A Semana do Presidente
E parece que um caminhão me atropelou, e que depois jogaram meus restos num moedor de carne. Tou um bagaço. Não vejo a hora de entrar no avião e ir pra casa.
Trabalhei alguns dias no hotel até tarde e parava só para o cooper e pra dormir mesmo. Na quarta e quinta-feira não sobrava ânimo nem pra aproveitar a internet super-veloz do hotel, e eu acabava "desligando" meu cérebro com a tevê mesmo.
Por sorte, a MTV me ajudou muito nesse sentido na quarta-feira, com o programa Ponto Pê. Uma das ligações era de um rapaz que dizia não ter sucesso com as mulheres. Papo vai, papo vem, a Penélope dá o conselho final para o rapaz:
- Cara... eu acho que você é viado! Vai dar essa bunda, vai!
Falando nisso, hoje às cinco da manhã eu acordei com um barulho estranho, um misto de duas vozes grunhindo assustadoramente:
- Unnghghhhhhh... AAAAAHHHHHHHH!!!
Aí pulei da cama, olhei em volta, não tinha nada. E as vozes, uma masculina e outra feminina, suspiraram aliviadas:
- Ahhh...
Era o casal do quarto ao lado fazendo sexo. Já é a segunda vez esse mês...
Na quinta eu aproveitei a hora do almoço para ir ao Barra Shopping, tentar comprar ingressos pro Cirque du Soleil, que vem pro Rio em Novembro.
O Barra Shopping é um lugar estranho: o supra-sumo do luxo está lá, os corredores (enormes) estão abarrotados de gente bonita, rica e bem-arrumada, e eu me sentia fisicamente mal lá dentro, justamente por causa disso. Tanto que procurei rapidamente a fila dos ingressos pra sair de lá o quanto antes.

Uma parte da fila pros ingressos do Cirque
Aí, quando achei a fila, saí, fui a um McDonalds e comprei pela internet mesmo.
Depois, fui almoçar. Sentei na praça de alimentação com a minha salada (de alface velha do Montana's Express - horrível, não coma lá). De repente, três mulheres aparecem e perguntam:
- Essas cadeiras tão ocupadas?
Achei que elas iriam levar as cadeiras, mas, para minha surpresa, as três sentaram sem a menor cerimônia. Levei um susto: o que era aquilo? Cara-de-pau? Teste de fidelidade? Só depois me lembrei que me contaram que no Rio é assim, o pessoal divide a mesa com estranhos nos restaurantes quando eles estão cheios.
Na volta pude ver, pela primeira vez, a famosa favela da Rocinha. Fiquei até curioso pra saber como é aquilo ali. Lembro que os panfletos de "city-tour" que vi nos hotéis incluíam a Rocinha como um dos destinos. Quem sabe um dia.
P.s.: Pra piorar o status da semana, descobri que não coloquei cuecas na minha mala. Aí tive que lavar a que eu estava usando todo dia debaixo do chuveiro. Vida de viajante é isso aí...