Então que eu estava em Brasília, usando meu alter-ego de "Prof. Primo", dando um treinamento de gerenciamento de projetos para uma turminha da pesada aprontando altas confusões.

A turminha era mesmo "da pesada": uma molecada de vinte-e-poucos anos, cheia de energia, e eu lá tentando segurar todo mundo com meu conteúdo nada emocionante. O pior é que na turma tinha gente que realmente trabalhava com projetos mas também tinha a secretária, a menina do RH, o advogado da empresa... pois é, me deram a turma assim e nenhuma explicação do por quê. Então era eu versus o sono de todo mundo. Quando eu achava que estava ganhando, chegava a hora do coffee break e - surpresa! - o pessoal servia suco de maracujá. E no último dia (sexta-feira), serviam feijoada no almoço. Foi uma luta manter o pessoal acordado...

Como todo bom treinamento, este teve lá os seus highlights. Um deles foi quando eu falava de gerenciamento de risco e inventei um exemplo que envolvia problemas com a alfândega numa compra de equipamentos importados. Aí perguntei o pessoal se eles tinham alguma idéia de como prevenir este problema:

- Bem, você pode se informar dos processos de importação para não ter problemas - sugeriu uma das alunas.
- Outra saída é comprar as coisas com mais antecedência - disse um outro aluno.
- Também dá pra subornar o cara da receita federal...

O dono desta última sugestão genial era ninguém menos que o advogado da empresa...

Outro momento de destaque foi quando eu estava mostrando o MS Project pro pessoal. Como o datashow projetava em cima do quadro branco da sala, tive a idéia de desenhar por cima da projeção para indicar aonde estavam as coisas na tela. Enquanto eu escrevia, uma das meninas levantou a mão como se fosse perguntar alguma coisa:

- Sim, você tem alguma dúvida? - Perguntei, todo serelepe.
- Err, professor... eu acho que aí não é pra escrever não...

E foi com um pequenino ataque de pânico que eu percebi que, sim, o lado do quadro onde o datashow estava projetando era realmente mais áspero que o outro, aonde eu já tinha escrito adoidado. Peguei o apagador, rezei um mini-Pai-nosso e tentei apagar o que havia escrito. Por sorte a tinta não tinha secado e o "grosso" dos rabiscos sumiu, mas não sem deixar um belo borrão...

Agora olha pro quadro (na foto abaixo) e olha se tinha como eu ter percebido isso. Era praticamente uma pegadinha, só faltou a câmera escondida...

20081110