Eu, o consultor sem nome
São Paulo se derretia em chuva do lado de fora da sala de reunião. Do lado de dentro, um colega consultor me entregava um daqueles famigerados laser pointers: eu ia começar uma apresentação.
Era o projeto da indústria química. E era a reunião comercial, com a presença de todos os figurões, incluindo o Superintendente, com quem eu já havia me reunido há algumas semanas.
Peguei o laser pointer, me levantei e andei tranquilamente até o telão. A apresentação estava perfeita, o conteúdo era matador, e eu estava 100% confiante... até que o Superintendente abriu a boca:
- Peraí, mas quem é você?!
E nesta segunda-feira eu vim direto do aeroporto para a indústria química, e de lá direto para a sala de reunião. Novamente, todos os figurões presentes. O Superintendente participava à distância, via teleconferência, e distribuía puxões de orelha para todo mundo.
Quando ele cobrou um dos trabalhos da consultoria, eu pedi a palavra, expliquei que o que ele havia pedido já estava em andamento e dei outros detalhes. No final, o Superintendente disse:
- Tá certo, obrigado pelo seu comentário, Tonico.
Um detalhe: meu nome não é Tonico...