O Primo na ópera
Pois é, meu programa de sábado à noite foi... a ópera Turandot, de Giacomo Puccini.
Eu nunca tive muito saco pra ópera, e Turandot tem três horas de duração. Eu fui esperando o pior e acabei adorando a montagem que fizeram. A música é excelente, a história é instigante, não é simplesmente um romance bobinho, como na maioria das óperas. E, além do mais, Turandot se passa na China! No final foi um programão e eu me diverti á beça.
Detalhes engraçados da noite:
- Antônio Roberto, o pop star da auto-ajuda (bom, pelo menos aqui em Minas), estava bem pertinho da minha cadeira.
- O cenário, a luz e os figurinos estavam muuuito bem feitos. E era tudo grandioso e espalhafatoso: tinha um dragão que cuspia fogo, faíscas, painéis chineses estilizados, plataformas e uma escadaria giratória no meio do palco. A coisa estava tão megalomaníaca e cintilante que eu aposto que o diretor cenográfico é gay.
- Durante um dois dois intervalos de 15 minutos da ópera, adivinhem quem eu vejo, de sobretudo preto, cercado de gente esquisita gótica, no meio do saguão do teatro? O Excêntrico, em pessoa! Segundo ele mesmo, além de gostar de metal ele curte uma música clássica.
- Toda música de ópera que se preze tem um "tema" manjado, daqueles que você conhece porque já ouviu numa propaganda de Vinólia por aí. Turandot não foi diferente.
O problema foi que, na hora que tocou o "tema", a mulher que estava sentada na cadeira ao lado da minha começou a cantarolar junto... deu vontade de perguntar se ela fazia parte do coro. Caso a resposta fosse negativa eu ia mandar ela fazer uma bola de pano com a echarpe dela e enfiar na boca.
- Quando os cantores e cantoras davam aqueles looooongos agudos, eu ficava incomodado, porque com certeza no final todo mundo iria aplaudir e interromper a orquestra. Coisa que, obviamente, aconteceu. Não sei de onde tiraram esse conceito de que, quanto mais alto e mais agudo, mais bonito é o canto. Coisa mais ridícula.
- Meu lado musical freak continua se manifestando: por mais que eu ouça as mais belas melodias, eu continuo me amarrando no som que a orquestra faz quando está se afinando. Cara, aquilo é tão bonito!!
- Numa das cenas, três personagens chineses de nomes Ping, Pang e Pong, tentam dissuadir um estrangeiro de disputar o amor da princesa. Para isso, oferecem-lhe três esposas de diferentes raças, que entram no palco com os seios de fora. Uma delas, uma bela negra, vai se insinuar para o estrangeiro. Ela pára na frente dele e começa a rebolar... igualzinho as dançarinas do É o Tchan. Eu quis morrer.
- Depois das três horas de ópera, durante o aplauso final, Bethania me deu uma engraçada sugestão: Ei, vamos começar a pedir bis! 'Mais um! Mais um!'...