Uma tarde
14:01 - Começa a rodada de reuniões-relâmpago que agendei para esta tarde. A primeira pessoa com a qual eu me reúno é uma mulher com cara de homem, cabelo vermelho, gagueira, dentes amarelos e um bafo horrível de cigarro. Por aí vocês tem uma noção do resto que me esperava.
15:40 - Depois de mais umas três criaturas medonhas, quando a coisa não podia piorar, chega para a próxima reunião um gay.
E, para minha surpresa, o gay sacou rapidamente o motivo da reunião e foi, de longe, a pessoa mais produtiva da tarde.
16:45 - Vou ao bebedouro pegar um copo d'água. Passa a secretária do andar, uma velha gorda, resmungando pra mim:
- Ahh, que cansaço... cansei disso, esse trabalho é muito chato...
- Que nada, é até bom... - respondi eu, pra ser simpático.
- Na sua idade eu até gostava, hoje eu só gosto de bater carimbos e de fazer palavras cruzadas pra não emburrecer muito rápido.
18:45 - De volta ao "QG dos consultores", dois colegas conversam. Um deles reclama que não conseguiu encontrar um crack pra um programinha...
- E olha que eu procurei em todos esses sites de hacker que tem...
- Cara, eu não entendo por que as pessoas fazem esses cracks...
- Por prazer, ué!
- Como assim por prazer?
- Ué, são os famosos "escovadores de bits", os caras escarafuncham tudo, fazem engenharia reversa...
- Mas os caras gostam de fazer isso?
Neste ponto, interfere O Excêntrico:
- Ora, mas a masturbação mental é um prazer solitário...
- Putz, definiu bem hein, masturbação mental...
- E é claro que tem que ser um prazer solitário! - continuou O Excêntrico - Afinal de contas, quando eu explodir a Catedral da Fé, você acha que eu vou contar pra alguém? Vou apenas olhar para os escombros e sorrir satisfeito!