Pequenas pílulas de sabedoria
1) Operadoras de celular são como cassinos - Você acha que está se divertindo, mas no fim, "a casa sempre ganha".
Digo isso porque hoje eu tava indo pro aeroporto e inventei de ligar pra Tim pra cancelar meu celular de Minas Gerais. Antes da mudança eu liguei pra lá, querendo saber como mudar minha conta pra São Paulo, já que eu estava "amarrado" contratualmente - havia pego um desconto em aparelho que me obrigava a continuar cliente deles por 12 meses, e faltavam quatro. Liguei pra lá e a mocinha me disse que não tinha problema: bastava eu habilitar um celular em SP e, na hora de cancelar o de MG, falar pra transferir essa "fidelidade" contratual pro de SP.
Aí, até dar a hora de embarcar, eu passei UMA HORA E DEZ MINUTOS brigando com o atendente da Tim, que disse que não tinha como transferir nada. Não adiantou dizer que foram ELES que me instruíram pra fazer isso: a anta do atendente não somente não entendeu como me tratou mal e tentou me enrolar pra não transferir a ligação para um supervisor.
Que emoção, amanhã vou fazer minha primeira ligação para a Anatel...
2) Às vezes, bom português deixa tudo mais agradável
Esta me ocorreu no avião. Entre um cochilo e outro eu olhei pra um saquinho de vômito, aonde estava escrito: "Para seu conforto, em caso de indisposição".
Pensa bem: é um saquinho de vômito, mas aquela frase era tão amistosa, tão bem escrita... ela não diz nada sobre excrementos, estômago embrulhado, o cheiro acre do ácido gástrico ou a náusea e espasmos estomacais. Ela fala apenas do "meu conforto". Chega a dar vontade de ficar indisposto...
De fato, o poder de um bom português costuma ser muito subestimado. Mas isso é assunto para outro post...
3) Trate mal os turistas de negócios: eles vão continuar vindo - afinal, quem escolhe o hotel é a empresa que reembolsa as despesas deles.
Essa é por causa do hotel aqui de Brasília. Creio que o haitiano do Heroes andou passando por aqui e apagou as palavras "por favor", "bom dia", "obrigado" e "de nada" da cabeça dos funcionários. Um deles chegou a desligar o telefone na minha cara enquanto eu ensaiava um agradecimento.
Esse hotel tá osso. A comida é cara, ruim e demorada. Assim como a internet - gratuita, mas que me dá saudades do quanto meu modem de 56Kbps era rápido. O quarto é novinho, limpo e bem decorado, mas eu não me iludo mais com isso depois do episódio da barata, no Rio.
4) O pior erro do consultor é se basear em deduções.
Essa eu ouvi do meu primeiro consultor-sênior, há cinco anos, logo que entrei pra consultoria. Segundo ele, definir suas ações baseando-se no que "alguém disse" ou no que "você acha" é o melhor caminho para o desastre. Decisões tem que se basear em números, dados e fatos concretos - o resto é viagem.
Faz todo o sentido. Afinal, todo consultor chega na empresa com a credibilidade equivalente a de um Renan Calheiros. Conforme ele vai "mastigando dados" e fazendo suas análises, a sua credibilidade... bem, ela continua igual a do Renan Calheiros. Mas todo mundo acredita nas conclusões que vem junto com os gráficos e tabelas que ele bota no PowerPoint.
O engraçado é que hoje eu me peguei repetindo essa frase aí para a trainee do projeto. Eu vivo fazendo isso quando me encontro com trainees. Afinal, como diz aquela propaganda da Fundação para Uma Vida Melhor: "passe adiante".