Eu ia fazer um loooongo post sobre o Joost. Porque o troço é revolucionário e, se deixar, eu falaria dele por horas a fio. Mas vou tentar me concentrar só no que interessa mesmo.

A idéia do Joost, criado pelos mesmos caras que fizeram o Skype e o Kazaa, é distribuir conteúdo legal de TV pela internet. Digo "legal" nos dois sentidos: "divertido" e "judicialmente nos conformes". Por baixo do capô o Joost usa tecnologia peer-to-peer - ironicamente, a mesma usada pra piratear séries e filmes -, para garantir vídeo de qualidade sem "engasgar" na velocidade da sua internet.

O maior ponto forte do Joost é que ele, bem, ele é lindo, simples, poderoso e funcional. Coisa rara no mundo dos softwares de hoje em dia.


Assistindo um videoclipe. Note os controles no rodapé e nas bordas da tela, que aparecem e somem com apenas um clique.
A interface é de cair o queixo. Parafraseando o Unibanco, "nem parece software". Você abre o Joost e ele ocupa a tela toda como se dissesse "agora você não está mais usando seu micro, está vendo TV. Senta aí e relaxa". Não tem configurações, "settings", "loading", "connecting", nada: Você liga e sai assistindo. A resolução é ótima, o som é ótimo e a quantidade de canais e programas, apesar do pouco tempo de vida do Joost, é enorme. Usar o Joost é tão intuitivo quanto usar uma TV normal. A experiência toda é tão esteticamente agradável e gratificante que o Joost parece ser um produto da Apple...


Cada canal tem esta tela para escolha dos (inúmeros) programas. Ao fundo está passando o impagável videoclipe do "Chacarron", para fins... didáticos.
No entanto o Joost tem dois "comportamentos" que me incomodaram profundamente. O primeiro é que, ao "desligar" o Joost, ele vai continuar ativo na bandeja do sistema, "transmitindo" a programação que você já viu para outros usuários, e devorando seu link internet. Sem avisar. Aí você se pergunta: "Bem, se o Joost está retransmitindo o que eu já assisti, ele tem que ter gravado os vídeos no meu disco". Pois é: o Joost não vai avisar que fez isto, não dirá onde gravou e sequer vai te deixar configurar o quanto de espaço em disco ele pode ocupar. Fuçando um pouquinho o meu PC eu acabei achando as gravações em "Documents and Settings\[nome do meu usuário]\Dados de Aplicativos\Joost\anthill", num arquivo chamado "anthill.cache". "Ant hill" significa "formigueiro" e, da última vez que eu conferi, o meu tinha consumido 854 MB de disco. Pode parecer picuinha, mas eu detesto software que vai chegando e fazendo o que quer. Pô, meu PC não é casa da mãe Joana...

Além disso, o conteúdo do Joost ainda gira muito em torno dos canais pequenos e independentes. A programação de "TV de verdade" depende de convencer aqueles velhos executivos das emissoras, com suas cabeças (e advogados) retrô, que liberar seus programas, de graça, pela Internet, nesses tempos de pirataria desenfreada, é bom. Pra mim o sucesso do Joost depende exclusivamente disto. Mas parece que os velhos executivos estão ganhando, já que o Joost recentemente implantou "bloqueios regionais" e parou de transmitir alguns canais para fora dos EUA, o que deixou vários usuários europeus xingando no fórum do Joost.com.

Ainda assim o Joost é muito promissor e vale uma boa olhada. Recomendado.

P.s.: Como o Joost ainda é beta, precisa de convite para poder usá-lo. Pegue um aqui, mas corra antes que acabem...