(Partes anteriores: Um Dois)

Hoje eu completei minha trigésima quinta ligação (yeah, 35) para o Oi Atende. As últimas que fiz foram baseadas numa estratégia que uma das atendentes me passou uma vez: ligar de manhã, porque a probabilidade deles terem o telefone em estoque seria maior.

O serviço de atendimento deles abre às oito da manhã. Eu programei um lembrete no meu antigo celular para 8:01.

E, por incrível que pareça, a estratégia funcionou: liguei e o celular estava no estoque.

Fiz meu pedido, pela terceira vez, mas não vou tentar pagar no cartão. Vai ser via depósito identificado. Basicamente, depois de 35 ligações, eu ainda terei que encarar uma fila de banco, já que o bendito depósito tem que ser feito na boca do caixa.

De cara, precisei fazer uma trigésima sexta (36a) ligação, porque percebi que a atendente me deu todos os dados para o depósito, exceto um: o valor. Liguei mais para confirmar e evitar dores de cabeça posteriores.

Habilmente, escolhi fazer o depósito num banco específico porque tem um posto de atendimento aqui onde estou trabalhando. Aí, depois do almoço, saquei o dinheiro, anotei os dados do depósito e fui ao banco.

Aparentemente, Murphy estava comigo:

- Olá, eu queria fazer um depósito identificado...
- Sim... - respondeu a simpática senhora do caixa - pode me emprestar esse papel com os dados?
- Claro, tome...

A simpática (mas algo avoada) senhora do caixa olhou com uma cara enigmática para o papel:

- Agência tal... conta tal... "GeForce FX5200", esse que é o identificador do depósito?!
- Não, não! Isso é uma peça de computador que estou comprando. O identificador é esse aqui, ó...
- Ahn... 1234JOS... ok...

O identificador era composto do número do meu pedido e das três primeiras letras do meu nome. Mas a senhora lerda do caixa estranhou uma coisa.

- Mas... mas não posso digitar letras como identificador do depósito...
- Como assim?! Droga, bom, tente usar meu CPF então, a mulher da Oi falou que podia...
- Hmmm... ai, deu "identificador inválido"...

Aí eu deixei o posto de atendimento e fiz minha trigésima sétima (37a) ligação para a Oi. Essa foi ainda mais bizarra.

- Oi, aqui é Gilselena, boa tarde, número do seu Oi com DDD por gentileza...

Depois de confirmar e reconfirmar meus dados pessoais pela vigésima vez, falei para a atendente:

- Seguinte. A mulher do banco falou que o identificador do depósito que eu preciso fazer pra pagar o aparelho novo é inválido... ele termina com as três primeiras letras do meu nome e a mulher do banco falou que o terminal não aceita letras...
- Só um momento por favor...

CINCO minutos de espera depois, a mulher retorna

- Senhor José, desculpe a demora e obrigado por aguardar. Olha, o identificador do seu depósito é as três primeiras letras do seu nome.
- ...
- Senhor?
- Olha aqui, minha amiga, você me deixou esperando CINCO minutos pra me dar uma informação que eu já sabia?!?
- Uhh...
- Vou explicar de novo.

Falei tudo de novo e ela começou a tentar responder.

- Senhor, provavelmente a mulher do banco está lhe dando uma informação errada...
- E o que eu faço então?
- Olha, o senhor prec...

De repente entra a musiquinha de espera na linha e, segundos depois, outra voz de outra atendente:

- Oi, aqui é Vanuska, boa tarde, número do seu Oi com DDD por gentileza...
- *gasp*
- Oi, aqui é Vanuska, boa t...
- Que diabos é isso?! Eu estava falando com outra atendente!!
- Sua ligação foi transferida, senhor.
- Então tá. 31, 8804...

Depois de repetir meu número, Vanuska perguntou:

- OK, qual a sua solicitação, senhor?
- Eu queria que você fosse pro inferno.

E desliguei o telefone na cara de Vanuska. O meu celular tocou. Uma mulher dizia:

- Alô, eu falo com a Creuza nesse número?
- Não, não é esse número.
- Esse é o 8804-XXXX?
- Exatamente, mas não é da Creuza.
- Você conhece a Creuza?
- Uhh... não?
- Há quanto tempo você tem esse número?
- Olha, eu não vou estar me sentindo à vontade pra ficar te dando informações pessoais e sentimentais sobre minha linha de telefone não...

Meus colegas de trabalho começam a olhar pra trás e me fazer aquela cara de "WTF!!". A mulher que procurava a Creuza ficou bastante desconfortável:

- Uhhh, desculpe, n-não é uma pergunta sentimental não, é só sobre... ah, obrigado.

E desligou.

Voltei ao Posto de Atendimento. Falei com a gerente, que confirmou que meu identificador maluco era inválido. Segundo ela, os teclados dos caixas não aceitam letras. Sentei na frente dela e liguei pra Oi de novo.

38a ligação - Caiu quando me transferiram.
39a ligação - Enquanto eu falava no setor, transferiram-me sem avisar para um telefone que chamava, chamava e ninguém atendia
40a ligação - A diaba da atendente falou, novamente, que o identificador era aquele mesmo. Eu falava pra gerente do banco, ela falava que não. Ela falou pra eu tentar com o CPF (coisa que eu já tinha feito), e não funcionou de novo. Aí deu quatro horas e decidi que vou tentar ir a uma outra agência amanhã.

Não perca as próximas partes da saga que, infelizmente, vai continuar. Ah, nesse meio tempo me ligaram novamente no celular, perguntando pela Creuza...