Carnaval em Conceição do Ibitipoca
Bem rapidinho, em formato bullet list, porque senão eu invento moda e digo que vou fazer uma série de posts (como os do reveillon) e depois fico passando aperto.
- Conceição do Ibitipoca é LONGE. Pra você ter uma idéia, a cidade fica uns 300km DEPOIS de Windturn City (é sério, eu passei pelo trevo de Windturn City pra chegar lá).
- Conceição do Ibitipoca é PEQUENA. Tem tipo 800 eleitores.
- Conceição do Ibitipoca é BONITA.
- A grande atração Ibitipoquense é o parque nacional e seus quase 1500 hectares cheios de trilhas, cachoeiras, lagos naturais e outras coisas típicas de hippongo ir visitar pra ficar fumando maconha e tocando Raul Seixas. Mas a infra-estrutura do parque é tão boa que o lugar ultimamente anda mais visitado por famílias e casais do que qualquer outra coisa.
- A pousada onde ficamos era bem simplinha, mas tinha uma cama e um chuveiro funcionais, então tava valendo. Meus amigos todos dormiram como bebês, mas eu acordei várias vezes durante várias noites com eventos dos mais diversos, incluindo:1) Gente bêbada pós-carnaval passando pela rua às seis da manhã e gritando só de sacanagem pra acordar quem estivesse nos arredores.2) Um casalzinho que saiu da rua e que, para ter alguma privacidade, entrou na pousada e ficou se pegando ferozmente debaixo da minha janela. Literalmente DEBAIXO. Tanto que eu não aguentei, me levantei e abri a janela de sopetão, com uma cara de sono bastante convincente e vestindo só uma cueca. Os dois pararam o amasso e, ao invés de sair, ficaram travados me olhando com cara de susto. E eu lá, pensando: “Alôôu, moçada, pega a dica!”. Depois de uns dois segundos de perplexidade eu percebi que eles não iam entender meu recado só com linguagem corporal e falei: “Olha, eu estou tentando dormir aqui”. Só depois disso eles foram embora.
3) Um barulho repentino de pessoas gritando “Aêêê!” e comemorando. Fiquei sem entender nada até que, no final da celebração, alguém gritou: “A maconha chegou!!!”.
- Nossa rotina diária era acordar cedo e ir pro parque. Tinha que ser cedo porque, por conta de degradação e etceteras, o IEF estabeleceu uma lotação máxima de 800 visitantes diários no parque – e essa lotação máxima esgota rapidinho. Lá dentro o programa envolvia caminhadas – MUITAS caminhadas – e visita à cachoeiras e grutas – MUITAS cachoeiras e grutas.
O casalzinho ali eu não conheço, mas ficou legal, ajudou a compor a foto. Ficou bem estilo “Revista da Tam”.
- Nessa onda de caminhada meus amigos cismaram de fazer o “desafio final”: uma trilha que dura o dia todo e onde, no total, você percorre DEZESSEIS QUILÔMETROS A PÉ.Isso é MUITO sem noção. Andando 16km eu posso, por exemplo:
1) Atravessar o Mar Morto;
2) Sair daqui de casa, em São Paulo (no Itaim Bibi) e ir a pé até Osasco ou até o autódromo de Interlagos;
3) Sair da minha antiga casa em Belo Horizonte e ir até a fábrica da Fiat, em Betim;
4) Cruzar Brasília de ponta a ponta, saindo da ponta da Asa Norte, percorrendo o Eixão todinho, passando por toda a Asa Sul e chegando até o aeroporto.A razão pela qual as pessoas fazem essa insanidade é porque a trilha tem um monte de atrações, entre elas o pico da lombada, a 1784m de altura (o ponto mais alto da Zona da Mata mineira)…
…tem também o pico do cruzeiro (com uma cruz levemente detonada porque acaba servindo de pára-ráio), as grutas estilo “Estação Dharma do seriado Lost”…
…e o grand finale, que é a famosa Janela do Céu: um mirante composto pela queda d’água encrustrada num cânion de pedras e vegetação que formam, bem, uma “janela” com a vista das montanhas mineiras ao fundo.
Claro que a vista era linda, mas lembro que no meio da trilha eu comentei com alguém: “Os gráficos do Playstation 3 também são bonitos e eu não preciso ficar tostando no sol pra vê-los”…
Detalhe: assim que terminamos a trilha, começou a chover e tivemos, de brinde, um arco-íris absurdo de bonito, cobrindo o parque inteirinho. Talvez uma mensagem divina pra me calar a boca por conta do comentário anterior…
Update - Esqueci de uma coisa importantézima: avisar que o crédito de todas as belíssimas fotos é da minha digníssima esposa, todas tiradas com sua mega-boga Nikon D40.