Toda vez que eu vejo alguma propaganda de coisas que tem a ver com granito (tipo Biancogres) eu penso:

"Por que tudo que tem a ver com granito tem 'gres' no nome?", e depois:

"Putz, isso me lembra aquela menina que trabalhou comigo naquele projeto que chamava o namorado de 'Grê', que troço esquisito, parecia que o menino era de granito", e depois:

"Por que tudo que tem a ver com granito tem 'gres' no nome?", e assim por diante, em loop infinito.

É sempre assim. Igualzinho. Toda vez.


Uma vez eu e Bethania fomos a um restaurante e havia um conjunto tocando jazz em cima de clássicos da bossa nova. Os caras tocavam a música "normal" e depois ficavam improvisando em cima. Outro dia estava no supermercado, me lembrei disso e fiquei pensando em como seria FODA ter uma banda fazendo jazz em cima das músicas do Street Fighter. Dá até vontade de aprender a tocar trumpete...

(...que passa logo após ouvir Miles Davis).


Visitar Belo Horizonte significa ficar na casa do meu pai, o que significa passar tempo com meu irmãozinho, o que significa um "childhood update": o momento de descobrir o que as crianças de hoje ficam fazendo.

Hoje eu descobri que o Cartoon Network passa uma versão do desenho das Meninas Superpoderosas em versão adolescente e mangá. Pelo visto a moda de adolescer a Turma da Mônica pegou mesmo.

Descobri também que o Playstation 2 tem uma série de jogos que só pode ser descrita como uma mistura de Metal Gear Solid com The Lost Vikings que é surpreendentemente para crianças: a franquia Sly Cooper.


Às vezes a coisa aperta e eu paro e penso em como seria bom ainda ter o colo da minha mãe (morta há uns 11 anos, câncer de mama). Eu me deitaria lá e ela não só saberia a resposta para todos os problemas que eu despejasse sobre ela como também saberia COMO me dizer as respostas - especialmente as duras - pra me motivar sem me ofender ou chatear. Ou, no mínimo, saberia fazer com que eu desanuviasse a cabeça.

Aí eu penso que nos últimos onze anos eu tive que me virar sem ela e que foi exatamente nestes onze anos que eu - talvez pela ausência dela - tive que ignorar medos e redobrar cuidados e esforços para encarar esse mundo esquisito; e que isso acabou fazendo com que eu construísse inúmeras coisas nestes onze anos que talvez eu não tivesse tentado fazer por conta de muito medo, pouco cuidado e pouco esforço. É como se o fato de não ter rede de proteção embaixo fizesse o trapezista parar de moleirar e tratar de fazer bem o seu número.

E de alguma forma paradoxal meu conforto acaba vindo do fato da realidade ser dura.