O Primo Recomenda: Músicas tranquilas
Takk, o disco novo do Sigur Rós. Eu sei que já tentei falar dele, mas me faltaram as palavras. Agora vai.
Imagine que você foi no cinema ver um filme qualquer e, por acidente, acabou assistindo algum que se tornou o melhor filme que você já viu em toda a sua vida. Aí você está maravilhado durante os minutos finais, com o coração disparado e um sorriso daqueles de pura satisfação espiritual, quando entra a música da última cena. Hoppipolla, a terceira faixa do disco, seria esta música. Deu pra entender?
Curiosidade: Sigur Rós é "Rosa da Vitória" em islandês.
Systems/Layers, disco da banda Rachel's, foi indicação de Luiz. Outro dia eu tava na casa dele, ele tava copiando umas músicas pro meu pen drive e mencionou esta banda. "Ah, entrei no last.fm e tinha um cara que só ouvia isso".
Copiei o disco sem a menor idéia de que tipo de som eles tocavam, então esperava qualquer coisa: grindcore melódico, emo eletrônico, illbient vocal, psychobilly, o que viesse eu guentava.
Nada podia me preparar para o que veio: avant-chamber, ou música de câmara de vanguarda. Cordas, pianos, oboé, tudo sutil, tudo profundo. Cada música é uma cena diferente, um clima diferente, embora o disco tenha uma personalidade musical, um "tema" (apresentado na segunda faixa, Water from the same source), que abre e fecha essa obra-prima.
A crítica do AMG resume tudo perfeitamente bem com duas frases:
- (Referindo se às músicas): Estes mini-filmes dão a sensação daquelas manhãs chuvosas, e o ouvinte quase pode sentir o cheiro do café de lanchonete enquanto passa apressado por nuvens de fumaça de cigarro e de escapamento de caminhão de padaria.
- Systems/Layers é cerebral e humano, e lhe transporta sem insultar sua inteligência.