A história é mais ou menos assim:

1) Há algumas semanas, desiludido da vida (e atoa em casa) eu vou lá e escrevo um longo post sobre o fiasco que foi a minha tentativa de alocação no projeto da Espanha.

2) Alguns colegas consultores (e leitores deste blog) tomam conhecimento da história ao ler o post e ficam indignados com a situação.

3) Um destes colegas, subitamente, recebe uma proposta de trabalho irrecusável e decide pedir demissão. Sabendo da minha situação, ele me indica para substituí-lo.

E então, graças a este blog, aqui estou eu devidamente alocado num novo projeto. Quem diria!

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O projeto é numa indústria do ramo de alimentos. O complexo industrial aqui é conhecido como "frigorífico" - que é um eufemismo para "grande abatedouro", onde bois morrem aos milhares todos os dias.

Sempre que passo na parte externa do frigorífico meus olhos automaticamente vão em direção a um longo corredor que entra pela lateral do complexo, por onde os bois passam para entrar na fábrica... e então morrer. O sol da tarde se põe bem em cima desse "corredor da morte", o que gera uma paisagem poética e macabra ao mesmo tempo. E isso sem falar no cheiro onipresente de carne cozida (de dia) e de esterco (à noite).

Meu trabalho aqui será cuidar dos projetos de investimento. O legal são as reuniões, que às vezes viram conversas dignas de Jack, o Estripador, com comentários do tipo:

- Aonde vai ser a evisceração?
- Aqui, do lado da desossa. Ou então perto de onde eles fazem a remoção de cérebros...

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E mais uma coisa: o projeto é numa cidadezinha interiorana de uns 70 mil habitantes, que fica a 400km de São Paulo - o que, invariavelmente, vai dar muito problema de logística (e posts com longas sagas aqui no blog).

Isto posto, eu preciso arrumar um pseudônimo pra cidade, assim como fiz com Windturn City. Por enquanto estou considerando seriamente "Dead Cow City", mas se tiver alguma sugestão, deixe aí nos comentários...