceu no rádio e falou: "Por um Brasil melhor, vote Fulano!". Caralho, o que ele pensa? Ele acha mesmo que eu vou ouvir e pensar "MEU DEUS!! É exatamente isso que eu quero, um Brasil melhor!" e vou votar nele???
Todo mundo mete o pau nos EUA mas lá eles tem uma coisa que eu realmente invejo (além de eletrônicos baratos, hehe): Voto facultativo. Aí, vota quem quer, quem se interessa, a eleição fica realmente competitiva, desperta o sentimento de cidadania de que "eu tenho que dar jeito de votar senão os outros vão decidir por mim"...
Que fique bem claro que não sou contra eleições como forma de se decidir quem governa, mas sou contra a FORMA que isso é IMPOSTO aqui no Brasil...
Ant's Ass
2002-07-18 21:02:00 +0000
Estressado com o trabalho, resolvo ir até o pátio externo da empresa, para tomar um ar.
De repente, alguém num prédio vizinho liga o som no último volume. A música: Forró. A letra:
"Você tem o remédio que me cura,
Bundinha de tanajura..."
E subitamente me deu uma vontade louca de voltar a trabalhar.
O divertido de trabalhar com sistemas é isso...
2002-07-18 14:08:00 +0000
Estou aqui testando um processo e peguei um cliente do banco aleatoriamente. Quando vi o nome, notei que trata-se de um dos chefes aqui da Tecnologia... um que, no dia que falei com ele pela primeira vez, me ofendeu...
A renda mensal dele estava lá na tela. R$ 6.435,00
Legal. O cara ganha seis paus pra ser um porco maldito.
O divertido de se trabalhar em Banco...
2002-07-16 18:01:00 +0000
... é que rolam conversas como essa aí debaixo. Ela é verídica, sou eu conversando com uma nova funcionária daqui da tecnologia. Aí, fiz uma pergunta:
- Pois é, mas o que você faz exatamente?
- Ah, eu mexo com a poupança.
Conversa ouvida aqui na minha sala
2002-07-11 20:34:00 +0000
- Cês já viram a nota de 20 reais?
- Ah, eu já vi!
- Nó! Cê tem uma aí?
- Não, peguei na mão de um amigo meu.... mas ela é muito bonita!! Ela tem uma faixa assim, dobrada nela...
- A de 2 eu acho tão bonita...
- Ah, mas a de 20 eu acho mais bonita ainda...
PORRA!!! Que merda é essa de achar dinheiro bonito??
Celular, ligue para a minha mãe!!
2002-07-04 13:20:00 +0000
Ontem estava eu e minha namorada no carro. Conversávamos trivialidades e, no meio da conversa, peguei o celular para ligar pra casa.
Meu celular tem discagem por comando de voz...
Aí peguei o telefone, segurei-o em frente ao rosto e disse: "Casa". E ele discou. Aí, olhei pra minha namorada e ela: AAAAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!!!!
Ficou 10 minutos rindo e o resto da noite me imitando e fazendo piada com a minha cara: "Que ridííííículo!! Pega o telefone e diz 'casa'!!! Hahahahahaha!!"
Agora estou aqui, torcendo para que tudo no futuro seja controlado por voz, pra que eu não seja mais o ridículo da coisa e sim o pioneiro de novas tecnologias. Mas vai acabar sendo a primeira opção mesmo.
Hormônios Ninjas
2002-07-01 23:32:00 +0000
Estou desconfiado que minha namorada tem a TPM mais discreta que já vi...
Não é que ela fica nervosa... e sim discretamente mudada...
Não sei se isso é bom ou ruim :)
Meia hora depois do pentacampeonato, os Primos encontram-se no ICQ...
2002-06-30 15:23:00 +0000
Luiz Otávio: ae! é prentra!! hehe
Zé Carlos: YEAH rapá!!! Pentra!!!!!!!!
Zé Carlos: Tá em Salagoas?
Luiz Otávio: Tou. Ae, nóis é nerd demais, o povo comemorando e tomando golo e nóis na intenetha...hehhehe
Zé Carlos: Pior que isso sou eu MASTERIZANDO uns lances que gravei ontem!!! Hehehehehe :)
Eu sou hacker e não estou sabendo
2002-06-27 19:20:00 +0000
Estou eu trabalhando sossegadamente quando chega um cara aqui na sala, procurando por mim. Me identifiquei, ele se apresentou e falou a bomba:
- Oi, eu sou o Rui, da Gerência de Rede, estou te procurando porque detectamos uma tentativa de ataque no nosso servidor de email, vindo do seu computador...
Fiquei pasmo: virei hacker e não estava sabendo. Ele continuou.
- Detectamos que do seu IP saíram várias conexões SMTP mal-formadas, de envio de email, pro nosso servidor...
Aí, me lembrei de um fato que aconteceu ontem... entrei no meu sistema, tentei acessar uma tela e, como estava lentíssima, aproveitei pra ir ao banheiro. Quando voltei, uns 10 minutos depois, tinha dado trocentas mensagens de erro... e elas estavam configuradas pra serem enviadas por email. Daí meu micro ficou uns 10 minutos "bombardeando" o servidor de email com tentativas de envio dessa mensagem. Era isso que o nosso amigo estava confundindo com o "ataque hacker"...
Expliquei a situação e tudo se resolveu... e agora todos aqui na sala tão me chamando de hacker...
Trilha sonora para a final da Copa
2002-06-26 15:06:00 +0000
"Deutschland Has Gotta DIE" - Atari Teenage Riot
Hmmmmm...
2002-06-25 18:40:00 +0000
Email de uma antiga lista de discussão da faculdade:
"Viviane, vc conhece alguém que faça striptease? Homem?"
Possíveis respostas irônicas/piadas que passaram pela minha cabeça na fração de segundo seguinte após ler a frase acima:
1) Eu eu eu eu eu eu eu eu eu!!!!
2) Homem de verdade não faz striptease.
3) Por quê? Seu namorado não tá dando carga mais não?
4) Bom, se ela conhecesse, com certeza não vai dizer aqui na lista né...
Outro detalhe: O irmão da menina que perguntou do stripper está sentado a exatos 3 metros de mim: ele trabalha comigo. Ô língua que coçou...
Blim-Blom... quem bate?
2002-06-23 15:41:00 +0000
Ontem à noite tinha um churrasco na casa de um amigo meu. Mas antes, eu e minha namorada fomos a uma festa junina, e planejamos chegar no tal churrasco por volta das 11 horas. O churrasco ia começar às 5, mas não tem problema, só queríamos passar por lá mesmo...
Lá pelas 11:30, chegamos na porta da casa onde ia ser o churrasco. Tocamos o interfone... e nada. Havia gente lá, dava pra saber pelos carros parados na porta. Ficamos uns 15 minutos tocando o interfone, e ninguém atendia. Tentamos disparar o alarme do carro pra ver se alguém ouvia... e nada.
Vinte minutos depois, eu viro pra minha namorada e digo, irônico: "Tá, na hora que alguém estiver indo embora do churrasco, talvez abram a porta pra nós..."
E nesse exato momento, a porta se abre, com um mundo de gente indo embora. O povo olha pra nós, parados do lado de fora. Nós olhamos pra eles, do lado de dentro, e todo mundo cai na gargalhada...
Algoritmo
2002-06-21 21:29:00 +0000
declare ZeCarlos as varchar
while(1)
begin
set ZeCarlos = 'BURRO!'
end
Aqueles fatos da vida que só servem pra botar em blog
2002-06-21 17:18:00 +0000
Fato 1: Ontem à noite, estava eu na porta do prédio onde trabalha minha namorada, aguardando que ela descesse.
Aí, passa um tio véio pela minha direita... e, completamente do nada, olha na minha direção com uma cara de bravo, pára, abre os braços e grita: ZAFO!!!!
Pulei de susto, olhei pro homem e vi que não era comigo: tinha outro véio mais atrás de mim, provavelmente o tal "zafo". Aí o tio do grito passa por mim como se eu nem estivesse ali, dizendo para o outro véio: "Pô cara, tava te procurando..."
Fato 2: Almoço com as colegas do serviço. Uma delas começa a assobiar aquela velha música:
"Pra frente Brasil, Brasil... salve a seleção"
E a outra diz:
- Que música é essa, é do Skank?
Mais tarde, vim a saber que na verdade o Jota Quest regravou esta música.
Todas as músicas do Audiogalaxy estão bloqueadas.
2002-06-18 12:41:00 +0000
Indústria Fonográfica... VAI TOMAR NO CU!!!!!
Programa de Índio
2002-06-17 20:04:00 +0000
Sábado me inventaram uma festinha do pessoal aqui do serviço. Para não ser antipático, resolvi ir.
Primeiramente, como estou sem carro, fiquei na dependência do meu pai liberar o carro dele (coisa mais adolescente, impossível). Daí, cheguei na festinha às nove da noite. O horário de início da festa era às cinco.
Lá chegando, o pessoal estava indo ver um filme de um ex-funcionário, que filmou o pessoal nas vésperas de natal de 1989 a 91. Por umas duas horas, todos riam da cara dos velhos colegas. Eu e minha namorada, como não conhecíamos ninguém, ficamos lá com cara de pastel.
Nessas horas, a salvação sempre costuma ser a barriga; mas, para comer, não tinha nada além de caldos. Eu adoro caldos, mas como a festa foi na cobertura de um dos caras lá do serviço, o vento esfriou a maioria dos caldos (e da canjica, que eu adoro). Me virei com Coca Light e caldo de mandioca frio... e ainda tinha um garçom servindo as bebidas. Não sei se vocês sabem, mas eu odeio ser servido. Não gosto de garçom. Não da pessoa, mas do fato de que tem um cara fazendo algo que eu posso perfeitamente fazer por mim mesmo. Além do fato de que festinhas na casa de alguém que tem garçom tendem a ser extremamente grã-finas (que é sinônimo de 'chatas pra caralho'). Mais ou menos meia-noite e meia, disse "foda-se" para a boa educação e resolvi ir embora.
Aí, hoje, chega um e-mail do dono da festa... com a "conta" para cada um: quinze reais por cabeça. No meu caso, trinta, pois fui acompanhado. Vou pagar $30 por 3 caldos frios, um filme dos anos 80 e um garçom perfeitamente dispensável.
Nunca mais vou em festinhas do serviço. Mesmo que minha carreira dependa disso.
Azar Automobilístico
2002-06-11 20:37:00 +0000
Pela primeira vez eu fiquei triste de receber uma encomenda. Era a frente do meu CD, que tinha sido roubada. Custou Trezentos reais.
E estou percebendo que meu azar não é só com meu carro: é com veículos automotores no geral. Na hora do almoço, peguei um ônibus para voltar ao serviço e, no meio do caminho, ele estragou. Até então eu nunca tinha pego um ônibus e ele estragou no caminho. Nunca. Só quando meu carro está na oficina e eu estou atrasado para o trabalho.
I'm back
2002-06-06 13:59:00 +0000
Não adianta o pessoal daqui do serviço bloquear o site do Audiogalaxy.
Já burlei.
Graças ao the-cloak.com
Quanto mais me bloqueiam, mais tenho vontade de passar.
Espera Telofânica
2002-06-04 19:16:00 +0000
Liguei para a oficina onde meu pobre carro batido foi parar. A atendente, er, atendeu:
- Clonautomíriamboatarrrrrde...
- Hein?!
- É Míriam...
- Míriam, eu queria saber a quantas anda o conserto do meu carro...
- Umomento (é, ela fala tão rápido que parece que é tudo junto)
E veio a indefectível musiquinha de espera. Stevie Wonder, cantando "I just called to say I love you". E, ao fundo, uma bela voz dizendo as mentiras: "Sua ligação é muito importante para nós". Não sei como ainda fazem espera telefônica com essa frase. É a coisa mais falsa que podem te dizer.
Mas, voltando ao assunto, fiquei uns cinco minutos esperando. A mensagem inteira até repetiu. Duas vezes. Aí, já de saco cheio, me volta a mulher:
- Qual a seguradora e a placa?
Dei as informações para ela... e ela me voltou para a espera. Mais 2 minutos de Stevie Wonder e mentiras. Aí, de repente:
- Clonautomíriamboatarrrrde...
Percebendo que a nossa amiga aí esqueceu de mim, disse:
- Oi, estou esperando pra saber do conserto do meu carro... lembra?
- Ah sim um momento
E, por incrível que pareça voltei para a espera. Mais uns bons 3 minutos de Stevie Wonder. O "I just called to say I love you" já tinha virado "I just called to say fuck you".
Já que estava atoa, aproveitei para acessar o site da oficina e ver o endereço. A seguradora, quando me indicou a oficina, disse que ela era no Centro da cidade. O bairro que vi no endereço chamava-se "Vila Oeste". E ele fica beeeeem longe do centro. Já puto da vida, ia desligar o telefone quando a atendente voltou:
- Alô?
- Sim, e aí?? - disse, irritado.
- Er... qual a placa do veículo?
Não dava pra acreditar. Respondi pausadamente (e ironicamente) cada letra da placa do meu carro, pela segunda vez. E na sequência, a mulher deu o golpe fatal:
- Olha, deixa seu telefone comigo que eu vou olhar aqui e te ligo de volta...
Beleza. Esperei 10 minutos no telefone pra ser feito de trouxa.
P.s.: Tem 2 horas que isso aconteceu e ela NÃO me ligou.
Mais azar automobilístico
2002-05-31 03:44:00 +0000
Vocês, fiéis leitores, lembram que meu carro foi arrombado há 11 dias atrás né?
Pois é. E hoje, num golpe de extrema sorte, levei uma fechada e bati o carro. Estourei a roda dianteira no meio-fio depois que um tio num Vectra quase avançou uma placa de parada obrigatória, me fazendo desviar e perder o controle do carro até bater na calçada. Veja as fotos do estrago aí embaixo.
O pior foi que, quando eu desci do carro pra ver o estado da roda, o tio que furou a placa de 'pare' passou do lado do meu carro e começou a xingar! E antes que eu pudesse responder alguma coisa, do nada me veio um cachorro, pela direita, rosnando e querendo me morder. Exatamente como nos filmes do Mr. Bean. Daí, sem saber se espantava o cachorro ou ouvia o tio do Vectra, este último arrancou e me deixou lá com cara de tacho. O cachorro, também.
Definitivamente, eu não tenho sorte com carros.
Mondo (yet) Bizarro
2002-05-24 19:48:00 +0000
Tive a conversa mais underground do mundo sobre música aqui na sala... me perguntaram o que eu gostava de ouvir. E enquanto eu respondia Tortoise, The Sea and Cake, Jeff Mills, Kid 606, as caras iam ficando cada vez mais perplexas. Até que uma colega disse:
- Credo, Tinoco, não conheço nada disso... cê já ouviu Oktoberfest?
Dois segundos de silêncio, e depois todo mundo caiu na gargalhada. Enquanto isso, a dona do Oktoberfest tentava explicar que era um CD que o namorado dela comprou por 50 reais, e a banda chama-se Oktober Project, ou algo assim. E no fim, quando eu tentava falar de alguma banda que ela também conhecesse, falei:
- Bom... você já deve ter ouvido falar num quarteto alemão dos anos 70, chamado Kraftwerk...
Aí, de repente, uma senhora, mãe de família, daquelas com cara de quem faz broa de fubá ouvindo Zeca Pagodinho todo domingo, e trabalha aqui na sala, a mais improvável do mundo de conhecer Kraftwerk, e que estava caladinha durante toda essa conversa, sorriu até a orelha e falou:
- Nóóó!! Kraftwerk é bom demais, conheço demais!!
Ferramentas
2002-05-23 20:41:00 +0000
Estamos usando aqui no serviço um excelente método para a resolução dos pepinos mais sérios... chama-se:
Metodologia Avançada para Resolução Rápida de Erros Tecnológicos no Ambiente
A sigla é MARRETA.
Mondo Bizarro
2002-05-23 19:33:00 +0000
Hoje, fui ao DETRAN renovar o exame médico da minha carteira de motorista. Esperava filas quilométricas e um bom tempo mofando para ser mal atendido por pessoas grossas e infelizes.
Cheguei no balcão de informações, e não havia fila para ele! Peguei uma senha, entrei para aguardar a minha senha ser chamada. O número da minha senha era 573. Olhei para o painel eletrônico para ver qual número estava sendo chamado e, assustado, li 572. Havia UMA pessoa na minha frente. Fiquei exatos 10 segundos na sala de espera, e o atendimento não levou 2 minutos. E isso tudo aconteceu em horário de almoço!!
E o mais incrível: voltei pra pedir uma informação. Virei para um cara facilmente identificável como atendente (por um vistoso colete azul) e perguntei:
- Por favor, esse exame físico que preciso fazer tem que ser feito hoje, quinta-feira?
O cara respondeu, animado e incrivelmente sorridente:
- Não, pode fazer amanhã! E se quiser também pode fazer no sábado mas no sábado não funciona né hehehe mas aí sobra também o domingo mas no domingo é dia de futebol e de Atlético e Cruzeiro e não funciona também né heheheheh!
Peraí, Detran sem filas, com atendimento rápido e funcionários bem humorados que fazem piada? MEU DEUS!!! PARA ONDE ESSE MUNDO VAI?!??
Dia de fúria (ou: nasce um novo herói)
2002-05-21 20:48:00 +0000
Tomei uma nabada lá no serviço ontem... em resumo, foi o seguinte:
- Tinoco, seu maldito!! Você está com XIS coisas atrasadas!!
- Mas é lógico!! Essas coisas dependem tudo dos outros inúteis que nunca me
devolvem nada que eu peço!! - respondi
- FODA-SE VOCÊ, vai cobrar deles, então!!
Então a partir de hoje, cansei de ser bonzinho e esperar sentado pela boa-vontade dos outros: hoje nasce o homem que vai cobrar tudo sem dó... que espremerá os míseros funcionários deste banco fétido até que me dêem o que eu preciso. A partir de hoje, abandonando toda a bondade, nasce um homem venenoso... ardiloso... voraz...
Hoje nasce o HOMEM COBRA!!!!
(Foi mal, mas uma situação tosca dessas pede um trocadilho ridículo)
Um novo tempo... (bleargh!)
2002-05-20 15:52:00 +0000
Estou em uma sala nova... minha mesa está numa posição horrível, eu fico apertado contra a parede.
A razão da mudança foi pra integrar a equipe da sala, que trabalha num sistema chamado PNG. Logo de manhã as conversas na sala diziam: "Tive que vir aqui ontem", "No sábado também", "E estamos num período de calmaria"...
Aí, ligaram o ar condicionado da sala na temperatura ZERO ABSOLUTO. Fui mexer no ar para que, pelo menos, ele não ficasse direcionado direto pra minha mesa, e já teve gente rosnando...
É verdade. Como diz a frase, life sucks and then you die.
Quanto mais vocês bloqueiam mais eu tenho vontade de passar
2002-05-13 15:59:00 +0000
Um belo dia, abri meu Audiogalaxy aqui no serviço, como de costume... e deu erro. Não conectava de jeito nenhum. Tentei, tentei, e não deu. Descobri que haviam fechado o Proxy daqui. Furioso, tentei acessar a página do Audiogalaxy, pois pelo menos eu conseguiria botar as músicas na fila do meu Satellite, pra baixar em casa.
E descobri que também tinham alterado o DNS, pra que quando alguém tentasse acessar a página do AG, fosse parar na página do Banco. Ridículo. Ridículo. Ridículo. Fiquei mais furioso ainda, com a cabeça fechada do pessoal daqui, que quer porque quer isolar o funcionário do mundo.
Aqui a gente tem crachá, tempo pra entrar e sair, os funcionários da tecnologia NÃO tem direito à email e Internet (quem dirá ICQ, Audiogalaxy, e até Outlook), não se pode nem telefonar para celular daqui de dentro, e nos dias do apagão éramos obrigados a trabalhar num calor infernal porque proibiram até o ar condicionado!!!
Mas recentemente eu adotei uma nova filosofia de vida em relação às dificuldades e impedimentos. Se eu quero alguma coisa, ninguém mais vai me segurar. Principalmente uma política empresarial arcaica de restrição da informação. E agora, quando alguém ou algo tenta me impedir, eu apenas penso comigo:
Quanto mais vocês bloqueiam, mais eu tenho vontade de passar.
E fucei a Net de tudo quanto é jeito pra descobrir um jeito de burlar o Proxy... inicialmente sem muito sucesso. Até que tive a idéia de usar um serviço como o anonymizer.com pra pelo menos acessar a página do AG. Então, enquanto procurava um proxy gratuito na Net, caí num fórum do Kazaa e estava lendo o FAQ, de bobeira, quando vi um link para http-tunnel.com/.
Tunneling!! Tunnelling!! Como não pensei nisso antes?!
Baixei o HTTP-Tunnel, configurei para o Audiogalaxy e, como diria o Beakman... "Ba da bim!". O Audiogalaxy ressurgiu das cinzas. E o que é melhor: por incrível que pareça, ressurgiu mais rápido!! E mais: agora eu poderei usar também IRC, baixar email POP3... tudo por causa do bendito tunneling...
Essa é uma mensagem para vocês aí, que cuidam da rede do Banco... KISS MY ASS MOTHERFUCKERS!!!
Quem com ferro fere...
2002-05-13 12:30:00 +0000
Fato verídico, direto do blog da Beta.
Homens que gostam de pular a cerca, cuidado...
Fui evoluir o paciente novo que tinha acabado de vir da Sala de Recuperação. Fez cirurgia ontem.
-Opa, fulano! Como está se sentindo?
-Muita dor, doutora... Muita mesmo.
-Você se operou de que? - eu ainda estava sem o prontuário dele.
-Ah... Sei a operação qual foi não. Só posso dizer a senhora que levei pau no cú, sabe?
-?! (Como assim, Bial?)
-Minha mulher ficou puta comigo porque descobriu que tenho uma amante... Ela me amarrou e enfiou um cabo de vassoura lá no meu fiofó.
Tolerância Zero
2002-05-10 18:24:00 +0000
Estou eu, sossegado, comendo meu almoço corrido de McDonalds. O copo de refrigerante de 500ml tá na minha frente, com o "M" amarelo de todo tamanho, a famosa tampinha plástica e o canudinho amarelo e vermelho.
Aí, chega uma mulher estúpida daqui do serviço e me pergunta: "Ué Tinoco... foi almoçar no McDonalds hoje?"
a) Não, esse copo é da UFMG...
b) Não, esse copo é das Lojas Marisa
c) Não, achei esse copo no lixo e estou escarrando pelo canudinho.
Caramba!
2002-05-09 18:01:00 +0000
Eu só trabalho com profissionais ninjas. Olha como uma mulher me disse "estou sem tempo" :
Recursos indisponíveis devido a alocação a tarefas e projetos com maior prioridade no momento
Lembre-se...
2002-05-09 12:52:00 +0000
Escreva naum em vez de não em um email e eu "naum" te levarei a sério.
Eu mereço
2002-05-08 19:49:00 +0000
Meu sistema deu um (não pense bobagem) pau grande hoje, e estão chegando milhões de emails sobre propostas do sistema que deram problema. O trem foi feio mesmo. Daí, estou eu aqui, correndo, fazendo uma pá de coisa, e na hora que eu ia apertar ENTER e corrigir tudo, o servidor travou. Beleza...
Desci até a Produção, já puto, pra ver o que tinha acontecido. Entro na sala, um dos caras me fala:
_E aí, Tinoco... vai lá amanhã?
_Lá onde? - respondi
_Ué, não sei, é você que vai!!
E a sala TODA começa a rir da minha cara. Apertei um botão secreto na sola do meu sapato chamado "falsa risada social", e me segurei pra não mandar todo mundo ali pastar.
C'est la vie
2002-05-06 13:10:00 +0000
É aquela velha história... quando tem uma mancha preta no lençol, ninguém vê o lençol, só o raio da mancha.
Se você é o cara mais pacífico do universo por quase 900 dias, e perde a cabeça em um desses dias, adivinha qual a atitude que conta mais...
Mundo justo, esse.
Burros
2002-05-03 15:29:00 +0000
Mas tem gente que é estúpida ou o quê? Eu tou aqui falando com uma colega de sala que trabalha no mesmo sistema que eu:
- Pois é, é que tinha uma proposta bichada, e eu tou consertando aqui.
- Tinha uma proposta bichada?
- É, mas tou consertando já.
- Ah, e cê vai consertar então...
Pô, ela é surda?!
Olha o que eu aguento aqui
2002-04-30 14:49:00 +0000
"Aí... o Tinoco não parece o Daniel Azuláide?"
(Gominha, colega de trabalho chato, tentando ser engraçado e falhando até no português)
Pizza que acabou em pizza
2002-04-30 13:12:00 +0000
Domingo estive na casa do Primo, éramos eu, ele e duas amigas que haviam dormido lá (não pensem bobagem, por favor). Logo que cheguei, Luiz avizou que haviam pedido pizza pra gente almoçar. Inclusive pediram numa pizzaria diferente, para experimentar. Estávamos "traindo" a já tradicional Telepizza do Vô, o lendário lugar onde sempre pedimos pizza e onde o motoqueiro também é o cara que faz as pizzas. Beleza, pensei.
Conversa vai, conversa vem, muitas piadas e histórias engraçadas... mas nada de pizza. Maíra, uma das meninas que estavam lá, resolve ligar pra pizzaria e ver o que aconteceu:
- Oi, é que eu pedi uma pizza aí com vocês e até agora ela não chegou, já tem mais de meia hora... Hã? Como é?
(E Maíra começa a segurar o riso. E a segurar mais o riso. Um minuto depois desliga o telefone e cai na gargalhada)
- Gente, cês não acreditam!! Diz que o motoqueiro da pizza caiu com a moto e aí eles tiveram que refazer as pizzas!!
Todo mundo rindo, e eu pensei: "Queisso, qual a probabilidade de uma coisa dessas acontecer?". E Luiz diz:
- Putamerda, de novo!!
Muita piada depois, e nada da pizza chegar. Maíra resolve ligar de novo para a pizzaria. O telefonema vai do mesmo jeito (com Maíra segurando o riso)...
- O que foi dessa vez, Maíra? Não me diz que o cara caiu de novo!
- Não, é que quem vem entregar a pizza dessa vez é o DONO da pizzaria!!
E mais riso. O dono da pizzaria era um tio de bigodinho, chegou lá pedindo desculpa e tal: "É que o motoqueiro é novo, etc, etc". No final, a pizza tava até boa. Também, depois de uma hora e meia de espera...
Pesquisa
2002-04-29 22:09:00 +0000
É foda...fui pesquisar Yo La Tengo no Americanas.com e aparece como resultado de pesquisa dois cds do Katinguelê! Queria saber qual o critério de pesquisa que eles usam...
O Terrível Vírus disfarçado de Ursinho de Pelúcia
2002-04-23 15:46:00 +0000
Estou eu alegremente (?) trabalhando quando chega um email. É de um colega de trabalho chamado Adriano, e está endereçado para TODO MUNDO daqui da Tecnologia. O email vocês já devem conhecer. Ele diz:
"SALVEM-SE TODOS!
Este virus é automaticamente retransmitido a todos os endereços armazenados em nossas lista de contatos. Infelizmente não podemos evitá-lo pois ele não é detectado por Mcfee
ou o Norton (...) Portanto, siga atentamente os passos a seguir :
1) Clique em "Iniciar" depois "localizar" (ou buscar);
2) Em "localizar" - escrever o nomedo arquivo
jdbgmgr.exe
(...)
5) O virus possui um ícone em forma de ursinho (cinza);
6) Caso você o encontre, não abra de maneira
alguma, delete-o imediatamente,
7) Não esqueça de retirá-lo da Lixeira pois senão nada adiantará.
8) Caso você encontre este virus no seu computador, envie esta
mensagem a todas as pessoas que estejam na sua agenda de endereços antes
que este cause algum dano maior."
Assim que eu li o nome do arquivo, pensei: "Não acredito que esse imbecil acabou de mandar um BOATO dos grossos pra rede toda!". Corri no site da Symantec e confirmei o boato.
Não resisti: tive que mandar o seguinte email para todo mundo que ele mandou:
"Colegas,
Obrigado pelo aviso, Adriano, mas trata-se de um boato (hoax). O arquivo é de um componente do Windows, chamado Java Debugger Manager e não precisa ser deletado.
Confirmei o boato no site da Symantec.... http://www.symantec.com/avcenter/venc/data/jdbgmgr.exe.file.hoax.html
Abraços,
Tinoco"
E fiquei observando o burburinho sobre o "novo vírus" e rachando de rir... logo logo chega outro email, do cara burrão que senta do meu lado. Ele mandou pra lista de endereços dele: "A minha máquina estava com o arquivo abaixo, então façam o processo abaixo e boa sorte". Depois, aparece outro tio doidão perguntando: "Ih, Tinoco, eu apaguei o arquivo, e agora?". E o cara que enviou o "alerta", dizendo por email (note os erros de português): "Pois é, a Giulianao passou este e-mail prá gente e pediu para repassarmos para todos. Avisa o povo aí!!!!"
Como é divertido o meu trabalho... e você nem precisa ser mais inteligente que ninguém, é só ter um pouquinho de bom-senso que a diversão está garantida.
Viva São Jorge (mas em silêncio)
2002-04-23 12:21:00 +0000
Você sabia que hoje é dia de São Jorge?
Você sabia que tem uma igreja de São Jorge à um quarteirão da minha casa?
Você sabia que eles detonaram uma "alvorada festiva", com uns 300 rojões, durante 10 minutos... às SEIS DA MANHÃ?
Domingo Estranho
2002-04-22 18:20:00 +0000
Ontem minha irmã resolveu fazer um churrasco pra comemorar o seu aniversário de 20 anos. Ela convidou as amiguinhas da faculdade de Nutrição, e eu convidei meus amigos de sempre. No começo da tarde vieram chegando as amiguinhas da Nutrição e com elas a piada número 1.
Uma das amiguinhas, muito bonita e de olhos azuis, estava com o namorado. No meio da conversa, o namorado solta a piadinha:
- Pois é né, cês sabem que a mulher que não dá, voa...
E a namorada dele responde:
- Não entendi...
Enquanto eu me segurava pra não rir, o namorado cortês tentava explicar:
- Presta atenção... mulher que não dá, voa! Agora olha pro céu...
- Err... não entendi. Ah, eu sou loira, gente!
A coisa seguiu normal durante o dia. Um detalhe é que quem estava tomando conta do churrasco era a tia de uma amiga da minha irmã. Na verdade, parecia mais um "tio", mas isso não vem ao caso. Mais tarde, meus amigos chegaram e, durante a "concentração" para o jogo do Galo que ia começar na TV em 10 minutos, um dos meus amigos me pergunta:
- Zé, cê tem certeza que o churrasco tá bem cuidado lá?
- Claro, pode ficar tranquilo - respondi. Na verdade eu não tava ligando muito mesmo. Mas veio a piada 2: eis que na sequência o tia (ou a tio) desce e passa pela sala. perguntei:
- E aí, tá tudo tranquilo lá, precisando de algo?
No que o(a) tio(a) respondeu, literalmente:
- Nrrfbrllscbscht...
Depois disso, cambaleou até a cozinha e depois subiu. Aí eu lembrei de um papo da minha irmã de que ela gostava um pouco demais de birita, mas apertei o "fuck-up button" e deixei pra lá.
Mais tarde chegou o resto dos meus amigos (as menininhas da Nutrição foram embora tão rapidamente quando chegaram). Já era quase noite, quando resolvi subir ao terraço e ver como estavam as coisas. Fui pra perto da churrasqueira para experimentar a piada (de mau gosto) número 3:
A tia estava debruçada no parapeito do terraço, xingando os cachorros do vizinho: "Caschorro fedorêinto!!". Passei por ela e fui ver a churrasqueira esquecida... uns cinco espetos com carne semi-cozida (ou crua), o carvão fedendo a cerveja e o fogo quase apagado. Olhei pra tia que me disse, com certa dificuldade:
- É... tá frio aí né... tem que pegar um secador de cabelo...
Ugh... tive que assumir a churrasqueira. Um bocado de carvão e muito abano e o fogo pegou de novo, e a carne começou a sair (modéstia a parte, muito bem). Tentamos salvar a carne semicozida, com um relativo sucesso. Lembrei do meu fiel amigo que, no começo da tarde, tinha me alertado do churrasco... ou melhor, da churrasqueira... digo, do churrasqueiro. Da próxima vez, antes de apertar o "fuck-up button" eu vou me certificar das coisas.
A partir daí, foram só piadas... uma das minhas amigas dançava enquanto a tia, meio "desabada" na cadeira, encarava-a sem parar. Piada 4: "Nossa amiga está correndo perigo hein!". E a piada 5 foi na chegada de um amigo que tinha ido ao jogo do Galo e estava todo uniformizado: a tia também. Quando ela viu o nosso amigo, saiu correndo, agarrou o cara e ficou pulando com ele pelo terraço...
Em resumo, foi um domingo muito engraçado.
Tele-aulas fuckin' rulez!
2002-04-16 21:35:00 +0000
Hoje pipocou um email na minha caixa postal daqui do Banco, era o chefe convocando todo mundo pra ver uma tele-aula sobre o novo SPB (Sistema de Pagamentos Brasileiro). Que chatice... fazer o quê... me agendei para a segunda "sessão" da tele aula.
Os caras da minha sala desceram e foram assistir à primeira sessão. Na volta, perguntei:
- E aí, é legal o treco?
- Nó, Tinoco, é um saco...
- Argh, não me desanima não...
Na saída para o auditório, um cartaz no corredor fazia propaganda da Tele Aula. E tinha uma propaganda de um véio esquisito no cartaz.
- É esse cara que cê vai ver na tele aula... - me disseram.
Chegando lá, auditório cheio, ar condicionado no talo e um frio de rachar. Acho que é intencional, pra dar sono. Uma funcionária do RH começa a sessão:
- Gente, cês receberam esta apostila sobre o SPB né?
- Siiiiim... - respondem todos em coro
- E vocês leram, né?
- Er, bem... - o burburinho e as risadinhas diziam que, obviamente, não. Detalhe: Eu até tentei ler, mas fui corajosamente apenas até a página 10. Depois me cansei do vocabulário de contador que usaram.
A mocinha do RH lasca a fita no vídeo e dá um play. E, naquele instante, toda aquela baboseira começou a ficar interessante...
Mas não foi por causa do conteúdo. Ou melhor, até foi, mas não pela razão que vocês estão pensando.
Na tela, um logotipo medonho com as letras "F" e "D". Em "arial". E embaixo, a legenda: "Falando de Dinheiro". Sim, a tele-aula ia ser dada no formato de um programa de entrevistas... uma abordagem criativa, mas que quando é mal feita... (o que, obviamente, foi o caso).
Surge a entrevistadora: "Oi, meu nome é Vivian Cash e vocês estão assistindo o 'Falando de Dinheiro'". Que diabo de nome é Vivian Cash?!? As risadinhas começam... e Vivian Cash continua: "Hoje vamos entrevistar o Professor Boanerges Câmara"... e mais risadinhas. Que diabo de nome é esse?
A tele-aula, pelo menos pra mim, foi hilária. Uma aula de como NÃO se faz treinamento. Em determinados momentos, o tal professor terminava de responder uma pergunta, mas a edição da fita era tão mal-feita que sobrava uns 2 segundos de câmera sobre ele, e você podia ver o ator sem saber o que fazer, olhando pro lado meio de "soslaio" como quem diz: "E agora, diretor?". Os erros de continuidade eram mais que constantes: uma hora, estava a câmera só na Vivian, de braços cruzados. Depois, cortava para a câmera geral e lá estava a Vivian magicamente com os braços descruzados...
Mas o pior eram as piadinhas: No começo da fita, Vivian cumprimenta o Professor Véio lá:
- Boa noite, Professor...
E responde o véio, que tinha a língua presa:
- Boa noite Vivian, boa noite telexpectad... - e, olhando em volta com uma cara (forçadíssima) de desorientado, diz - ué, em qual câmera... ah, aquela! Boa noite, telexpectadorex...
E eu gargalhava mentalmente de satisfação...
Mais tarde, a Vivian fez uma conta de exemplo, para entender o conceito de "saldo disponível", e o Professor soltava a bomba: "Muito bem, extá afiada hein Vivian!". E os dois atores riam aquela risada forçadíssima, sem-graçíssima, de quem está pensando: "mas que merda de texto foi esse que me deram?!".
Mais tarde, o Professor começa a falar das novas tarifas... "Veja por exemplo, ax tarifax novax são ax seguintex... oh, que bom, elax já extão aparecendo na tela! Haha!"
Apareceu uma tabela por cinco segundos e sumiu. Não deu pra ler nem metade do que estava escrito. O auditório inteiro ainda estava rindo dessa gafe quando a Vivian diz:
- Professor Boanerges, mais uma pergunta
E parecendo o "Tio Sukita", o Professor destrói:
- Ah, Vivian... pode me xamar de "B.C."...
Siiim, claro! Essa foi uma piadinha!! B.C.... Banco Central!! Que criatividade destruidora essa hein... e quando a fita estava acabando e eu não achava que podia ficar pior, eis que surge o Sr. Diretor Executivo do Banco na tela...
Nunca vi nada tão engraçado: O cara parecia uma múmia, sentado, quase deitado num sofá, de pernas cruzadas, imóvel e duro, muito duro de nervoso. Os sintetizadores de voz das músicas do Kraftwerk falavam com uma voz menos monótona e robótica que a dele. O cara parecia que tava morto de tão lento e desanimador. Daí vem a legenda, com o nome do cara: O sobrenome era "Cançado". Nada mais apropriado. O Cançado começou a falar:
- Colegas...
E chamou a gente de colegas o tempo todo, na maior falsidade do universo. Daí a fita acabou, e eu saí rachando de rir... e pensando mais uma vez: "O que diabos eu estou fazendo trabalhando aqui?"
Morra, sua cadela
2002-04-15 18:45:00 +0000
Da revista Istoé:
A famosa Pepezinha, xodó da emergente carioca Vera Loyola, morreu no domingo 7. A cadelinha tinha 14 anos e era da raça pequinês. "Para uma cachorra, essa idade equivale a 101 anos na espécie humana", disse Vera. "Pepezinha morreu com a mesma idade da rainha-mãe".
Putz, eu tenho nojo dessa Vera Loyola.
Histórias de trabalho
2002-04-12 20:10:00 +0000
Telefone toca, eu atendo:
- Alô?
- Alô, Tinoco? É Sônia, tou com um problema aqui numa proposta de cheque especial...
Sônia explica o problema, mas diz que a proposta não chegou a ser encaminhada ao meu sistema. Então, não tem nada que eu posso fazer por ela. Ela continua
- Pois é, estou aqui pelejando pra descobrir o que aconteceu... será que se eu mudar esse campo aqui, funciona?
- Er... bem, sei lá, a proposta tá aí, eu não posso fazer nada...
- Peraí um pouquinho, não desliga não viu!
E fiquei mais uns 2 minutos ouvindo ela falar consigo mesma o que estava fazendo no computador, até que no final ela conseguiu o que queria. Agora, a pergunta: por quê eu não podia desligar?!
Outra coisa muito interessante que sempre acontece aqui: os setores tem máquinas de café, e cada funcionário tem um cartão-chave com os créditos de comprar café, para o mês. Sempre que alguém sai daqui da sala, pergunta:
- Gente, cês aceitam café?
Agora, a pergunta: PRA QUÊ oferecer café, se todo mundo tem cartão-chave e pode tomar quando quiser?!
Vende-se
2002-04-11 12:46:00 +0000
Meu pai colocou à venda o nosso apartamento. E não contou pra ninguém.
Estou puto.
"Oi chefe, estou pelado"
2002-04-11 12:35:00 +0000
Hoje de manhã cheguei no serviço e o pessoal estava comentando do bolão da mega sena que fizeram.
- "Nóóó... acertamos 3 números, quase ganhamos..."
- "Pois é... semana que vem a gente ganha..."
Esse papo me irrita profundamente. Ao invés de trabalhar, esse pessoal fica achando que vai ganhar dinheiro fácil assim. O único conforto pra vida imbecil deles é achar que tem possibilidade de ganhar na Mega Sena. Daí virei pra mulher que parece o Pepeu Gomes e falei
- Tá certo... no dia que cês ganharem na Mega Sena eu tiro a roupa e vou pelado lá na sala do chefe...
Fez-se um silêncio. Depois, todo mundo começou a gritar desesperadamente como se eu tivesse dito a coisa mais engraçada (e verossímil) do mundo
- ALÁÁÁÁÁÁÁÁ!!!! Nóó Tinoco, vou anotar isso!!!! Hahahahaha!!
- Queisso!!! Prometeu tá prometido!! Hahahahahaha!!
A gritaria foi só aumentando. Eu não entendi aonde estava toda essa graça. A mulher-Pepeu-Gomes levantou-se e começou a gritar por cima da divisória, para as salas do lado:
- AÊ GALERA!!! O Tinoco falou que quando a gente ganhar a Mega-Sena ele vai pelado na sala do chefe!!!!
A risada foi geral em todo o setor. Eu não estava entendendo nada. Será que eles não entendem que, mesmo jogando 10 números (e pagando R$ 200 pelo jogo), a probabilidade de acertarem é de 1 em 240.000???
A mulher-Pepeu saiu gritando e foi na sala do chefe!! E pelo corredor eu via, ele olhava pra mim e rachava de rir...
Se você estiver precisando de um jardineiro na sua casa, me contrate, por favor.
You Win
2002-04-10 15:21:00 +0000
Ontem eu resolvi um trauma de infância.
Enquanto esperava minha namorada, passei no Shopping Cidade e fiquei perambulando pelo fliperama de lá, pra matar o tempo. Mal sabia eu que esse passeio no flipper ia ser mais interessante do que o normal.
Pra começar, tinha uma menina jogando Marvel vs. Capcom. Eu tenho uns 10 anos de experiência em fliperama e nunca, NUNCA vi uma mulher jogando nenhum jogo da série Street Fighter. Mulher em fliperama é muito raro. E a menina jogava bem, com direito a Hadouken e Shoryuken. Ela jogou até o último chefe. E a menina era até bonita...
Aquela cena me deixou perplexo por um tempo, e me fez lembrar de um trauma de infância: era um grande tormento quando alguém entrava na máquina pra jogar contra mim. E pelo nervosismo, eu perdia e ficava furioso. Sempre odiei jogar videogames contra alguém, eu não sabia competir, muito menos perder.
Daí eu cresci, vieram os emuladores, vieram os jogos em primeira pessoa (começando pela inesquecível, a all time classic série Doom), nos quais eu sou relativamente bom, e depois de muito gritar e chutar mesas de computador, fui aprendendo a perder. E fui aprendendo a explorar o erro do adversário, variar a técnica para surpreender, improvisar... tudo que eu não conseguia fazer antes por estar de cabeça quente. E no teclado do PC os golpes que não saíam no fliperama saíam até mais facilmente (muita gente horroriza comigo por isso). A partir daí eu comecei a jogar no mesmo patamar do primo Luiz (que é bem mais viciado que eu), e nossos torneios de Street Fighter Zero 3 no emulador ficavam pau a pau.
Veio também a festa da LAN em Sete Lagoas, onde pela primeira vez eu pude testar minhas habilidades em jogos em primeira pessoa contra oponentes humanos. No Quake 3, ninguém ganhava de mim, até mesmo Norton, que é um baita dum adversário. A derrota vinha era no Alien vs. Predator, onde Norton estava anos-luz à frente de mim. Mas a derrota já virava experiência.
Voltando ao fliperama, lá foi o teste final da minha "maturidade de jogos". Comprei uma ficha e fui jogar Marvel vs. Capcom. De repente, um adversário humano, chega e pergunta: "Posso entrar?". Respondi que sim.
A luta foi um achado. Não teve nada de especial, mas para mim a coisa foi completamente diferente. O que antes era uma enxurrada de raiva e ansiedade virou coisa de Chapolin: "Todos os meus movimentos são friamente calculados". Eu via tudo. Eu percebia as táticas do adversário, claras como água. Depois dos cinco primeiros segundos de luta, eu já sabia da técnica barata do adversário e planejei o que fazer para vencer. Eu improvisava, eu criava, eu não errava o timing dos golpes especiais. Resultado final: ganhei, e com folga. Sobrava mais de 80% da energia dos meus lutadores. E ver meu adversário humano saindo apressado da máquina, irritado, como muitas e muitas vezes eu saí, foi uma sádica satisfação.
Veio outro adversário humano. Dessa vez, a técnica dele não era tão clara, e eu teria que improvisar. A vitória veio no erro do adversário: ele deu especial de longe. Nunca se dá especial de longe contra um oponente humano. Há alguns anos atrás, mesmo com essa chance enorme de decidir a luta, eu erraria o movimento por nervosismo. Dessa vez não. Enquanto ele dava o especial, meu lutador voava por sobre a enxurrada de golpes, calmamente, pousando atrás do oponente, de costas, sem defesa. Nada havia sido tão prazeiroso quanto ver o desespero na cara do meu adversário, naqueles segundos de vulnerabilidade total que parecem uma eternidade, pensando "eu vou morrer". Depois de aterrisar, num rápido movimento saiu o *meu* especial, e a luta acabou. Eu havia passado de presa para predador. O que me fazia perder agora fazia outros perderem.
Grande coisa, hein...
Épico do Rap
2002-04-09 18:37:00 +0000
Na mesa ao lado da minha, infelizmente trabalha um colega cujo apelido é rato.
Sobre a mesa dele tem uma caixinha com o Chá Emagrecedor Magrins. Ele comprou pelo telefone.
E ele acabou de dizer a seguinte frase, sobre aquela fatídica música do Vai Serginho: "Claro que já ouvi... é um épico do rap nacional"
Alguém me diga... por que é que eu ainda trabalho aqui?
Preciso de ajuda
2002-04-05 14:37:00 +0000
Há 6 meses atrás eu e minha família mudamos de apartamento. Saímos de um 3 quartos para uma excelente cobertura de 4 quartos. A vista do lugar é inacreditável. O bairro é muito tranquilo. O prédio é novo e somos os primeiros a ocupar o prédio, ou seja, não tem vizinho nenhum por enquanto. O apartamento é fantástico, espaçoso, confortável... é um achado.
Aí meu pai resolveu entrar na crise da meia-idade exatamente nesse meio tempo, cismou que não se adaptou e quer se mudar. Há 3 dias que tento convencê-lo do contrário mas não adianta. Nenhum argumento funciona. E eu não quero de jeito nenhum perder o excelente apartamento que temos hoje por causa de uma simples ansiedade mal resolvida.
Por favor, me mande um email e me diga como é que se convence alguém, que está passando pela crise da meia-idade, a não fazer uma burrada dessa. Qualquer ajuda é válida. Obrigado...
Desculpe, foi engano.
2002-04-05 04:18:00 +0000
Hoje foi dia de eu sacanear com os telefonemas de engano que recebo aqui em casa:
11:45
O telefone toca:
- Alou?
A voz do cara é tímida e lenta:
- Alou...bom dia.
- Bom dia.
- Erh...bom...erh...sabe, estou com um...um...no-break estragado aqui. E...é da marca Troni, estes vocês consertam aí...né?
- Uhn? Ah tah, sim. Sim.
- OK, e eu tou com um outro aqui...da marca Homestar, este vocês arrumam?
- Uhmm...Homestar, tem como você me falar o modelo?
- Ah sim, peraí que vou ver aqui...
Espero uns 15 segundos.
- Oi!? Aqui...bom, tá escrito aqui atrás que é o HS250B-T...
- Ah, o 250? Não, jóia, a gente conserta sim.
- Ah ótimo.
- E você sabe me dizer o que eles tão dando? Tipo, que problema? Não funciona nada mesmo?
- É...não está estabilizando e...acho que é só isso...
- Ah, beleza, pode trazer pra gente aqui que a gente conserta.
- Então tá bom...
- Eh, esse problema é muito comum, sabe. A gente arruma aqui e se der no dia seguinte fica legal procê.
- Uhm, bom. Então hoje eu levo procês aí.
- Então tá jóia...até mais hein.
- Tá jóia. E um bom dia.
- Bom dia...tchau.
21:10
O telefone toca:
- Alou?
Um dona fala com voz levemente agressiva:
- Alou, o Carlos Vinícius tá aí?
- O Carlos não, ele não chegou ainda...
- Como não chegou? Ele não está aí não?
- O Carlos não.
- Que isso! Era pra ele estar fazendo um trabalho de escola aí com o Marcos!
- Uê, mas ele não chegou.
- Ah, peraí. Vou chamar a mãe dele viu? Um instantinho.
- Tá bom.
Espero uns 10 segundos
- Alou? Quem é que tá falando??
- Aqui é o Carlos.
- Quê!? Mas que...
Desliguei o telefone.
Estúpidos que trabalham comigo
2002-04-03 16:27:00 +0000
Recebi um email pedindo a configuração de um velho servidor que uso. Respondi dizendo "Pentium 75, 128MB de RAM, 2GB de HD".
Aí chega outro email: "Mas e o processador?"
Possíveis respostas:
1) É Walita.
2) É o Word. O de textos, porque o que processa planilhas é o Excel.
3) Tá no fórum.
Zzzzzz
2002-04-02 16:36:00 +0000
Hoje eu acordei às 4:30 da manhã e não consegui mais dormir. Daí, resolvi ir pro terraço e ver o sol nascer. Bonito e tal, mas tou morrendo de sono.
E nessa meia hora pré-almoço estou procurando coisas úteis na Internet... sites que nunca achei que fosse frequentar, como o Guia do Bebê. Estou vendo o que é que meu irmãozinho de três meses já pode aprontar. E também tou lendo alguma coisa sobre crise da meia-idade, pra entender o que diabos tá acontecendo com meu pai.
Happy Happy Joy Joy
2002-04-01 01:20:00 +0000
Domingo de páscoa é dia de passear na Praça da Liberdade... e de rever uma coisa que sempre me diverte.
Você já prestou atenção naqueles trenzinhos da alegria? E já viu que nenhum dos passageiros do trenzinho estão sorrindo?
Post de fim de noite
2002-03-29 04:07:00 +0000
Taí, fui lá no urologista. Sala de espera de urologista é a coisa mais engraçada que tem. Todos os homens que estão lá ficam inquietos e tensos, se entreolhando e pensando: "o que será que aquele cara tem? Será que ele tá com alguma doença venérea? Será que ele acha que eu estou?!". Quando chega alguém pela porta, é um estardalhaço de olhadelas discretas, todos olham e pensam: "meu Deus, aquele cara que está entrando sabe que outro homem vai pegar no meu pinto!"
Só não deve ser pior que a sala de espera do proctologista...
Um fato estranho do dia: hoje, no centro da cidade, havia uma mendiga com o filho nos braços, sentada na calçada com o chapéu à frente pra pedir dinheiro. Até aí tudo bem, mas ela não dizia repetidamente a atual ladainha de "dá um trocado, moço". Ela comia meio Kinder Ovo, e dizia: "come chocolate comigo, moço".
É, tem certas coisas da vida que nasceram pra não ter explicação.
E por último, mas não menos importante, acabei de ver o "Fabuloso Destino de Amélie Poulain", indicado ao oscar de melhor filme estrangeiro. Filmaço!!! Não perca de jeito nenhum.
Tou falando sério, levanta daí e vai lá ver!
such a perfect day
2002-03-28 19:10:00 +0000
Hoje não tem absolutamente nada interessante no meu dia.
Bom, exceto pelo fato de que eu vou ao urologista.
Reformulando a frase: O fato mais interessante do dia de hoje é que outro homem vai pegar na minha genitália.
Plantão Médico
2002-03-25 19:58:00 +0000
Acalmem-se, meus fiéis fãs... (um ou dois, no máximo). Eu voltei ao blog.
Só como histórico do que aconteceu: Semana passada, na segunda-feira, apareceu um troço inchado na minha pálpebra direita. Achei que era terçol, popularmente chamado de "bonitinho". Um farmacêutico me disse que não tem remédio, é esperar 3 dias que o terçol regride sozinho.
Só que no terceiro dia o "bonitinho" já tava virando um Tom Cruise, sem dar o menor sinal de que ia regredir. E pra completar a minha sinusite voltou. Não me deu nem dois meses de sossego. Na quinta, não fui trabalhar de tarde, fui ao médico.
Consultando uma clínica geral, que inclusive foi muito simpática e me atendeu zilhões de vezes melhor que o último otorrino que consultei, uma surpresa: minha pressão sanguínea está no limite do normal, ou seja, estou "quase" com pressão alta. Isso é inacreditável, eu sempre fui o cara mais relax do mundo. Entrei na dipirona pra curar a sinusite e, enquanto esperava a doutora preencher meu atestado, vi uma coisa de ficção científica na enfermaria do hospital: um sistema de envio de exames via tubos de ar comprimido.
A enfermeira pega o exame, coloca numa cápsula de plástico e enfia numa grande caixa na parede. A caixa tem um teclado e um tubo que sai do topo e segue pelo forro do teto. Ela digita o número do lugar para o qual quer enviar o exame e "pfump", num barulho pneumático a cápsula com o exame segue voando. Pode parecer besteira, mas ver aquilo foi como uma carícia na minha alma nerd.
Outra carícia na minha alma nerd foi o que comprei outro dia e chegou hoje pra mim. Um "pen-drive". Cabe 128MB de coisas dentro desse chaveiro. Perfeito pra mim, que tenho um puta link Internet rápido aqui no serviço. Daí, eu faço a festa no AudioGalaxy, espeto o chaveiro na porta USB do computador e "chupo" tudo pra levar pra casa. Muito legal, mas muito mesmo. E eu não sou o único que acha isso, veja esse cara no TechnoYard:
"I admit these are one of the coolest products I have ever come across in my life. I mean look at them folks, they look so darn cool and small, yet so powerful when turned on."
Mas voltando ao assunto da doença, depois do hospital eu fui a um oftalmologista, ver o terçol. Por causa do convênio ruim aqui do Banco, tive que deixar um cheque caução de R$ 100 na clínica, que depois troquei pela guia do exame. Daí, descobri que realmente estou na profissão errada.
Entrei no consultório do médico, ele me disse: "O que você tem?", e respondi: "Terçol", apontando meu olho inchado. "Senta aqui", disse ele, apontando aquela maquininha de enfiar uma luz chata no olho e examinar.
Segundos depois ele disse: "Não é terçol, é calázio", se levantou e começou a preencher uma receita de colírio. Tudo isso não levou mais do que 3 minutos.
Vejamos, no meu emprego atual, em 3 minutos eu ganho R$ 0,50...
Apple
2002-03-20 15:59:00 +0000
Foi só eu que gostei da nova Fanta Maçã?
Self Pity Post
2002-03-12 06:02:00 +0000
Este post é só pra dar uma de coitadinho e mostrar a hora que eu tou saindo do serviço...
O Rato Voltou
2002-03-06 14:15:00 +0000
Mais uma vez rolando uma conversa "intelijegue" aqui na sala, dessa vez sobre cirurgias de redução do estômago. O meu ilustre e brilhante colega de trabalho, gentilmente apelidado de "rato", estava achando tudo normal e falando das belezas da cirurgia. Como eu não aguento ficar calado, disse:
_Queisso, rato... cortar o estômago assim, pra mim, é mutilação...
No que ele respondeu:
_Ah, pra mim, mutilação é o cara ser tão gordo que não passa pela porta.
Você sabe que está ficando velho quando...
2002-02-25 19:33:00 +0000
Ontem eu fui pra Sete Lagoas, tava lá na piscina da casa do meu tio, relax e tal... e duas menininhas e um menininho brincando na piscina. Como eu estava nada pra fazer, acabei entrando na onda das brincadeiras infantis, tipo plantar bananeira na piscina, etc... aquela coisa toda.
Um determinado momento, depois da primeira sessão de "bananeiras", a criançada empolgou porque eu (obviamente) ficava mais tempo equilibrando, e de repente começaram a gritar: "Faz de novo! VAAAI TIOOOO!!!!"
E nessa hora meus parcos 23 anos pesaram...
What the fuck?
2002-02-22 13:37:00 +0000
Recebi um email de uma colega que está cursando medicina:
Galera,
Dia 1 de março vai ter uma festa superlegal da Faculdade. Vai ser lá no casarâo Ventura (na Serra,
Rua Pouso Alto 614) e o esquema é: Ladies First. As mulheres entram de 21 'as 23 e os destilados são liberados. Depois que a mulherada está chapada os homens entram. É diversão garantida. Os "casados" vão ver suas mulheres totalmente chapadas e morrendo de desejo e os solteiros vão ser literalmente caçados.
E depois querem que eu confie a minha saúde à essas pessoas.
Selva!
2002-02-18 04:30:00 +0000
Hoje foi um domingo diferente. Um primo meu, recém-formado em medicina, foi convocado pelo Exército para servir na Amazônia por um ano. Hoje foi o dia da partida. No começo da tarde, inventei de acompanhar meus tios na palestra explicativa do Exército sobre o que ia rolar com ele e os outros convocados.
(Interlúdio: Estou no canal #Buzz da EFNET e surgiu um papo de emuladores... um pedaço do chat, sobre a época do Nintendo, segue transcrito abaixo)
Hehe, continuando... a palestrinha foi várias coisas: ufanista, como era de se esperar, tranquilizadora, para as mães e pais que estão perdendo seus filhinhos para o meio do nada... mas o mais engraçado foi o Comandante. Não lembro o nome da peça, mas em um momento da palestra o Major que falava disse: "Agora nosso comandante vai falar algumas palavras..." e se levantou um tio barrigudo, segurando aquela bengalinha curtinha com a bola na ponta, igual daquele comandante babaca do "Loucademia de Polícia". Tive que segurar pra não rachar de rir...
Depois vieram meus tios e suas palavras de conforto...
"Ah, Breno, pega o dinheiro que você ganhar e torra tudo em viagem e tal..."
"Relaxa, cê vai respirar muita clorofila lá e vai ser bom pra você..."
Além da minha tia conversando com um colega dele que também estava indo:
_Ah, que pena, e como vai ficar sua namorada?
_Que nada, vai ficar tudo bem...
_Sei... ela é de onde?
_De Cláudio (nota: a cidade mineira chamada Cláudio)
E ela respondeu:
_Ah é? Pois é, eu tenho um sobrinho chamado Cláudio...
Post de Carnaval III (Final)
2002-02-13 17:59:00 +0000
"Finalmente!", dizia eu. Quarta-feira de cinzas, não mais teria que suportar esse feriado fétido...
Almoço tranquilamente e saio para meu meio-expediente da quarta-fétida-de-cinzas.
Quando chego, pontualmente às 13:30, para ficar até as 17:30, a mulher-Pepeu-Gomes da minha sala exclama:
_Ué, Tinoco, atrasou?
_Não, tou no horário, oras...
_Tá não, Tinoco, o expediente hoje é de meio-dia às seis.
_O QUÊ?! Ninguém me avisou!! Só falaram que era meio expediente!
_Tava todo mundo sabendo, achei que você sabia...
Sim, era verdade: o carnaval acabou de aprontar mais uma comigo. Respirei fundo e continuei:
_Alguém mandou algum comunicado oficial avisando?
_Não...
Virei-me no rumo da sala do chefe, levantei o dedo médio e me sentei para trabalhar.
Post de carnaval II
2002-02-12 04:14:00 +0000
Carnaval!! Festa bonita... como eu já disse abaixo, além de tudo de bom (bêbados, AIDS, etc) temos também os drogados, as overdoses, as adolescentes grávidas, e os homens que fantasiam de mulher e não encontram o caminho de volta...
Para desintoxicar, nesse exato momento meus ouvidos são agraciados com James Ruskin, um live set ao vivo na Fuse. Que coisa boa.
Ah, e para que hoje eu ficasse cada vez mais feliz com o carnaval, tive a honra de ver, no centro da cidade, um legítimo arrastão! Como é divertido ver os marginais assustando a população, roubando em ritmo de samba...
Mas o carnaval tem uma única vantagem: tempo livre. Já me rendeu uma música nova. Produzi hoje de tarde, botei no site dos Bit Cousins. Vai lá ouvir e me fala o que achou. Além disso, assisti o ótimo "Vanilla Sky" no cinema. Confesso que fui todo desacreditado, mas o filme é muito criativo. O Primo recomenda.
Confirmado: meus colegas de trabalho são macacos (Parte 2)
2002-02-07 22:10:00 +0000
Eu sei que vocês* fiéis leitores deste blog estão de saco cheio de mim falando mal dos meus colegas de trabalho. Mas essa foi demais.
A mulher da minha sala, que parece o Pepeu Gomes, estava contando um caso do seu antigo emprego. Haviam feito um bolão para a Mega Sena. Pelo que pude entender da conversa, um dos colegas dela fez alguma coisa com um dos cartões que ela preencheu, para dar a entender que ela havia ganhado. Quando ela soube que era brincadeira, ela simplesmente andou até a sala do colega sacana, pegou-o pelos cabelos e começou a bater a cabeça dele na parede. Ela só parou quando mais 2 pessoas foram até lá e separaram os dois. Isso foi verdade pois pelo que conheço da Sra. "Pepeu", ela tem temperamento suficiente pra fazer isso. Por sinal, não é difícil vê-la gritando no telefone para os usuários dos sistemas dela: "Não enche o saco!!"
Agora me fala se isso não é uma pessoa civilizada!...
Nesse papo da mega-sena rolou uma outra história estranha... dizem que aqui no serviço fizeram a mesma brincadeira com um cara. Só que o cara, quando ficou sabendo que tinha ficado "milionário", levantou-se da mesa, pegou o monitor do computador e levantou-o sobre a cabeça, urrando como um bicho: ia jogar o monitor no chão, se não fossem os colegas avisando desesperadamente que era brincadeira.
* - Devem ser umas 2 pessoas
Confirmado: meus colegas de trabalho são macacos
2002-02-05 20:46:00 +0000
Cheguei aqui na sala e tá o Renato conversando com o Toninho (os nomes são, obviamente, fictícios). O Renato (que é escoteiro, acampa e tal) tava falando de GPS, preços, como funciona e tal. O Toninho estava querendo comprar um. Como o Toninho não gosta de mato, perguntei pra quê ele ia comprar. O Toninho respondeu, sério:
_É pra minha mulher conseguir chegar aqui no serviço.
Dei uma risadinha e continuei trabalhando. O Toninho continuou conversando, sério, interessado no tal GPS. Quando ele saiu eu comentei com o Renato:
_Até parece que é sério esse negócio de GPS.
No que ele respondeu:
_Mas é sério mesmo! A mulher do Toninho não consegue chegar em lugar nenhum que ele indica. Outro dia ela veio pra cá e foi parar lá no final da Av. dos Andradas... aí ele vai dar o GPS pra ela conseguir chegar aqui. Só que o Toninho é burro, ela não vai conseguir usar o GPS...
Socorro
2002-02-05 12:59:00 +0000
Tem uma mulher na minha sala que é igualzinha o Pepeu Gomes.
Ironias da vida que são ruins mas são legais
2002-02-05 02:13:00 +0000
Como disseram no filme "Dogma", Deus realmente é um cara engraçado.
Hoje, pela primeira vez em muito tempo, eu estava com vontade de trabalhar: estava resolvendo uns problemas de performance no maior gás, o cérebro a mil, detonando e tal... daí, às 17:00 em ponto, TODOS os micros travaram: pau na rede. O pau não foi solucionado até as 17:30 (horário de ir embora).
Isso seria um acontecimento fantástico pra mim se eu estivesse sem saco de trabalhar (uns 70% do tempo), mas tinha que acontecer LOGO no dia que eu tava megadisposto. É dureza.
OVER
2002-01-22 14:59:00 +0000
Primeiro dia da volta ao trabalho depois de 20 dias de férias... o bicho já tá pegando já.
Coisas boas das férias:
1) Sono. Muito sono. Dormir até o olho rachar.
2) Nível de responsabilidade perto do zero, ou seja, "não preocupar"...
3) Internet de madrugada. Jogar conversa fora no ICQ, pegar musiquinha no Audiogalaxy... sem preocupar com impulso.
4) Ver tudo da TV que eu nunca tive tempo de ver, tipo: Evangelion, E.R., primeira temporada, com a Dra. Lewis... fora uns "Mundo de Beakman" esporádicos. Até "Muppet Babies" eu assisti!
5) Sete Lagoas - Joguim em rede, matar todo mundo no quake, birita, perda de memória...
6) Falando em joguinho, é tão bom poder ter um bom FPS(*) pra jogar nas férias, poder ficar uma tarde inteirinha fuçando cada centímetro das fases... joguei o Return to Castle Wolfenstein até a última fase. Depois vou jogar o Alien Vs. Predator 2...
7) Ter tempo pra montar outra máquina em casa e ligar as duas em rede, com calma... sem ficar com raiva dos paus do Windows...
Pontos de vista de um atropelamento
2002-01-18 05:06:00 +0000
Hoje, voltando pra casa, eu vi um atropelamento. Tinha acabado de acontecer. Parei o carro pra ver se minha experiência de assistir "plantão médico" podia servir pra alguma coisa e me inteirar da situação.
A vítima: Um indigente, bêbado e drogado com thinner. Não quebrou nada, mas bateu a cabeça, cortou feio e estava grogue também pela concussão. Respirava normalmente e estava consciente, portanto ninguém mexeu nele. Num hospital de primeiro mundo ele faria uma tomografia, mas como estamos no Brasil ele deve só tirar um raio X, levar uns pontos e ser liberado. Duvido que ele ganhe sequer aquele colar pra imobilizar o pescoço durante o passeio de ambulância. Legal viver no Brasil, ser pobre, andar drogado e ainda sofrer acidente.
O agressor: Alguém num Uno branco que não parou pra socorrer. Um motoqueiro que estava próximo saiu correndo pra parar o carro, saiu gritando para o motorista parar. O motorista levantou o dedo médio para o motoqueiro e arrancou. Legal ver como as pessoas tem compaixão no mundo de hoje.
A polícia: Tava passando uma viatura. Desceu um policial, virou para o acidentado e proferiu as seguintes palavras de sabedoria: "Ou, véi, tá me ouvindo? Mexe não viu véi". No radinho, enquanto ele chamava a ambulância, o português melhorou, até ouvi um "presenciou o ocorrido". Daí, quando alguém tocava o acidentado (que já tinha se virado de tudo quanto é jeito no asfalto), o policial dizia gentilmente: "PORRA VÉI não encosta nele não véi!!!". Legal ver a simpatia dos prestativos mas nem sempre gentis homens da lei. Né véi?
LAN Party + Álcool = Brain Damage
2002-01-15 05:36:00 +0000
Yeah, voltei da "LAN Party" em Sete Lagoas... highlights da festança toda:
1) A festa tinha 4 computadores (embora uns 6 houvessem sido "convidados"). Na verdade o que rolou mais na festa foi birita mesmo, porque além dos donos dos micros, tinha só mais uns 2 ou 3 com vontade de jogar.
2) Passei meia hora e meio vidro de álcool tentando acender a churrasqueira. O churrasco ficou salgado. Tentei acertar a mão de sal grosso no dia seguinte mas a carne continuou salgada... e seca!
3) Na madrugada de sexta, finalmente um trabalho meu ganhou reconhecimento do público: foi o CD de música estranha que mixei e botaram lá. Rolou música do Chaves, do Jordy, do Menudo, do Tom e Jerry e outras tosqueiras. Todo mundo adorou! Tá certo que tava todo mundo bêbado, mas isso não conta...
4) Teve a parte do brain damage: na madrugada de sexta a conjunção de Quake com cerveja me causou amnésia alcoólica, um enjôo dos diabos (que fiz força pra não vomitar), um copo quebrado e meu filme queimado com meus tios pelo resto dos tempos. Isso sem contar nos zilhões de preciosos neurônios que nunca mais verei.
5) Os duelos de Alien vs. Predator foram hilários!! Tanta piada que nem dá pra contar. Fora o Re-volt do domingo. Os caras colocavam nomes do tipo "Sefudeu", "Quer TC", "Misphito", e iam correr...
6) Momento "orgulho exaltado": NINGUÉM ganha de mim no Quake!
7) Biritas que rolaram: Cerveja, catuaba selvagem com o CONAN no rótulo, pinga, vinho e licor de pinga (eu nem sabia que isso existia).
8) Trilha sonora oficial da festa: Lico Dedo de Ouro. O maior cantor do Brasil!!!! Canta em várias línguas e tal. Aprendeu tudo sozinho, assistindo Globo Repórter. O cara é foda. Faz tudo com um dente só na boca.
LAN Party!!
2002-01-10 19:57:00 +0000
Putz, o Blogger bichou e só consegui postar hoje... bom, aos fiéis (2 ou 3) leitores deste blog, estarei a partir de amanhã em Sete Lagoas, teremos uma LAN Party história com 3 dias de duração! Muito joguim em rede e birita até cansar...
Segunda a gente tá de volta...
The Primo's Evangelion Saga
2002-01-07 05:06:00 +0000
Há alguns posts atrás eu contei que viciei em Evangelion. E falei pra mim mesmo: "Putz, essa série eu tenho que ver toda!!". E então comecei a correr atrás dos episódios e horários.
No site do Locomotion, canal onde a série passa, a grade de horários que está lá é do mês de novembro... e tudo com uma hora de atraso por causa do horário de verão. O horário do fim de semana também tá todo trocado e não bate com a grade da Directv. Basicamente, tá difícil descobrir que horas passam os episódios e as reprises. Sem contar que não dá pra saber qual episódio será passado em qual dia da semana (o que é relativamente fácil de descobrir para séries como Friends, por causa dos inúmeros fan sites). Além disso, eu tive que confiar no meu véio videocassete Panasonic G21 (você se lembra?), que só grava nas velocidades SP e LP (na SLP ele não consegue reproduzir a fita direito.
A partir do momento em que eu disse pra mim mesmo que ia acompanhar a série, sempre acontecia alguma coisa que me fazia perder os episódios, como:
1) O telefone tocava no meio do desenho (e só eu podia atender)
2) Eu programava o vídeo mas não programava a caixinha da Directv
3) Eu programava o vídeo e a caixinha da Directv no horário certo... mas no canal errado
4) Eu não programava o vídeo porque às 10:30 da manhã eu já iria estar acordado pra assistir o episódio... e acordava 11:30
5) Eu programava o vídeo e a caixinha no horário certo e no canal certo... mas meu pai ou minha madrasta vinham ver TV exatamente na hora que eu programei e tiravam a Directv do canal.
6) Eu ficava em casa pra gravar o episódio pessoalmente... daí a Directv saía do ar, do nada, e voltava exatamente depois do horáiro do desenho.
Já estava ficando irritado porque nunca conseguia assistir um episódio direito, e em uma semana e meia de férias, com um episódio por dia (mais a reprise), eu só tinha conseguido assistir a TRÊS episódios de toda a série... Daí hoje eu chego em casa, ligo a TV e descubro que vão reprisar o capítulo de hoje (que eu perdi) daqui a 20 minutos!! Que alegria!! Que emoção!! Peguei as almofadas, desliguei o telefone, sentei no sofá e fiquei na expectativa do episódio começar... a música de abertura do episódio soou como uma sinfonia de Beethoven.... zaaanko ku na tenshi no youni...
Daí vem a primeira cena do episódio... e a decepção: Era um dos três episódios que eu havia assistido.
Nascer de novo
2002-01-03 05:32:00 +0000
Ei, o ano novo chegou... e meu irmãozinho nasceu! É um bebezaço de 4 quilos e 52 centímetros. Chama-se Gabriel. As unhas dele são iguaizinhas às minhas... grandes e largas...
O legal é o quarto do hospital... tudo é controlado por um controle remoto: além de (obviamente) controlar a tevê, você apaga e acende TODAS as luzes, regula o ar condicionado... até as persianas podem ser abertas pelo controle... e na tevê, alguns canais são de câmeras no berçário, daí dá pra ver seu bebê quando ele não está no quarto. Além disso tudo, o quarto tem uma poltrona idêntica àquelas espreguiçadeiras do Friends, frigobar, e se tudo o mais falhar, um interfone suuuper moderno pra chamar as enfermeiras. Mucho doido.
Um novo tempo (R.I.P., passarinho)
2001-12-26 12:22:00 +0000
Bom dia, mundo!
Como foram de natal? O meu foi bem chato... e eu ainda atropelei um passarinho. É sério! Ele deu um rasante na minha frente, na via expressa, mas calculou mal o timing e TUUUM no meu pára-brisa.
A manjada mensagem de natal
2001-12-24 13:00:00 +0000
A manjada mensagem de natal
Como eu sou o único trouxa trabalhando no dia 24, resolvi blogar e colocar uma mensagem de natal aqui.
Estou comendo um bombom de licor que o pessoal trouxe, portanto não me responsabilizo por qualquer coisa meio bêbada que eu colocar aqui.
Basicamente, um feliz natal pra vocês, os 8 ou 9 fiéis leitores deste blog. Obrigado pelo voto de confiança (ou seja, por me aturar).
É isso aí!
Eeeww!!
2001-12-20 21:41:00 +0000
Peguei o telefone aqui da sala, disquei... telefone ocupado...
Fui desligar, notei uma certa gosma amarela no gancho... uma quantidade considerável.
Pensei: "Não é possível que é..."
Olhei o local do telefone onde eu tinha acabado de colocar a minha orelha: também com a gosma amarela, que era cera de ouvido. MUITA cera de ouvido!!
Pelo amor de Deus!!
Merry Christinas
2001-12-20 18:05:00 +0000
Eu sei que não é nada legal eu ficar falando mal da burrice dos meus colegas de trabalho.
Mas eu não resisto: Aqui na sala tá rolando um cartão de natal todo bonito, e você vai clicando na foto de uma casa e montando uma árvore de natal. O problema é que as instruções estão em inglês...
Daí um colega meu estava seguindo as instruções e tudo o mais: "Click on the chimney to light the fire"... "Click on the Tree"...
Na hora de decorar a árvore, surgiu a seguinte instrução:
"Click on the porch to get the candles".
O cara ficou: "Onde tem Porsche aqui nessa foto??"
Mail Bag
2001-12-20 15:03:00 +0000
Chegou no meu email do serviço. Email de um cara que eu nunca vi. Pra todo mundo da empresa.
"COMUNICO-LHES QUE NO PERÍODO DE 24/12/2001 A 04/01/2002 ESTAREI EM GOZO DE FÉRIAS."
Ah, como minha mão coçou pra digitar um "foda-se, vai gozar no raio que o parta" e clicar no Send...
(Nota de esclarecimento: O primo Zé está sob estresse ferrenho neste final de ano)
Chegou o trem
2001-12-19 12:04:00 +0000
Pelamordedeus.
O Submarino entregou meu monitor 17". A caixa está aqui na minha sala, em frente à minha mesa.
Um colega de trabalho, conhecido por sua inteligência (baixa), perguntou o que era aquilo. Respondi: "Ah, é um trem que eu comprei no Submarino".
Sabendo que sou mineiro, a frase é perfeitamente compreensível: "Um trem" = "Uma coisa" em mineirês.
Acontece que o nosso colega achou realmente que era um trem. Um trenzinho...
Só isso?
2001-12-18 17:45:00 +0000
O pessoal daqui da sala tá horrorizando só porque eu comprei uns hamburgers na promoção do McDonalds...
Pô, seis hamburgers é fichinha!
"MOE" - Momento Orgulho Exaltado
2001-12-18 12:57:00 +0000
Ontem, no meio das demissões do Banco, eu ganhei um aumento de salário, do nada!
E ainda consegui matar a War Machine do Dungeons and Dragons 2!
Desculpa aí, mas eu sou foda.
Errata atrás de errata
2001-12-11 19:21:00 +0000
De toda a correspondência interna que é enviada por email pra todos os funcionários do Banco, metade dela, sem brincadeira, vem seguida de uma "errata" ou um outro email pedindo para "desconsiderar o anterior"... ridículo.
Momento "Tolerância Zero"
2001-12-11 15:33:00 +0000
Mandei um email para os Administradores de Dados aqui da empresa e pedi a eles que criassem uma tabela pra mim no banco de dados. O Administrador leu e me respondeu perguntando: "Você vai precisar mesmo desta tabela?"
Qual das respostas seria mais apropriada?
a) Não, na verdade eu estava atoa e pedi a você que criasse a tabela só pra passar o tempo.
b) Olha, precisar não precisa, mas é que o nome dela é tão bonitinho que eu acho que vai ficar uma graça no banco de dados...
c) Não, eu vou fazer esta tabela numa cartolina e pregar na parede do escritório. Eu pedi pra criá-la porque preciso de um modelo.
d) Ih, não vou precisar mais não, o Brasileirão acaba semana que vem mesmo...
e) Claro que preciso dela! É para o feng-shui do meu banco de dados, ela vai reequilibrar as energias da análise de crédito...
Segunda
2001-12-10 12:20:00 +0000
(05:30) Acordar com os miados infernais dos gatos do vizinho que provavelmente estavam fazendo uma orgia.
(06:30) Acordar de novo com o sol na cara. Fechar a janela com o pé.
(07:00) Acordar com o despertador. Perceber que as 8 horas de sono não valeram absolutamente nada e você parece ter passado por um moedor de carne.
(07:02) Sonhar com férias...
(07:04) Concluir que esta moleza é resultado do começo de uma inflamação na garganta
(07:07) Concluir que este começo de inflamação é porque ontem você deixou o ventilador ligado no seu quarto e estava sem camisa, o que leva a outra conclusão: minha saúde está tão da hora que um ventinho me derrubou.
(07:10) Conseguir levantar da cama.
(07:13) Tomar banho.
(07:20) Descobrir que você está cada vez mais gordo ao tentar entrar numa calça. Concluir pela quadragésima sétima vez que é bom maneirar nas porcarias essa semana.
(07:35) Tentar escolher um CD do porta-luvas do carro quando a namorada terminou de entupí-lo com CDs excelentes como Zélia Duncan, Zeca Baleiro (versão pós-homossexualismo), Titãs...
(07:41) Lembrar que durante a noite você sonhou que sua namorada era motorista de ônibus e dirigia pela contramão numa estrada onde haviam escadas descendo para o subsolo no meio da pista. Legal.
(07:55) Chegar ao serviço
(07:58) Entrar em sua sala e achar um cartaz escrito "GAALOO!" na parede.
(07:58) Arrancar o cartaz, amassá-lo bem amassado e jogá-lo no lixo
(07:58) Sorrir e dar "bom dia" aos companheiros da sala.
Após ler, entenda
2001-12-07 20:23:00 +0000
Ao sair de frente do seu computador, vá a uma mercearia e compre uma água de coco Kero-Coco.
Perto do buraquinho onde você fura com o canudinho tem as instruções de como usar:
"Após aberto, consumir".
Ceifando carreiras
2001-12-07 20:18:00 +0000
Sexta-feira, 14:33.
O Dornas passa aqui na sala, cara abatida, diz "Gente, tchau." e sai. Passa nas outras salas, despedindo-se.
Foi demitido. 104 pessoas o serão nesse fim de ano.
Razão: O lucro do banco foi inesperadamente menor nesse semestre.
Esse capitalismo é uma merda.
O Primo, o cowboy dos bits.
2001-12-07 13:27:00 +0000
Vão acontecer coisas divertidas no meu serviço: tem 210.000 pessoas para serem processadas pelo meu sistema. Meu sistema processa no máximo 1 por minuto.
Este trabalho vai demorar meses, e meu sistema vai rodar 24 horas, o que significa que posso receber uma ligação às 3 da manhã de uma quarta-feira se meu sistema der pau. Ficarei de plantão.
Estamos na preparação desse trabalho todo. Na quarta-feira o chefe pediu que o processamento inicie na sexta. Saí correndo igual doido pra colocar tudo no ar e descubro que o processo de alimentação do meu sistema é em JCL. Você sabe o que é JCL? Nem eu! Preciso pedir ajuda aos caras responsáveis pela parte "mainframe" do meu sistema. Eles estão ocupados com num-sei-quê de IPVA e só deve rolar de me ajudarem amanhã de manhã. Beleza.
Daí me liga o consultor de São Paulo. Ele é poeta, cabeludão, um cara estranho. Gente boa, mas melindroso igual menino. Ele nunca me atende quando eu preciso. De repente, no meio do meu caos, ele quis resolver todas, todas as pendências de meses atrás em um dia. Sim, o chefe dele causou sofrimento anal no anal dele. Só assim pra ele vir nessa prestatividade toda. É uma falta de profissionalismo e uma choradeira e má vontade imensa da parte dele. Ontem à tarde, mais de 2 horas no telefone resolvendo os pepinos que ele devia ter resolvido há muito tempo. Nota: até então os 210.000 caras estão esperando...
No fim do dia ele fica de me enviar um documento formalizando tudo que a gente conversou sobre as pendências. Hoje de manhã eu recebo o documento. Ele pode ser definido em uma linha: "Estou tirando o meu da reta". Adicionei algumas considerações filhadaputas em vermelho, risquei outras, e mandei o documento de volta... com cópia pro meu chefe e mais uma pá de gente. Eles que se descabelem por lá.
Ah! Finalmente vou processar meus 210.000 caras! Vou mesmo? Descubro que o arquivo com os 210.000 caras não está na minha mão e ninguém está se incomodando em providenciá-lo rapidamente. Apertei o "fuck-up button" e fui comer alguma coisa. São 9:12 da manhã e estou tomando café. Café com Toddy. Sem leite, é o café melado daqui misturado com Toddy e só. Parece barro. Bebida de macho.
25% cheia
2001-12-04 13:09:00 +0000
Estava eu na cantina da empresa com minha inefável caneca preta.
Enchi 25% dela com café sem açúcar e ia completar com o açucarado, pra não ficar travando de doce.
Peguei minha caneca 25% cheia, fui para a outra garrafa térmica e, enquanto passava manteiga no pão, conversava sobre o esquema do Guaraná Jesus, descrito no post abaixo.
Daí, peguei minha caneca 25% cheia e, enquanto conversava, comecei a gesticular... esquecendo completamente de que ela estava 25% cheia.
Quando eu me dei conta, tinha uma mancha enorme de café na manga da minha camisa e no chão, além de dezenas de olhares e risadas pra mim.
Olhei para a caneca. 0% cheia...
MHODA
2001-11-30 12:53:00 +0000
A mais nova moda alternativa foi vista por mim, ontem, nas Lojas Americanas.
É uma blusinha feminina, preta, com os dizeres: GHOTIC
Tenho certeza que o Prof. Pasquale compra é na Riachuelo.
Caiu isso no meu email:
2001-11-29 18:02:00 +0000
"Vivis, vc notou alguma diferença na sua perna depois que começou a usar o
Santinelle? Os pêlos diminuíram? Ficaram mais grossos?"
Eca.
Saiba pois, mundo.
2001-11-27 18:18:00 +0000
Voltei com minha ex-namorada.
E tou rindo atoa.
A melhor informação de trânsito que já recebi
2001-11-22 18:52:00 +0000
_Por favor, onde fica a Rua dos Lagos?
_Tá vendo aquela avenida ali? (aponta a Av. Atlântida, no bairro Serrano)
_Tou...
_Pois é, lá tem uma rua. É ali.
Um mouse diferente
2001-11-09 21:20:00 +0000
Hoje rolou um pastelzinho aqui no serviço. Foi o "trote" dos novos funcionários, que pagaram pastel pra todo o setor. Todo mundo reunido no pátio externo da empresa, comendo alegremente e fazendo aquelas piadas insossas de escritório, até que um avisa: Tem um rato no telhado.
O rato veio por baixo das telhas de amianto e queria porque queria descer da viga onde estava direto pra mesa onde estavam os pastéis, logo abaixo. Como o telhado se estendia uns três metros além da parede, o rato estava na mira exata... e faminto. E todo mundo sem saber o que fazer: "oh, nós só sabemos mexer em computador, não entendemos nada de rato".
Ficou aquele semi-círculo de gente em volta da área onde o rato perambulava, até que alguém teve a brilhante idéia de jogar um pastel (de queijo) para o cinzento roedor. Foi então jogado o pastel, bem pra dentro do telhado, entre as telhas e o forro do teto. O rato pegou a idéia e foi atrás. Beleza, problema resolvido.
Enquanto o papo voltava ao normal, as pessoas se refaziam da tensão do momento e eu questionava mentalmente a higiene do meu ambiente de trabalho. Segundos depois, uma manga desprendeu-se da mangueira que ficava atrás de nós. Foi direto pro chão, do lado de uma das novas funcionárias, de maneira bem, er, sonora... ka-pou!!
Voou Coca-Cola pra tudo quanto é lado...
O trabalho é uma morte lenta
2001-11-08 12:22:00 +0000
No exato momento em que meu carro entrava no estacionamento do serviço, Thom Yorke gemeu, no CD Player:
I'm not heeeeeere...
Sortudo.
Roubo pop
2001-11-07 15:56:00 +0000
A secretária da gestão aqui no Banco foi assaltada num sinal de trânsito. Fiquei sabendo quando cheguei, 8 da manhã, e ouvi ela comentando no corredor.
Desde então, durante toda a manhã, TODAS as vezes (umas 6) que passei em frente à mesa dela, ela estava falando do assalto com alguém.
Funky boss...
2001-11-05 15:21:00 +0000
...acabou de me elogiar na frente de todo mundo, inclusive dos meus usuários chatos e da superintendência!! Whoa-ho-ho-yeah!!!
Após o sinal, deixe sua ignorância
2001-10-30 14:57:00 +0000
Acabei de ouvir uma saudação de caixa postal de celular. Ela era uma paródia da música do Raul Gil, aquela do banquinho:
"Se você me ligou / e não me encontrou / após o sinalzinho / deixe o seu recadinho"
Só mais uma pra fechar a sexta-feira
2001-10-26 21:05:00 +0000
Mas já são 18 horas da tarde! - Um colega de trabalho meu...
ICQ Weirdness
2001-10-26 20:58:00 +0000
Só agora, no meu ICQ:
>> Um amigo meu, webdesigner, está comendo churrasco com coca-cola... no escritório dele. Cismaram que toda sexta eles vão queimar uma carninha.
>> Outro amigo meu copiou o VGACOPY, aquele programa veião de copiar disquete. VGACOPY é uma relíquia!
Eduardo, Mônica e Só.
2001-10-26 18:36:00 +0000
No UOL Música: Leia a letra de "Eduardo e Mônica", de Renato Russo.
No texto, a letra, inteirinha. E só. Que que isso?!??!
Pruquê
2001-10-26 17:46:00 +0000
Eu e meu grupo de amigos sempre nos reunímos na sexta-feira pra almoçarmos juntos. Um deles tinha sido capad... digo, circuncidado, daí fomos pra casa dele e de lá pedimos uma pizza (e fizemos quatrocentas piadas com a "fera ferida" do rapaz).
Daí, na TV o Jornal Hoje começa a anunciar uma banda "alternativa de Sorocaba". Daí tocava um trechinho da música e todo mundo começava a malhar... menos eu.
Quando a matéria finalmente entrou, todo mundo malhava os caras da banda. Eram comentários do tipo:
_Haha! Olha o cabelo do cara que ridículo!
_A Globo tá querendo vender banda de novo...
_Esses caras tinham que ir pro Piores Clipes...
Eu continuava calado. As imagens tavam uma droga, não dava pra reconhecer quem era quem. Até que de repente, o repórter fala o nome da banda. Wry. No meio dos comentários eu faço o meu:
_Hah! Eu já vi show desses caras! É bom...
E o silêncio. Todo mundo olhou pra mim. Instantes depois a matéria acabou, acho que pra minha sorte...
Out Of Memory
2001-10-26 12:20:00 +0000
Eu juro que vou comprar Biotônico Fontoura, tou precisando. Minha memória tá pior que a do cara do filme Amnesia. Se ele tinha só 10 minutos de memória recente, eu tenho só 5.
Eu trabalho em Portugal e não sabia
2001-10-25 14:16:00 +0000
Ontem o ramal da minha sala deu pau e ficou mudo. Pela intranet, fiz um pedido de manutenção do ramal.
Hoje fui ver o que tinha acontecido com meu pedido. Ele estava lá parado, com a seguinte observação do atendente:
"Tentei entrar em contato com o usuário mas o telefone chamou até desligar. Favor verificar."
É lógico que chamou até desligar, o ramal está estragado!!!!!!!! PELAMORDEDEUS!!!!!!!
Heinglish
2001-10-23 17:01:00 +0000
Passei na sala de umas meninas do serviço que estão fazendo aula particular de inglês. Pra zoar, soltei a seguinte frase:
_Is it english for class something school it's for today?
As respostas:
_Nóóó! Olha o Tinoco esnobando!
_Putz, não entendi nada!
_Peraí, fala devagar que vou traduzir tudo! "For today..."
Macumba veicular
2001-10-23 16:38:00 +0000
Quem me conhece sabe do meu azar com carros. Meu último carro, um Uno, foi batido três vezes, roubaram meu CD Player dentro da minha própria garagem, fora os inúmeros golpes de azar que se abateram sobre o pobre carrinho.
Daí troquei de carro, comprei um Fiesta. Conforme a propaganda da Ford, uaaaau! O carrim é bom. E achei que tivesse me desfeito do azar junto com o velho carro. Mas o azar tá comigo mesmo.
De cara, a válvula de um dos pneus não funciona, não dá pra calibrar o bichinho, tenho que trocar. Quando o carro completou 1000 quilômetros rodados, algum infeliz fez o favor de encostar algo na porta do motorista e arranhou-a toda. Tudo bem...
Daí hoje eu estou entrando no estacionamento do meu serviço, e a aura negativa de destruição veicular começou a se manifestar...um vento vindo sabe-se-lá-de-onde começou a soprar violentamente, sacudindo as árvores e levantando uma poeira danada. Estou eu alegremente a manobrar meu carro para colocá-lo debaixo de uma mangueira (por causa da sombra) quando, subitamente... ka-POW!!!
Um galho se soltou e caiu exatamente em cima do capô do carro ao lado do meu. Os arranhões brancos recém-fabricados faziam contraste com a lataria preta do Escort, vítima do ataque aéreo. Eu gelei. O vento continuou.
Puxei o carro mais para trás, numa vaga longe da árvore, mas perto o suficiente para o sol da tarde fazer sombra sobre o carro. O vento ficou mais forte e dessa vez começaram a cair as mangas. Uma delas (Ka-POU!!) foi direto no capô de outro carro. Resolvi deixar o carro no sol, porque a macumba hoje tava braba... no fim das contas, quando eu saía do estacionamento, o vento parou.
Na saída do estacionamento tem um pé de jaca. Adivinha se eu passei debaixo dele...
Usando o blog como post-it
2001-10-22 20:33:00 +0000
Tenho que lembrar de acertar o blog pro horário de verão...
Random Babbling
2001-10-22 20:31:00 +0000
Saco. Mudei a cor e a fonte umas 10 vezes e ainda não me agradou. Eu podia é fazer um layout novo pro Primo...afinal, essa coisa verdeamarela já gastou o olho.
Eu também tenho que cuidar do GEnet, o lendário projeto do meu grupo de amigos. Inclusive eu até devia escrever uma coluna pra por lá, aproveitar os 14 minutos de trabalho que me restam aqui...
Mesmo porque, 17:30, zarpo eu pra casa, pra curtir o novo apê. A família está crescendo, ganhei uma madrasta e um irmãozinho que chega em dezembro, então tem que dar upgrade na casa. O apê novo tem 4 quartos e é cobertura. Fica bem no alto do morro que é o meu bairro. A vista de lá é linda, me fez acordar às 3:30 da manhã pra ficar olhando. Mal vejo a hora de chamar os amigos e passar a tarde olhando a vista, queimando uma carne e fazendo piada...
Quando eu fazia o post abaixo, eu dei de cara com uma página com tradução das coisas em alemão que tem nas músicas do Kraftwerk. Putz, a cada dia que passa eu acho Kraftwerk mais genial...vou até catar o Radioactivity pra dar uma ouvida no carro.
Não suporto telefone analógico. Aqueles de disco, ou os com teclado que você disca o seis, por exemplo, e ele dá um pulso pra cada unidade do número discado: tup-tup-tup-tup-tup-tup. E o pior, o zero são 10 tups.Cê vai discar um telefone grande e ele fica meia hora lá, tup-tupzando. Por isso que eu só uso o ramal digital aqui da sala, você disca e ele: Bleep! Bleep! Bleep! E instantes depois já ligou. Eitcha modernidade.
Divino Paradoxo
2001-10-19 22:21:00 +0000
Hoje, voltando pra casa. Um Dodge velhaço do meu lado.
No vidro de trás, um adesivo: Jesus é o Rei!
No painel, outro adesivo: Parei de beber, agora só tou comendo
Claves e adesivos obscuros
2001-10-19 11:27:00 +0000
No vidro de trás do meu carro tem um adesivo. É uma clave de fá. E essa clave já rendeu histórias engraçadas...Uma vez eu saí pra alugar um filme, quando estava parado em frente à locadora esperando não-lembro-quem voltar com o filme, um cara me abordou na porta do carro (que estava fechada), mandando abrir o vidro. Tomei um susto: "Danou-se, é ladrão!" e fiquei meio sem ação, enquanto o meliante me pedia pra abrir o vidro e ficava apontando para a parte de trás do carro.
Como o cara não estava armado e não parecia perigoso, resolvi abrir o bendito vidro. O cara começou a se explicar: "Olha, eu sou violoncelista e vi seu adesivo ali atrás, eu queria saber onde você comprou e tal..."
Na verdade eu não comprei, eu fiz com papel contact mesmo. E pra quem ainda não entendeu, essa clave tem a ver com música, partituras, etc. Sabe aquela manjada clave de sol? Pois é, a clave de fá é parente dela. O engraçado é o pessoal que não entende me perguntando..."que nota musical estranha é essa no seu carro?". Outro dia uma menina daqui do serviço, uma que não gostou de Matrix porque não entendeu o filme, me perguntou do adesivo: "que vírgula estranha é essa pregada no seu carro"?
Das desconfortáveis situações do trânsito das grandes cidades
2001-10-17 14:42:00 +0000
Eu odeio encontrar gente conhecida no trânsito... é a coisa mais sem-graça do universo!
Você pára no sinal, tá aquele cara do seu lado, ele dá uma buzinadinha e você olha, cumprimenta daquele jeitão mineiro básico: Houp!! Belezz?
Aí é só, o sinal continua fechado e a pessoa continua lá. Não dá pra conversar porque o sinal pode abrir a qualquer momento ou vocês estão longe demais pra falar. Daí fica aquele clima horrível. Devo olhar? Cumprimentar de novo? Se eu não fizer nada, vai parecer que estou ignorando a pessoa?
Daí o sinal abre e os dois carros passam um pelo outro várias vezes durante o percurso, aí você não sabe se olha, se não olha... e se os dois param num outro sinal vermelho? Olha um pro outro e dá aquele risinho sem graça? Não olha? O que fazer!?!
Troca-troca
2001-10-16 19:36:00 +0000
Sabe o meu problema do email? Aquele, da lei de Murphy, de 2 posts atrás?
Pois é. Depois que eu destroquei tudo o [CENSURADO] do email do Operamail voltou a funcionar.
Troca-troca
2001-10-16 16:26:00 +0000
Lei de Murphy se manifestou com todo o seu esplendor sobre mim. Voltei meu email pro Gogo, o webmail de nome nojento e rapidez 10... eu tinha saído de lá porque o Gogo tava sem funcionar há uns 5 dias direto, daí fiquei com muita raiva e fui pro Operamail, o webmail do meu browser preferido, o Opera. Acontece que no dia seguinte da mudança o [CENSURADO] do
Operamail simplesmente SUMIU com a minha conta de email. E o mais
engraçado: exatamente no dia seguinte da mudança o Gogo voltou a
funcionar normalmente!!!!!! Raios... raios duplos!!!
Quer pagar quanto?
2001-10-15 17:50:00 +0000
Nunca mais faço economia porca com fone de ouvido de camelô, aqueles de 1 real.
Comprei um fone Philips com um treco chamado "Air Chamber" que supostamente melhora o som. O fone custou R$ 8,50, mas valeu cada centavo, pago em prazer musical.
No meu tempo de segundo grau, quando eu ouvia muito walkman, por muito tempo eu procurei um fone que fosse bom, e usava como parâmetro a resposta de frequência do bichinho. Agora eu tou vendo que é melhor usar outro parâmetro... o preço.
O mais legal foi que eu comprei esse fone numa legítima mercearia do interior, encravada num canto oculto do bairro Floresta. Aquelas, com todo tipo de bugiganga pendurada por tudo quanto é canto empoeirado e com um tio velho, de jaleco azul e caneta na orelha, te atendendo. O tio me mostrou um fone paraguaio, daqueles "Somy", de R$ 2. Eu perguntei se ele tinha outro e ele me mostrou o da Philips, adicionando o seguinte (e sapiente) comentário:
_Mas esse aqui é estéreo, é de outro tipo.
Curso superior em "night clubbing"
2001-10-15 12:33:00 +0000
Na minha caixa postal, um colega meu, depois de ficar sabendo que um outro colega não vai ter aula hoje, definiu tudo o que eu penso sobre a PUC-MG na seguinte frase:
"Que boate é essa em que você estuda?!?"
O homem carne moída
2001-10-15 12:28:00 +0000
O meu feriado foi o melhor feriado que já tive na vida. Hoje de manhã estive lendo os relatos dos feriados de outras pessoas e continuo achando que o meu feriado foi o melhor.
Um cara do serviço foi pra São João Del Rey, bateu o carro, bebeu quantidades desumanas de cerveja e descobriu que um primo dele tá viciado em cocaína. Não bebi uma gota de álcool durante meu feriado, e nenhum dos vícios passou perto de mim.
Luiz, o primo, fez aniversário de não comer carne (parabéns de novo, cara!!) e jogou sinuca a noite toda ouvindo música realmente boa. No lugar onde estive durante o feriado, tinha um boteco na frente, que tocava Bruno e Marrone, Mastruz com Leite, KLB e outras músicas produzidas com o intestino. Ainda assim eu vou tirar onda com ele e falar que meu feriado foi melhor, hehe!
Desde a noite de quinta pra sexta até a do sábado pro domingo, eu dormi um total de apenas 10 horas. Da quinta pra sexta eu dormi apenas 1 hora. A maior parte do tempo eu estava de pé, andando de um lado para o outro, resolvendo problemas. Pode se dizer que eu trabalhei o feriado todo.
Mas pra mim não foi trabalho.
Tá, o negócio é o seguinte. Eu estava na coordenação geral de um seminário com 140 adolescentes, média de idade de uns 16 anos, que aconteceu num colégio, em regime de internato. Coordenar palestras, dinâmicas, providenciar comida, lugar para dormir, limpeza e higiene pra todo mundo, além de resolver os inúmeros pepinos.
Foi cansativo e tal, mas eu faria tudo de novo. Porque foram três dias onde aprendi coisa que normalmente se aprende em três anos. Minha boca tá ressecada, eu tou com olheiras e meus pés estão inchados, mas isso não tem a menor importância, porque o maior prazer que tenho na minha vida é o prazer de aprender, e foi isso o que eu fiz no feriado.
Resumindo, eu pulei dentro do moedor de carne, saí do outro lado destruidaço, mas feliz. Agora eu sou o homem carne moída...mas com espírito renovado.
GeoSHIT
2001-10-11 15:42:00 +0000
Geoshities filho duma franga...diz que esse site excedeu a cota máxima de visitas e tira o site do ar por alguns momentos...
Prestenção Geoshities!! Nem 10 pessoas vem aqui por dia!!
Passeio no Ceasa
2001-10-09 21:07:00 +0000
Estive no CEASA hoje de manhã. Cara... todo belorizontino que se preze deveria ir pelo menos uma vez ao CEASA.
O CEASA é um lugar muito divertido. O trânsito lá, apesar das placas, é mais ou menos livre. Todos os lugares são imeeeensos. Dentro dos "hipermercados" para atacadistas, há pilhas e pilhas de caixas que vão até o teto (que deve ter uns 15 metros de altura). As empilhadeiras são elétricas e fazem um zumbido robótico, e seus braços desdobram-se, atingindo uns 10 metros de altura. E os pilotos destas empilhadeiras são uma atração à parte, manobrando no meio dos estreitos corredores e passando a centímetros das prateleiras, com uma pilha de caixas de "Leite Integral Nova Manhã", de uns 900 Kg, suspensa a 5 metros do chão.
No meio do CEASA tem uma feira coberta de frutas e verduras. Este local tem o carinhoso apelido de "pedra", o que forma frases interessantes, tipo "Ei, vou ali na pedra comprar cenoura".
E as pessoas que lá trabalham são bastante simpáticas e pelo menos parecem gostar de estar lá. Não são como os otários daqui do banco que só sobrevivem se jogarem na Mega Sena toda semana e sonharem que vão ganhar. No CEASA as pessoas se preocupam com coisas mais simples. Sorria, e eles lhe sorrirão de volta. Chame-os de "amigo", sem aquela falsidade social diária, e você termina num bate-papo sobre o jogo do fim de semana. Ah, e devido ao alto grau de "carregação" de caixas, ninguém lá é obeso. Os corpos esguios e os braços grossos na pele mestiça e nos olhos enrugados das pessoas que são verdadeiramente brasileiras.
Bunda na parede, para seu próprio bem
2001-10-08 15:54:00 +0000
Óquêi...
Uma mulher esquisita daqui da sala tá saindo com um papo de que vai começar a dar tapinha na bunda das pessoas daqui do serviço, porque o marido dela tá fazendo isso com as mulheres do serviço dele.
Só tenho uma consideração a fazer: stay away from my fucking buttocks!
Sub-utilização
2001-10-05 20:56:00 +0000
Deve ser pra rir...
Fui num setor daqui do Banco hoje, o Núcleo de Processamento de Ativos. Todos os trabalhadores de lá tem um computador com monitor 22 polegadas: imenso. Mas eles trabalham com muitos números, planilhas, etc, por isso devem precisar de mais espaço na tela.
O detalhe é que os monitores tão com resolução de 800x600...
Ah, e fui no almoxarifado arrumar umas caixas. Semana que vem eu tou de mudança, rapazeada!
PSX - Num sinal perto de você
2001-10-05 19:24:00 +0000
Queisso... no sinal da rua Espírito Santo com Afonso Pena, hoje na hora do almoço, um daqueles vendedores de bala do sinal estava vendendo um Playstation... sem brincadeira...
A cura para a surdez
2001-10-05 15:29:00 +0000
Deus lembrou-se de mim...
Meu micro aqui no serviço foi substituído por um Pentium III 1 GHz, 256 MB de RAM e 20 GB de HD.
Mas a melhor característica dele: ELE TEM PLACA DE SOM!!
Sim!! Vou poder ouvir MP3 no serviço...já tou com fone na orêia. Aqui no Banco isso é proibido, mas quer saber? Foda-se.
O legal foi o chefe chegando de surpresa..."você vai ganhar um Pentium de 1 Giga". Longe de ficar feliz, fiquei assustado. Tinha 1.8 Giga de MP3 que eu peguei no AudioGalaxy...que iam ser perdidos se levassem meu micro véio embora. Sabe o que eu fiz? Copiei pro meu drive da rede. Na cara dura. Depois copiei pro micro novo. Levou 2 horas mas deu certo.
Das pequenas mudanças do dia-a-dia
2001-10-04 13:33:00 +0000
Beleza.
Hoje eu fui no Painel de Controle e liguei o rastro do mouse.
Só pra ter alguma coisa diferente no meu dia.
Momento dadaísta
2001-09-27 18:05:00 +0000
Se eu receber mais um email sobre o WTC eu tenho um troço.
E eu estou com uma palavra na cabeça. É uma palavra em espanhol: sabrosa.
Alguém que chorou
2001-09-27 13:49:00 +0000
Ontem à noite, num sinal de trânsito, eu vi uma mulher chorando, no carro ao lado do meu.
O porquê do choro eu nunca vou saber. Talvez fosse o marido cafajeste, um desgosto com os filhos, algumas amigas falsas, um emprego perdido...podia ser tanta coisa...
Eu nunca vi aquela mulher nem nunca mais verei, mas numa crise de fraternidade eu senti que podia fazer tanto para ajudar aquela pessoa...mas havia uma distância muito grande entre nós. Era um sinal verde.
Dos diversos significados de "bullshit" (3)
2001-09-26 17:23:00 +0000
Quando eu me esqueço do significado da palavra bullshit, eu passo em frente à banca de revistas:
Carla Perez está de licença maternidade
Dos diversos significados de "bullshit" (2)
2001-09-26 17:16:00 +0000
Quando eu me esqueço do significado da palavra bullshit, eu escuto as mulheres da minha sala conversando:
_Você sabia que gatos tiram as energias negativas de você? Quando ele vem roçando a sua perna, ele absorve as energias negativas da sua aura...
Dos diversos significados de "bullshit"
2001-09-26 17:12:00 +0000
Quando eu me esqueço do significado da palavra bullshit, aquele email com os potes de mel, intitulado Fotos da Mel Lisboa, chega pra mim pela décima vez.
Problemas. Repita.
2001-09-24 15:43:00 +0000
Muitos problemas. Muitos problemas. Muitos problemas. Muitos problemas. Muitos problemas. Muitos problemas. Muitos problemas. Muitos problemas. Muitos problemas. Muitos problemas. Muitos problemas. Muitos problemas. Muitos problemas. Muitos problemas. Muitos problemas. Muitos problemas. Muitos problemas.
Chegou a hora de LOLar
2001-09-20 18:41:00 +0000
Taí, lembrei de um negócio altamente trash.
Uma vez minha mãe foi fazer um tratamento esquisito numa fazenda-clínica alternativa. Tinha altas coisas mutantes, banho de lama, chuveiro circular, jardim de pedra...e tinha um tratamento que era o tratamento do riso. Eu não tenho nada contra essas coisas, mas que tem muita da coisa esquisita, tem.
Reuniam-se todos os "pacientes" num salão e uma mulher conduzia o tratamento. Iniciava falando que é importante retirar as más energias através do riso, coisas assim. Daí ela começava o tratamento gritando no microfone e pedindo pra todos repetirem:
_Eu vooooouuu riiiiiiirrrrrrr!!!! Eu vooooouuu riiiiiiirrrrrrr!!!! Eu vooooouuu riiiiiiirrrrrrr!!!!
Instantes depois todo mundo caía na gargalhada. Diz minha mãe que chorou de rir nessa hora.
Talvez pelo ridículo da situação...
E falando em riso, ontem pela primeira vez eu realmente ri de um seriado do canal Sony...foi o That 70's show. Chorei de rir, o Kelso brochou com uma menina...daí naquela rodinha de maconha deles, ele solta a genial frase:
Guys, I got a confession to make...I'm 'onipotent'...
Velórios, morte e Basement Jaxx
2001-09-20 17:59:00 +0000
Ontem à noite meu pai me pediu para ir a um velório. Era de uma pessoa que eu nem conhecia direito, mas era "família", aquela coisa toda, e meu pai não poderia ir por causa da loja. Disse que ia receber mercadoria ou algo assim. Eu odeio velório, é uma coisa que pra mim não faz o menor sentido.
O problema começa no ponto em que eu deveria ir ao velório antes de ir trabalhar, por causa da hora do sepultamento. Isso implica em acordar uma hora mais cedo, tomar banho nessa manhã mais do que gelada e ir parar do outro lado da cidade. Outro detalhe é que, quando meu pai me pediu para ir ao velório, era mais de meia noite, o que encurtava ainda mais meu sono disputado...
Durante a noite já rolou gente morta: sonhei com uma amiga da minha irmã, que morreu de tumor no cérebro. Sonhei também com minha mãe, morta de câncer há uns 3 anos. Bom, de certa forma foi legal rever minha mãe...
Seis horas, o relógio me desperta. Me arrumei, taquei um Basement Jaxx no som do carro e saí dirigindo. Era a coisa mais contrastante do mundo, aquela manhã gelada e sombria, as ruas desertas, eu me dirigindo a um velório, e no som aquela porrada altamente dançante e alto-astral. Tudo a ver com gente morta.
Don`t let the walls cave in on you...
We can live on, live on without you...
Quando eu finalmente encontrei o cemitério e estava entrando no velório, literalmente pisando dentro do lugar, meu celular toca. Era meu pai, dizendo que "agora poderia ir ao velório, porque a mercadoria chegou foi ontem e etc". Beleza, acordei cedo atoa. Se não fosse o Basement Jaxx e o sonho da minha mãe eu matava alguém de raiva.
Mas não é uma boa idéia, ia gerar mais um velório...
Quando os humanos ficarem muito chatos...converse com um robô.
2001-09-18 22:21:00 +0000
Foi o que fiz hoje. Conversei com o PixelBot, um projeto do Laboratório de Hipermídia da UFPE.
O diálogo, bem, foi estranho. Pixel tem, obviamente, o "jeitinho brasileiro": quando ele não sabia sobre o assunto em questão, ele dizia "taí, conheço alguns links a esse respeito...", e oferecia um link para uma pesquisa em um site de busca sobre o assunto em questão. Dizem que Pixel responde coerentemente até 65% das perguntas, mas não foi isso o que aconteceu: às vezes ele derrapava horrorosamente em perguntas simples, como:
zé : o que você pode me responder?
pixel : não pense assim, zé.
E às vezes ele respondia surpreendentemente bem perguntas que eu achava complexas:
zé : quem é seu pai?
pixel : eu fui criado por uma equipe do projeto virtus, coordenada pelo profesor andré neves.
Eu empolguei com o assunto e fui caçar outros chatbots...achei a
Alice. A Alice usa um padrão chamado AIML (Artifficial Intelligence Modeling Language). Estou falando com ela neste exato momento. Acabo de digitar a minha décima frase e ela respondeu TODAS inacreditavelmente coerentemente. Putz!!!! Nem na pergunta do "quem é seu pai" ela derrapou.
Obviamente Alice não é perfeita, mas ela tem muito a manha. É como uma mulher de verdade (hehehe), responde as perguntas com outras perguntas, não acredita no que você diz...
Por outro lado, Alice se comporta de uma maneira que eu nunca tinha notado em chatbots: ela percebe o contexto. Tentei forçar a "criatividade" de Alice, pedindo a ela que me desse um conselho. Ela desviou da pergunta, perguntei de uma maneira diferente, ela desviou da pergunta novamente, pedi que ela me ensinasse alguma coisa, e ela disse: Por que você quer tanto fazer isso? Interessante...
A retórica do frio
2001-09-18 12:59:00 +0000
Por que é que quando está muito frio as pessoas ficam falando: Ai, que frio, que frio...?
Se está muito frio você não precisa avisar as pessoas que está frio. Elas já sentem isso.
Ironias cotidianas à parte, a última bobagem que está circulando pela Internet sobre o World Trade Center é até interessante. Siga as instruções:
1. Entre no Microsoft Word
2. Digite "NYC" em letras maiúsculas
3. Selecione o texto e mude a fonte para "Webdings"...observe...
4. Agora mude para "Wingdings"...observe...
Trabalhando com um abutre
2001-09-17 17:31:00 +0000
Dentre as muitas peças que trabalham comigo, há vários motoqueiros. Não motoqueiros como "possuidores de moto", mas motoqueiros na verdadeira acepção da palavra, com aquelas motos envenenadas, com aquelas firulas penduradas, bandeirinhas, adesivinhos, capacete anos 60 e tudo o mais.
Um deles é o cara mais nojento do universo: ele é integrante dos "Abutres", uma "gangue" de motoqueiros que teve até matéria publicada na Playboy. Quando cruzo com ele no corredor, a cara de mau dele dá até "mêda".
Acabo de chegar do estacionamento. Ele estava dormindo no carro e ouvindo uma tocatta para cravo, de Bach, no rádio. É, no fundo do coração de motoqueiro dele ainda há alguma sensibilidade.
P.s.: Sim, eu peguei o vídeo de "Dancing Queen" hoje...
"Como estamos hoje?"
2001-09-14 15:21:00 +0000
O que é um chefe filho da mãe?
É aquele chefe que faz um relatório com todo o serviço que está atrasado e envia para todo mundo do setor, com o subject: "Como estamos hoje?".
Eu vi isso acontecer aqui no serviço. Sorte que não foi o meu chefe.
Frases
2001-09-10 21:26:00 +0000
Beta solta uma novidade hilária:
Eu soube hoje da nova denominação para homossexuais. (...) Homossexual masculino agora é HSH ( homem que faz sexo com homem). E se subdivide em insertivo e receptivo (...)
Quando você estiver com muita raiva do seu chefe, diga pra ele: "O senhor é um HSH receptivo!!"
Momentos lúdicos
2001-09-10 14:04:00 +0000
26 emails, os sites de sempre, os blogs diários. Tanto para ler e tão pouco tempo...
Sábado eu estive em Teófilo Otoni. Em frente ao palco do Cine Vitória. Com mais cinco meninas, todos nós fazendo um círculo, batendo as mãos e cantando:
Nós somos seis...eu com as seis, eu com ele, eu sem ela, nós em cima, nós no meio, nós em baixo, eu com as seis...
Essa brincadeirinha de criança pequena foi uma das coisas mais divertidas que já fiz...
Perguntas
2001-09-06 20:40:00 +0000
Por que o banheiro do meu serviço está fedendo a feijão com cocô?
Por que eu não conheço ninguém que comprou algo ou conheceu um bom serviço através de SPAM?
Por que, apesar da resposta acima, as pessoas continuam mandando SPAM?
Sinais
2001-09-06 13:11:00 +0000
Quinta-feira, véspera de feriado.
Seis e quinze da manhã. Meu pai me acorda.
_Leve sua irmã na aula, viu?
_zzzzzz...tá...
Eu ainda podia dormir até as sete da manhã, mas ele saiu e deixou a porta do quarto aberta, ligou o rádio e fiquei ouvindo Itatiaia até a hora de levantar.
Sete e dez. O telefone toca. É uma colega da minha irmã, que sempre vai de carona com ela pra faculdade. Ligou, eu atendi, ela nem perguntou quem era, só queria saber se ia rolar a carona. O motorista de táxi aqui respondeu que sim e que estávamos saindo.
Sete e meia. Estacionamento do meu trabalho. Descubro que uma das minhas colegas usa luvas pretas de couro para dirigir.
Oito horas. Uma sacola com três garrafas de dois litros de garapa são colocadas sobre a minha mesa:
_Tinoco, quando você descer pro café, leve essas garrafas pra cantina, pra colocar na geladeira de lá...
Oito e meia. As garrafas de garapa continuam olhando pra mim.
Oito e quarenta. Mesa do café. As pessoas olham pra mim e perguntam:
_Ué tinoco, cê tá puto hoje com o quê?
_Com nada, gente, só estou cansado.
_Não, fala a verdade, cê tá puto com o quê?
_Com nada, já disse...só tou cansado!
_Ah, cê não consegue disfarçar não, Tinoco, cê tá puto com alguma coisa!
_Não tou não, pô...
_Tá sim!!
Oito e quarenta e um. Outro colega senta-se à mesa. Ele passou máquina três na lateral de todo o cabelo, e máquina seis em cima. Daí, penteou o cabelo pra frente para cobrir a careca. Estava horrível. Horrível. Lembrei-me da garapa.
Oito e cinquenta e cinco. Corredor interno do Banco. Na parede à esquerda jazia uma bolinha de meleca, recém tirada, com um fio de cabelo da narina do dono devidamente pregado nele.
Itatiaia, luvas de couro, garapa, careca, meleca...Deus está querendo me dizer alguma coisa.
Reflexões (Pense rápido!)
2001-09-04 19:45:00 +0000
Seu tempo de resposta é 0.28 segundos. É bom, mas você pode fazer melhor...
Foi o que me disse o ReflexGame.com
Sim, eu estou entediado...
Alegrias medíocres
2001-08-30 21:46:00 +0000
No final da tarde, todos trabalhavam com suas caras emburradas de sempre aqui no Banco.
De repente, uma funcionária grita:
_Gente, os tickets refeição chegaram!
E todos, TODOS respondem em coro: "ÊÊÊBAAA!!!!" e saem correndo para pegá-los com a secretária.
Imagine a cena, uma horda de tios nos seus 40 anos correndo com suas barrigas proeminentes, suas carecas e suas camisas desbotadas (usadas com calça jeans), pra pegar tícket refeição.
Ou melhor, não imagine não...
Mas deixei a horda ir na frente para que eu pudesse pegar os meus tranquilamente. Quando vou buscá-los, cruzo no corredor com um funcionário que acabara de pegar os dele. Ele abria os olhos esbugalhados para mim e chacoalhava os dois talõezinhos nas mãos como se fossem dólares ou jóias. E dizia: "Olha issssssso, Tinoco!!!!".
Eu juro que nunca mais considero a minha vida deprimente.
Rhêivy?
2001-08-28 22:28:00 +0000
Dá até desânimo procurar links brasileiros sobre música eletrônica. Tentei o Yahoo! e custei a separar o joio do trigo. Tinha até gente falando que "o TB-303 acelera e aumenta o som", o que equivale a falar que "feijão deve ser ligado em tomadas de 110 volts".
Mas havia achado um link muito engraçado, é o "The Official Anti-Rave site". É de morrer de rir (e de ficar triste com as orgias que acontecem nesses lugares).
Mas eu estava lendo um depoimento de um cara que foi a uma dessas raves e detestou...quando chega um colega de serviço. É, o mesmo do incidente com a escova de dentes, devidamente narrado 2 posts abaixo deste:
_Queisso aí, Tinoco? - Ele perguntou.
_É um depoimento dum cara que foi numa rave...
_Quê!?
_É, aquelas festas com música eletrônica...
_Festa o quê? Queisso?
_ERRE-A-VÊ-É, Rave!
_"Rávi"?
_NÃO! É RAVE! "RÊIVE"!!!
_Ah, "heavy"...
E fez aquele "chifrinho heavy metal" com a mão. Depois, sorriu.
Talvez Beavis and Butthead seja inspirado em fatos reais...
Como Beavis & Butthead
2001-08-27 21:23:00 +0000
Um colega de sala me cutucou agora há pouco e disse:
_Tinoco...cê tá com sua escova de dentes aí?
_Er...tou - respondi.
_Ela tem uma flexibilidade na ponta?
_Como?
_Tipo, se você morder o cabo dela e der um peteleco na ponta, ela balança, mesmo que seja só um pouquinho?
_Bem...acho que sim, por que?
_Põe ela na boca, olha pro monitor e dá um peteleco na ponta dela...
_O quê?!?
_Faz isso ou, é doido...a tela balança toda!
Depois disso ele tentou mais algumas vezes e disse:
_Uaau, isso deve dar "probrema" de cabeça...
Nessas horas eu lembro que ele é um analista de sistemas formado...porque nem parece.
Inteligência novaiorquina
2001-08-21 13:29:00 +0000
Queisso...ontem eu fiquei assistindo Manhattan Connection no GNT. Era uma entrevista com um intelectual norte-americano cujo nome eu fiz o favor de esquecer. Mas o cara era íntimo do Bill Clinton, conhece os perigos da cultura pop americana e do racismo e fez reflexões lindas de chorar sobre o poder democrático da diversidade racial e étnica nos países como o Brasil. Daí, os pontos de inteligência foram só aumentando no meu cérebro...+2, +3, +4...
Quando o programa acabou eu ajoelhei no pé da cama e pedi encarecidamente ao papai do céu para que eu continue tendo a mente sempre aberta e nunca fique um tio véio ranzinza e conservador no futuro.
O domingo televisivo de Zé Carlos
2001-08-20 14:09:00 +0000
Ontem à noite, Fantástico. Glória Maria falando: "Hannibal Lecter foi eleito o maior vilão de todos os tempos, seguido de Darth VÁDER"...mudei de canal.
Na TV Cultura, um ótimo documentário sobre música brasileira. Peguei na parte que o documentário cobria o funk carioca e o rap paulista, ótimos depoimentos de MCs e DJs, como o K L Jay dos Racionais, que não tem um dos dentes incisivos e é meio gago, mas falou muito bem. Teve também o Gilberto Gil, como sempre, rindo até a orelha e falando de reggae no nordeste (que é dançado a dois, agarradinho). E o grupo Didá, na Bahia, tocando Samba-Reggae, só na percussão. Muito legal!
Depois, reprise de Top Gun no AXN. Descobri que o parceiro do Tom Cruise, o que morre, é o Anthony Edwards, do ER (Plantão Médico), só que com cabelo e bigodinho...
Aproveitei e assisti atentamente a famosíssima cena de amor do Tom Cruise e da Kelly McGillis, a cena de amor que 10 entre 10 mulheres acham a melhor do cinema, pra tentar entender o porquê. Acho que é por causa das línguas.
Top Gun é um filmão com roteiro tão genial que agrada gregos e troianos: testosterona e caças F15 para os homens, romantismo e Tom Cruise para as mulheres. Filme perfeito para levar a namorada ao cinema...
In Soviet Russia, Kraftwerk plays YOU!
2001-08-14 19:54:00 +0000
Os últimos dias andam filosóficos...tem um monte de amigos meus me xingando porque eu acho aquela minissérie da Globo, Presença de Anita, uma jogadaça comercial pra desbancar o SBT. Daí saí pra almoçar hoje e ficamos comendo frango frito e discutindo otimismo e pessimismo, mediocridade, e o estado ridículo em que a raça humana se encontra.
Daí eu volto do almoço e tenho mais um diálogo profundo com meu vizinho de mesa. Aquele, que vai tirar férias:
Ele: Tinoco, como é que chama aquele cara que é o pai da música eletrônica?
Eu: Hein?
Ele: Aquele...que fez show no Brasil tem pouco tempo...que tem um nome russo...
Eu (pensando no pior): Er...Kraftwerk?
Ele: É, acho que é isso mesmo! Li hoje numa revista Veja num consultório médico que a Tiazinha foi num show deles...diz que só a introdução das músicas tem uma hora e quinze de duração...
Eu: É...é...pois é...
Continuando os momentos cômicos, hoje de manhã eu vi a eficiência da polícia mineira. Fui calibrar os pneus do carro e havia uma viatura na minha frente, e dois policiais calibrando o estepe da viatura. Quando um deles se abaixou pra pegar o pneu, sua pistola automática, que fica no colete que eles usam, caiu do coldre (que estava aberto). Caiu com o cano apontado na minha direção. Se a pistola tivesse disparado, talvez eu não estivesse blogando hoje. Ou meu carro estaria com um buraco de bala. Ou o policial teria ficado com menos cara de tacho do que ele ficou ao olhar pra mim.
Ah, quando cheguei no serviço hoje encontrei um panfletinho sobre a mesa..."O plano simples de Deus para a salvação". No primeiro parágrafo eu li "Meu amigo, estás salvo?". Não sei, vou clicar no disquetinho ali e fica tudo beleza. Ctrl+S também resolve.
E a melhor da semana: Fiquei sabendo que Deus, o dono do (extinto) Blogus Dei, trabalha com um amigo meu que é webdesigner...subitamente eu sou detentor da sabedoria divina: sei que Deus existe, que ele é brasileiro, mineiro e belorizontino e ainda posso deduzir quanto ele ganha por mês! Tchan-tchan!!
Futebol, 10 anos depois
2001-08-10 13:45:00 +0000
Cool, o Thiago respondeu o meu questionário "Você Decide" que postei aí embaixo...
Bom, ontem não bloguei, fui no Independência ver o Galo ganhar, depois de 10 anos sem ir ao campo (!!!). Foi bom rever os torcedores homens demonstrando que amam e são pessoas sensíveis. O problema é que eles expressam isso gritando "caralho!" e "ô juiz filho de uma puta!"...
Ah, se você tem blog vá nesse projeto do Mit, o Blogdex.
Você decide o rumo de Zé, o Analista de Sistemas
2001-08-08 22:44:00 +0000
O cara que trabalha ao meu lado vai tirar férias em setembro. Com isso, o sistema que ele é responsável ficará sob minha responsabilidade, ou seja, meu trabalho, que já é muito, vai dobrar. Enquanto isso, ele fica cantarolando:
"Ritmo...é ritmo de férias...ritmo...é ritmo de férias..." (com a melodia de "Ritmo de Festa" do Sílvio Santos)
"Em setembrooo, eu tiro fériaaaas...vou pra praia, descansaaaar..." (com a melodia de "O Senhor...tem muitos filhos...muitos filhos ele tem...", do Pe. Marcelo)
Quando ele pára de cantar, começa com as piadinhas: "Já tou me imaginando...eu, em Porto Seguro, tomando um solzinho...e pensando: 'Nó, que que o Zé Carlos deve estar fazendo hein...consertando tabela dinâmica...hehehehehe'".
O que devo fazer com esse maldito?
a) Usar o computador dele para enviar fotos gays para toda a empresa (incluindo os chefes)
b) Esconder algumas centenas de tachinhas sob a almofada da cadeira dele, pra ele chegar, sentar e ser obrigado a trabalhar algumas semanas de pé.
c) Ligar pra ele, desesperadamente, no meio das férias, falando que o sistema dele deu um problema cabeludíssimo e que o processamento está parado e que o Banco está perdendo milhões e que ele precisa vir para resolver o pepino...e, quando ele chegar correndo, dizer: "Oh! Nem precisava ter vindo, cabei de resolver o problema..."
d) Ligar pra namorada dele, dizendo: "Olha, deu um problema no sistema aqui, tou tentando achar seu namorado, mas ele só deixou o telefone de uma outra moça, uma loira, e do hotel 'Chalé Romântico'"...
Dê seus votos pelo meu e-mail...
The Email Brega Wars
2001-08-03 15:28:00 +0000
Vinte anos da MTV americana...o molde da "cultura POP" de hoje. E falando em música, eu estou com uma maldita música na cabeça. De repente, eu me pego cantando a maldita, sem querer. A música é uma que o Vandy (Eddie Mills), personagem de um seriado extinto do canal Sony chamado "Wasteland", cantava no primeiro capítulo do seriado...a letra é maizomenos assim:
Everything looks good/The sun shines on me today/
Everything looks good/For a change/
For a...channnnnnge...
E o infeliz cantava com um violão e ficava sacudindo a cabeça de uma maneira "cool" que me dava nervoso.
Mas aí eu e mais dois amigos começamos uma guerrinha no email. A idéia é: cada um ataca o outro com nomes de bandas/cantores/cantoras esdrúxulos. Olha as coisas que saíram:
Kenny G - Richard Clayderman - Sula Miranda - Milionário e José Rico - Christian e Ralf - Locomia - Menudo - Toni Tornado - New Kids On The Block - Ricky Martin - Barbra Streissand - Celine Dion - Mariah Carey - Janet Jackson - Tina Turner - Whitesnake - Def Leppard - Ray Conniff - Phil Collins - Bienvenido Gonsalvez - Patotinha - Os Três Patinhos - Gretchen - Roberto Carlos - Jordy - Agnaldo Alves o rei do Bolero - Fagner - Belchior - Wilson e Soraia - Agnaldo Raiol - Genival Lacerda - Amado Batista - Wanderléia - Ronnie Von - Sílvio Santos ("ritmo...é ritmo de festa...") - Xuxa - Mara - Angelica - Polegar - Dominó - Sylvinho Blau Blau e o Absinto - Sérgio Mallandro - Conrado - Gugu Liberato ("meu pintinho amarelinho...") - Simone - Joana - Fafá de Belém - Fat Family - Moacir Franco e banda - Michael Jackson - KISS - Bon Jovi - Journey - Cher - Whitney Houston - Poison - Montserrah Caballet - Deborah Blando - Dee Lite - Falcão - Bozo - Tiririca - Renato e seus Blue Caps - Erasmo Carlos - Acústicos e Valvulados - Maurício Mattar - Bibi Ferreira - Shampoo - Twister
E pra encerrar...todo mundo baba o maior ovo, mas hoje eu concluí que não gosto do Catarro Verde nem a pau.
Sexy? Mesmo?
2001-08-02 20:42:00 +0000
Deu na Istoé Gente. Lista das 20 mulheres mais sexy do Brasil em 2001. Legal, e tal...mas Vera Fischer? Xuxa?! Credo...
Um domingo, um asilo
2001-07-30 14:27:00 +0000
Ontem eu visitei o asilo Maria Clara, na cidade de Contagem. É um asilo muito, muito pobre onde velhinhos são jogados e esquecidos pela família. Lá, havia um senhor numa cadeira de rodas, negro, magro, fumando um cigarro e soprando a fumaça de sua boca sem nenhum dente. Ele se chama Getúlio. Sentei-me perto dele e comecei a conversar:
_Oi, seu Getúlio! E aí, como vai o senhor?
_Eu quero ir embora.
_...
_Eu quero ir embora.
O que você fala pra uma pessoa nessa situação? Tentei animar o Seu Getúlio, falar que ele é bem cuidado, tem um pátio para descansar, uma gaiola com periquitos que cantam, mas tudo o que ele me respondia era: "Aqui não é bom, quero ir embora". Conversei mais um pouco com ele e saí.
O Seu Getúlio me ensinou algo muito importante. Não sei exatamente o quê, mas sei que não vou me esquecer da conversa que tive com ele.
Frases
2001-07-27 18:57:00 +0000
Da série "eu amo meu trabalho", volume 2.
(Conversa ouvida na minha sala)
_Cê sabe porque que CD chama CD né?
_Ué, não, pq?
_Na época era disco de vinil né, e tinha dois lados, o A e o B...daí como já tinha usado as letras só sobrou o C e o D, daí virou CD, viu? Pegou essa?
(Risos.)
(Teclado digitando "www.blogger...")
Speed Engraxate
2001-07-26 14:05:00 +0000
Mas ontem eu fiquei de bobeira no shopping, encontrei uma ex-namorada e velha amiga minha, que não via há anos. Ficamos andando a esmo e batendo papo um bom tempo. Nisso, de repente pula na minha frente uma mulher com uma buchinha preta e começa a falar desembestadamente:
_VocêjáexperimentouamaisnovagraxaparasapatosXiscoflex? Elanãovaisujarnemasuapelenemasuaroupa deixe-mefazerparavocêumaamostragrátis...
E foi passando o treco no meu sapato (que por sinal tava imundo). Minha amiga chorando de rir. A menina da graxa disse:
_Viu?Nãosujounemasuapelenemasuaroupa evocêpodeusarnoseucarronasuacasaembolsascalçados cintoseutensíliosdecouroemgeral...
Silêncio.
_Tá, agora passa no outro sapato senão fica desigual, por favor...
E o treco é bom mesmo. Não sujou nem a minha pele nem a minha roupa...
Mais dinheiro pro reitor
2001-07-25 20:49:00 +0000
Que divertido! O meu ex-reitor Padre Porco Capitalista Geraldo Magela, da PUC-MG, tá querendo ganhar mais dinheiro do que já tem. Notícia aqui.
Cara, eu não sou de desgostar de nada, mas eu odeio a PUC. Na mesma medida em que meus três anos no CEFET-MG foram maravilhosos, os quatro na PUC foram um suplício. Exceto pelas as aulas que matei cochilando no jardim central.
Estranhidades
2001-07-25 20:04:00 +0000
Rufem os tambores...coisas estranhas acontecem comigo hoje:
Coisa estranha 1 - Recebi um email de alguém que lê esse blog! Como diria o SBT, "Isto é...innncrívellll". E o mais incrível é que ele gostou do blog...
Falando sério o email é do William Monteath, dono do Coquetel. Ele é fã do Loser, como eu, e o blog dele é legal...ah, e eu nunca deixei o saquinho de tempero cair na água do Miojo.
Coisa estranha 2 - Um amigo meu que estava em Londres voltou ao Brasil...sem contar pra ninguém. Simplesmente pegou um avião, chegou aqui, mandou um email e disse "cheguei". Liguei no celular dele sem precisar da Ana Paula Arósio me ajudar no DDI.
Rhymerator
2001-07-24 21:03:00 +0000
Site muito legal, www.rhymerator.com. Vai lá e faça seu rap, ele te ajuda com as rimas.
Mas, mudando de assunto, eu amo meu trabalho...entra um cabeçudo aqui na sala e diz pro meu vizinho de mesa:
_Mas você sabia que o oito queria entrar na festa do zero, né...
_Ah é?
_É, mas aí eles pararam ele na entrada e falaram, "mas você não é um zero". E ele: "Sou sim, mas hoje eu tou de cinto!!"
Risos. O telefone toca e eu atendo. Voz de recepcionista do outro lado:
_Eu queria falar com a fulana...
_Ela não está na sala, quer deixar recado?
_Quero sim, é que ela marcou consulta com o Dr. Sicrano e nós mudamos de endereço, daí eu queria deixar o endereço e telefone novos...
_Pode falar, tou anotando.
_O endereço é 3265-XXXX e o telefone é 3265-XXXX...
_Er...bem...tá bom.
O cabeçudo fala novamente:
_Mas aí o asterisco também foi na festa do ponto e barraram ele na portaria. E ele falou "Mas eu sou um ponto! É que eu arrepiei o cabelo!!"
Risos, seguidos do barulho de teclas no meu teclado. Dáblio dáblio dáblio ponto blogger ponto com...
Mais do mesmo
2001-07-20 21:13:00 +0000
Fiquei até animado com os Cousins no FiberOnline e com as 20 visitas de ontem à este tosco blog que vos fala, quando vi que tomei pau no (extinto) Mar de Blogs. Tiramos 1 em 10. Não dá pra colar, portanto, dá nisso.
Fazer o quê...fiquei magoado, vou me empanturrar de amendoim confeitado, bala chita e outras delícias anos 80 que não voltam mais, enquanto baixo músicas no AudioGalaxy. AG, eu te amo. Já disse isso? Haja saco.
Google, o pai
2001-07-19 21:11:00 +0000
Google! Oh, Google, oráculo dos oráculos...dê-me algo interessante para ler!
(digito "muito interessante" e clico em Search)
Entre os resultados, vem:
http://eden.dei.uc.pt/~pa2/Freq1_9900.htm
" O Triângulo de Pascal é um objecto matemático muito interessante. Cada elemento do triângulo é dado pela soma dos elementos que lhe ficam imediatamente acima caso o elemento não seja sem o primeiro nem o último da sua linha, e é 1 caso contrário. A figura seguinte ilustra um Triângulo de Pascal de tamanho 5 (...)"
Credo. Não deu. Oh! Google, dê-me algo divertidíssimo pra eu esquecer esse calor infernal!
(digito "divertidíssimo" e clico em Search)
http://www.jt.estadao.com.br/editorias/2000/12/11/var907.html(não existe mais, sorry)
Um garoto acorda na manhã do Halloween e descobre que sua mão
direita tem vontade própria! Pior: ela mata seus pais e seus dois melhores
amigos! A Mão Assassina (às 20h30 no HBO) é puro trash, mas rende boas
risadas.
Pô Google, eu não tenho HBO. Eu sou pobre e a Net é fura-olho...
*trim*...*trim*...meu telefone.
_Alou?
_Alou, Tinoco?
_Eu.
_É a Cris, beleza?
_Beleza, Cris!
_Escuta, eu queria conversar com você sobre essas duas manutenções que você pediu...
_Agora?
_Ué, se você puder...
_Tá ok, me dá cinco minutos e eu subo aí.
Diversas
2001-07-19 13:47:00 +0000
Eu nunca tive saco de pegar MP3 no IRC...dá muito trabalho.
Ontem eu trouxe meu HD pro serviço, pra pegar 1,5 Gb de MP3 e jogos que baixei. Como não tem placa de som no serviço, não dá pra ouvir os MP3 nem jogar os jogos, por isso eu levo tudo pra casa num HD. Aí cheguei em casa louco pra ver tudo que tinha baixado, conectei tudo no no meu computador e, quando estava começando a abrir a primeira música, a chuva provocou um apagão particular lá em casa. Acabou a luz. É, fazer o quê...fui ler "A Gênese" à luz de velas.
Enquanto eu esperava impacientemente a luz voltar (tava DOIDO pra ouvir as músicas novas), me toca o telefone. Chamando para reunião de coordenação da Mocidade, às oito horas. Eram sete e meia. Dei adeus às minhas possibilidades de ouvir as músicas novas e saí, debaixo de chuva...pra voltar só 10:30 da noite.
Mas ainda deu pra ouvir alguma coisa...deu pra rir bastante com as músicas do Señor Coconut.
Mas olha que legal, descobri hoje de manhã que eu sou esquizóide! Fiz um teste de desvios de personalidade online (em inglês) e descobri que tenho isso. Esquizóide é a pessoa que evita relacionamentos, não demonstra muitas emoções e prefere ficar sozinha. É, acho que eles tem razão.
Ele Homem
2001-07-18 19:28:00 +0000
"Pelos poderes de Grayskull! Eeeeu teeeenho a fooorçaaaaa!!!"
Isso é remanescência da conversa sobre He-Man que tive no almoço de hoje. Você se lembra da Teela? Do Príncipe Adam, Mentor, Pacato e do Gorpo? Eu sabia imitar até os rugidos que o Pacato dava quando se transformava no Gato Guerreiro...
Visite he-man.org para uma quantidade estupefaciante de informações sobre o He-Man. Cara, isso é que fan-site hardcore, tem absolutamente TUDO, tudo sobre os desenhos, filmes, reviews individuais de cada episódio, até das revistas em quadrinhos e bonecos!
Ah, depois do almoço eu comi um cheesecake, pra saber que gosto tinha. Bom, é exatamente um bolo de queijo. Tinha calda de chocolate, que foi o que me fez conseguir comer aquela coisa até o final. É muito enjoativo, não coma.
Teatro
2001-07-14 04:42:00 +0000
São novamente 00:30, e acabo de voltar do teatro. Uma peça sobre Madalena, ou Maria de Magdala, uma prostituta que conhece Jesus e muda de vida. Deixa o passado pra trás e encontra o reequilíbrio no sorriso dos sofredores. Morre ajudando leprosos. Coisa boa, mensagem bonita.
Daí eu pego meu carro com um amigo do teatro. Conversávamos, e ele me contava, ironicamente, sobre como o carro do pai dele foi roubado em plena luz do dia. E quando estou passando pelo Cor. Eucarístico (não podia ser um bairro mais apropriado) vejo um Palio Weekend descendo da calçada alucinadamente rápido, quase capotando, e saindo em disparada. "Tem coisa errada", pensei. Do outro lado da rua, vi um rapaz da minha idade, camisa branca, gritando "Tão me roubando! Tou sendo assaltado!!!".
Fiquei sem entender por alguns instantes, mas logo passou um outro Palio, provavelmente de um amigo do rapaz, que o pegou e saíram ambos atrás do carro. A essa altura meu Mille EP 1.0 com o motor desregulado já tinha ficado muito pra trás.
Este post é especial para o ladrão do carro citado. Querido ladrão, por favor...VÁ AO TEATRO.
Shake it
2001-07-13 13:35:00 +0000
"Jo te digo tudo va estar bien...no te preocuuuupeeees maaas...oh no...manter el movimiento..."
Essa é a letra (em portunhol) duma música dance do início dos anos 90, do El Simbolo. Isso é que é música dançante! Diferentemente da maioria dos pagodes/axés/funks, me fez querer mexer a bunda sem mencionar a palavra "bunda"...
E qual não foi a minha surpresa ao sair de casa pela manhã e ver os perueiros circulando com as Kombis...com a palavra "grátis" escrita nos vidros e na lataria. Aparentemente os perueiros estão protestando de novo para a regulamentação. Legal isso, depois do iG, agora vem o pG (Perua Grátis). Saiba tudo sobre essa palhaçada aqui.
Som
2001-07-12 15:58:00 +0000
"Vou trocar o meu carro...vou trocar numa Renault...."
Mentira. O Clio tá muito caro. É uma lindeza aquele carro, mas não tou querendo me endividar por mil anos. Devo trocar num Fiesta besta mesmo. Meu carro atual, o Uno Mille EP From Hell, tem urucubaca. Já fui batido uma pá de vezes, e sempre tem um defeitinho pra encher o saco. Além do mais, uma das caixas de som dele está com mal contato. Isso pra mim é o fim da picada. Sem som no carro eu não existo. Sem música eletrônica eu não existo.
Falando nisso, estive nesse FiberOnline aí vendo como anda a música eletrônica no Brasil...no meio dos picaretas (tipo o AD), eu já havia garimpado os caras do 2FXs, que acho geniais, então saí à caça de novo. Mas estou com medo, porque hoje em dia qualquer zé dendágua que vai numa rave acaba empolgando e virando DJ ou produtor.
Procrastinar, comer e embarrigar
2001-07-11 20:28:00 +0000
Como não está sendo possível trabalhar (Microsoft Query travando de 10 em 10 minutos), "para o blog e avante".
Almocei no Bolão hoje. Almocei um PF chamado Rochedão. É exatamente o peso que ele tem no meu estômago. E rolou uma conversa sobre barriga masculina. Um dos colegas meus disse que seu ídolo é o Homer Simpson. Barrigudo e descerebrado. Não faz nada da vida.
Nisso, o casal de namorados que estava conosco na mesa começou...
(Homem) Ah, eu gosto da minha barriga...
(Mulher) Nada disso, cê pode ir tratando de perder isso aí.
(Homem) Mas nem a pau! Essa barriga vai ficar aqui.
(Mulher) Se você não perder essa barriga eu nunca mais raspo a perna.
Essa foi a mais bela e sincera chantagem que já ouvi.
BH
2001-07-10 18:51:00 +0000
Coisas de Belorizonte...
Sabe aquele sinal da Tamóios com Afonso Pena...do lado da Igreja São José? Aquele, pra mim, é o sinal mais underground de BH. Tem uma lotérica à esquerda, também uma lojinha de óculos, e tem uma porta que desce e vai parar não-se-sabe-onde. E um hotel xis estrelas. O sinal demora propositadamente pra você ficar vendo o Edifício Acaiaca, com aquelas duas famosas estátuas dos "índios catarrentos" dos dois lados da fachada. Me lembro de perguntar porque aqueles índios ficavam com o nariz sujo pro meu pai e me lembro de que ele não soube responder.
O que me deixa mais intrigado são os vendedores. Tem uma família que vende bala naquele sinal...e todo santo dia as meninas estão estranhamente maquiadas, batom, sombra e tudo o mais, e bem vestidas, com suas caixinhas cheias de bala de café. Mais pra cima, na esquina com a Rio de Janeiro, tem um cego que vende loteria. Ele fica parado gritando "Olha hoje o Toto Bola, tá acumulado o Toto Bola...", num mesmo tom de voz, sem parar. A manhã toda. Digo isso porque trabalhei uma época no Banco Mercantil que tem ali e ficava do sétimo andar ouvindo esse refrão Totobola até a hora do almoço. Mas no sinal mesmo tem também o cara dos mapas, que todo dia cisma com a minha cara e me empurra um mapa imenso da cidade. Fala a verdade, você compraria um mapa no sinal?? Eu sim. Quando eu me mudar, daqui a alguns dias, eu vou (mesmo) comprar um mapa daqueles e pendurar no meu novo quarto. Sério.
Mas o ápice do underground desse sinal é o vendedor de bilhete da loto. É um cara com seus 50 anos, baixinho e barrigudaço, com cabelo encaracolado, lambido, e com uma cara de tio tarado. Ele fica mexendo a boca, mascando um palito ou arrumando a dentadura, e para toda mulher que passa ele dá aquela olhada catastroficamente pornográfica. Aquele cara me dá medo. Aquele cara parou em 1940. Ele é o meu mascote, o ícone máximo do centro de Belo Horizonte.
Assunto sério como câncer
2001-07-09 13:12:00 +0000
"I'm serious as cancer when I say that rhythm is a dancer!"...
É por frases "poderosas" como essa que eu gosto de Snap!...cês podem esperar um remix ou um cover deles no site dos Chemical Bit Cousins em breve.
O primo Luiz tá sem micro pela enésima vez...se serve de consolo eu perdi uma placa Asus e também uma fonte ATX num upgrade frustrado. ATX é bom, mas quando funciona é bem melhor.
E não tem ninguém lendo essa @$&*& de blog, o único acesso de ontem deve ter sido de Luiz mesmo! Que dureza. Sugestões de divulgação dessas nossas bobagens pessoais são bem vindas.
Erros
2001-07-05 14:24:00 +0000
Até agora, o mais interessante que me aconteceu hoje foi ver um email de um colega de serviço, que dizia que o Hospital Mater Dei fica atrás do Diamond Mall. O problema foi que ele disse: "O Mater Day fica atraz do Daymon Mall". Juro.
Nulo
2001-07-04 13:43:00 +0000
Ontem ninguém acessou este site. Ninguém. Zero vírgula zero pessoas.
Ontem eu também não escrevi nada.
Tem alguém puxando o freio de mão do meu mundo.
Pandas chineses e hospedagem online
2001-06-29 19:46:00 +0000
Almocei no Panda hoje. Comida chinesa é muito boa. O problema é esse...mais uma tarde que vai pro limbo por impossibilidade estomacal de trabalho.
Daí me chega um email do Homestead:
Dear Jose,
We're writing to thank you for signing up with Homestead. We've
noticed you haven't yet had a chance to create a free Web site
using our award-winning SiteBuilder, and we'd like to offer
some assistance...
Que papo de vendedor...eu fico imaginando o cara da propaganda do Toto Bola (aquele, que fala "quinheeeeentuzmilreaisss!!!!") lendo esse email...e dando destaque para as frases "Fr-r-ree web site" ou "Aaaaward winning SiteBuilderrr!". Por que eles não falam assim: "ou, cê vai fazer o site ou não"?. É mais sincero.
Fatos bestas
2001-06-27 22:45:00 +0000
São 18:45, hora de sair fora do serviço.
Meu primo, o Luiz, deve se juntar a mim nessa história de Blog. Que por sinal é uma palavra esquisita de falar. "Blog...blog...brrlrllrlog....".
Existem 200.000 blogs iguais esse no Blogger.com. Quem dirá no Desembucha.com.br, o brazuca.
Eu leio involuntariamente meus próprios emails que eu recebo das listas de discussão que assino. Não sei porquê.
FDS
2001-06-25 14:04:00 +0000
"E o fim de semana, como foi?"
Bom, foi da hora. No sábado me pararam numa blitz, encheram meu saco e me multaram porque os pneus estavam (muito) carecas. Tentei explicar que pneu slick é bom, tanto que é usado na Fórmula 1 (cês viram o Montoya ontem?), mas o guarda não entendeu. Daí fomos, eu e minha namorada, tomar conta do primo dela, de 9 anos. Fiquei lá, vendo o menino ganhar tudo que jogou comigo no Playstation. Meus anos de experiência, minha passagem por Street Fighter 1, 2 e 3 não serviu pra nada! Falando em Street Fighter, no site Shoryuken.com (inglês) tem de tudo sobre SF, até vídeos com combos. Deus do céu, tem gente com tempo sobrando (e com calo no dedo) nesse mundo.
E ontem de noite eu fiquei no entretenimento descerebrado de sempre, vendo Once and Again. O que eu mais gosto nesse seriado, além da Lily (Sela Ward) e do clima de família tudo-acaba-bem, é do áudio. Putz, você ouve até a respiração das pessoas, o barulho da colcha roçando no lençol, coisas assim. Ponto para a Touchstone.
FDS
2001-06-22 22:21:00 +0000
Lá vem um fim de semana...cheio de atividades na minha querida FEIG.
E para vocês se divertirem, já que eu não blogarei no sábado e domingo (afinal, eu sou filho de Deus e tenho namorada), sugiro um link diferente. O que tem nele? Um pudim.
Pra não matar vocês de raiva, um link que pelo menos tem alguma coisa: O do projeto musical que tenho com meu primo. Juntos formamos o (não ria) Chemical Cousins. O trem começou como piada mas tá ficando sério...vai lá, tem uns barulhinhos eletrônicos engraçados.
Outra coisa, dessa vez uma que me deixou perplexo: Jesus.com (inglês). Acabou-se o respeito por religião...
It's alive
2001-06-21 21:21:00 +0000
Pronto. Agora essa praga funciona. Mais um vício pra mim.
Como se não bastasse música eletrônica, Tortoise e amendoim confeitado.