Windturn City Countdown - O fim?
Ontem foi o penúltimo dia em Windturn City. Tivemos uma grande reunião de trabalho que durou a tarde inteira. Só eu fiquei até o final: Michael e o consultor-líder tinham outros compromissos e, antes da reunião terminar, já estavam a caminho de São Paulo, para voar pra outros lugares.
A reunião fechou nosso projeto, que durou seis meses e foi um sucesso. O cliente gostou, elogiou bastante e (glup!) quer renovar o contrato conosco por mais alguns meses.
Na saída da reunião, enquanto andava de volta para a sala onde trabalhamos, notei que a porta da hospedaria estava aberta. Me deu uma sensação esquisita e resolvi entrar, já que depois das seis todo mundo vai embora e as portas ficam trancadas. Encontrei a faxineira e perguntei:
- Oi, eu vim pegar a chave do quarto número onze. Meu colega Michael esteve aqui mais cedo pra buscar as coisas dele e deve ter deixado a chave com você...
- Chave?
- É, a chave.
- Ué, não está aqui não...
Naquela hora Michael já devia estar a algumas centenas de quilômetros de distância. Peguei o celular e liguei:
- Michael... por favor me diga que você não está com a chave do nosso quarto...
- Uhh... PUTZ!
- Ok, já entendi.
A sorte é que a faxineira tinha a chave reserva. Não fosse por isso e eu ia dormir na praça.
Depois do trabalho eu resolvi sair pra bater fotos da cidade, já que não voltarei mais aqui... ou não.
As montanhas, a antena de celular e o "Windturn River", que dá nome à cidade.
Acontece que havia chovido e um poste de luz acabou caindo, então metade da cidade estava às escuras. Repare que, na foto acima, só os postes à esquerda do rio estão acesos...
O mais engraçado foi que, no meio da escuridão, um cara me parou na rua para perguntar onde ficava uma pensão que era em cima de uma padaria. E eu SABIA onde era.
A pracinha central da cidade, deserta e sem luz.
Na rua principal tinha luz. Bem, deve ser principal, pois é lá que fica o único semáforo da cidade.
O semáforo solitário (esq.) e a placa de uma lojinha. Repare no telefone com 6 dígitos.
Este prédio parece cenário de novela de época da Globo, mas na verdade é um hospital.
A antiga estação de trem (com trem e tudo) é uma das atrações turísticas.
E, para encerrar minha participação neste projeto com chave de ouro, hoje, às seis e trinta e cinco da manhã, alguém estava tocando corneta para dar aquele "toque de despertar" militar. Não entendi nada. Aí, alguns segundos depois, BUM!!
Alguma coisa havia explodido. O quarto inteiro chacoalhou e meu coração quase saiu pela boca. Lembram que eu contei que a fábrica daqui produz explosivos? Pois é.
O susto só não foi maior porque as explosões eram ritmadas, e eu percebi que aquilo não era a fábrica indo pelos ares, e sim uma saraivada de tiros de canhão. Estavam comemorando aniversário de qualquer-coisa do Exército que tem aqui perto...