Algonquin
Segunda-feira passada foi Victoria Day aqui no Canadá. Tem uns fogos no fim do dia, a Rainha aparece na TV e tal. Aproveitando o dia extra, resolvemos viajar para Algonquin, o famoso parque da província de Ontario.
Durante a semana passada, sempre que eu dizia pra alguém que estava indo pra Algonquin, ouvia de volta:
- Não esqueça o repelente de insetos.
Nem precisou tanto. A chuva intermitente dos três dias ajudou a espantar a mosquitada (que, realmente, era assustadora). Mas a chuva e os mosquitos foram a única coisa incômoda dos três dias. O resto foi muita caminhada, canoagem e paisagem de livro de geografia: "Fig. IX - Vegetação de países de clima temperado"...
Mas nos livros não era tão bonito assim.

Além das belíssimas paisagens, outro destaque do parque é a organização: No começo de cada uma das dezenas de trilhas, por exemplo, tem livretos com informações sobre a caminhada. O centro de visitantes tem um pequeno museu e um mini-cinema, que passa um filme de uns 10 minutos sobre as origens e as atrações do parque. Quando o filme termina, aparece uma mensagem que diz: "Agora vá e veja você mesmo a melhor das nossas atrações". Na sequência, abre-se uma porta ao lado da tela, que dá acesso ao deck de observação...

No primeiro dia ficamos passeando pelas trilhas. Éramos nove pessoas no total, divididos em dois carros, um "prata" e um "bege". No fim do dia, como estava chovendo, eu e uma das meninas desistimos de uma das trilhas e ficamos conversando fiado dentro do carro prata. A chave do carro bege estava comigo, porque era onde minhas coisas estavam.
Algum tempo depois o pessoal completou a trilha e decidimos ir embora pro hotel; o carro prata começou a viagem de volta primeiro e, como eu já estava dentro dele, continuei lá. As viagens de carro eram longas mas interessantes, porque a gente sempre topava com algum bicho. Dessa vez foi uma raposa com filhotes...

Além da raposa, tinha também uma anta: eu, que só percebi que estava com a chave do carro bege depois de meia hora na estrada. Mais meia hora pra voltar e reencontramos um pouco mais da fauna do parque: um bando de homo sapiens revoltados...
No hotel, na hora do jantar, pedi um prato chamado Arlington's Poor Boy. Nada mais apropriado.
Falando no hotel, o Arlington na verdade era um albergue que, por fora, dava até medo. Mas por dentro ele era simples, limpo e confortável.

Outra coisa divertida pra se fazer em Algonquin é andar de canoa. No domingo passamos o dia remando pelos extensos lagos do parque, parando nas ilhas pra algumas fotos e aproveitando a vista. Numa das ilhas deu até pra ver um pouco mais da fauna do lugar: um cara usando apenas uma toalha enrolada na cintura...
Mas o bicho que mais tinha em Algonquin era o alce. No total vimos uns quatro ou cinco alces. Apesar do tamanho eles parecem ser bastante dóceis: no domingo eu pude tirar fotos tranquilamente, a uns três metros desse aqui da foto. Só faltou a gente ver algum urso, mas não apareceu nenhum.

De noite, quando acabavam as atrações do parque, era hora de fazer uma bagunça no melhor estilo brasileiro. Depois do jantar do domingo, por exemplo, o carro prata (uma Cherokee) virou uma boate ambulante na viagem de volta. No som tocava Fatboy Slim, enquanto todo mundo piscava loucamente as luzes internas e gritava em coro:
Cheroka! Cheroka! Boate da Cheroka!
O urso! O urso! Eu quero ver o urso!
Algumas fotos extras do passeio:
O hidroavião da brigada de incêndio do parque;
Os restaurantezinhos de beira-de-estrada onde a gente comia. O café da manhã que eles serviam era sempre alguma coisa 'levinha': ovos, bacon, torradas cheias de manteiga e batata frita. Haja coração;
Veados. Esse aí a gente viu passando saltitante pela estrada. Realmente, veados são, hã, muito gays;
A estação de trem abandonada da cidade de Maynooth. Teoricamente era pra ser uma atração turística, mas não é nada mais do que um prédio caindo aos pedaços. Valeu pela pichação do lado de fora: "NIRVONA RULES". Coitado do Kurt Cobain;
Pra encerrar, mais uma panorâmica do parque...
