Patins e artes cênicas
Ah, o feriado. O feriado serviu, basicamente, para preparativos do casamento, que se aproxima em altíssima velocidade.
O feriado era de Corpus Christi, portanto eu e Bethania fomos pagar nossos pecados fazendo uma peregrinação pelas lojas de móveis de Belo Horizonte. Consegui a proeza de gastar quase 40 litros de gasolina em quatro dias, e muitos outros dinheirinhos com mobília. A coisa tava tão preta que eu e Bethania estávamos pechinchando até na hora de comprar um varal.
Mas como diria Jack Torrance, muito trabalho e pouca diversão fazem de Jack um bobão, então aproveitamos uma das noites para conhecer um restaurante chamado Esopo.
O Esopo é obra de um cara que fez um restaurante no seu ateliê de pintura e que contratou atores para se vestirem de pierrôs e ficarem fazendo brincadeiras com os clientes a noite toda. Os pierrôs trocam o pessoal de mesa, levam o pessoal pra dançar no palco, declaram poesia, é uma balbúrdia. Mas uma balbúrdia divertida.

Momento "todos dançando e rodando" no palco...
Teve também um momento "castanholas", onde uma senhora, vestida num vestido preto de bolinhas brancas, saiu clac-claquezando, rodopiando por entre as mesas e gritando coisas em espanhol, completamente despirocada, como se tivesse tido uma overdose de guaraná em pó. Ela levou um pessoal para o meio do palco e sapateou com o público. E para horror geral, ela levantava a saia para mostrar como era o sapateado. Mas levantava a saia TODA. Eu ainda estou com essa imagem impregnada no meu cérebro.
E o ponto alto da noite foi numa hora em que os pierrôs e umas dançarinas de flamenco estavam no palco com alguns clientes, e de repente um senhor, baixinho, barbudo e grisalho, sobe no palco e começa a gesticular com as mãos para o alto, e depois começa a "comandar" as bailarinas com gestos e poses estilo "eu sou foda pra caralho", como se ele fosse um deus, completamente alheio à movimentação do resto do pessoal. A "performance" dele foi tão autista que até os garçons pararam pra ver.
Era ninguém menos que o dono do lugar...
O cara é o típico artista doido. Atrás do palco fica uma tela enorme de 4 metros de altura e 8 metros de comprimento, intitulada "O Equilíbrio Humano", que levou 4 anos pra ser pintada (e outros 15 só de preparação, estudos e concepção). Não perca a explicação da tela, dada pelo próprio autor, no site.
Em outra das noites, após a peregrinação obrigatória, fomos experimentar um ringue de patinação no gelo que montaram num shopping. Levei de brinde algumas bolhas nos pés e essa foto aí do lado, que minha irmã bateu. É de um gayzinho que passou horas rodando, como uma bailarina, no centro do ringue.

Nunca imaginei que ser gay fosse uma coisa tão... gay.