Sigur Rós, aviões, baladas
Takk, o último disco do Sigur Rós, é tão lindo que eu apaguei este parágrafo três vezes tentando descrever o quão lindo ele é - e desisti. Não sei como nunca parei pra ouvir Sigur Rós antes.
Aposto que alguns leitores estão pensando neste exato momento: "né possível que ele nunca ouviu Sigur Rós!!!". Pois é, meus caros, infelizmente esta é a verdade. Bem, antes tarde do que nunca...
O vôo de sexta-feira passada foi emocionante: turbulência brava, daquelas de fazer as mulheres gritarem, derrubar coisas da cozinha, etc. Não fosse o cinto de segurança e ia ter neguinho voando do assento e batendo a cabeça no teto.
Aí as pessoas me perguntam se eu tive medo e eu digo que não, porque tenho fé inabalável em duas coisas: em Deus e na engenharia. Um engenheiro passou anos fazendo uma pá de contas complicadas para certificar-se que o avião possa aguentar situações muito piores do que aquela. E as estatísticas confirmam isso: as minhas chances de morrer num vôo são de uma em 52,6 milhões. Eu corro mais risco numa bicicleta do que num avião.
Quando à fé em Deus... veja bem: se eu morro, eu vou para o paraíso. Se eu sobrevivo, eu vou para a próxima semana de trabalho. Ou seja, a pior opção é que eu sobreviva. Aplique a Lei de Murphy neste caso e você entenderá o que eu quero dizer.
Um dos meus colegas do projeto na indústria química passou este último fim-de-semana em São Paulo.
Ele contou que no sábado resolveu sair pra "balada". Como as bebidas nos bares e boates costumam ser caras, ele resolveu beber antes de sair. A idéia deu certo... certo até demais. Segundo ele, quando ele saiu do hotel já estava "pra lá de Bagdá".
Aí sentou-se num barzinho qualquer. Um cara completamente randômico puxou conversa, veio com umas de "isso aqui tá muito parado" e deu a idéia de ir a uma boate. Bêbado e sem noção, meu colega aceitou.
Os dois pegaram um táxi, desceram no centro da cidade e entraram num lugar estranho. Como tinha muita mulher, meu colega nem ligou muito e já resolveu tentar se arranjar com alguma delas. Ele conta que chegava pra conversar com alguma menina e...
- Oi, tudo bem?
- É trezentos reais, gato...
Depois de alguns minutos, perplexo com estas respostas que incluiam uma quantia em dinheiro, nosso valente colega finalmente percebeu que estava num puteiro e foi embora.