Sexta-feira eu estava andando pelo na praça de alimentação do shopping quando vi uma loja nova. Uma sorveteria.

Chamava-se I SCREAM.

Sim, eu gritei após ver o nome.

Pra não falar que eu estou mentindo, um amigo esteve no mesmo shopping, viu a sorveteria e pegou um panfleto. Esse aí embaixo. "Lembrei de você na hora", ele me disse.

No sábado e domingo eu joguei um bom bocado de Enemy Territory. Tenho passeado bastante pelos servidores da gringolândia, por sinal.

Os gringos são mais faladores que os brasileiros, e normalmente tem sempre algum comentário sobre o jogo no team chat, que passa no rodapé da tela. Mas o engraçado foi quando, depois de levar um susto num dos lances do jogo, eu tentei exclamar "jesus!" no team chat. O que saiu na tela foi apenas "*****!".

É que "Jesus" está incluído na lista de palavras censuradas pelo servidor no team chat. Juntamente com fuck, bitch, ass, etc...

Outra coisa que fiz bastante neste final de semana foi consumir entretenimento.

Sexta assistimos o divertido A Noiva Cadáver, filme de Tim Burton feito todo em stop motion, justamente nesses tempos de Pixar e animação digital. Eu gostei bastante, apesar de odiar musicais. O visual é impecável, o humor é excelente... o único pecado do filme é o final, meio forçado. Fora isso, vale o ingresso.

Nos outros dias eu e Bethania assistimos mais sete episódios da primeira temporada da excelente série Lost. E na sexta eu descobri uma minissérie na internet chamada The Scene. Conforme a descrição do próprio site diz:

"O estudante Brian Sandro, da Universidade de Nova Iorque, guarda um segredo: Ele e seus amigos pirateiam centenas de milhões de dólares em filmes ilícitos de Hollywood nas suas horas vagas. Eles são admirados, criticados, caçados e idolatrados. Ninguém sabe quem são eles - pelo menos, é o que eles acham."

Trata-se da história de um grupo de "rippers" - aqueles caras que lançam os filmes de Hollywood na internet - chamado CPX. O título da série, The Scene, refere-se justamente a esta cena de pirataria online virtual, que existe mesmo na internet com este mesmo nome.

O genial desta série é que ela é extremamente fiel à realidade. Os episódios exibem apenas a tela do computador de Brian (cujo nickname é "Drosan"). Todos os episódios se passam numa tela de computador. No canto, como numa webcam, é mostrada a cara de Drosan enquanto ele conversa com os comparsas no IRC, usando termos técnicos e jargão do mundo hacker. Exatamente como os rippers de verdade...

No episódio 13, por exemplo, Drosan precisa entrar em um servidor de FTP para apagar um arquivo, mas ele não tem login ou senha. Então ele contacta um colega, que diz a ele o que ele deve fazer para invadir o servidor. A série mostra, passo a passo, o que Drosan faz (incluindo que programas usa) para conseguir o acesso. E, tecnologicamente falando, tudo o que ele faz é exatamente como um hacker real faria.

Altamente recomendado para os nerds como eu. No sábado eu fui dormir às três da manhã, assistindo os benditos episódios.

Domingo foi dia de votar no "reverendo" sobre a venda de armas. Independentemente do resultado, eu saí ganhando: dessa vez eu não fui convocado pra trabalhar de mesário. Acho que foi porque mudei de casa e não alterei meu endereço no TRE.

Eu mal posso descrever a minha cara de satisfação quando entrei na seção, como mero eleitor, e vi a cara de tacho dos meus ex-colegas de trabalho eleitoral...

Em junho eu voltei do Canadá com um MP3 player onde cabem 5 GB de música. Logo na minha carga inicial eu preenchi todos os 5 GB.

Estamos quase em novembro e eu devo ter mexido nas músicas que inseri inicialmente apenas umas três ou quatro vezes, em grande parte porque simplesmente não tive tempo de baixar música nova ou de vasculhar as minhas músicas antigas para realimentar o aparelhinho.

Aí hoje eu li um artigo onde o cara descreveu perfeitamente o que eu sinto que está acontecendo comigo em relação à conteúdo digital: minha capacidade de produzir e adquirir ultrapassou, de longe, minha capacidade de consumir.

Esse tipo de coisa é o que me leva a crer, cada vez mais, que no futuro o valor da informação tende a cair, cedendo espaço ao que é realmente valioso: informação separada e/ou processada cognitivamente. Afinal, a grande sacada da internet é isso aí: potencializar o uso de processamento cognitivo coletivo.

Exemplo: os links mais populares do del.icio.us. Eu navego por lá praticamente todo santo dia. Numa passada de olho na página eu tenho acesso ao que há de mais popular e relevante na net.

E hoje, segunda, foi meu último dia de projeto no hospital. Pra fechar o trabalho com chave de ouro, enquanto nos preparávamos para ir embora, Ted (o Trainee) deixou uma pérola em forma de frase:

- Eu tenho certeza que esse filtro do ar condicionado dá mais meleca no nariz, cara...