Feriado prolongado é sinônimo de atualização cinematográfica. Vamos aos breves comentários dos filmes destes quatro dias...

Gothica (Na Companhia do Medo)

Esse eu só assisti porque o DVD tava dando sopa aqui em casa; havia sido alugado pelo namorado da minha irmã. Ele fez milhões de recomendações sobre o filme, que ele era excelente, etc, etc. Por isso, assisti o filme sem muitas esperanças de que ele fosse bom.

Gothika chama-se Gothika porque... bem, eu não sei e se você souber, me avise. Mas é a história da Dra. Miranda (Halle Berry), brilhante psicóloga, casada com um gorducho chamado Doug (Charles Dutton). Sua vida é um mar de rosas, como o filme (forçosamente) mostra nos seus minutos iniciais. Mas, numa noite chuvosa, um acontecimento sobrenatural faz com que tudo mude.

Este filme têm me mostrado que, quanto mais um filme se baseia em um roteiro legal para ser interessante, menos ele deve mostrar no seu trailer. Digo isso porque na véspera de quando vi este filme, o namorado da minha irmã fez questão de me mostrar o trailer que estava no DVD. Ele queria me mostrar também o videoclipe do Limp Biskit, mas eu mandei ele se foder. Bom, voltando ao assunto, o trailer tirou a maior parte da graça do filme. Ele mostrou, por exemplo, uma cena-chave: a da primeira aparição da menina, hã, "sobrenatural". Então, quando eu vi o filme, eu já sabia exatamente o que ia acontecer com a Dra. Miranda quando ela estava passando pela ponte. Fiquei sem o susto e sem a surpresa.

Na verdade, mesmo se eu não tivesse visto o trailer, nos primeiros quinze minutos de filme eu já teria descoberto toda a trama, porque ela não é NADA original. Trata-se da velha história do personagem principal, que é o único que tem razão durante o filme todo, e que tem que passar por maus bocados para convencer a todos do seu ponto de vista. E o roteiro tem umas "gambiarras" que só pioram a manjada história.

Mas Gothika tem lá seus méritos. A Halle Berry mandou bem, o Robert Downey Jr. tinha um personagem cativante e muito bem representado... o cenário é muito bom, embora a prisão/manicômio onde o filme se passa seja muito irreal. Onde já se viu uma superprisão daquela? Além do mais o filme usa bem seus efeitos especiais. Um dos pesadelos da Dra. Miranda, que é contado de trás para frente, é interessante. Mas fica só nisso: é um "pipocão" de suspense, legalzinho, mas só.

A crítica do Pablo Vilaça pra este filme deu duas estrelas. Eu concordo.

Scary Movie 3 (Todo Mundo em Pânico 3)

Calma, calma. Este DVD também ficou dando sopa aqui em casa, caso contrário eu JAMAIS teria visto isso.

Bom, resumindo, as paródias deste filme envolvem O Chamado (que eu vi pela metade), o Sinais e o filme do Eminem, que eu não vi. Dei boas risadas com o Charlie Sheen e fiquei babando na Anna Faris, a personagem principal.

O Vilaça deu duas estrelas para o filme e disse que ele é 30% engraçado. Eu que sou mais bobo ri um pouco mais. Mas... quer saber? Falemos de um filme que realmente vale o review.

Kill Bill vol. 2

Esse eu fui ao cinema, me atrasei e não entrei, fui no dia seguinte e encarei um shopping lotado para ver. Ah, Tarantino. Maldito, você tem lá suas razões para ser tão egocêntrico.

Alguns poderiam considerar que o Vol. 2 da "trilogia de dois filmes" é chato. Realmente, ele começa bem devagar quando comparado com o primeiro, porque mostra muitos flashbacks de como tudo começou. Na verdade, Tarantino parece estar aproveitando a brecha para bolar diálogos com frases de efeito e prestar suas homenagens aos antigos westerns e filmes dos anos sessenta. Ah, e para babar ovo da Uma Thurman. Mas, convenhamos, o Tarantino tem TODAS as razões para babar ovo na Srta. Thurman. Mesmo coberta de sangue e terra, com o cabelo detonado, ela continuava linda.

A coisa fica interessante quando o filme mostra o seu treinamento com Pai Mei, o velhinho das barbas brancas e das maiores sobrancelhas da história do cinema. Gostei, em especial, de uma das falas dele, quando tentava ensinar a personagem de Uma a socar através de uma tábua de madeira:

"Não é você que deve temer a madeira, e sim a madeira que deve temer você"

Aí o filme engata uma terceira e vai fundo. A "noiva" continua na sua vingança sangrenta. O combate entre ela e Elle Driver, a mulher "pirata", é simplesmente fantástico e compensa, com muita folga, toda a lentidão do início do filme. O final do combate é simplesmente nojento, talvez a cena mais nojenta da história do cinema. Uau, eu já disse "história do cinema" duas vezes...

Não vou contar mais nada pra não estragar a graça do filme. Mas Kill Bill vol. 2 se garante numa coisa: estilo. É como se o Tarantino dissesse: "Vocês querem entretenimento? Então TOMA entretenimento". Classudo. Divertido quando é pra ser, agressivo quando é pra ser. Eu recomendo!

Quando o filme acabou, o cinema ficou engraçado: tinha gente em pé para sair, mas não saía, porque os créditos finais, com a Noiva passeando pela estrada, no melhor estilo noir, era muito cool para não ser vista.

O Vilaça criticou bastante o ritmo do filme, mas deu quatro estrelas. Pra mim, o ritmo do filme nem fez muita diferença no fim das contas. E ele ainda cita duas cenas que eu adorei: a de Elle lendo no seu bloquinho as informações que ela "viu na Internet" e a da Noiva e outra assassina duelando sobre... um teste de gravidez.

The Day After Tomorrow (O Dia Depois de Amanhã)

Esse eu acabei de ver. Na verdade, aluguei porque vi acompanhado de Bethania e da minha irmã e do namorado, aí optei por um filme pipocão na hora de ir na locadora.

As preocupações que eu sempre tive sobre aquecimento global e mudanças no clima me passavam um cenário de loooongo prazo. Mas no filme, basicamente, o clima terrestre simplesmente puxa a cordinha e "dá descarga". Em questão de dias, a Terra entra numa era glacial. Pra mim, forçou muito a barra. E, como eu não engoli a premissa do filme, ficou difícil fazer o roteiro descer pela garganta, principalmente quando ele cai nos velhos "personagens-heróis" que, "contrariando todas as expectativas", fazem feitos impossíveis e sobrevivem.

Ficou duro engolir o Dr. Jack Hall e sua atitude imbecil de "vou compensar meus anos de ausência saindo como louco pra resgatar, a pé, meu filho que está em Nova Iorque". Ficou duro ver os personagens escapando de uma onda gigantesca na base do cooper. Ficou mais duro ainda ver o vice-presidente fazendo o papel de "não acredito nas previsões deste cientista maluco e só quero saber do meu dinheiro". Mas... mas eu me diverti vendo este filme.

Mas me diverti fazendo comentários sarcásticos e irritando quem estava assistindo comigo. Alguns exemplos:

- O Sam Hall virou o "Donnie Darko" (era o mesmo ator)
- Quando o Donnie Darko salvou a menina que ele estava a fim, eu ficava repetindo "Oh, obrigado Donnie, vou compensar tudo para você em sexo mais tarde neste filme..."
- Na primeira aparição do presidente americano eu não me continha: "Ahhh trem doido... presidente americano é sempre um galã..."
- Quando os desinformados cidadãos saem da biblioteca para morrerem congelados, eu protestava contra o preconceito do filme, pois era um guarda NEGRO que os guiava para fora...

Mas no final, minha irmã até entrou na onda: "Uau, Nova Iorque vai ficar uma beleza agora, com 50 habitantes..."

O Vilaça confessou ter gostado de Independence Day e, por adorar uma catástrofe, gostou deste filme e o deu três estrelinhas. Eu também daria, mas mais pela minha atuação como o chato da noite.