Deu no Slashdot (que viu na Computerworld, que viu na Popular Mechanics) uma lista dos piores empregos do mundo.

Acontece que o item número 7 da lista é "trabalhar no Microsoft Security Response Center", responsável pelos patches (correções de vulnerabilidades) do Windows, Office e demais programas do Tio Bill Gates.

Também pudera. Imagine: 99% dos computadores do mundo usam seus softwares. 99% dos hackers do mundo querem hackear seus softwares, todo dia, o tempo todo. Você está sempre em menor número: devem haver uns 1000 hackers para cada funcionário do MSRC. O email [email protected] recebe 100 mil mensagens por dia, avisando de possíveis brechas de segurança, que tem que ser analisadas caso a caso. E cada brecha destas, quando descoberta, tem que ser corrigida em cada versão de cada programa em cada língua na qual ele é fornecido. E tem que ser rápido. Enquanto isso, a imprensa está metendo o pau nas brechas que você ainda não teve tempo de corrigir, e os hackers estão divulgando os  exploits e invadindo servidores por aí. E a pilha de serviço acumulado vai aumentando: para cada brecha consertada surgem outras três em aberto. Em suma, você se desdobra o dia todo num trabalho tedioso e sem fim, e ninguém diz "obrigado".

Segundo a lista, este emprego é pior do que passar os dias examinando baratas, lesmas e vermes (entomologista forense), ficar semanas amarrado numa cama e depois ser jogado numa centrífuga (cobaia de experimentos gravitacionais da NASA), vigiar atletas enquanto eles fazendo xixi em copinhos para exame anti-doping, ou até mesmo coletar fezes de baleia. Mas, felizmente, a lista tem empregos ainda piores, como o primeirão de todos: os hazmat divers, mergulhadores especializados em missões de resgate em ambientes agradáveis como esgotos e lagos contaminados por tudo quanto é lixo (hazmat vem de hazardous materials, ou seja, materiais tóxicos). Literalmente, eles passam os dias nadando na merda. Neste caso eu preferiria o emprego na Microsoft...