O post de natal
É, vocês já estavam achando que não ia ter post de natal aqui no Primo né... pois é. Mas não é um post não. É uma prece. Isso mesmo, pra vocês que não sabem eu sou espírita de muito tempo. Então lá vai:
Jesus,
Neste dia de hoje, em que convencionaram comemorar seu nascimento, eu olho o mundo e vejo que, na verdade, se você está nascendo, no coração de muita gente talvez você esteja morrendo...
Neste dia de hoje, as pessoas dizem que "O Natal foi ótimo" e completam com: "minha loja vendeu o triplo nesse mês" ou "nunca comi tanto peru em toda a minha vida" ou então "ganhei uma porrada de presentes legais". E o Natal fica sendo ótimo pelos excessos. Mas nunca tem excesso de caridade, fraternidade, boa vontade.
Jesus, Jesus... e o natal ainda vira época de "medir" a generosidade dos parentes, reclamar mentalmente do presente mixuruca que o marido deu pra mulher, ou fazer mau juízo do parente que nem sequer mandou um cartão, botá-lo na "lista negra" de pessoas que não se importaram conosco no Natal... quando nós mesmos estamos é nos lixando pra o que demos, o que fizemos, que alegria proporcionamos...
Jesus... sei que tu, que é Mestre, não se prende a essas convenções de datas e comemorações... mas nós, ainda espíritos bem imperfeitos, zelamos por tradições, aparências e cerimônias... por isso, neste Natal, peço perdão.
Peço perdão pela concupiscência da humanidade, pela inveja, pela avareza, pela gula, por esta faceta tão ruim do ser humano que, infelizmente, acaba mais realçada logo no Natal. E nesse pedido de perdão, peço perdão a mim mesmo, pelas minhas próprias falhas e por, inúmeras vezes, eu também me render às coisas da terra em detrimento às coisas do espírito.
Mas também, Jesus, agora entendo um pouco mais do Amor verdadeiro, aquele que você ensinou, e sei que, justamente pela nossa má índole, você nos ama ainda mais. E nesse ponto eu agradeço, mas agradeço imensamente, não pelas minhas atitudes acertadas, mas pelo discernimento de saber o que fiz bem e o que fiz mal. Isso, meu Mestre, não tenho como retribuir, tamanho o valor desta virtude: discernimento.
E por saber o quanto é bom, peço a ti que derrame, mas derrame o máximo que puder de discernimento em nós, pobres almas terrestres, que nos perdemos por tão pouco, que nutrimos anseios por tanta coisa da terra que não vale nada ao espírito... Jesus, faz nascer discernimento nas mentes desorientadas, imediatistas, materialistas deste mundo... faz nascer discernimento na minha própria mente.
Mestre, para encerrar, obrigado por ter me ensinado que é impossível ter um feliz natal sem saber provocar no meu próximo um natal feliz. De tudo que você me deu, o mínimo que posso retribuir é em gratidão, sendo justo e me esforçando por honrar o modelo de vida cristão que escolhi para mim.
Que assim seja.