Daí que esta semana eu fui à Recife e estava, com o coordenador geral de lá e com a líder da equipe de social media, entrevistando uns candidatos pra uma vaga que abriu no mês passado.

Eu ainda não tinha participado de nenhuma entrevista pras vagas de Recife, e a primeira coisa que notei é que meu coordenador falava mais que a entrevistada. Bem mais. Mas tudo bem, eu me intrometia e perguntava outras coisas, tentava deixar a menina mais à vontade e apesar de tudo a entrevista seguia bem.

Acontece que na nossa equipe de social media tem um cara chamado Tomás, cujo apelido não é lá muito fraterno: "Tomás Turbano" (possível origem do apelido aqui). E na entrevista meu coordenador, falando pelos cotovelos, começa a contar da equipe de social media:

- Então, tem três pessoas, a fulana, a sicrana e o Tomás Turbano...

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Eu achei que meu pior episódio com aeroporto iria acontecer na minha carreira de consultoria, mas não: foi agora, no voo de volta de Recife.

Pra começar não tinha nenhum voo em horário decente, então acabei obrigado a vir num que saía de lá às 23h e que, por causa do horário de verão, chegava em SP - ou melhor, em Guarulhos - às três da manhã.

E aí o voo atrasou nada menos do que TRÊS HORAS.

Pra piorar, no embarque tinha uma família barraqueira. Mas barraqueira MESMO. Não fossem os detectores de metal da sala de embarque eu tenho certeza que um dos tiozões lá tinha tirado a peixeira da cintura e cortado o bucho de alguém, no melhor estilo nordestino. Teve bate-boca, teve bate-bate na porta de vidro que dá acesso ao finger, teve de tudo. E o voo ia atrasando.

E pra piorar ainda mais, lá pelas duas da manhã, o povo da família barraqueira começou a passar mal. Primeiro foi uma das crianças, que vomitou no chão bem em frente ao portão. Aí uma senhora idosa começou a querer desmaiar e o pessoal, aos gritos, começou a pedir um médico. Veio um funcionário da Anac, que sem o menor tato avisou que o médico ia demorar porque estava atendendo "um caso muito mais urgente que esse aí". Aí a família barraqueira perdeu a compostura que ainda restava e ficou berrando coisas tipo "CADÊ O MÉDICO DESSA PORRA?!" por uns quinze minutos, até que o médico finalmente apareceu.

Aí o embarque finalmente começou. Botei meus fones e pensei: "finalmente, agora vou conseguir dormir um pouco no voo". Só que o piloto fez o favor de botar o ar condicionado numa temperatura POLAR e eu, ao invés de cochilar, tremi de frio por três horas.

Pra completar, quando pousei em Guarulhos, lá pras seis e meia da manhã, desorientado de cansado, já tinha engarrafamento na marginal, na Av. Stos Dumont e na 23 de maio.

Cheguei em casa com minha mulher já se arrumando pra ir trabalhar. Aí chutei o balde e resolvi que ia pra agência só à tarde. Troquei de roupa, me enfiei debaixo das cobertas e pensei: "pronto, AGORA eu durmo, pelo menos algumas horinhas".

Mal sabia eu. Peguei no sono e, dez minutos depois, POU POU POU POU: havia alguém destruíndo meu quarto - a marretadas. Acordei em pânico e demorei uns minutos pra descobrir o que diabos era aquilo: meu vizinho está reformando o apartamento e estavam quebrando exatamente a parede que divide meu quarto com o dele. Mas o som era como se Thor estivesse tendo uma crise nervosa e quebrando toda a minha mobília. Pra piorar um pouquinho mais, entre uma marretada e outra, tinha um cara com a clássica furadeira.

Foi lindo.