O Primo recomenda: F.E.A.R.

Não se iluda: nesta cena, o vilão de verdade é a terrível caixa de documentos voadora!!
F.E.A.R. foi meu ovo de páscoa, já que eu e Bethania fizemos um trato: em vez de ovos calóricos de presente, nós trocaríamos cultura. Livros, filmes, etc. E ninguém pode dizer que balas atravessando corpos virtuais não sejam cultura, não é verdade?
Os editores do Gamespot saíram falando que F.E.A.R. era "a melhor experiência single-player desde Half Life", o que é um baita de um elogio, considerando-se que Half Life segue imbatível como a minha melhor experiência single-player desde 2001. Assim, eu tinha que jogar o concorrente e conferir.
F.E.A.R. é, na verdade, uma sigla para "First Encounter Assault Recon", o avançado grupo tático de resposta a eventos paranormais (hein?) de que você, o jogador, faz parte. Seu personagem também é meio paranormal e, de acordo com a história, tem "reflexos fora do comum", ou seja, quando você aperta CTRL, tudo fica em câmera lenta por alguns segundos, mas você consegue mirar e atirar normalmente: é o tal "Slo-Mo", um recurso que contribui para a boyzação geral do jogo.
A história é assim: você está numa missão cujo objetivo é capturar Paxton Fettel, um doido psiônico que comanda um exército inteiro via telepatia. Enquanto você procura Fettel, acaba descobrindo uma trama paralela envolvendo experimentos secretos e... uma simpática garotinha chamada Alma.
Alma é, bem, a "alma" da história. Ela aparece de surpresa, toda hora, durante as fases, com apenas um único objetivo: lhe matar de susto. Imagine que você passou os últimos 10 minutos andando sozinho pela fase e, de repente, ao se virar de costas para descer uma escada, dá de cara com isso?

E bem nessa hora eu chamei Bethania: "Tou com medo!"
E como se não bastasse, de vez em quando, sem aviso, seu personagem pira o cabeção e tem alucinações aterradoras. Nestes momentos, meu caro, você vai cortar prego: tudo vai ficar borrado e você vai se ver perdido em corredores infinitos cheios de sangue, gritos e, ao fundo, a amigável risadinha de Alma, em momentos que deixariam as piores cenas de horror de Silent Hill no chinelo.
Mas falando da jogabilidade: F.E.A.R. deve ter, no máximo, uns cinco tipos de inimigos diferentes. E as fases são meio repetitivas. Mas tudo isso é compensado pela extraordinária inteligência artificial dos oponentes. Extraordinaria MESMO. Os combates ficam divertidíssimos porque os caras se escondem, tentam dar a volta e te emboscar pelos flancos, usam granadas pra te fazer sair de onde você estiver se escondendo, e por aí vai. É tão divertido quanto jogar com oponentes humanos pela Internet.
A despeito dos momentos de susto, eu fui homem e joguei tudinho até o final. Foi bem legal e F.E.A.R. é altamente recomendado. Mas jogue de dia, e com alguém do seu lado para segurar sua mãozinha nas horas do terror, ok?
Update: Perguntaram nos comentários sobre os minimal system requirements: Pentium4 1.7 GHz, 1 GB de RAM, placa de vídeo 3D com 128MB e compatível com DirectX 9, 3 GB livres no HD. No meu notebook rodou sem problemas com tudo ligado, exceto "shadows". Achei bem estranho isso, era só ligar as shadows e o jogo ficava lindo... e lento.