Funk & Fast Food
E tou aqui mandando uns emails no aeroporto quando de repente, alerta vermelho: está tocando funk em algum lugar.
Tira a camisá!
Tira a camisá!
Tira a camisá!
Levanta pro alto e começa a rodá!
Aí eu levanto os olhos e tem uma criança, com pouco mais de 1 ano de idade, segurando um celular na mão. E o celular tocando esse funk aí na maior altura. E, mais adiante, estava a mãe desnaturada da menina, achando a maior graça.
Fiquei sonhando com um mundo perfeito onde o Estatuto da Criança e do Adolescente teria um artigo chamado "violações e maus-tratos envolvendo funk"...
Virou um costume social estranho o hábito de encher o saco de quem fuma com aqueles papos de "não é saudável", "você vai morrer de câncer" e o escambau.
Até então eu achava que era só com cigarro.
Aí hoje estávamos eu, meu laptop cheio de serviço atrasado e uma promoção número 1 do McDonalds na minha frente. Entre uma batatinha e outra me aparece uma funcionária (desconhecida) toda serelepe, e diz:
- Que cheiro de McDonalds é esse??
Ela se vira e vê a famosa sacolinha de papel pardo do lado do meu computador.
- Ooolha olha hein! Isso aí não é nada saudável! Sabe quantas calorias tem essas batatinhas?
Dentre todas as respostas que pensei uma das mais legais era: "Calorias de sobra pra me dar energia suficiente pra te mandar ir para a puta que pariu". Mas acabei optando pelo sorriso amarelo de sempre.
Aí, na hora de ir embora, um colega veio me chamar pra dividirmos o táxi. Viu a sacolinha de papel pardo e também não resistiu:
- Cara! Isso aí é terrível, não pode não!...
Acho que da próxima vez eu vou comer escondido no banheiro.