O Primo em Borderline City
Sim, é verdade. Além de Windturn City, meu novo projeto inclui atividades em outra cidade interiorana, que chamarei de Borderline City, porque fica bem na fronteira entre Minas Gerais e São Paulo.
Pra chegar em Borderline City a maratona é mais ou menos a mesma de Windturn City: uma hora de avião e mais duas horas e meia de carro. O legal é que o trecho de avião termina em Varginha (onde fica o aeroporto mais próximo de Borderline City). Varginha é um lugar peculiar, famoso por histórias de extraterrestres. E o mais legal ainda é que o avião que voa pra lá é uma Brasília.
Sim, um Embraer EMB-120 "Brasília". Esse aqui, ó:

Ele pertence a uma empresa aérea minúscula e recém-chegada no mercado, chamada Air Minas. O "Brasília" comporta 30 passageiros e voa até direitinho. Mas faz um barulho infernal...


A cabine do Brasília (esq.) e a hélice dobrada ("defeito" especial causado pela má qualidade da câmera do celular).
Pra experiência ficar ainda mais bizarra, a aeromoça sorteou um "brinde" durante o vôo, e quem ganhou, obviamente, fui eu. Digo "obviamente" porque tinham só TRÊS pessoas no avião. O brinde estava devidamente empacotado num dos saquinhos de vômito, e era isso aí embaixo:

Sim, é um porta-lápis tosco, de cerâmica, em forma de caminhãozinho
Pra ficar ainda mais bizarro, depois que fizemos uma escala em Divinópolis, a aeromoça sorteou mais um caminhão-brinde, e quem ganhou foi o Michael Jackson...
O esquema aqui em B.C. é igual o de W.C.: a gente fica hospedado dentro da empresa, num quartinho simples e com a mesma decoração original de 1940. Mas o quarto é limpo e o colchão é bom, então não tenho do que reclamar. E de vez em quando a gente trabalha em locais um tanto quanto... incomuns.

Minha workstation e a platéia invisível
À noite, pra conseguir jantar, eu e Michael tivemos que pegar um ônibus até o centro da cidade, onde jantamos num restaurante que fica do lado de uma sorveteria que se chama "Uaice Cream" (fico devendo essa foto). Na volta, como estava tarde, entramos num táxi. Senti falta de uma coisa e resolvi perguntar o taxista:
- Ué... cadê o taxímetro?
- Uai, aqui num tem isso não, moço...
- Como assim?
- A gente já pediu mas a prefeitura diz que num precisa, que a cidade não comporta...
E pela primeira vez eu paguei um táxi via tabelinha. Deu dez reais a corrida...
No final do segundo dia de trabalho eu deixei Michael por lá e me meti num ônibus rumo à São Paulo. Foram quatro horas e meia de viagem, meu personal longest viagem-de-ônibus-a-trabalho record. Felizmente, eu estava bem preparado: o iPod estava com a bateria cheinha e abastecido com mais de 2 GB de episódios da segunda temporada de The Office. Nem vi o tempo passar...