Aqui em Borderline City a gente dorme dentro da fábrica. Dependendo da lotação a gente pode ficar instalado numa espécie de hospedaria ou, nos piores casos, na casa que pertencia ao vigia (é sério).

Nesta semana eu e Michael Jackson ficamos na hospedaria, num quarto onde a maior parte da mobília tem idade para ser minha avó. Mas o melhor é o banheiro: quando Michael entrou lá pela primeira vez, caiu na risada:

- Olha isso, cara...

E acendeu a luz. Ou melhor, as luzes: duas lâmpadas, de 10W cada uma, que ficam em dois "candelabros" de louça azul, design estilo 1940, um de cada lado do espelho.

- O banheiro é a luz de velas! - disse Michael.

A descrição dele estava perfeita: um banho à luz de velas seria mais claro que aquelas lâmpadas. O chuveiro ficava do outro lado do banheiro, ou seja, quase na escuridão. Michael, destemido, entrou no box mesmo assim. Assim que ele abriu o registro, deu mais risada:

- E a luz diminui ainda mais quando o chuveiro liga!!

Nossas opções de jantar em Borderline City são bem mais vastas que em Windturn City. Basta pegar um táxi e ir até a praça principal da cidade, onde você pode se deliciar com um requintado "prato executivo". Ou então um "prato executivo". Ou talvez um... sim, prato executivo!

Enquanto fazíamos o nosso pedido, eu não conseguia parar de olhar um objeto metálico, pendurado na cintura do garçom. Era o abridor de garrafas. Nele havia uma coisa gravada...

- Vem cá, eu preciso perguntar... seu nome é "Leitoso"?!??

Era só o apelido. Ainda bem.