Filmes! Filmes triplos!
E os cinemas continuam lucrando com minha vida de solteiro. Os últimos três filmes que vi na telona foram:
Acabei vendo este filme de graça, numa mostra sobre o Roman Polanski (ele atua no filme) que estava tendo no Cine Belas Artes. Consequentemente, tive que esperar quase uma hora e meia pra pegar o ingresso e entrar. Depois, a projeção do filme deixava as legendas num nível MUITO abaixo da tela, então você precisava fazer um balé com a cabeça pra poder lê-las. Além disso, as legendas não estavam muito em sincronia com o polonês falado no filme, e devido a época em que a história se passa, o português usado na legenda foi bem erudito, o que dificultou bastante a vida.
E no fim de tudo, Zemsta nem é realmente um filme. É uma peça de teatro contada como filme. Algumas falas são rimadas, a marcação de cena dos atores é como se eles estivessem num palco, e em alguns momentos os personagens até olham pra câmera e fazem aqueles comentários estilo "pensando alto", para o espectador.
Mas depois que você entende onde diabos amarrou a sua égua, Zemsta é uma ótima peça. Destaque para Polanski, no papel de Papkin, que faz um tipo divertido e carismático. Outro destaque é a história, que dá reviravoltas geniais e perspicazes a todo momento.
O declínio do império americano
Este filme é a maior coincidência...
Sabe tudo o que eu reclamei que o Ken Park não tinha? O Declínio tem. Os filmes seguem exatamente o mesmo caminho: uma vidinha suburbana que esconde mistérios inacreditáveis e comportamentos bizarros de seus personagens, principalmente no tocante ao sexo.
Mas a grande diferença é que O Declínio baila com maestria e graça por sobre o tema, abordando-o com toda a classe, discrição e inteligência que faltou ao Ken Park.
Destaque para a criatividade das histórias e a profundidade e carisma dos personagens. Mas o melhor é que eu não precisei ver nenhum p** duro pra que fosse mostrada a realidade das coisas. Ponto para o diretor, Denys Arcand.
O Declínio é imperdível. Mal posso esperar pra ver As Invasões Bárbaras agora.
Bom, para este filme eu deixo o Pablo Vilaça falar por mim.
Concordo com tudo que ele escreveu. Inclusive a parte que mais me comoveu no filme foi a mesma para ele, a que Maria vai consolar Jesus na via crucis e se lembra dele quando menino. Eu, o homem-pedra, quase chorei.
Além disso destaco algumas outras coisas:
- As falas em latim, dos romanos, tipo o Pilatos dizendo: "Ecce homo!" (eis o homem!). Muito legal. Deviam fazer mais filmes com falas em latim.
- Monica Bellucci como Madalena. Não podiam ter escolhido atriz melhor para o papel da ex-prostituta, já que uma das suas características mais marcantes era a beleza física.
- Inclusive tem um problema aí. Os evangelhos não falam que Madalena era a mesma mulher que Jesus salvou do apedrejamento. Nos evangelhos, esta última é chamada apenas de "a mulher adúltera".
- O Diabo. Tirando a última cena onde ele aparece (pra quê aquilo?), a forma com a qual ele foi colocado no filme foi muito boa. Por sinal, o diabo é "a" diabo e eu nem notei...
- Os flashbacks da vida de Jesus como carpinteiro, ainda jovem e fazendo brincadeiras com a mãe.