Daí que ontem, no meio do caos de sempre, pintou uma reunião-surpresa com meu chefe, um dos VPs e o CEO da agência.

Acho que o fato de eu estar trabalhando numa agência deixou Murphy mais criativo, então ele resolveu que eu não teria aqueles problemas de sempre de falar alguma gafe ou de escrever onde não devo. Murphy resolveu inovar.

Foi a reunião começar e eu precisei, imediatamente, ir ao banheiro. "Ah, paciência, vou ter que aguentar até acabar", pensei. E aí Murphy, com um inesperado, porém total, domínio das minhas funções renais, foi fazendo o aperto ficar rapidamente cada vez pior.

Cinco minutos de reunião e eu já me endireitei na cadeira e cruzei as pernas.

Dez minutos e eu já evitava me mover porque tudo ardia dentro da barriga.

Quinze minutos depois e me corriam uns arrepios na espinha que me faziam (discretamente) me contorcer na cadeira e agarrar os braços estofados dela, naquele estilo "orgasmo de pornô softcore".

Obviamente o normal seria eu me levantar e ir ao banheiro, mas o assunto da reunião era seríssimo. Então eu fiquei esperando o assunto bandear pra alguma coisa irrelevante ou alguém vir com algum papo fora da pauta, porque isso sempre acontece em reunião. Mas não! Não naquele dia, onde todo mundo estava possuído por um espírito de praticidade que eu NUNCA havia visto em toda a minha carreira, e TUDO que era dito era relevante. E eu sequer conseguia pensar, com aquele pequeno oceano querendo vazar das minhas virilhas.

Eu aguentei até onde deu. Até a hora em que fiz que meu celular tinha tocado e saí da sala. Meus pensamentos no breve trajeto sala de reunião - banheiro - sala de reunião foram:

- Putaquepariu putaquepariu putaquepariu putaquepariu putaquepariu putaquepariu putaquepariu putaquepAAAAHHHHH... putamerda tenho que voltar rápido putaquepariu putaquepariu putaquepariu putaquepariu putaquepariu...