As compras do mês d'O Primo
Zloty Dawai - Dada work chant

Este eu não comprei - baixei de grátis. E fiquei sabendo que havia sido lançado porque recebi um email da própria gravadora.
Zloty Daway são cinco alemães que gravam discos inteiros de uma só vez, tudo no improviso. É meio que um jazz extremo. Os discos do Zloty Daway (tenho dois) são horríveis mas ao mesmo tempo difíceis de parar de ouvir, o que talvez signifique que eles são bons, sei lá.
Para minha surpresa, as músicas funcionaram perfeitamente como trilha sonora para o atraso de uma hora de um dos meus vôos na terça-feira. Aquele maldito aeroporto e os sons todos errados, desconexos... uma coisa tinha mais a ver com a outra do que eu imaginava.
Interpol - Antics

"Interpol?!?!?", dizem em coro os leitores mais acostumados com música indie. "Sim, Interpol", respondo eu. Quando o Antics foi lançado, em 2004, Luiz já tinha me passado os MP3, que ouvi e achei bem ruins. Aí, não sei como, uma das faixas do disco Turn on the bright lights (chamada NYC) caiu no meu iTunes, e o shuffle do iPod insistia em tocá-la frequentemente.
Só aí eu concluí que Interpol é uma daquelas bandas que demoram pra "bater" - como o Architecture in Helsinki, que achei esquisito no começo mas agora estou curtindo bastante. Agora que o vocal de Paul Banks ficou mais digerível, é ótimo curtir o som espaçoso e melódico...
Kid 606 - Pretty Girls Make Raves

Comprar o Pretty Girls Make Raves é o equivalente a ligar bêbado para a namorada, ou chamar o chefe de "asno engravatado" no seu blog e ele ler. Sabe, aquelas coisas que são divertidas na hora, mas depois tem lá suas consequências.
Este disco é de uma fase bem "verborrágica" do Kid 606, onde ele lança disco atrás de disco sem nenhuma preocupação com qualidade. Assim, o Pretty Girls Make Raves é um disco de rave techno de produção medíocre, e que raramente diverte.
Mas a capa é bonita. E mês passado eu só tinha 8 downloads restantes na minha conta do emusic, e o disco tem 8 faixas... parecia a coisa certa a fazer, eu juro...
The Sea and Cake - The Fawn

Poucas bandas conseguem fazer o que o Radiohead fez com o disco Kid A: compor de um jeito completamente diferente do que fazia antes e ficar ainda melhor.
O Sea and Cake também fez isso, mas muito discretamente. Se você ouve desatento, todos os seus discos soam meio iguais. Um igual que, no entanto, sempre agrada. Só que, se você comparar este disco (de 1997) com algum outro lançado após o ano 2000, dá pra notar claramente o desvio do "acústico levemente progressivo" para o "jazzístico post-roquiano".
Destaque para a faixa "Rossignol". Instrumental do jeito que eu gosto, e ainda me lembra a temporada de esqui no Chile...
Migala - La increíble aventura

A capa e o nome do disco parecem dizer: "Os caras do Migala viajaram para a África. Foram fazer um safári. Tiraram férias de quem eles são". Isso fica ainda mais evidente na primeira faixa. Mas conforme o disco prossegue, eles gradualmente voltam ao seu estado normal de espírito: intimista, melancólico, profundamente triste... e absolutamente maravilhoso.
Curiosidade: minha primeira audição do disco foi, também, numa aventura - que nada tinha de "increible": era uma viagem de carro, trecho "São Paulo - Windturn City". Foram 3 horas espremido no banco de trás com mais duas pessoas. Nessas horas eu tenho que agradecer a Deus por permitir que algum bendito inventor criasse os fones de ouvido...
33.3 - Plays Music

Os caras do All Music Guide acham que esta banda com nome "decimal" é, simplesmente, clone das outras dezenas de bandas de post-rock.
Eu concordo. Plays music não acrescenta absolutamente nada de novo ao gênero. No entanto, como as outras dezenas de bandas do gênero, é uma delícia de ouvir. Delicioso o suficiente pra me fazer comprar o disco sem a menor idéia de onde saiu essa banda.
No final das contas, o trinta-e-três-ponto-três foi uma boa adição à minha coleção (sacou o trocadilho?)...