Partes anteriores aqui: Um Dois

Um fato novo: o Gabriel me passou um CD cheio de bandas que ele baixou, por indicação do pessoal da lista de discussão Mayfly. Aí andei ouvindo algumas coisas já...

Camera Obscura - Underachievers please try harder

Quando vi o nome lembrei d'O Excêntrico na hora, porque tem um evento aqui em BH que ele sempre vai, chamado Câmara Obscura. Mas é um evento gótico/punk/RPGista/metal/etc e tal. Daí fiquei achando que o diabo do CD ia ser um rock sinistro.

Qual não for a minha surpresa quando taquei o CD e vi um som praticamente igual ao do Belle and Sebastian. Sabe aqueles adjetivos ridículos, mas perfeitos pra definir o som do B&S? Tipo, "fofinho", por exemplo? Pois é, aplica-se também ao Camera Obscura. A diferença é que este último tende mais pro lado das baladas bonitas, além de soar bem mais retrô. Underachievers.. poderia muito bem ter sido gravado em 1960.

Interpol - Antics

E os novaiorquinos do Interpol tinham tudo pra me desagradar. Eu achei que eles seriam mais um Ted Leo & The Pharmacists, ou seja, caras que fazem um CD impecável mas muito homogêneo e, portanto, chato.

Mas o CD do Interpol foi sobrevivendo heroicamente no som do meu carro... e passou inteirinho sem que eu sequer pensasse em meter o dedo no botão "next album". Ponto para o Antics, embora eu ainda ache que este CD vai me enjoar muito rapidamente.

Destaque para Slow Hands, faixa rock que eu não consigo definir com outra palavra exceto "eficiente".

Isobel Campbell - Amorino

Eu sei lá por que diabos Isobel deixou o Belle and Sebastian. O que eu sei é que:

O Belle & Sebastian não se abalou. Ao contrário, se superou no novo disco, o Dear Catastrophy Waitress;
O trabalho solo da Isobel, Amorino ficou legal.

A nova banda de Isobel toca coisas bem parecidas com B&S, mas com alguns toques de outros ritmos, como jazz e música brasileira. O que só contribui para a minha afirmação inicial: Eu sei lá por que diabos Isobel deixou o Belle and Sebastian.

The Polyphonic Spree - Together we're heavy

Eu me sinto um cretino quando penso isso, mas não consigo deixar de ver o Polyphonic Spree como uma banda meio "auto-ajuda". Também, com letras no estilo "soon you'll find your way, suicide is a shame"...

Não que isso seja ruim. Na verdade, só contribui para deixar o CD um pouco mais "família". As viagens sonoras da megabanda são mais ou menos assim, bastante épicas e bonitas. Destaque para uma curiosidade: este CD termina com um trecho do disco anterior dos caras.

The Delgados - Universal Audio

Luiz já havia me falado desse disco. Ele contou que ficou absolutamente viciado no Universal Audio, que ouvia todo dia, que era o melhor disco de 2004 e o escambau. E lá fui eu ouvir o bendito disquinho, cheio de expectativas.

Ouvir um disco como esse partindo da premissa que meu maior guru musical está pagando o maior pau pra ele é complicado. Mas já ouvi uma, duas vezes e o Universal Audio ainda não me viciou... embora eu esteja sob forte risco.

O que tenho a dizer até agora é que ele é ótimo. Mais uma vez são músicas comuns, cantadas de um jeito comum, mas que funcionam muito bem, principalmente aquelas cantadas pela Emma. A animadinha Everybody come down, por exemplo: gruda, mas gruda igual Super Bonder. Dentre as "não animadinhas" há valiosas surpresas, como Sink or swim ou a belíssima, eu disse BELÍSSIMA The city consumes us. Só essas duas últimas já são motivo suficiente para uma indicação acertada deste disco.

Mas eu continuo discordando do meu guru. O melhor disco de 2004 é o Misery is a Butterfly, do Blonde Redhead, sem a menor sombra de dúvida, hehehehe...