Batendo meu "personal me-fazendo-de-trouxa" record
Chamem o Guiness que eu simplesmente detonei. Nunca mentiram e me enrolaram tanto como na última semana:
Caso 1: A viagem
Na terça-feira eu iria trabalhar em Belo Horizonte. Na segunda à tarde eu recebo um email da minha empresa, informando que não teria como pagar as despesas da viagem para BH.
"Deve ser algum engano", pensei, enquanto ligava para o remetente do email. Para minha surpresa, ele disse:
- O email está correto, não podemos pagar a viagem. Quando você foi alocado no projeto, você ainda morava em Belo Horizonte, então não tem previsão de despesas com viagem.
Essa história de "morava em BH" é altamente questionável, porque eu só entrei formalmente no projeto depois da mudança pra SP. Mas mesmo assim tentei argumentar:
- Há duas semanas vocês pagaram uma viagem exatamente igual, que fiz para as reuniões de planejamento do projeto!
- Sim, mas nesse caso a gente não tinha escolha.
- Mas... mas não é possível isso. Da última vez eu, inclusive, fiquei na casa do meu pai, a economia que vocês tiveram com hotel dá pra pagar as passagens, com sobra ainda...
- Não dá. Você economizou numa despesa que, em tese, nem deveria ter acontecido.
E na segunda à noite, adivinha quem estava se enfiando num ônibus-leito, comprado às pressas, e com o próprio dinheirinho?
Caso 2: O cartão
Foi com um certo desespero que me lembrei que meu cartão 3 em 1 do Banco do Brasil (bancário, crédito e débito) iria vencer em 31/12, que eu só tinha esta semana em BH para resolver o pepino e que, provavelmente, o banco havia enviado um cartão novo para meu endereço atualmente desocupado. Ou seja, meu cartão estava num "SEDEX limbo" qualquer.
Liguei pra minha agência. Assim falou a funcionária de lá:
- Senhor, vou estar verificando e te dou um retorno.
Nada de retorno. Liguei de novo e a outra funcionária disse a mesma coisa:
- Senhor, vou estar verificando e te dou um retorno.
Depois de DOIS dias, SEIS ligações e SEIS respostas idênticas, eu comecei a ficar sem opções: eu ficaria poucos dias em Belo Horizonte, e no horário de atendimento do banco eu estaria trabalhando - BEM longe da minha agência, e SEM carro. Eu dependia da boa-vontade das atendentes, que no momento era inexistente. Tive que ligar pra Visa, descobrir o número da carta registrada que continha o cartão e rastreá-la pelo site dos Correios para confirmar que, sim, o cartão estava na agência. Aí peguei um táxi e, em CINCO minutos, me deram meu cartão.
Moral da história: "vou estar verificando e te dou um retorno" foi, em todas as vezes que ouvi, uma mentira descarada. Eu conversei com uns três ou quatro funcionários diferentes, todos me deram a mesma resposta, e NENHUM se dignou a usar CINCO minutos do tempo deles para me ajudar.
Caso 3: O celular
Eu já havia reclamado na Anatel por causa do meu celular belorizontino (história aqui) mas ninguém me deu retorno.
Liguei pra Tim de novo. Expliquei a história toda pra uma atendente, ela me transferiu pra outro setor. Expliquei tudo de novo pra outra atendente, ela, mais uma vez, falou que não podia fazer nada. Pedi pra chamar a supervisora dela e... desligaram na minha cara.
Liguei pra Anatel de novo. Disseram que a reclamação que fiz foi "reenviada" para a Tim e que vão me ligar na segunda-feira. Sim, claaaaro...
Caso 4: A mudança
Como trabalhei na sede da minha empresa nesta semana, queria aproveitar para:
1) Conversar com uma pessoa do RH sobre a minha mudança para São Paulo: o episódio da viagem completou uma suspeita que eu já tinha, de que, por alguma estranha razão, meus empregadores ficaram irritados com o fato de eu ter me mudado de cidade.
2) Conversar, novamente, com o cara que me negou o reembolso das despesas da viagem pra BH - mas dessa vez ao vivo e com a ajuda do meu consultor-líder!
Desde quarta-feira eu estou tentando falar no RH. Na quarta, disseram que iam me dar retorno na quinta. Não deram. Aí hoje liguei pra lá e a menina estava almoçando. Às duas da tarde, ainda almoçando. Às três da tarde, ainda almoçando. Até que, às 15:30, finalmente me disseram que ela não voltaria mais na empresa.
Só faltava tentar falar com o cara das viagens. Achei que meu consultor-líder iria ajudar, mas ele tentou ligar pro cara, disse que ele "está numa reunião" e foi embora, pois tinha uma consulta médica.
Apelei e fui até a sala do cara. Adivinha quem estava sentadinho em sua própria mesa, ao invés de "estar numa reunião"?...
Depois de bastante conversa, ele ficou de rever se tem alguma "sobra" no projeto para encaixar as despesas que tive com a viagem. Bem, se eu for me basear na atual tendência dos fatos, o prognóstico não é nada bom...