No último sábado de manhã acordei cedo, saí de casa e comprei um par de patins.

Sim, você leu certo. Comprei um par de patins Powerslide Freeskate Cell 2.

20080127

Em meu juízo normal eu JAMAIS compraria uma coisa dessas, mas confesso que estou satisfeito com minha nova aquisição. É que, como temos o Ibirapuera aqui pertinho de casa, volta e meia a gente leva Pavlov pra passear por lá. Num desses passeios Bethania viu um cara dando aula de patinação debaixo da marquise, se interessou e perguntou se eu faria aulas junto com ela. Como bom marido que sou (e, dado o diâmetro da minha cintura e o grau elevado de sedentarismo), fui junto.

Acontece que andar de patins, para minha surpresa, começou a se mostrar um bom remédio para o que eu chamo de "dor-de-cotovelo da neve", ou seja, a minha paixão incontrolável por esquiar, paixão esta que começou quando eu morei no Canadá e, de tão séria, foi a principal razão da minha lua-de-mel ter sido no Chile. A coisa é tão feia que eu mudo de canal quando vejo gente esquiando na TV, porque a vontade que dá de morar num país com neve fica absurdamente difícil de suportar.

Mas voltando ao Ibirapuera: aula vai, aula vem e eu começo a perceber que os patins tem algumas semelhanças com os esquis: as botas pesadas nos pés, o deslizar com o vento no rosto, as "remadas" ritmadas para pegar impulso, a dificuldade pra aprender a fazer as curvas e a parar, tudo é bem parecido... até a sensação deliciosa de alívio, de quando (depois de algumas horas) você tira os pés doloridos de dentro das botas, é bem igual. Obviamente, uma coisa não substitui a outra mas, como as "restrições orçamentárias" da vida paulistana devem me impedir de ver neve por um bom tempo, vou ficar matando a vontade - e tomando capote - na marquise do Ibira mesmo.

E quando eu tiver realmente bem, quem sabe não rola até um videozinho no YouTube...