A aula de spinning ontem foi... zen.

No meio da última música da aula, uma que eu apelidei como "música do Celso Portioli", porque juro que é a música que toca no final daqueles programas do tipo "Curtindo uma Viagem" que ele apresenta, eu tive uma idéia estúpida. A música é música de pedalar muito rápido, e eu já não aguentava pedalar nem no ritmo certo.

Aí, pensei: "Vou me desligar do meu corpo".

Tá, pode rir aí. Mas eu estava suado, cansado, meio abobado com a quantidade de esforço, aí essa idéia sem noção me pareceu fazer bastante sentido. Então olhei pra frente, pro espelho, fixei o olhar num ponto e "relaxei a consciência".

Só que essa idéia retardada funcionou.

Logo que comecei a fazer isso, era como se eu realmente estivesse desligado do corpo. A sensação do esforço e o cansaço estavam lá, mas longe... parafraseando um lance que li uma vez: "Longe... como num sonho". A minha imagem no espelho era como se eu estivesse vendo outra pessoa. E no meu rosto não tinha nem meia demonstração de esforço. Nesse momento a música estava num ritmo frenético, o professor gritando "Aceleraaaa!! Não pára!!!", e era como se eu estivesse comandando meu corpo à distância, dizendo "mantenha o ritmo o mais rápido que puder". Para facilitar, comecei a "sintonizar" com a música, mentalmente dando total importância a cada nuance dela, cada batida, cada nota dos trumpetes que davam a melodia. E fui indo... uns 2 minutos.

Quando a música acabou, eu "religuei" duma vezada, e foi um baque: aí vieram todas as sensações físicas, de uma vez só: a respiração ofegante, a perna dolorida, o cansaço. E a aula acabou.