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Mais um comentário sobre a competência do marketing canadense.
Tem uma cerveja chamada Molson Canadian. O anúncio na TV (sem link para download, sorry) é todo filmado em "primeira pessoa", e é basicamente uma sequência de cenas curtinhas: um amigo bate na porta da sua casa e te fala todo animado: "Vambora! Pega seu casaco!", depois aparece outro na porta da sua casa, porta-malas do carro aberto, gritando "Vai fazendo as malas ae!", depois um outro amigo com um par de ingressos na mão, dizendo "nem pergunte como, nem por quê!", e por aí vai.
Depois vem várias cenas curtinhas de mulheres bonitas, uma esquiando, outra no avião, outra num restaurante, todas apresentando-se: "Eu sou a Beth", corta a cena, "Me chamo Daisy", corta a cena. A música de fundo é o crescendo dos primeiros minutos de "Right here, Right now", do Fatboy Slim, tudo para favorecer o clima de "vem algo bom por aí".
Depois vem o slogan: It starts here (começa aqui). E a música entra na sua parte mais agitada.
Basicamente, os caras vincularam a cerveja como o ponto de partida pra a diversão, e ainda alimentaram as fantasias amorosas dos zilhões de canadenses que acabaram tendo a impressão de que as mulheres estavam falando diretamente com eles, graças à câmera em primeira pessoa. Tudo isso sem ofender a inteligência de quem vê, coisa que infelizmente acontece nas propagandas brasileiras.
Hoje no trabalho eu fui pegar um café e vi, no jornal sobre a mesa, uma reportagem sobre esta nova campanha da Molson. Fiquei surpreso ao ver que o tom da reportagem era de incerteza quanto ao sucesso dela frente à campanha anterior, que havia sido um arraso, ficado famosíssima, gerado fãs por todo o país. O texto do comercial anterior havia sido impresso em camisetas, recitado em coro por torcedores antes dos jogos de hóquei, etc.
A campanha era intitulada "I am canadian". Vi o vídeo e tive que concordar. Se eu fosse canadense, sairia de casa pra comprar cerveja na mesma hora.