A pena, o martelo e a Lua
Há muito tempo, quando eu estava fazendo cursinho para a prova do CEFET – nem era vestibular, era para o segundo grau técnico – tive uma aula de física que jamais vou esquecer.
A turma era imensa, devia ter mais de cem pessoas na sala, e de repente o professor manda todo mundo entregar as apostilas a ele. “Vou corrigir seus exercícios”, ele disse. Ninguém entendeu nada e, após uns cinco minutos de rebuliço passando apostila pra tudo que é canto, lá estava ele com todas elas em cima da mesa.
Então ele formou duas pilhas de apostilas: uma pequena e uma enorme, muito mais pesada. Depois, sem a menor cerimônia, ergueu ambas as pilhas no ar, a mais ou menos um metro da mesa, e soltou. POU!
A turma subitamente ficou em silêncio. O professor perguntou, aos gritos: “Quantas batidas vocês ouviram? Uma ou duas? Uma só, não foi? Então as duas pilhas caíram ao mesmo tempo, não foi?”. A turma continuou calada. “Mas essa pilha daqui é muito mais leve que a outra, não é? Era pra ter caído depois, não era?”, ele continuou. Todo mundo concordou com a cabeça. Então ele se debruçou sobre as apostilas e disse:
- Isso é pra vocês NUNCA MAIS errarem isso numa prova. Independentemente do peso dos corpos, eles SEMPRE caem com a mesma aceleração: a aceleração da gravidade.
É óbvio que depois ele explicou que tem que ser no vácuo e tal, mas eu realmente nunca mais me esqueci daquilo.
Nos últimos dias, com o aniversário de 40 anos da chegada do homem à Lua, eu acabei descobrindo que os astronautas da Apollo 14 fizeram uma pequena experiência/homenagem à Galileu Galilei, mostrando aquilo que ele teorizou séculos atrás e que é completamente contra-intuitivo: se você estiver no vácuo (na superfície da Lua, por exemplo) carregando uma pena e um martelo, ao soltá-los, ambos caem no chão ao mesmo tempo.
Deviam passar esse vídeo em toda aula de física…