Quando fervo água no microondas - pra fazer chá ou cappuccino, pois café requer água fervida apropriadamente, no fogão - ao invés de digitar o tempo (dois minutos) e depois apertar “iniciar”, eu pressiono o botão “+30 segundos” quatro vezes. Eu gasto o mesmo número de pressionamento de botões que eu gastaria digitando o tempo, mas o microondas já começa a funcionar logo que aperto o “+30 segundos” pela primeira vez.

Considerando que o teclado do microondas requer um intervalo mínimo de meio segundo entre cada pressionamento de botão, isto me faz ganhar um segundo e meio de vida.

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Ao entrar em um elevador eu sempre abro a porta apenas o suficiente para que eu consiga entrar (pois assim ela fecha mais rápido) e, imediatamente, pressiono o botão do meu andar. Se estou chegando em casa, eu saio do elevador com a chave de casa em mãos e na posição correta para entrar na fechadura da porta. Isto me faz ganhar aproximadamente seis segundos de vida por viagem de elevador.

Puxar a porta para que ela feche mais rápido não é uma boa idéia: o mecanismo que fecha a porta automaticamente costuma empurrá-la para fora e isto provoca um abrir/fechar adicional da porta interna do elevador – uma enorme perda de tempo de aproximadamente quatro segundos.

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Por questões de segurança a garagem do meu prédio tem dois portões: você abre o portão externo, entra e só depois de fechar o portão externo fica possível abrir o portão interno, que dá acesso ao edifício.

Acontece que um portão não precisa estar completamente fechado para que você possa abrir o outro: quando um dos portões está aproximadamente 80% fechado, o outro já aceita o comando para ser aberto. Eu também medi o ponto mais distante da rua onde o controle remoto consegue acionar o portão (para ganhar tempo quando estou chegando) e, se estou saindo, antes de ligar o carro eu já abro o portão interno da garagem, pois o tempo dele abrir é exatamente o tempo que gasto para manobrar o carro e colocá-lo no ponto de sair da garagem.

Tudo isso me permite ganhar entre dez e quinze segundos de vida toda vez que saio com o carro.

Eu também descobri um jeito de abrir os dois portões ao mesmo tempo, mas isso seria inseguro – e considerando um certo cartaz que ficou pregado no elevador durante algumas semanas, o síndico não deve ter ficado nada satisfeito com minha descoberta.

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Eu quase nunca desligo ou reinicializo o notebook. Quando vou dormir deixo-o na mesa em modo de espera ("sleep”), e na manhã seguinte ele volta a funcionar num instante.  E se tenho que transportá-lo de mochila para ir pro trabalho, uso a hibernação do Windows: ele inicializa muito mais rápido e com todos os programas abertos do jeito que estavam antes de eu guardá-lo. Isto me faz economizar cerca de cinco minutos de vida por dia.

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É claro que esses ganhos são irrisórios. Mas eu gosto de pensar em como otimizar as coisas que faço todo dia, mesmo que seja só como um exercício de criatividade.