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A saga do community college canadense

2016-12-08 05:01:22 +0000

Essa é uma boa vantagem de se mudar pro exterior: todo mundo acha que você está no topo do mundo, acendendo charuto com nota de 100 dólares e tal. Quando eu falo que vim "estudar fora", nêgo acha que fui fazer mestrado em Harvard. Na verdade, eu fiz um curso que não vale nem um bacharelado em uma escola que não é nem uma faculdade.

Bem-vindos ao mundo do community college!

Prólogo: Como assim "community college"?

O community college é tipo uma "meia-universidade". É um conceito difícil de entender porque não tem equivalente no Brasil. Na terra da Dilma do Temer, mesmo que você estude numa uniesquina da vida, no fim tu ganha um diploma e recebe o grau de bacharel, reconhecido pelo MEC e tudo. No caso do college, ele te dá um título de "meio-bacharel", já que o curso tem metade da duração (2 anos). Pra piorar a confusão, o título que o aluno recebe no final chama-se... diploma.

Meu caso é menos pior: como meu curso tem 3 anos, no fim eu receberei um glorioso... (soem os tambores)... advanced diploma de engenharia de software. E como eu já tenho um bacharelado, eu consigo completar o curso em 2 anos e ainda fazer dois semestres de estágio (o tal do co-op que já comentei aqui).

O público-alvo do community college é, basicamente, a sobra do público-alvo das universidades - gente que não passou, que não consegue pagar, etc. Por isso, quando me matriculei, já vim esperando o pior.

O curso termina semana que vem e, depois de seis semestres, posso afirmar que minhas expectativas foram totalmente superadas... para pior, obviamente. Pra vocês sentirem o drama, vou contar pra vocês os causos separados por curso.

Curso: "Comunicação acadêmica"
Proposta do curso: Ensinar inglês no contexto acadêmico, como escrever relatórios, etc.
O que aprendi: Como provar que não colei ao escrever minha "redação-hambúrguer".

No meio do semestre, o professor sorteou uns temas e deu um trabalho de pesquisa pra fazer em casa. Coisa séria, tinha que escrever cinco páginas no "padrão ABNT" daqui, citar outros textos, troço cheio das nove horas. Como eu gosto de escrever (e de padrões), fiz um textão fuderoso, formatei impecavelmente, e mandei.

Na semana seguinte, chega um email do professor me chamando pra uma reunião com ele antes da aula. O email não mencionava o motivo nem nada. Achei esquisito, mas confirmei. Chegando lá, o cara me solta a bomba...

- Então, como você bem sabe, a minha turma só tem estudantes internacionais e eu sei que o nível geral de inglês é bem básico...

"Bem básico" é elogio - muita gente na minha turma simplesmente não conseguia se comunicar em inglês. Sem exagero: se o prédio pegasse fogo e a pessoa precisasse discar 911 pra pedir socorro, ela morreria queimada. Mas o meu college não quer perder matrículas, então aceita esse povo mesmo assim.

O professor continuou:

- Eu recebi as redações da turma e não entendi nada, porque praticamente todas elas vieram com um inglês impecável. Então estou achando que não foram eles que escreveram. A sua redação, particularmente, estava muito boa, então eu preciso que você me prove que foi você mesmo que escreveu.

E aí ele me fez um monte de perguntas sobre o tema, sobre por que eu escrevi o que escrevi, e acabou convencido. O resto da turma ficou com zero e levou um belo torra.

Essa história da cola - ou "desonestidade acadêmica", em termos mais educados - é uma das coisas que mais me incomodou.

Curso: "Negócios e tecnologia da informação"
Proposta do curso: Ensinar tudo aquilo que todo bom programador não se interessa em saber.
O que aprendi: Tudo sobre náutica e sobre o mercado imobiliário de Toronto.

Bob, o professor deste curso, ficava se gabando o tempo todo de ser o coordenador do curso de Gerenciamento de Projetos da Universidade de Toronto (a "UFMG" ou "USP" daqui, em termos de reputação). No entanto, todas as aulas do Bob se resumiram a:

  • Bob contando que tem um barco e de tudo que faz com o bendito barco.
  • Bob contando de quando ele trabalhava na Xerox em 1980.
  • Bob contando que vendeu a casa e comprou um apartamento.
  • Bob contando que tem uma namorada - que também vendeu a casa e comprou um apartamento.
  • Repita os assuntos acima até a exaustão.

Mas o mais legal foram as provas que fizemos, que tinham uma inovação surpreendente: questões repetidas. O cara reaproveitava questões de provas passadas nas provas seguintes. Não era nem uma paráfrase - as questões eram idênticas. E, pra melhorar ainda mais: as questões eram todas copiadas da internet, do site da editora do livro que ele (não) usava no curso.

Eu parei de assistir a aula do Bob logo no primeiro mês do curso. E fiquei aliviado de não ter torrado dinheiro e tempo na Universidade de Toronto...

Curso: "Conceitos avançados de bancos de dados"
Proposta do curso: Ensinar conceitos básicos de bancos de dados.
O que aprendi: Sempre pode piorar.

Esse curso foi tão ruim, mas tão ruim, que no lugar das minhas anotações de aula eu fiz uma lista das cagadas do professor, pra reclamar depois. Saca só a lista:

  • Numa aula, ele projetou uma lista com uns 25 itens sem o menor sentido e falou: "isso é o trabalho de conclusão de curso de vocês". Depois, ao invés de mandar pra todos uma cópia da lista, ele mandou a gente anotar manualmente os itens, porque assim a gente seria "forçado a prestar atenção neles". Na semana seguinte, como ninguém tinha entendido o que ele queria que fizéssemos, uns alunos foram tirar as dúvidas com ele. Ele ficou furioso: "mas eu já falei!!!"
  • Numa aula prática, ele deu pra turma uns 10 exercícios... todos com a mesma resposta. Pra piorar, o enunciado das questões era algo tipo "escreva uma consulta para extrair dados da tabela XYZ". Adivinha se ele deu pra gente a estrutura e/ou o conteúdo da tabela XYZ?
  • Vários exercícios de "extraia os dados do banco de dados" não tinham resposta ou a resposta era um conjunto de dados vazio, tipo, "escreva uma consulta para calcular o total de vendas do usuário John Smith", e a tabela de dados nem tinha um John Smith.
  • Várias aulas terminaram mais cedo porque ele olhou pra turma e falou: "vocês estão com cara de cansados".
  • No meio do curso ele inventou de usar uma ferramenta da Adobe para aulas online. Aí ele passava metade do tempo da aula configurando a ferramenta, enquanto a gente olhava pra parede. Na segunda metade da aula o troço não funcionava e, quando a gente questionava, ele respondia: "vai digitando aí!".

Curso: "Tecnologias emergentes"
Proposta do curso: Falar do que há de mais recente no mercado de software. Só que o professor usava slides com dados de 2001...
O que aprendi: A pagar o pato da turma que fica copiando trabalho.

Quase teve guerra civil nesse curso. Logo no começo do semestre o professor deu um trabalho em grupo pra turma, e obviamente a cola foi desenfreada. Por algum motivo eu me esmerei muito mais do que o normal com esse trabalho e entreguei o código-fonte mais lindo da minha vida, um primor de software, Bill Gates ficaria orgulhoso.

Na semana seguinte da entrega do trabalho, o professor mandou um e-mail cabeludíssimo pra turma toda, dizendo que tinha analisado minuciosamente todo mundo que colou e que ia mandar os nomes todos pra coordenação do curso caso as pessoas não assumissem a cola. Nem precisa dizer que eu fiquei rindo até a orelha quando vi esse e-mail.

Minha alegria durou só até o dia da próxima aula. O professor voltou atrás do nada e decidiu que, como tinha muita cola, ele ia cancelar o trabalho e redistribuir os pontos de outro jeito. Eu quase surtei - juntamente com a outra meia dúzia (literalmente) de gente que tinha feito o trabalho honestamente, e só depois de muita briga com o bendito do professor é que ele aceitou manter as coisas como estavam.

Cursos: "Integração de sistemas" e "Data warehouse"
Proposta dos cursos: Não sei, parei de me importar com isso.
O que aprendi: A ignorar o fato de que eu paguei o salário desses professores inúteis com o dólar a R$ 3.

Esses foram, de longe, os "melhores dos piores" cursos. Toda semana tinha uma aula teórica e uma aula prática, cada um com um professor. O da teoria chegava na aula atrasado, projetava o primeiro slide, depois tergiversava o resto da aula sobre como esse conhecimento é importante para o mercado, que os salários são ótimos, que a gente tinha muito que aprender aquilo... basicamente, passava a aula falando que o conteúdo era muito importante e não explicava a porra do conteúdo. Aí a aula acabava, ele notava que não passou do primeiro slide, e mandava o povo ler as coisas em casa.

Um dia ele deu uma prova e eu fiz uma pergunta sobre uma das questões. A resposta dele foi rir da minha cara - literalmente - e dizer que "se eu prestasse atenção nas aulas eu saberia". Eu escrevi uma reclamação formal no papel da prova, dizendo que essa não era a postura que eu esperava de um professor. Ele me respondeu por e-mail alguns dias depois, reclamando que a culpa era minha de ficar o tempo todo no laptop durante as aulas.

Detalhe: o laptop é porque, ao invés de usar lápis e papel, eu faço as anotações das aulas no Evernote. Ou melhor, fazia, porque depois dessa palhaçada eu desisti de frequentar as aulas desse cara.

Ah, e tem o professor da aula prática, que era ainda mais perdido - mas perdido no nível de confundir o dia/horário da aula e simplesmente não aparecer, e de quando aparecer, entrar na sala e perguntar "o que eu tenho que ensinar hoje mesmo?".

Mas é tudo choro e ranger de dentes nesse seu curso?

Apesar da maior parte dos professores serem desastrosamente ruins, os bons deram cursos bem produtivos. Nunca vou me esquecer da primeira aula de programação de jogos pra web, por exemplo: logo na primeira aula o cara botou a gente pra usar umas DEZ ferramentas/linguagens/tecnologias diferentes logo na primeira meia hora de aula - basicamente, ensinando a coisa mais importante em desenvolvimento de software: ficar confortável quando tu não tem a menor idéia do que está fazendo.

Teve também um professor de "APIs e microsserviços" que protagonizou um dos momentos mais satisfatórios do curso. No final do semestre ele resolveu que, ao invés de uma prova final, a turma faria um projeto de software e teria que integrar umas três tecnologias diferentes e demonstrar no último dia de aula. A turma foi praticamente toda contra, com a desculpa de que já tinha "trabalhos demais", mas o motivo real deles quererem a prova é que ela é mais fácil pra colar...

Quando o professor anunciou o trabalho, um dos alunos - obviamente um dos grandes coladores - fez uma cara de coitadinho e um discurso triste de que ele tinha num-sei-quantos trabalhos pra entregar nas próximas semanas. O professor deu a resposta mais linda de todas:

"Amigão, o choro é livre. Imagina se você tá no trabalho, seu chefe chega pra você e fala 'cara, eu preciso que você faça um projeto integrando esse e esse sistema, é pra daqui a duas semanas'. Você vai virar pra ele e falar 'ah cara, não quero fazer isso não, será que tem como você me dar uma prova ao invés disso'?"

Entre todos os alunos com quem convivi, salva-se só algo tipo 2% da turma. Destaque para - sem bairrismo, juro! - a turma da américa do sul e da américa central:

  • Fui fazer um trabalho de Java com uma venezuelana e empaquei numa parada maluca que o professor não sabia explicar e cuja documentação online parecia grego. A menina ficou acordada até as três da manhã só pra resolver o negócio.
  • Tinha também o "mexicano mágico": no grupo do curso de Android eu estava fazendo o papel de "arquiteto de software" e volta e meia eu soltava umas ideias meio vagas, tipo "isso aqui devia ser um singleton" ou "podíamos usar Retrofit nessa integração". O cara pegava essas frases soltas e, sem pedir explicações, aprendia as paradas por conta própria e, alguns dias depois me aparecia com os troços lindamente integrados no projeto e funcionando redondinhos.
  • Num dos meus empregos de meio-período, na escola mesmo, trabalhei com uma brasileira que fazia o design das telas do sistema e eu implementava. Normalmente, designer costuma ignorar a parte técnica, pedir uns troços impossíveis de implementar e depois reclamar que não tá bom. Essa menina era o oposto - ela lia a documentação técnica do projeto, entendia o que era possível ou não e só depois desenhava. Chegava a escorrer uma lagriminha de alegria quando ela me mandava um layout novo...
  • Por fim, o melhor programador que conheci ao longo destes dois últimos anos por aqui foi um colega paulistano. Trabalhei com ele num projeto onde deram pra gente um sistema antiquado e pediram pra acrescentar um monte de novas funcionalidades. O cara sugeriu reescrever o sistema do zero usando uma tecnologia mais moderna. Pra provar que essa seria a solução mais eficiente, refez o sistema inteiro... em DOIS DIAS.

Epílogo - Valeu a pena?

Bom, esse calvário todo foi a forma que eu escolhi pra me atualizar pra trabalhar de novo com software sem quebrar (muito) as minhas economias, usar os estágios pra pavimentar o caminho pra um bom emprego, conseguir um visto de trabalho pra digníssima e também os futuros requisitos pra residência permanente. E todos os objetivos foram cumpridos.

Pensando racionalmente, acho que a minha decepção é um tanto quanto injusta. Eu não podia mesmo esperar educação nível MIT pagando o preço de Uniesquina. No entanto, não sei se recomendaria esse mesmo caminho para outras pessoas. Talvez valesse mais a pena economizar mais um bocado e pagar por um mestrado ao invés de outra (meia) graduação.

Mas o que importa é que deu certo, estou plugado de novo na Matrix, e não pretendo mais tomar a pílula azul.

A política de backup d'O Primo

2010-09-29 00:30:34 +0000

Já que estamos há MESES sem assunto por aqui, vamos fazer um momento "utilidade pública" e falar de uma coisa importante mas que ninguém comenta: backups.

Sim, backups. Fazer backup é um saco, pouquíssima gente faz, daí um dia seu HD resolve fritar e aí, meu caro, TREVAS. Eu digo isso por experiência própria: em 2003 eu perdi um HD de 40GB com tudo meu dentro. Até hoje eu, que sou desapegado pra tudo nessa vida EXCETO arquivos de computador, sinto falta de algumas coisas que tinham nele.

Mas eu aprendo com meus erros, e desde então eu possuo um esquema todo especial para backups. Eu tenho orgulho dele: primeiro porque é uma nerdice das grossas - e por isso estou contando aqui, pra você ficar rindo da minha cara -, segundo porque ele já me salvou a pele várias vezes.

É um esquema complexo, mas que é:

  • Simples de usar
  • Não depende de ferramentas especializadas de backup (acho todas lentas e platform-specific demais). Eu uso apenas um programinha free de sincronização da Microsoft, chamado SyncToy. Ele é simples e rápido, e é só disso que eu preciso.
  • Usa pouquíssimo hardware adicional: um HD externo (de 500GB, mesmo tamanho que o do notebook), um pen drive de 8GB e meu iPod (de 160GB).
  • Não depende de conexão internet (porque cada hora pego uma pior que a outra em cada hotel/cliente que visito)
  • Isola fisicamente as mídias de backup para minimizar perdas caso eu seja assaltado na rua ou caso invadam minha casa (eu penso nisso mais do que devia, confesso)
  • Não me toma muito tempo pra atualizar, e
  • É customizado para maximizar a segurança de cada tipo de coisa que preciso backupear.

Para cada tipo de dado que eu backupeio existe um processo específico, baseado na frequência de modificações que aquele conteúdo sofre e no quanto aquele dado é precioso/inestimável pra mim (não falei que você ia rir da minha cara?).

A coisa toda é mais ou menos como na figura abaixo:

Esquema de backup

Minha principal "instância" de backup é o HD externo de 500GB. Ele guarda tudo: músicas, fotos, arquivos pessoais e de trabalho. Todo sábado eu espeto o HD no notebook, abro o SyncToy e em questão de minutos tá tudo backupeado. Mas esse é o "varejão": os arquivos mais importantes/valiosos tem backups adicionais. Os meus 40 GB de MP3, por exemplo, são objeto de uma constante curadoria e possuem valor inestimável, portanto, além do HD externo, elas também ficam no iPod. Então eu tenho minha music library, inteira, sempre em TRÊS lugares diferentes: o notebook, o HD externo e o iPod. Além disso, os 16GB mais "recentes" da minha library sempre estão também no iPhone - o que ainda é um "semi-backup adicional".

Já os arquivos de trabalho, além de backupeados, ficam também criptografados, porque senão quem me roubar terá acesso fácil a dados confidenciais das inúmeras empresas que atendo/atendi. Assim sendo, eu guardo minhas coisas de trabalho em dois "drives virtuais", um de 5GB (para arquivos recentes, de projetos em andamento) e outro de 10GB (para projetos encerrados - meu "arquivo morto"), criados com o TrueCrypt. TrueCrypt é lindo: é encriptação military-grade e de graça. Quando chego no trabalho, eu pressiono uma combinação especial de teclas, digito uma senha enorme (mais de 20 caracteres) e voilá, aparece um novo drive no meu Windows Explorer com todos os meus arquivos de trabalho, organizadinhos. Se eu dou um "lock" (Win+L), desligo ou hiberno o computador, o TrueCrypt automaticamente "tranca" novamente meu drive virtual, então não tem sequer o risco de roubarem meus arquivos enquanto eu não estou em frente ao notebook.

Mas a maior praticidade desse "drive virtual" do TrueCrypt é que ele fica todo armazenado num "arquivão" único de extensão .tc, encriptado, que eu guardo na minha pasta "Meus Documentos". Assim sendo, quando eu faço meu backup para o HD externo, os arquivos de trabalho são backupeados também. Só que eu mexo nos meus arquivos de trabalho todo santo dia, então se me roubarem no ônibus de volta pra casa eu poderia perder semanas de trabalho. A contramedida pra isso é simples: todo dia, antes de ir embora, eu enfio meu pendrive no computador e faço um rápido "sync" do meu drive virtual de trabalho com uma réplica dele, que fica no pen drive, também encriptada. E carrego o pendrive no bolso, para o caso de roubarem minha mochila com o notebook dentro. Essa "paranóia extra" me salvou a pele recentemente - não porque fui assaltado, e sim por um problema no notebook. Mas essa é uma história para outro post.

Apesar de bem planejado, meu sistema de backup ainda tem falhas: meus emails e calendário de compromissos, por exemplo, ficam todos no Google, e só lá. Claro que se me assaltarem eu não perco nenhum arquivo, mas ainda assim há o risco de descobrirem minha senha e "sequestrarem" minha conta. Outra falha é que no sábado todos os meus discos de backup estão fisicamente no mesmo lugar (meu apartamento), então se ele pegar fogo ou for assaltado eu perco tudo de uma vez. E ainda outra falha é que podem me obrigar, por coerção, a dar a senha dos meus arquivos de trabalho - e olha que o TrueCrypt tem um recurso de plausible deniability justamente pra esses casos, eu é que não configurei ainda.

Mas, paranóias à parte, fica a dica: é MUITO recomendável que você faça um backupzinho dos seus dados - mesmo que em DVD ou só de vez em quando. Confie em mim: você vai precisar.

O Primo’s Data Transformation Saga

2010-01-23 18:19:25 +0000

network Era dezembro do ano passado e, enquanto todos achavam que a década estava acabando, eu me perguntava como iria fazer para ganhar dinheiro em janeiro, já que recebo por dia trabalhado e meu cliente brasiliense e governamental iria, obviamente, trabalhar a 10% de sua capacidade entre o Natal e o carnaval – o que significava “férias forçadas” pra mim.

Daí me toca o telefone. Era o consultor-líder de outro projeto, perguntando se eu podia ajudá-lo, em janeiro, a desdobrar umas metas de venda para o departamento comercial de uma empresa. Era uma semana de trabalho - mas trabalho chato, de micreiro. Só que iam me pagar como consultor-sênior e o trabalho era a exatamente dois quilômetros da minha casa, em São Paulo.

Então lá fui eu topar tudo por dinheiro no palco.

Acontece que esse negócio de “desdobrar meta” não é nada simples: é pegar uma meta de alguns BILHÕES de reais e dividí-la para cada um dos SESSENTA MIL clientes, o que obviamente envolve muitos dados. Tradicionalmente, meus colegas consultores - que raramente são profissionais de TI - sempre deram um jeito de fazer o trabalho com a única ferramenta que conhecem: “programando” com fórmulas de duas, três linhas de comprimento em planilhas de Excel enormes, facilmente propensas a erro e cuja manutenção é um pandemônio. E normalmente eles não conseguem porque esbarram nas limitações “físicas” das planilhas do Excel, que “só” aguentam um milhão e quarenta e oito mil linhas.

Aí você pensa: “Isso é muita gambiarra, é praticamente um data warehouse feito em Excel, vocês deviam arrumar alguém de TI pra construir um sistema pra isso”. Mas meus colegas consultores, ao invés de pensar nisso, dizem: “Não cabe no Excel? Então vamos fazer no Access, que aguenta mais linhas!”. E ao invés de abandonar a gambiarra eles vão para um software aonde cabem ainda mais gambiarras.

AccessError

O Microsoft Access é um enigma pra mim. Ele é marqueteado como um banco de dados para aplicações simples, como um sisteminha de vendas e estoque pra tia Neusa, dona da papelaria da esquina. Ou seja, o Access te entrega toda a funcionalidade complexa de um banco de dados (integridade referencial, consultas em SQL, etc.) para situações onde um caderninho de estoque ou uma planilha de Excel resolveriam. E quando você tenta usar o Access como um banco de dados de verdade, descobre que ele é absurdamente lento e armazena no máximo 2 gigabytes de dados.

E então você lembra dos bilhões de reais da meta divididos entre os milhares de clientes e pensa: “Ah, então é nessa hora que eles arrumam alguém de TI pra construir um sistema decente pra fazer o trabalho, né?”.

Não, meus caros. É nessa hora que eles me ligam.

E o meu trabalho ainda tinha mais alguns agravantes:

  • Eu tinha que entender um desdobramento antigo que havia sido feito por outro consultor pra poder descobrir como desdobrar a meta nova. Felizmente ele tinha deixado um “passo-a-passo” de como atualizar tudo… um passo-a-passo com sessenta e cinco passos do tipo “Execute a consulta X no arquivo Y”, “Importe os dados da tabela Z no banco de dados K”, “Copie os dados da coluna G da planilha XPTO do Excel para a coluna F da planilha Y”, e por aí vai. Era o equivalente digital da foto do começo deste post.
  • O último nível de desdobramento (o dos clientes) estava todo feito usando o CNPJ do cliente, e me pediram pra abandonar os CNPJs e fazer tudo com um tal “código de cliente”. E tem CNPJs que tem dois códigos de cliente vinculados. E tem clientes novos que não tinham meta no desdobramento velho e tinham que receber meta no novo.
  • Eu deveria desdobrar todas as metas para 2010. Os dados para um mês de metas ocupavam 2GB no Access. E o Access tem aquele limite de no máximo 2GB por arquivo, então eu normalmente trabalhava migrando dados de um arquivo Access para outro e esperando esse outro arquivo entupir e o Access dar pau. Aí eu migrava tudo de novo pra um terceiro arquivo, e assim por diante.
  • Eu tinha que trabalhar no Access evitando ao máximo consultas do tipo união (UNION ALL no SQL) e subconsultas (consultas dentro de consultas), porque qualquer um desses dois recursos colocava o Access no modo “velhinha de óculos com uma caneta marca-texto e uma régua comparando os dados de duas folhas de papel linha a linha”. Ou seja, era MUITO lento. E ainda assim, usando as consultas “rápidas” do Access, eu levava mais ou menos uma hora para desdobrar cada mês de dados de metas. Qualquer erro no desdobramento poderia implicar num retrabalho de, no mínimo, mais doze horas. E eu tinha apenas 40 delas disponíveis pra terminar tudo.

E foi assim que passei a semana perdido entre dezenas de Excéis e Acceses, empurrando dados de um arquivo pra outro. Tinha uma planilha que era tão complexa que, depois de qualquer mexidinha nela, o Excel travava por quinze minutos recalculando as fórmulas e referências cruzadas. Minha sequência de trabalho envolvia tantas coisas em paralelo que eu tinha que desenhar fluxogramas numa folha de papel, indicando aonde eu estava e como os dados iam de um arquivo pra outro, senão eu me perdia. Ontem foi o último dia de trabalho. Eu almocei um McDonalds em frente ao computador, sobrevivi o resto do dia à base de café e uma tortinha de maçã (também do McDonalds) e, lá pelas oito da noite, quando minha cabeça já doía e eu já apertava Enter pensando “ok, dê-me logo o próximo pau que vou ter que resolver”, eis que me aparece a tabela final, com as metas novas, certinhas e todas divididas por cliente.

Sabe, é um trabalho tão frustrante e gambiarrado que no fim você não tem exatamente aquela sensação de dever cumprido: é mais um misto de alívio por ter conseguido sair vivo do outro lado do buraco. Mas pelo menos fiquei menos falido nesse começo de ano…

Pequenas sagas do meu filho devorador de tweets

2009-06-03 13:56:33 +0000

Quando me perguntam quando é que eu vou ter filhos, usualmente eu respondo:

- Eu já tenho um cachorro e um website, e eles já dão trabalho suficiente.

As encrencas que Pavlov me arruma eu já vivo contando por aqui. Já as do Blablabra...

Mini-saga 1: O backup que desbeckapeia

Foi assim: era sexta feira e eu estava mexendo na parte do código do Blablabra que separa as palavras de dentro dos tweets. Era cedinho e eu havia acabado de colocar uma alteração na versão de produção (a que fica no ar), e notei que uma coisa estava errada e algumas palavras poderiam estar sendo duplicadas na tabela onde elas ficam guardadas. "Ah, tudo bem. Vou voltar um backup e consertar os registros errados".

Aí fui lá no painel de controle do meu provedor de hospedagem (Dreamhost) e mandei voltar o backup de duas tabelas - tabelas que, é bom salientar, são o "coração" do site. Como elas são enormes (a maior delas tinha DEZ MILHÕES de linhas na época), deixei o backup restaurando e fui fazer outras coisas. Aí chega um email todo serelepe do Dreamhost, avisando que o backup havia sido restaurado.

Maravilha. Me ajeitei na cadeira, dei aquela esticada nos dedinhos sobre o teclado e falei, sorridente: "Vamulá acertar isso agora". Tentei abrir uma das tabelas e... erro de "Table not found". Tentei abrir a outra e deu o mesmo erro. Achando aquilo meio esquisito, resolvi olhar o banco de dados e meu queixo caiu: não somente o backup não havia sido restaurado como as tabelas originais haviam sido apagadas.

Sim, as tabelas tomaram Doril e simplesmente desapareceram. Aí eu morri, ressuscitei, fiquei branco de medo, vermelho de raiva e, sobretudo, furioso pela injustiça da coisa toda: pô, eu teoricamente tomei minhas precauções, eu tinha backups, backups são como uma vacina para a lei de Murphy, eles são feitos pra SALVAR a sua vida nessas horas - não complicá-las ainda mais!

Então, com o coração na boca, abri um chamado no suporte do NightmareHo... digo, Dreamhost. Eles tem uma opção no formulário que serve pra você indicar a gravidade/urgência do problema e eu fiz questão de escolher a mais séria delas, intitulada: "OMG TÁ TUDO DANDO PAU TEM GENTE MORRENDO!!!!" (não, isso não é exagero, a opção do menu deles tem exatamente este texto). E ainda assim eles demoraram QUATRO HORAS para me responder. E ainda disseram:

"Pedimos desculpas. Tudo que eu posso fazer é restaurar um backup mais antigo do seu banco de dados que esteja funcionando".

Só que isso ia me fazer perder AINDA MAIS dados de outras tabelas. O retrabalho seria enorme, eu perderia umas 24 horas de tweets monitorados e, pra piorar, dali a algumas horas eu tinha pegar Bethania no trabalho e, de carro, viajar 600 kms para passar o fim de semana em Belo Horizonte.

A sorte é que ela foi bastante compreensiva e me deixou ficar o sábado e o domingo debruçado em cima do notebook, pegando carona no wi-fi da casa da sogra e reprocessando MILHÕES de tweets gravados na base para recompor as tabelas perdidas. Era a opção menos pior - e mais rápida, considerando que a simples troca de dois emails com a turminha do Dreamhost levou quase oito horas. Mas no fim deu tudo certo e o Blablabra se recuperou plenamente de sua primeira grande baleiada.

Mini-saga 2: O backup que AINDA desbeckapeia

Aí ontem, depois do almoço, eu estava dando uma conferida nos trending topics do Blablabra quando o site, de repente, sai do ar. E não somente o site: o banco de dados não entrava mais, FTP caiu, Shell/SSH caiu, e até este blog, que fica na mesma hospedagem, havia ido pro limbo. "Pfft, aposto que alguém chutou a tomada do servidor lá no Dreamhost", pensei.

Deve ter sido o caso, porque uns cinco minutos depois foi tudo voltando pro ar. Só que o Blablabra parou de mostrar os gráficos e os resultados das buscas. Fuça daqui, fuça dali, e achei o problema: uma tabela corrompida no banco de dados.

Acontece que não era uma simples tabela: era uma daquelas tabelas da mini-saga anterior. E, sim, era a de dez milhões de linhas - que, naquela altura do campeonato, já tinha VINTE milhões. Aí apertei o botãozinho vermelho que desliga tudo (bem, na verdade é uma variável de configuração do Blablabra cujo nome é, convenientemente, "SERIOUSLY_BROKEN_MODE") e, com o coração na boca, fui pensar no que fazer.

É óbvio que "restaurar um backup da tabela" é a opção mais óbvia, simples e indolor, mas depois da saga anterior eu estava feito cachorro mordido por cobra que fica com medo de linguiça (especialmente agora, que não tem mais trema na palavra). Mas dessa vez não tinha jeito, eu precisava dos dados do backup, então fui lá e marquei uma opção de "restaurar a tabela com um nome diferente e não mexer nas tabelas originais".

Enquanto o sistema restaurava os dados, fui pesquisar minhas opções e resolvi tentar dar um comando chamado REPAIR TABLE. Eu estava descrente, já que a tabela estava realmente detonada e eram vinte milhões de linhas. "Nunca vai funcionar", pensei eu. Mas dei o comando mesmo assim e fiquei lá, com o coração na mão, feito um médico que deu um choque pra reanimar um paciente e agora está lá, olhando o monitor cardíaco, esperando que ele dê algum sinal de vida. Acontece que, no meu caso, este instante de suspense demorou mais de uma hora.

E quando eu já estava achando que era EU quem ia precisar de desfibrilador, *plim*! O "repair table" terminou de "repairzar" a tabela e - surpresa! - eis que ela havia ressuscitado dos mortos, perfeitinha, com todos os dados, como se nada tivesse acontecido. Deixei tudo funcionando e fui resolver outras coisas.

Aí, no finalzinho da tarde, eu fui checar meus emails e tinha um do Dreamhost, avisando que a restauração daquele backup que eu pedi havia terminado. "Bom, nem preciso mais da tabela antiga, deixa eu ir lá apagá-la". No banco de dados a tabela antiga estava lá e havia sido restaurada com um nome diferente, do jeitinho que eu pedi. Só que a tabela original, a que eu tinha consertado milagrosamente... desapareceu.

Mas dessa vez foi mais fácil recuperar os dados. Bastou ficar urrando de ódio por uns cinco minutos, esmurrar bastante as paredes e depois reprocessar alguns milhares de tweets para recompor os dados perdidos...

Sobre a terceira dimensão, foie gras, browsers e largura de banda

2008-08-29 04:03:10 +0000

Dia desses eu li, não lembro onde, que uma das estratégias de Hollywood para - adivinhe! - coibir a pirataria eram os filmes em 3D. Neles a "experiência" só é completa para o espectador se ele estiver no cinema, com os tais óculos especiais, então as cópias piratas não fariam sentido.

Mas hoje eu vi que a nVidia está anunciando uma tecnologia de 3D "real" para jogos de computador onde você usa - adivinhe! - óculos especiais e enxerga as cenas do jogo em três dimensões.

Aí eu fiquei pensando no futuro da pirataria de filmes, somei uma coisa com a outra e... adivinhe!

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Hoje aconteceu a pesagem oficial do "Perder Para Ganhar" que a equipe aqui do projeto de Dead Cow City organizou. É um concurso inspirado no programa de TV homônimo, onde a meta era perder 5% do seu peso em um mês - e quem perdesse menos que isso pagaria para quem perdesse mais peso.

Sim, tinha dinheiro no meio. Sim, é ridículo. E, sim, eu estava participando. Mas eu empurrei a coisa com a barriga (hein, pegou essa) e não mudei muito minha rotina ou meus hábitos alimentares - que, felizmente, já estavam bem saudáveis desde meu último exame de sangue, que deu colesterol altchééézimo e uma leve esteatose hepática - vulgo "fígado gorduroso". Sabe foie gras? Pois é. 

Saldo final da brincadeira: perdi 2,5 kg. E também 40 reais, já que fiquei bem longe dos 5% de meta.

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Acabou que com o Firefox 3 eu abandonei mesmo o meu browser predileto: o Opera, que usei consistentemente pelos últimos cinco ou seis anos.

Tudo começou quando, no lançamento da versão 3, o Slashdot publicou um teste dizendo que o Firefox novo era muito mais eficiente no uso de memória que todos os outros browsers. Aí resolvi pagar pra ver, já que o abuso de memória do FF era um dos fatores que me afastava dele.

Em termos de velocidade o Opera continua sendo, comprovadamente, absurdamente mais rápido pra tudo - MENOS para as coisas do Google (Gmail, Google Reader, Google Calendar, etc), que uso o tempo todo. E aí veio o golpe de misericórdia: as extensões do Firefox, que nunca me atraíam o suficiente porque o que muitas delas faziam já era funcionalidade nativa do Opera. Acontece que eu só conhecia mas nunca tinha usado Greasemonkey, Firebug, FoxyTunes e a mais super-duper-útil de todas: Read It Later - a salvação dos que trabalham sob firewalls e precisam separar links para ver depois, na internet livre e desimpedida do hotel...

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... que por sinal é excelente e me permite até o luxo de ver minha esposa pela webcam. E também meu cachorro, que fica desorientado quando ouve minha voz e não me vê no apartamento. Hoje ele até chorou, tadinho.

Quem diria: no século XXI, "largura de banda" significa "qualidade de vida"...

A série "bugs inacreditáveis" é, sim, uma série

2008-06-03 01:59:32 +0000

Depois que escrevi o último post fiquei me lembrando das vezes em que esbarrei com problemas de computador, digamos, "desafiadores"...

Lá pelos idos de 1998 eu trabalhava no suporte de um provedor de internet chamado Easy Way. Uma vez fui atender um chamado de um cliente no Ed. Acaiaca, famoso prédio do centro de Belo Horizonte. As ruas no entorno do prédio estavam uma confusão porque um cara havia pulado do prédio e caído em cima de um táxi. Achei que aquilo seria a única coisa bizarra do dia...

A conexão (via modem, lembra?) do computador do cliente estava instável: discava, ficava um tempo e caía. Testei todo o básico (configurações da internet, linha telefônica, etc.) e nada de descobrir qual era o problema. Até que, num dos testes, eu larguei o mouse pra falar alguma coisa com o cliente e a conexão caiu no mesmo instante.

Parecia bruxaria, mas naquele estágio eu já estava acreditando em qualquer coisa. Aí mandei conectar e fiquei mexendo o mouse sem parar. Tudo funcionou. Então tirei a mão do mouse e... PLEC! Desconectado!

O diagnóstico? Bem, os nerds mais old school talvez se lembrem que os modems tinham duas configurações físicas, que se ajustava com um jumper, na própria placa: A porta serial (COM) e o canal de interrupções (IRQ). E o modem estava configurado pra usar o mesmo IRQ do mouse.

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Um modem das antigas, com os jumpers da placa em destaque. Lembra?

Agora avance na linha do tempo de 1998 para 2008 e voilá! Estamos nos dias atuais, trabalhando com consultoria em gestão e usando um notebook Dell Vostro 1000, feio como a fome mas barato e funcional. Os tempos mudam mas os problemas bizarros continuam...

Sabe, tem certas funcionalidades tão básicas do seu Windows que você duvida que um dia elas vão dar problema - como o Ctrl+C, Ctrl+V ou o botão "Iniciar". Eu também achava isso, até que, recentemente, precisei alternar para outro programa e o Windows cismou de não mostrar a famosa janelinha do Alt+Tab.

É isso mesmo, meu Alt+Tab parou de funcionar. Esta descrição por si só já é assustadora, mas o pior é que o Windows mostrava a janelinha com os programas abertos por uma fração de segundo - cada hora uma fração de segundo diferente - e depois sumia novamente.

Como todo bom ex-técnico de suporte, tentei isolar o problema: fechei todos os programas abertos, matei - um a um - todos os processos do Task Manager, entrei no Windows em modo de segurança, atualizei driver de vídeo, depois reverti para o driver que veio com o notebook, olhei BIOS... e o problema insistia em se repetir. Eu já estava começando a me conformar com um lento e doloroso system restore quando tive a idéia de testar se aquilo não era algum pau físico no teclado do notebook.

Baixei um tal Passmark KeyboardTest, programinha feito especialmente pra esse tipo de teste. É um belo programa: ele mostra a imagem de um teclado e indica visualmente quando alguma tecla é pressionada, mostra o código da tecla sendo recebido pelo sistema operacional, etc. Só que, sem que eu tocasse em NADA, o programinha mostrava a tecla "Power" sendo pressionada, religiosamente, de um em um segundo.

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E sabe o que é pior? Meu teclado NÃO TEM ESTA TECLA!

Deu medo, mas na verdade a investigação do problema ficou mais fácil a partir desse ponto. No fim, descobri que um programinha que veio com o notebook - um tal Dell QuickSet, que interfere no teclado porque ajusta o funcionamento daquelas teclas customizadas para notebook (Fn+F8 para projetar num datashow, por exemplo) - não estava sendo iniciado junto com o Windows. Foi só rodar o programinha e a "tecla fantasma" parou de ser pressionada. O Alt+Tab voltou a funcionar corretamente e todos viveram felizes para sempre.

Quero só ver no dia em que eu resolver fazer o upgrade pro Windows Vista...

Da série "bugs espetaculares" (ou: TI não é uma ciência exata)

2008-05-30 05:26:00 +0000

O post aí debaixo ficou pronto ontem, lá pelas onze da noite. Aí eu cliquei "Publish" e nada do Wordpress postar.

Aí passei as últimas DUAS HORAS tentando descobrir por que o Wordpress parou de querer postar coisas no blog. Reinstalei o Wordpress duas vezes, chequei todas as configurações, testei com dois browsers diferentes, limpei o cache dos dois umas 10 vezes, fiz uns 15 posts de teste e... nada.

Aí comecei a tentar as alternativas menos óbvias e consegui resolver o problema. Era simples:

  • Com o computador conectado via wireless: NÃO funcionava.
  • Com o computador conectado via cabo de rede: Funcionou.

Agora me explica o que isso tem a ver com o problema...

TI: A loira gostosa mas limitada

2008-05-30 05:11:42 +0000

Quatro e meia da tarde e eu estava no meio de uma reunião que começou às dez da manhã. Mentalmente exausto e absurdamente entediado, abri meu editor de texto (Notepad++) para fazer umas anotações. O programa automaticamente reabriu os últimos arquivos abertos: no caso, era um arquivo deste blog chamado .htaccess (arquivo de configuração usado em servidores web para configurar umas coisinhas).

Aí estava lá o .htaccess cheio de código e, num impulso, o primeiro pensamento que me veio à cabeça foi:

"Eu queria trabalhar é com isso"

Voltei pro hotel no fim do dia e, no táxi, não conseguia parar de pensar nisso. Eu tenho um amor platônico com essa mulher ingrata que é a TI. Ela é atraente, eu sou louco por ela e nos demos muito bem no nosso período juntos (uns 8 anos, contando empregos, estágios, faculdade e curso técnico). Já a minha "parceira" atual (a consultoria de gestão) é aquela mulher difícil, que dá trabalho e que te enche o saco o tempo todo. Ao contrário da TI, a convivência com a consultoria nunca é fácil - e é justamente por isso que você evolui. Eu levei muita porrada nos meus cinco anos de consultor - e devo continuar apanhando por muito tempo. Mas o que aprendi com toda essa ralação é incomensurável.

Foi por isso que o .htaccess me deixou com saudades da TI: antes éramos só eu e um computador, então tava tudo dominado, fácil, divertido e gostoso; hoje em dia tudo são reuniões infindáveis, clientes difíceis, colegas picaretas...

Entretanto, aprofundar minha relação com a TI seria um beco sem saída. Para nerds (como eu), TI é uma área sexy, interessantíssima, mas vai sempre ser "área meio", sempre será ferramenta. E o "como usar" da ferramenta está na gestão. TI é meio que uma loira maravilhosa, mas limitada e sem muita chance de progredir na vida. E a gestão é a mulher feia e tosca, mas forte e decidida: é quem faz as coisas acontecerem.

Por isso, apesar do sofrimento, meu "casamento" com a consultoria foi a melhor escolha profissional que já fiz.

E mais: na época em que mudei de área eu nem fazia idéia, mas conhecimento gerencial faz toda a diferença quando se trabalha em TI. Pra provar isso, basta uma olhada nas faixas salariais da turma da tecnologia:

  • Analista de sistemas/programador - $57,500 a $96,750
  • Desenvolvedor web sênior - $76,250 a $108,250
  • Gerente de projetos - $76,500 a $111,500
  • Administrador de Banco de Dados - $88,750 a $122,750
  • Gerente de TI (CTO - Chief Technology Officer) - $107,250 a $165,250

(dados dos EUA, retirados do 2008 IT Salary Guide, em dólares, por ano e em ordem crescente)

Note que as palavras "Gerente" e "Administrador" vão aparecendo conforme o salário aumenta. Há uma tendência clara em TI onde você passa a valer mais conforme vai ficando bom em gestão, e não conforme vai ficando bom em TI. Não é como economia ou medicina, onde quanto mais você sabe da sua própria área, melhor.

Então é assim. Hoje eu sofro na mão da consultoria e fico com dor de cotovelo pela TI que abandonei. Mas sigo em frente porque, no futuro, quem sabe eu não arrumo uma "Gerência de TI" - um mulherão sagaz e inteligente, mas sexy como uma... er... "garota de programa".

P.s.: Eu falo mais sobre as complicações de TI ser "área meio" neste outro post: A TI e o eterno foco em si mesma.

Internet via celular - Futuro próximo mas distante do Brasil?

2008-03-12 16:06:17 +0000

Saiu anteontem, no Slashdot: Ericsson prevê para breve a extinção dos hotspots wi-fi. O motivo?

O crescimento rápido da banda larga via celular vai tornar os hotspots Wi-Fi irrelevantes... hotspots em lugares como a Starbucks estão se tornando as cabines telefônicas da era da banda larga.

Ou seja, todo mundo vai ter internet rápida, via celular, em qualquer lugar.

Enquanto isso, no Brasiu-siu-siu, para enviar este post eu ligo meu celular no notebook e uso a rede GPRS da Tim, com velocidade de dial-up, caindo toda hora e pagando R$ 50 por 1 GB de transferência (é a opção mais barata, por incrível que pareça).

Lá fora fala-se em WiMAX, HSPA e o escambau, e aqui o melhor que temos, até onde eu sei, é a Vivo com seu EV-DO, que funciona só em algumas cidades e que, às vezes, fica num cai-não-cai danado. E meu 1GB de transferência ficaria em R$ 100 na mão deles.

A saga do notebook novo - Capítulo Final?

2007-10-03 01:21:14 +0000

Resumo para quem ligou agora seu televisor (os links tem os posts detalhados): tive a idéia super-idiota de comprar um notebook no Mercado Livre. Quase levei um golpe, mas escapei. Aí oito meses depois o notebook novo começou a dar uns paus bizarros que muita gente pelo mundo também está tendo e não achando solução, então encomendei outro computador... que chegou na última sexta.

Assim sendo, este post está sendo escrito direto do notebook novo - um Dell Vostro 1000, comprado pelo site da Dell e "customizado" pra ficar com a mesma configuração do maldito HP Pavilion DV6045nl (série DV6000).

Até agora o notebook novo é só alegrias:

  • Tem garantia "de verdade" de 1 ano - coisa que só se sente falta quando precisa (meu caso);
  • Foi baratíssimo: o modelo mais básico custa R$ 1.700, e minha configuração, praticamente igual a do HP, saiu a uns R$ 1.200 a menos do que paguei (trouxa, trouxa, eu sei, eu sei);
  • Vou pagar em suaves prestações (10x sem juros);
  • É bem mais leve que o HP;
  • Não esquenta como o HP - que mais parecia um George Foreman Grill e era inviável de usar no colo ou por longos períodos;
  • Vem com Windows XP (que, na atualidade, é uma opção muito melhor que o Vista);
  • NÃO vem entulhado de crapware, aqueles programas inúteis que deixam o micro lento e você tem que ficar horas desinstalando.

Na funcionalidade ele está bem, mas por fora... ele é feio pra carvalho. A começar pelo nome: "Vostro"? Como assim? Parece uma palavra escrita errado - e toda hora me lembra a palavra "colostro". E a feiúra do nome reflete na máquina: ele parece um protótipo de chão de fábrica, ou um computador robustecido daqueles que instalam em viatura de polícia, ou simplesmente um notebook que esqueceram de pintar - o que é verdade, já que ele é, basicamente, a "caixa" de vários outros modelos da Dell sem nenhum acabamento.

Notebook Dell Vostro 1000

Também não gostei do teclado, que é meio duro, possivelmente por causa de um tal "revestimento de mylar", contra respingos. Outro ponto negativo são alguns conectores importantes (energia, rede e dois USB) colocados na parte de trás ao invés das laterais, ficando bem ruins de acessar.

O setup inicial foi até rápido - umas quatro ou cinco horas e a maioria dos meus programas do dia-a-dia já estavam "positivos e operantes". Agora é deixar passar um tempo e ver se a minha urucubaca não afeta esse novo notebook. Vou rezar pra Deus, Alá, Iemanjá, Plutão, Kratos e Alanis Morrisette pra não acontecer nada.

Quanto ao notebook maldito, se souberem de alguém que queira comprar um HP Pavilion seminovo e meio lesado (pra aproveitar as peças ou consertar e revender), me avisem aí nos comentários.

iPhone é "des-recomendado" pelo Gizmodo

2007-09-29 18:06:40 +0000

Acabei de ler um longo artigo do Gizmodo "des-recomendando" o iPhone.

Pensa bem. É o Gizmodo, o mais respeitável site sobre gadgets da Internet. E a partir de agora, a opinião deles sobre o iPhone é "não compre".

Pra mim isso é muito, muuito sério. Se eu fosse Steve Jobs ficaria preocupado. Mas como eu não sou Steve Jobs, sou só um blogueiro nerd, eu venho aqui e posto as minhas opiniões.

O problema maior desta história toda é que os editores do Gizmodo tem toda razão. Todos os movimentos da Apple desde o lançamento do iPhone foram contra os clientes e usuários do telefone. Foram na direção oposta dos desejos dos clientes. "Vocês querem desbloqueio? Querem poder instalar outros programas no iPhone? Querem ringtones customizados? NÃO!", parece dizer a Apple. Tanto que o esperado primeiro upgrade de firmware do iPhone não somente deixou de lado as demandas dos usuários como também desfez os hacks e desbloqueios do telefone.

No artigo do Gizmodo tem uma tabela feita pelo pessoal da Wired que mostra as diferenças entre o telefone "hackeado" e o "oficial". Parece um cartum, uma piada, mas não é.

Ouvir o cliente e incorporar o que ele quer em seus produtos é a grande sacada do Google. Todas as novidades incorporadas aos seus produtos vão diretamente ao encontro do que os usuários querem. Por isso o Google hoje está do tamanho que está. Não existe outro caminho para o sucesso senão esse. Mas a Apple insiste no caminho oposto.

A Microsoft é outra que ainda não sabe ouvir seus usuários. O Windows Vista caminha para ser o maior fiasco da história dos sistemas operacionais, e é fácil descobrir o porquê. Pense bem: o que o Vista trouxe de funcionalidades novas? Praticamente nada. O Vista é a resposta para uma demanda inexistente. E uma péssima resposta que faz você gastar uma grana preta em upgrades de hardware só para poder ver janelinhas transparentes que, ou dão pau, ou fazem exatamente a mesma coisa que o Windows XP.

O pau do meu notebook é pop

2007-09-22 15:32:41 +0000

Numa boa. Olha o fórum oficial da HP. Olha a média de respostas por tópico. Agora olha a penúltima linha, que é o tópico sobre o meu problema com wireless do notebook...

Eu estou acompanhando o tópico e, via de regra, é assim: o wireless dá pau, o cara liga pro suporte da HP, eles fazem de tudo (incluindo restaurar as configurações de fábrica no computador), nada funciona, eles mandam o notebook pro conserto, o notebook volta funcionando e pára de funcionar de novo depois de algumas semanas. Depois de umas duas idas e vindas para reparo a HP acaba mandando um notebook novinho (outro modelo, obviamente) pra pessoa. É uma solução extrema e cara para a HP, mas é a única que existe.

A cada dia eu me convenço mais de que a série DV6000 da HP é problemática por design. Tipo, o computador foi projetado errado. Não pensaram direito no isolamento térmico.

A TI e o eterno foco em si mesma

2007-09-20 01:44:44 +0000

Roy e Moss - The IT Crowd Um momento clássico do ótimo seriado The IT Crowd (terças às 22:00 no canal Sony) é quando o telefone toca. Normalmente Roy dá um longo suspiro, tira o fone do gancho e diz exatamente as mesmas palavras: "Alô, TI, já tentou desligar e ligar de novo?"

O mais engraçado disso é que eu já fui exatamente assim. A minha formação é de TI, e confesso: passei anos atendendo telefonemas de usuários com a mesma má vontade do Roy.

Há uns cinco anos eu larguei a TI e fui trabalhar com consultoria em gestão. E o mais divertido dessa guinada maluca da minha carreira é que ela me mostrou exatamente o porquê de muita gente em TI - inclusive eu - trabalhar da mesma forma que o pessoal do seriado: o foco nos meios e não nos fins.

Pensa bem: o cara entra pra faculdade e aprende a fazer programas, manter bancos de dados, construir sistemas, etc. Passa quatro anos vendo linhas de código o dia inteiro e sai meio baratinado, achando que seu trabalho é lidar com computadores - e só com computadores. Neguinho se esquece que computadores precisam funcionar porque outras pessoas usam computadores pra trabalhar. A tecnologia passa a ser fim, e não meio.

E aí acontece esta coisa bizarra: quando o telefone toca, o cara de TI pensa: "droga, estão me atrapalhando no meu trabalho de manter computadores funcionando". E esquece que quem está ligando é exatamente a pessoa que precisa dos computadores funcionando!

Até dá pra justificar parte desta história de "a TI pela TI". A computação é território predileto de nerds com pouca habilidade social (incluindo eu mesmo), o que faz o teclado ser preferível ao telefone. Os caras trabalham num porão ou sala distante, sem janelas (por causa do ar condicionado que mantém os servidores), longe de outras pessoas mas cercados de máquinas. E, pra quem gosta, a TI é tão interessante e absorvente que esse papo de "contato com luz do sol, ar livre e outros seres humanos" acaba ficando pra depois.

Acho que os cursos de computação e tecnologia da informação que se dizem orientados para o mercado deveriam separar um momento no curso, para ensinar aos futuros bacharéis a real razão da existência do emprego deles. E mais: não só para TI mas para tudo na vida, o foco nos fins ao invés dos meios é o diferencial de quem se dá bem.

Ajude a divulgar a lista brasileira de equipamentos e serviços compatíveis com Linux

2007-09-19 15:20:35 +0000

...e concorra a MP4 e MP3 players, mochilas Targus, períodos de VoIP grátis e até a ventiladores USB - além de contribuir automaticamente para doações para a Wikipedia e o Wordpress! O BR-Linux coletou mais de 12.000 registros de compatibilidade de equipamentos e serviços (webcams, scanners, notebooks, ...) na sua Pesquisa Nacional de Compatibilidade 2007, e agora convida a comunidade a ajudar a divulgar o resultado. Veja as regras da promoção no BR-Linux e ajude a divulgar - quanto mais divulgação, maior será a doação do BR-Linux à Wikipedia e ao Wordpress.

Óculos 3D VR + simulador de vôo = NERDGASM!

2007-09-14 19:57:43 +0000

Tipo que eu definitivamente quero isso. O Microsoft Flight Simulator X é compatível com óculos de realidade virtual (da Vuzix, modelo VR920). Você bota os óculos e vê tudo em 3D "real" - ou seja, com sensação de profundidade e tudo. E o melhor: quando você olha para cima ou para os lados a câmera acompanha seus movimentos.

Acho que não há nada tão próximo a pilotar um avião de verdade do que isso. O vídeo de demonstração, com o cara pilotando um ultraleve, dá água na boca.

(Via Gizmodo)

Gimme five!

2007-09-12 20:05:46 +0000

Nos anos 80 você ficava entediado no trabalho (afinal não havia internet). Aí de repente a Microsoft fazia uma versão nova do MS-DOS. Sem aviso, tudo virava uma festa psicodélica e surgia um cientista de gravata borboleta, rimando mal (MUITO MAL) e acompanhado de 3 backing vocals.

E assim surgiu a campanha de lançamento do MS-DOS 5...

A saga do notebook novo, parte 2 - No leito de morte

2007-09-10 14:50:04 +0000

No começo do ano eu vivenciei a terrível saga do notebook novo, onde tive a idéia idiota de comprar um notebook pelo Mercado Livre.

A saga havia terminado razoavelmente bem: depois de vários telefonemas, ameaças de processo e da necessidade de acionar contatos em Curitiba para poder trocar o computador pessoalmente (porque, por SEDEX, eu jamais ia vê-lo de novo), eu finalmente estava com meu HP DV6000 (modelo DV6045nl) funcionando.

Os meses se passavam e tudo corria bem. Até que, no meio do mês de julho, eu estava em uma reunião e resolvi checar meus emails. Apertei o botão de ligar o wireless e... nada. Depois de muitos boots e de um extenso diagnóstico no computador, eu comecei a desconfiar que minha plaquinha wireless havia ido pro céu. A confirmação disso veio quando descobri que no site da HP tem um fórum oficial, e o assunto "meu wireless parou de funcionar" é, de longe, o mais popular: o tópico mais popular sobre isso tem mais de 170 respostas de gente dizendo "o meu também" e descrevendo exatamente o mesmo problema que tive.

Acontece que antes de descobrir o fórum da HP eu fiz uma última tentativa de ressuscitar o wireless: baixei a atualização mais recente de BIOS do site oficial e instalei. Acabei tendo que dar um system restore porque o Windows parou de funcionar depois disso.

Durante o longo processo de reinstalar/reconfigurar tudo depois do system restore, o notebook começou a ter problemas pra ligar. Eu só consigo fazê-lo funcionar após o seguinte procedimento:

1) Ligar o computador e verificar que a tela fica preta e ele acende as luzes por uns 10 segundos, apaga todas, acende por mais 10 segundos, apaga, e assim vai, ad infinitum.

2) Quando as luzes ligarem, segurar o botão "power" por 4 segundos, o que força um desligamento. Nem sempre isso funciona, então tenho que tentar várias vezes.

3) Se o desligamento forçado funcionar, tenho que religar o computador em, no máximo, um segundo. Sim, é como se fosse um "tranco". Depois disso ele, eventualmente, funciona.

Como esse "tranco" força o disco rígido eu passei a não desligá-lo mais, porque não tenho certeza que ele vai religar. Pra conseguir vir trabalhar hoje, por exemplo, eu trouxe o notebook ligado, dentro da mochila. No fórum da HP o tópico deste problema está, rapidamente, ganhando popularidade.

Mas espere! Ainda não acabou! Eu já mencionei que o computador fica absurdamente quente? O lugar onde fica a palma da minha mão direita é bem em cima do processador e do disco rígido, os dois maiores produtores de calor do computador. Durante o dia eu me sinto digitando em cima de um George Foreman Grill, tamanho o desconforto. O terceiro maior "esquentadinho" do computador é a placa de vídeo, que fica bem debaixo da plaquinha wireless. Coincidência? Eu acho que não. Pra mim os engenheiros não calcularam bem a dissipação de calor do computador, aí ele esquenta muito e vai estragando aos poucos. Em resumo, o notebook é bichado por design.

Assim, concluo que o notebook está agonizando lentamente e que em breve vai morrer de vez. Se eu quiser garantia, vou precisar ir até Curitiba e espancar um certo Neto Palone (o salafrário que me vendeu o notebook). A minha única saída vai ser vender o computador para alguma assistência técnica que queira "franksteinizar" o computador e aproveitar as partes que ainda funcionam. O preço vai lá pra baixo, mas é melhor do que nada.

Como preciso de notebook pra trabalhar, estou tendo que procurar outro. Até agora a opção vencedora é um Dell Vostro, que está em promoção no site da Dell esta semana, tem nota fiscal e garantia real (sem precisar espancar vendedor) e posso dividir no cartão em zilhões de parcelas, já que a grana anda curta. Pois é. Como dizia o famoso slogan... "dude! I'm getting a Dell!"

Os piores empregos do mundo envolvem urina, fezes, insetos e... Microsoft

2007-06-27 18:18:00 +0000

Deu no Slashdot (que viu na Computerworld, que viu na Popular Mechanics) uma lista dos piores empregos do mundo.

Acontece que o item número 7 da lista é "trabalhar no Microsoft Security Response Center", responsável pelos patches (correções de vulnerabilidades) do Windows, Office e demais programas do Tio Bill Gates.

Também pudera. Imagine: 99% dos computadores do mundo usam seus softwares. 99% dos hackers do mundo querem hackear seus softwares, todo dia, o tempo todo. Você está sempre em menor número: devem haver uns 1000 hackers para cada funcionário do MSRC. O email [email protected] recebe 100 mil mensagens por dia, avisando de possíveis brechas de segurança, que tem que ser analisadas caso a caso. E cada brecha destas, quando descoberta, tem que ser corrigida em cada versão de cada programa em cada língua na qual ele é fornecido. E tem que ser rápido. Enquanto isso, a imprensa está metendo o pau nas brechas que você ainda não teve tempo de corrigir, e os hackers estão divulgando os  exploits e invadindo servidores por aí. E a pilha de serviço acumulado vai aumentando: para cada brecha consertada surgem outras três em aberto. Em suma, você se desdobra o dia todo num trabalho tedioso e sem fim, e ninguém diz "obrigado".

Segundo a lista, este emprego é pior do que passar os dias examinando baratas, lesmas e vermes (entomologista forense), ficar semanas amarrado numa cama e depois ser jogado numa centrífuga (cobaia de experimentos gravitacionais da NASA), vigiar atletas enquanto eles fazendo xixi em copinhos para exame anti-doping, ou até mesmo coletar fezes de baleia. Mas, felizmente, a lista tem empregos ainda piores, como o primeirão de todos: os hazmat divers, mergulhadores especializados em missões de resgate em ambientes agradáveis como esgotos e lagos contaminados por tudo quanto é lixo (hazmat vem de hazardous materials, ou seja, materiais tóxicos). Literalmente, eles passam os dias nadando na merda. Neste caso eu preferiria o emprego na Microsoft...

Você sabia que seu telefone fixo pode receber SMS?

2007-06-22 23:51:00 +0000

Eu também não. E descobri sem querer.

Há alguns minutos meu telefone (fixo, da Oi, antiga Telemar) tocou. Eu atendi e veio aquela temida voz de locutora de spam automatizado da Oi. Achando que lá vinha alguma propaganda inútil, eu já ia desligando quando a gravação disse:

"Seu telefone recebeu uma mensagem de texto que foi transformada em um recado de voz"

As minhas duas sobrancelhas deram um pulo pra cima. A mensagem continuou explicando que eu não pagaria nada para ouvir a mensagem e, na sequência, uma voz de "text-to-speech" ditou o telefone do remetente (era o celular da minha esposa) e leu a mensagem:

"Demora muito ainda?"

É que ela estava me esperando sair do trabalho e, ao invés de mandar pro meu celular, mandou a mensagem pro telefone de casa por engano. E acabou me fazendo descobrir esta funcionalidade que, segundo esta notícia, existe desde 2005 (no site da Oi eu não encontrei nada sobre o assunto).

Quer ouvir como é a mensagem? Fiz um outro teste e gravei: ouça aqui. A mensagem que enviei dizia: "Testando esquema de ler mensagens do telefone fixo. Ae pessoal do boteco, funciona!" (tudo porque o pessoal do Boteco HardMOB duvidou que funcionava)...

O kernel que eu criei

2007-06-20 01:15:00 +0000

E eu passei pelo blog de Renata, que contou que estava estudando Sistemas Operacionais. O que me fez lembrar de uma coisinha bastante nerd que fiz quando estudei a mesma disciplina no meu tempo de faculdade...

Ao fazer minhas anotações eu acabei inventando um personagem para representar o núcleo de um sistema operacional (chamado "kernel"). Era uma espécie de losango tridimensional que flutuava no espaço segurando uma plaquinha escrito "kernel"...


Esse aí era o meu Kernel!
Pois é... depois dessa eu não sei como consegui arrumar uma mulher pra me casar.

Prometeus - A revolução da mídia

2007-06-19 02:12:00 +0000

Videozinho que ilustra um possível futuro da mídia, toda convergindo para a internet. Muito bem feito e bastante plausível.

Só esqueceram do ponto de vista técnico: eu ainda acho que no meio do caminho mostrado no vídeo acontece um "global crash" da internet, surgem redes mais robustas, novos protocolos, novas limitações...

Bem, daqui a uns 20 anos eu leio este post e vejo se acertei.

Open Cola é isso aí

2007-05-24 17:42:00 +0000

Viva o lado open-source da vida

Sim, existe uma receita de bebida à base de cola, de "código aberto", licenciada sobre a Licença Pública Geral GNU.

A história da Open Cola é engraçada. Segundo a Wikipedia...

"Embora tenha sido planejada como ferramenta promocional para explicar o software livre/de código aberto, a bebida ganhou vida própria e foram vendidas 150 mil latas. A empresa Opencola, com base em Toronto e fundada por Grad Conn, Cory Doctorow e John Henson, ficou conhecida mais pela bebida do que pelo software que pretendia promover. Laird Brown, o estrategista-sênior, considera este sucesso como resultado de uma desconfiança generalizada em relação às grandes corporações e à 'natureza proprietária de quase tudo'"

Note que ela nasceu em Toronto, no Canadá. A cada dia que passa eu me convenço mais e mais de que, em termos de vanguarda cultural e tecnológica, Toronto é uma Nova Iorque disfarçada. Mas isso é assunto para outro post...

Toques de celular d'O Primo

2007-04-05 12:21:00 +0000

Antigamente, o toque de celular servia apenas para avisar que alguém estava te ligando. Hoje em dia ele serve para várias outras coisas: mostrar ao mundo seu gosto (ou desgosto) musical, agradar, irritar, fazer os outros rirem com você, fazer os outros rirem de você...

Foi assim, pensando no seu bem-estar social, que O Primo preparou alguns toques de celular especiais. Únicos. Diferentões mesmo. São estes:


Eeeeelectricity!

O que é: Música antiga, educacional, que fala sobre eletricidade. A letra é fantástica.
Use para: Dar uma de "nerd chique retrô"
Origem: Pinçada de um dos ótimos DJ sets de ambient do DF Tram.


Don't you touch me tomato!

O que é: Música antiga em cuja letra a cantora diz para não pegarem no "tomate" dela. Cheia de eufemismos, hã, "vegetais"...
Use para: Dar uma de "engraçadinho chique retrô"
Origem: Pinçada de um dos ótimos DJ sets de ambient do DF Tram.


Música do bar gay do filme "Loucademia de Polícia"

O que é: Sabe aquele bar gay do filme Loucademia de Polícia? Sabe a música que sempre toca quando eles entram lá? Pois é.
Use para: Atrair olhares bastante confusos durante uma reunião de trabalho
Origem: YouTube!


Half-Life 2: Overwatch Radio

O que é: Sons de bate-papo via rádio dos Combine no Half-Life 2.
Use para: Ótimo para tocar quando você receber mensagens SMS.
Origem: Eu que fiz, fuçando os arquivos do jogo e montando tudo depois.


Smells Like Teen Spirit "na boca"

O que é: Smells Like Teen Spirit, do Nirvana, tocada todinha com a boca!
Use para: Provocar risadas em quem estiver perto e fazer Kurt Cobain se remexer no túmulo.
Origem: É obra do mesmo cara que faz os arranjos vocais dos discos da Bjork.

Wi-Fi hax0ring, purtuguês e Arrotemail

2007-03-29 16:09:00 +0000

Ontem, no Galeão, por curiosidade, me conectei na rede wireless da sala de embarque e decidi dar uma passada de olho no "ambiente de rede" (onde aparecem os outros PCs conectados). Só pra ver se alguém tinha cometido uma burrice básica: deixar alguma pasta compartilhada na rede.

Em menos de quinze minutos eu achei dois computadores com pastas abertas na rede. Acontece que não era qualquer pasta: era o drive C, inteirinho, aberto e pronto para ser fuçado à vontade...

Eu realmente acho que as empresas deveriam dar um treinamento básico aos seus funcionários, juntamente com os notebooks. Afinal de contas, qualquer um mais mal-intencionado poderia ter destruído (ou roubado) informações valiosíssimas - e sem precisar decifrar nenhuma senha ou usar qualquer programinha "hacker"...

Se me pedissem apenas um conselho para se dar bem em qualquer profissão, eu diria: "Aprenda português". Pra mim, saber escrever e se comunicar direito é uma das habilidades mais importantes e, ao mesmo tempo, mais subestimadas...

Um exemplinho: quem sabe português nunca vai cair naqueles golpes de phishing (emails falsos que te pedem dados pessoais ou instalam vírus no PC). É que todos os emails de phishing que eu já vi tem erros grotescos de português que parecem dizer: "Olhe! Foi um menino de 15 anos que escreveu este email, apesar do endereço se parecer com o do Banco Itaú"...

Via Boingboing: Uma empresa de recursos humanos usou um critério interessante para filtrar currículos de concorrentes. Dos 50 candidados a uma vaga onde conhecimentos de internet eram requisitados, os 30 que tinham um email do Hotmail foram excluídos logo de cara. A justificativa: "Você não pode fingir ser um especialista em internet e ter um email do Hotmail ao mesmo tempo".

É uma afirmativa racista, prepotente... e 100% correta.

A saga do notebook novo

2007-03-06 05:03:00 +0000

Eu estava devendo este post já faz um tempo. É uma história loooonga e triste, mas que acabou (razoavelmente) bem.

É o seguinte: no começo do ano eu resolvi comprar um notebook novo pra mim. Afinal, meu fiel Toshiba Satellite já apresentava as bicheiras normais da idade avançada (relatadas aqui), e desde antes do casamento eu já estava com vontade de ter uma máquina mais poderosa, pra poder jogar Doom 3 no aeroporto abrir mais facilmente aqueles arquivos Excel de trabalho que tem 10 MB :)

Muita pesquisa depois, optei por um HP Pavilion dv6045nr. Só faltava decidir onde comprar. E é neste ponto que eu tive a idéia mais imbecil de toda a minha vida: comprar pelo Mercado Livre.

Sim, eu sei, podem me xingar porque eu mereço. Não sei que espírito maligno tomou conta de mim e me fez ter essa idéia de jirico, porque toda vida eu sempre achei o ML um covil de caloteiros. Mas aí Bethania comprou meus (deliciosos) fones Shure E3C usando o ML, e eles vieram do Japão até a porta da minha casa sem problemas, e aí o jumento aqui começou a achar que o ML podia ser uma boa opção por causa dos preços. Acabou que, com todo o gasto extra que tive, dava pra comprar o mesmo computador na Americanas.com. Parcelado, direitinho, com garantia...

Enfim: na segunda quinzena de janeiro dei o lance fatídico numa oferta do usuário ARPALONE, de Curitiba, que até parecia honesto com 96% de avaliações positivas no ML, medalhinha e tudo. Até site pra vender online o cara tem. No dia seguinte ao lance, todo gentil, ele respondeu meus emails, combinamos pagamento e envio via Sedex a cobrar - por segurança (aff...), pra eu pagar só ao retirar nos Correios - e, alguns dias depois, tinha uma caixa grandona lá em casa.

Eu nem bem comecei a abrir a caixa e me bateu um péssimo pressentimento, confirmado instantes depois. O computador estava lá, mas:

1) O modelo era diferente do que eu encomendei, e...
2) O notebook era USADO, e tinha sido até aberto/desmontado!!

Fisicamente, o modelo que encomendei (dv6045) é idêntico ao o cara enviou (dv6058). A única (e sutil) diferença é o processador mais lento: 1,6 GHz, em vez de 1,8 GHz. E os indicativos de que o notebook tinha sido mexido eram bem discretos: tampa mal encaixada, arranhões nas costas do LCD, marcas de chave de fenda nas laterais... um cara mais trouxa cairia fácil no golpe. Mas um cara realmente inteligente JAMAIS compraria notebook no Mercado Livre, então digamos que ele estava pegando o "semi-trouxa" que aqui vos fala.

Bem, no dia seguinte (um sábado) liguei pro cara. Atendeu um tal Marcelo. Educadamente, expliquei que me mandaram o modelo errado e que o micro era usado. Marcelo disse que foi um engano, que foi o sobrinho dele (chamado Neto) que errou na hora de enviar e que ele ia falar com ele pra fazer a troca. Cortei na hora dizendo que queria é meu dinheiro de volta. E as canelas cabeludas das pernas curtas das mentiras dele começaram a aparecer:

- Então tá, te devolvo seu dinheiro na sexta que vem.
- Sexta não, quero esse dinheiro na segunda-feira.
- Num dá, eu não tenho o dinheiro, tenho que esperar o tempo de compensação do Sedex a cobrar, que é de cinco dias, aí eu recebo seu dinheiro e te devolvo.
- Ok, e você não tem mais NENHUM dinheiro em caixa pra devolver pra mim?
- Não tenho não.
- E você quer que eu acredite nisso?? Vocês tem uma penca de anúncios no ML, vendem computadores o tempo todo, e não sobra NENHUM dinheiro no caixa?

A discussão foi esquentando até que eu disse que iria ter que "negativá-lo", ou seja, tacar uma avaliação negativa no ML indicando problemas na negociação (e melando um bocado a reputação dele). Nessa hora ele encrespou e disse:

- Se você me negativar, nunca mais vai ver a cor do seu dinheiro.

Pois é. Se arrependimento matasse eu tinha morrido e reencarnado umas três vezes, logo depois daquela frase. Naquele ponto ficou óbvio que a coisa toda era golpe. Mas continuei discutindo: Marcelo, irritado, não arredava pé e só devolveria meu dinheiro sexta-feira. Aí, na hora que ele ia desligar o telefone, eu percebi um detalhe:

- Marcelo, peraí.
- O quê?
- Como é que você vai me devolver o dinheiro sendo que nem pegou o número da minha conta-corrente?

"Owned", diriam os gringos. Ele ficou possesso:

- Ué! Eu não desliguei ainda!! Tá vendo? Ainda tou falando com você!!
- Mas se eu não dissesse nada nós dois sabemos o que ia acontecer, não é?

O resto da discussão não deu em nada, ele continuou com o papo de que "entrava em contato" até sexta-feira, desligou e passou a não atender mais o telefone. Provavelmente marcou o meu número no identificador de chamadas dele.

Na segunda-feira seguinte eu estava no Rio e liguei de novo. Só assim, usando outro número de telefone fixo, consegui que alguém atendesse o telefone. Dessa vez era o tal "Neto". Ele disse que ficou sabendo do problema e já estava providenciando a troca. Repeti que não aceitava troca e queria o dinheiro de volta, e o Neto disse que isso era "impossível". E tome briga telefônica, tudo de novo. Irritado, ele veio com um papo de que ia conversar com o Marcelo e depois me retornava.

Deixei que ele quase desligasse o telefone e...

- Peraí Neto.
- O que foi?
- Como é que você vai me ligar se já está desligando e nem pediu meu número de telefone?
- Er... peraí só um instante...

E desligou. E adivinhe só? Também passou a não atender mais o telefone...

À noite liguei para o Léo, um amigo que é advogado e que me deu um atendimento totalmente VIP sobre como eu devia proceder judicialmente (valeu demais, Léo!). No entanto a recomendação dele era a de que eu esgotasse, primeiro, a negociação normal. Então resolvi me "armar" pra ela, e fui direto pedir ajuda ao Tio Google.

Algumas horas de pesquisa e eu tinha o Orkut dele, sabia que ele fez Engenharia Elétrica (um professor deixou as notas na web. Ele tomou pau em "introdução à programação", coitado), e o mais importante: achei o endereço e telefone vinculados ao website deles (usando o registro.br e a lista telefônica online de Curitiba)...

No dia seguinte, usando este novo telefone, consegui que ele me atendesse. A desculpa de que o outro telefone não atende é que a loja (fantasma) dele não abre antes das 10:30. Sem cerimônias, avisei que havia ligado para meu advogado e que eles seriam notificados judicialmente porque estavam agindo de má fé. Ele veio com um "deixa disso", dizendo que era só mandar o computador que ele trocava. Respondi:

- Cê tá brincando né? E que garantia eu tenho de que vocês não vão sumir com o computador e nunca mais me dar retorno?
- Manda só o micro e fica com a nota fiscal, como garantia - disse ele.
- Mas a nota fiscal que você me mandou não tem validade nenhuma!!
- Claro que tem! Pergunta esse seu advogado aí, eu também sou advogado, eu entendo disso!

Viu só a outra perna curta da mentira aparecendo? Não perdi a chance:

- Advogado? Pensei que você estudava engenharia elétrica...

Gaguejando, o Neto respondeu:

- E-eu sou advogado mas também fez engenharia. E como você sabe disso??
- Tenho meus meios... - respondi, com um sorrisinho no canto da boca.
- E-eu também tenho os meus, viu! - Disse ele de volta, tentando segurar os cacos da mentira.

Mesmo assim a negociação, de novo, não deu em nada.

A essa altura a maioria dos meus amigos e colegas de trabalho já sabia do que estava acontecendo, e todos estavam sendo bastante solidários comigo. Pelo MSN, Luiz deu uma boa sugestão: mandar o computador para alguém em Curitiba, que poderia levá-lo até o Neto e trocá-lo em pessoa. Papo vai, papo vem, descobri que tinha um consultor, conhecido do meu chefe (mas que eu não conhecia), chamado Theóphilo, alocado num projeto justamente em Curitiba. Liguei pra ele na cara dura, contei a história e fiquei surpreso com a boa-vontade dele, que se prontificou na hora a me ajudar.

No dia seguinte eu fui para Windturn City. Como meu DDD e telefone fixo mudaram, consegui que o Neto me atendesse mais uma vez. Expliquei que iria mandar o computador para um amigo, que o trocaria pessoalmente. E ainda sobrou espaço para mais uma mentirinha do Neto, que disse:

- Tá certo. Eu só preciso de uns dois dias pra minha importadora em São Paulo me enviar o computador.
- São Paulo?
- É, São Paulo...
- Pô, sexta-feira eu vou passar por São Paulo, me fala o endereço da importadora que eu passo lá!
- Num dá...
- Que porra é essa de "não dá"??
- É que não tem equipe de vendas lá, é só um funcionário...
- Porra, liga pro tal funcionário e fala que eu vou lá ué!
- Errr, não dá, tem que mandar pra cá mesmo...

Obviamente não existia importadora em São Paulo. O porquê desta mentira adicional eu só entendi no final da história toda.

Mandei o computador para o Theóphilo trocar. Por email, o Neto pediu mais dois dias para "receber os computadores da importadora". Mas a enrolação toda acabou quando recebi um telefonema, na noite de quarta-feira, 07 de fevereiro: era o Theóphilo avisando que tinha acabado de trocar os notebooks. Segundo ele, dessa vez o Neto entregou o micro certo - e novo.

E, pela primeira vez em mais de três semanas, eu consegui dormir tranquilo.

Neste ponto algumas mentiras já tinham caído por terra: Como eu esperava, não havia loja nenhuma, o tal Neto era um playboy bombadinho que atendeu o Theóphilo em seu apartamento de classe média-alta. Segundo ele, o quarto do tal Neto era cheio de gadgets e eletrônicos caros: TV de plasma, home theater, o escambau.

Com o notebook em mãos, só faltava entrar no Mercado Livre e, enfim, "negativar" o salafrário. Qual não foi a minha surpresa ao ver que o prazo para negativá-lo tinha vencido, e que ELE tinha avaliado a negociação como "neutra" dizendo que a venda não foi concretizada. Só então o burro aqui entendeu por que ele estava demorando pra fazer a troca do computador: é que assim ele evita ser negativado, já que se eu o negativasse antes de trocar o notebook, "jamais veria a cor do dinheiro"... lembram?

E foi assim que acabou. Apesar de estar digitando este post no notebook novo, continuo me sentindo enganado. E, enquanto isso, ele continua aplicando seus golpes naqueles cuja burrice é igual ou maior à minha.

Se quiserem usar os comentários pra me xingar, estejam à vontade. Eu mereço...

Update: Esqueci de mencionar que durante esta saga encontrei o site veja.org, que é um ponto de encontro onde os lesados pelo Mercado Livre podem contar suas histórias. É bom para pesquisar nomes de usuários do ML que já lesaram alguém. Infelizmente o ARPALONE que me vendeu o notebook não está citado lá, mas já estou tomando providências quanto a isso...

Como fazer seu iTunes conversar com o teclado multimídia

2007-02-13 03:01:00 +0000

Meu iPod foi a melhor coisa que comprei nos últimos 30 anos, exceto por um detalhe: ele me obrigou a usar o iTunes pra quase tudo.

O iTunes é até bom, mas tem uns bugs idiotas. Um deles é assim: se você tem um teclado multimídia, daqueles com teclas "play" e "pause", elas só funcionam no iTunes se ele for o programa ativo no momento, o que mata a praticidade de um teclado desse tipo.

Achei a solução aqui. É só baixar um arquivo chamado mmkeys.dll (mirror aqui) e botar em c:\Arquivos de Programas\iTunes\Plug-Ins. Crie a pasta "Plug-Ins" (com hífen e tudo) se ela não existir. Se tudo der certo, o "play" e "pause" do seu teclado vão playzar e pausear o iTunes independentemente de qual programa você estiver usando.

O engraçado é que pouca gente sabe que o iTunes aceita plugins. Tem vários outros bons plugins neste link, por sinal.

A pobreza online do Brasil

2007-02-08 18:12:00 +0000

Toda vida eu só acompanhei a movimentação da internet "internacional". Pra mim, acompanhar a internet brasileira era perda de tempo, pois em termos de conteúdo novo ela era, simplesmente, patética.

Recentemente resolvi adicionar alguns sites brasileiros nos meus bookmarks de leitura diária, pra ver se alguma coisa tinha melhorado. Aí hoje eu entro no Rec6 (um dos muitos clones brasileiros do Digg) e dou uma olhada nos 10 headlines...

Três são de conteúdo original. Uma notícia nacional, útil e inédita (pra mim) - e que, ironicamente, saiu do ar, um anúncio do Google Docs & Spreadsheets em português e um "comentário do editor" sobre uso de internet.

Vários outros são replicação de notícia do resto da internet. Nada contra isso: afinal, sites do tipo do Digg existem exatamente para replicar esse tipo de coisa. Acontece que apenas em um deles a notícia replicada vêm mesmo do Brasil. Ou melhor, quase, já que ele repete uma notícia que eu tinha visto na Folha de São Paulo sobre o blog da Wired. O resto dos "repasses de notícia" relatam um novo serviço de hosting da gringolândia, ataques nos DNSs da gringolândia (que eu já tinha visto no Slashdot) ou traduzem artigos dos sites de notícia americanos... Tem também este aqui, que é só uma reedição de um artigo em inglês (que é citado apropriadamente, com todos os créditos, etc).

Digo isso porque outros dois artigos (em destaque, lembre-se bem) são cópia descarada. Este aqui é plágio de um artigo em inglês que estava ontem entre os populares do del.icio.us. O autor simplesmente traduziu o texto e adicionou um parágrafo no fim. O post está como se fosse de autoria dele. Ele não botou nada entre aspas, não falou que está citando outro artigo, e por muito pouco ele não deixa de dar o link para o original. O outro é um artigo (hoje fora do ar) sobre a página inicial da Apple ao longo dos anos. O autor nem se preocupou em avisar que pegou as imagens de um cara do Flickr...

Resumo: de dez links, três eram originais, quatro eram notícias do exterior, um era notícia "quase" brasileira e dois eram plágio. Acho que com isso dá pra vocês tirarem suas próprias conclusões...

Meu sonho é escrever igual os redatores do Gizmodo...

2007-02-06 17:34:00 +0000

Meu sonho é escrever igual os redatores do Gizmodo. Saca só esta nota sobre um relógio estranho com uma laranja no meio:

"Okay my little droogies, your humble narrator brings you a 10-inch timepiece that will remind you that it's time to stop listening to Ludwig Van and get back to the old in-out. You won't have to commit any of the ultra-viol to get one, either, because it's just $15.99"

Musique non stop

2006-11-14 03:22:00 +0000

Eu já li, nuns dois lugares, matérias sobre a criação dos efeitos sonoros do Windows Vista, o próximo lançamento Microsoftiano.

Aí você pensa: que falta de assunto, matéria sobre os barulhinhos do futuro Windows. Alto lá, cara pálida, pois este é o design sonoro mais importante do mundo.

Imagine quantas vezes você vai ouvir os sons do seu Windows. Eles tem que ser legais da primeira vez que você ouve, da segunda, da terceira... eles tem que soar bem às dez da noite de uma sexta-feira, quando o Excel travar e você perder as últimas quatro horas de trabalho...

Pra piorar, lembre-se que pouquíssima gente muda os sons padrão do Windows. Ou seja, você ainda vai ouvir versões incidentais do sonzinho de startup do Windows toda vez que for numa lan house ou que seu colega abrir o notebook no aeroporto. Sabe aquela história de fumante passivo? Pois é. Eu já enjoei tanto que acabei fazendo uns sons novos pro meu PC.

Mas aí hoje eu achei um vídeo comparando os sons do XP com os do Vista. A maior parte dos barulhinhos novos é só um remix mais sutil dos velhos. Acho que o toque de sutileza deve ser pra você não enjoar tão rapidamente...

Ultimamente eu ando musicalmente experimental. Hoje no cooper, por exemplo, eu cismei de ouvir Circassian, música do Fennesz, que tem cinco estrelas no meu iPod.

Circassian não é uma música para principiantes. Se você acha que eu estou apenas sendo esnobe, ouça você mesmo. Faixa cinco. Pra quem tiver sem saco ou sem som, vai uma breve descrição de Circassian.

Trata-se de quase 6 minutos de uma "parede sonora" composta unicamente de barulho. O "barulho" é uma guitarra ligada num sem-número de efeitos que a tornam praticamente irreconhecível. Esta "parede sonora" desloca-se harmonicamente ao longo do tempo, e isso é que forma a música: uma massa enorme de ruído que vai se transformando devagar. Isso a torna genial e linda ao mesmo tempo.

Aí eu estava na esteira, taquei o dedo no play e veio aquela onda de barulho nos fones de ouvido. E aí eu não entendi nada: foi como se o som estivesse vedando a minha cabeça. Começou pelos ouvidos, depois foi entrando no crânio e de repente o cansaço sumiu, a dor nas pernas sumiu, a sensação de estar correndo e pisando no chão duro sumiu. Eu juro que foi exatamente assim: de repente eu quase não podia sentir que estava correndo. Em algum canto obscuro da minha cabeça eu ainda registrava o movimento das pernas e dos braços, mas os outros 99% do meu cérebro tinham se diluído no meio daquela barulhada toda.

Seis deliciosos minutos depois, eu voltei ao normal.

Deus abençoe as endorfinas e a música experimental...

Deu vírus

2006-07-25 13:28:00 +0000

Bethania diz que eu sou paranóico com segurança digital, só porque eu uso senhas compridas, mudo-as com frequência e desconfio de tudo e todos.

Ontem essa paranóia salvou minha pele.

Fui usar o computador daqui de casa, o mesmo que meu pai e minha irmã usam, pra acessar minha conta do Banco do Brasil. Tava com pressa e resolvendo um monte de outras coisas ao mesmo tempo, então abri o Firefox, digitei rapidinho a agência, conta, senha e na hora do OK, o susto: "Dados não conferem". Aí eu parei e todas as luzinhas de alerta do meu cérebro acenderam. Eu sabia que havia digitado certo. Tanto que digitei tudo de novo e funcionou.

Ainda assim eu SABIA que tinha algo errado, então mudei imediatamente a senha e saí. Quando fechei o Firefox, notei que tinha uma janelinha de login/senha boiando, solitária, na tela...


Objeto voador não-identificado...

Pra confirmar minhas suspeitas, abri o Gerenciador de Tarefas e cliquei em "Processos". Nessas horas a paranóia, casada com o instinto aguçado obtido após anos trabalhando com computadores, compensou: não precisei de mais de um décimo de segundo pra ver, na lista de dezenas de processos ativos, um que chamava-se "microsoft.exe". É o típico lobo em pele de cordeiro, ou nesse caso, vírus segurando uma plaquinha escrito Microsoft pra dizer "eu sou do bem". Afinal de contas, se fosse um processo genuinamente Microsoftiano, ele teria um nome mais charmoso, como "mssftlyr.exe"...

Uma rápida pesquisa no Google confirmou minha suspeita: o tal "microsoft.exe" era o vírus Gaobot, usado para roubar senhas de home banking. Por isso que, da primeira vez que digitei minha senha, deu erro de "dados não conferem" - na verdade eu havia digitado é no Gaobot, e ele inventou esse erro aí e me jogou de volta pra página original do Banco do Brasil pra que eu não desconfiasse de nada, enquanto ele envia a minha senha pra algum estelionatário digital por aí. E, às vésperas do casamento, este problema seria especialmente grave...

Access? Denied!

2006-06-14 21:16:00 +0000

E eu acabo de perder DOIS DIAS de trabalho tentando resolver um problema* cuja culpa era do Microsoft Access.

Concordo cada vez mais com o Mark, nesta tirinha online:

"Alex, pensa bem. Todo ano os computadores ficam cada vez mais rápidos... mas o software continua rodando na mesma velocidade. Pra onde vai toda essa sobra de poder de processamento?

Vai para o MAL Alex, vai para o MAL!!!"

* - Para os mais nerds, o problema era esse aqui

Update: Quer uma prova que seu computador é mesmo maligno? Olhe aqui...

Get a mac!

2006-05-03 21:38:00 +0000

Novos comerciais da Apple. Que bosta. Eu me identifiquei direitinho com o PC.

Update: Eu tou vendo aqui o resto dos comerciais... putz, essa é uma das melhores séries de comerciais que eu já vi na vida!

Limpeza pesada de disco rígido

2006-04-20 01:19:00 +0000

O meu notebook tem um HD de 40 GB que, quando eu assustei, tinha apenas 500 MB livres. Aí tive que parar pra dar uma faxinada nele.

Em pouco mais de duas horas, liberei quase 5 GB de espaço, sem apagar nenhum arquivo pessoal ou de trabalho. O segredo? Método.

Antes de faxinar de verdade seu disco, é bom fazer duas coisas:

Painel de Controle, Adicionar ou Remover Programas. Sempre tem alguma bobagem instalada que pode ser removida sem dó.

Rodar o CCleaner (Crap Cleaner) para limpar arquivos temporários, logs do Windows e outras inutilidades. Na minha faxina, ele achou 130 MB pra limpar!

Reduzir o tamanho da lixeira do Windows. É só clicar com o botão direito nela e, em Propriedades, ajustar o tamanho pra 1 ou 2% do tamanho do disco. No meu caso, 2% dá uns 800 MB, que são mais que suficientes.

Depois, é hora de partir pra limpeza mais "refinada". A melhor opção é usar o gratuito e maravilhoso WinDirStat, que lê seu disco inteiro e desenha um treemap com a ocupação de cada arquivo numa grande figura colorida.

Quando você passa o mouse sobre os pontos coloridos, ele lhe mostra que aquivo é. Olha só como ficou um pedaço do meu disco...

Aí fica moleza achar arquivos grandes e ver as pastas que mais consomem espaço no seu disco.

Lembre-se também que existem outras alternativas de economizar espaço sem apagar arquivos. É só gravá-los em CD ou DVD, ou em arquivos ZIP ou RAR.

Protegendo seu PC - De você mesmo, inclusive

2005-12-28 19:54:00 +0000

Hoje eu descobri que o Windows XP com Service Pack 2 possui um novo avanço em segurança: ele apaga seus arquivos sem avisar!

É sério.

Agora há pouco eu estava eu no MSN com Bethania, quando ela resolve me mandar um MP3 de 17 MB. Quando o download terminou, eu cliquei no link e... surpresa!

Mas o melhor eu nem te conto: o arquivo SIMPLESMENTE DESAPARECEU do meu HD.

Pra que você não passe a raiva que eu estou passando nesse exato momento, duas dicas que resolvem o problema:

Baixe e rode este patch para o MSN. Ele permite fazer altas modificações no Messenger, desde remover os banners de propaganda até desabilitar a "file transfer protection", que foi essa palhaçada aí de apagar arquivo sem avisar.

Uma solução mais radical (e para usuários avançados) é desabilitar o Windows Security Center inteirinho. Basta ir no Painel de Controle/Ferramentas Administrativas/Serviços, procurar o serviço chamado "Security Center" (Central de Segurança), dar dois cliques nele, depois clicar em "Stop" e escolher "manual" na opção "Tipo de Inicialização" (Startup Type).

Firewalls - Uma relação de amor e ódio

2005-08-27 03:30:00 +0000

A minha entrada para o mundo corporativo das camisas de botão e crachás pendurados no bolso deu-se lá por volta do ano de 2001, no setor de tecnologia de um banco.

Foi lá que iniciei meu aprendizado sobre o ambiente de trabalho corporativo. A primeira lição chamou-se restrição: de horário, de vestuário, de comportamento... mas, para mim, o pior dos itens restritivos era o firewall.

"Mas o que é um firewall", alguém poderia perguntar. Pensei em dar uma explicação técnica rebuscada, mas achei que isso fosse espantar você, leitor. Por isso, resolvi pedir a ajuda da maior expert em tecnologia do mundo moderno: Britney Spears.

Minha cara Britney, explique aos nossos leitores o que é um Firewall, por favor...

Obrigado, Britney.

Voltando ao assunto: o objetivo básico do firewall nas empresas é evitar que os empregados naveguem em sites "não relacionados com o trabalho" (cof cof, mulher pelada, cof cof). Só que eles ignoram algumas verdades simples. Por exemplo:

Quem quer enrolar no trabalho tem inúmeras outras formas de fazê-lo. Na minha época de banco, por exemplo, um dos meus colegas passava dias inteiros jogando num emulador de Atari...

Existem inúmeras formas de burlar firewalls.

Filtrar sites baseando-se numa lista de palavras "proibidas" é uma estratégia, no mínimo, imbecil. O taradão da Contabilidade pode até estar impedido de acessar "RaunchySex.com", mas consegue ver mulher pelada até no site do Terra...

Mas o firewall, como Dr. Jekyll e Mr. Hyde, tem um lado bom. Com ele a empresa também fica protegida dos Terríveis Hackers de 13 Anos E Espinhas No Rosto que tentam invadir a rede da NASA e, nas horas vagas, os sites das empresas brasileiras. Eu até tenho um firewall instalado no meu computador, veja você.

Outra vantagem dos firewalls é aperfeiçoar o processo criativo e estimular o lado político das pessoas. Ora, eu não teria escrito este post se o firewall de uma das empresas onde trabalho não estivesse bloqueando blogs. Simples e inofensivos blogs. A situação está num ponto tão revoltante que as pessoas protestam silenciosamente nas ruas, a todo momento, usando suas camisetas do Che Guevara.


"Che Guevara? Quem é esse?... Hein, a camiseta? Ah, eu comprei porque tá na moda..."

Google - Debaixo do capô

2004-12-07 23:07:00 +0000

O Uêba linkou uma ótima reportagem do site ZDNet australiano. É sobre "a mágica que faz o Google funcionar".

É uma longa leitura, mas cheia de entretenimento para os mais nerds como eu. Deu pra descobrir, por exemplo, que:

Os computadores do Google usam um sistema de arquivos próprio, chamado Google File System, ou GFS;
O Google tem mais de 30 clusters com até 2000 PCs cada que guardam quatro bilhões de páginas indexadas;
Todo o hardware por trás do Google é composto de peças "genéricas", baratas e que falham o tempo todo. Todas estas falhas são previstas e contornadas com soluções internas de software (como espelhamento triplo de dados, por exemplo);
Desde fevereiro do ano 2000 não houve nenhuma falha total de sistema. E, pelo que eu li, nunca vai haver...

Eu acho que ele não achou

2004-11-12 13:33:00 +0000

A Microsoft colocou no ar seu concorrente do Google.

Fiz um teste: procurei por "o primo" ;no Google e no da MS.

O da Microsoft voltou 41.942 resultados e nenhum link para este blog.

O Google voltou aproximadamente 47.000 resultados. O primeiro e o quarto link apontavam corretamente para cá.

Luto

2004-11-12 13:26:00 +0000

Este post está de luto pelo Winamp

Audiopad

2004-10-27 21:27:00 +0000

Imagine uma mesa, com uma grande tela em branco por cima. Imagine agora que, sobre esta tela, tem um datashow, ou projetor multimídia, como quiser.

Agora imagine que, sobre a tela, estão algumas peças de diferentes formatos. Imagine que cada peça possui um íma e que debaixo da tela tem um monte de antenas que permitem que um computador leia a posição das peças.

Imagine que este computador use o projetor multimídia para projetar pequenos menus e marcações animadas sobre cada peça.

Agora imagine que tudo isso é um controlador de áudio, ou seja, que as características da música que o computador reproduz possam ser controladas, ao vivo, pelo movimento e posição das peças sobre a mesa.

Conseguiu imaginar isso tudo aí? Pois é. James Patten e Ben Recht (conhecido como Localfields) não somente imaginaram como implementaram o controlador de áudio mais legal do mundo: o Audiopad.

Minha explicação talvez não tenha deixado claro o tanto que isso é legal.

Não, você ainda não entendeu. Isso é muito, muito legal. O Audiopad foi reconhecido no 2004 Industrial Design Excellence Awards e tudo. Deu na Wired, deu num monte de lugar. Os caras até vieram ao Brasil com o negócio. Ah! E ele roda em Linux!!

Além do mais... eu já falei que isso é muito legal?

To-do, to-do...

2004-10-14 15:29:00 +0000

O genial cliente de e-mail do Opera, chamado M2, tem várias características fantásticas. Uma delas é a de botar "labels" nos emails pra organizá-los.

Eu adorava isso porque funciona muito bem. Hoje não gosto tanto, justamente porque funciona muito bem. Bem até demais.

Marte, a caca

2004-01-29 13:20:00 +0000

Após a sonda Spirit ter concluído que, realmente, não tem porcaria nenhuma em Marte, a sonda Opportunity, que pousou em outro local do planeta, confirma que lá, também, não tem absolutamente nada.

A Ferrari dos PCs

2003-09-25 02:58:00 +0000

Tipo, os caras ficam babando em Ferraris, Lamborghinis... e eu nunca liguei. É porque não gosto de carros.

Agora eu entendo como eles se sentem, porque acabo de ver a Ferrari dos PCs: um computador chamado MachL 3.8

Uaaaaaau...

O disco rígido não é disco, é de memória Flash (PuRom), 8 GB/seg com 0% de utilização da CPU. O sistema de resfriamento é a vapor e mantém a CPU (Intel, de 3.8 GHz) a -35 graus (sim, MENOS 35 graus). Meu Athlon 900 tá beirando os 53 graus positivos aqui...

E nem me peça pra falar da placa de vídeo (Radeon 9800), do monitor panorâmico, do display que botaram no gabinete...

Robos Artistas

2003-07-16 22:18:00 +0000

Vi uma interessantíssima matéria do site Wired News sobre a mostra ArtBots, em NY. São robôs que fazem arte.

Achei lindíssima a parte dos "artistas semivivos" - Neurônios de rato cultivados em laboratório, cujos impulsos elétricos são traduzidos em desenhos por um computador. Os desenhos são realimentados, via estímulos elétricos, nos neurônios, pra servir de retroalimentação ao impulso "artístico". Bizarro? Que nada, genial.

Computadores fazem arte; Robôs fazem também

2003-07-16 22:17:00 +0000

Vi uma matéria interessantíssima do site Wired News sobre a mostra ArtBots, em NY. São robôs que fazem arte.

Achei lindíssima a parte dos "artistas semivivos" - Neurônios de rato cultivados em laboratório, cujos impulsos elétricos são traduzidos em desenhos por um computador. Os desenhos são realimentados, via estímulos elétricos, nos neurônios, pra servir de retroalimentação ao impulso "artístico" dos neurônios. Bizarro? Que nada, genial.

(Update: Acessando artbots.org você é levado ao site da exposição do ano corrente. Os arquivos desde 2001 estão lá também)

Reason: o 0.5 que faz toda a diferença

2003-05-27 12:40:00 +0000

Taí. Upgradeei meu Reason da versão 2 pra 2.5...

Eu juro que se tivesse US$ 400 (R$ 1200) eu comprava o software original. E se um dia parar essa grana na minha mão eu vou lá e compro. Vale cada centavo. Os programadores merecem.

O Reason novo incorpora alguns efeitos zero bala. Tem o RV7000, um reverb novinho e com som profissional. Veio pra substituir o pobre reverb antigo e limitado do Reason. O mais engraçado desse reverb novo é que os patches dele foram feitos por vários profissionais da música, compositores, engenheiros de som... e quando você vê quem são os caras, é gente que mixou Backstreet Boys, Kylie Minogue, Christina Aguilera...

E tem o BV512, o novo vocoder. O 512 no nome é porque ele tem 512 (!!!) bandas, o que significa um som "vocodado" de alta fidelidade. E sem comer CPU, o que é impressionante. Outro detalhe é que dá pra usar o BV512 como equalizador multibanda variável, de 4 a 512 bandas. Finalmente vou poder parar de ligar os equalizadores do Reason em cadeia pra conseguir mais de 2 bandas...

E tem o tão sonhado Scream 4... definido como uma "sound destruction unit". É até engraçado, um dos botões que regula a intensidade do efeito está marcado como "damage control". Mas além de "espancar" os sons, o Scream 4 não é só pauleira, ele tem também um efeito de "tape saturation" que me deixou bobo. Engorda qualquer baixo, fica maravilhosamente intenso. Agora eu entendi o que o pessoal fica dizendo quando fala que falta um toque analógico na música eletrônica.

Além disso tem uns outros efeitos, um de uníssono, e os mergers/splitters Spider Audio, que misturam/dividem sinal e CV (control voltage). Só faltava isso pro Reason ter uma interconectividade digna de, digamos, um Buzz da vida.

Tecnologia num mundo menos materialista

2002-12-06 13:08:00 +0000

Hoje o Cris Dias resolveu um dos grandes dilemas da minha vida tecnológica: Como é que a tecnologia existirá num futuro onde o mundo for um lugar melhor, com pessoas menos egoístas, menos foco materialista e mais espiritualidade na cabeça das pessoas?

Foi numa frase simples onde ele comenta que o Rio Grande do Sul vai usar software livre:

De pouquinho em pouquinho a tecnologia (e a Internet em especial) vão tornando o mundo um lugar menos focado no dinheiro.

Diacho!! Como eu não pensei nisso antes? Agora a tecnologia tem lugar na minha utopia de mundo perfeito. Valeu, Cristiano.

Windows novo fecha portas e janelas

2002-11-21 21:26:00 +0000

Vamos ler esse artigo aqui... hmm, TCPA... Windows Palladium...

Nas breves linhas que essa coluna nos permite vamos tentar elucidar o que vem a ser "plataforma" TCPA e o DRM e as principais características do Windows PD. Acredito que cabe falar sobre esse assunto nessa coluna sobre software livre porque veremos como a TCPA em conjunto com outras leis americanas podem simplesmente acabar (sem paranóias, por favor!) com o software livre.

O QUÊ?!

"...mecanismo de controle de cópias não autorizadas diretamente nos dispositivos reprodutores. No caso dos computadores, a indústria pleiteia ter um método de controle direto..."

O Windows DP será baseado em quatro pilares(...)

Curtained Memory: Habilidade de proteger/esconder páginas da memória principal de modo a garantir que nenhuma aplicação poderia ser modificada ou observada por outra aplicação (ou mesmo pelo próprio sistema operacional)

Attestation: Habilidade de um pedaço de código assinar digitalmente um punhado de dados e assegurar a quem quer que receba esses dados assinados que eles foram construídos por um software não-falsificado, identificado criptograficamente.

Sealed Storage: Habilidade de armazenar informações de forma segura de modo que uma aplicação Palladium possa determinar que aquelas informações só serão acessadas por ela ou por um conjunto de componentes confiáveis que podem ser criptograficamente identificados de maneira segura.

Secure Input and Output: Existência de um caminho seguro desde o teclado e o mouse até uma aplicação Palladium e desta até uma região na tela do computador.

Bom, mas o que isso significa para você, pobre usuário mortal?

1) Seu CD-ROM pode não mais "ripar" músicas em MP3
2) Se seu Word for pirata, o Windows vai GRITAR com toda a força e o programa não vai funcionar
3) Se você instalar algum hardware no seu micro, o Windows vai querer revalidar toda a sua máquina, e se o hardware for alguma coisa do tipo "la garantia soy jo", é perigoso seu micro não deixar o hardware funcionar.
3) Se você baixar um shareware ou freeware mais "underground" da Internet, é perigoso o Windows lhe vir com uma pá de mensagens do tipo "Este programa não é certificado digitalmente e não é confiável" ou sequer rodar o programa.
4) Aqueles "cracks" de programas que todo mundo pega da Internet pra "registrar" um software vão parar de ser feitos, porque o processo de crackear um programa ficará extremamente mais difícil, senão impossível.
5) E quanto aos programas GNU GPL, os softwares livres?

"Pelo que foi visto o novo sistema da Microsoft terá um mecanismo de autenticação, um monitor confiável que dará permissão para que os programas "confiáveis" possam ser executados. E quem difinirá o que é "confiável"? O presidente da empresa já afirmou que os programas licenciados sob a GNU GPL (Linux, Apache, OpenOffice, KDE, etc) são como um "câncer"."

É isso aí!! Que merda de mundo capitalista hein!

Ghostzilla: Os Fantasmas Me Divertem!

2002-11-12 16:23:00 +0000

O Ghostzilla é uma extensão do Mozilla 1.0 (o antigo Netscape, que teve seu código-fonte aberto). Ele promete, logo de cara, na página principal:

"Acesse a internet livremente, sabendo que as pessoas em volta de você não vão ver o seu browser, mesmo que elas olhem diretamente para seu monitor".

E o Ghostzilla cumpre!!! A idéia por trás do projeto é simplesmente uma das coisas mais geniais que vi em toda a minha vida online.

As páginas são geradas com fundo branco e texto cinza, bem discreto. As imagens só aparecem se você passa o mouse sobre elas. E o melhor: não tem janela do browser. É, isso mesmo. E sabe por quê? Porque, com um movimento do mouse, ele usa qualquer janela de qualquer aplicativo para aparecer! Você está no Word, faz o "movimento mágico" com o mouse, e lá está o navegador no meio do seu texto do Word!


Este sou eu, trabalhando no meu Query Analyzer. Aí, basta fazer o movimento mágico com o mouse...


E lá está o navegador, no meio do meu Query Analyzer. Esse aí é o site do Terra...

E pra sair do browser? Mova o mouse pra fora da janela onde o Ghostzilla apareceu! Fala a verdade, não é genial???

Deus abençoe o Open Source! Baixe o Ghostzilla aqui.

Histórias de suporte técnico

2002-11-04 15:20:00 +0000

Suporte Técnico: "Certo... agora dê um duplo-clique no ícone do Gerenciador de Arquivos."
Cliente: "Por isso que eu odeio esse Windows... por causa desses ícones... eu sou Protestante, não acredito em ícones."

--

Esta conversa aconteceu no chat do suporte técnico:

Usuário: "Meu modem está estragado, não consigo me conectar!!! Socorro!!!"
Eu: "Este computador que você está usando agora tem o mesmo tipo de modem do outro computador?"
Usuário: "Não, eu só tenho um computador. Eu preciso de dois pra me conectar?"
Eu: "Não, mas você está online agora..."
Usuário: "Errou. Eu te disse, meu modem queimou...."
Eu: "Se você não estivesse online, você não ia poder estar falando comigo. Como é que você se conectou se seu modem não funciona?"
Usuário: "Eu usei o CD player, mas não consigo ouvir nenhum som."

Algumas perguntas mais tarde revelaram que ele comprou um CD na nossa loja mas achou que o modem estava estragado porque ele não conseguia se conectar sem instalar o software cliente. Ele achou que, numa emergência, poderia usar o drive de CD-ROM em vez do modem, pois "ambos são mais ou menos do mesmo tamanho". Ele também achou que deveria estar ouvindo as palavras que digitava, já que seu computador veio com auto-falantes, e o cara que vendeu o CD-ROM a ele disse que ele tocaria música.

Claro que você já viu zilhões dessas histórias toscas de help desk... mas eu nunca tinha visto um site com milhares delas: http://rinkworks.com/stupid/. Em inglês.

Comprou menos? É pirata!

2002-10-29 13:59:00 +0000

A Microsoft teve a cara de pau de enviar uma carta à seus revendedores dizendo assim:

"Vocês estão comprando menos licenças de programas da Microsoft. Nós achamos que é porque vocês estão vendendo seus computadores com programas piratas"

É interessante como a Microsoft é uma empresa que tem bugs até nas relações públicas...

Celular pra Navegar

2002-10-25 13:12:00 +0000

Se você, como eu, é um cara sortudo que comprou um celular da Oi com internet GPRS, cujo acesso (por enquanto) está totalmente de graça, aqui vão umas dicas de sites legais para ver com seu telefone:

http://wap.selig.com.br - Portal wireless do iG. Tem as bobagens de sempre (notícias, chat, lazer) e tem uma coisa bem útil: wICQ. É, ICQ pelo celular!...

http://wap.folha.com.br - Site WAP da folha, ótimo para ler notícias.

http://wap.ubique.ch/wapblogger - Esse é o melhor, WAP Blogger. Isso mesmo, acesse seu blog pelo celular e faça algo bem nerd como eu, tipo blogar no trânsito, no elevador...

Dot Fear

2002-10-18 21:30:00 +0000

Hoje eu passei o dia todo numa apresentação, veio um cara da Microsoft de São Paulo falar de .NET pra gente.

Numa hora lá, ele ia mostrar a interoperabilidade do .NET, ligou o notebook numa tomada de telefone e abriu um programa cujo singelo nome era:

Worldwide Dial-Up RAS for MS-Corp

Ou seja, de qualquer lugar do mundo o cara pega uma linha telefônica e (via um número 0800) se conecta com a rede interna da Microsoft. Deu medo.

Agora, o mais legal foi ver o cara conectando-se com uma máquina da Microsoft de Seattle. Normal, se a máquina não fosse um mainframe :)

O auditório inteiro ficou fazendo piadinha com o pobre coitado:

- Isso aí é um Mainframe? OS/390?
- É, é sim, lá na Microsoft de Seattle...
- E é ele que roda a folha de pagamento da Microsoft né?
(Todos riem)
- Alá, como ele digita rápido! Tá com intimidade com o mainframe hein!
(Todos riem)

Além disso, outra coisa que me deu medo: COBOL orientado a objeto. Sim, isso mesmo, a Fujitsu fez um COBOL onde você consegue codificar coisas pra conversar na plataforma .NET. Além do COBOL, eu assustei muito quando vi que você pode programar para .NET até em ADA, e quando o cara contou que um moleque maluco fez um compilador Assembly para .NET.

Mêdo!

Existe algo pior que o spam

2002-10-18 12:43:00 +0000

Imagine-se trabalhando alegremente, quando de repente surge na sua tela um pop-up vendendo "diplomas universitários sem aulas ou entrevistas!".

Não, esse pop-up não veio de nenhum site do Internet Explorer nem nada. Veio do Windows.

Sim, isso é SPAM VIA WINDOWS e é uma realidade. Felizmente, é fácil de evitar.

Trocando as bolas

2002-10-16 19:38:00 +0000

A sequência dos fatos foi essa:

Aparece uma propaganda no site da Microsoft com uma escritora dizendo que trocou de Mac para Windows.

Os usuários do site Slashdot.org perceberam que a foto da escritora era, na verdade, uma foto de um arquivo online, o Getty Images.

Aí começou um verdadeiro trabalho de detetive que terminou descobrindo que a história toda era falsa e que a escritora era, na verdade, uma funcionária de uma empresa de relações públicas, contratada pela Microsoft.

Leia tudo aqui, na Wired. Ah, como é divertido ver a Microsoft fazer bobagem...

Mexa para conectar

2002-08-28 14:55:00 +0000

Tou sem saco de trabalhar, vou contar uma coisa aqui.

Eu trabalhei por uns 6 meses no suporte de um provedor de internet que chamava Easy Way. Ele foi comprado pelo Terra, e como a minha função só tinha perspectivas de piorar muito, larguei o serviço.

O último suporte "externo" que fiz, ou seja, de ir na casa do cliente, foi um dos mais estranhos. Claro que teve outras estranhices, teve uma vez que eu instalei internet num computador com Windows em chinês, mas isso não vem ao caso... :)

Nesse meu último dia, fui ao famoso Edifício Acaiaca, aqui em Belo Horizonte. Era uma manhã movimentada porque um cara tinha se suicidado, pulou do prédio e caiu em cima de um táxi. Aí, cheguei no trabalho do cara, e o computador dele só conectava na Internet com muito custo e, mesmo assim, a conexão não durava muito. Estou eu lá, examinando o que era, olhei tudo e não achei problema nenhum...

Daí, eu tentava conectar pela décima vez, estava brincando com o mouse, dando uns tapinhas nele com a mão para um lado e para o outro, já sem paciência... e de repente, conectou. "Oh! Funcionou!" disse. Nesse meio tempo, parei de mexer o mouse e a linha caiu. Aí, desconfiei de uma coisa...

Tentei discar de novo e fiquei mexendo o mouse. Aí, conectou! Parei de mexer o mouse, a linha caiu na mesma hora. Tentei conectar sem mexer o mouse e o modem nem deu linha...

Pois é... o computador do cara só conectava se você ficasse mexendo o mouse. Provavelmente algum problema maluco de conflito de IRQ entre o mouse e o modem...

Antivírus doidãããão....

2002-08-22 13:13:00 +0000

E as propagandas no rádio andam se superando...

Propaganda de antivírus na rádio CBN, hoje de manhã:

"Você já notou que sua empresa depende do computador? E se ele de repente não quiser colaborar e se encher desses vírus que circulam pela Internet? Muita calma nesse momento!!..."

Pois é, essa é uma frase típica de maconheiro... detalhe que, depois, a A&C (dona da propaganda) chamou Symantec (leia-se "Saimantéc") de Symantec (leia-se "Simântec").

Aposto que o pessoal do marketing da A&C usa cabelo pixaim e ouve reggae o dia inteiro.

Vai! Vai! Não pára, DVD, não pára!

2002-06-26 16:45:00 +0000

Essa foi ótima: Segundo a Wired, está vindo aí uma nova geração de DVDs que vai aceitar comandos de voz para controlar a cena sendo exibida.

Ou seja, você diz: "de quatro" e a atriz do filme muda de posição... ou diz: "me chupe" e, bem, você sabe.

O mais engraçado é ver, na reportagem, os maiores problemas a serem vencidos pela nova tecnologia: as frases complexas ou que começam/terminam com interjeições, do tipo: "Oh, yeah, isso, agora quero te comer de ladinho, baby!" e os ruídos de fundo, difíceis de evitar se você estiver vendo o filme e fazendo, uh, outra coisa ao mesmo tempo...

Maledeto Manuale

2002-06-05 11:56:00 +0000

Do Wired News:

"Na Itália, jamais diga a alguém como usar um produto. Você pode no máximo sugerir o que o usuário pode pensar em fazer com ele, de acordo com Carmella Esposito, uma consultora freelancer de suporte técnico que já foi tradutora das Nações Unidas. "Percebemos que, sempre que um manual dizia 'nunca faça tal coisa', recebíamos um grande número de ligações de pessoas que tinham feito exatamente aquilo", conta Esposito. "Elas liam o manual e sentiam-se ofendidas"."

Eu até tento levar os europeus a sério, mas eles não ajudam.

The Joy of Tech

2002-04-30 13:01:00 +0000

Tirinhas do pessoal da Apple, do site Geek Culture. Muito engraçado...

Essa é para os blogueiros...
Macaco senta no rabo pra falar do Ethernet dos outros
Dê uma "maçã" ao professor
O Cubo de Rubik também é um "game cube"
O Windows XP é como o N'Sync: "No Strings Attached"...
Ratos, elefantes, e a arquitetura pipeline
(...que é parte da hilária série: O mito do Megahertz)
Coisas a se perguntar a um supercomputador
Saindo do armário...
O professor do Shawn Fanning...
Sexto Sentido (ponto com)
Uma webcam pode realmente lhe deixar mais atraente
Redes excelentes para jog... err, trabalhar
Meu filho é craque nesse jogo!

O Terrível Vírus disfarçado de Ursinho de Pelúcia

2002-04-23 15:46:00 +0000

Estou eu alegremente (?) trabalhando quando chega um email. É de um colega de trabalho chamado Adriano, e está endereçado para TODO MUNDO daqui da Tecnologia. O email vocês já devem conhecer. Ele diz:

"SALVEM-SE TODOS!

Este virus é automaticamente retransmitido a todos os endereços armazenados em nossas lista de contatos. Infelizmente não podemos evitá-lo pois ele não é detectado por Mcfee
ou o Norton (...) Portanto, siga atentamente os passos a seguir :
1) Clique em "Iniciar" depois "localizar" (ou buscar);
2) Em "localizar" - escrever o nomedo arquivo
jdbgmgr.exe
(...)
5) O virus possui um ícone em forma de ursinho (cinza);
6) Caso você o encontre, não abra de maneira
alguma, delete-o imediatamente,
7) Não esqueça de retirá-lo da Lixeira pois senão nada adiantará.
8) Caso você encontre este virus no seu computador, envie esta
mensagem a todas as pessoas que estejam na sua agenda de endereços antes
que este cause algum dano maior."

Assim que eu li o nome do arquivo, pensei: "Não acredito que esse imbecil acabou de mandar um BOATO dos grossos pra rede toda!". Corri no site da Symantec e confirmei o boato.

Não resisti: tive que mandar o seguinte email para todo mundo que ele mandou:

"Colegas,

Obrigado pelo aviso, Adriano, mas trata-se de um boato (hoax). O arquivo é de um componente do Windows, chamado Java Debugger Manager e não precisa ser deletado.

Confirmei o boato no site da Symantec.... http://www.symantec.com/avcenter/venc/data/jdbgmgr.exe.file.hoax.html

Abraços,

Tinoco"

E fiquei observando o burburinho sobre o "novo vírus" e rachando de rir... logo logo chega outro email, do cara burrão que senta do meu lado. Ele mandou pra lista de endereços dele: "A minha máquina estava com o arquivo abaixo, então façam o processo abaixo e boa sorte". Depois, aparece outro tio doidão perguntando: "Ih, Tinoco, eu apaguei o arquivo, e agora?". E o cara que enviou o "alerta", dizendo por email (note os erros de português): "Pois é, a Giulianao passou este e-mail prá gente e pediu para repassarmos para todos. Avisa o povo aí!!!!"

Como é divertido o meu trabalho... e você nem precisa ser mais inteligente que ninguém, é só ter um pouquinho de bom-senso que a diversão está garantida.

O Primo recomenda: Opera 6

2002-04-23 12:59:00 +0000

Continuando a série...

Jogue no lixo o seu Internet Explorer. Instale o Opera, browser gratuito e muito, muuuuito melhor. Eu nem vou me alongar muito na explicação, só vou citar alguns pontos:

::O Opera é MUITO mais rápido, muito MESMO.
::O Opera é MUITO mais leve e ocupa MUITO menos espaço instalado. Até a versão 4.0, o Opera cabia em um disquete de 1.44MB!
::Todos os recursos que o IE tem, o Opera também tem
::Cliente de e-mail e newsgroups embutido
::O Opera tem recursos e facilidades que nenhum outro navegador tem: Navegação em múltiplas janelas dentro do navegador, procura no Google embutida na janela, "mouse gestures" (comandos executados com movimentos do mouse, MUITO práticos), instant messenger tipo ICQ embutido, janela com zoom, aceita skins...

Vai lá baixar o Opera agora... o Primo recomenda!

Alguns nomes de música pop que se adequam muito bem à certos produtos da informática...

2002-04-17 21:13:00 +0000

Norton Personal Firewall: "Overprotected", Britney Spears, ou "Wonderwall", Oasis
Microsoft X-Box: "Play", Jennifer Lopez
Quake 3 Arena: "Crash Boom Bang", Roxette
IBM ViaVoice: "Tell Me", Madonna
Winamp: "Bringin' da noise", N'Sync
Anonymizer.com: "How to disappear completely", Radiohead
Grand Theft Auto: "I Drive Myself Crazy", N'Sync
Windows Solitaire (paciência): "Show me the meaning of being lonely", Backstreet Boys
www.sex.com: "Spice up your life", Spice Girls
ICQ: "Digital Love", Daft Punk

IBM vs. Microsoft: os dois ganham

2002-03-27 14:56:00 +0000

Sim, eu realmente preciso de um outro emprego.

Estive conversando com o Gerente da Tecnologia aqui do Banco. Foram 15 minutos de conversa, foram 15 minutos em que ele ficou insistindo que "mainframe nunca vai morrer" e que sisteminhas em plataforma baixa (Visual Basic, Delphi, etc) não prestam pra nada. Ainda ressaltou que nos EUA os profissionais de mainframe estão em falta e os que aparecem vão sendo contratados a peso de ouro, já que as faculdades não formam mais ninguém pra mexer nas velhas "geladeiras". Quanto riso, quanta alegria enquanto ele ridicularizava os pobres servidores NT...

Dá até pra ver o tapa-olho de burro na cara do meu gerente. Se as faculdades não formam mais gente para mexer com Mainframe, se no mundo os servidores de plataforma baixa se multiplicam cada vez mais, é porque tem uma fatia de mercado em que o servidor NT é cem vezes melhor do que o Mainframe. Mas ninguém aqui tem o bom senso de enxergar isso, e pensam que todas as empresas do mundo são Bancos grandes com necessidade de processar um volume inacreditável de informação em pouco tempo.

Também não enxergam que a maioria das grandes empresas que migraram para plataforma baixa, e hoje estão tendo problemas, não mudaram sua forma de processar informação. Mainframe é excelente para um grande volume centralizado de dados. Servidores são excelentes para dividir poder de processamento, realizar análise e transformação de dados in loco, etc. É irracional esperar que um servidor NT aguente processar movimentação bancária toda noite.

Windows causou um erro geral de proteção... blub, blub, blub, blub...

2002-02-18 19:42:00 +0000

Estava lendo a PC World e olha o que achei:

Mais desalentador é o fato de a Marinha Americana controlar seus submarinos com o Windows NT, um sistema assolado por bugs, incluindo brechas de segurança, desde sua liberação. Em 1997, um cruzador afundou na água por causa de um erro de cálculo do NT. O BugTraq lista 164 falhas no Windows NT 4.0, predecessor do Windows 2000 e do Windows XP Professional. “Alardearam que o sistema era seguro”, observa Richard Power, diretor editorial do Computer Security Institute. “Mas tinha tantas falhas que, para os hackers, NT eram iniciais de Nice Try (bela tentativa).”

Top 5 "tips of the day"

2002-02-18 04:37:00 +0000

[-] Tip of the day: If you can read this you're not blind
[-] Tip of the day: Tipping is not a chinese city
[-] Tip of the day: Read the f&cking manual
[-] Tip of the day: Computing isn't for you. Have you considered gardening?
[-] Tip of the day: I'll crash one tenth of second before you press "save". You should give it up.

Chatices

2002-01-24 15:23:00 +0000

Ei, site bom sobre Windows... annoyances.org!
Explica como solucionar um tanto de coisas chatas do Windows, além de revelar altos bugs engraçados. Aquele recurso de "salvar senha" pra conectar na Internet, por exemplo: se você tem mais de uma conexão configurada no micro e se em alguma delas a caixinha de "salvar senha" estiver desmarcada, o Windows não vai salvar senhas pra nenhuma conexão... pode?

Mas pra falar a verdade, o site valeu só por esse desenho do clipe do Office.

Previsão do (novo) tempo

2001-12-26 13:43:00 +0000

A PC World publicou as opiniões de alguns especialistas, ou gurus da tecnologia, sobre o que eles acham que o mundo precisa em termos tecnológicos, e também o que o próximo ano, de fato, terá. Sem ler a reportagem, eu diria:

José Carlos Tinoco
Bacharel em Ciência da Computação e Analista de Sistemas do Banco Mercantil do Brasil

Os atentados de 11 de setembro levantou uma grande necessidade: segurança para transmissão de dados na Net. A necessidade de segurança é antiga, mesmo porque nunca foi completamente satisfeita. De fato, nunca haverá sistemas imunes à hackers. O que se pode esperar de 2002 é algum avanço em protocolos criptografados ou coisas do tipo, para ao menos dificultar ações maliciosas. Outra necessidade, filha de uma necessidade cada vez maior de espaço em disco nos computadores, é a de uma mídia que seja espaçosa como um DVD mas prática e universal como um disquete. As necessidades de 2002 giram em torno da intercomunicação fácil, prática e segura.

Minha previsão para o que teremos, de fato, em tecnologia, cai bem para o mercado. Com a popularização da banda larga, várias tendências podem se solidificar: hosting e execução remota de aplicativos, distribuição digital de filmes, CDs... até a moda dos reality shows pode cair na rede pelos olhos de webcams. No segmento de hardware, a computação móvel está em alta: a briga entre os filhos do Palm e os recém-chegados handhelds com Windows CE tende a aquecer o mercado. Para o mercado de software, vale a máxima do Chacrinha: "quem não se comunica, se estrumbica". A Microsoft entra forte com a plataforma .NET que, pela insistência (quase monopolista ) da gigante de Gates, deve vir pra ficar e causar reações de amor e ódio entre os desenvolvedores. Mas os filhos de Linus Torvalds, que andavam meio calados na segunda metade de 2001, podem vir com surpresas no ano que vem.

O cracker é um cookie?

2001-12-04 19:50:00 +0000

Eu costumava comprar muita coisa numa loja de informática chamada InfoCleanShop. Daí fui fuxicar o site deles (que já não existe mais) e encontrei um dicionário de informática. Olha que legal:

APPLET - (...) São muito utilizados os applets Java na Internet que permitem abrir janelas dentro de janelas (...)
BACKBONE - rede física na qual se transmitem os dados na Internet.
BANNER - publicidade nas páginas da Internet em modo gráfico de faixas.
BIOS - Programa que ativa dispositivos periféricos no momento de boot do computador.
CIBERESPAÇO - (...) termo utilizado para designar o espaço-tempo repleto de possibilidades de comunicação e informação na Internet.
CRACKER - termo que designa a pessoa que perturba e bagunça os sistemas com a finalidade de causar dano ou obter informações ilegalmente.
EMOTICON (Ícone Emocional) - (...) Para visualizá-los deve-se virar a cabeça para a esquerda:
LINK - conexão. É o conjunto de elementos (palavras, imagens e outros) físicos e lógicos que interligam arquivos, computadores e servidores na Internet.
PORTAL - páginas que, na Internet, servem de entrada para vários sites sendo caracterizados por uma grande quantidade de conexões.

Surpreenda-se

2001-11-16 19:40:00 +0000

Isso ao som daquela música da Madonna...

(História verdadeira aqui)

O sentido da vida (nas mensagens de erro)

2001-10-19 17:43:00 +0000

Como diria aquela filósofa moderna...Isn't it ironic? Don't you think?

Meu sistema deu erro e me mandou email avisando. A mensagem era:

SL1Interface - - - 19/10/01 14:35:47 - Interfaces.Pesquisar - 19 - ccloeci - resource shortage (Abend Code:AZI6)

É... queira ou não essa mensagem fez muito mais sentido do que a maioria das coisas que as pessoas me falam.

Já está desatualizado

2001-10-10 21:56:00 +0000

E eu, todo feliz com meu Athlon de 1Ghz recentemente comprado, maravilhado com sua velocidade e tal, passa-se uma semana e veja o que leio em uma matéria da Info Exame: "Micro ideal tem pelo menos 1,7 Ghz"

Beleza...

Acene para seu navegador

2001-10-09 21:12:00 +0000

Eu já contei que o Opera, o melhor browser do mundo, aceita mouse gestures?

Sabe o que é isso? Eu aperto o botão direito e ando com o mouse pra baixo, ele abre uma nova janela.

Eu aperto e ando para cima, depois direita, e ele maximiza a janela. Se eu andar pra baixo, depois direita, ele fecha a janela. E segurando o botão direito e rolando a mouse wheel, ele circula entre todas as janelas abertas...

Nunca mais uso Internet Explorer.

Traveling without moving

2001-10-08 18:16:00 +0000

Uaaaaaauuuu....

Quem precisa de drogas?

Quem precisa de álcool?

Quem precisa de alucinógenos?

Eu tenho presets do AVS, o Advanced Visualization Studio do Winamp.

E não preciso de mais nada.

Ênfase marketeira é isso aí

2001-10-05 21:41:00 +0000

Anúncios que você acha no Jornal Balcão:

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Atenção Gamemaniacos! Nao Comprem Nada Na Cd-Alternativos!!!! É Enganação!! Apessoa Me Vendeu Um Cd Com Nada Gravado E Um Outro Jogo Que Nao Era O Que Eu Encomendei!!! Nao Houve Meios De Fazer Troca!!! Repito.... Nao Comprem Na [email protected]!

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Não conte para as máquinas, mas...

2001-08-21 20:11:00 +0000

Enquanto todo mundo tá com medo dos clones, há um computador que já aprende, como uma criança (sem link, morreu, sorry). Na verdade é uma rede de algoritmos que aprendem o que uma pesquisadora e neurolinguista ensina. Esta "inteligência bebê digital" já tem 18 meses e gosta de banana.

Essa notícia me deixa maravilhado e morrendo de medo ao mesmo tempo.

O risco disso? Segundo a própria reportagem:

"O risco de que as máquinas assumam o poder, como o Hal de ''2001, Uma Odisséia no Espaço'', que deu nome ao computador-bebê, é descartado por esses pesquisadores, que acham que as máquinas serão como humanos, mas não humanos, e estarão sempre do lado dos humanos para ajudar."

Vem cá: a máquina vai aprender como um humano e se desenvolver como um humano. Presumo que, em determinado ponto de sua vida, ela vá aprender que os homens tem medo das máquinas tomarem o controle. Se ela souber que ela é uma máquina e souber que geralmente é bom ter poder sobre outro ser...que Deus nos ajude...