Ontem de noite fomos parar numa festa de aniversário de uma colega de trabalho de uma de nossas colegas de trabalho.

Depois de chegar e cumprimentar a aniversariante, fomos até o balcão onde estavam servindo as bebidas. No balcão havia um senhor que, logo que nos viu, já foi logo se animando:

- Brasileiros! Adoro brasileiros! Tem uma coisa pra vocês aqui...

E, para nosso espanto, sacou do meio das bebidas uma garrafa de cachaça, separou alguns daqueles copos descartáveis vermelhos típicos de festa norte-americana e começou a preparar... caipirinhas.

A cultura canadense para eventos sociais é curiosa. A festa esteve bem animada, mas as pessoas comportam-se de forma mais polida. Apesar das bebidas ninguém sai dando uma de bebum, conversando alto e fazendo zona.

Também confirmei o que eu temia: os canadenses realmente não sabem dançar. Eu sentia pena das "tias" rebolando assincronamente e mexendo os braços sem a menor correspondência com a música que tocava. E tinha horas que o DJ (sim, tinha um DJ na festa) colocava música lenta, e sempre tinha um casal que, em vez de ficar só agarradinho, saía como se estivesse dançando uma valsa...

O parabéns é como se vê nos filmes: ninguém bate palmas enquanto não termina o "happy birthday to you", e o aniversariante faz o clássico pedido e depois sopra as velinhas. No entanto, como no Brasil, sempre tem aquela onda de gente que vai embora logo depois do parabéns. Além do bolo, as comidas eram bem chiques: foram servidos frios, pães e frutas. Tinha até um arroz temperado.

O pessoal era muito amistoso e várias vezes vinha gente para puxar papo conosco. Dois desses momentos foram muito engraçados: num deles, o tio da caipirinha, já meio de pileque, sentou na nossa mesa e jurava de pé junto que ele era russo:

- Mas isso é impossível! - retrucava uma colega nossa - Onde você nasceu na Rússia?
- Em Leningrado!
- Não pode ser, aposto que você tá mentindo!
- Não tou não, pode acreditar.
- Ah é? Então me fale alguma palavra em russo...

O cara pensou por dois segundos e, de repente, gritou:

- VODKA!!!!

Depois de muita risada, ele saiu e um outro sentou-se conosco. Papo vai, papo vem, um colega perguntou pra ele onde ele trabalhava...

- Eu trabalho na usina nuclear... igual o Homer Simpson!