Firewalls - Uma relação de amor e ódio
A minha entrada para o mundo corporativo das camisas de botão e crachás pendurados no bolso deu-se lá por volta do ano de 2001, no setor de tecnologia de um banco.
Foi lá que iniciei meu aprendizado sobre o ambiente de trabalho corporativo. A primeira lição chamou-se restrição: de horário, de vestuário, de comportamento... mas, para mim, o pior dos itens restritivos era o firewall.
"Mas o que é um firewall", alguém poderia perguntar. Pensei em dar uma explicação técnica rebuscada, mas achei que isso fosse espantar você, leitor. Por isso, resolvi pedir a ajuda da maior expert em tecnologia do mundo moderno: Britney Spears.
Minha cara Britney, explique aos nossos leitores o que é um Firewall, por favor...

Obrigado, Britney.
Voltando ao assunto: o objetivo básico do firewall nas empresas é evitar que os empregados naveguem em sites "não relacionados com o trabalho" (cof cof, mulher pelada, cof cof). Só que eles ignoram algumas verdades simples. Por exemplo:
Quem quer enrolar no trabalho tem inúmeras outras formas de fazê-lo. Na minha época de banco, por exemplo, um dos meus colegas passava dias inteiros jogando num emulador de Atari...
Existem inúmeras formas de burlar firewalls.
Filtrar sites baseando-se numa lista de palavras "proibidas" é uma estratégia, no mínimo, imbecil. O taradão da Contabilidade pode até estar impedido de acessar "RaunchySex.com", mas consegue ver mulher pelada até no site do Terra...
Mas o firewall, como Dr. Jekyll e Mr. Hyde, tem um lado bom. Com ele a empresa também fica protegida dos Terríveis Hackers de 13 Anos E Espinhas No Rosto que tentam invadir a rede da NASA e, nas horas vagas, os sites das empresas brasileiras. Eu até tenho um firewall instalado no meu computador, veja você.
Outra vantagem dos firewalls é aperfeiçoar o processo criativo e estimular o lado político das pessoas. Ora, eu não teria escrito este post se o firewall de uma das empresas onde trabalho não estivesse bloqueando blogs. Simples e inofensivos blogs. A situação está num ponto tão revoltante que as pessoas protestam silenciosamente nas ruas, a todo momento, usando suas camisetas do Che Guevara.

"Che Guevara? Quem é esse?... Hein, a camiseta? Ah, eu comprei porque tá na moda..."