O vídeo abaixo mostra Janderval sendo entrevistado por um repórter da RedeTV após ser preso em Ji-Paraná, Rondônia, porque tentou assaltar uma padaria (que só tinha R$ 14 no caixa, por sinal).

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Sim, esse é mais um daqueles vídeos estilo Jeremias. Mas esse aí me deixou muito chateado.

A tristeza começou quando reparei na atitude do repórter que, com uma naturalidade de quem estava num boteco com um amigo, ia se divertindo com a situação toda. No vídeo do Jeremias o repórter até tentava manter o formalismo de jornalista, mas agora nem isso: o juiz era citado como "homem da capa preta", as perguntas eram feitas informalmente e sobre temas informais, como as chances de Janderval ir se sentar ou não no colo do capeta depois de morrer, e por aí vai.

Pra completar meu desalento, Janderval, que não parecia estar bêbado, drogado ou sequer preocupado com sua prisão, ainda deu respostas muito assertivas sobre seus atos. "Sou ladrão, não trabalho mais não. É minha profissão, há 10 anos", diz ele.

E mais: roubar é a contribuição de Janderval para a sociedade. "Se eu não roubar, ninguém de vocês tem trabalho. (...) Eu gero emprego pra todo mundo: pro repórter, pro escrivão, pro delegado, pro juiz e pro promotor. Então tou aí, contribuindo para o bem de todos".

Quando questionado sobre as pessoas que prejudica com seus roubos, Janderval, habilmente, recorre à religião: "Se Deus permitiu que eu roubasse deles é porque eles são pecadores. Ele sabe da minha necessidade. (...) Meu relacionamento não é com o Cão, é com o Senhor Jesus (...) depois ele vai lá e passa os pano, véio".

E eu que, inocentemente, achava que esse povo estava perdido na vida e errava por ignorância ou necessidade...

(O vídeo eu vi no Boteco HardMOB)