Prezados leitores,

Segue anexo o relatório do fim de semana.

P.s.: Continuo devendo as fotos, pois ficaram na câmera e a câmera ficou com Bethania, em Toronto...

Sábado

Depois de acordar meio tarde, fomos todos dar um passeio pela Swan's Bay, aquela que eu vivo indo de bicicleta.

Agora que a primavera realmente chegou, parece que estamos em outro país: as pessoas voltaram a sair na rua. Como o dia era de sol e de agradáveis 10 graus positivos, não precisamos nem de jaqueta pra ficar ao ar livre.

O almoço foi no East Side Mario's. Comemos uma massa e, quando eu ia ver as sobremesas, um dos meus colegas disse:

- Peraí. Deixa eu pegar o menu de sobremesas pra você.
- Mas tem sobremesa aqui nesse menu, ó...
- Sim, mas espera só um pouco...

Pouco depois a garçonete nos trouxe o menu 3D de sobremesas... era um brinquedinho como esse aqui, onde você via as opções de sobremesa, em 3D, enquanto seus colegas fazem piada com a sua cara de bobo.

Acabei escolhendo uma taça enorme de sorvete com brownies. É engraçado, aqui no Canadá as sobremesas são pequenas no menu e enormes na realidade. No Brasil é o contrário: as coisas parecem enormes no menu e, quando você pede...

Depois demos uma voltinha pelo Pickering Mall, depois no Best Buy (um colega queria comprar um cartão de memória para o palmtop) e voltamos pra casa. O plano era sair à noite, ir novamente no Madison, mas acabei indo dormir.

Domingo

Eu e Bethania acordamos mais cedo e fomos ao supermercado, comprar coisinhas pra fazer um café-da-manhã reforçado. O menu da manhã foi:

Suco de uva verde (muito bom isso!)
Morangos
Canapés quentinhos, dourados no forno
The Damned Cookies of Doom: Biscoitos com gotas de chocolate (tipo esses) que são tão gostosos que ganharam esse apelido.

Depois, pegamos o carro e fomos para Niagara Falls, o lugar onde ficam aquelas cataratas que o Pica-Pau desceu num barril. Muito bonitas, elas. Eu e Bethania passamos a tarde tirando fotos e procurando o resto do pessoal: é que, logo que chegamos, nós dois nos separamos do grupo por 10 minutos pra tirar umas fotos e, quando voltamos, eles tinham sumido. Não foi nada agradável ficar perambulando por horas atrás deles...

Depois de encontrar todo mundo almoçamos e fomos ao Niagara Casino, que acabou sendo tão interessante quanto as cataratas...

É engraçado ver cassinos em filmes e, depois, na vida real. Logo que entramos, Bethania até falou comigo:

- Olha Zé... isso existe mesmo!

Realmente, o cassino é um lugar que faz tudo pra parecer meio mágico: o sonho do dinheiro fácil, as luzes e os jackpots piscando e o barulho das máquinas, é tudo meio que uma lavagem cerebral.

Eu e Bethania compramos cinco dólares de fichas e jogamos um pouco nos caça-níqueis. Deu pra entender facilmente porque existe tanta gente viciada em jogo: o tempo entre cada vez que você ganha é exatamente o tempo que leva pra você começar a cansar de perder dinheiro. Mesmo que seja um prêmio pequeno, tipo, duas moedas, é o suficiente pra te dar vontade de tentar ganhar mais.

O público dominante no cassino era, de longe, o de aposentados. Inúmeras velhinhas sentavam-se, hipnotizadas, repetindo o movimento de inserir a moeda e pressionar o botão para o caça-níqueis rodar. Outra coisa que tinha em excesso no cassino eram câmeras: No teto haviam CENTENAS delas. Só não tenho nenhuma foto porque era expressamente proibido usar, hã, câmeras dentro do cassino. Segundo me informaram, se eu tirasse alguma foto eu iria ser abordado por dois seguranças gigantes que iriam me tomar a câmera e apagar a foto.

No entanto continua valendo a velha regra dos jogos de azar: the house always wins, ou seja, a casa sempre ganha. Fizemos uma conta rápida na hora de ir embora e constatamos que nós, oito pessoas, que passaram não mais que 40 minutos dentro do cassino, deixaram por lá a quantia de 80 dólares.

Depois, em Toronto, hora de ir ao cinema ver...

O Primo recomenda: Sin City

Eu tinha uma certa familiaridade com o trabalho de Frank Miller: havia lido a minissérie Demolidor: Homem sem Medo, mas nunca havia lido nenhuma edição da série Sin City.

Quando Hartigan, o personagem de Bruce Willis, avançava cambaleante pela tela, repetindo frases para si mesmo em pensamento, eu enxergava claramente aqueles diálogos em caixinhas no canto do quadrinho. Ou quando Marv (Mickey Rourke) fumava um cigarro em frente à persiana semi-aberta, e o brilho da rua desenhava o perfil do seu nariz largo, eu enxergava perfeitamente o traço reto da caneta de Frank Miller.

A estética dos quadrinhos foi copiada para a telona numa perfeição assustadora. Sin City é altamente recomendado. Agora, vá avisado de que ele é violento: cabeças cortadas, por exemplo, tem toda hora.

Um detalhe: fui ao banheiro antes da sessão começar. Quando terminei, estava quase na hora do filme e saí andando distraído... até ver que havia errado de corredor e entrado no banheiro feminino.