Hoje eu dormi mal, acordei cedo e passei a manhã carregando coisas para o novo apartamento. É, é que eu tou de mudança, de novo. Minha sorte é que o prédio novo tem elevador. Este, onde estou atualmente, tem nove lances de escada entre meu quarto e a garagem.

Uma dica: se você tem um monitor de computador com 17 polegadas, considere deixá-lo para o pessoal da mudança transportar pra você. Suas costas vão agradecer.

Aí, na hora do almoço encontrei com Bethania porque tínhamos duas coisas pra fazer:

1. Renovar a matrícula do curso de inglês dela
2. Comprar o único item faltante do meu vestuário para o inverno canadense - Um gorro.

Só deu tempo dela comprar um almoço em qualquer lugar e ir trabalhar, e sobrou pra mim a resolução destes dois itens.

Quando cheguei no curso de inglês, o simpático atendente me disse:

- Ué, mas o contrato de Bethania está vigente até julho do ano que vem...

Com a minha incrível perspicácia, logo percebi que eu não precisava estar ali e fui procurar o gorro. A moça da loja onde comprei os casacos, na semana passada, me deu dois cartões de visita, de lojas onde eu ia encontrar bons gorros e boas luvas. Mas as luvas eu deixei pra comprar no Canadá, se precisasse, porque já tinha um par aqui.

O combinado com Bethania era que iríamos na loja do cartão de visita, chamada Hippus, pra comprar o gorro. Entrei no Shopping 5a. Avenida e dei de cara com a Hippus.

Era uma bela loja... de produtos para hipismo.

É, isso mesmo, pra andar a cavalo. Liguei pra Bethania e concluímos que essa loja era a loja indicada pra comprar as luvas de couro, que eu não ia precisar. Minha super perspicácia me fez ver que eu estava novamente perdendo tempo e resolvi ir embora.

Até tentei procurar o gorro em outras lojas, mas só encontrei um gorro da Hawaian Dreams, com um desenho bizarro e as duas letras da marca, bem grandes: HD. Mas o "D" estava parecendo um "O". Aí me veio a cena: eu, no Canadá, andando com um gorro escrito "HO" na cabeça, e os canadenses rolando de rir de mim por uma razão muito simples. Então resolvi me encaminhar até a saída.

Quando pulei fora da escada rolante, havia uma multidão na porta do shopping: estava caindo uma tempestade lá fora. Meu carro estava parado na rua, a uns 3 quarteirões. Saí pulando de marquise em marquise pra não me molhar (muito).

Uma destas marquises era da loja da Telemig Celular.

Enquanto eu me abrigava e procurava um novo lugar pra correr, percebi que na vitrine haviam alguns produtos de vestuário à venda... inclusive um gorro vermelho.

Me lembrei de toda a minha saga com a Oi e não tive dúvidas: virei garoto-propaganda da concorrência.