Pista do Pearson International Airport, em Toronto

14 horas de viagem e muito chá-de-sala-de-embarque depois, chegava eu, no sábado, em Belo Horizonte. O post aqui só veio dias depois: tinha muita saudade pra matar, gente pra ver, coisas pra arrumar...

A viagem transcorreu tranquila. Tive apenas meus dois últimos micos internacionais:

Ainda em Toronto, ao passar pelo raio-x do aeroporto, tirei a chave do cadeado da minha mala do bolso e... esqueci por lá.

Estavam servindo o jantar no avião. A aeromoça que servia as bebidas tinha um crachá escrito "ANA LUIZA", tinha a pele bem morena, olhos negros e cabelo encaracolado. Assim que ela chegou no meu assento, soltei meu pedido em bom português:

- Eu queria um suco de maçã, por favor.

Lentamente, Ana Luiza se debruçou sobre minha cadeira e, com um ar confuso, perguntou: "What?"...

No domingo minha primeira providência ao chegar em casa foi fazer as malas e... sair de novo. Passei o dia dos namorados (e os dois seguintes) com Bethania na Estalagem do Mirante, na Serra da Moeda.


Encosta da Serra da Moeda, com os chalés da Estalagem

Um pouco da vista da pousada...

Pôr-do-sol visto de dentro dos quartos

Essa pousada recebe o "selo Primo" de recomendação: excelente, desde as instalações até o atendimento. Vale cada centavo.

Agora, prosseguindo com nossa programação normal (de viagens da minha cabeça)...

Filmes para ver (ou não)

Curiosamente, uma coisa que eu fiz todos os dias desde que cheguei aqui no Brasil foi assistir algum filme. Até no sábado (dia em que cheguei), de noite eu já estava no cinema pra ver o tal filme da Angelina Jolie e do Brad Pitt...

Sr. e Sra. Smith

Até agora eu não descobri se o Sr. e Sra Smith era pra ser comédia, ação ou romance. Mesmo porque o filme fracassa em todos estes aspectos. A ação, bem executada mas ainda assim no lugar-comum, acaba sendo algo colocado no roteiro como "cenário" para o romance, que é insosso devido à falta de profundidade dos personagens, que tentam parecer engraçados ao mesmo tempo que precisam manter a cara de "agente misterioso e durão". Enfim, misturaram tudo e no final não deu nada. Dá pra se divertir um pouco com as forçadas de barra hi-tech estilo "Missão Impossível", mas nada além disso.

O Vilaça deu duas estrelas, xingou o roteirista e viu méritos na direção e na "química" entre Pitt e Jolie...

Magnólia

Só agora consegui assistir o famoso filme de Paul Thomas Anderson. Assim que as três horas do longa terminaram, eu não conseguia pensar no filme como nada além de esquisito. Mas era um esquisito bom, bem filmado, com atuações consistentes e uma trama eficiente, que se estende por mais de três horas sem cansar o expectador.

O esquisito é por causa do roteiro. Você fica duas horas se perguntando onde diabos vai dar aquilo tudo, quando de repente tem a famosa cena da chuva e complica tudo um pouco mais. Diferentemente de Cidade dos Sonhos, eu não cheguei ao final do filme entendendo tudo o que aconteceu e completamente fascinado com a perspicácia do diretor. Já o Vilaça conseguiu...

O Informante

Eu já havia visto esse filme, mas acabei alugando de novo sem querer. É uma história muito bem contada, com Russell Crowe como ex-executivo da indústria do tabaco, prestes a dar revelações bombásticas no famoso programa 60 minutes, produzido pelo personagem de Al Pacino. Aí segue-se a trama de furações de olho, traições, chantagem emocional, corrupção e o escambau.

Um belo filme, despretensioso e eficiente, com destaque pras atuações de Pacino (sempre ótimo) e Crowe (surpreendendo). O roteiro é muito bem escrito, algumas frases do personagem de Pacino são simplesmente geniais. Só não gostei da trilha sonora, repetitiva em alguns trechos. O Vilaça deu cinco estrelas pra ele.

Kinsey - Vamos falar de sexo

Kinsey é aquele cientista que publicou, em 1948, o famoso livro intitulado "o comportamento sexual do homem". Na época, o cara chocou a sociedade e provocou um belo avanço no estudo da sexualidade humana.

O filme é a história de Kinsey, e . Mais parecia um documentário, e o roteiro é um insulto: algumas cenas eram, claramente, a posição do roteirista sobre as idéias e ações de Kinsey. A atuação de Liam Neeson e de todo mundo é OK, o figurino, cenografia e etceteras foram todos OK, mas a história, na minha humilde opinião, poderia ter sido mais "bem contada".

Discordo das quatro estrelas do Vilaça. Daria no máximo duas...

Curiosidade: o filme é escrito e dirigido por Bill Condon...